Tópicos | Palestina

Gerações acompanham os tristes capítulos dos conflitos entre os israelenses e os palestinos. A guerra entre as duas nações perdura mais de 70 anos e já destruiu muitas vidas. O conflito, inclusive, vem se intensificando nos últimos dias e volta a estar em destaque na imprensa mundial.

O LeiaJá conversou com os professores de história Arthur Lira, Marlyo Ferreira e Pedro Botelho, que explicaram os acontecimentos históricos que levaram os povos israelenses e palestinos a entrarem em conflito até os dias atuais, e como o assunto pode cair em vestibulares.

##RECOMENDA##

A origem dos conflitos entre as nações

O surgimento dos povos israelenses e palestinos está ligado à história de Abraão, que recebeu, segundo os textos religiosos, a missão de migrar para a “terra prometida”, em Canaã, antiga terra dos cananeus, depois chamada de Palestina, onde hoje se localiza o Estado de Israel. “Nesta época, a Palestina, que originalmente era chamada de Filistina, era terra dos filisteus e de vários outros povos como, por exemplo, os arameus”, explica o professor Pedro Botelho.

Na Bíblia, Abraão teve dois filhos: Ismael e Isaque. O primeiro nasceu de sua relação com Agar, serva de sua esposa Sara; já o segundo, concebido pela sua própria cônjuge, nasceu com a fama de ser o “filho da promessa”. Em passagens religiosas, Deus prometeu que ambos os filhos iriam prosperar e estariam ligados a grandes nações. “Esse é um ponto importante porque é o nascimento religioso da distinção entre os hebreus e os muçulmanos (árabes), tanto que essa relação de ambos remonta a Abraão”, esclarece Marlyo Ferreira.

As terras palestinas já eram uma região de muita disputada e foram divididas em 12 tribos, as chamadas tribos de Israel, que se encontravam em conflito contra os filisteus. “Isso marca uma disputa pela terra, mesmo quando se cria o Reino de Judá e o Reino de Israel”, diz Botelho. O povo assírio acabou conquistando o Reino de Israel, restando apenas o Reino de Judá, que, segundo o educador Pedro Botelho, por causa desse nome, chamamos os hebreus de judeus até hoje. “Depois vai ter o cativeiro da Babilônia, com Nabucodonosor, que está presente na bíblia também; o domínio grego e o domínio dos romanos”, elenca o educador.

A região da Palestina está localizada no Oriente Médio ao lado da costa oriental do Mediterrâneo. O território, de origem hebraica, foi ocupado por muitos cristãos a partir do Século IV, porém, foi invadida pelos árabes muçulmanos, que dominaram a área até o Século XX. “Essa região vive disputas entre cristãos, muçulmanos e judeus há séculos, pois é considerada sagrada para as três religiões (as três de origem abraâmicas). Os judeus, por exemplo, consideram Jerusalém sagrada porque foi a capital do Reino de Davi. Os cristãos, por conta da trajetória de Cristo naquela região. Já para os muçulmanos, Jerusalém foi o local de peregrinação de Maomé depois de passar por Meca e Medina. A Mesquita de Al-Aqsa, na Cidade Velha de Jerusalém, é o terceiro local mais sagrado do Islã”, ensina o professor Arthur Lira.

O que cada nação reivindica?

As grandes guerras do Século XX foram determinantes para as disputas que acontecem até os dias atuais. O território estava sob domínio do Império Otomano, que foi derrotado na Primeira Guerra Mundial, que aconteceu de 1914 a 1918. A partir da queda do Império, o território foi desmembrado, ocasionando o nascimento de vários países naquela região, sendo o principal deles a Turquia. A partir desse momento, segundo Arthur Lira, o Reino Unido assumiu o controle do território palestino, que, na época, possuía uma minoria judaica e uma maioria muçulmana.

“Com o período entre guerras e a Segunda Guerra Mundial, muitos judeus (inclusive fugindo do Holocausto nazista) migraram para a região, motivados pelo 'sionismo', movimento surgido no Século XIX que defendia o direito à autodeterminação do povo judeu e a criação de um estado judaico independente no território onde, historicamente, existiu o antigo Reino de Israel”, elucida.

Em 1947, a Organização das Nações Unidas (ONU) lançou o plano de criação do Estado de Israel, que só foi oficializada no ano seguinte, dividindo assim a Palestina em dois Estados: um árabe e um judeu, e Jerusalém uma cidade internacional, sem o domínio direto de um ou outro.

Segundo o professor Pedro Botelho, esse fatou gerou um grande problema, pois a ONU criou uma nação em cima de outra. “Os árabes, maioria na Palestina, não aceitaram o projeto da ONU, iniciando uma série de disputas políticas. Em 1948, com os inúmeros impasses sobre a divisão, os ingleses saíram da região e foi fundado o Estado de Israel. O Estado da Palestina não foi criado. E a oposição Árabe fez culminar uma série de conflitos que se estende até os dias de hoje. Em 1987, foi criado o Hamas, um braço político e militar do movimento islamista palestino, visto ora como uma resistência às arbitrariedades ao Estado de Israel, ora como uma movimento radical”, explica Arthur Lira.

Após inúmeros impasses, a Palestina foi reconhecida oficialmente pela ONU como Estado da Palestina e se tornou um estado de jure - expressão em latim que significa pela lei ou pelo direito -, reivindicando soberania sobre os territórios da Cisjordânia e da Faixa de Gaza e designando Jerusalém Oriental como sua capital. “Há décadas, os israelenses têm ocupado áreas habitadas por palestinos por meio de assentamentos, tanto em Jerusalém Oriental quanto na Cisjordânia, territórios dos palestinos. A recente ocupação do Estado de Israel em locais reivindicados pelos palestinos fez renascer esses conflitos, que, na verdade, nunca deixaram de existir. A questão 'Palestina-Israel' sempre foi uma ferida aberta no Oriente Médio”, diz o educador Arthur.

Acordos e tratados históricos entre as nações

Os conflitos entre Israel e Palestina são complexos e extremamente delicados devido ao valor político, econômico e simbólico do território para ambos. Em sua história, já houve tentativas de acordo entre as duas nações, como também planos de paz e tréguas, mas, no final, os dois países acabam voltando a guerrear.

“Em 1978 tivemos uma tentativa de paz que vai ser muito simbólica, que são os acordos de Camp David, que aconteceram nos Estados Unidos. Vamos ter, por exemplo, o presidente Jimmy Carter tentando intermediar essa relação, que não vai dar tão certo. Temos também o Egito minimizando a discussão e sua pressão contra os judeus, especialmente tentando reaver o território do Sinai, que acaba voltando ao país que se compromete a não tomar tanto partido em disputas contra Israel. Também acontecem vários conflitos entre Israel e outros territórios”, conta o professor de história Marlyo Ferreira.

Dentre as tentativas de negociação, a mais significativa foi o Acordo de Oslo, em 1993. De acordo com o educador Arthur Lira, esse tratado de paz, mediado na época pelo presidente dos Estados Unidos Bill Clinton, teve a participação do então líder da autoridade palestina, Yasser Arafat, e o então primeiro-ministro israelense, Yitzhak Rabin. “No acordo, as lideranças políticas de Israel e Palestina se comprometiam em unir esforços para a realização da paz entre os povos. Estabeleceram diálogos sobre o término dos conflitos, a abertura das negociações sobre os territórios ocupados, a retirada de Israel do sul do Líbano e conversações sobre a questão de Jerusalém. O acordo fez Yasser Arafat e Yitzhak Rabin levarem o Nobel da paz, em 1994, além do ministro israelense de relações exteriores, Shimon Peres. Porém, em 1995 Rabin foi assassinato por extremistas israelenses contrários ao acordo de Oslo. Os sucessores de Rabin não estabeleceram tratativas efetivas sobre a questão”, detalhou.

Como essas questões podem aparecer nas provas?

Os conflitos entre Palestina e Israel costumam, segundo o professor Arthur, aparecer no Sistema Seriado de Avaliação (SSA) 3, da Universidade de Pernambuco (UPE), e nos principais vestibulares do país, como o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). “O tema é a cara do Enem por sua transdisciplinaridade, que aborda questões históricas, sociais, culturais e da geografia política do Oriente Médio”, comenta.

De acordo com o educador, o Enem gosta de abordar questões que falam sobre o presente desse conflito, mas aconselha os estudantes ficarem de olho nas disputas históricas dessas nações pelo território. “Passando por acontecimentos como o surgimento das religiões monoteístas no mundo antigo, a expansão islâmica na idade média, as grandes guerras do Século XX e os conflitos da contemporaneidade, como esses que estamos vendo nos jornais”, elenca.

Para exemplificar como os acontecimentos históricos desse conflito entre Israel e Palestina podem aparecer nas provas, o professor de história Arthur Lira, em entrevista ao LeiaJá, listou algumas questões.

Veja: 1 - (SSA 3 – UPE 2013)

Com a fundação do Estado de Israel, em 1948, instaura-se um novo ator nos conflitos vivenciados no Oriente Médio. Dentre os conflitos a seguir, qual deles não tem uma relação direta com o Estado de Israel?

A) Guerra dos Seis Dias

B) Guerra do Yom Kippur

C) Guerra do Suez

D) Guerra do Golfo

E) Guerra de Atrito

Resposta: “A única questão que não corresponde ao tema trabalhado é a Guerra do Golfo, conflito militar travado entre o Iraque e forças da Coalizão internacional, liderada pelos Estados Unidos e patrocinada pela ONU em 1991. Gabarito letra D”.

2 - (Enem 2017)

Palestinos se agruparam em frente a aparelhos de televisão e telas montadas ao ar livre em Ramalah, na Cisjordânia, para acompanhar o voto da resolução que pedia o reconhecimento da chamada Palestina como um Estado observador não membro da Organização das Nações Unidas (ONU). O objetivo era esperar pelo nascimento, ao menos formal, de um Estado palestino. Depois da aprovação da resolução, centenas de pessoas foram à praça da cidade com bandeiras palestinas, soltaram fogos de artifício, fizeram buzinaços e dançaram pelas ruas. Aprovada com 138 votos dos 193 da Assembleia-Geral, a resolução eleva o status do Estado palestino perante a organização. Palestinos comemoram elevação de status na ONU com bandeiras e fogos. Disponível em: http://folha.com. Acesso em: 4 dez. 2012 (adaptado). A mencionada resolução da ONU referendou o(a)

A) delimitação institucional das fronteiras territoriais.

B) aumento da qualidade de vida da população local.

C) implementação do tratado de paz com os israelenses.

D) apoio da comunidade internacional à demanda nacional.

E) equiparação da condição política com a dos demais países.

Resposta: “A ONU não tem poder de definir o território, estabelecer regras, alterar ou definir acordos, mas correspondendo ao apoio da comunidade internacional à demanda nacional palestina, do reconhecimento enquanto Estado da Palestina. O Estado da Palestina é reconhecido por 138 dos 193 membros da ONU, entre eles o Brasil. Gabarito letra D”.

O Exército israelense bombardeou implacavelmente a Faixa de Gaza neste domingo (16), matando pelo menos 33 palestinos, incluindo oito crianças, e visando a casa de um líder do Hamas, no 7º dia de um conflito de "intensidade sem precedentes", segundo a Cruz Vermelha Internacional.

Os grupos armados palestinos, incluindo o Hamas no poder em Gaza, dispararam mais de 3.000 foguetes contra Israel desde o início, em 10 de maio, deste novo ciclo de violência, de acordo com o Exército israelense, que ressaltou que grande parte foi interceptada. Esta é a maior taxa de foguetes disparados contra o território israelense, segundo os militares.

Os novos bombardeios acontecem horas antes de uma reunião do Conselho de Segurança da ONU, cujos membros foram instados pelo Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV) "a exercer influência máxima para encerrar as hostilidades entre Gaza e Israel".

"A intensidade deste conflito é algo que nunca vimos antes, com ataques aéreos implacáveis contra Gaza, que é um território densamente povoado, e foguetes atingindo grandes cidades de Israel, resultando na morte de crianças em ambos os lados", denunciou Robert Mardini, diretor-geral do CICV.

O papa Francisco advertiu sobre a "espiral de morte e destruição", considerando a perda de vidas inocentes "terrível e inaceitável".

Desde a madrugada deste domingo, 33 palestinos, incluindo 8 crianças, foram mortos, segundo as autoridades locais, em bombardeios israelenses em Gaza, um enclave pobre de dois milhões de habitantes sob bloqueio israelense há quase 15 anos.

Desde 10 de maio, 181 palestinos morreram, incluindo 52 crianças, e 1.225 ficaram feridos, de acordo com o último balanço fornecido pelas autoridades palestinas.

Nas últimas horas, 120 foguetes foram disparados de Gaza contra Israel, mas dezenas foram interceptados.

Em Israel, dez pessoas foram mortas, incluindo uma criança, e 282 feridas, em disparos de foguetes palestinos desde segunda-feira.

- Reuniões da ONU e da UE -

Alcançando um novo nível em sua guerra contra o Hamas, o Exército israelense anunciou no Twitter que havia "atacado a casa de Yahya Sinouar e de seu irmão, um militante terrorista", postando um vídeo mostrando uma residência destruída envolvida numa nuvem de poeira.

O destino desse chefe do gabinete político do Hamas em Gaza, porém, não foi informado.

Enquanto os protagonistas do conflito permanecem surdos aos apelos internacionais pelo fim das hostilidades, as negociações diplomáticas estão se intensificando, com uma reunião virtual do Conselho de Segurança marcada para 14h00 GMT (11h00 de Brasília).

Por sua vez, uma delegação americana, liderada pelo enviado especial Hady Amr, se encontrou com o ministro da Defesa israelense, Benny Gantz.

"Expressei a eles meu profundo apreço pelo apoio americano ao direito e dever de Israel de se defender contra ataques terroristas. Disse-lhes que, ao contrário de nossos inimigos, temos o cuidado de atacar apenas alvos militares, com o objetivo de restaurar a segurança e a calma", escreveu Gantz no Twitter.

Uma reunião ministerial da União Europeia está marcada para terça-feira.

No sábado, dez palestinos, incluindo oito crianças, de uma mesma família, morreram em um ataque israelense em Gaza.

Mais tarde, um israelense foi morto nos arredores de Tel Aviv na explosão de foguetes palestinos.

- Imprensa -

E um prédio de 13 andares que abrigava os escritórios da emissora Al Jazeera, do Catar, e da agência de notícias Associated Press (AP), dos Estados Unidos, foi destruído em um ataque israelense.

Segundo o Exército, que já havia solicitado a evacuação do prédio, o imóvel abrigava "entidades pertencentes à inteligência militar" do Hamas.

A direção da AP se disse "chocada e horrorizada". A Al Jazeera acusou Israel de querer "silenciar aqueles que mostram a destruição e morte".

A AFP expressou sua "solidariedade" aos "colegas da PA e da Al Jazeera".

O conflito começou em resposta aos foguetes do Hamas contra Israel, disparados em "solidariedade" com as centenas de palestinos feridos em confrontos com a polícia israelense em Jerusalém Oriental. Na origem da violência, a ameaça de expulsão de famílias palestinas em benefício de colonos israelenses neste setor palestino ocupado por Israel há mais de 50 anos.

As hostilidades se espalharam para a Cisjordânia, outro território palestino ocupado por Israel desde 1967, onde confrontos com o exército israelense deixaram 19 palestinos mortos desde 10 de maio.

Em seu território, Israel também foi confrontado a vários dias de violência sem precedentes e ameaças de linchamentos em suas cidades "mistas", onde vivem judeus e árabes israelenses.

O último confronto entre Israel e Hamas remonta ao verão de 2014. O conflito de 50 dias devastou a Faixa de Gaza e deixou pelo menos 2.251 mortos do lado palestino, a maioria civis, e 74 do lado israelense, quase todos soldados.

Um ataque israelense destruiu neste sábado um prédio na Cidade de Gaza que abrigava os escritórios de veículos de comunicação internacionais, como a agência de notícias Associated Press e o Al Jazeera. O movimento foi uma resposta a disparos feitos pelo Hamas nesta manhã contra Tel Aviv e outras áreas próximas.

Militares de Israel afirmaram que o prédio foi utilizado pelos serviços de inteligência militar do Hamas e que os caças só o alvejaram após alertarem os moradores a evacuarem o local. Em um comunicado na sua conta do Twitter, a Associated Press conta que o proprietário do prédio recebeu um telefonema orientando as pessoas que estavam no edifício a saírem e se protegerem antes do ataque.

##RECOMENDA##

O bombardeio ocorre em meio à escalada do conflito entre Israel e o grupo militar de Gaza, o Hamas. O conflito é o mais intenso desde a guerra vista em 2014 e começou com protestos palestinos contra a possível remoção forçada de moradores em áreas reivindicadas por israelenses na Jerusalém Oriental. Enquanto isso, potências regionais e internacionais, incluindo Estados Unidos, Egito e Catar, tentam mediar um cessar-fogo entre os dois lados.

A Alta Comissária das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Michelle Bachelet, disse em um comunicado publicado este sábado que "em vez de tentar acalmar as tensões, a retórica inflamada de líderes de todos os lados parece estar procurando excitar o conflito". Bachelet alertou que o lançamento "de um grande número de foguetes indiscriminados por grupos armados palestinos" contra Israel é uma clara violação do Direito Internacional Humanitário e equivale a um crime de guerra.

Segundo o Ministério da Saúde de Gaza, pelo menos 140 pessoas da cidade foram mortas, incluindo 39 crianças. Israel, por outro lado, diz que seus ataques mataram mais de 75 militares e que algumas mortes de civis em Gaza foram causadas por foguetes disparados contra Israel, que falharam e caíram em área palestina.

A Autoridade Palestina, presidida por Mahmoud Abbas, vai retomar a coordenação de segurança com Israel, suspensa desde maio, informou um ministro nesta terça-feira (17).

“Em virtude dos contatos internacionais de Mahmoud Abbas (...) e considerando os compromissos escritos e orais dos israelenses, vamos retomar as relações onde estavam em 19 de maio de 2020”, dia em que anunciou a suspensão desses acordos, declarou o ministro palestino de Assuntos Civis, Hussein al-Sheikh.

Mahmoud Abbas justificou o fim da coordenação de segurança em maio para protestar contra o projeto israelense atualmente suspenso para anexar áreas da Cisjordânia, um território palestino ocupado pelo exército israelense desde 1976.

Abbas disse então que seu governo não se sentia mais obrigado por "todos os seus acordos e ententes com os governos dos Estados Unidos e de Israel, e todas as suas obrigações com base nessas ententes e nesses acordos, incluindo aqueles relativos à segurança".

Essa decisão teve um impacto importante sobre a organização de transferência de pacientes palestinos para hospitais israelenses.

Ao interromper sua coordenação com Israel, a Autoridade Palestina também parou de receber transferências de taxas, especialmente alfandegárias, cobradas por Israel em nome desta instituição.

Privada de sua renda, a Autoridade Palestina teve que cortar o salário de seus servidores públicos, e em um período em que a economia palestina está muito paralisada devido à pandemia de covid-19.

Al-Sheikh não especificou se a retomada das relações com Israel ao ponto em que estavam antes de 19 de maio também significaria o retorno das transferências de taxas à Autoridade Palestina.

O anúncio chega às vésperas da chegada a Israel do chefe da diplomacia norte-americana Mike Pompeo. Os palestinos comemoraram a vitória do democrata Joe Biden nas eleições presidenciais dos Estados Unidos.

A Turquia acusou os Emirados Árabes Unidos de "trair a causa palestina" ao aceitar um acordo de normalização das relações com Israel, com mediação dos Estados Unidos.

"Enquanto trai a causa palestina para servir a seus pequenos interesses, os Emirados Árabes Unidos se esforçam para apresentar isto como uma espécie de sacrifício pelos palestinos", afirma um comunicado do ministério turco das Relações Exteriores.

Emirados Árabes Unidos e Israel anunciaram na quinta-feira a normalização das relações, como parte de um acordo histórico que converte a federação de sete emirados no terceiro país árabe com o qual o Estado israelense mantém relações diplomáticas, após os acordos assinados com Jordânia (1994) e Egito (1979).

O acordo, anunciado pelo presidente americano Donald Trump, contempla que Israel renuncie ao plano de anexação de territórios palestinos da Cisjordânia ocupada.

"A História e a consciência dos povos da região nunca esquecerão esta hipocrisia e nunca a perdoarão", completa a nota do ministério turco.

Fervoroso defensor da causa palestina, o presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, critica de maneira habitual os países árabes, que na sua visão não adotam uma atitude suficientemente firme ante Israel.

Um homem de 30 anos escalou o muro de um hospital na Palestina, para se despedir da mãe, internada com Covid-19. Jihad Al-Suwaiti subiu a parede da Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Estadual Hebron e sentou-se ao lado da janela do quarto em que sua mãe estava instalada para acompanhar seus últimos dias.

Segundo relatos locais, a mulher de 73 anos morreu em 16 de julho, pouco depois de seu filho ter escalado o muro para vê-la. As fotos da atitude de Jihad Al-Suwaiti foram compartilhadas por um diplomata da ONU chamado Mohamad Safa, no Twitter. "O filho de uma mulher palestina infectada com Covid-19 subiu ao quarto do hospital para sentar e ver sua mãe todas as noites até que ela falecesse", escreveu ele.

##RECOMENDA##

[@#video#@]

No mundo, há quase 15 milhões de contaminados pelo novo coronavírus e mais de 600 mil vítimas da doença. No Brasil, nesta terça-feira (21), as mortes já passaram de 80 mil.

O papa Francisco doou 10 ventiladores pulmonares para hospitais na Síria, em parceria com a Fundação AVSI, para ajudar na recuperação de pessoas infectadas pelo novo coronavírus (Sars-CoV-2), informou o Vaticano neste sábado (18).
    Os aparelhos serão distribuídos nas três unidades do projeto "Hospitais Abertos" da entidade no país. Também foram enviados três respiradores para o hospital São José, de Jerusalém.

O Pontífice enviou ainda uma série de kits de testes de diagnóstico da Covid-19 para organizações médicas que atuam na Faixa de Gaza e uma contribuição financeira - que não teve o valor divulgado - para as atividades do Hospital Sagrada Família de Belém.

##RECOMENDA##

Essas foram as primeiras doações do líder da Igreja Católica para o recém-criado Fundo de Emergência para as Igrejas Orientais, criado pelo Vaticano. Desde o início da pandemia do novo coronavírus, o Papa fez uma série de doações de equipamentos e de dinheiro para hospitais e para a Caritas da Itália. Entre elas, está uma doação de 100 mil euros para a ONG religiosa, 60 mil euros para um hospital de Bergamo, que fica em uma das províncias mais afetadas pela pandemia, e de 30 respiradores para diversos hospitais italianos.

Da Ansa

Jerusalém vai continuar "a capital indivisível de Israel", disse nesta terça-feira o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ao apresentar seu plano para resolver o conflito entre Israel e palestinos.

O chefe de Estado não detalhou quais fronteiras estão previstas para a capital israelense, durante um discurso na Casa Branca, durante o qual também falou de uma capital do Estado palestino em Jerusalém Oriental.

Os palestinos desejam fazer de Jerusalém Oriental, a parte da cidade ocupada desde 1967 por Israel e depois anexada, a capital do futuro Estado a que aspiram.

Em sessão especial para comemorar os 40 anos de relações diplomáticas entre Brasil e Palestina no Senado, o embaixador da Palestina, Ibrahim Mohamed Khalil Alzeben, relembrou o esforço do Brasil pela paz no Oriente Médio. Ele pediu que o atual governo reafirme o compromisso pela defesa do direito de autodeterminação do povo palestino.

“Reconhecemos as contribuições dos presidentes José Sarney, Fernando Collor de Mello, Itamar Franco, Fernando Henrique Cardoso, Luiz Inácio Lula da Silva, Dilma Rousseff, Michel Temer, dos chanceleres e diplomatas brasileiros e de funcionários do Itamaraty. E o que esperamos do senhor presidente Jair Bolsonaro? Juntar-se ao esforço tradicional deste grande Brasil. Viva a amizade entre Brasil e Palestina”, disse Alzeben durante a sessão.

##RECOMENDA##

O representante da Palestina afirmou que o apoio do Brasil é fundamental pelo papel que desempenha no cenário mundial e destacou que “quase todos” os líderes mundiais apoiam o pleito palestino de criação de um Estado próprio.

“Todos acompanhamos a sessão atual da Assembleia Geral das Nações Unidas. Quase (insisto na palavra “quase”) todos os discursos de líderes mundiais coincidem em seu apoio à solução de dois Estados. Todos coincidem com a posição oficial palestina de que o conflito provocado pela ocupação é político e territorial, e não religioso, e de que a solução é política”, defendeu Alzeben, que agradeceu ao presidente do Senado, Davi Alcolumbre, e ao senador Esperidião Amin (PP-SC) pela homenagem.

O histórico de amizade entre Brasil e Palestina também foi relembrado pelo presidente da Federação Árabe Palestina do Brasil, Ualid Hussein Ali Mohd Rabah.

“Apostamos muito que o Brasil saberá seguir seu caminho inexorável de superpotência e contribuirá para que tenhamos um mundo mais justo para os povos, inclusive para o povo palestino. O Brasil e a Palestina devem seguir juntos, porque seus sonhos só se realizam num novo mundo. O Brasil será maior num mundo em que a Palestina seja livre”, defendeu.

Dois Estados

Representando o governo, o diretor do Departamento de Oriente Médio do Ministério das Relações Exteriores, Sidney Romero, disse que o Brasil quer uma solução “justa e abrangente” para o conflito Israel-Palestina.

“Em mais de uma ocasião neste ano, expressamos nosso apoio a uma solução de dois Estados. O Brasil apoia uma solução que, além de justa e abrangente, seja efetiva e definitiva. Esperamos que abordagens inovadoras tragam consigo a virtude de destravar as discussões em torno dos temas mais delicados do conflito”.

Segundo Romero, a visita de Jair Bolsonaro ao Oriente Médio em outubro demonstra a importância que o governo brasileiro confere ao relacionamento com todo o mundo árabe.

“Nossos laços culturais, econômicos e políticos com o mundo árabe são inquebrantáveis. A visita do presidente Jair Bolsonaro à Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos e Catar, em outubro próximo, a ser realizada ainda em seu primeiro ano de mandato, reforça, inequivocamente, a importância de nosso relacionamento com os países da região”, disse.

Esperidião Amin foi o autor do pedido de homenagem. Ele destacou que o Estado brasileiro sempre foi um defensor da autodeterminação e da soberania do povo palestino. Em 2010, o Brasil reconheceu oficialmente o Estado da Palestina, levando outros países da América Latina a fazer o mesmo, apontou o senador.

“Desejamos a paz entre palestinos e israelenses e uma vida melhor, cheia de prosperidade, para todos os povos do mundo e, especialmente, para os povos da região. Para isso, podem sempre contar com o Brasil”, afirmou.

*Da Agência Senado

 

Uma maquiadora palestina de 21 anos foi assassinada pelo próprio irmão a mando do pai. O homicídio ocorreu na quinta-feira (29), em Belém, na Cisjordânia. A ONG Adalah, defensora dos direitos humanos, declarou que se trata de um “crime de honra”.

Israa Ghrayeb foi espancada e torturada pelo irmão Ihab, aponta a imprensa palestina. A suposta motivação do assassinato se deu pelo fato da jovem publicar um vídeo ao lado do namorado. Para os familiares, a demonstração pública de afeto antes do casamento é tida como desonra.

##RECOMENDA##

A princípio, Israa caiu da janela do segundo andar da casa da família ao tentar fugir do irmão. Entretanto, parentes alegam que ela se jogou por estar "possuída pelo demônio".

Nas redes sociais, Israa afirmou que passaria por uma cirurgia na medula espinhal e não trabalharia por aproximadamente dois meses. A maquiadora chegou a ser agredida enquanto estava internada no hospital, segundo a mídia local.

Ela morreu em casa, mas detalhes sobre o fato ainda não foram esclarecidos. A família aponta que ela sofreu um ataque cardíaco. Sua morte repercutiu nas redes sociais e levantou a hashtag #WeAreAllIsraa.

 

Israel destruiu nesta segunda-feira casas palestinas que considera ilegais no sul de Jerusalém, perto do muro de separação que isola a Cidade Santa da Cisjordânia ocupada, uma operação denunciada pela ONU, pela UE e pela Autoridade Palestina.

Dezenas de militares e policiais israelenses cercaram pelo menos quatro edifícios na área de Tsur Baher, um bairro entre Jerusalém e a Cisjordânia, o território que Israel ocupou e anexou em 1967, uma decisão que nunca foi reconhecida pela comunidade internacional.

Os moradores foram evacuados e os jornalistas tiveram que sair antes que uma escavadeira começasse a demolição.

"Eu quero morrer aqui", gritou um homem, depois de ser evacuado à força.

"Quando a casa for destruída, estaremos na rua", lamentou à AFP Ismail Abadiyeh, 42 anos, que mora com seus quatro filhos em um dos edifícios ameaçados.

Um prédio não concluído de oito andares também foi parcialmente destruído com explosivos.

Israel alega que os edifícios foram construídos muito próximos da barreira de separação que começou a ser erguida em 2002, durante a violência da segunda Intifada (rebelião palestina), para se proteger de ataques vindos da Cisjordânia ocupada.

Por sua parte, os palestinos acusam o governo israelense de usar a segurança como um pretexto para forçá-los a deixar a área e aumentar os assentamentos israelenses. Além disso, denunciam uma violação de todos os acordos assinados com Israel.

Mahmud Abbas, o presidente palestino, condenou as demolições, como "uma escalada perigosa contra o povo palestino indefeso".

"Primeiro, Israel ocupa a terra militarmente, depois constrói aquele muro horrível do 'apartheid' e decide demolir as casas palestinas, construídas em terras palestinas com autorizações judiciais palestinas, devido à proximidade do muro", disse o líder palestino Hanan Ashrawi no Twitter.

"Esta operação busca cortar Jerusalém de Belém (no sul da Cisjordânia)", diz Walid Assaf, o ministro palestino encarregado de monitorar os assentamentos israelenses.

- Risco para a segurança-

O ministro da Segurança Pública de Israel, Gilad Erdan, acusou os palestinos de "mentir" alegando que as demolições foram endossadas pela Suprema Corte de Israel após um longo processo.

"As estruturas foram construídas ilegalmente perto da barreira de segurança e constituem um risco para as vidas de civis e forças de segurança", tuitou Erdan.

O ministro da Segurança Pública de Israel, Gilad Erdan, acusou os palestinos de mentir ao alegar que as demolições foram endossadas pela Suprema Corte de Israel após um longo processo.

"As estruturas foram construídas ilegalmente perto da barreira de segurança e constituem um risco para as vidas de civis e forças de segurança", tuitou Erdan.

Para os palestinos, essa barreira, de até nove metros de altura, é um "muro do apartheid" que dificulta sua vida cotidiana.

Em 18 de junho, as autoridades israelenses informaram aos moradores do Bairro de Tsur Baher sobre sua intenção de demolir suas casas no prazo de 30 dias para evacuar ou local.

Em 18 de junho, as autoridades israelenses informaram moradores do bairro de Tsur Baher sobre sua intenção de demolir suas casas e deram a eles 30 dias para evacuar o local.

Segundo o Gabinete para a Coordenação dos Assuntos Humanitários das Nações Unidas (Ocha), esta decisão afeta dez edifícios, a maioria dos quais ainda estão em construção, incluindo cerca de 70 apartamentos.

Cerca de 350 pessoas serão afetadas, segundo o organismo.

"O deslocamento, principalmente dos mais vulneráveis, é traumático e tem consequências duradouras", alertou a ONU, antes do início das demolições.

A União Européia (UE) pediu a Israel que "pare imediatamente com as demolições em andamento", já que essa política "enfraquece a viabilidade da solução de dois Estados e as perspectivas de uma paz duradoura".

A Anistia Internacional, por sua vez, considerou que as demolições "fazem parte de uma política israelense sistemática para deslocar à força os palestinos".

Cerca de 20 diplomatas de 20 países, a maioria europeus, foram em 16 de julho a esse bairro na região de Jerusalém, onde várias autoridades palestinas pediram para que impedissem a demolição.

Os habitantes de Tsur Baher temem que outros cem edifícios em seu bairro estejam em risco.

As autoridades israelenses frequentemente destroem o que consideram construções ilegais de casas palestinas em Jerusalém Oriental e na Cisjordânia ocupada.

Líderes palestinos rejeitaram um plano de paz formulado pelos EUA. A primeira parte do acordo, divulgada na segunda-feira (20), prometia investimentos de bilhões de dólares em infraestrutura nos territórios ocupados em troca de concessões em disputas históricas com Israel.

O presidente dos EUA, Donald Trump, e seu genro, Jared Kushner, anunciaram no domingo (19) que os detalhes serão divulgados numa conferência econômica internacional no Bahrein, no final de junho.

##RECOMENDA##

O fórum econômico, que se chamará "Paz para a Prosperidade", será na capital, Manama, nos dias 25 e 26 de junho, segundo comunicado conjunto dos governos de Bahrein e dos EUA, divulgado pela agência oficial BNA.

Segundo o jornal The New York Times, este seria o primeiro passo do plano de Trump e de Kushner, que o presidente americano chama de "acordo do século". A ideia seria garantir compromissos financeiros de países ricos do Golfo Pérsico, principalmente Arábia Saudita e Emirados Árabes, assim como doadores de Europa e Ásia, para induzir os palestinos e seus aliados a fazer concessões políticas para resolver o conflito de décadas com Israel.

A Casa Branca indicou que está buscando dezenas de bilhões de dólares, mas não informou um número preciso. Segundo o NYT, a meta seria chegar a US$ 68 bilhões em ajuda para a região, incluindo também Egito, Líbano e Jordânia.

Trump e Kushner decidiram revelar seu tão esperado plano de paz em estágios, começando com o componente econômico. Somente após "ter um plano de investimentos", o governo americano passaria para os elementos políticos.

Diplomatas e veteranos de negociações anteriores entre israelenses e palestinos expressaram ceticismo com a iniciativa de Trump. As conversações de paz estão estancadas desde 2014. Segundo eles, o principal problema do plano é ignorar as questões mais espinhosas das negociações: a criação de um Estado palestino, as fronteiras e os territórios ocupados na Cisjordânia, Jerusalém como capital e o direito de retorno dos refugiados palestinos.

Aaron David Miller, um ex-negociador de paz no Oriente Médio, em governos republicanos e democratas, disse que a medida é "necessária, mas insuficiente". "Estão colocando o carro na frente dos bois. O que torna um plano atraente é o pacote completo. Como fica a situação de Jerusalém?", questionou Miller. "Eles podem até adiar a discussão sobre questões importantes, mas vão perder poder de barganha, e não ganhar."

O chanceler da Autoridade Palestina, Riyad al-Maliki, afirmou que a proposta dos EUA "não é um plano de paz, e sim condições para uma rendição" da parte palestina. "Não fomos informados por nenhuma parte da reunião anunciada para o Bahrein", disse Saeb Erekat, secretário-geral da Organização para Libertação da Palestina (OLP).

O presidente palestino, Mahmoud Abbas, recusou voltar à mesa de negociação enquanto Israel não cumprir várias condições, entre elas o fim da expansão dos assentamentos nos territórios palestinos ocupados - medida improvável diante das promessas do primeiro-ministro israelense, Binyamin Netanyahu, durante a campanha eleitoral nos últimos meses.

Recentemente, Trump cortou a ajuda dos EUA aos palestinos na Cisjordânia e em Gaza. O plano não pretende mudar este cenário: a maior parte dos fundos viria de outras nações, principalmente de países do Golfo Pérsico.

Até agora, porém, nenhuma nação confirmou participação no encontro nem se comprometeu com investimentos. O plano também não explica quais entidades palestinas receberiam esse dinheiro.

"Os palestinos e muitos países árabes não aceitariam um plano como esse, que não prevê soluções para os problemas fundamentais da crise entre palestinos e israelenses", diz ao jornal O Estado de S. Paulo o cientista político Tamir Sheafer, da Universidade de Jerusalém. "Um plano econômico sem uma solução política de longo prazo seria visto pelos palestinos como uma tentativa de comprar seu silêncio, o que vai inviabilizar qualquer negociação. Não dá para comprar pessoas assim. Nenhuma quantidade de desenvolvimento vai substituir o direito de um povo de ser livre em uma terra própria."

Esta não é a primeira vez que Kushner tenta angariar bilhões de dólares para o desenvolvimento econômico no Oriente Médio. No ano passado, ele e o enviado da Casa Branca para a região, Jason Greenblatt, reuniram ministros das Relações Exteriores e organizações de fomento para uma conferência na Casa Branca sobre a reconstrução de Gaza. No entanto, uma nova crise entre Israel e o Hamas, grupo radical islâmico que controla Gaza, frustrou o projeto. (Colaborou Rodrigo Turrer)

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A ministra israelense da Cultura, Miri Regev, considerou neste domingo (19) um "erro" os dançarinos de Madonna exibirem bandeiras palestinas nas costas durante sua apresentação na final do concurso Eurovision.

"Foi um erro, não se pode misturar política com um evento cultural, com todo o respeito que devo a Madonna", disse Regev ao conselho semanal de ministros.

##RECOMENDA##

A ministra, que não compareceu à final do Eurovision no sábado (18) à noite em Tel Aviv, criticou o órgão de radiodifusão israelense Kan que, segundo ela, falhou em sua missão ao permitir que as bandeiras palestinas aparecessem na transmissão.

A estrela pop resistiu aos pedidos de boicote lançados por ativistas pró-palestinos, que denunciaram um ato cultural cujo objetivo, segundo eles, era esconder a realidade do conflito entre israelenses e palestinos.

"Nunca devemos subestimar o poder da música para unir as pessoas", disse Madonna antes de sua apresentação aos apresentadores que perguntaram a ela sobre a mensagem que gostaria de transmitir.

Não se sabe se Madonna sabia que alguns de seus dançarinos iriam subir ao palco com bandeiras israelenses e palestinas.

Além disso, durante o anúncio dos resultados, os membros do grupo islandês Hatari, conhecido por sua oposição à ocupação israelense dos territórios palestinos, exibiram bandeiras palestinas, provocando vaias da plateia.

O holandês Duncan Laurence foi o vencedor do 64º Festival Eurovision com a balada "Arcade", dando ao seu país uma primeira vitória em 44 anos.

A chancelaria palestina afirmou neste domingo (31) que consultará seu embaixador no Brasil, Ibrahim Mohamed Khalil Alzeben, após o presidente Jair Bolsonaro anunciar, ao lado do premiê israelense, Binyamin Netaniahu, a abertura de um escritório de negócios em Jerusalém.

"(A abertura da representação) é uma violação flagrante ao povo palestino e seus direitos, bem como uma aprovação à pressão americana e israelense", afirmou o chanceler Riad Malki, segundo a agência palestina de notícias Wafa.

##RECOMENDA##

Malki disse que a medida tem como objetivo "perpetuar a ocupação, as atividades de assentamentos e a anexação da parte ocupada de Jerusalém", além de "impor à força" a lei israelense na região.

O ministro também reafirmou que os palestinos consideram Jerusalém como parte do território palestino ocupado por Israel na Guerra dos Seis Dias, em 1967, e que essas ações "não darão à ocupação (Israel) direitos sobre Jerusalém Oriental e seus arredores".

Bolsonaro anunciou neste domingo a abertura de uma representação do país em Jerusalém. A decisão, segundo o governo brasileiro, significa que a mudança da embaixada de Tel-Aviv foi temporariamente descartada, mas ainda é analisada.

O escritório brasileiro de negócios, no entanto, não terá status de Embaixada, esclareceu o porta-voz da Presidência da República, Otávio Santana do Rêgo Barros. "Vai tratar das questões de comércio, ciência e tecnologia como foi apresentado a vocês pela declaração", continuou.

A menos de uma semana da visita do presidente Jair Bolsonaro a Tel Aviv, o Itamaraty optou por votar contra uma resolução que estabelecia a necessidade de que as violações cometidas pelo governo de Israel fossem levadas à Justiça.

A resolução que condena o governo de Benjamim Netanyahu é o resultado de uma investigação realizada por uma comissão internacional que concluiu que soldados de Tel Aviv atiraram em manifestantes desarmados, matando cerca de 189 palestinos em 2018 e mais de 6 mil palestinos ficaram feridos em confrontos com as forças de Israel, entre março e dezembro de 2018. Os autores da resolução que contém mais de 250 páginas, alertaram que as forças de segurança de Israel cometeram violações de direitos humanos e direito humanitário.

##RECOMENDA##

A embaixadora do Brasil na ONU, Maria Nazareth Farani Azevedo, pediu 'moderação' por todos. Ao explicar a oposição à resolução, reconheceu que houve uma maior flexibilidade por parte dos palestinos na redação do texto, lamentou à violência e insistiu em demonstrar 'solidariedade' as vítimas, mas indicou que países têm direito de se defender, sempre que for de maneira proporcional. Segundo ela, isso não seria o suficiente para que o Brasil de Bolsonaro apoiasse o documento.

A votação acabou com a aprovação da resolução, apoiado por 28 países como Espanha, Chile, México e Peru. Se abstiveram Uruguai, Argentina, Reino Unido, Dinamarca e mesmo a Itália de Matteo Salvini, aliado de Bolsonaro.

Desde 2006, 29 resoluções contra Israel foram colocadas à votação no Conselho de Direitos Humanos da ONU. Os diferentes governos do Brasil - Luiz Inácio Lula da Silva, Dilma Rousseff e Michel Temer - votaram a favor de todas elas. Ainda em maio, sob o governo de Temer, o Brasil votou a favor da criação da investigação internacional, mas na gestão de Bolsonaro, decidiu votar contra.

Pela primeira vez o Brasil votou contra uma tradicional resolução. O voto vem um dia depois que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, defendeu que o país reconheça as Colinas de Golã como parte de Israel, contradizendo décadas da política externa americana e violando uma resolução da ONU sobre o caso.

Por Waleska Andrade

Uma família palestina foi expulsa de sua na Cidade Velha de Jerusalém, neste domingo (14), para que colonos israelenses entrem.

A decisão provocou confrontos entre os moradores do bairro, localizado do lado palestino de Jerusalém, e a polícia, pouco após uma dúzia de colonos israelenses entrarem no prédio protegidos por agentes.

Sete integrantes da família Abu Assab moravam na casa. Eles tinham recebido uma ordem de despejo que venceu em 12 de fevereiro, de acordo com a ONG israelense Ir Amim. Os Abu Assab moravam ali desde a década de 1960, de acordo com a ONG.

O prédio pertencia a uma família judia antes da guerra de 1948, data da criação de Israel, segundo a ONG israelense "Paz Agora", que luta contra a colonização de territórios palestinos por parte de Israel.

Expulsa de sua casa em outro bairro de Jerusalém em 1948, a família Abu Assab foi instalada nesta casa cujos habitantes judeus tinham fugido, disse a Paz Agora em comunicado.

Graças a uma lei israelense que permite o retorno de judeus a suas propriedades em Jerusalém Oriental, a parte palestina da cidade ocupada e anexada por Israel, colonos israelenses puderam se estabelecer após um processo em nome do proprietário da família judaica antes de 1948, segundo a ONH.

A anexação de Jerusalém Oriental nunca foi reconhecida pela comunidade internacional. Sob a lei israelense, os palestinos não podem reivindicar propriedades que abandonaram ou das quais foram expulsos em 1948.

"Moramos lá, é a minha casa, toda a minha vida", exclamou Rania Abu Assab, enquanto os colonos, que olhavam para a multidão, já estavam içando bandeiras israelenses no terraço.

Abu Assab disse que seu filho de 15 anos e seu marido foram presos após serem expulsos. A polícia israelense confirmou a prisão de duas pessoas por "interromperem as atividades policiais", sem especificar se elas foram libertadas desde então.

Atual campeã da Copa da Ásia, a seleção da Austrália decepcionou na estreia, neste domingo. Jogando em Al Ain, nos Emirados Árabes Unidos, o time australiano foi derrotado pela Jordânia por 1 a 0, na primeira surpresa da competição, que teve início no sábado.

O único gol da partida foi marcado 26 minutos do jogo. Após cobrança de escanteio na área, Anas Bani Yaseen escorou de cabeça e definiu a vitória da Jordânia num jogo de amplo domínio dos australianos.

##RECOMENDA##

A equipe da Jordânia terminou o confronto com apenas 24% de posse de bola. No segundo tempo, a pressão da Austrália foi ainda mais intensa, com uma bola na trave, de Awer Mabil, e um gol de Jamie Maclaren anulado por impedimento. Além disso, o goleiro jordaniano Amer Shafi precisou fazer ao menos duas grandes defesas no confronto.

"Esta derrota vai doer bastante, sei disso. Na verdade, já está doendo neste minuto", comentou o capitão da Austrália, Mark Milligan, ao fim do jogo.

Com o resultado, a Jordânia despontou na liderança do Grupo B. O time ainda foi beneficiado pelo empate sem gols entre Síria e Palestina, também neste domingo, pela mesma chave.

Em outro duelo deste domingo, a Índia goleou a Tailândia port 4 a 1, pelo Grupo A. Sunil Chhetri foi o grande destaque do jogo, com dois gols, sendo um deles em cobrança de pênalti. Anirudh Thapa e Jeje Lalpekhlua também balançaram as redes pela equipe indiana. Teerasil Dangda marcou o único gol tailandês.

O embaixador de Israel no Brasil, Yossi Shelley, concedeu uma entrevista à Empresa Brasil de Comunicação (EBC) no qual exaltou o presidente da República Jair Messias Bolsonaro (PSL). Na conversa, Shelley chego a dizer que é “incrível” o militar “mudar a História”. 

"O nome de Oswaldo Aranha foi significante para a criação do Estado de Israel. Agora Jair Bolsonaro é um segundo Oswaldo Aranha porque ele faz uma coisa incrível: é mudar a História", disse.

##RECOMENDA##

Durante a entrevista, o embaixador falou sobre a visita de Bolsonaro a Israel, que está prevista para acontecer em março deste ano. “Ele vai receber as honras de um rei. Eu prometo isso. Vou estar ao lado dele e vou segurar a mão dele. Amo o Brasil. Amo o povo de Israel”, ressaltou. 

Shelley também afirmou que será dado a Bolsonaro “carinho e amor”. “Ele vai conhecer empresas que fazem história, como Waze e Mobileye. Esperamos que ele leve 40 ou 50 empresários. Negócios se fazem entre homens de negócios. Há coisas grandes feitas com o governo, mas o mercado trabalha com empresário”, detalhou. 

No final de dezembro, no Brasil, Bolsonaro se reuniu com o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu. Na ocasião, ele chegou a dizer que iria discutir com Netanyahu os “novos rumos” para as duas nações. “As expectativas são as melhores para este momento inédito de nossa história”, ressaltou. 

O futebol pelo mundo não para nem no dia 24 de dezembro, véspera de Natal. Em preparação para a disputa da Copa da Ásia, em janeiro, nos Emirados Árabes Unidos, dois amistosos foram realizados no Jassim Bin Hamad Stadium, na cidade de Doha, no Catar. No primeiro jogo da rodada dupla, o Iraque derrotou a China por 2 a 1. Na sequência, o Irã ficou no empate por 1 a 1 contra a Palestina.

Ainda em 2018, as quatro seleções farão amistosos preparatórios para a Copa da Ásia. Nesta sexta-feira, novamente em Doha, o Iraque enfrentará a Palestina e a China jogará contra a Jordânia. O Irã voltará a campo somente no dia 31 contra o Catar, no Khalifa International Stadium, na capital catariana, que será uma das sedes da Copa do Mundo de 2022. Na mesma data, os palestinos terão pela frente o Quirguistão.

##RECOMENDA##

Na Copa da Ásia, a Palestina está no Grupo B junto com Austrália, Jordânia e Síria. Os sírios serão os rivais da estreia no dia 5 de janeiro, no Sharjah Stadium, em Sharjah. Já a China integra o Grupo C com Quirguistão (primeiro jogo no dia 6), Coreia do Sul e Filipinas.

Irã e Iraque estão no mesmo Grupo D da competição asiática. Os iranianos serão os primeiros a entrar em campo contra o Yemen, no dia 6, no Mohammed Bin Zayed Stadium, em Abu Dabi. No dia seguinte, os iraquianos jogarão contra o Vietnã.

O presidente da Palestina, Mahmoud Abbas, prometeu neste sábado implementar uma decisão judicial e dissolver o parlamento controlado pelo partido rival, o Hamas, o que provocou reações do grupo de ativistas islâmicos.

O anúncio de Abbas é o mais recente episódio na série de conflitos entre seu partido Fatah e o Hamas, que começou em 2007, quando o Hamas derrotou suas forças e assumiu o comando de Gaza, mantendo seu governo limitado a partes da Cisjordânia ocupadas por Israel.

##RECOMENDA##

Desde então, o Conselho Legislativo Palestino (CLP), onde o Hamas detém a maioria após uma vitória esmagadora em 2006 contra a Fatah, foi desativado em boa parte. Assim, a atuação da legislatura permaneceria simbólica, mantendo a divisão política entre Gaza e a Cisjordânia. "Recorremos ao Tribunal Constitucional, que decidiu dissolver o CLP e convocar eleições parlamentares em seis meses, e nós temos que executar essa decisão imediatamente ", disse Abbas em uma reunião da Organização de Libertação da Palestina em Ramallah.

Ele acusou o Hamas de bloquear os esforços egípcios para restaurar a unidade palestina, uma acusação que o Hamas nega veementemente. Abbas diz que a dissolução do parlamento visa pressionar o Hamas a aceitar propostas de reconciliação nacional.

O Egito negociou inúmeros acordos para acabar com a cisão palestina, mas nenhum foi totalmente implementado, com o Hamas e a Fatah trocando acusações sobre a responsabilidade do fracasso.

Em Gaza, legisladores do Hamas se reúnem no CLP, mas a maioria dos membros independentes e outros blocos parlamentares como o Fatah e a Frente Popular de Libertação da Palestina boicotam as sessões para protestar contra a desunião. As leis emitidas pelos legisladores do Hamas estão limitadas a Gaza.

Yehiha Moussa, parlamentar do Hamas, alertou que o fim do PLC "destrói o sistema político e abre as portas para o caos na arena palestina". O Hamas provavelmente ignorará a ordem judicial, insistindo que o CLP expira automaticamente somente após novas eleições gerais. Fonte: Associated Press.

Páginas

Leianas redes sociaisAcompanhe-nos!

Facebook

Carregando