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Em busca dos verdadeiros proprietários do jatinho Cessna Citation, prefixo PR-AFA, que em agosto de 2014 caiu e matou o então candidato à Presidência, Eduardo Campos (PSB), em Santos (SP), os investigadores da Operação Turbulência mapearam uma teia de empresas de fachada utilizadas para lavar e supostamente escoar dinheiro oriundo de obras públicas para campanhas políticas.

Responsável pelo inquérito, a delegada federal Andréa Pinho Albuquerque, da Polícia Federal em Pernambuco, compartilhou informações com a Justiça Federal do Paraná e com o Supremo Tribunal Federal para comprovar a relação dos empresários por trás da compra da aeronave com empreiteiras e políticos investigados na Lava Jato.

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Ao solicitar informações ao juiz federal Sergio Moro, responsável pelas ações da Lava Jato na primeira instância, a delegada salienta que o relatório de inteligência elaborado pelo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (COAF) revela que "parte dos recursos utilizados na aquisição da referida aeronave tenham sido originados da Construtora OAS, a qual, além de investigada na Operação Lava Jato, participou da execução de alguns lotes das obras de transposição do Rio São Francisco em Pernambuco, Estado cujo governador à época era, justamente, Eduardo Campos".

Ainda segundo Andréa Albuquerque, informes de inteligência revelam que um dos líderes do grupo investigado pela Turbulência, João Carlos Lyra Pessoa de Mello Filho, "teria sido mencionado em acordo de colaboração premiada firmado no bojo da Lava Jato como um dos responsáveis pela entrega de valores em espécie a políticos e funcionários públicos domiciliados em Recife/PE, identificando-o como um dos principais operadores financeiros em atuação na capital pernambucana".

Em 23 de março de 2016, em despacho encaminhado ao ministro Teori Zavascki, relator das ações da Lava Jato no Supremo Tribunal Federal, a delegada solicitou que as informações contidas no inquérito cujos alvos são o senador Benedito Lira e o deputado federal Arthur Lira, ambos do PP, fossem compartilhadas.

Segundo Andrea, a Câmara & Vasconcelos Locação e Terraplanagem Ltda, envolvida na compra do avião, seria beneficiária de recursos provenientes de empresas controladas pelo doleiro Alberto Youssef - emblemático personagem da Lava Jato -, a Empreiteira Rigidez Ltda. e a MO Consultoria Ltda.

"Tais repasses supostamente teriam sido efetuados como pagamentos de vantagens indevidas ao senador Benedito Lira e ao deputado federal Arthur Lira, conforme acordos de colaboração premiada do doleiro Alberto Youssef e do ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto da Costa", aponta o pedido.

Em resposta, os investigadores da Operação Turbulência receberam as informações das duas investigações e prosseguiram no detalhamento das transações financeiras entre os empresários e companhias citadas. Em um dos relatórios enviados pelo STF, a Polícia Federal descobriu que parte do dinheiro que abasteceu as contas da Câmara & Vasconcelos saiu da empreiteira OAS e do Consórcio OAS/Galvão/Barbosa. Este último, foi alvo da operação Vidas Secas que apurou desvios e pagamentos de propina envolvendo a obra de Transposição do Rio São Francisco.

Defesa

Questionado, o senador Benedito Lira (PP) informou "nunca ter conhecido, nem visto as pessoas mencionadas na Operação Turbulência". Sobre a doação de R$ 400 mil recebida, em 2010, da Constran, investigada na Lava Jato, Lira diz que ela foi declarada à Justiça pelo diretório estadual do PP.

Já o deputado Arthur Lira esclarece que não tem envolvimento com as empresas citadas na Operação Turbulência. Ele informa que prestou os devidos esclarecimentos no âmbito do inquérito que tramita no Supremo Tribunal Federal.

Os questionamentos diante da apuração da morte de Paulo César Morato, empresário considerado “testa de ferro” da organização criminosa que teria comprado o avião utilizado por Eduardo Campos em 2014, foram amenizados pelo governador de Pernambuco, Paulo Câmara (PSB). Em entrevista à imprensa nesta terça-feira (28), após o lançamento do Programa Educação Integrada, o socialista disse que “como todo pernambucano” aguarda o esclarecimento do caso e pontuou que a Polícia Civil tem seguido os trâmites previstos para investigações deste tipo.

“Confiamos no trabalho que a Polícia Civil está fazendo e tem sido acompanhado pela Polícia Federal. Espero que, ao longo desta semana, sejam respondidas as dúvidas. Em toda federalização que houve aqui no estado, no final das investigações, se verificou a mesma resposta da Polícia Civil”, observou Câmara ao mencionar o pedido feito pela bancada de oposição na Alepe a Procuradoria Geral da República (PGR) para federalizar o caso.  

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A dúvida principal diante da apuração é quanto à atividade pericial do local em que o corpo foi encontrado na quarta-feira (22). O Sindicato dos Policiais Civis de Pernambuco (Sinpol) denunciou nessa segunda (27) ao Ministério Público (MP) uma tentativa de obstrução nas atividades periciais. A Secretaria de Defesa Social (SDS), entretanto, afirmou que não houve cerceamento de apurações, mas reconheceu ter errado na comunicação dos procedimentos padrões.

“Há um protocolo que precisa ser seguido, e, ao fim da investigação, eu espero que saia um resultado conclusivo e que não deixe dúvidas”, destacou o governador.

Denúncia de superfaturamento

Paulo Câmara também comentou a respeito das denúncias feitas pelos cantores André Rio e Cezzinha de que há um suposto esquema de superfaturamento em contratos de shows de artistas pernambucanos por parte do governo. O governador disse que conhecia a “idoneidade” dos gestores da Fundarpe e da Empetur, ambas ligadas à secretaria de Turismo e Cultura.  O assunto está sendo investigado pela Polícia Civil, o Ministério Público de Pernambuco e o Tribunal de Contas

“Vamos apurar qualquer fato. Queremos apurar isso. Já fui secretário de Turismo e sei bem do esforço que tem que ser feito para darmos transparência aos procedimentos. Pernambuco é um estado que tem uma cultura muito forte. Temos que apurar tudo. Agora conheço a idoneidade dos gestores destes órgãos, tenho certeza que tudo será esclarecido. De maneira nenhuma vamos aceitar qualquer ato incorreto”, frisou o governador, lembrando que nos últimos dias recebeu “um reconhecimento da classe artística”

O superintendente da Polícia Federal (PF) em Pernambuco, Marcello Diniz, acredita que a concessão de habeas corpus aos detidos pela Operação Turbulência pode prejudicar as investigações. Dos quatro presos – João Carlos Lyra Pessoa de Mello Filho, Eduardo Freire Bezerra Leite, Apolo Santana Vieira e Arthur Roberto Lapa Rosal – apenas a defesa de Apolo fez a solicitação de soltura ao Tribunal Regional Federal da 5ª região. 

“[O habeas corpus] Prejudica e não é pouco. Mas a gente não sabe ainda quais são os fundamentos desse habeas corpus”, disse, pontuando a necessidade de observar os prazos estabelecidos pela legislação para prisão preventiva. “Isso é o mais urgente e que a gente tem que analisar as consequências do deferimento ou mesmo do não deferimento dele”, acrescentou.

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Segundo Marcello Diniz, os depoimentos já coletados contribuíram para encaixar algumas “peças do esquema”. Ele não descartou uma nova fase da Turbulência. “Há uma possibilidade”, cravou. “A operação turbulência vai continuar. Não vai encerrar de uma hora para outra”, acrescentou o superintendente.

Os empresários foram presos na última terça-feira (21) e estão no Centro de Observação Criminológica e Triagem Professor Everardo Luna (Cotel), em Abreu e Lima. A Operação Turbulência investiga um esquema especializado em lavagem de dinheiro com a utilização de empresas fantasmas e “laranjas”. 

As verbas desviadas eram, de acordo com a PF, utilizadas para bancar campanhas eleitorais de políticos pernambucanos. Há indícios, inclusive, de que o avião utilizado pelo ex-governador Eduardo Campos em agosto de 2014, quando morreu após um acidente aéreo, teria sido comprado por uma dessas empresas.

Apolo Santana é apontado pela PF como um dos líderes do esquema e Arthur Rosal que seria responsável por receber valores em sua conta pessoal. Outra peça importante para o caso era o empresário Paulo César Morato, encontrado morto na última quarta (22). Ele era considerado o “testa de ferro” da organização. As investigações sobre a morte dele têm gerado polêmicas na Polícia Civil em Pernambuco.

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Deputados da bancada de oposição na Assembleia Legislativa de Pernambuco protocolaram nesta segunda-feira, 27, na sede da Procuradoria-Geral da República, em Brasília, um pedido para que as investigações sobre a morte do empresário Paulo César Morato - encontrado sem vida em um motel em Olinda, na região metropolitana do Recife, no dia 22 - sejam federalizadas.

Morato era um dos investigados pela Polícia Federal e pelo Ministério Público Federal na Operação Turbulência, que apura esquema que teria alimentado campanhas do PSB, inclusive a do ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos, morto em um acidente aéreo em 2014.

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O pedido dos deputados estaduais está baseado na preocupação de que as investigações, hoje sob a tutela da Polícia Civil pernambucana, sofram interferências. "Há muita coisa a ser esclarecida, como o motivo que levou a SDS (Secretaria de Defesa Social) a cancelar a perícia papiloscópica ou à liberação do quarto do motel antes da conclusão da autópsia no corpo do empresário. No mínimo, houve falhas no rito das investigações, o que precisa ser revisto pela SDS", avaliou o líder da oposição, Silvio Costa Filho (PRB).

Nesta segunda-feira, 27 o Sindicato dos Policiais Civis de Pernambuco e a Associação dos Peritos de Pernambuco protocolaram um pedido de informações na Secretaria de Defesa Social questionando os motivos pelos quais uma equipe de peritos teria sido supostamente impedida de realizar a perícia papiloscópica, para identificar possíveis digitais, no quarto do motel em que o corpo foi encontrado. A secretaria negou que tenha ocorrido qualquer tipo de proibição ao trabalho dos peritos. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.


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A Polícia Federal (PF) já recebeu os pertences que estavam em posse do empresário Paulo César Morato no momento em que ele foi encontrado morto dentro de um quarto de motel em Olinda, na Região Metropolitana do Recife (RMR), na última quarta-feira (22). Paulo Morato era um dos alvos da Operação Turbulência, que investiga um esquema criminoso especializado em lavagem de dinheiro com a utilização de empresas fantasmas e “laranjas”.

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Os materiais apreendidos são produtos de higiene pessoal, chaves de imóveis, cadernos com anotações, óculos, documentos pessoais, relógios, envelopes de depósitos bancários, além de oito pen drives e três aparelhos celulares. O Jeep Renegade, com o qual Morato chegou ao motel, ainda não foi entregue à PF.

Todo o material recebido passará por análise e uma triagem avaliará o que é interessante para a investigação. Segundo a Polícia Federal, os itens mais importantes, inicialmente, são os pen drives, as anotações e os celulares, que podem trazer provas e informações para a Operação Turbulência. O restante dos pertences será devolvido aos familiares.

A investigação das causas da morte do empresário segue com a Polícia Civil. A Polícia Federal acompanha os desdobramentos e o resultado da perícia para identificar se há ligação direta entre a causa do óbito e a investigação em curso. 

Falha de comunicação e polêmica -  O processo investigativo da morte de Morato tem sido amplamente debatido. Na segunda-feira (27), a Secretaria de Defesa Social (SDS) precisou convocar uma coletiva para esclarecer os fatos, que, ainda assim, seguem sem tanta clareza.

O problema se deve ao fato de que peritos papiloscopistas, responsáveis por realizar perícias no local do crime (como identificação de impressões digitais), foram impedidos pela chefia  da Polícia Científica de realizar o procedimento no quarto do motel no dia seguinte ao incidente.  Durante a coletiva, a Secretaria de Defesa Social reconheceu erro na comunicação entre os policiais, mas recriminou as acusações de queima de arquivo. 

Segundo explicou a SDS, o perito papiloscopista Lauro Macena, presente na coletiva, tinha percebido a necessidade de uma nova perícia no quarto do motel, mas não teria comentando com a delegada que estava de plantão na noite do fato, Gleide Ângelo, nem com a perita criminal, apenas deixado um documento para a equipe de plantão do dia seguinte. Macena, entretanto, rebate e diz ter falado da necessidade de uma perícia complementar à delegada e ao restante da equipe.

O Sindicato dos Policiais Civis de Pernambuco (Sinpol) entrou com uma denúncia no Ministério Público de Pernambuco (MPPE). A categoria suspeita de intromissão política no impedimento da perícia papiloscópica. 

Operação Turbulência - Deflagrada pela Polícia Federal na terça-feira (21), a Operação Turbulência prendeu quatro empresários: João Carlos Lyra Pessoa de Mello Filho, Eduardo Freire Bezerra Leite, Apolo Santana Vieira – apontados como líderes – e Arthur Roberto Lapa Rosal, que atuaria como “testa de ferro”, cedendo sua conta pessoal para as transações de lavagem de dinheiro. 

Um mandado de prisão preventiva também havia sido expedido contra Morato. Nas investigações, ele é apresentado como dono da empresa Câmara e Vasconcelos Locação e Terraplenagem Ltda, identificada como sendo de fachada. 

A empresa fantasma recebeu R$ 18,8 milhões da empreiteira OAS Engenharia para supostas obras de terraplenagem nas obras da Transposição do São Francisco. A Câmara e Vasconcelos também aparece como uma das empresas que adquiriram o avião Cessna Citation, usado por Eduardo Campos durante a campanha para presidente e no acidente aéreo. Os indícios iniciais levam a crer, então, que a OAS seria responsável pela aquisição.

A Secretaria de Defesa Social (SDS) reconheceu que houve um erro de perícia do local em que foi encontrado o corpo de Paulo César Morato, empresário considerado "testa de ferro" da organização criminosa que supostamente teria fornecido propina para as campanhas de Eduardo Campos (PSB). Em coletiva à imprensa, nesta segunda-feira (27), o secretário da pasta em exercício, Alexandre Lucena, esclareceu os questionamentos do Sindicato dos Policiais Civis de Pernambuco (Sinpol) em relação ao caso, informando que houve erro de comunicação sobre a perícia e liberação do local do crime. 

O Sinpol acusa a SDS de tentar obstruir a apuração do caso ao impedir a realização de uma perícia complementar. Responsáveis pela investigação, os peritos papiloscopista, Lauro Macena, e criminal, Vanja Coelho, participaram da entrevista. Durante a exposição, eles rebateram as informações do Sinpol de possíveis obstruções. Macena, entretanto, detalhou que chegou a escrever a requisição de mais uma perícia no local, mas não chegou a protocolar oficialmente. Em seguida, deixou o documento no plantão, e a equipe seguinte viu o citado documento e foi realizar a perícia. 

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Porém, ao chegarem lá, receberam a ligação da chefe da polícia científica, de Sandra Santos, informando que o local já havia sido liberado pela delegada Gleyde Ângelo, sob a alegação de que a cena do crime já havia sido violado por muitas pessoas. Neste caso, a perícia encontraria indícios de várias outras pessoas ligadas ou não ao crime. 

“Houve uma falha de comunicação assumida no procedimento. Não vou dizer que o Lauro agiu de má fé, que não agiu. Talvez as coisas tenham ficado meio truncadas. Precisamos trabalhar este ruído na comunicação”, alegou Alexandre Lucena. “Uma coisa é falar de alinhamento entre policiais outra é o acobertamento de queima de arquivo que alguns falam”, acrescentou, com os ânimos alterados.

Ao se explicar, Lauro Macena disse que fez uma comunicação verbal da necessidade de uma nova perícia. “Desculpe Gleyde, mas no corre corre cheguei a falar da necessidade de uma perícia complementar, mas a delegada pode não ter ouvido. Cheguei a falar informalmente, preenchi um documento e acabou os peritos indo lá. O local estava altamente violado e muitas pessoas passaram antes da perícia, o que ficou ainda mais difícil”, frisou.

O quarto do motel em Olinda, onde o corpo foi encontrado, segundo Gleyde Ângelo estava violado porque funcionários e policiais do plantão do Varadouro acreditaram se tratar de uma morte súbita de um cidadão comum. O mais curioso, neste caso, é que o delegado responsável pela ocorrência não verificou de imediato a identidade do morto. Apenas posteriormente ao digitar o nome de Paulo César Morato em uma ferramenta de buscas na internet foi que fizeram a ligação do nome à pessoa e contataram o Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), sob a tutela de Gleyde.

Nesta altura, o corpo de Morato já estava sendo ensacado para ser encaminhado ao Instituto de Medicina Legal (IML), ampliando mais ainda a violação do local. “Morte súbita não se faz perícia. Aparentemente não tinha nenhum sinal de homicídio”, observou a delegada. “Já encontrei o corpo no saco de acondicionamento de cadáver sendo levado. Eu disse não, sai todo mundo que a perícia averiguar. Melhor pecar por excesso. Mas já tinha entrado todo mundo”, acrescentou.

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Operação Turbulência

Deflagrada na terça-feira (21), a operação investiga um esquema criminoso especializado em lavagem de dinheiro com a utilização de empresas fantasmas e “laranjas”. Quatro empresários foram presos: João Carlos Lyra Pessoa de Mello Filho, Eduardo Freire Bezerra Leite, Apolo Santana Vieira – apontados como líderes - e Arthur Roberto Lapa Rosal, que seria responsável por receber valores em sua conta pessoal. 

Apenas Paulo César Barros Morato não foi encontrado na terça pela PF e estava sendo considerado foragido. Ele era considerado o “testa de ferro” do esquema por ser o dono da Câmara & Vasconcelos, empresa responsável pelo recebimento de quase R$ 19 mil da OAS, investigada na Lava Jato, para um suposto serviço de terraplanagem nas obras da Transposição do Rio São Francisco. O montante, entretanto, pode ter sido destinado para pagar o avião utilizado por Eduardo Campos na campanha presidencial em 2014.

O empresário foi encontrado morto na quarta-feira (22) em um motel em Olinda, na Região Metropolitana do Recife (RMR). De acordo com as informações preliminares da polícia, foi “praticamente descartada a hipótese de homicídio” e "há indícios fortes" de morte súbita ou suicídio. 

Morato  chegado ao local por volta das 12h da terça, horário justamente em que aconteciam as prisões da Operação Turbulência. Com o corpo dele foram encontrados documentos pessoais, além de 7 pendrives, 3 celulares, R$ 3 mil em espécie, 3 cheques de terceiros sem valores, 53 envelopes para depósito vazios e remédios para diabetes e hipertensão.

*Com Giselly Santos

A apuração da morte do empresário Paulo César Morato, considerado “testa de ferro” da organização criminosa que teria comprado o avião utilizado pelo ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos (PSB) para a campanha à presidência da República em 2014, tem gerado polêmicas. Nesta segunda-feira (27), o Sindicato dos Policiais Civis de Pernambuco (Sinpol) vai denunciar ao Ministério Público (MP) uma tentativa de obstrução nas atividades periciais. O grupo também vai a Secretaria de Defesa Social (SDS) registrar a solicitação e pedir para que as apurações sejam feitas de maneira parcial. 

Na última sexta-feira (24), o Sinpol denunciou, por meio de nota, que a chefe da Polícia Científica estadual, delegada Sandra Santos, impediu os agentes responsáveis por realizar a perícia papiloscópica de trabalhar no caso. De acordo com o presidente do sindicato, Áureo Cisneiros, é nítido que houve uma tentativa de barrar a investigação. “Houve um cerceamento sim. Alguém parecia ter interesse em barrar essa elucidação. Qual o motivo?”, indagou. “É inadmissível que para atender interesses políticos a lisura das investigações seja prejudicada”, acrescentou.

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Desde que o assunto foi levantado, a SDS tem negado qualquer interferência. “A perícia da quarta [dia em que o corpo foi encontrado] durou o tempo necessário e coletou todos os vestígios para a análise da polícia”, alegou Sandra Santos, descartando a necessidade de uma nova análise do local. A postura é criticada pelo Sinpol. 

Desde a última quinta-feira (23), quando fez uma coletiva para divulgar dados do início das investigações, a SDS não se pronuncia sobre o caso. Os delegados responsáveis pela apuração das causas da morte agendaram uma coletiva para a tarde de hoje, quando devem se pronunciar sobre a solicitação do Sinpol e detalhar sobre o andamento das investigações.  

Âmbito político

A categoria não é a única a questionar as investigações. Após a nota do Sinpol denunciando as intervenções, a bancada de oposição da Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe) afirmou que pretende fiscalizar as investigações sobre a morte de Morato. O colegiado deve pedir a federalização das apurações, já que se trata de um suspeito arrolado pela Operação Turbulência, da Polícia Federal. O assunto deve ser abordado durante a sessão plenária na Alepe, desta segunda. 

Prima de Eduardo Campos, a vereadora do Recife, Marília Arraes (PT), também disparou contra o andamento dos trabalhos da Polícia Civil. Ao comentar a denúncia de artistas pernambucanos sobre possíveis desvios de cachês, a petista disse que a instituição não tem “autonomia” para apurar o caso “operado pelo PSB e empresários”. 

“O tempo dos coronéis acabou. A sociedade exige respostas. E não são respostas rasas e discursos publicitários... Verdades e mentiras são inteiras e não podem ser guardadas para sempre. Nem uma, nem outra. Que a verdade seja trazida à tona, em ambos os casos”, cravou a parlamentar. 

Operação Turbulência

Deflagrada na terça-feira (21), a operação investiga um esquema criminoso especializado em lavagem de dinheiro com a utilização de empresas fantasmas e “laranjas”. Quatro empresários foram presos: João Carlos Lyra Pessoa de Mello Filho, Eduardo Freire Bezerra Leite, Apolo Santana Vieira – apontados como líderes - e Arthur Roberto Lapa Rosal, que seria responsável por receber valores em sua conta pessoal. 

Apenas Paulo César Barros Morato não foi encontrado na terça pela PF e estava sendo considerado foragido. Ele era considerado o “testa de ferro” do esquema por ser o dono da Câmara & Vasconcelos, empresa responsável pelo recebimento de quase R$ 19 mil da OAS, investigada na Lava Jato, para um suposto serviço de terraplanagem nas obras da Transposição do Rio São Francisco. O montante, entretanto, pode ter sido destinado para pagar o avião utilizado por Eduardo Campos na campanha presidencial em 2014.

O empresário foi encontrado morto na quarta-feira (22) em um motel em Olinda, na Região Metropolitana do Recife (RMR). De acordo com as informações preliminares da polícia, foi “praticamente descartada a hipótese de homicídio” e "há indícios fortes" de morte súbita ou suicídio. 

Morato  chegado ao local por volta das 12h da terça, horário justamente em que aconteciam as prisões da Operação Turbulência. Com o corpo dele foram encontrados documentos pessoais, além de 7 pendrives, 3 celulares, R$ 3 mil em espécie, 3 cheques de terceiros sem valores, 53 envelopes para depósito vazios e remédios para diabetes e hipertensão.

 

A hipótese de que o empresário Paulo César Morato, dono da Câmara & Vasconcelos, tenha sido assassinado foi "praticamente descartada" pela Polícia Civil de Pernambuco. Em entrevista coletiva, no início da tarde desta sexta-feira (23), o secretário-executivo de Defesa Social, Alexandre Lucena pontuou que "há indícios fortes" de morte súbita ou suicídio. 

A Câmara & Vasconcelos é uma das empresas fantasmas investigadas pela Polícia Federal na Operação Turbulência e apontada como a compradora do avião utilizado por Eduardo Campos (PSB) na campanha presidencial em 2014, quando morreu em um acidente aéreo fatal em Santos. 

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De acordo com Lucena, a perícia preliminar do Instituto de Medicina Legal (IML) identificou que Morato teria falecido poucas horas após dar entrada em um motel de Olinda, na Região Metropolitana do Recife, onde foi encontrado nessa quarta (22). O empresário teria chegado ao local por volta das 12h da terça-feira (21), horário justamente em que aconteciam as prisões da investigação da PF deflagrada para interromper a ação de uma organização criminosa que efetuava o pagamento de propinas para políticos pernambucanos. Morato era um dos principais alvos, mas não foi confirmado se ele estava em rota de fuga.

A polícia identificou que o dono da Câmara ficou dentro do quarto por cerca de 30 horas e como não houve sinalização para a renovação da diária os funcionários decidiram verificar a questão com o hóspede, no entanto, quando abriram a porta ele já estava sem vida. "O corpo não tinha sinais de violência interna ou externa, ele era hipertenso, estava sob pressão e de acordo com informações da sua advogada já havia tentado suicídio anteriormente", explicou Lucena.

Com Paulo Morato foram encontrados documentos pessoais, além de 7 pendrives, 3 celulares, R$ 3 mil em espécie, 3 cheques de terceiros sem valores, 53 envelopes para depósito vazios e remédios para diabetes e hipertensão. "É este o fato que mais nos chama a atenção. Dentro desses pendrives e nos celulares podem haver informações que contribuam para as investigações da Polícia Federal", destacou o chefe da Polícia Civil de Pernambuco, Antônio Barros. 

Barros explicou também que a Polícia Civil está trabalhando em parceria com a PF e fornecendo todas as informações necessárias para o andamento da Operação Turbulência. E pontuou que as imagens das câmeras que ficavam em frente à garagem do quarto onde o corpo foi encontrado também serão analisadas ainda durante o feriadão. “A expectativa é de que na próxima semana tenhamos resultados concretos”, disse Barros.

Polêmicas

A morte de Paulo César Morato tem gerado uma série de especulações e polêmicas. Uma delas é a perícia do quarto onde ele foi encontrado. Na noite dessa quarta, uma equipe da Polícia Cientifica foi encaminhada ao local para averiguar os vestígios, mas uma perícia complementar seria efetuada hoje. Durante a manhã uma equipe de peritos esteve no motel, porém deixou o prédio sem verificar nada. 

Indagada sobre a postura, a gerente geral da Polícia Científica de Pernambuco, Sandra Santos, negou qualquer interferência nas investigações. “A perícia dessa quarta durou o tempo necessário e coletou todos os vestígios para a análise da polícia. Eles devem ter ido ao local sem comunicar a chefia e tudo será apurado internamente”, esclareceu. 

Outro assunto levantado pela imprensa foi a influência da imagem do ex-governador Eduardo Campos na Polícia Civil pernambucana. Nas redes sociais, desde ontem, o maior questionamento é porque a Polícia Federal não assumiu as investigações já que Paulo Morato era foragido de uma operação da responsabilidade dela. “Agimos com profissionalismo, acima de qualquer respeito pela imagem de A ou B. A Polícia Federal está participando e tendo acesso a tudo”, garantiu Antônio Barros. 

Operação Turbulência

Deflagrada na terça-feira, a operação investiga um esquema criminoso especializado em lavagem de dinheiro com a utilização de empresas fantasmas e “laranjas”. Quatro empresários foram presos: João Carlos Lyra Pessoa de Mello Filho, Eduardo Freire Bezerra Leite, Apolo Santana Vieira – apontados como líderes - e Arthur Roberto Lapa Rosal, que seria responsável por receber valores em sua conta pessoal. 

Todos estão no Centro de Observação e Triagem (Cotel), em Abreu e Lima, na Região Metropolitana do Recife (RMR). Apenas Paulo César Barros Morato não foi encontrado na terça pela PF e estava sendo considerado foragido. Ele era considerado o “testa de ferro” do esquema. Isto porque a Câmara & Vasconcelos, empresa que era dono, foi responsável pelo recebimento de quase R$ 19 mil da OAS, investigada na Lava Jato, para um suposto serviço de terraplanagem nas obras da Transposição do Rio São Francisco. O montante, entretanto, pode ter sido destinado para pagar o avião utilizado por Eduardo Campos na campanha presidencial em 2014.

Durante as ações da Turbulência, foram apreendidos dois helicópteros, um avião, barcos, carros de luxo e 45 relógios de diversas marcas foram confirmados pela corporação. Também foram confiscados cheques, contratos, comprovantes de transferência eletrônica, recibos e dinheiro em espécie (notas de real e dólar).

O deputado federal Silvio Costa (PTdoB) cobrou, em nota, que o governador Paulo Câmara e o prefeito do Recife Geraldo Julio, ambos dirigentes nacionais do PSB, deem “explicações contundentes” sobre as acusações apontadas pela Operação Turbulência, que investiga o suposto pagamento de propina para as campanhas do ex-governador Eduardo Campos em 2010 e 2014 – entre elas a compra e empréstimo do avião que utilizava em agosto de 2014 quando morreu em um acidente fatal em Santos

Para o parlamentar, o PSB “está fugindo do debate, em um nítido desrespeito  ao  povo  pernambucano e aos brasileiros”. “É preciso que a Executiva do PSB, o governador Paulo Câmara e o prefeito Geraldo Júlio respondam duas questões básicas: Por que o governador estava andando em um avião que foi pago por uma peixaria? Por que 14 pequenas empresas de Pernambuco movimentaram R$ 600 milhões?”, indagou.

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Recordando ironias feitas, segundo ele, por socialistas ao senador Armando Monteiro Neto (PTB), quando foi à imprensa em 2014 questionar o uso do avião, Costa disse que agora sim, “graças ao trabalho sério e eficiente da Polícia Federal e do Ministério Público Federal”, a população está tomando conhecimento de que "a montanha pariu muitos ratos".

“É preciso que Paulo Câmara e Geraldo Julio deem explicações mais convincentes, até porque outras operações estão em curso em Pernambuco, como por exemplo, a Fair-Play, que apura os custos da Arena Pernambuco”, disse. “Não podemos construir em nosso Estado a prática da ética da malandragem”, acrescentou. 

Defensor ferrenho da presidente afastada Dilma Rousseff (PT), o deputado recordou o apoio do PSB ao processo de impeachment. “O PSB é um partido ingrato. Os governos socialistas, em Pernambuco, receberam inigualável apoio dos governos Lula e Dilma. Todos os grandes investimentos que ocorreram em Pernambuco vieram graças a Lula e Dilma. Em troca, os socialistas pagaram com a ingratidão”, alfinetou. 

Baseados nas informações coletadas pela Operação Turbulência, o Ministério Público Federal (MPF) concluiu que o proprietário do avião utilizado pelo ex-governador Eduardo Campos (PSB) durante a campanha presidencial em 2014, o empresário João Carlos Lyra Melo Filho, foi responsável por entregar propina da empresa Camargo Corrêa ao senador Fernando Bezerra Coelho (PSB) e a Campos. 

De acordo com o G1, que teve acesso ao inquérito da Operação, ex-funcionários da construtora reconheceram que o empresário era o responsável pelo pagamento do dinheiro ilegal. Tendo um inquérito do Supremo Tribunal Federal (STF) do ano passado que investiga o desvio de dinheiro público na construção da Refinaria Abreu e Lima como base, o MPF afirmou que é "clara a atuação do investigado João Carlos Lyra na condição de operador financeiro de numerários recebidos clandestinamente para abastecer ou pagar dívidas decorrentes da campanha eleitoral do falecido ex-governador Eduardo Campos". Os montantes teriam sido utilizados em 2010.

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Em sua defesa, o senador Fernando Bezerra Coelho afirmou que são “totalmente imprecisas as ilações” feitas pela Procuradoria da República em Pernambuco, nos autos da medida cautelar relacionada ao Inquérito 163/2016 (“Operação Turbulência”), pois, segundo ele, “contrariam frontalmente” os depoimentos anexados ao Inquérito 4005 (“Operação Lava Jato”).

De acordo com o socialista, ele não foi citado por “qualquer pessoa ligada à Construtora Camargo Correia – muito menos, como sendo receptor de recursos da empresa”. Além disso, o parlamentar reforçou que “não foi coordenador das campanhas de Eduardo Campos nem em 2014, à Presidência da República, nem em 2010; não tendo, portanto, exercido qualquer função financeira nas campanhas de Campos.” 

A Operação Turbulência, deflagrada nessa terça-feira (21), prendeu além de Melo Filho, os empresários Eduardo Freire Bezerra Leite, Arthur Roberto Lapa Rosal e Apolo Santana Vieira. Considerado foragido pela Polícia Federal, o empresário Paulo Cesar de Barros Morato foi encontrado morto na noite dessa quarta (22) em um motel em Olinda, na Região Metropolitana do Recife. Morato era apontado como “testa de ferro” da organização criminosa que repassava propina para políticos pernambucanos através de empresas fantasmas.

A Polícia Federal confirmou que Paulo César de Barros Morato, um dos alvos de investigação da Operação Turbulência, foi encontrado morto, na noite desta quarta-feira (22), em um motel, situado na cidade de Olinda, Região Metropolitana do Recife. Segundo as autoridades, a causa do óbito ainda não foi identificada. O empresário foi considerado foragido pela PF na última terça-feira (21).

Apesar da PF estar conduzindo as investigações da Operação Turbulência, a assessoria de imprensa da instituição adiantou que a investigação da morte do empresário, a princípio, ficará sob a responsabilidade da Polícia Civil – que já conta com agentes no local onde o corpo foi encontrado - . Porém, a Polícia Federal também garantiu que, caso sejam encontrados indícios de que a morte teve relação com a Operação, policiais federais entrarão no caso.

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Deflagrada na última terça-feira, a Operação Turbulência foi iniciada a partir de investigações com foco em movimentações financeiras entre empresas que participaram da compra da aeronave Cessna Citation PR-AFA, que transportava o ex-governador de Pernambuco, Eduardo Campos, morto num acidente aéreo. Os indivíduos investigados podem ter se envolvido em um esquema criminoso com atuação em terras pernambucanas e no estado de Goiás, sob a suspeita de lavagem de dinheiro que chega a um valor superior a R$ 600 milhões. 

De acordo com a PF, houve a constatação da existência de algumas empresas fachadas, chamadas popularmente de “laranjas”. Elas são acusadas de realizar transações com outras empresas fantasmas, que, segundo a Polícia, também podem ser companhias investigadas pela Operação Lava Jato.

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Entre as apreensões realizadas pela Polícia Federal na Operação Turbulência, nesta segunda-feira (21), dois helicópteros, um avião, barcos, carros de luxo e 45 relógios de diversas marcas foram confirmados pela corporação. Também foram confiscados cheques, contratos, comprovantes de transferência eletrônica, recibos e dinheiro em espécie (notas de real e dólar).

A Operação Turbulência investiga um esquema criminoso especializado em lavagem de dinheiro com a utilização de empresas fantasmas e “laranjas”. O grupo pode estar envolvido em repasses irregulares a políticos, o que pode ter acontecido nas campanhas de 2010 e 2014 do ex-governador Eduardo Campos.

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Quatro empresários foram presos: João Carlos Lyra Pessoa de Mello Filho, Eduardo Freire Bezerra Leite, Apolo Santana Vieira – apontados como líderes - e Arthur Roberto Lapa Rosal, que seria responsável por receber valores em sua conta pessoal. Eles foram encaminhados ao Centro de Observação e Triagem (Cotel), em Abreu e Lima, na Região Metropolitana do Recife (RMR).

À procura de provas, a equipe da Operação Turbulência também confiscou 20 agendas, três pen drives, seis tablets, extratos bancários , escriturações e planilhas fiscais. Segundo a Polícia Federal, todo material passará por uma perícia técnica, principalmente os documentos, celulares e planilhas fiscais. Não existe um tempo definido para o término das perícias. 

Os carros apreendidos foram: BMW, Land Rover, Porsche, Jeep, Toyota Hilux, Audi, Range Rover Evoque e Land Rover Freelander. Os investigadores também encontraram uma espingarda calibre 12, dois revólveres calibre 22 e um revólver calibre 38. 

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Os novos fatos trazidos à tona pela Operação Turbulência, da Polícia Federal, devem ser considerados durante o julgamento da prestação de contas da campanha à Presidência de Eduardo Campos (PSB) e Marina Silva (Rede) em 2014. Os processos ainda estão sob análise do ministro Luiz Fux, do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Segundo informações de pessoas com trânsito no tribunal superior, mesmo que as contas dos dois estejam sendo analisadas separadamente, as futuras revelações sobre o caso podem ser também incluídas na prestação de Marina.

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Para que isso aconteça, basta que o Ministério Público Eleitoral ou algum partido entre com essa demanda no tribunal. Segundo um procurador que já atuou na esfera eleitoral, o fato de Marina também ter feito viagens no jatinho usado pelo ex-candidato à Presidência Eduardo Campos (PSB), durante sua campanha, já seria o suficiente para implicar a ex-ministra em desdobramentos das investigações da PF. O avião acidentou-se em 2014, matando Campos.

Até hoje, um ano e oito meses depois da eleição, o PSB não enviou ao TSE os comprovantes da doação de horas de voo do Cessna Citation. Um advogado do partido afirma que isso não foi feito até agora porque a sigla nunca recebeu do órgão competente uma estimativa das horas voadas pela aeronave. A princípio, toda prestação de contas deveria ter sido entregue em novembro de 2014.

Por se tratar de um caso singular, não há consenso sobre que pena poderia ser aplicada caso as contas de Marina sejam rejeitadas pelo TSE. Para um assessor do tribunal, hoje as punições na esfera eleitoral são majoritariamente voltadas para quem foi eleito, como a eventual perda de mandato, e não para quem não venceu a disputa, como Marina.

Turbulência

Deflagrada na manhã desta terça-feira, 21, pela Polícia Federal, a operação Turbulência investiga suspeita de caixa dois na reeleição do então governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), em 2010, e também na campanha de 2014, quando o candidato concorreria ao lado de Marina Silva à Presidência da República.

De acordo com a Polícia Federal, o dinheiro teria saído de um esquema montado por empresas laranja e teria movimentado cerca de R$ 600 milhões. O montante pode, também, ter envolvimento com o avião Cessna Citation que caiu em Santos (SP), em agosto de 2014, matando Eduardo Campos e mais seis pessoas que participavam de sua campanha.

Em resposta aos indícios de que seria responsável por cooptar as supostas doações ilícitas feitas as campanhas de Eduardo Campos (PSB), já falecido, para reeleição ao Governo de Pernambuco, em 2010, e para a Presidência da República, em 2014, o senador Fernando Bezerra Coelho (PSB) repudiou, em nota, “a incorreta vinculação do nome dele à Operação Turbulência". 

“O senador não é sequer mencionado nos autos desta investigação. Além disso, Fernando Bezerra afirma que não foi coordenador das campanhas de Eduardo Campos, nem em 2010 nem em 2014; não tendo, portanto, exercido qualquer função financeira nas campanhas de Campos”, afirma o texto, assinado pela assessoria de imprensa.

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Deflagrada nesta terça-feira (21), a ação da Polícia Federal (PF) teve como mote principal a desarticulação de uma organização criminosa que beneficiava políticos através de empresas fantasmas. Um dos desdobramentos da operação indica, de acordo com os delegados Andrea Pinho e Daniel Silvestre, que o ex-governador de Pernambuco teria recebido propinas para o pagamento de dívidas das campanhas de 2010. Além disso, o foco principal das investigações é o esquema fantasma que comprou a aeronave Cessna Citation PR-AFA, utilizada nas atividades eleitorais em 2014. 

Os delegados apontaram que há indícios de que Fernando Bezerra tenha sido o intermediador das propinas, baseando-se no inquérito ao qual ele responde no Supremo Tribunal Federal (STF) sobre o mesmo assunto. “De acordo com as evidências que recebemos, Fernando Bezerra Coelho teria sido responsável por negociar este aporte para Eduardo Campos. Aporte este que teria sido pago no ano seguinte [em 2011] por pessoas investigadas na Operação Turbulência”, detalhou Daniel Silvestre, em coletiva à imprensa na manhã de hoje. 

Sobre a investigação que tramita no STF, Coelho ratificou “que sempre esteve à disposição para colaborar com os ritos processuais e fornecer todas as informações que lhe foram e, porventura, venham a ser demandadas. O senador reitera, ainda, que mantém a confiança no trabalho das autoridades que conduzem o processo investigatório no STF, acreditando no pleno esclarecimento dos fatos". 

O ex-governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), falecido em agosto de 2014, teria recebido propina para pagar os gastos da campanha de 2010, quando disputou a reeleição ao cargo. A informação foi revelada, nesta terça-feira (21), pela Polícia Federal (PF) ao detalhar as frentes de apuração da Operação Turbulência, deflagrada para desarticular uma organização criminosa, composta por empresas fantasmas, apontada de lavar mais de R$ 600 milhões. 

De acordo com os delegados Andrea Pinho e Daniel Silvestre, responsáveis pelo caso, as investigações da PF foram baseadas em provas compartilhadas da Operação Lava Jato com inquéritos da Justiça Federal de Curitiba e do Supremo Tribunal Federal (STF). A partir delas, os delegados constataram os indícios de que Campos pode ter recebido propina em 2010 e 2011 para pagar os gastos da disputa estadual.

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Segundo Daniel Silvestre, os montantes eram sacados pelas empresas fantasmas e repassados aos destinatários. Há indicativos de que o senador Fernando Bezerra Coelho (PSB) tenha sido o responsável por cooptar a propina para Campos. “De acordo com as evidências que recebemos, Fernando Bezerra Coelho teria sido responsável por negociar este aporte para Eduardo Campos. Aporte este que teria sido pago no ano seguinte [em 2011] por pessoas investigadas na Operação Turbulência”, detalhou o delegado. Valores não foram elencados pela PF.

O quadro de doação ilícita, segundo Andrea Pinho, teria se repetido em 2014 na campanha à Presidência da República com as empresas fantasmas responsáveis pela compra da aeronave Cessna Citation PR-AFA. Segundo ela, há suspeitas de que a OAS, envolvida na Lava Jato, teria transferido R$ 18 milhões para as contas da Câmara & Vasconcelos, uma das compradoras da do jatinho, para financiar campanha de Eduardo. A verba seria para obras de terraplanagem da Transposição do Rio São Francisco, segundo a empreiteira, mas não foi identificado o serviço. 

“Podemos informar, com base no compartilhamento de provas, que campanhas [de Eduardo Campos] foram favorecidas, ou pelo menos, tiveram recursos de empresas envolvidas na Operação Turbulência... Tivemos indicativo do esquema criminoso nessas duas campanhas [2010 e 2014]”, observou Andrea Pinho. Para ela, há suspeitas de que a OAS tenha “bancado” o avião. 

Paulo Roberto Costa citou FBC e Campos 

Ex-ministro da Integração Nacional, pasta responsável pela obra da Transposição do Rio São Francisco, Fernando Bezerra Coelho foi citado pelo ex-diretor da Petrobras, Paulo Roberto Costa, em delação premiada e responde a um inquérito no STF. De acordo com o depoimento, o senador teria recebido R$ 20 milhões para a campanha de Eduardo Campos em 2010. Na época, o socialista negou as acusações e disse que não atuou na coordenação da campanha do ex-governador. Naquele ano, Bezerra Coelho era secretário de Desenvolvimento da administração de Campos.

Outro lado

Procurados pelo Portal LeiaJá, o presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira afirmou acreditar na idoneidade do ex-governador de Pernambuco e disse que “não vê problemas” na apuração. A família de Eduardo Campos preferiu não se posicionar sobre o caso, até o momento. Já o senador Fernando Bezerra Coelho pontuou, através da sua assessoria, que está procurando o trecho exato em que foi citado para divulgar um posicionamento oficial à imprensa.

Balanço – Até o final da manhã, a Operação Turbulência havia cumprido 35 mandados de busca e apreensão, 16 de condução coercitiva, quatro de prisão preventiva, apreensão de R$ 10 mil em espécie, além do sequestro de três aeronaves, sendo dois helicópteros e um avião, avaliados em R$ 9 milhões, no total. 

*Com as informações de Jorge Cosme

Diante das ações da Operação Turbulência deflagrada nesta terça-feira (21), para desarticular uma organização criminosa apontada de comprar a aeronave Cessna Citation PR-AFA –  usada pelo ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos (PSB) durante a campanha à Presidência da República em 2014 – o presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira, declarou exclusivamente ao Portal LeiaJá, que “não vê problemas nas apurações” e “confia estreitamente” na conduta do líder socialista. 

“Vamos deixar que a polícia apure. Apurar é necessário e vamos examinar as coisas. Não vejo problemas em apuração”, afirmou Siqueira. “Neste momento só posso reforçar que tenho confiança no governador Eduardo Campos e acredito que ele nunca fez nada que desabonasse a conduta dele e do partido”, acrescentou. O dirigente pontuou ainda que aguarda o fim da coletiva da Polícia Federal (PF) para soltar uma nota oficial do partido.

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De acordo com as investigações, as empresas fantasmas usadas para a compra do Cessna eram utilizadas para orquestrar um esquema de corrupção que beneficiava políticos pernambucanos. Em coletiva à imprensa, na sede da PF no Recife, a delegada Andréa Pinho Albuquerque, uma das responsáveis pelo caso, apontou a possibilidade de que a organização teria feito “doações ilícitas para a campanha do governador Eduardo Campos em 2010”. 

O jato Cessna Citation PR-AFA transportava Eduardo Campos e sua equipe em agosto de 2014, quando um acidente em Santos matou ele e outras seis pessoas. A doação e utilização da aeronave não consta na prestação de contas da campanha daquele ano. 

Envolvidos na Operação Turbulência, deflagrada nesta terça-feira (21) pela Polícia Federal (PF), os empresários João Carlos Lyra Pessoa de Mello Filho e Paulo Cesar de Barros Morato são apontados de ser sócios da empresa Câmara & Vasconcelos, citada pelo doleiro Alberto Youssef durante delação premiada à Lava Jato. De acordo com o doleiro, a Câmara recebeu dinheiro do esquema de corrupção orquestrado por ele a partir dos contratos da Petrobras. 

A empresa é uma das que transferiram recursos para a compra da aeronave Cessna Citation PR-AFA, que transportava o ex-governador de Pernambuco e então candidato à Presidência da República, Eduardo Campos (PSB), em agosto de 2014, quando um acidente fatal matou ele e outras seis pessoas.

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De acordo com a delação de Youssef, a Câmara & Vasconcelos recebeu o depósito de R$ 100 mil em propina, em janeiro de 2011, para pagar uma dívida deixada pela campanha do senador Benedito de Lira (PP-AL). 

João Carlos Lyra Pessoa de Mello Filho foi preso no Aeroporto Internacional de Guarulhos, em São Paulo, enquanto desembarcavam e já está sendo conduzido para a sede da Polícia Federal no Recife. A previsão é de que chegue ainda na manhã desta terça-feira (21). Já Paulo Cesar de Barros Morato permanece foragido. 

Com a deflagração da Operação Turbulência pela Polícia Federal (PF),  no início da manhã desta terça-feira (21), quatro suspeitos de envolvimento na aquisição da aeronave que transportava o ex-governador de Pernambuco e então candidato à Presidência da República, Eduardo Campos, já foram presos. O quinto suspeito ainda está foragido. Com a investigação, já foram detidos João Carlos Lyra Pessoa de Melo Filho, Eduardo Freire Bezerra Leite, Apolo Santana Vieira e Arthur Lapa Rosal.

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De acordo com informações da Polícia Federal, João Carlos Lyra Pessoa de Melo Filho e Eduardo Freire Bezerra Leite foram presos no Aeroporto Internacional de Guarulhos, em São Paulo, enquanto desembarcavam. A dupla já está sendo conduzida para a sede da Polícia Federal do Recife e a previsão é de que cheguem ainda na manhã desta terça-feira (21).

Apolo Santana Vieira e Arthur Roberto Lapa Rosal foram presos em Pernambuco. Ainda segundo a PF, Apolo teria sido detido enquanto estava em uma academia na Zona Sul do Recife, no bairro de Boa Viagem, e Arthur teria sido preso dentro de sua residência.  O quinto mandado de prisão preventiva, ainda em aberto, é para Paulo César de Barros Morato, que está foragido.

Veículos apreendidos

Até o momento, já foram apreendidos e chegaram à sede da Polícia Federal, no Cais do Apolo, região central do Recife, quatro veículos de luxo. Uma Land Rover, um Porsche, um Audi e uma BMW. A previsão da PF é que os suspeitos prestem depoimento e depois sejam encaminhados para o Centro de Triagem (Cotel), em Abreu e Lima. Ainda de acordo com a polícia, os envolvidos devem responder pelos crimes de organização criminosa, lavagem de dinheiro e falsidade ideológica.

De acordo com uma reportagem divulgada pela Revista Época em 2014, Lyra Filho é um usineiro pernambucano e era amigo de Eduardo Campos. O empresário é herdeiro de usina de álcool em Pernambuco, enteado do ex-deputado federal Luiz Piauhylino e proprietário de quatro empresas. 

Já o empresário Apolo Vieira é  sócio em empresas do ramo de pneus, hotelaria e comércio. O suspeito também é réu, desde 2009, num processo sobre a importação ilegal de pneus. De acordo com o Ministério Público Federal, o esquema em que Vieira está envolvido causou prejuízos de quase R$ 100 milhões à Receita Federal.

Entenda

A Polícia Federal (PF) deflagra, nesta terça-feira (21), a Operação Turbulência, iniciada a partir de investigações de movimentações financeiras realizadas por empresas envolvidas na aquisição da aeronave Cessna Citation PR-AFA, que transportava o ex-governador de Pernambuco e então candidato à Presidência da República, Eduardo Campos, durante a campanha eleitoral e em seu acidente fatal.

Os alvos da operação estariam envolvidos em um esquema criminoso que atuava em Pernambuco e Goiás especializado em lavagem de dinheiro e que teria movimentado mais de R$ 600 milhões desde 2010.

Ao todo, 200 policiais federais dão cumprimento a 60 mandados judiciais, sendo 33 de busca e apreensão, 22 de condução coercitiva e cinco de prisão preventiva. Também estão sendo cumpridos mandados de indisponibilidade de contas e sequestro de embarcações, aeronaves e helicópteros dos principais membros da organização criminosa.

Com informações de Jorge Cosme

A Polícia Federal (PF) deflagra, nesta terça-feira (21), a Operação Turbulência, iniciada a partir de investigações de movimentações financeiras realizadas por empresas envolvidas na aquisição da aeronave Cessna Citation PR-AFA, que transportava o ex-governador de Pernambuco e então candidato à Presidência da República, Eduardo Campos, durante a campanha eleitoral e em seu acidente fatal. Os alvos da operação estariam envolvidos em um esquema criminoso que atuava em Pernambuco e Goiás especializado em lavagem de dinheiro e que teria movimentado mais de R$ 600 milhões desde 2010.

Durante as investigações, a PF constatou que tais empresas eram de fachadas, constituídas em nome de “laranjas” e que realizavam diversas transações entre si e com outras empresas fantasmas, inclusive com algumas empresas investigadas na Operação Lava Jato.

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Há suspeita de que parte dos recursos que transitaram nas contas examinadas servia para o pagamento de propina a políticos e formação de “caixa dois” de empreiteiras. 

Ao todo, 200 policiais federais dão cumprimento a 60 mandados judiciais, sendo 33 de busca e apreensão, 22 de condução coercitiva e cinco de prisão preventiva. Também estão sendo cumpridos mandados de indisponibilidade de contas e sequestro de embarcações, aeronaves e helicópteros dos principais membros da organização criminosa.

Os locais que estão sendo alvos das buscas, prisões e conduções coercitivas são: Boa Viagem, Vitória de Santo Antão, Pau Amarelo, Imbiribeira, Piedade, Cordeiro, Espinheiro, Alto Santa Terezinha, Barra de Jangada, Ibura, Aeroporto dos Guararapes, Moreno, Várzea, Lagoa de Itaenga, Pina, Muribeca e Prazeres.

Os presos e as pessoas que estão sendo conduzidas coercitivamente serão levados para a sede da Polícia Federal do Recife. Os envolvidos responderão, na medida de seu grau de participação no esquema criminoso, pelos crimes de organização criminosa, lavagem de dinheiro e falsidade ideológica. 

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