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A Caixa acelerou a liberação de novos empréstimos para Estados e municípios do Nordeste depois que a reportagem do 'Estadão/Broadcast' procurou o banco para questionar o motivo da queda das operações para a região neste ano. O valor de novos empréstimos para a região triplicou na última semana para R$ 270 milhões.

Em 2019, até o dia 29 de julho, haviam sido autorizados menos de dez operações, totalizando R$ 89 milhões - cerca de 2,2% do total de R$ 4 bilhões autorizados para governadores e prefeitos de todo o País.

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Desde o dia 30, quando a reportagem questionou o banco, sete novos empréstimos para municípios do Nordeste entraram no sistema, no valor de R$ 46,9 milhões - duas operações para o município de Dias d Ávila, na Bahia, no valor de R$ 15 milhões; quatro operações para o município de Simões Filho, também na Bahia, no valor de R$ 25 milhões; e uma para o município de Oieiras, no Piauí, de R$ 6,9 milhões.

Ontem, 2, após a publicação da reportagem, o presidente da Caixa, Pedro Guimarães, ordenou celeridade na liberação do maior financiamento para o Nordeste no ano. Foram R$ 133 milhões para a prefeitura de São Luís (MA), destinados a obras de infraestrutura. O pedido do prefeito Edivaldo Holanda Júnior (PDT) havia sido feito no dia 9 de maio e, até então, não havia sido liberado. À noite, a Caixa aprovou o contrato para a prefeitura da capital maranhense.

Com isso, o total de novas concessões para o Nordeste neste ano passou para R$ 270 milhões. Assim, a Caixa elevou o porcentual de novos empréstimos para a região de 2,2% para 5,8%, nos últimos quatro dias. No total, a soma dos novos empréstimos feitos pela Caixa para todo o País neste ano aumentou para R$ 4,6 bilhões. O levantamento foi feito com base nos números do próprio banco e do sistema do Tesouro Nacional.

Em entrevista à rádio CBN, Guimarães afirmou que o banco não tinha uma política de redução de empréstimos para o Nordeste. "A Caixa é um banco matemático. Já conversei internamente. Não existe nenhum direcionamento. Isso não existe. Somos o banco de todos os brasileiros", disse o executivo, em entrevista à rádio CBN.

Segundo Guimarães, o valor desembolsado pela Caixa para a região representava algo entre 20% a 30% do que havia sido liberado pelo banco. O executivo, no entanto, não fez referências a novas operações, tema da reportagem.

Os desembolsos são diferentes das contratações porque estão relacionados a contratos que foram firmados em anos anteriores. A Caixa não contestou os números de contratações neste ano apresentados antes da publicação da reportagem.

Segundo apurou o Estadão/Broadcast com fontes do banco e da área econômica, a ordem para não contratar operações para os Estados e municípios do Nordeste veio de Guimarães. Sob condição de anonimato, elas confirmaram que ouviram a orientação em mais de uma ocasião.

Guimarães, no entanto, disse que a liberação de recursos sofre influências sazonais e a concessão dos empréstimos leva em conta os ratings dos Estados - ou seja, a qualidade de risco e as garantias atreladas. "Neste momento, inclusive, estamos analisando empréstimos relevantes para cidades e Estados do Nordeste de um volume muito maior do que de outro. Não tem nenhuma política. Pelo contrário", rebateu o presidente da Caixa, pela manhã.

Em 2018, a Caixa fechou R$ 6 bilhões em operações para os governos regionais, sendo cerca de R$ 1,3 bilhão (ou 21,6% do total) para o Nordeste. No ano anterior, o banco contratou R$ 7 bilhões, dos quais R$ 1,3 bilhão foi direcionado para governadores e prefeitos nordestinos (18,6% do total).

Explicações em 'viva-voz'

O presidente Jair Bolsonaro telefonou ontem para o presidente da Caixa, Pedro Guimarães, e colocou a ligação no viva-voz para que ele desse aos jornalistas explicações sobre reportagem do Estadão/Broadcast que mostrou o baixo número de empréstimos a Estados e municípios do Nordeste. Dados da própria Caixa e do sistema do Tesouro Nacional revelam que houve redução da concessão de novos empréstimos para a região neste ano.

Ao telefonar para o presidente da Caixa, Bolsonaro avisou que colocaria a conversa dos dois no viva-voz. Ao pedir "cola", ele justificou que os dados eram técnicos. "Não existe nenhuma indicação para não favorecer uma região ou outra", afirmou o presidente do banco.

Antes da "conversa pública", Bolsonaro revelou que havia pedido explicações para o presidente da Caixa mais cedo.

"Pedro, estou com uma penca de jornalistas aqui, que estão questionando a questão do porcentual pequeno de empréstimos para prefeituras da Região Nordeste. Posso botar no viva-voz?", perguntou. Para complementar: "A gente não faz discriminação, nem quem é o prefeito, qual partido daquela prefeitura, a gente discrimina."

Na ligação com o presidente, Guimarães disse não reconhecer o dado que consta no próprio site da instituição. "Esse dado não é algo que reconhecemos. Simplesmente pegaram um dado específico, mas vai ser normalizado. Mas se é 20%, 15%, essa é uma análise técnica. É matemática", disse.

Ao encerrar a ligação, Bolsonaro afirmou que "isso é igual o desmatamento", em referência a dados oficiais contestados por ele recentemente. A divulgação de dados feita pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), contestados por Bolsonaro, levou à saída do presidente Ricardo Galvão do cargo. A Caixa não contestou os dados da reportagem antes da publicação. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O presidente da Caixa Econômica Federal, Pedro Guimarães, afirmou que o banco não tem uma política de redução de empréstimos para o Nordeste. "A Caixa é um banco matemático. Já conversei internamente. Não existe nenhum direcionamento. Isso não existe. Somos o banco de todos os brasileiros", disse o executivo, em entrevista à rádio CBN nesta sexta-feira, 2.

As falas do presidente da Caixa foram referentes à matéria publicada na quinta-feira, 1º de agosto, pelo Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado) e nesta sexta-feira pelo jornal O Estado de S. Paulo. A matéria mostrou que o banco reduziu a concessão de novos empréstimos para o Nordeste neste ano, com base nos números da própria instituição e do sistema do Tesouro Nacional.

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A região teria recebido R$ 89 milhões, somatório de dez operações, que representam 2,2% do total de R$ 4 bilhões liberados até julho, volume menor do que em anos anteriores.

Segundo Guimarães, o valor desembolsado pela Caixa para o Nordeste "não chega nem perto deste número e é da ordem de 20% a 30% do que tem sido desembolsado" pelo banco. Explicou, contudo, que a liberação de recursos sofre influências sazonais e que a concessão de recursos leva em conta os ratings dos Estados, ou seja, a qualidade de risco de cada, e ainda as garantias atreladas.

O banco, conforme ele, não empresta a Estados sem garantia.

"Neste momento, inclusive, estamos analisando empréstimos relevantes para cidades e Estados do Nordeste de um volume muito maior do que de outro. Não tem nenhuma política. Pelo contrário", rebateu o presidente da Caixa.

Ele ainda citou o programa Caixa Mais Brasil, que consiste em visitar por 40 fins de semana estados Brasil afora e que foi iniciado justamente nas regiões Norte e Nordeste do País. "Claramente, a Caixa é o banco de todos os brasileiros e foca nisso, que é fundamental, em especial dos mais carentes. Isso é um acaso. Não é a realidade", concluiu Guimarães.

Após Joaquim Levy ter pedido demissão do cargo de presidente do BNDES, o ministro-chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, usou discurso em evento do setor de etanol em São Paulo para criticar recursos emprestados pelo governo brasileiro, durante as gestões petistas, por meio do banco de desenvolvimento, a países da África e da América Latina governados por partidos de esquerda.

"Há US$ 17,4 bilhões de recursos de impostos gerados pelos senhores e pelas senhoras que foram distribuídos a republiquetas africanas a latino-americanas, com uma única razão: fomentar projeto de poder latino-americano e continental, para fazer pátria grande dominada pelo pensamento socialista e comunista", disse, sem citar o banco nem Levy. "Até agora, há dívida de US$ 2,4 bilhões que não voltaram e eu duvido que voltem", acrescentou.

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Onyx disse que a ex-presidente Dilma Rousseff, no seu governo, quase destruiu o setor de etanol e, segundo ele, o Brasil do presidente Jair Bolsonaro respeita contratos e direito de propriedade. "Estamos libertando empresários brasileiros, aqueles que produzem, vamos resgatar o País", disse o ministro.

Dirigindo-se ao ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, presente no evento, disse que a Amazônia é, sim, o pulmão da humanidade, mas ressaltou que a floresta é "brasileira, não internacional". Salles é cobrado por Alemanha e Noruega, países que sustentam o fundo Amazônia.

Nem só com alarde é feita a saída de investimentos do mercado brasileiro, como ocorreu com o anúncio do fechamento da fábrica da Ford em São Bernardo do Campo (SP), feito no mês passado. Uma fuga discreta, à francesa, tem ocorrido entre as marcas internacionais de luxo com operações no País.

Estima-se que o número de marcas estrangeiras do segmento tenha diminuído em 25% no Brasil nos últimos três anos - no auge, o número passou de uma centena. A despedida silenciosa é resumida pelo movimento da Versace, que funcionou normalmente até o último Natal. Depois da data, ela baixou as portas de sua última loja ainda em operação no Brasil, localizada no Shopping Iguatemi, em São Paulo, e não as levantou mais. Sua partida teve algo de emblemático não apenas pelo silêncio, mas também porque, em uma longevidade rara, a marca estava no Brasil havia cerca de duas décadas.

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A despedida de marcas como Lanvin (roupas), Kate Spade (bolsas) e Vacheron Constantin (relógios) tem, claro, relação com as perdas causadas pelos anos de recessão ou crescimento fraco registrados a partir de 2014, mas não é só isso: boa parte das que deixaram o País são operações próprias dos grupos estrangeiros, que optaram por voo solo em vez de trabalharem com um parceiro local, modelo que era a regra até meados da década passada. Nem todos estavam preparados para esse movimento.

"No Brasil, com exceção de uma pequena parcela de consumidores argentinos e, mais recentemente, angolanos, as marcas de luxo vendem basicamente para brasileiros. Nós não somos como o México, que vende muito para americanos, e muito menos como os europeus, que vendem para gente do mundo todo, em particular os chineses", diz Claudio Diniz, coordenador executivo no Brasil do Núcleo de Luxo da Université de Paris e da Université d'Angers. "Além da carga tributária, que é um dos principais problemas do setor, o mercado brasileiro tem características muito próprias, com as quais eles não estão habituados, como as compras parceladas ou as diferenças regionais. Vender luxo em São Paulo é completamente diferente de vender no Rio, em Brasília ou Curitiba."

A retração do mercado de luxo brasileiro - pano de fundo da decisão do grupo suíço Richemont de encerrar ainda neste ano as operações no País das marcas de relojoaria IWC, Jaeger-LeCoultre, Panerai e Van Cleef, está na contramão do que ocorre no mundo. No fim do ano passado, a consultoria Bain & Company reportou um crescimento global de 5% da indústria em 2018, quando o faturamento chegou a € 1,2 trilhão.

Nas Américas, informa a consultoria, Canadá e México tiveram desempenho forte, "enquanto as incertezas políticas prejudicaram o desempenho do Brasil", aponta a Bain. Em 2015, o Brasil já havia perdido para o México o primeiro lugar no ranking da indústria do luxo, segundo a consultoria Euromonitor - e não recuperou. Em 2016 e 2017, o setor encolheu 14,6% e 8,5%, respectivamente. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A diretoria do Palmeiras está com empréstimos de jogadores encaminhados para reduzir o elenco e atingir o número de 30 atletas, como quer o técnico Luiz Felipe Scolari. Nesta quinta-feira (17), o clube fechou a ida do meia Vitinho para o São Caetano e encaminhou negociações para ceder o meia Hyoran ao Botafogo e o zagueiro Leandro Almeida para o Paraná.

Embora tenha iniciado a pré-temporada com 36 jogadores, o treinador prefere trabalhar com um número menor de opções para não ter atletas pouco utilizados no elenco. Por isso, desde o começo do ano a diretoria recebeu contatos e procurou facilitar as saídas. O próprio Felipão, por exemplo, conversou com o técnico Rogério Ceni, do Fortaleza, sobre a ida do zagueiro Pedrão.

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O elenco profissional tem mais de 40 jogadores vinculados ao clube. Alguns deles sequer chegaram a se apresentar a Felipão, por já não estarem nos planos da diretoria. O zagueiro Leandro Almeida, por exemplo, tem sido emprestado em sequência para outras equipes e deve ter como próximo destino o Paraná. O volante Arouca esteve no Vitória no ano passado e interessa ao Guarani.

Antes de Vitinho, o Palmeiras havia fechado os empréstimos de Artur (Bahia), Allione (Rosário Central), Papagaio (Atlético-MG) e Erik (Botafogo). Fora a possível saída de Hyoran ao Botafogo, a diretoria chegou a conversar com o Inter sobre a ida do lateral Fabiano. O zagueiro argentino Nico Freire, que nunca foi escalado por Felipão, recebeu sondagem para se transferir para o Peñarol.

O meia venezuelano Alejandro Guerra despertou o interesse do Cerro Porteño, do Paraguai. Porém, a conversa não avançou. O próprio jogador recusou a ideia. O Atlético-MG foi outro clube a ter planejado contar com Guerra, ao propor a chegada dele como contrapartida pela venda do lateral Marcos Rocha.

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico Social (BNDES) fechará 2018 com o menor número de empréstimos contratados dos últimos dez anos. É o que mostra um documento enviado para o governo de transição e apresentado nesta quinta-feira (13) pelo presidente da instituição Dyogo Oliveira.

Considerando a previsão para o encerramento do quarto trimestre, o desembolso do banco deve somar R$ 71 bilhões, o equivalente a 0,99% do Produto Interno Bruto (PIB) do país.

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O montante ficou pouco acima do valor contratado em 2017, de R$ 70,8 bilhões, mas menor que o percentual em relação ao PIB, que foi de 1,08% no ano passado. "Isso tem sua relevância, mas tem outros indicadores que são tão importantes quanto, como, por exemplo, o prazo para conclusão das transações e o número de operações em análise. As aprovações, por exemplo, estão crescendo 20% na comparação com o ano passado", afirmou o presidente do BNDES, que acrescentou que a queda do desembolso da instituição está relacionada à recessão econômica do país e o ajuste no tamanho dos bancos nos últimos anos.

Por outro lado, na área de infraestrutura houve aumento nos desembolsos feitos pelo BNDES. Segundo o diretor da área, Marcos Ferrari, os empréstimos para projetos de infraestrutura nas áreas de saneamento, transporte e energia somam, até a primeira semana de dezembro, aproximadamente R$ 19 bilhões, uma alta de 14% na comparação com 2017, quando somaram R$ 17,5 bilhões.

Já as aprovações de projetos de infraestrutura cresceram 80%, de janeiro a novembro, somando R$ 32 bilhões, ante R$ 21 bilhões no mesmo período do ano passado.

O Mercado Livre anunciou a captação de R$ 245 milhões com um fundo de direitos creditórios para financiar, por meio da unidade Mercado Crédito, pequenos empreendedores que atuam no site de compra e venda de produtos.

A captação foi liderada pelo BID Invest, braço do Banco Interamericano de Desenvolvimento, e pela gestora de recursos Captalys.

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"O valor destinado tem como objetivo impulsionar a oferta de crédito para os pequenos negócios, que hoje têm acesso limitado a crédito junto aos bancos", afirmou o gerente sênior do Mercado Crédito no Brasil, Daniel Stephens.

Criado em janeiro, o Mercado Crédito ressalta a estratégia do Mercado Livre de ampliar a oferta de serviços financeiros a partir de uma série de braços de negócios. Segundo a companhia, desde o início do ano de 2017 o Mercado Crédito já emprestou mais de R$ 665 milhões para vendedores brasileiros.

Em novembro, o Mercado Livre também recebeu autorização do Banco Central para atuar como instituição de pagamentos, permitindo que a companhia opere com outros serviços financeiros, como empréstimos a pessoas físicas.

O número de consumidores inadimplentes atingiu 63,29 milhões em maio, com crescimento de 2,78% em relação ao mesmo período do ano passado. Os dados do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) indicam a região Sudeste com o maior aumento no número de consumidores com o Cadastro de Pessoa Física (CPF) restrito para compras a prazo ou contração de crédito, com uma alta registrada de 8,07% em maio.

Nas demais regiões, o crescimento foi menor, com 2,95% no Nordeste, 2,27% no Centro-Oeste, 1,55% no Norte e 1,08% no Sul.

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A região Norte apresentou o maior percentual de inadimplentes: 48% da população adulta residente na região ou 5,80 milhões de devedores. Em seguida, aparecem as regiões Nordeste, com 17,45 milhões de negativados, ou 43% da população adulta; o Centro-Oeste, com um total de 4,94 milhões de inadimplentes (42% da população), o Sudeste, com 26,94 milhões inadimplentes (41%) e o Sul, com 8,15 milhões de inadimplentes (36%).

O presidente da CNDL, José Cesar da Costa, avalia que a inadimplência do consumidor continua alta, apesar de a recessão ter chegado ao fim. “Por mais que o país tenha superado a recessão, o mercado de trabalho continua desaquecido, os juros cobrados do consumidor ainda não caíram no mesmo ritmo da Selic e a perda de renda real dos últimos anos ainda não foi recuperada”, explica.

Faixa etária

O indicador aponta que a maior parte dos inadimplentes tem idade entre 30 e 39 anos (17,9 milhões de consumidores). Na sequência, estão os consumidores de 40 a 49 anos, que somam 14 milhões de inadimplentes; as pessoas de 25 a 29 anos, que juntas formam 7,9 milhões de negativados e, as idades mais avançada (faixa dos 65 a 84 anos de idade), que somam 5,4 milhões de pessoas com contas em atraso. A população mais jovem, que vai de 18 aos 24 anos, formam um contingente de 4,8 milhões de negativados, o que representa 20% dos brasileiros nessa faixa.

Os dados por setor credor indicam um crescimento das dívidas bancárias, que incluem cartão de crédito, cheque especial, empréstimos, financiamentos e seguros, cuja alta foi de 6,42%.

Também houve alta nas contas atrasadas com empresas do setor de comunicação, como telefonia, internet e TV por assinatura (5,14%). Já as compras realizadas no crediário no comércio e as contas de serviços básicos, como água e luz, apresentaram queda na quantidade de atrasos, com recuos de 9,49% e 4,79%, respectivamente.

A pesquisa SPC Brasil e a CNDL consultou capitais e interior das 27 unidades da federação.

O presidente Michel Temer deve passar por cima da decisão do Conselho de Administração da Caixa e liberar a concessão de empréstimos a Estados e municípios sem o aval do Tesouro, apenas com garantias de receitas tributárias. Essas transações são consideradas mais arriscadas para as instituições financeiras e viraram alvo de auditoria do Tribunal de Contas da União (TCU) após o ‘Estado’ revelar que o banco estatal estava aceitando garantias consideradas ilegais nessas operações.

Segundo apurou o Estadão/Broadcast, Temer vai blindar os bancos que concederem empréstimos com essas garantias. Com isso espera que, mesmo que o TCU considere ilegal o uso de receitas tributárias para a obtenção dos empréstimos, os bancos fiquem resguardados. Na queda de braço sobre esses financiamentos entre a diretoria da Caixa, presidida por Gilberto Occhi, e o Conselho de Administração do banco, que tem como presidente a secretária do Tesouro, Ana Paula Vescovi, o Palácio do Planalto optou pelo apoio a Occhi. A decisão tem potencial para acentuar a crise entre a Caixa e o Ministério da Fazenda.

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Em ano eleitoral, e com Temer disposto a disputar a reeleição, Planalto e governadores têm pressa para liberar esses empréstimos. Além da Caixa, o BNDES também recebeu a missão de garantir crédito barato para as administrações estaduais investirem em segurança pública.

A Advocacia-Geral da União já recebeu sinal do TCU de que o estoque de empréstimos já concedidos não será afetado, caso o tribunal mais tarde avalie que as garantias são ilegais. A ministra da AGU, Grace Mendonça, esteve ontem no TCU. O parecer apresentado pelo governo é sustentado por um relatório do Banco Central argumentando que não há risco nesses empréstimos, cuja inadimplência foi calculada em 0,1%.

Mesmo com a pressão política dos governadores e parlamentares, o Conselho de Administração da Caixa havia determinado a suspensão temporária à concessão dos empréstimos - muitos deles já prontos para a liberação.

Vinculação

A decisão de Temer vai vincular toda a administração pública. Ou seja, os demais bancos públicos poderão aceitar essas garantias, entre elas, receitas dos fundos de participação dos Estados (FPE) e dos municípios (FPM). A Constituição proíbe o uso dessas garantias e, por isso, o Ministério Público Federal pediu ao TCU a suspensão dos empréstimos. A cautelar ainda não foi apreciada pela Corte de contas, que pediu mais informações aos bancos e ao Banco Central.

O presidente do BC, Ilan Goldfajn, se reuniu nessa quarta-feira, 21, com o ministro do TCU, José Múcio, que analisa o pedido de cautelar. À saída do encontro, o presidente do BC disse que entregou o histórico das operações feitas com esse tipo de garantias. Ilan não quis dar detalhes. Mas, segundo apurou a reportagem, na reunião, Ilan destacou que essas operações são de menor risco e baixa inadimplência.

A área técnica do TCU está ouvindo os bancos antes de decidir sobre a cautelar. A avaliação até agora, segundo apurou o Estadão/Broadcast, é que não há subsídios para adotar a cautelar - uma medida restritiva - já que esse tipo de financiamento com garantia de receita futura vem sendo feita há muito tempo. Um técnico do TCU explicou que, por preocupação, o tribunal ainda não decidiu se concederá a cautelar.

Por isso, a necessidade de ouvir os bancos envolvidos e o BC. A Caixa, principal banco que faz esse tipo de empréstimo, ainda não enviou a documentação e deve pedir mais tempo. O banco quer protelar o envio dos dados porque aguarda o parecer de Temer. Grupos políticos aliados do presidente aguardam a liberação dos empréstimos que já estavam em andamento e são fundamentais para tocar empreendimentos dos governadores que buscam a reeleição. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O ministro da Fazenda Henrique Meirelles disse que o próximo empréstimo em análise para o Estado do Rio de Janeiro é de R$ 1 bilhão. A operação será lastreada em royalties do petróleo. No fim do ano passado, o governo fluminense havia fechado um financiamento bancário no valor de R$ 2,9 bilhões com base em ações penhoradas da Cedae, companhia de saneamento básico do Rio.

Apesar dessa operação ao governo fluminense que está em análise, o ministro comentou que ainda não foram solicitados recursos adicionais pelo Palácio da Guanabara no atual contexto de intervenção federal na segurança pública do Estado. Por enquanto, Meirelles comentou cabe ao governo estadual continuar pagando a folha de pagamento das polícias fluminenses. A União está direcionando recursos do Orçamento das Forças Armadas para a operação militar no Rio de Janeiro.

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Meirelles fez os comentários sobre a situação no Rio ao chegar em um evento sobre financiamento estudantil na Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) em Brasília.

O Tribunal de Contas da União (TCU) convocou o ex-ministro da Fazenda Guido Mantega e o ex-secretário do Tesouro Arno Augustin a darem explicações por terem concedido garantias da União a empréstimos a Estados que já apresentavam "evidente deterioração de sua capacidade de pagamento".

A área técnica da corte de contas apontou os dois como responsáveis pela prática adotada entre 2011 e 2014, que elevou o endividamento de governos estaduais já em péssimas condições financeiras e resultou no calote dado pelo Estado do Rio de Janeiro, um dos maiores beneficiados pela política de garantias facilitadas.

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Só em 2012, o Rio recebeu R$ 8,4 bilhões em garantias para empréstimos na Caixa, Banco do Brasil e organismos multilaterais, segundo a auditoria conduzida pelo TCU. A nota do Estado nessa época era "C", a penúltima na tabela de classificação de risco e que indica baixa capacidade de pagamento e elevado risco de inadimplência.

O calote se concretizou a partir de 2016, o que obrigou a União a honrar as dívidas no lugar do governo estadual. Por meio de seu advogado, Mantega disse que não comentaria o assunto. Arno Augustin não foi localizado. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O presidente do Insper, Marcos Lisboa, afirma que o uso da Caixa para financiar Estados e municípios repete a estratégia equivocada do passado, que faz com que o banco estatal sempre necessite de aportes do Tesouro Nacional.

O governo está retomando o uso dos bancos públicos para financiar Estados e municípios?

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Acho equivocado dar esses empréstimos. Nós já vivemos no Brasil vários momentos de bancos públicos em dificuldade por terem concedido crédito de forma exagerada, inclusive, no passado recente, para os próprios Estados e municípios. Na medida do possível, os Estados devem conseguir recursos no mercado pelas suas próprias pernas. A Caixa já atravessa um momento difícil, teve a sua rentabilidade prejudicada pelas operações estimuladas pela política dos últimos anos. Esse momento já deveria ter passado.

As indicações recentes mostram a repetição de um erro?

Tudo indica que sim. Acho inclusive que temos que começar a discutir se vale a pena ter banco público no Brasil, dado o fracasso que tem sido a utilização deles por parte dos gestores de política pública.

Qual é o risco das operações feitas sem garantia da União?

A gente está assistindo agora. A Caixa concedeu créditos, está com problemas para satisfazer requisitos regulatórios e ela está tendo que ter acesso a recursos da sociedade, nesse caso a proposta, que na minha visão é mais um equívoco, via recursos do FGTS.

Quando tem garantia da União, o Tesouro reembolsa o banco em caso de inadimplência. Sem garantia, é mais difícil?

Mas de qualquer maneira, a União é responsável pela solvência da Caixa. Se a Caixa tem problemas, quem tem que aportar recursos é a União. Isso já aconteceu várias vezes no passado, nos anos 90 a gente já atravessou problemas como esse. Agora mesmo estão usando um subterfúgio, que é um empréstimo do FGTS que é completamente equivocado, não é papel do FGTS emprestar recursos para a Caixa enfrentar dificuldades pela sua política equivocada de crédito.

É uma imprudência neste momento?

Acho que em qualquer momento. Bancos públicos, sobretudo quando é empréstimo para o poder público no Brasil, têm sido fonte de problemas. Acaba dando por razão errada, não porque é uma boa oportunidade, não porque é rentável ou tem boa política para ser executada, e com frequência resulta em problemas para o próprio setor público. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A Caixa Econômica Federal recebeu nos últimos três meses autorização para conceder R$ 2,5 bilhões em empréstimos a Estados e municípios sem garantias da União - uma operação que é mais arriscada para o banco. O aval do Tesouro para esse tipo de empréstimo ocorre no momento em que a Caixa busca um socorro de R$ 15 bilhões do FGTS para não ter de reduzir a concessão de crédito.

Desde outubro, os bancos oficiais - Caixa e Banco do Brasil - tiveram sinal verde para financiar ao todo R$ 5 bilhões a governadores e prefeitos em contratações com e sem aval da União, segundo levantamento feito pelo Estadão/ Broadcast, com dados do Tesouro e despachos publicados no Diário Oficial da União.

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Quando há garantia, a União fica responsável por honrar o pagamento junto ao banco em caso de inadimplência do Estado ou município. Depois, o Tesouro busca recuperar os valores para cobrir o prejuízo.

Já no caso das operações sem garantia, o banco e o Estado ou município negociam diretamente as garantias envolvidas. Essa operação é mais arriscada porque geralmente são dadas como garantias receitas futuras de impostos - que podem não se concretizar.

Nos últimos três meses, foram autorizados R$ 2,2 bilhões em garantias a Estados, R$ 1,3 bilhão em operações sem garantia a Estados e R$ 1,5 bilhão em operações sem garantias a municípios. Para efeitos de comparação, entre julho e setembro de 2017, os dados do Tesouro apontam apenas R$ 691 milhões em operações sem garantia para municípios, sendo a maior parte para a cidade do Rio de Janeiro.

O Banco do Brasil teve sinal verde para conceder R$ 331,2 milhões em operações de crédito sem garantia a Estados e municípios, um valor bem menor do que a Caixa, que poderá emprestar R$ 2,5 bilhões em contratos diretos com os governos regionais.

A concessão desses empréstimos se transformou em arma política depois que o ministro da Secretaria de Governo, Carlos Marun, admitiu que o dinheiro seria usado como moeda de troca pelo apoio de governadores e prefeitos à reforma da Previdência. A pasta é a principal responsável pela articulação dos interesses do Planalto e de parlamentares. No início da semana, o presidente da Caixa, Gilberto Occhi, se reuniu com Temer para discutir novas liberações.

O banco estatal vem ganhando espaço na concessão dos empréstimos, ocupando o papel que no passado foi do BNDES. O banco de fomento chegou a lançar, no governo Dilma Rousseff, uma linha de crédito com taxas mais baratas para bombar o crédito para os Estados. Foram R$ 20 bilhões para irrigar os cofres dos governadores, sendo que parte do dinheiro acabou bancando o aumento nas despesas com pessoal, em vez de ir para investimentos.

É para conseguir sustentar esse papel que a Caixa briga para conseguir o aval do Tribunal de Contas da União (TCU) a uma operação que usará R$ 15 bilhões dos trabalhadores depositados no FGTS para capitalizar o banco. Sem essa transação, a Caixa corre o risco de descumprir normas bancárias e ter de colocar um freio na concessão de crédito, justamente em ano eleitoral.

Um integrante da equipe econômica disse que todas as garantias foram concedidas dentro das regras e em acordo com uma nota de classificação de risco de Estados e municípios, que avalia suas capacidades de pagar o financiamento. Segundo essa fonte, o Ministério da Fazenda não está travando nenhum pedido e não há interferência política nessa análise.

"A União só participa na etapa da verificação de limites e condições. Qual o tipo de garantia que o banco vai receber dependerá do que estiver no contrato firmado entre instituição financeira e o ente", diz o Tesouro, em nota. "Além disso, caso os entes fiquem inadimplentes, são as instituições financeiras que realizam o processo de recuperação dos valores conforme previsto nos contratos."

A Caixa informou que não vai se manifestar sobre o assunto. O Banco do Brasil respondeu em nota que todos os empréstimos concedidos aos Estados "possuem aval do Tesouro ou garantias com níveis de liquidez e de segurança semelhantes." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

De acordo com o Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e com a  Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas, 50% dos consumidores brasileiros atrasaram as parcelas de empréstimos ou financiamentos no mês de agosto. Desse total, 34% tiveram atrasos ao longo do contrato e 16% estavam com parcelas pendentes no mês. Os dados foram divulgados hoje (6).

Entre os entrevistados, 42% recorreram a pelo menos uma forma de crédito em agosto. Nas lojas, considerando apenas quem tentou fazer compra parcelada, 63% tiveram o crédito negado, sendo o motivo principal a inadimplência (24%), seguida por renda insuficiente (11%).

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A solicitação de empréstimos e financiamentos é vista como difícil ou muito difícil por 44% dos consumidores. Para 18%, não é nem fácil nem difícil e, para 15%, fácil ou muito fácil.

Apesar da crise econômica no país, alguns brasileiros têm aproveitado esse momento para trocar os empregos formais por empreendedorismo. Um mapeamento realizado pela plataforma Simplic do Crédito Online apontou que cada vez mais as pessoas estão procurando o crédito online para investir em um negócio próprio.

A plataforma levou em conta a análise de mais de 441 mil empréstimos online concedidos no Brasil. E segundo a pesquisa, o investimento em micronegócios cresceu 21,5% no primeiro semestre de 2017. Na comparação com o mesmo período do ano passado, o crescimento de pessoas que utilizaram valores obtidos por meio de crédito online em investimentos próprios subiu de 42,7 mil para aproximadamente 52 mil clientes da plataforma. 

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O mapeamento sinalizou ainda uma mudança no perfil do usuário que contrai créditos pela internet no Brasil. De janeiro a junho de 2017, houve redução de 6% no número de pessoas com carteira de trabalho formal que contrataram empréstimos, enquanto, por outro lado, aumentou 5% o volume de clientes que se intitulavam “empreendedores”. 

“Até o mês de maio, havia no País 33,3 milhões de trabalhadores com carteira assinada, o que representa o menor contingente desde 2012. Tendo em vista este cenário, o crédito online tem assumido de maneira gradual um papel importante como capital inicial para que o brasileiro empreenda nos mais diferentes formatos, seja para obter sua renda completa ou para complementá-la”, explica Bruno Borges, gerente de Marketing da Simplic. 

Dados 

Ainda segundo a pesquisa, a região Sudeste foi responsável por 47,8% dos empréstimos online solicitados com o objetivo de empreender, somando mais de 24,8 mil pedidos. Em seguida, aparece o Nordeste, com 26,5%, Norte (9%), Sul (8,3%) e Centro-Oeste (8,1%). 

No ranking por estados, São Paulo liderou somando mais de 14 mil pedidos de crédito concedidos, seguido do Rio de Janeiro, que teve 6,1 mil solicitações direcionadas para novos negócios. Pernambuco ficou no quinto lugar com 2,1 mil, e crescimento de 4,1%. 

O mapeamento também mostrou que o microempreendedor que tem utilizado crédito online como meio de alavancar o seu negócio é composto por 52,4% de homens e 48% de mulheres, sendo que 58,6% possui ensino médio completo e 17,6%, nível superior.

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De acordo com dados divulgados nesta quinta (22) pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e pela Confederação Nacional de Dirigentes (CNDL), 84% das micro e pequenas empresas (MPEs) afirmam não ter intenção de pedir empréstimos.

Segundo a pesquisa, três em cada dez (29%) micro e pequenos empresários consideram difícil o processo de contratação de crédito, contra 26% que avaliam como fácil. Entre aqueles que não querem dinheiro emprestado, 43% dizem conseguir manter o negócio com recursos próprios, além de citarem a insegurança com as condições econômicas do país (18%) e as altas taxas de juros (18%).

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Dentre as dificuldades, o excesso de burocracia e as exigências dos bancos são mencionadas por 45% desses empresários. Depois, aparecem as taxas de juros elevadas (41%).

A contratação de empréstimo em instituições financeiras é o tipo de crédito mais difícil de ser contratado para 23% da amostra. Para 12%, é o crédito junto a fornecedores. “É verdade que as condições econômicas pesam, mas a sondagem mostra que o principal motivo para não contratar é a consideração de que os empresários conseguem se manter com recursos próprios. O dado sugere uma barreira entre as micro e pequenas empresas, que não veem no crédito um meio para se expandir ou, se veem, têm a percepção de que o processo pode ser demorado, burocrático e custoso”, disse o presidente da CNDL, Honório Pinheiro.

A Black Friday brasileira, a megaliquidação inspirada no evento que ocorre todos os anos no varejo dos Estados Unidos um dia depois do dia de Ação de Graças, quando as lojas liquidam os estoques antigos de produtos, virou um balaio de gatos. De alimento a veículos, passando por viagens e até diária de motel, tudo é passível de desconto.

Na Black Friday deste ano ganhou força o abatimento em produtos financeiros, especialmente no momento em que a demanda por crédito está em baixa e os bancos querem ampliar o volume de empréstimos.

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O banco Santander, por exemplo, vai oferecer condições especiais para linhas de crédito destinadas a pessoas físicas e jurídicas entre os dias 21 e 25 deste mês. No crédito pessoal e no consignado, por exemplo, o corte na taxa de juros é de 15%. Para a empresa que contratar duas ou três maquininhas de cartão, o desconto será de 50% no valor do aluguel até o carnaval, diz o banco.

O Estado apurou que o Itaú Unibanco também deve a aproveitar a Black Friday para comercializar planos de Previdência. Procurada, a assessoria de imprensa do banco informou, até o fechamento desta edição, que não havia conseguido resposta da área responsável.

Por causa da crise, o aperto neste ano é tão grande no varejo que até pratos prontos e viagens de intercâmbio vão entrar na rota de descontos. As lojas do Hirota Food Express vão oferecer corte de 20% no preço de oito pratos prontos só no dia 25 de novembro. Já a empresa de intercâmbio Global Study começou ontem a dar desconto de até R$ 8 mil em viagens de intercâmbio para estudantes.

Com tantos setores envolvidos, a expectativa do mercado é que a Black Friday deste ano atinja faturamento de R$ 2,1 bilhões, com crescimento de 34% em relação ao evento de 2015, apesar da crise.

Os desembolsos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para empréstimos já aprovados seguem em queda e poderão ficar abaixo dos R$ 100 bilhões neste ano. A estimativa foi feita pelo superintendente de Planejamento da instituição de fomento, Fabio Giambiagi. A última vez que o BNDES liberou menos de R$ 100 bilhões, em valores corrigidos pela inflação, foi em 2005.

No terceiro trimestre, o BNDES liberou R$ 22 bilhões - valor 21% inferior ao de igual período de 2015, informou na quinta-feira, 20, o banco. Com isso, os valores desembolsados até setembro somam R$ 62,205 bilhões. Descontando a inflação, a queda em relação ao mesmo período do ano passado é de 40%.

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Segundo o superintendente de Planejamento do BNDES, os desembolsos caem desde 2015 por falta de demanda. Os economistas do BNDES estimam que o total dos investimentos na economia, medidos no Produto Interno Bruto (PIB), poderá cair de 8% a 9% neste ano. Em 2014, já havia encolhido 4,5% e 2015, 14,1%.

Recessão

A queda na demanda por crédito para investir está inserida no cenário de recessão na economia, disse Giambiagi. O executivo lembrou que o PIB encolherá cerca de 7% em 2015 e 2016. Além disso, a tendência é de baixa nos desembolsos do BNDES porque, em dezembro de 2015, foram liberados R$ 20,2 bilhões, um valor atípico.

"Os desembolsos poderão ficar abaixo de R$ 100 bilhões pela simples tendência decorrente da substituição de um mês atípico como dezembro de 2015", disse Giambiagi. Segundo ele, os valores de dezembro passado foram elevados porque houve uma "corrida" para liberar recursos.

Ao comentar os dados divulgados na quinta-feira, 20, Giambiagi procurou demonstrar confiança numa recuperação da economia em 2017. Ainda assim, no terceiro trimestre, o BNDES contabilizou R$ 28,640 bilhões em consultas, queda de 26% em relação a igual período de 2015. As consultas são a primeira etapa do processo de pedido de crédito ao BNDES. Normalmente, sinalizam o apetite das empresas por crédito para investir.

Para justificar seu otimismo, Giambiagi citou o ajuste nas contas externas, o alívio na inflação, um câmbio mais comportado e a expectativa de "calmaria" na política ajudam a traçar esse cenário. Quando a recuperação vier, o BNDES estará preparado para fornecer crédito de longo prazo, frisou Giambiagi. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O juiz federal Sérgio Moro, dos processos da Operação Lava Jato, em Curitiba, afirmou que o compartilhamento de provas das investigações de cartel e corrupção na Petrobras sobre o pecuarista José Carlos Bumlai - amigo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva - com processo da área cível, do Ministério Público Federal no Distrito Federal, que apura empréstimos de mais de R$ 500 milhões do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para suas empresas, é "oportuno" e "atende ao interesse público".

"O compartilhamento dos elementos de informação colhidos nestes autos para fins de instrução de processos em que se apurem atos de improbidade administrativa e responsabilidades cíveis e administrativas mostra-se oportuno e atende suficientemente ao interesse público", escreveu Moro, em despacho de 26 de julho, em que autorizou remessa de documentos para Brasília.

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O Ministério Público Federal investiga se o Grupo São Fernando, de usinas de álcool, foi beneficiado em empréstimos concedidos pelo BNDES, entre 2008 e 2012, de mais de R$ 500 milhões. As participações do BTG Pactual, do falido BVA e do Grupo Bertin também estão sob suspeita.

A principal suspeita recai na concessão de R$ 101,5 milhões em 2012. O valor foi contratado em nome da São Fernando Energia 1 - unidade do grupo que geraria energia com o bagaço da cana-de-açúcar -, no plano de reestruturação financeira do grupo. A operação foi feita de forma indireta, via bancos BTG Pactual e Banco do Brasil, um ano antes de Bumlai entrar com pedido de recuperação judicial.

Desde agosto, os procuradores do Distrito Federal trabalham com materiais compartilhados pela força-tarefa da Lava Jato, em Curitiba. Foram enviados documentos apreendidos na 21ª fase, batizada de Operação Passe Livre - referência ao livre acesso que o pecuarista tinha no Planalto, nos governos Lula. São e-mails e documentos apreendidos em endereços do pecuarista e dos filhos, Maurício de Barros Bumlai e Guilherme de Barros Bumlai, como os contratos e cartas trocadas com o BNDES na época das operações financeiras.

Os procuradores da República do Distrito Federal Sara Moreira de Souza e Claudio Drewes José de Siqueira, da área de combate à corrupção, investigam os negócios de Bumlai e o BNDES desde 2015. Essas frentes, em parceria com a Lava Jato, podem gerar novos processos contra o pecuarista.

"É crítica recorrente às instituições encarregadas de prevenção e investigação de crimes a falta de adequada cooperação e compartilhamento de informações", afirmou Moro, ao autorizar o envio de documentos para as investigações na área cível. "Frases como 'o Estado desorganizado contra o crime organizado' tornaram-se até mesmo clássicas."

Para o juiz da Lava Jato, a "cooperação entre as diversas instituições públicas, com compartilhamento das informações, é um objetivo político válido e que se impõe caso se pretenda alguma eficácia na investigação e persecução de crimes complexos, como os crimes de colarinho branco ou os crimes praticados por organizações criminosas".

"Tal objetivo favorece interpretações do sistema legal no sentido de admitir o compartilhamento de provas, desde que preenchidos os requisitos que autorizam a adoção do método especial de investigação e desde que o compartilhamento vise apenas atender ao interesse público."

O juiz da Lava Jato citou em seu despacho haver "significativa jurisprudência em casos de compartilhamento de provas colhidas em interceptação telefônica para finalidades públicas que não a instrução criminal".

"Não se pode dizer, ademais, que o compartilhamento com a esfera cível seria desnecessário diante da perspectiva de um processo criminal. Os ritmos do processo criminal e do cível são diferenciados, aquele infelizmente sujeito a enormes delongas. Além disso, são diferenciadas as cargas probatórias necessárias em um e outro processo. O que pode não ser suficiente para uma condenação criminal, que reclama prova acima de qualquer dúvida razoável, pode mostrar-se mais do que suficiente para a responsabilização por improbidade."

O Google decidiu nesta quarta-feira (11) proibir em seu motor de busca de empréstimos cujas condições sejam abusivas e ameacem levar consumidores vulneráveis a uma espiral de endividamento. "A partir de 13 de julho, proibimos a publicidade de créditos fáceis e certos produtos semelhantes de nossos sistemas publicitários", anunciou a companhia em um de seus blogs oficiais.

Os créditos fáceis, geralmente a curtíssimo prazo e com juros muito altos, consistem em adiantar uma quantia que a pessoa endividada se compromete a pagar no dia em que recebe seu salário. Se o empréstimo é concedido online, a pessoa deve autorizar que retirem o dinheiro de sua conta no dia indicado.

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"Não autorizaremos mais a publicidade de empréstimos a 60 dias. Nos Estados Unidos, proibimos também a publicidade de empréstimos cujo juros anuais sejam de 36% ou mais", acrescentou a companhia.

"Essa mudança busca proteger nossos usuários de produtos financeiros enganosos ou nocivos, e não afetará aquelas empresas que propõem créditos imobiliários, comerciais e linhas de crédito renováveis", continuou.

A iniciativa da empresa foi bem recebida por distintas associações de defesa de direitos civis. "Essas sociedades utilizaram durante muito tempo publicidade enganosa e marketing agressivo para que os consumidores caiam na armadilha de empréstimos a juros ofensivamente altos", comentou Wade Henderson, presidente da Conferência Líder sobre Direitos Civis e Humanos.

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