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Os desembargadores da 14.ª Turma do Tribunal Regional do Trabalho da 2.ª Região (TRT-2), em São Paulo, reformaram sentença a partir de evidências obtidas em trocas de mensagens via WhatsApp entre uma enfermeira e os responsáveis pela área de recursos humanos de um hospital e maternidade na zona leste da capital paulista.

A decisão foi tomada em novembro e divulgada nesta semana pelos advogados do hospital.

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Os diálogos pelo aplicativo permitiram aos advogados do hospital demonstrar que a enfermeira havia pedido demissão, ao contrário do que havia alegado.

Ainda, que houve acordo para pagamento de verbas rescisórias e que estava sendo cumprido até o início da ação trabalhista. E, também, que os valores já pagos podem ser compensados do total da indenização determinada em sentença.

O juiz Luís Augusto Federighi - voto vencido no tocante à indenização por danos morais - destacou que no caso, a ré, por ocasião das razões finais, anexou cópias de comprovantes de pagamentos e prints de mensagens via Whatsapp mantidas entre as partes.

De tais documentos, aponta o relatório, constam a quitação de três parcelas no valor de R$ 3.200,00 em 31 de agosto de 2017, 6 de outubro de 2017 e 6 de novembro de 2017; mais uma parcela de R$ 2.200,00 em 12 de dezembro de 2017; outra de R$ 1.000,00 em 20 de dezembro de 2017; mais R$ 2 mil em 17 de janeiro de 2018; R$ 1.200,00 em 27 de março de 2018; R$ 2 mil em 24 de abril de 2018, todas em favor da demandante.

O magistrado assinalou que decorre das mensagens, com início em 1.º de agosto de 2017, nove dias antes da alegada rescisão contratual mencionada na vestibular, a expressa intenção da demandante em não trabalhar mais e em fazer acordo sendo que, posteriormente, questiona o pagamento de parcelas de R$ 3.200,00 do referido acordo. "Em que pese a apresentação dos documentos apenas em razões finais, certo é que o processo é mero instrumento de distribuição da Justiça e, ainda, tão certo também é que a condenação ao pagamento de título já quitado não se revela justa, mormente quando não há negativa de realização do acordo, mas apenas de não comprovação da quitação", observou o magistrado. "Considere-se, ademais, a plausibilidade das alegações da demandada."

Sobre as verbas rescisórias, ele anotou, as rés, em defesa, alegam ter feito um acordo verbal com a demandante, no importe de R$ 30 mil, em 10 parcelas de R$ 3 mil cada, no qual ficou convencionado o pagamento dos haveres rescisórios e o FGTS com a multa.

O magistrado pontuou. "Assevera que os recibos não foram juntados ante o tempo transcorrido para o ajuizamento da ação, asseverando que seriam comprovados por extratos bancários, tão logo disponibilizados pelo banco. A autora, em réplica, não nega o alegado acordo, apenas mencionando que a reclamada não juntou nenhum recibo sequer para comprovar suas alegações. De qualquer forma, a alegação de ‘acordo verbal’ não procede, pois a verdade é que a reclamada não pagou as verbas rescisórias."

ACÓRDÃO

"Acordam os magistrados da 14.ª Turma do Tribunal Regional do Trabalho da 2.ª Região em: por maioria de votos, conhecer dos recursos e, no mérito, dar provimento parcial ao recurso da ré para restringir a condenação das diferenças do FGTS até 10 de agosto de 2017, excluir a multa fundiária e autorizar a compensação das verbas rescisórias e FGTS do contrato de trabalho;

Dar provimento parcial ao recurso da reclamante para conceder a Justiça gratuita, acrescer à condenação as férias de 2016/2017 (vencidas) e 2017/2018 (proporcionais, 4/12), todas acrescidas de 1/3, vez que não constaram na parte dispositiva da sentença.

fixar a TR até 25 de março de 2015, e, após, o IPCA-E como índice de correção monetária, expungir da condenação a limitação ao valor atribuído na petição inicial e, por fim, deferir indenização por danos morais, ora arbitrada em R$ 5 mil (cinco mil reais), nos termos da fundamentação supra.

Vencido o juiz Luis Augusto Federighi no tocante à indenização por danos morais.

DAVI FURTADO MEIRELLES Redator Designado

COM A PALAVRA, A DEFESA DO HOSPITAL

No julgamento do recurso, conseguimos fazer com que os desembargadores admitissem como prova as conversas obtidas via WhatsApp entre a funcionária e a empresa em alegações finais e, com isso, os valores que já haviam sido pagos foram compensados e o pedido de demissão que ela havia feito pelo aplicativo foi acolhido, ensejando na reforma da sentença’, enfatizam Luis Henrique Borrozzino, sócio do Miglioli e Bianchi Advogados e sua advogada associada Amanda Valentim que defenderam a empresa.

Ainda segundo os advogados, a decisão é importante por garantir segurança jurídica às conversas entre empregados e representantes das empresas por qualquer meio.

Para eles, a decisão da 14.ª Turma do TRT-2 desestimula demandas alheias aos fatos e demonstra que a Justiça e, sobretudo, a boa-fé entre as partes devem prevalecer em todas as fases da relação existente.

Depois que o marido de Preta Gil, Rodrigo Godoy, foi acusado de dar cantada em uma modelo, mais uma famoso acabou no mesmo olho do furacão. Desta vez, o apresentador Marcos Mion foi parar nos trending topics do Twitter por um suposto xaveco.

A modelo Ana Carolina Jorge expôs, nesta terça-feira (7), prints da conversa de que seria de Mion. Ela publicou no Instagram, na função dos Stories, uma imagem da cantada que teria recebido. Diz um trecho do bate-papo: "Fica muito sem graça aquela academia sem você sorrindo e pulando corda".

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Em uma outra postagem, Ana Carolina declarou que abomina hipocrisia e que não quer mídia "em cima da tristeza alheia". Até o momento, Marcos Mion não comentou sobre o assunto.

Confira os prints:

O Telegram anunciou novas atualizações para 2020 e parece ter empolgado os internautas. O aplicativo de mensagens chegou aos trends topics do Twitter com usuários da plataforma exaltando seus recursos e comparando-o com o WhatsApp. Entre as novidades anunciadas pelo mensageiro estão a possibilidade de programar mensagens, selecionar apenas uma frase de textos já enviado e muito mais. Confira:

- Editor de temas avançado e temas com gradientes de cor e texturas para você criar seu próprio plano de fundo;

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- Agendamento de mensagens quando o destinatário ficar online (só funciona se você puder ver o status online dele). É possível escolher o dia e horário que o texto ou figurinha será enviado e até fazer uma contagem regressiva para o envio;

- Escolha lugares com mais facilidade ao compartilhar a sua localização, clicando diretamente no estabelecimento que aparece no mapa para enviar;

- Ative e desative o Modo Noturno diretamente do menu lateral;

- Tenha mapas escuros bem polidos ao ver localizações no Modo Escuro;

- Exibir resultados da pesquisa como uma lista. Basta tocar na barra inferior que mudará para a exibição em lista, caso você queira ver todos os resultados em uma página. No iOS, você também pode selecionar várias mensagens sem sair do modo de pesquisa, recurso já disponível para usuários Android;

- Escolher a qualidade dos vídeos de modo mais intuitivo ao enviá-los.

- Novas animações ao pular entre mensagens no chat, abrir a busca global ou desocultar o Arquivo;

- Expandir a foto de perfil;

-  Selecionar parte de um texto em qualquer mensagem para copiar, compartilhar, etc.

- Desativar o Levantar para Falar para não gravar mais uma resposta ao ouvir mensagens de voz no modo de telefone.

Atire a primeira pedra quem não teve, em 2019, um textinho pronto de “Feliz Ano Novo” para enviar nos grupos de amigos, família e trabalho. Seja em uma frase simples ou um texto mais elaborado, a verdade é que a tecnologia permitiu que pudéssemos enviar nossos votos durante o Réveillon tanto para pessoas especiais, quanto para outras nem tão especiais assim. A prova disso são as mais de 100 bilhões de mensagens privadas que foram enviadas em todo o mundo, via WhatsApp, durante a véspera do Ano Novo.

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Em um comunicado à imprensa, o mensageiro de Mark Zuckerberg divulgou que, durante as 24 horas que antecederam a meia-noite, ou seja, na véspera de ano novo, mais de 100 bilhões de mensagens privadas foram enviadas, desejando um feliz 2020. Somente na Índia, os usuários enviaram mais de 20 bilhões de mensagens no dia 31 de dezembro.

Outros números também surpreendem. Cerca de 12 bilhões das 100 bilhões de mensagens compartilhadas na plataforma eram multimídia. Além disso, o volume recorde é o maior número de mensagens trocadas em um único dia desde que o mensageiro iniciou seus serviços há dez anos. No Brasil, foram enviadas pelos usuários mais de 13 bilhões de mensagens no dia 31 de dezembro.

O WhatsApp também aproveitou para divulgar os serviços mais utilizados pelos seus usuários na plataforma, que incluem a troca de mensagens de texto em primeiro lugar, seguida pelo status, mensagens com imagens, chamadas e mensagens de voz.

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O Ministério da Justiça editou Portaria, publicada no Diário Oficial da União desta sexta-feira13, para instituir e regulamentar o uso de aplicativos de mensagens instantâneas ou recursos tecnológicos similares para intimação de atos processuais, no âmbito da Corregedoria-Geral do Ministério da Justiça e Segurança Pública.

Segundo o texto da Portaria, as intimações de processos que tramitam no âmbito da Corregedoria-Geral do Ministério da Justiça, poderão ser efetuadas por meio de aplicativos de mensagens instantâneas ou recursos similares às partes e seus respectivos advogados e às testemunhas arroladas nos autos, desde que requerido na forma da legislação de regência.

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O recebimento de intimações por aplicativos dependerá de anuência expressa da parte interessada. Quem aderir ao sistema pode, a qualquer tempo, solicitar o seu desligamento do sistema de comunicações processuais por aplicativos de mensagens instantâneas.

A Portaria esclarece ainda que "o silêncio do interessado será interpretado como recusa à utilização de aplicativos de mensagens instantâneas ou recursos tecnológicos similares para fins de intimação". Com a recusa, deverão ser utilizados os meios convencionais de comunicação dos atos processuais.

É vedada a utilização dos aplicativos nas hipóteses de citação e previsão normativa que obrigue a intimação pessoal. A Portaria diz ainda que o envio das intimações por aplicativos deverá ser realizado no horário de funcionamento do ministério, ressalvada a comunicação de medidas urgentes.

As mensagens trocadas por autoridades como o ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, e o coordenador da força-tarefa da Lava Jato em Curitiba, Deltan Dallagnol, divulgadas pelo site The Intercept Brasil e outros meios de comunicação repercutiram em todo o país. O conteúdo obtido por hackers, entretanto, não foi encomendado nem comprado pelo jornalista Glenn Greenwald, que é dono do Intercept. 

A informação foi publicada pelo colunista Lauro Jardim. Segundo ele, a delação premiada do hacker Luiz Henrique Molição, homologada nesta semana, aponta inocência de Glenn. No depoimento, conta o colunista, Molição disse que participou da negociação com o responsável pelo Intercept Brasil e garantiu que o americano não pagou pelo material e, muito menos, encomendou o hackeamento. 

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Ainda de acordo com Lauro Jardim, Luiz Henrique Molição também relatou que o grupo tentou vender as informações obtidas nas conversas para a ex-deputada Manuela D’Ávila, mas ela se recusou a pagar e disse que conhecia um jornalista que publicaria as mensagens.

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Fernanda Montenegro completou 90 anos de idade recentemente, no dia 16 de outubro! E de forma bastante carismática, Fernanda gravou um vídeo em sua página oficial do Facebook para fazer um agradecimento aos seus fãs pelas mensagens de aniversário que recebeu. Publicado nesta terça-feira, dia 22, Fernanda expressava bastante gratidão:

- Não tenho como agradecer tanto carinho. Cheguei aos meus noventões tão acarinhada por todos vocês. Por mais que eu agradeça, ainda falta. Posso achar que, na verdade, é uma família de opção, todos nós, falou.

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Sem perder o bom humor, ela ainda adicionou:

- Agora é esperar o Natal, o ano bom e ano que vem eu já não vou mais contar 91, 92 ou 93. Vamos ficar nos 90 que isso já é bem confortável. Tive o privilégio de andar, falar, concatenar meus pensamentos, então vocês vão ter que me aturar por mais um tempo, brincou.

Com uma carreira vasta e lotada de realizações, Fernanda ainda aproveita para fazer um agradecimento especial aos jovens atores:

- Eu fico muito feliz de ter tido essa oportunidade, de chegar a esta idade. Tenho alguns colegas que estão na mesma faixa, são as mesmas memórias. E aos jovens, principalmente aos jovens atores, todo o meu amor, minha fé e toda a nossa resistência, finalizou.

O novo aplicativo de mensagens do Instagram, Threads, parece estar conquistando os usuários do Android. O app, ficou entre os 10 mais baixados da plataforma e funciona como um chat exclusivo para a lista de Melhores Amigos dos usuários da ferramenta de compartilhamento de fotos.  É o Direct Message melhorado, em que é possível enviar fotos, videos, status e fazer stories tanto para grupos selecionados, quanto para indivíduos. Você pode aprender como usá-lo aqui.

Além do Threads, o aplicativo do Prime Video, da Amazon, também figurou entre os 10 mais, geralmente dominado pelas redes sociais. Em primeiro lugar, o Twitter é o app mais procurado pelos usuários Android, seguido do Nubank e o Itaú. Confira todos:

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O WhatsApp admitiu o uso de envio massivo de mensagens -com sistemas automatizados contratados de empresas de marketing- durante a corrida presidencial de 2018. A confirmação foi feita pelo gerente de políticas públicas do aplicativo. Tal prática é considerada fraude, logo, é ilegal.

"Na eleição brasileira do ano passado houve a atuação de empresas fornecedoras de envios maciços de mensagens, que violaram nossos termos de uso para atingir um grande número de pessoas", afirmou o gerente de políticas públicas e eleições globais do aplicativo Ben Supple, em uma palestra no Festival Gabo.

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De acordo com a Folha de São Paulo, ao decorrer das eleições, tanto empresários apoiadores do atual presidente Jair Bolsonaro (PSL), quanto apoiadores do candidato Fernando Haddad (PT), impulsionaram conteúdo desfavorável contra o adversário. Em março deste ano, o ministro do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) Edson Fachin chegou a multar o petista em R$ 176,5 mil por um site contrário ao líder do PSL.

Os gastos em contratos de softwares de disparos em massa contra candidatos, não foi declarado pelos empresários à Justiça Eleitoral, o que configura caixa dois. O TSE impede o uso dessas ferramentas.

Em relação ao uso do WhatsApp e a violação das regras das campanhas eleitorais, o representante acredita que "não viola desde que se respeitem todos os termos de uso [que vedam automação e envio massivo]. Todos estão sujeitos aos mesmos critérios, não importa se quem usa é um candidato à Presidência ou um camponês do interior da Índia".

 

O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) lançará em seu site oficial e nas redes sociais uma série de mensagens na Língua Brasileira de Sinais (Libras). O objetivo é orientar candidatos com deficiência auditiva e surdez para o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). O material deve ser divulgado nos próximos dias.

Serão dadas orientações relacionadas ao que pode ou não ser levado para o local de prova, documentos aceitos e como encontrar material de estudo em Libras, além de diversos outros assuntos relacionados aos dias da prova, marcados para 3 e 10 de novembro. De acordo com o Inep, a ação é uma forma de homenagem ao Dia Nacional dos Surdos, celebrado nesta quinta-feira (26).

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A cartilha do participante, referente à redação, também vai ser traduzida. O material esclarece a metodologia e as competências cobradas de todos os participantes. O vídeo estará disponível no YouTube do Inep em breve. Já no dia da aplicação do Enem os surdos terão auxílio especial com a utilização da videoprova, em vigor desde 2017.

Em 2018, a Plataforma Videoprova foi aprimorada. A ferramenta traz os enunciados das questões e as opções de respostas e os gabaritos em Libras, sendo um material de estudos acessível para quem precisa. Os participantes que solicitaram o atendimento especial terão tempo adicional para realização do Exame, que pode chegar até a 120 minutos por dia.  

Segundo o Inep, a Política de Acessibilidade e Inclusão, direcionada à comunidade surda que tem a Libras como primeira língua, garante editais, videoprovas, cartilhas e campanhas de comunicação em Libras, visando a inclusão e a acessibilidade do Exame Nacional do Ensino Médio.

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Novas mensagens vazadas nesta quarta-feira (11) apontam que o Ministério Público Federal (MPF) solicitou que o ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, autorizasse uma ação contra a filha do empresário Raul Schmidt,  Nathalie Angerami Priante Schmidt Felippe, para que, por meio dela, a polícia encontrasse o paradeiro dele. 

Mesmo sendo titular de contas no exterior que receberam propinas, Nathalie não era suspeita de executar crimes. Já Raul Schmidt é apontado como operador de propinas de ex-dirigentes da Petrobras. O empresário foi preso na 25ª fase da investigação, em março de 2016 em Lisboa, mas liberado para responder ao processo em prisão domiciliar. O Brasil chegou a pedir a extradição dele, mas a defesa impetrou diversos recursos.

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As informações foram publicadas pelo site The Intercept Brasil, que vem desde junho divulgando conversas trocadas por procuradores da Lava Jato através do aplicativo Telegram. 

A investida do MPF, de acordo com a matéria, aconteceu em fevereiro de 2018. A ação, disse o procurador Diogo Castor de Mattos em um trecho de uma conversa com os colegas, buscava criar um "elemento de pressão" no empresário.

No primeiro pedido, Sergio Moro negou. "Apesar dos argumentos do MPF, não há provas muito claras de que Nathalie Angerami Priante Schmidt Felippe tinha ciência de que os valores tinham origem ilícita e/ou eram fruto de atos de corrupção", despachou o então juiz. 

Três meses depois, contudo, o pedido de busca e apreensão contra Nathalie para tentar capturar Schmidt foi apresentado novamente, sem nenhuma mudança e foi acatado por Moro. A operação prendeu o passaporte dela, mas no mesmo dia, segundo a reportagem, Raul Schmidt conseguiu extinguir seu processo de extradição em Portugal. Até o momento, o Brasil não conseguiu trazer Schmidt de volta para o país. 

Ao Intercept, o MPF afirmou, por nota, que "os procuradores da força-tarefa Lava Jato formulam pedidos cautelares ou denúncias apenas quando estão presentes os requisitos legais", além disso ressalta que "Nathalie Schmidt foi beneficiária de contas secretas que receberam milhões de dólares ilícitos no exterior, podendo estar sujeita, por tais condutas, a sanções criminais". O ministro Sergio Moro não comentou o caso. 

A força-tarefa da Lava Jato em Curitiba preferiu fazer manobras para que grandes bancos com atuação no Brasil firmassem acordos ao invés de instaurar investigações sobre acusações de envolvimento das instituições financeiras com o escândalo de corrupção. É o que apontam as novas mensagens reveladas pelo site The Intercept Brasil através do El País, nesta quinta-feira (22). 

As conversas registradas no aplicativo Telegram entre procuradores da força-tarefa aconteceram em 2016, após alguns bancos serem citados em delações premiadas. No dia 16 de outubro daquele ano, por exemplo, o procurador Roberson Pozzobon alertou aos colegas de profissão: “O Banco, na verdade os bancos, faturaram muuuuuuito com as movimentações bilionárias dele”. 

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Na ocasião, segundo a reportagem, Pozzobon se referia às movimentações financeiras do empresário e lobista Adir Assad, condenado por lavagem de dinheiro, acusado de envolvimento em diversos escândalos de corrupção, incluindo o da Petrobras. Os procuradores, naquele momento, já tinham a informação de que Assad havia aberto uma conta no Bradesco nas Bahamas para lavar dinheiro “a rodo”. E Compliance Officer, setor responsável por fazer o banco cumprir normas legais, chegou a alertar o Bradesco em 2011 sobre algo errado naquela conta, mas Pozzobon disse que o Bradesco nada fez. 

Apesar da informação, ainda em 2016, foi criado um arquivo de “Ideias e Metas FTLJ 2017_2018”, enviado em um dos chats dos procuradores. No documento, em que aparece objetivos a serem cumpridos, o item bancos aparece com a descrição de acordos “a título de indenização por lavagem de dinheiro e falhas de compliance”.

Atingir os bancos com investigações, de acordo com a matéria, na ótica dos procuradores causaria o chamado "risco sistêmico", conceito financeiro que supõe um possível efeito dominó para a economia.  

Em 21 de outubro de 2016, o coordenador da força-tarefa, Deltan Dallagnol, enviou uma mensagem para o grupo Filhos de Januário 1 sugerindo a instalação de um Inquérito Civil Público (ICP) que averiguaria falhas de compliance dos bancos. Na conversa, ele diz que a intenção era de “pintar tempestade na portaria”.

“CF, em relação aos bancos e falhas de compliance, Orlando, Paulo e eu pedimos pro Douglas instaurar ICP e pediremos infos pros bancos. A ideia é pintar tempestade na portaria e mandar ofício pedindo infos sobre investigações internas que tenham feito etc., para incentivá-los a virem para a mesa negociar. Vc será o responsável pelos ICPs, como nosso especialista em compliance, mas conte comigo pro que precisar”, diz a mensagem [mantida com a grafia enviada] de Dallagnol para o procurador Carlos Fernando Lima. 

“Bradesco, Itaú, Credit suisse e Banco Paulista de SP (só paulista para dar esse nome mesmo... banco paranaense do Paraná nca vi rsrsrs)”, acrescentou. 

A reportagem aponta também que, apesar dessa conversa ter acontecido em 2016, apenas em maio deste ano que a Lava Jato chegou de fato à primeira instituição bancária. No dia 8 daquele mês, foram presos três executivos do Bancos Paulista, acusados de lavagem de dinheiro e gestão fraudulenta para beneficiar a Odebrecht. 

Outro fato curioso, levantado pelo El País, é que além da morosidade da Lava Jato atingir os bancos, em outubro de 2018 Deltan esteve fazendo uma palestra paga pela Federação Brasileira de Bancos (Febraban) sobre prevenção e combate a lavagem de dinheiro, pela qual recebeu R$ 18.088 líquidos, quase seu salário daquele mês: R$ 22.432. 

Além disso, em 2018, os procuradores chegaram a cogitar o rompimento das negociações do acordo de delação premiada do ex-ministro Antonio Palocci. A proposta apresentava uma narrativa complexa sobre sua relação com poderosos, como Joseph Safra (Banco Safra), Pedro Moreira Salles (na época, do Unibanco), Lázaro Brandão e Luiz Carlos Trabuco (Bradesco), dentre outros.

Por meio de nota, a força-tarefa de Curitiba disse que "é de conhecimento público que as forças-tarefas Lava Jato no Paraná e no Rio de Janeiro já adotaram diversas medidas de persecução criminal em face de integrantes de instituições financeiras, incluindo diretores e gerentes de bancos e corretoras". O texto ainda observou que o grupo "não reconhecesse as mensagens que lhe têm sido atribuídas. O material é oriundo de crime cibernético e sujeito a distorções, manipulações e descontextualizações". 

A equipe de suporte do Google anunciou na última terça-feira (20) que, a partir de 18 de setembro, não será mais possível enviar mensagens diretamente no YouTube. A decisão foi tomada porque - aparentemente - a maioria das pessoas não utiliza o recurso, que permite compartilhar também vídeos entre os usuários. Alguns recursos serão desativados antes do prazo final.

Mas como funcionava o recurso? Quando você compartilha um vídeo ou recebe a mensagem de um amigo no YouTube, uma conversa privada era criada. Dessa forma ambos poderiam assistir e falar sobre o vídeo. Porém, a atividade está com os dias contados.

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Apesar do aviso prévio, a equipe do YouTube resolveu ensinar os usuários a salvar suas mensagens antes que elas sejam apagadas por completo. A intenção da companhia é estimular as pessoas a usarem cada vez mais a plataforma de modo público, com comentários apenas nos vídeos, postagens e Stories (disponível apenas para usuários com mais de 10 mil seguidores).

Se você possui mensagens que deseja salvar siga estas etapas e garanta uma cópia das suas conversas (via support Google):

Acesse https://takeout.google.com/settings/takeout/custom/youtube.

Na seção "YouTube", selecione "Todos os dados do YouTube incluídos" para escolher os dados que você quer manter.

Desmarque todos os dados, exceto "Chats".

Selecione OK. 

Selecione Próxima etapa.

Selecione “Criar arquivo”.

Você receberá um e-mail quando o arquivo estiver pronto.

Faça o download de todos os seus chats como um arquivo .zip.

Quando você compartilha um vídeo ou recebe a mensagem de um amigo no YouTube, uma conversa privada é criada. Nela vocês podem assistir e falar sobre o vídeo. É possível assistir vídeos compartilhados diretamente na conversa.   

Procuradores que integram a força-tarefa da Operação Lava Jato tiveram acesso a dados sigilosos da Receita Federal de maneira informal ou sem autorização da Justiça nos últimos anos, de acordo com supostas mensagens obtidas pelo site The Intercept Brasil e publicadas ontem em parceria com o jornal Folha de S.Paulo.

Pelos diálogos, os procuradores contariam com a contribuição do auditor fiscal Roberto Leonel, à época chefe da área de inteligência da Receita em Curitiba e hoje presidente do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf).

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Em agosto de 2015, o procurador Roberson Pozzobon teria pensado em falar com Leonel para obter dados que o ajudariam em uma investigação envolvendo negócios de um dos sobrinhos do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em Angola.

O vínculo entre a força-tarefa da Lava Jato e o auditor, segundo as supostas mensagens, teria sido frequente no início de 2016, quando se desenrolava a investigação sobre as reformas em sítio frequentado por Lula e sua família em Atibaia (SP). O caso rendeu a Lula sua segunda condenação - a 12 anos e 11 meses por corrupção e lavagem de dinheiro na ação que apurou se ele recebeu propina por meio da reforma da propriedade.

Na época, o procurador Deltan Dallagnol, coordenador da força-tarefa em Curitiba, teria pedido que Leonel levantasse informações sobre o caseiro do sítio, sobre uma nora de Lula, sobre o patrimônio dos antigos donos do imóvel e sobre compras que a mulher do ex-presidente, Marisa Letícia (morta em 2017), havia feito.

Ainda de acordo com as supostas mensagens, em ao menos um caso Leonel teria repassado informações de pessoas que nem eram investigadas em Curitiba. Em 2017, o auditor teria informado Deltan que havia feito uma representação contra os pais do ex-deputado Rodrigo Rocha Loures (MDB-PR) e preparava outra contra a ex-mulher do parlamentar. Loures era investigado pela Procuradoria-Geral da República (PGR), não pela força-tarefa da Lava Jato.

Procurados, tanto a força-tarefa quanto a Receita Federal afirmaram que a troca de informações entre elas é permitida pela legislação e não ameaça o sigilo fiscal dos contribuintes.

Dallagnol também usou ontem o Twitter para rebater as acusações de que teria driblado a lei para obter dados sigilosos da Receita. "Mais acusações falsas contra a Lava Jato. A Receita passou informações para o MP (Ministério Público) na Lava Jato em três situações, sempre com amparo na lei", escreveu o procurador.

Essas três situações teriam sido "quando houve quebra de sigilo fiscal decidida por juiz; quando o MP requisitou informações fiscais, poder dado pela lei complementar 75/93 e reconhecido em atos e decisões da administração pública e do Judiciário; e, por fim, quando a Receita identificou indícios de crimes, em apuração de iniciativa própria ou a partir de informações recebidas do MP, de outros órgãos ou de cidadãos".

O procurador afirmou que a Receita tem liberdade de apurar atos ilícitos a partir de notícias que recebe e de comunicá-los ao MP. "Uma função central dos escritórios de pesquisa e inteligência, como aquele que o auditor Roberto Leonel chefiava, é exatamente fazer pesquisa e investigação."

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O uso do conteúdo de mensagens obtidas pelos presos na Operação Spoofing, da Polícia Federal, em outros processos, ainda dependerá de uma longa discussão na Justiça, segundo o entendimento de pessoas envolvidas no caso. Mesmo que tenham sido obtidas de forma ilícita, por meio de ataques virtuais, juristas consultados pelo Estado afirmaram que a lei permite aproveitar provas quando o objetivo é a busca pela absolvição ou para permitir que algum preso ganhe liberdade. A utilização de material obtido por meio de "hackeamento", no entanto, seria inédita.

A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) solicitou nesta sexta-feira, 26, à 10.ª Vara Criminal Federal que o material capturado em contas no Telegram de autoridades não seja destruído, contrariando a sugestão do ministro da Justiça, Sérgio Moro. A entidade afirma que a integridade do material é importante como garantia do exercício de defesa.

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Um ministro do Supremo Tribunal Federal, ouvido reservadamente pela reportagem, afirmou que mesmo réus em outros processos podem solicitar - e até utilizar em sua defesa - as mensagens trocadas por pessoas que foram vítimas de ataque virtual. Ele reconheceu, porém, que a questão é controversa na Corte.

Em recurso apresentado à Segunda Turma do STF, a defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva cita as supostas mensagens trocadas entre Moro e integrantes da Lava Jato no pedido de suspeição do ex-juiz. A análise do habeas corpus foi interrompida no mês passado e os ministros não chegaram a discutir se vão considerar o material obtido pelos hackers. A Procuradoria-Geral da República já se manifestou contra.

O pedido da OAB para que as mensagens não sejam destruídas será analisado pelo juiz Vallisney de Oliveira, que autorizou a prisão dos quatro suspeitos pelos ataques virtuais. Segundo interlocutores, o entendimento do magistrado, em termos gerais, é de que provas ilícitas devem ser descartadas, mas ele ainda deve analisar o caso concreto relacionado às mensagens apreendidas pela PF.

Para o ex-ministro da Justiça Torquato Jardim, o juiz deve permitir que a defesa de um réu tenha acesso caso um fato de conhecimento público possa favorecê-la. "Tornada pública a notícia de algo que seja relevante à defesa, o juiz é obrigado a abrir vista aos réus para que se complete o rito do devido processo legal e da ampla defesa com todos os recursos pertinentes", afirmou Jardim.

A opinião é compartilhada pelo criminalista Alberto Toron, que entende ser possível utilizar a prova emprestada no caso dos hackers. "A defesa no processo penal não sofre as mesmas limitações que a acusação", disse ele, que tem entre seus clientes políticos como o deputado Aécio Neves (PSDB-MG) e a presidente cassada Dilma Rousseff (PT).

Critério

Mesmo quem defende essa possibilidade aponta ser preciso limitar o acesso a pontos determinados das mensagens capturadas pelos hackers, sem o chamado "fishing", que, no jargão de advogados, significa analisar todo o conteúdo para só então "pescar" o que poderia ser útil.

Moro argumentou, no entanto, que materiais obtidos por crimes de hackeamento não teriam utilidade jurídica e, além disso, o mero exame dos conteúdos significaria uma nova violação da privacidade das vítimas. Nesta quinta-feira, ao comunicar autoridades de que haviam sido alvo dos ataques, ele disse que o material seria descartado.

A Polícia Federal afirmou, em nota, que cabe à Justiça, "em momento oportuno, definir o destino do material, sendo a destruição uma das opções". O Estado apurou que a nota foi divulgada a pedido de Moro, a quem a PF é subordinada, como forma de esclarecer o assunto.

Na última segunda-feira (22), o cantor Almir Rouche deixou familiares, amigos e fãs preocupados depois que deu entrada no Hospital Santa Joana, área central do Recife, para passar por um procedimento de cateterismo cerebral. Almir foi internado às pressas ao sofrer um aneurisma, sendo submetido a uma cirurgia com duração de aproximadamente seis horas. Com o quadro clínico considerado grave, o ex-vocalista da Banda Pinguim vem recebendo o carinho dos artistas pernambucanos.

Procurado pelo LeiaJá, o cantor Romero Ferro, que no último dia 19 lançou em parceria com Duda Beat o single "Corpo em Brasa", falou da sua relação com Almir Rouche. "Estivemos juntos no Baile do Siri na Lata. Eu fui um dos convidados do show dele. E ele é aquele artista com um talento inquestionável e uma gentileza tamanha. Fico feliz que ele tenha acordado e estou aqui energizando as melhores vibrações para que ele se recupere dessa rapidinho. Ele é muito guerreiro e vai driblar tudo isso da melhor forma", disse Romero.

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Nas redes sociais, os cantores Nena Queiroga e André Rio, além do Maestro Forró, mandaram vibrações positivas para o amigo. "Estamos todos na corrente por sua plena e pronta recuperação. Deus e Nossa Senhora no comando sempre!, escreveu André. "Agora vamos todos rezar para que os próximos momentos sejam também de boas notícias! Estamos com você, meu irmão querido! Deus está no comando!", legendou Nena, publicando uma foto de Almir no seu perfil do Instagram.

"Todas as vibrações positivas para a plena recuperação desse guerreiro", legendou Maestro Forró. Na manhã desta quarta-feira (24), o Hospital Santa Joana emitiu uma nota sobre o quadro clínico de Almir. Internado no Centro de Terapia Intensiva (CTI), a assessoria da unidade informou que o cantor permanece em constante monitoramento. A assessoria de Almir Rouche declarou à reportagem do LeiaJá que o artista recebeu a visita do Padre Arlindo, que aproveitou o momento para rezar. Mais informações sobre o estado de saúde de Almir serão divulgadas em breve.

Alvo de questionamentos após a divulgação de supostas mensagens que sugerem conluio com o ex-juiz Sérgio Moro (atual ministro da Justiça) na Lava Jato, o procurador da República Deltan Dallagnol, coordenador da força-tarefa do Ministério Público Federal em Curitiba, diz que não tem medo do que possa ser apresentado. "Todos os atos da força-tarefa são fundamentados em fatos, em provas e na lei e foram validados por diversas instâncias da Justiça." A seguir, trechos da entrevista:

Tem suspeitas sobre quem acessou os diálogos?

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Só a PF pode dar essa resposta. Mas houve invasão de sistemas telefônicos e sequestro de contas de aplicativos, o que sugere o uso de métodos sofisticados. Sabemos que muitas autoridades foram atacadas, mas só as da Lava Jato são alvo de divulgação, o que dá pistas sobre os interesses envolvidos.

Quem tem interesse nesse hackeamento?

O interesse é anular condenações e barrar o avanço da investigação. A operação atingiu muitos poderosos. Poderia ser qualquer um deles, além dos corruptos que ainda não foram alcançados pela Lava Jato.

Por que o sr. não aceitou o convite para depor sobre o caso na Câmara? Tem algum receio?

Não tenho receio porque todos os atos da Lava Jato estão justificados em fatos, provas e na lei e foram validados por diversas instâncias da Justiça. O Congresso é palco de discussões relevantes, mas de natureza política. Meu trabalho é técnico e feito perante a Justiça.

A força-tarefa não tem reconhecido as mensagens, mas o The Intercept Brasil também divulgou um áudio e diz ter outros. Isso não confirma a autenticidade?

É realmente possível que o criminoso tenha obtido mensagens do aplicativo Telegram. Entretanto, isso não afasta a possibilidade de edição ou falsificação das mensagens de texto ou áudio, o que pode ter ocorrido até mesmo antes de o material ser entregue ao site, que não o submeteu a nenhuma autoridade para verificação.

O que é verdade ou mentira nessas mensagens?

Não temos as mensagens originais para comparar. Antes da divulgação do hackeamento, encerramos as contas no aplicativo para proteger investigações em andamento e nossa segurança. Isso apagou as mensagens nos celulares e na nuvem. É impossível lembrar detalhes de milhares de mensagens trocadas ao longo de anos. A mudança de uma palavra, a inserção de um "não" ou a abstração de contextos podem mudar significados. E o que temos visto são indícios de edição e evidências de que supostas mensagens, na forma como são apresentadas, contrastam com a realidade.

Reportagem da revista Veja mostra supostos diálogos em que o sr. teria enviado versão inacabada de denúncia a Moro. Reconhece este diálogo?

Apresentamos aos juízes e aos tribunais análises e argumentos, em reuniões e por escrito, sempre que necessário para defender o interesse público. Mas jamais existiu prática de antecipar peças em elaboração.

O ex-juiz orientou a Procuradoria a publicar uma nota oficial criticando a defesa de Lula?

Não tenho como comentar diálogos que não tiveram o contexto e a veracidade comprovados. O interesse do MP não é condenar, mas buscar a Justiça, o que implica a absolvição dos inocentes. Não fazemos notas contra ou a favor de pessoas.

Há outro caso em que o ex-juiz teria orientado a incluir um dado de depósito bancário em uma denúncia, antes de ser recebida. Ele orientava os procuradores?

Ainda que essa mensagem fosse verdadeira, ela não mostra atuação enviesada. Na falta de manifestação do MP sobre o tal depósito, o juiz poderia ter despachado nos autos, questionando o órgão sobre o eventual arquivamento implícito do fato. Ou poderia suscitar o aditamento da denúncia, como permite o Código de Processo Penal no artigo 384. Sobre o caso em questão, o juiz absolveu os réus em relação ao depósito.

Mensagem atribuída a Moro expõe suposta preocupação em não "melindrar" o ex-presidente Fernando Henrique com a abertura de investigação, pois ele seria "um aliado importante". O sr. se recorda desse episódio?

Se buscássemos aliados, seriam importantes Lula, Eduardo Cunha e Sérgio Cabral, políticos influentes, mas que foram condenados e presos. Os fatos deixam claro que influência, dinheiro e poder jamais foram critérios para aferir responsabilidade na Lava Jato.

Como vê as críticas do ministro Gilmar Mendes, do Supremo, à atuação do MPF na Lava Jato?

Prefiro não comentar ataques e grosserias de autoridades contra a Operação Lava Jato.

Como avalia a acusação de que havia o objetivo deliberado de tirar Lula do cenário político?

Essa é uma teoria dos que querem forçar anulações. A Lava Jato não se resume a um ou outro caso. São centenas de casos que atingiram todo o espectro ideológico. Só na força-tarefa de Curitiba já passaram 19 procuradores e mais de 30 servidores. A equipe inclui eleitores do PT. Os atos judiciais são revisados por três instâncias. A teoria da conspiração não se verifica.

O que o levou a fechar a denúncia contra o ex-presidente?

O mesmo motivo que embasou denúncias contra outros réus: a existência de provas de um crime e de sua autoria. Ninguém tem prazer em acusar alguém ou ao constatar tanta corrupção no País, ainda mais quando praticada por quem deveria dar o bom exemplo.

Tem medo do teor de novas mensagens?

Não. O que receio é de que a luta contra a corrupção pare. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, afirmou, em entrevista ao Correio Braziliense, que não pretende deixar o cargo por causa das mensagens reveladas com procuradores da Lava Jato à época que era o juiz à frente da investigação na primeira instância.

"Não vai ser por causa de falsos escândalos que vou desistir dessa missão", disse, referindo-se à consolidação dos avanços no combate à corrupção e ao crime organizado. Moro se refere à publicação das mensagens como "revanchismo" e afirmou que o hacker tem interesse principal de impedir novas investigações e anular condenações.

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Na entrevista, publicada neste Domingo (7), o ministro admite que "pode ter mensagens que tenham ocorrido", citando como exemplo o trecho revelado "In Fux, we trust". "'Confio no ministro do Supremo'. Qual é o problema em falar nisso? Problema nenhum. Mas pode ter uma mexida numa palavra, na própria identificação e na atribuição dessas mensagens", disse, repetindo que deveria ter sido averiguada a autenticidade do material.

Em relação à suposta interferência em uma possível delação do ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha, Moro disse que a atribuição não era dele, e sim do Supremo Tribunal Federal (STF) e da Procuradoria Geral da República (PGR).

Como foram vazadas as supostas conversas privadas entre procuradores da força-tarefa da operação Lava Jato em Curitiba e o então juiz Sergio Moro, atual ministro da Justiça? Seriam elas autênticas? Essas foram algumas das questões centrais da manhã da audiência pública com o ministro na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ), nesta quarta-feira (19). Alguns senadores querem ter acesso às mensagens trocadas pelo aplicativo Telegram para compará-las com os trechos vazados pelo site The Intercept Brasil.

O senador Angelo Coronel (PSD-BA) perguntou se Moro autorizaria o Telegram a fornecer as mensagens armazenadas na íntegra e recomendou que o ministro aconselhe o procurador Deltan Dallagnol a entregar o celular para perícia.

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“O senhor autoriza o Telegram a fornecer dos seus arquivos que ficam na nuvem, o conteúdo das mensagens que o senhor trocou com os procuradores? Ou então o senhor também não poderia, já que o senhor se dá bem com o Deltan Dallagnol, solicitar que ele entregasse o celular dele para vistoriar? Aí acabaria essa sensação, acabaria esse sangramento”, indagou o parlamentar.

Moro relatou ter sido usuário do aplicativo de troca de mensagens Telegram, mas disse que essas mensagens não existem porque ele saiu do aplicativo em 2017.

“Eu saí do Telegram em 2017. Essas mensagens não ficam na nuvem. Eu saindo do aplicativo, essas mensagens foram excluídas. Se tivesse esse material, o hacker já teria apresentado. Se tivesse isso no Telegram, o hacker teria obtido essas informações”, disse.

Coronel reafirmou que os diálogos estão na nuvem e sugeriu que a sessão fosse interrompida até que o serviço de mensagens instantâneas liberasse a íntegra das conversas, pedido negado pela presidente da CCJ, Simone Tebet (MDB-MS), que ressaltou que outros senadores queriam fazer perguntas ao ministro.

Clonagem

Durante o debate, Moro afirmou que teve o celular clonado no dia 4 de junho, cinco dias antes da publicação da primeira reportagem sobre os diálogos, mas, segundo o ministro, não conseguiram acessar o conteúdo. Ele disse já ter entregue o celular para a Polícia Federal periciar.

“Apesar do que foi dito aqui, não existe mais esse conteúdo. Pode-se informar lá, tecnicamente, que quando se eliminam as mensagens do aparelho celular ou quando se desativa, também se elimina na nuvem. E mais ilustrativo é o fato de que o hacker não publicou mensagens minhas trocadas com outra pessoa que não o procurador, se é que essas mensagens são de fato autênticas, porque o meu celular não foi de fato hackeado”, afirmou.

Para ele, a invasão hacker tem o objetivo de desestabilizar as operações de combate à corrupção, e é fruto do trabalho de um grupo criminoso e que não se sabe ainda o alcance dos ataques feitos pelos hackers sobre “as conquistas institucionais obtidas nos últimos anos”. Ele contestou a autenticidade das mensagens publicadas pelo site The Intercept Brasil, mas confirmou que "algumas coisas" podem ter sido ditas por ele nas conversas com o procurador Deltan Dallagnol, chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, e outros procuradores. O ministro ainda criticou o site por não apresentar todo o conteúdo das mensagens recebido e classificou as reportagens como “sensacionalistas”.

“Esse veículo diz lá que tem um grande escândalo, grandes ilícitos, o que ainda está carente de demonstração, mas não teve a dignidade de apresentar perante uma autoridade independente. Se eventualmente não quer apresentar para a Polícia Federal, apresente para o Supremo Tribunal Federal, para que aquilo possa ser examinado na sua inteireza e verificado se, de fato, aquilo tem uma autenticidade”, criticou.

Repercussão

Humberto Costa (PT-PE) reforçou o pedido para que Moro solicite a Dallagnol, que entregue o celular dele para conferência da PF, e disse que as mensagens vazadas evidenciam que Moro feriu a conduta de magistrado ao interferir na Lava Jato. Para o senador, Moro deveria pedir demissão.

“Não cabe uma pessoa com acusações graves como essas ser chefe da Polícia Federal”, defendeu.

Para o senador Marcos Rogério (DEM-RO), a discussão central deveria ser o ataque a celulares de autoridades, que ele classificou como ciberataque ou ciberterrorismo. Ele apontou que não há nada de comprometedor nas mensagens divulgadas até agora, mas que pode ser uma oportunidade para estabelecer limites na comunicação entre juízes e procuradores e juízes e advogados.

“Mas usar isso para atacar a Lava Jato é um erro, um erro político e um erro de análise”, disse o senador.

Moro afirmou que não se sabe ainda o alcance dos ataques feitos pelos hackers, mas ressaltou que podem afetar "as conquistas institucionais obtidas nos últimos anos".

Esperidião Amin (PP-SC) avaliou que existe hoje uma guerra cibernética no Brasil, o que exige providências do governo e do Congresso. Para Marcio Bittar (MDB-AC), o crime que deveria ser discutido é o da invasão a celulares das autoridades. Na visão do senador, a divulgação das mensagens tem como objetivo criar uma revanche contra as operações anticorrupção realizadas no Brasil. Opinião compartilhada por Arolde de Oliveira (PSD-RJ):

“Este crime de hackers é uma reação de tentar reverter o processo que desagradou a tantos. Uma mudança que foi não só a Lava Jato, mas que também mudou o governo do país”, pontuou.

Tasso Jereissati (PSDB-CE) disse que não se pode embarcar em teorias da conspiração, mas que é preciso ajudar a esclarecer para que a população brasileira o que representam essas gravações.

*Da Agência Senado

 

O site The Intercept publicou a sétima reportagem da série de vazamentos de conversas privadas de Telegram atribuídas a Deltan Dallagnol, procurador responsável por coordenar a força-tarefa da operação Lava Jato, e a Sérgio Moro, então juiz de primeira instância da 13ª Vara Federal de Curitiba. De acordo com a matéria, Moro teria discordado do prosseguimento das investigações relacionadas ao ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e dito a Dallagnol que operação “melindra alguém cujo apoio é importante”.

Segundo o site, o diálogo aconteceu no dia 13 de abril de 2017, logo depois da veiculação, no Jornal Nacional, de uma reportagem sobre a presença do nome de FHC em uma delação do dono da Odebrecht, Emílio Odebrecht, sobre o pagamento de vantagens indevidas, entre os anos de 1993 e 1997. Após a transmissão da notícia, Moro teria questionado a Dellagnol, via Telegram, se as suspeitas relacionadas ao ex-presidente eram sérias. O procurador, então, supostamente respondeu acreditar que a força-tarefa não considerou o caso como prescrito propositalmente, “talvez para (o MPF) passar recado de imparcialidade”.

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No período em que as conversas teriam acontecido, fortalecia-se a teoria de que a Lava Jato poupava os políticos tucanos. O Intercept observou ainda que FHC foi citado pelo menos nove vezes na Lava Jato, algumas das vezes em crimes que, comprovados, não estariam prescritos.

“Dará mais argumentos pela imparcialidade”

Depois das conversas supracitadas, FHC apareceria em mais três delações da Lava Jato. uma delas através de Fernando Baiano, operador ligado ao MDB, por causa de um suposto favorecimento da empresa do filho do ex-presidente, Paulo Henrique Cardoso, em contratos. Chama atenção a menção a Paulo Henrique no chat FT MPF Curitiba 3, em junho. Na conversa, os procuradores discutem como a exposição do caso pode criar uma imagem de “imparcial” para a operação. “Dará mais argumentos à imparcialidade”, Dellagnol chega a dizer.  

Em outro diálogo, com a data de 17 de novembro de 2015, o procurador Roberson Pozzobon sugere, em um grupo do Telegram chamado FT MPF Curitiba 2, que um sejam investigados, no mesmo procedimento, pagamentos da Odebrecht aos institutos de Lula e FHC. “Assim ninguém poderia indevidamente criticar nossa atuação como se tivesse vies partidário”, afirma Pozzobon. O procurador chega a os pagamentos feitos à Fundação iFHC, que não estariam prescritos caso fossem realmente propina. Após os comentários, Pozzobon posta duas imagens no grupo.

A primeira, referente a uma troca de e-mails entre a secretária de FHC, Manuel Diaz (representante da Associação Petroquímica e Química da Argentina) e o empresário Pedro Longhi. A secretária pede que Braskem, empresa do setor petroquímico administrada pela Odebrecht, seja consultada sobre “qual a melhor maneira para doação”. Na segundo arquivo compartilhado por Pozzobon, consta um laudo da Polícia Federal de 2014, indicando que a Odebrecht havia feito pagamentos mensais com valor conjunto de 975 mil a iFHC, entre os anos de 2011 e 2012. Ao se deparar com os documentos, o procurador da Lava Jato Paulo Galvão comenta: “porra, bomba isso”.

 

 

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