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O governo federal decretou intervenção no Estado de Roraima até dia 31 de dezembro por causa da paralisação de agentes penitenciários e da Polícia Militar. Com a decisão, haverá um crédito extraordinário para o Estado entre R$ 150 milhões e R$ 200 milhões. A verba será usada para pagamento de servidores públicos e outras despesas - o recurso fica fora da regra do teto de gastos da União. O governo federal vai editar uma medida provisória para liberar o recurso. A primeira parcela a ser liberada será de R$ 23 milhões.

O interventor será o futuro governador Antonio Denarium (PSL), do mesmo partido do presidente eleito, Jair Bolsonaro. Ele substituirá a atual governadora Suely Campos (PP). A decisão foi tomada em reunião de emergência realizada no Palácio da Alvorada na noite de sexta-feira, 7, com a participação do presidente Michel Temer e dos ministros Sérgio Etchegoyen, do Gabinete da Segurança Institucional (GSI), Esteves Colnago (Planejamento), Gustavo Rocha (Direitos Humanos) e Grace Mendonça (Advocacia-Geral da União), além do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ). O presidente do Senado, Eunício Oliveira (MDB-CE), estava fora de Brasília.

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Bolsonaro foi informado da decisão do governo federal antes de a medida ser tomada. "Fiz com a governadora uma espécie de intervenção negociada. Ela concordou com a fórmula encontrada. Ela acha que, de fato, a situação está se complicando no Estado e que a melhor solução seria precisamente essa", declarou Temer após a reunião. "Com isso, queremos pacificar as questões de Roraima", disse o presidente.

E completou: "Espero que com isso o movimento se amaine, fique mais compreensivo porque afinal, as forças militares, agentes penitenciários, e todos aqueles que se dedicam à tarefa pública, têm de pensar na população de Roraima".

A intervenção em Roraima é mais ampla do que a realizada no Rio de Janeiro, Estado em que a União assumiu o comando da segurança pública e que também tem duração até 31 de dezembro. No Rio, a medida começou em 16 de fevereiro deste ano. Neste período, o Congresso fica impedido de votar Propostas de Emenda à Constituição (PEC).

Temer convocou para este sábado, 8, uma reunião do Conselho da República e de Defesa Nacional para tratar da questão. O presidente disse que expedirá não só decreto de intervenção, como outras medidas normativas.

Justiça

Em audiência de conciliação no Supremo Tribunal Federal (STF) nesta sexta-feira, 7, o governo de Roraima chegou a apresentar uma nova proposta de acordo para fechar com a União, em que pedia, entre outros pontos, R$ 168 milhões de ressarcimento pelos gastos com a crise migratória dos venezuelanos. A Advocacia-Geral da União (AGU) tem um prazo de 30 dias úteis para avaliar e responder a proposta.

O governo federal e o Estado estão em disputa judicial desde abril, quando Roraima pediu ao STF que a fronteira com a Venezuela fosse fechada. Atualmente, após iniciativas da União e repasse de cerca de R$ 380 milhões, o pedido está fora de mesa. O foco agora é o reembolso financeiro. O Estado atravessa uma grave situação fiscal, com atraso de salários de servidores.

Comandada pelo juiz instrutor Gabriel da Silveira Matos, do gabinete da ministra Rosa Weber, relatora da ação no STF, foram apresentados outros pedidos de Roraima, trazidos pelo procurador do Estado José Edival Vale Braga.

Entre eles, a continuidade da redistribuição dos imigrantes para os outros Estados em "maior número possível", o repasse mensal de valores gastos com recursos próprios com atendimentos médicos aos venezuelanos, e a continuidade da 'Operação Acolhida'.

Cerca de 30 violações foram praticadas pelos militares durante as operações na Intervenção federal do Rio de Janeiro, de acordo com o relatório Circuito de Favelas por Direitos, feito pela Ouvidoria Externa da Defensoria Pública do Rio de Janeiro.

As violações foram classificadas em cinco grupos: violação em domicílio, abordagem, letalidade provocada pelo Estado, operação policial e impactos.

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Também foram relatados pelos moradores casos de estupro. “Eles entraram numa casa que era ocupada pelo tráfico. Lá tinha dois garotos e três meninas. As meninas eram namoradas de traficantes. Era pra ser todo mundo preso, mas o que aconteceu é que os policiais ficaram horas na casa, estupraram as três meninas e espancaram os garotos”. Além disso, foram descritos casos de tapas no rosto e ofensas.

O estudo foi realizado a partir de depoimentos de pesquisadores em 15 comunidades do Rio nos primeiros cinco meses de intervenção. A proposta da pesquisa é completar 30 comunidades visitadas.

Cinco anos depois de ter ficado paralítico em um acidente de motoneve, um homem nos Estados Unidos aprendeu a andar novamente auxiliado por um implante elétrico, em um potencial avanço para quem sofre de lesões na coluna.

Uma equipe de médicos da Mayo Clinic, em Minnesota, disse que o homem, usando um andador com rodas dianteiras, conseguiu cobrir o equivalente ao comprimento de um campo de futebol, emitindo comandos de seu cérebro para transferir o peso e manter o equilíbrio, o que acreditava-se ser impossível para pacientes paralíticos.

O homem, hoje com 29 anos, teve sua medula espinhal lesionada no meio das costas quando bateu sua motoneve em 2013. Ele está completamente paralisado da cintura para baixo e não consegue mexer ou sentir nada abaixo do meio do seu torso.

No estudo, cujos resultados foram publicados nesta segunda-feira na revista Nature Medicine, os médicos implantaram um pequeno dispositivo eletrônico na coluna do homem em 2016.

O implante operado sem fio, mais ou menos do tamanho de uma bateria AA, gera pulsos elétricos para estimular os nervos que - devido à lesão - foram permanentemente desconectados do cérebro.

"O que isso está nos ensinando é que essas redes de neurônios abaixo de uma lesão na medula espinhal ainda podem funcionar após a paralisia", disse Kendall Lee, neurocirurgião da Mayo Clinic e principal autor do estudo.

Poucas semanas depois do dispositivo ter sido ligado, o homem começou a dar seus primeiros passos desde o acidente - mas ainda estava suspenso em um arnês.

Surpreendentemente, após várias outras sessões de reabilitação e fisioterapia, ele conseguiu sustentar a maior parte de seu próprio peso corporal e dar passos em uma esteira.

"Nós não limitamos nossas expectativas e continuamos a desenvolver com segurança seu desempenho à medida que ele ganhou função", disse à AFP Kristin Zhao, diretora do Laboratório de Tecnologia Assistiva e Restauradora da Mayo Clinic.

"Isso é importante porque a própria mente do paciente foi capaz de conduzir o movimento nas pernas", acrescentou.

Embora o dispositivo tenha sido capaz de ajudar a gerar energia e controle na parte inferior do corpo do paciente, ele não fez nada para restaurar a sensação em suas pernas.

Isso inicialmente se mostrou desafiador. Sem a sensação física de andar registrada em seu cérebro, era difícil para ele fazer os ajustes instantâneos de equilíbrio que a maioria de nós faz sem pensar.

A equipe superou o problema instalando espelhos na altura do joelho para que o paciente pudesse ver em que posição suas pernas se encontravam enquanto caminhava.

Longo caminho à frente

Eventualmente, o homem conseguiu andar na esteira com apenas alguns olhares periódicos para as pernas.

As filmagens do experimento mostram-no andando bruscamente em uma esteira que se movia lentamente, usando um trilho de metal para se equilibrar.

Embora o efeito do dispositivo seja notável, o homem continua paralisado quando este é desligado.

"É importante entender que, mesmo com o sucesso que esse indivíduo teve na capacidade de andar durante a pesquisa, ele ainda realiza suas atividades diárias a partir de uma cadeira de rodas", disse Lee à AFP.

Em 2011, os eletrodos implantados na parte inferior da coluna de um homem paraplégico permitiram que ele se levantasse e recuperasse um pouco do movimento em suas pernas, mas a equipe acredita que esta é a primeira vez que um implante foi usado para fazer uma pessoa paralisada andar.

Por razões de segurança, o paciente atualmente só usa o dispositivo sob supervisão, mas as implicações do estudo - que a paralisia pode não ser permanente após lesão medular grave - podem ser significativas.

"Nossos resultados, combinados com evidências anteriores, enfatizam a necessidade de reavaliar nossos entendimentos atuais das lesões da medula espinhal, a fim de perceber o potencial de tecnologias emergentes para a recuperação funcional, que anteriormente acreditava-se que tinha sido perdida permanentemente", disse Lee.

O estudo foi realizado em conjunto com a Universidade da Califórnia em Los Angeles e foi parcialmente financiado pela Fundação Christopher e Dana Reeve.

Christopher Reeve, conhecido por seu papel no filme "Superman", ficou paraplégico depois de um acidente de cavalo em 1995.

O secretário-geral da Organização dos Estados Americanos (OEA) ameaçou uma intervenção militar na Venezuela para restaurar a democracia e aliviar a crise humanitária do país, unindo-se dessa forma a uma ideia lançada pelo presidente dos EUA, Donald Trump. Luis Almagro, fez um alerta durante uma visita à fronteira da Colômbia com a Venezuela, na qual ele também denunciou a "ditadura" socialista do presidente Nicolas Maduro por estimular uma crise migratória em toda a região.

"Com respeito a uma intervenção militar para derrubar Nicolás Maduro, não devemos descartar nenhuma opção", disse Almagro em uma conferência de imprensa na cidade colombiana de Cúcuta. "O que esse regime está cometendo são crimes contra a humanidade, a violação dos direitos humanos e o sofrimento das pessoas no êxodo induzido, que está impulsionando ações diplomáticas em primeiro lugar, mas não devemos descartar nenhuma ação."

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Almagro tem sido um dos principais críticos de Maduro na América Latina, mas até agora não tinha se mostrado disposto a ir tão longe quanto o presidente dos EUA, Donald Trump, que no ano passado levantou a possibilidade de uma "opção militar" contra Maduro. Em várias reuniões com assessores e líderes latino-americanos no ano passado, Trump também discutiu o possibilidade de uma invasão norte-americana da nação sul-americana.

No caso de Almagro, a ameaça de uso de força militar é especialmente surpreendente, dada a sua condenação ao apoio ofertado à invasão norte-americana da República Dominicana em 1965 para tirar do poder um presidente democraticamente eleito, mas pró-Cuba. A invasão, realizada em nome da OEA, deixou milhares de mortos e um sentimento da América Latina contra a ideia de voltar a usar força contra uma nação soberana. Em 2015, Almagro pediu desculpas pelo papel da OEA na invasão, dizendo que esse tipo de evento não deveria se repetir.

Fonte: Associated Press

A polícia do Rio de Janeiro matou 175 pessoas em agosto, o que significou um aumento de 150% na comparação com o mesmo mês de 2017. Se o dado for confrontado com o de agosto ano de 2014, estes homicídios quase quadruplicaram - foram 45 naquele ano. Em agosto de 2008, foram 30. O Rio está sob intervenção federal desde fevereiro.

O balanço de agosto foi divulgado nesta sexta-feira, 14, pela Secretaria de Segurança do Estado. As estatísticas são produzidas pelo Instituto de Segurança Pública, vinculado à pasta. Seguindo tendência de queda dos crimes contra o patrimônio, foi registrada diminuição ante 2017 nos roubos de carga (20%), nos de rua (16%) e nos de veículos (15%).

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Os homicídios caíram 10% em relação ao ano passado e 12% ante julho de 2018; no entanto, com o crescimento expressivo das mortes pela polícia, a chamada letalidade violenta, que abarca outros crimes contra a vida, subiu 13%, chegando a 552 vítimas. O mês foi o de maior apreensão de armas desde maio de 2017, 823 armamentos, 10% a mais do que agosto de 2017.

O Observatório da Intervenção - instaurado pelo Centro de Estudos de Segurança e Cidadania (Cesec) da Universidade Candido Mendes para acompanhar os trabalhos - considera que os números mostram que nada mudou no Rio depois de sete meses de intervenção.

"Os crimes contra a vida, especialmente as mortes causadas por intervenção policial, aumentaram sem controle em algumas áreas do Estado", diz relatório do Cesec divulgado nesta sexta.

A intervenção foi decretada pelo presidente Michel Temer (MDB) para conter a violência no Rio. Foram empregados 185 mil agentes em 457 operações, das quais resultaram 103 mortos, incluindo três militares das Forças Armadas, conforme o relatório do Cesec.

Segundo dados do Ministério do Planejamento pesquisados pelo Observatório, o Gabinete de Intervenção havia gasto apenas R$ 120 mil do R$ 1,2 bilhão destinado à intervenção até o último dia 10.

O grupo condenou a fala do secretário Richard Nunes sobre as mortes cometidas pela polícia. O general declarou que esses homicídios não deveriam constar das estatísticas como tal e, sim, como atos de "legítima defesa". Seria uma forma de "camuflar a letalidade policial, problema grave e antigo no Rio", afirmou o relatório do Observatório.

O governador do  Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão, disse nesta quinta-feira (21) que “seria uma loucura” o próximo governador do estado dispensar o uso das Forças Armadas no combate à violência e ao tráfico de drogas no estado. Durante o lançamento do Plano Estratégico de Desenvolvimento Urbano Integrado da Região Metropolitana, na Sala Cecília Meireles, no centro, Pezão disse que se o próximo governador do estado desejar a prorrogação da intervenção federal no Rio, ele fará a solicitação ao governo federal tão logo saia o resultado das urnas. 

“Sou governador até a meia-noite do dia 31 de dezembro, mas se o vencedor das eleições quiser a prorrogação da intervenção federal, eu peço imediatamente logo depois do resultado das eleições”.

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A avaliação do governador é de que dificilmente o próximo governador vai querer dispensar o uso das Forças Armadas no Estado. “Eu acho particularmente uma loucura o governante que sentar aqui [na cadeira de chefe do Executivo fluminense] dispensar o uso das Forças Armadas”.

Para Pezão, o estado precisa de uma Polícia Rodoviária Federal [PRF] forte e de uma Força de Segurança Nacional forte, assim como precisa da presença forte das Forças Armadas no auxílio ao combate da violência no estado. “Eu falei no dia em que o presidente Michel Temer assinou a intervenção: vocês vão entrar e não sair nunca mais. É uma dívida que a União tem com a cidade do Rio de Janeiro. Isso era para estar contemplado na fusão [dos estados do Rio e da Guanabara] e também com a perda da capital”, disse. “Assim como acontece em Brasília, essa conta da segurança pública tinha que estar contemplada na Constituição: a injeção de recursos da União na segurança pública do Rio”.

Resultados visíveis

O governador do Rio disse que os resultados da intervenção federal no estado são visíveis. “Os roubos de carga diminuíram, assim como os de transeuntes e de celulares. Agora, o problema da violência é nacional e eu não tenho dúvida nenhuma que o próximo presidente da República e o próximo governador do Rio dificilmente vai dispensar o uso das Forças Armadas”.

Segundo Pezão, o estado hoje está pagando o preço pelo abandono ocorrido no passado, principalmente no que diz respeito ao trabalho da Polícia Rodoviária Federal no patrulhamento das Rodovias de acesso ao estado. “É só você observar os resultados obtidos de agosto para cá, quando o governo federal decidiu pelo aumento da PRF no estado com mais de mil homens, divididos em 300 por turno”.

Os resultados obtidos até agora levaram o governador a defender a continuidade das iniciativas para reforçar o policiamento nas rodovias federais. “A quantidade de armamento e munições que entraram no Rio devido a falta de fiscalização. A gente está vendo que a integração está levando a apreensão seguidas de armas, principalmente por parte da Polícia Rodoviária Federal.”

Para o governador, é preciso aumentar também a fiscalização das baías do estado, principalmente a Baía de Guanabara. “A Baía de Guanabara, por exemplo, é uma peneira. Olha como o tráfico se estabeleceu em Angra dos Reis e Parati, que hoje é uma rota internacional do tráfico. Patrulhar as estradas e baías não é atribuição da Polícia Militar ou da Polícia Civil”.

Região Metropolitana

Luiz Fernando Pezão disse que o governo do estado está, também, empenhado em fortalecer cada vez mais a questão da segurança pública na Região Metropolitana do Rio. Neste sentido, ele adiantou que governo vai aproveitar que algumas unidades de Policiamento Pacificadora (UPPs) foram desativadas na capital para fortalecer o policiamento na Região Metropolitana e, em particular, na Baixada Fluminense.

“Em julho estão chegando mais viaturas para a segurança pública do estado e vamos destinar a maioria para a Região Metropolitana, principalmente para a Baixada. Também irão unidades para São Gonçalo, Niterói, Maricá e para a Região Metropolitana como um todo”.

Quatro meses após a intervenção federal na segurança pública do Estado do Rio de Janeiro, o número de tiroteios cresceu 36%, segundo relatório do Observatório da Intervenção - grupo composto por especialistas independentes para acompanhar e fiscalizar a ação. O balanço foi divulgado neste sábado, 16, e traz críticas à suposta falta de investimento em investigações e ações de inteligência.

"A intervenção federal parece se resumir a incursões em comunidades, cada vez maiores e caras", afirmou, em nota, a cientista social Sílvia Ramos, coordenadora do Observatório da Intervenção e do Centro de Estudos de Segurança e Cidadania.

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"Precisamos de inteligência, medidas estruturantes, de integração das forças, de combate à corrupção e diálogo com a sociedade. A intervenção prometeu tudo isso. Mas está entregando operações, tiroteios e mais mortos em confrontos, inclusive policiais", conclui a nota.

Segundo o Observatório, que usa dados do aplicativo Fogo Cruzado, desde 16 de fevereiro foram registrados no Estado do Rio 3.210 tiroteios. Nos quatro meses anteriores haviam ocorrido 2.355, o que indica um aumento de 36% após a intervenção.

O grupo destaca que a operação que reuniu o maior número de agentes de segurança (5.370, entre as forças estadual do Rio e federal) ocorreu em 7 de junho, em seis favelas de Jacarepaguá (zona oeste do Rio) , e resultou em 13 presos, um morto, três pistolas e uma granada apreendidas. "Operação mega, resultado micro", classifica o Observatório. "Quanto custou essa operação?", pergunta o grupo. "Dados do Ministério da Defesa mostraram que, em fevereiro e março, os custos variaram entre R$ 472 mil e R$ 1,7 milhão por operação".

O Observatório acusa as forças de segurança de não prestar informações sobre as ações de segurança. "O Observatório enviou às polícias fluminenses 77 requerimentos baseados na Lei de Acesso à Informação, em 7 de maio; 37 foram indeferidos em 7 de junho, e os outros não foram respondidos até agora".

O grupo registra ainda que até agora não foram identificados os responsáveis pelo assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes. O crime ocorreu em 14 de março.

Procurada pelo Estado, a secretaria estadual de Segurança do Rio informou que não vai se manifestar sobre esse balanço do Observatório.

O chefe do Gabinete da Intervenção Federal no Rio (GIF), general Mauro Sinott Lopes, deixou o cargo. A informação foi confirmada na manhã desta quinta-feira (14), pela comunicação do Comando Militar do Leste (CML). Sinott era o braço direito do interventor na segurança do Rio, o general Walter Souza Braga Netto.

De acordo com o CML, a saída de Sinott já estava prevista, pois ele havia sido nomeado para comandar a 3ª Divisão do Exército, em Santa Maria, no Rio Grande do Sul. Segundo o órgão, o general foi substituído no cargo de Comandante da 1ª Divisão do Exército, em 20 de março de 2018, e deveria ter seguido para Santa Maria para assumir a função.

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"Entretanto, em função da experiência e engajamento nas atividades iniciais da Intervenção Federal, permaneceu no GIF até junho, com o encargo de completar o planejamento estratégico e conduzir as ações emergenciais e estruturantes em andamento", afirmou, por nota, o Gabinete de Intervenção.

O porta-voz do CML, coronel Roberto Itamar, disse que "não há nenhuma novidade na saída". "Não há nenhuma outra razão sobre a saída dele exceto para assumir esse cargo", afirmou. Durante a Olimpíada de 2016, Sinott comandou o Comando Conjunto de Prevenção e Combate ao Terrorismo e tem passagens pelas áreas de Cavalaria, Blindados e Inteligência do Exército. Também trabalhou nas Embaixadas Brasileiras em Portugal e na Colômbia.

O substituto de Sinott será o general Paulo Roberto de Oliveira, atual Chefe do Estado-Maior do Comando Militar do Leste. Natural de Curitiba, no Paraná, ele já comandou a 15ª Brigada de Infantaria Mecanizada, em Cascavel, e foi chefe do Estado-Maior do Oeste.

As favelas da Rocinha, Vidigal, Chácara do Céu e Parque da Cidade, localizadas na zona sul do Rio de Janeiro, acordaram cercadas neste sábado, 9, pela operação do Comando Conjunto da Intervenção, que reúne as Forças Armadas e policias do Estado. Desde às 3h da madrugada, moradores relataram pelas redes sociais terem ouvido helicópteros sobrevoando as comunidades. Por volta das 6h começaram às revistas em quem deixava o morro, informou uma fonte do Vidigal.

De acordo com a fonte, depois do sobrevoo de helicópteros por toda a madrugada, os policiais subiram a favela por volta das 6h, quando ainda estavam ocorrendo bailes na comunidade. Não houve troca de tiros e as revistas aos moradores corriam em clima de educação e tranquilidade. Já na Rocinha, os tiros começaram por volta das 6h e até a publicação desta matéria não havia relato de feridos.

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A estrada Lagoa-Barra, que liga a zona sul à zona oeste da cidade chegou a ser fechada pelas Forças Armadas, mas por volta das 8h foi liberada. O trânsito, porém, continuava intenso na região por volta das 9h45, segundo o Centro de Operações Rio.

O Comando Conjunto informou em nota que a ação envolve cerco, estabilização dinâmica da área e remoção de barricadas, além de revistas seletivas de pessoas e veículos. A Polícia Militar atua bloqueando possíveis rotas de fuga de criminosos e a Polícia Civil realiza a checagem de antecedentes criminais e cumprirá mandados judiciais, condicionada às restrições constitucionais à inviolabilidade do lar.

"Algumas vias na região poderão ser interditadas e setores do espaço aéreo poderão ser controlados, oportunamente, com restrições dinâmicas para aeronaves civis. Não há interferência nas operações dos aeroportos", informou o Comando, afirmando que a operação vai beneficiar, direta e indiretamente, 120 mil moradores de comunidades.

Tiroteio na Urca

Um intenso tiroteio entre policiais e traficantes, na tarde desta sexta-feira, 8, levou pânico à Urca, bairro de classe média alta do Rio e interrompeu por duas horas a circulação do bondinho do Pão de Açúcar, um dos principais pontos turísticos do País.

Essa foi a primeira vez que o teleférico, inaugurado em 1912, deixou de circular pela violência. Um grupo de cerca de 100 pessoas, incluindo dezenas de crianças, ficou isolado no Morro do Pão de Açúcar. O Aeroporto Santos Dumont, no centro, também foi fechado por 15 minutos, porque a Urca fica na rota de pouso e decolagem.

RIO DE JANEIRO - Em meio a uma conturbação social decorrente da paralisação dos caminhoneiros, a intervenção militar no Rio de Janeiro completou 100 dias nesta semana. Enquanto o governo tentava um acordo com os manifestantes, os militares foram autorizados a liberar rodovias, com o direito de assumir a direção dos veículos que estivessem parados, para assegurar o transporte de combustível e produtos alimentícios.  

Mesmo cumprindo a função de desmobilizar o movimento, parte da categoria clamava pelo retorno dos militares ao poder. O que muitos talvez desconheçam é que, além do pedido ser considerado um crime pela Lei de Segurança Nacional, o Rio de Janeiro vivencia a intervenção das Forças Armadas pela 13ª vez nos últimos 10 anos. Os efeitos dessa convocação tão recorrente, contudo, são questionáveis.

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"Trata-se de um recurso caro que só deve ser empregado de forma pontual e emergencial para não ser desqualificado em razão de suas limitações estruturais. O uso das Forças Armadas tem sido banalizado", criticou a especialista em segurança pública, Jaqueline Muniz, em entrevista ao LeiaJá um mês após o início das operações.

Após um evento promovido pelo observatório militar da intervenção na quarta passada (30), o atual secretário de Segurança Pública, general Richard Nunes, reconheceu a complexidade da questão, em uma das poucas declarações públicas desde que assumiu o cargo. "Não há soluções mágicas", admitiu Nunes na coletiva de imprensa, alegando que não seria adequado comparar os índices deste ano com os de 2017.

De fato, o contraponto não é favorável ao período de atuação dos militares. Segundo o Instituto de Segurança Pública do Rio (ISP), os índices relativos a óbitos pioram durante a intervenção: homicídio doloso teve um aumento de 8,9% (436 em abril de 2017 – 475 em 2018); letalidade violenta, que são tipos variados de crimes que resultam em mortes, subiu 9,8% (539 para 592) e homicídio decorrente de oposição à intervenção policial aumentou 26,3% (de 80 para 101).

Além disso, foi neste período que a vereadora Marielle Franco (PSOL) e o motorista Anderson Gomes foram executados em uma via pública, no centro do Rio, há poucos quilômetros do Palácio Duque de Caxias, onde funciona o gabinete da intervenção. O secretário de Segurança, entretanto, discorda dessa análise. "Um padrão comparativo com o ano passado é equivocado porque, no primeiro trimestre, tivemos uma greve da polícia que ocorreu, então, uma subnotificação de determinados crimes", argumentou. 

Gráfico da violência no Rio de Janeiro, no comparativo entre abril de 2017 e 2018. Fonte: ISP

Há um outro índice que chama atenção. O Fogo Cruzado, um Data Lab que agrega e disponibiliza informações através de um aplicativo e mapa colaborativo, contabilizou 2.309 tiros na região metropolitana do Rio nos três primeiros meses da intervenção, equivalente a um aumento de 86,36% do total de disparos no mesmo período do ano passado (1.239 tiros).

Quatro dos vinte bairros da capital onde mais houve tiroteios durante a intervenção, receberam operações militares: Praça Seca (1º no ranking com 100 disparos/tiroteios), cujas ações aconteceram neste mês; Cidade de Deus (2º com 68), Rocinha (3º com 68) e Vila Kennedy (5º com 63), sendo este último o escolhido pelas Forças Armadas para servir de 'laboratório' das ações em outras áreas.    

Forças Armadas durante patrulhamento na Avenida Brasil, na altura de Vila Kennedy. Foto: Mellyna Reis/LeiaJáImagens"Nós temos uma proposta de transferência de responsabilidade dessas áreas que antes estavam sem patrulhamento para os batalhões da área. Isso não significa que não vão se produzir eventos de criminalidade, mas eles precisam ser mantidos sobre controle", afirmou o secretário. 

Para Cecília Oliveira, especialista em segurança pública e uma das responsáveis pelo aplicativo, o número crescente de tiroteios é condizente com o aumento de homicídios por oposição à intervenção policial.

"Embora, claro, as mortes não tenham sido cometidas em sua totalidade por armas de fogo, vale ressaltar que dados de 2016 - últimos disponíveis - reiteram que 79% das vítimas de mortes intencionais na Baixada foram por armas de fogo. Número que ultrapassa a média do estado (74%) e do país (71%). O que é possível notar - portanto - é que a violência armada continua em patamares alarmantes", alerta.

Nunes encarou as análises como precipitadas e projeta resultados a longo prazo. "Nós temos de trabalhar de maneira integrada, efetiva, com planejamento e isso nós só começamos a fazer na plenitude a partir do mês de abril. Para nós, esses números [índices de criminalidade] têm de ser vistos com mais cautela e temos que ter uma visão de um prazo mais alargado. Tratar com esse imediatismo desses números, realmente, não vai nos levar a boas conclusões", avalia.

'Onda de violência'

Instaurada a partir de um decreto federal assinado no dia 16 de fevereiro, a intervenção foi justificada pelo aumento da violência no Carnaval carioca. "As pessoas lá não têm mais limites", disse Michel Temer, na época. Os bastidores em Brasília, no entanto, apontavam outro motivo: a inabilidade política do governo para aprovar a Reforma da Previdência e, com o decreto em voga até 31 de dezembro de 2018, nenhum Projeto de Emenda Constitucional (PEC) como o da reforma poderia sequer tramitar no Congresso.

O argumento da 'onda de violência' durante o Carnaval também foi rebatido pela diretora-presidente do ISP, Joana Monteiro. "Foi um carnaval muito parecido com o dos outros anos. Estou segura em dizer que não houve nenhuma explosão de violência neste ano", afirmou Joana, em entrevista ao jornal Estadão, pouco após o decreto.

De acordo com o instituto, o número de ocorrências deste ano (5.865) ficou próximo ao registrado em 2017 (5.773), quando houve a greve da Polícia Civil, e consideravelmente menor do que nos anos anteriores: 9.016 ocorrências em 2016 e 9.062 em 2015. Uma pesquisa do Datafolha, realizada em março, também revela certa desconfiança da população: mesmo apoiando, 71% dos entrevistados acham que a intervenção militar não trouxe alguma melhora para a segurança pública.

O general Richard Nunes, por outro lado, pontua a integração entre as polícias Civil e Militar e a cooperação com órgãos federais, o poder judiciário e o Ministério Público como avanços importantes. "Nós temos que consolidar esses ganhos, nem sempre são perceptíveis, mas pra nós que operamos essa política, isso é notório", enfatiza.

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Trabalhando inicialmente com a estrutura das Forças Armadas para capacitar policiais e recuperar a frota da Polícia Militar, além de doações de armas e munição por parte de empresários, o gabinete da intervenção passou a contar com uma cerca de R$ 1 bilhão para investir nas operações, recurso que levou o gabinete a criar uma secretaria para gerenciá-lo.

O governo estadual também viabilizou contrapartidas: a entrega de 265 novas viaturas da PM e os pagamentos da quarta parcela da dívida do Sistema Integrado de Metas (SIM) e do Regime Adicional de Serviço (RAS), hora extra remunerada para policiais militares e civis, totalizando R$ 28 milhões. "Temos que ter uma regularidade no fluxo de recursos que são alocados para a segurança pública, sejam eles humanos, materiais ou financeiros", ressaltou o secretário, ao que atribuiu de 'legado da intervenção'.

Nos três meses de intervenção federal na segurança do Rio, foram registrados 2309 tiroteios ou disparos de arma de fogo na Região Metropolitana, uma média de 25,9 por dia e um aumento de 25,3% em relação aos três meses anteriores (1842 casos). O número de mortos foi 393, e o de feridos, 302; no período anterior, haviam sido registrados 390 mortos e 377 feridos. Os dados foram divulgados nesta quarta-feira, 16, pelo Fogo Cruzado, serviço que analisa dados da violência armada e os disponibiliza por meio de um aplicativo e de um mapa colaborativo.

No período de 16 de fevereiro a 15 de maio, a maior parte dos tiroteios/disparos, 1387, se concentrou no município do Rio, justamente onde foram realizadas as operações da intervenção, em sua maioria. Os bairros da Região Metropolitana que tiveram mais notificações são Praça Seca (100 registros), Cidade de Deus, Rocinha (ambas com 68), Complexo do Alemão (65) e Vila Kennedy (63). Esta última comunidade recebeu uma série de operações das Forças Armadas e da polícia, com derrubada de barricadas impostas pelo tráfico de drogas para evitar o trânsito de forças de segurança.

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Os tiroteios e disparos em áreas de Unidades de Polícia Pacificadora somaram 538 no período, seis por dia, com 44 mortos e 44 feridos. As mais violentas: Cidade de Deus, Rocinha, Alemão, Vila Kennedy e Complexo de São Carlos.

O Fogo Cruzado também compila dados sobre a presença policial nos momentos dos tiroteios/disparos - por exemplo, se havia operação em andamento ou se foi o caso de um policial assaltado, com reação a tiros. Dos 2309 registros, a presença se verificou em 350 casos.

Depois do Rio, os municípios com mais tiroteios de fevereiro até aqui foram São Gonçalo (236), Belford Roxo (177), Niterói (122) e Nova Iguaçu (106), mostrou o levantamento.

Dados do Instituto de Segurança Pública (ISP), braço estatístico da Secretaria de Segurança Pública do Estado, mostraram que o Estado teve recorde no roubo de veículos em março. O número de veículos roubados, 5.358, registrou alta de 7,1% em comparação com o mesmo mês de 2017 (5.002). As ocorrências de abril ainda não foram divulgadas.

A secretaria não comentou o levantamento do Fogo Cruzado, tampouco o gabinete de intervenção. Na segunda-feira, 14, os militares informaram que as Forças Armadas e a PM estão reassumindo "o protagonismo completo do policiamento na área do 14º BPM (Bangu), na zona oeste do Rio" e que "a nova etapa do projeto piloto - iniciado em fevereiro pela intervenção federal - prevê a retomada das áreas de atuação do batalhão, incluindo as comunidades da Vila Kennedy e do Batan".

No começo da intervenção, conforme nota oficial, foram tomadas medidas "visando recuperar a capacidade operativa dos órgãos de segurança pública e reduzir os índices de criminalidade na região". Mais detalhes sobre ações futuras não foram informados.

A Polícia Militar (PM) do Rio de Janeiro reassumiu o policiamento da Vila Kennedy, comunidade considerada "tubo de ensaio" das Forças Armadas desde o início da intervenção federal, em fevereiro. A comunidade na zona norte do Rio passará a contar a plena atuação dos militares do 14º BPM a partir desta terça-feira (15).

Em nota, o Gabinete de Intervenção Federal informa que as primeiras fases da atuação na comunidade buscou "recuperar a capacidade operativa dos órgãos de segurança pública" e "reduzir os índices de criminalidade" na região. "A nova etapa do processo - iniciado em fevereiro pela Intervenção Federal - prevê a retomada das áreas de atuação do batalhão, incluindo as comunidades Vila Kennedy e do Batan."

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A Vila Kennedy, favela de 41 mil habitantes que nasceu de um conjunto habitacional dos anos 1960, foi considerada um "tubo de ensaio" e alvo de constantes operações conjuntas entre a Polícia Militar e as Forças Armadas.

Em fevereiro, os moradores foram "fichados" durante pelos militares ao ter os rostos e documentos fotografados. À época, a Defensoria Pública do Rio afirmou que a prática configurava constrangimento ilegal e remetia às práticas da ditadura militar (1964-1985). O Comando Militar do Leste, por sua vez, respondeu que ação era legal e feita regulamente.

No mês seguinte, uma operação da Prefeitura do Rio na região, com apoio dos militares, demoliu barracas e quiosques de comerciantes informais da Praça Miami, no centro da comunidade, que não tinham licença. A atuação causou revolta e comoção entre os moradores da Vila Kennedy. No mesmo dia, à noite, o prefeito Marcelo Crivella (PRB) se desculpou pela ação dos agentes municipais, condenou o "uso desproporcional da força" e disse que a ideia foi da Polícia Militar.

De acordo com o Gabinete de Intervenção Federal, as ações na Vila Kennedy nos últimos meses resultaram em 21 prisões em flagrante, recuperação de 844 motos e 791 carros, apreensão de 892 quilos de maconha, além de cocaína e crack. Além disso, a pasta diz que realizou a capacitação de policiais militares e reforço na infraestrutura do 14º Batalhão, que contará com novos veículos, munições e fuzis.

O presidente da Câmara, deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ), discordou nesta sexta-feira, 11, da proposta de suspender a intervenção federal na segurança pública do Rio para que o Congresso Nacional possa votar a reforma da Previdência ainda neste ano, logo após as eleições.

Pré-candidato à sucessão no Palácio do Planalto, Maia criticou a ideia do presidente Michel Temer. A avaliação do presidente da Câmara é de que a medida provocaria "insegurança" no andamento da intervenção. "Acho que o presidente está tratando de muitas variáveis que não controla", disse Maia ao jornal O Estado de S. Paulo. "Ele não controla o nome do novo presidente, não controla a agenda de campanha nem a da Câmara e do Senado", afirmou.

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Mesmo com críticas à intervenção, Maia afirmou que a ação federal no Estado é necessária e está com o cronograma atrasado porque falta aprovar um projeto de crédito para a estrutura administrativa sair do papel. "Isso significa que o interventor (general Braga Netto) não conseguiu ainda nem usar aquele R$ 1,2 bilhão liberado para o Rio", comentou. "É preciso primeiro resolver isso para depois votar a reforma da Previdência. Uma coisa de cada vez."

Por se tratar de uma proposta de emenda à Constituição (PEC), as mudanças na aposentadoria só podem ser votadas se a intervenção for revogada. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Onze favelas de bairros vizinhos das zonas norte e oeste do Rio de Janeiro foram alvo, nesta terça-feira, 1º, de uma operação promovida pelas Forças Armadas em conjunto com outras forças de segurança federais e as polícias Civil e Militar do Estado do Rio. O objetivo era remover barricadas para permitir o patrulhamento ostensivo das Forças Armadas. A ação começou pela manhã e até as 18h não tinha sido divulgado um balanço do resultado. Não houve registro de tiroteios nem de feridos.

A ação ocorreu nas favelas Curral das Éguas, Fumacê, Muquiço, Palmeirinha, Batan, Minha Deusa, Parque das Nogueiras, Vila Vintém, Promorar I, Promorar II e Triângulo, situadas nos bairros de Bangu, Deodoro, Honório Gurgel, Magalhães Bastos, Padre Miguel, Realengo, Sulacap, Valqueire (zona oeste), Campinho e Ricardo de Albuquerque (zona norte).

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Segundo nota emitida pelo Comando Conjunto da intervenção, foram usados veículos blindados, helicópteros e equipamentos de engenharia. Não houve interferência nas operações dos aeroportos. "Algumas ruas e acessos na região poderão ser interditados e setores do espaço aéreo poderão ser controlados, oportunamente, com restrições dinâmicas para aeronaves civis", informou o Comando. "As ações têm por objetivo principal melhorar as condições de acessibilidade para que o patrulhamento ostensivo das Forças Armadas - que já vem sendo realizado em apoio à Polícia Militar - possa ser expandido àquela região da cidade", diz a nota. "Em algumas das comunidades abrangidas as ações podem envolver cerco, estabilização dinâmica e remoção de barricadas, bem como revistas de veículos e de pessoas. A Polícia Militar realiza bloqueios em determinadas vias de acesso da região. A Polícia Civil apoia por meio da checagem de registros criminais e poderá, eventualmente, cumprir mandados de prisão ou de busca e apreensão em endereços específicos", continua.

 A estátua do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) quando criança aparece, em um vídeo que circula nas redes sociais e aplicativos de troca de mensagens, envolta por grades como dentro de uma cela de cadeia. O monumento, localizado no Parque Dona Lindu em Boa Viagem, na Zona Sul do Recife, representa o momento em que a família de Lula deixou o Sertão de Pernambuco para migrar para São Paulo. 

A intervenção remete a prisão do líder-mor petista que aconteceu no último dia 7. Lula está preso na Superintendência da Polícia Federal em Curitiba, no Paraná, para cumprir a pena de 12 anos e um mês de reclusão, em regime fechado, pela qual foi condenado na Lava Jato pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro. 

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O Parque Dona Lindu recebe o nome pelo qual a mãe do ex-presidente, Eurídice Ferreira de Melo, era conhecida. O monumento em que aparece Lula e seus sete irmãos foi criado pelo escultor pernambucano Abelardo da Hora. O LeiaJá não localizou a autoria da intervenção na estátua.

Em discurso nesta quinta-feira (12), com sua equipe ministerial, o presidente Michel Temer afirmou que a “intervenção no Rio já vem produzindo resultados”. Entre as ações da equipe comandada pelo general Walter Braga Neto, Temer destaca a apreensão de milhares de munições, centenas de fuzis e drogas.

Segundo o presidente, a criação do Ministério de Segurança Pública é a prova de que seu governo jamais recusou enfrentar os grandes problemas nacionais. “Nós botamos o dedo na ferida. Estamos nos organizando, cada vez mais, para que possamos combater a insegurança que tanto aflige os brasileiros”, declarou.

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O presidente ressaltou que a intervenção atendeu um pleito do governador Luiz Fernando Pezão (MDB), “que não só concordou, como solicitou uma intervenção na área de segurança pública e penitenciária no Rio de Janeiro”.

De acordo com Temer, “é indispensável integrar e coordenar a segurança pública, em razão da realidade existente no País, e é isso que o governo federal está fazendo”.

Por Fabio Filho

Atendendo a uma solicitação dos parlamentares da bancada do Rio de Janeiro, o general Walter Souza Braga Netto, interventor da área de segurança, apresentou um balanço das operações que estão sendo realizadas para tentar normalizar a situação no estado.

Na reunião, ele anunciou que pelo menos outras 63 ações estão planejadas e ainda serão realizadas no combate ao crime, a exemplo da já realizada no fim de semana, quando mais de 140 milicianos foram presos na zona Oeste do Rio.

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O general Braga Netto e o general Richard, secretário de Segurança do Rio informaram ainda que algumas destas operações já estavam planejadas para serem executadas, mas nunca foram adiante e, agora, estão sendo realizadas, após adaptações e reavaliações. Estas ações, no entanto, não foram nem serão detalhadas porque serão feitas de surpresa. A reunião foi realizada no Ministério da Defesa.

O deputado Índio da Costa (PSD-RJ), um dos 12 presentes, ao sair do encontro, informou que os parlamentares vão se mobilizar para pressionar pela rápida liberação dos recursos da ordem de R$ 1,2 bilhão, anunciados pelo governo federal para a segurança do Rio.

Caso Marielle

Os deputados quiseram saber também sobre o andamento das investigações do assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL) e do motorista dela, Anderson Pedro Gomes. Segundo os deputados, o general informou que as investigações estão avançadas, mas explicou que não poderia dar detalhes do que está sendo feito. Avisou, no entanto, que a investigações estão adiantando pela policia civil. Os parlamentares ouviram ainda que, no momento, há uma total integração entre as inteligências e que isso permite um melhor desenvolvimento das ações.

O deputado Chico Alencar (PSOL) disse que saía "satisfeito" da reunião pelas explicações recebidas e elogiou a ação desenvolvida no último fim de semana, que atacou as milícias, lembrando que elas são um braço do crime, assim como o tráfico.

O general de Exército da reserva Luiz Gonzaga Schroeder Lessa afirmou que, se o Supremo Tribunal Federal (STF) deixar Luiz Inácio Lula da Silva solto, estará agindo como "indutor" da violência entre os brasileiros, "propagando a luta fratricida, em vez de amenizá-la".

Lessa foi além. Disse que, se o tribunal permitir que Lula se candidate e se eleja presidente, não restará outra alternativa do que a intervenção militar. "Se acontecer tanta rasteira e mudança da lei, aí eu não tenho dúvida de que só resta o recurso à reação armada. Aí é dever da Força Armada restaurar a ordem. Mas não creio que chegaremos lá."

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As declarações de Lessa se inserem na onda manifestações de oficiais generais da reserva contra a concessão de habeas corpus para impedir a prisão de Lula e a possibilidade de o petista se candidatar à Presidência. "Nosso objetivo principal nesse momento é impedir mudanças na lei e colocar atrás das grades um chefe de organização criminosa já julgado e condenado a mais de 12 anos de prisão que, com o respaldo desse supremo fortim (o STF), tem circulado livre e debochadamente por todo o território nacional, contando mentiras, pregando o ódio e a luta de classes", escreveu o general Paulo Chagas, que é pré-candidato ao governo do Distrito Federal.

Lessa já havia se manifestado na semana passada à Rádio Bandeirantes, de Porto Alegre, quando também foi enfático. Disse que a confrontação não será pacifica. "Vai ter derramamento de sangue, infelizmente é isso que a gente receia." E acrescentou que essa crise "vai ser resolvida na bala." Nesta segunda-feira, 2, à reportagem, disse: "O que querem no momento é abdicar da Justiça e fazer politicagem na mais Alta Corte do País."

Lessa foi comandante militar do Leste e da Amazônia e presidiu o Clube Militar. "Vejo o general Villas Bôas (comandante do Exército) preocupado com a estado atual e defendendo solução pela via democrática, constitucional, pois a interferência das Forças Armadas, sem dúvida, vai causar derramamento de sangue.

"No mesmo sentido, Chagas afirmou que se "as Forças Armadas se julgarem na obrigação de agir, haverá muito mais sangue do que o das 60 mil vítimas anuais da violência, porque, dessa vez, somam-se aos interesses globalistas, políticos e ideológicos, os do crime organizado."

O Exército informou que as declarações de Lessa representam a "opinião pessoal" dele. "O Exército brasileiro pauta sua atuação dentro dos parâmetros legais balizados pela Constituição Federal e outras normas que regem o assunto." O STF disse que não se manifestaria sobre o caso. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O Diário Oficial da União (DOU) publica nesta quarta-feira (28) a Medida Provisória 825/2017, que abre crédito extraordinário de R$ 1,2 bilhão em favor da Presidência da República. O recurso será aplicado em ações da intervenção federal na segurança pública do Estado do Rio de Janeiro.

A medida foi assinada nesta terça-feira (27) pelo presidente Michel Temer. O valor liberado é um pouco maior do que o inicialmente anunciado pelo Planalto, que era de R$ 1 bilhão.

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L., Comerciante de 38 anos, morador da Vila Kennedy:

"Quando o presidente (Michel) Temer anunciou a intervenção, ninguém na Vila Kennedy imaginou que o 'laboratório' seria lá. Uma semana depois, veio a primeira operação. E depois outra, e mais outra, quase todo dia. Logo no primeiro dia teve aquele fichamento dos moradores, como se todos nós fôssemos bandidos. O que a gente mais deseja são serviços, não força de segurança. Não é arma que vai resolver nosso problema.

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A Clínica da Família não tem remédio. Nos colégios, faltam professores. No início, apoiamos a intervenção, porque achamos que era por tempo indeterminado. Mas eles dão expediente e vão embora.

No dia 4 de março, os militares retiraram barricadas do tráfico e, quatro horas depois, traficantes puseram de volta. Parece gato e rato.

Os poucos resultados mostram que eles (os militares) não estavam preparados. No meio disso, a gente se assustou com a forma com que a Marielle foi executada, como a voz dela foi calada. Parece que matando a vereadora, mataram cada favelado também"

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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