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A pandemia de gripe causada pelo coronavírus (Covid-19) e a briga entre os gigantes do mercado petrolífero Arábia Saudita e Rússia trouxeram caos às bolsas de valores, derrubando os negócios de muitos investidores ao redor do mundo. 

Um termo técnico em especial vem chamando a atenção durante os pregões da Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa): o “Circuit Breaker”. O procedimento, que suspende todas as negociações quando o mercado financeiro apresenta oscilações bruscas, teve que ser acionado em quatro oportunidades entre a semana passada e esta segunda-feira (16). De acordo com o professor do curso de Direito da Universidade Guarulhos (UNG), Victor Pegoraro, além de permitir que não haja mais prejuízos durante as sessões, o mecanismo funciona também como um amenizador de tensões. “O Circuit Breaker evita maiores perdas por parte dos investidores e que eles tomem decisões sobre compra e venda de ativos influenciados pela ansiedade”, destaca.

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O recurso Circuit Breaker é posto em prática quando o índice Ibovespa, que é o mais importante indicador do desempenho do mercado financeiro no Brasil, sofre quedas maiores que 10%. Nesta situação, o mecanismo é acionado e suspende os trâmites por 30 minutos. Se o indexador seguir em baixa após este intervalo e chegar aos 15%, o procedimento volta a ser ativado e interrompe a sessão por uma hora. No caso de as ações continuarem em declínio e atingirem 20% de queda, o Circuit Breaker será colocado em prática pela terceira vez e a suspensão será então pelo tempo determinado pela B3, companhia formada em 2017 na fusão entre a Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F), Bovespa e a Central de Custódia e de Liquidação Financeira de Títulos (Cetip).

Acionado no Brasil em momentos críticos nos anos de 1997, 1998, 1999, 2008 e 2017, o “Circuit Breaker” pode ser considerado um indício de que as perspectivas não são positivas em relação ao mercado financeiro do Brasil. Segundo Pegoraro, as oscilações e baixas repentinas podem interferir diretamente no cotidiano da população com o enfraquecimento da economia do país. “Quedas bruscas refletem o péssimo desempenho médio das maiores empresas durante as negociações, o que demonstra uma fragilidade da economia como um todo", considera. Ainda de acordo com o especialista, impactando no nível de renda da população, de empregos disponíveis, de arrecadação da máquina pública dentre outros indicadores socioeconômicos”, completa.

Foi mais um começo de semana infernal para o investidor em Bolsa, naquele que parece ser o novo normal dos mercados financeiros desde que a crise do novo coronavírus se alastrou pelo mundo. Ao longo do dia, os gestores de algumas das principais instituições financeiras se dividiram na missão de minimizar o prejuízo nos portfólios, ao mesmo tempo que acalmavam os clientes, alguns deles enfrentando seu primeiro grande revés na vida no mercado de renda variável.

Em um único dia, as ações das empresas negociadas na B3 perderam R$ 432 bilhões em valor de mercado, segundo dados da Economática. Em cifras, esse é o maior prejuízo da Bolsa em um único dia desde o início do Plano Real, em 1994.

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No Itaú Unibanco, o diretor de investimentos, Cláudio Sanches, bateu na tecla da paciência, discurso que vem sendo usado desde fevereiro para o mercado. Para ele, por pior que a situação se apresente, é melhor deixar o dinheiro onde está e manter a calma. "As pessoas ficam preocupadas. Mas para o cliente que está com a alocação bem posicionada, a gente está falando para manter o dinheiro na Bolsa", diz. "A única recomendação diferente é para aquela pessoa que percebeu que não tem estômago para risco tão forte quanto imaginava. Nesse caso, é bem melhor sair do que ficar sofrendo", afirma.

Para o executivo do Itaú, o investidor precisa encarar a Bolsa como uma aplicação de, pelo menos, 12 meses. "E em até um ano acreditamos que as coisas vão se acalmar", afirma.

O chefe de investimentos da corretora TAG, Dan Kawa, diz que seus clientes passaram o dia "muito desconfortáveis, mas ainda serenos". Acostumado a lidar com famílias com pelo menos R$ 10 milhões aplicados, Kawa diz que seu público encara os solavancos da renda variável com um pouco mais de naturalidade. O que não acontece com boa parte do mercado. "Conversei com muitos colegas e eles estão se matando para segurar os investidores, que querem sair correndo da Bolsa."

No Indosuez, o diretor-geral da área de investimento, Fabio Passo, realizou uma conferência com os investidores às 16h, no momento em que o Ibovespa ampliava as perdas para além de 10% (o índice fechou o dia com queda de 12,16%). "Falei que sim, que a situação é grave, que o impacto que o coronavírus deverá ter na produção global vai gerar recessão e que a falta de acordo entre a Opep e a Rússia na questão do preço do petróleo teve um peso enorme na crise do dia. Mas, ao mesmo tempo, falei que não podemos ser irracionais nas nossas decisões e que fundamentos sempre prevalecem", lembra ele, que ainda prefere esperar para traçar um cenário para os ativos brasileiros nos próximos meses. "Em Bolsa, é preciso fazer as coisas com cuidado."

2021

Para a coordenadora do curso de Economia do Insper, Juliana Inhasz, apesar dos esforços dos gestores, parte do novo investidor pessoa física que vinha participando da alta da Bolsa nos últimos meses deve deixar a renda variável. "Eu vejo um efeito manada, que é quando todos correm juntos para o mesmo lado", diz. "É preciso esperar as coisas se acalmarem. Mas quem entrou na Bolsa na alta, só deve recuperar seu dinheiro no ano que vem."

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Mesmo com a expectativa de aceleração da atividade econômica no País, a inflação deve permanecer abaixo do centro da meta pelo quarto ano consecutivo em 2020. Economistas consultados pelo jornal O Estado de S. Paulo e pelo Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado) avaliam que, apesar da força dos choques de preços observada em 2019, o nível de ociosidade da economia deve manter um cenário inflacionário comportado no ano que vem. A meta central para 2020 é de 4%, podendo oscilar entre o teto de 5,5% e o piso de 2,5%.

A surpresa com o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) de dezembro, que mostrou alta de 1,05% - acima da mediana das expectativas, de 0,96% -, não moveu as expectativas do mercado. A última pesquisa Focus, publicada na segunda-feira passada, mostrou que os economistas do mercado financeiro reiteraram a previsão de 3,6% para o IPCA de 2020, estável pela quinta semana consecutiva.

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Em seu Relatório Trimestral de Inflação (RTI) de dezembro, o Banco Central (BC) também surpreendeu ao apresentar expectativa de inflação para 2020 em 3,5% no cenário básico, com taxa de juros entre 4,25% e 4,5% e dólar entre R$ 4,15 e R$ 4,10 - menor do que as projeções da Pesquisa Focus, de 3,6%. Mesmo no cenário híbrido, com câmbio mais depreciado a R$ 4,20, a projeção do BC ficou em 3,7%, abaixo do centro da meta de 4%.

"As margens estão represadas, mas é preciso ver se os consumidores vão chancelar um aumento. Os comerciantes podem conseguir elevar preços mais do que em 2019, mas não deve ser tanto mais. Apesar de a economia crescer e do câmbio estar mais desvalorizado, o espaço para repasse ainda vai ser reduzido, porque é determinado pela ociosidade e não muda da noite para o dia", afirma o economista Fabio Romão, da LCA Consultores. Ele estima 3,4% para o IPCA de 2020.

Como base de comparação, o economista diz esperar que a média dos núcleos - que tendem a apontar a tendência da inflação ao expurgar itens mais voláteis - acelere de 2,93%, em 2019, para 3,21% em 2020. Os preços de serviços devem subir de 3,4% para 3,7%, muito abaixo da média da década, de 8,40%.

Já os itens industriais, que costumam sentir os efeitos da depreciação cambial, devem ficar pelo terceiro ano com taxa de aumento inferior a 2%. As estimativas são de altas de 1,5% para 2019 e de 1,8% para 2020.

Romão ainda destaca que, até 2017, cerca de 70% do avanço dos produtos industriais do atacado chegavam ao varejo, mas desde o ano passado o repasse tem sido bem marginal. A perspectiva para 2019 na LCA é de elevação de 6,5% do Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA) industrial, por exemplo.

Na Necton Investimentos, a analista Sabrina Cassiano afirma que, apesar dos choques observados no mês de dezembro, o quadro inflacionário prossegue tranquilo. "O resultado em 12 meses e das medidas de núcleos reforça esse quadro benigno."

Em seu relatório, o BC reconheceu que a ociosidade da atividade ajuda a segurar a inflação, mas apresentou preocupação com os canais de transmissão da política monetária. "O atual grau de estímulo monetário, que atua com defasagens sobre a economia, em um contexto de transformações na intermediação financeira, aumenta a incerteza sobre os canais de transmissão e pode elevar a trajetória da inflação no horizonte relevante para a política monetária", diz o texto.

A autoridade monetária revisou as expectativas de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de 2020, de 1,80% para 2,2%, ainda levemente abaixo da mediana do mercado apurada pelo levantamento Projeções Broadcast, de 2,30%.

Acomodação

O economista-chefe do Banco ABC Brasil, Luis Otávio de Souza Leal, também argumenta que há espaço para acomodar choques, como o de carnes, e o efeito da depreciação cambial na inflação de 2020. "A economia vai crescer mais no ano que vem, mas ainda não é 4%, vai demorar mais de um ano para fechar o hiato do produto. Eu diria que o impacto da alta do dólar, por exemplo, não vai ser tão baixo quanto foi nos últimos meses, mas eu também não me preocuparia", diz ele, que estima 3,7% para o IPCA do ano que vem.

Já o economista-chefe da Garde Asset, Daniel Weeks, afirmou que o cenário de inflação no ano que vem deve continuar bastante tranquilo, conforme a sua projeção de 3,5%.

Weeks acrescenta que há até mesmo um certo viés de baixa. Além de acreditar que a maior parte do choque de carnes foi antecipado para este ano, ele afirma que há ainda chance de os preços administrados ficarem mais baixos do que sua projeção atual, de alta de 4%.

Isso porque há perspectiva de continuidade de reajustes negativos em distribuidoras de energia elétrica, se o cenário hídrico permitir, graças à quitação antecipada de um empréstimo bilionário feito no fim de 2014, no auge da crise hídrica, que levou a um acionamento de térmicas para evitar um reajuste muito elevado de tarifas naquele momento.

No RTI, o próprio Banco Central reduziu suas expectativas para a inflação dos preços administrados em 2020, de 4,5% para 3,6% no cenário de mercado, com taxa de juros e câmbio extraídos da Pesquisa Focus. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A notícia de que o vereador Carlos Bolsonaro (PSL-RJ) saiu das redes sociais foi recebida nesta terça-feira, 12, com aplausos pelas 470 pessoas que formam a plateia de representantes do mercado financeiro que participam do 14º Seminário Internacional da Acrefi (Siac Acrefi 2019). Os espectadores não só aplaudiram como se colocaram de pé, quando a mestre de cerimônia do evento, a jornalista Christiane Pelajo, interrompeu o palestrante professor e filósofo, Fernando Schuler, para dar a notícia.

A notícia foi passada à plateia no exato momento em que Schuler palestrava sobre o cenário político e falava das confusões e dificuldades de articulação política entre o Executivo e o Legislativo causadas pela atuação dos filhos do presidente da República, Jair Bolsonaro, nas redes sociais.

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"Então vou dar uma notícia em primeira mão aos senhores. Carlos Bolsonaro anunciou hoje que deixou as redes sociais, por pelo menos um mês", disse a jornalista, levantando a plateia e arrancando aplausos.

O tema das redes sociais do presidente e de seus filhos foi também objeto de citação da estrategista para países emergentes do JPMorgan, Emy Shayo. Durante sua palestra ela brincou e disse que a duração de suas previsões econômicas duraria até o próximo tuíte do presidente Bolsonaro.

O mercado reagiu nessa sexta-feira (8) à soltura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) com alta forte do dólar e queda no Ibovespa, principal indicador do Bolsa de São Paulo. A leitura foi de que, do ponto de vista jurídico, a mudança de posição do Supremo Tribunal Federal (STF) traz insegurança e assusta sobretudo o investidor estrangeiro. Pelo lado político, na visão dos agentes, significa o acirramento da polarização em Brasília e nas ruas, o que poderia afetar o andamento da pauta econômica do governo.

Há, inclusive, parlamentares ameaçando obstruir qualquer votação no Congresso até que ocorra a análise da proposta de emenda à Constituição (PEC) sobre a prisão em segunda instância. Foi nesse ambiente que o dólar subiu 1,80% ontem e fechou cotado a R$ 4,1666 no mercado à vista. Já a Bolsa fechou com queda de 1,78%, aos 107.628,98 pontos.

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Ontem, no caso do câmbio, em menos de 45 minutos, período entre a notícia de que o ex-presidente seria solto e o fechamento do mercado, houve renovação de sucessivas máximas e a incorporação de dois centavos na cotação, da casa de R$ 4,14 para a de R$ 4,16.

"Na semana, a moeda norte-americana refletiu dois eventos: de um lado, o leilão, que começou tudo, e depois a liberação do Lula. O mercado deu uma azedada, não teve nenhuma notícia que ajudasse o real (na semana)", disse o economista da corretora Nova Futura, Pedro Paulo Silveira. O economista se referia também ao fracasso dos leilões realizados pela Agência Nacional de Petróleo (ANP).

Bolsa

A semana no mercado de ações encerrou com os investidores se desfazendo de suas posições, mesmo após terem absorvido a frustração com os dois leilões de petróleo e gás, com resultado negativo para o governo.

Na avaliação do economista-chefe do banco digital ModalMais, Álvaro Bandeira, o noticiário deu impulso à realização de ganhos acumulados na esticada de cinco mil pontos do índice à vista desde o final de outubro. "A soltura de Lula já estava mais ou menos no preço. O mercado já estava meio que esperando a decisão do Supremo desde que a ministra Rosa Weber mudou o voto", disse.

No entanto, para ele, apesar dos ruídos que podem haver com a intensificação da polarização, se o governo seguir tocando a agenda liberal e reformista, não deve comprometer a tendência até agora vista para a Bolsa. "Por enquanto, não dá para assustar, vamos ver os desdobramentos."

O analista-chefe da Necton Corretora, Glauco Legat, ressalta que o tom pode ser mais negativo com Lula solto em um contexto no qual o governo quer fazer mais reformas. "De maneira geral, a soltura dele traz eventos negativos e fica mais evidente o Brasil dividido, com passeatas que já começam", diz.

Nesse meio tempo, o senador José Serra (PSDB-SP) protocolou requerimento solicitando dados que embasaram a elaboração das três Propostas de Emenda à Constituição (PECs) do pacote Mais Brasil, em tramitação no Senado. O senador quer saber informações detalhadas, entre elas, a economia esperada das medidas e a memória de cálculo das projeções.

O ministro da Economia, Paulo Guedes, poderá ter de abrir em até 30 dias todos os dados e, caso contrário, a tramitação das PECs ficará sobrestada, interrompendo sua tramitação. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O mercado financeiro viveu um dia de mau humor generalizado nesta quarta-feira (2). Os principais índices de Wall Street sofreram as quedas mais acentuadas em seis semanas, após dados de desemprego e manufatura dos Estados Unidos sugerirem que as consequências da guerra comercial iniciada pelo governo de Donald Trump contra a China estão atingindo ainda mais a economia americana.

Somando-se às preocupações comerciais, os EUA obtiveram, na quarta, aprovação da Organização Mundial do Comércio (OMC) para impor tarifas sobre US$ 7,496 bilhões em produtos europeus, resposta aos subsídios ilegais concedidos pela União Europeia à Airbus, o que ameaça iniciar uma guerra comercial retaliatória transatlântica.

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No Brasil, esse movimento foi impulsionado pela votação conturbada da reforma da Previdência no Senado e a decepção com a aprovação de um dos destaques do texto que reduziu em R$ 76,4 bilhões a economia esperada pelo governo com a reforma. A Bolsa paulista, B3, perdeu em um único dia quase todo o ganho acumulado ao longo do mês de setembro, quando fechou como o principal investimento do mês em rentabilidade. O Ibovespa encerrou o dia com queda de 2,90%, aos 101.031,44 pontos, a maior queda desde 14 de agosto, quando o índice de ações caiu 2,94%.

Em Nova York, o índice Dow Jones teve prejuízo de 1,86%, enquanto o S&P 500 perdeu 1,79%. Com o S&P 500 e o Dow Jones caindo abaixo de suas médias móveis de 100 dias pela primeira vez em cerca de um mês, muitos investidores acreditam significar que os índices tendem a cair ainda mais. Na Europa, o FTSE 100, principal indicador britânico, desabou 3,23%, a maior queda desde 2016, reflexo de dados econômicos modestos na Europa e do cenário de dificuldades para o Reino Unido conseguir um acordo no processo de saída da União Europeia (Brexit).

Os mercados chineses estão fechados pelo feriado para celebrar o 70.º aniversário da República Popular.

O Relatório Nacional de Emprego da ADP mostrou que o crescimento da geração de vagas no setor privado americano não teve desempenho tão forte quanto previamente esperado em agosto, afirmando que os "negócios se tornaram mais cautelosos em contratações", com pequenos empreendimentos "hesitantes".

Os dados reforçaram temores gerados na terça-feira, quando um relatório mostrou que a atividade industrial dos EUA contraiu para seu menor nível em mais de uma década em setembro. "Se a China compra menos produtos nossos, temos menos para fabricar e menos pedidos para cumprir. Esse dado está indicando que não estamos imunes à disputa comercial, ela está nos afetando tanto quanto à China", disse Sam Stovall, estrategista-chefe de investimentos da CFRA Research.

Ficou melhor

Na opinião dos analistas do mercado financeiro, o tombo do Ibovespa poderia ter sido pior não fosse a aprovação da reforma da Previdência em primeiro turno no Senado com a rejeição de cinco propostas de alterações - os chamados destaques - que poderiam reduzir a potência fiscal em até R$ 283 bilhões. No fim, a economia esperada com a versão aprovada em primeiro turno no Senado ficou em R$ 800,3 bilhões, mais de R$ 100 bilhões menor do que o previsto no texto que saiu da Câmara. "Essa economia menor já estava no preço. A escorregada na votação acabou acendendo um sinal de alerta e trazendo um componente a mais de volatilidade para o dia", afirma o sócio-gestor da RJI Gestão & Investimentos, Rafael Weber. "No fim das contas, de zero a dez, o exterior respondeu por sete do que a gente viu de volatilidade no Brasil", diz Rodrigo Franchini, sócio da gestora Monte Bravo.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O mercado de câmbio operou descolado do exterior nesta sexta-feira, 26, ao contrário do resto da semana. O dólar fechou em queda, enquanto se fortaleceu no mercado internacional. Contribuiu para a baixa um leilão de recursos do Banco Central e operadores ressaltam que também houve ingresso de capital externo, além de um movimento de realização de lucros após as altas recentes, que levaram a moeda americana a bater nos negócios de ontem em R$ 3,80.

O dólar à vista fechou a sexta-feira em R$ 3,7725, em queda de 0,25%. A moeda subiu 0,71% na semana, a segunda consecutiva de alta. Mas no mês, o dólar recua 1,77% e no ano, 2,55%.

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Passada a semana relativamente calma no noticiário doméstico e internacional, e com baixa liquidez no mercado, a expectativa é que as mesas de operação fiquem mais agitadas na semana que vem. O evento mais esperado é a reunião de política monetária do Federal Reserve (Fed, o banco central americano), que começa na terça-feira, 30, e termina no dia seguinte e pode ter o primeiro corte de juros nos Estados Unidos em anos. No mercado local de câmbio, no mesmo dia é a definição da taxa Ptax, usada para contratos cambiais e em balanços corporativos e o Banco Central também inicial sua reunião de política monetária.

"Hoje houve um pouco de realização de lucros, após as altas dos últimos dias", destaca o responsável pela área de câmbio da Terra Investimentos, Vanei Nagem. "O leilão do BC também deu tranquilidade ao mercado", completa. O Banco Central ofertou US$ 1 bilhão em linha (venda de dólar à vista com compromisso de recompra).

Para a reunião de política monetária do Fed, principal evento para o mercado de moedas da semana que vem, os estrategistas do banco JPMorgan esperam corte de 0,25 ponto porcentual nos juros americanos, em reunião que pode ser marcada por ao menos um voto dissidente. O Fed deve reconhecer ainda que o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) americano mostrou perda de fôlego, ressalta o JP.

Hoje, dados do segundo trimestre mostraram avanço de 2,1% do PIB americano, acima do 1,9% esperado por Wall Street, o que ajudou a fortalecer o dólar no mercado internacional, sobretudo ao ajudar a reduzir as apostas de corte mais intenso de juros pelo Fed, de 0,50 ponto. Para os estrategistas do Rabobank, desde que a tensão comercial entre a China e os Estados Unidos não aumente nas próximas semanas, o corte de juros pelo Fed pode estimular a busca por ativos de risco e a ida de investidores para emergentes no curto prazo, em busca de retorno. Com isso, as moedas de emergentes devem se fortalecer.

O dólar teve novo dia de queda nesta quinta-feira, 18, puxada principalmente por declarações do presidente da regional de Nova York do Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos), John Williams, que recomendou "agressividade" na política monetária americana. A fala do dirigente, que vota nas reuniões de decisão de juros, foi interpretada por Wall Street como sinalização de redução mais agressiva de juros em breve. Com isso, a moeda americana aprofundou a queda no mercado financeiro internacional, ante divisas fortes e de países emergentes. O dólar à vista fechou em baixa de 0,84%, a R$ 3,7290, o menor valor desde 19 de fevereiro deste ano (R$ 3,7164).

A moeda americana caía desde cedo, mas em ritmo moderado e com baixo volume de negócios. Foi após o discurso de Williams, a partir das 15 horas, que a queda se acentuou e o dólar bateu várias mínimas, recuando até R$ 3,7239. O dirigente disse que é preciso "agir mais rápido" para gerar estímulos econômicos em cenários com a taxa de juros próxima de zero. "Deveríamos ser agressivos quando confrontados com cenário adverso."

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Para o estrategista do banco canadense BMO, Ian Lyngen, após a fala de Williams, um corte de 0,50 ponto porcentual de juros pelo Fed não seria mais uma surpresa. Um corte de 0,25 ponto já está precificado, ressalta ele. "William recomendou que o Fed seja agressivo", destaca Lyngen. O índice DXY, que mede o desempenho do dólar perante uma cesta de divisas fortes, que já caía antes das declarações, aprofundou o ritmo de baixa e testou os menores níveis de julho.

O volume de negócios no mercado doméstico, que estava bem fraco pela manhã, repetindo os dias anteriores desta semana, melhorou na parte da tarde. Mas ainda seguiu mais fraco em relação a dias normais. No mercado futuro, o giro financeiro foi de US$ 15 bilhões. No mercado à vista, o giro foi de US$ 1 bilhão, o maior da semana. O dólar para agosto fechou em baixa de 1,19%, a R$ 3,7220.

Operadores observaram alguma entrada de fluxo externo hoje, em dia de fechamento da venda de ações do IRB Brasil Re, que pode render R$ 8 bilhões. A operação será precificada hoje e os estrangeiros podem ficar com parte importante dos papéis, segundo fontes ouvidas pelo Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado. Já a Cosan iniciou reuniões com investidores que podem resultar em emissão na casa dos US$ 500 milhões.

O real se descolou de outras moedas emergentes e ganhou força ante o dólar nesta segunda-feira, 8, dia em que a moeda americana subiu no mercado financeiro internacional ante divisas de países desenvolvidos e outros como África do Sul, Turquia, Índia e Colômbia. O otimismo com a possível votação da reforma da Previdência ainda esta semana pela Câmara animou os investidores e fez o dólar operar todo o pregão em queda. O dia, porém, foi de poucos negócios no mercado de câmbio, por causa do feriado em São Paulo nesta terça-feira. O dólar à vista fechou em queda de 0,26%, a R$ 3,8081.

Declarações de membros do governo e do Congresso animaram os investidores sobre as perspectivas da reforma da Previdência. A líder do governo no Congresso, a deputada Joice Hasselmann (PSL-SP), disse que acredita que a reforma será aprovada em dois turnos na Câmara até sexta-feira. A parlamentar acredita que o placar vai mostrar "um pouco mais" de 340 votos a favor.

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"Há uma chance maior de votação da Previdência antes do começo do recesso parlamentar, em 18 de julho, na medida em que parece haver um amplo entendimento entre os legisladores sobre a necessidade da reforma", observam os estrategistas do JPMorgan nesta segunda-feira. "A reforma da Previdência está pronta para aprovação na Câmara", destacam os analistas do Goldman Sachs, observando que o texto precisa ser aprovado em duas votações. "A primeira destas duas pode ocorrer esta semana."

O sócio e diretor de investimentos da gestora Tag Investimentos, Dan Kawa, avalia que há "sinais positivos" de aprovação antes do recesso, mas observa que há "probabilidade elevada" de parte dessa aprovação já estar nos preços dos ativos. "Mas acredito na continuidade de um bom desempenho estrutural dos ativos do Brasil passada a reforma", destaca ele, ressaltando que os obstáculos para uma melhora ainda maior seguem no cenário exterior, sobretudo por causa da desaceleração da economia mundial.

No mercado internacional, o dólar subiu perante divisas fortes, como o euro e a libra, e da maioria dos emergentes ainda refletindo a visão de que o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) vai cortar os juros em ritmo menos intenso do que o esperado. A razão é que a economia americana ainda mostra força, sobretudo após os dados melhores que o esperado do mercado de emprego dos Estados Unidos em junho. O peso mexicano e o real ficaram entre as poucas moedas que se valorizaram ante o dólar nesta segunda.

A maneira como o presidente Jair Bolsonaro conduziu a demissão de Joaquim Levy da presidência do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) foi recebida por críticas entre pesos pesados do mercado financeiro que temem mais reflexos negativos na visão do investidor estrangeiro sobre o Brasil. A leitura é que, além de desnecessária, a postura do presidente também pode dificultar a atração de bons nomes para o governo.

O pedido de demissão por parte de Levy já era esperado desde a tarde de sábado após Bolsonaro dizer que "sua cabeça estava a prêmio". Não é de hoje que o governo e a equipe econômica estão insatisfeitos com o desempenho do BNDES na agenda de redução do tamanho dos bancos públicos. Especificamente do lado de Bolsonaro, ainda havia críticas sobre a necessidade de o presidente do BNDES "abrir a caixa preta" de empréstimos feitos durante o governo do PT.

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Uma fonte lembra que Levy já foi uma escolha feita pelas mãos do ministro da Economia, Paulo Guedes. Seu nome, que foi ministro da Fazenda no governo Dilma Rousseff, teve dificuldade de passar pelo "escrutínio" da "direita". O estopim foi a indicação de Marcos Pinto Barbosa, ex-sócio de Armínio Fraga no Gávea Investimentos, para o cargo de diretor de Mercado de Capitais do banco de fomento. Conforme a avaliação, "tirando a forma", a saída de Levy "já estava precificada".

O desfecho para a saída de Levy do BNDES desagradou a muitos executivos do mercado financeiro ouvidos pelo Estadão/Broadcast. Uma fonte chama atenção para o impacto que a postura de Bolsonaro pode gerar não só no andamento da agenda de recuperação da economia brasileira mas, principalmente, na visão dos estrangeiros em relação ao País. Chega a comparar Bolsonaro com a ex-presidente Dilma Rousseff, bastante criticada no mercado financeiro por sua "postura impulsiva" em determinadas ocasiões.

A avaliação é de que o presidente aparentemente "não está nem aí para o ânimo dos investidores estrangeiros com o Brasil". E a conclusão é que episódios como este "dificultam um ambiente de estabilidade no mercado".

O presidente de uma gestora internacional de recursos afirmou que, a despeito de o investidor internacional ser pragmático e gostar da atual equipe econômica, não tem uma imagem tão positiva em relação ao governo Bolsonaro. Ele considera que falta postura ao presidente e reclama da recorrência de episódios desgastantes.

"Agora tem o presidente do BNDES. Antes, foi o presidente dos Correios. Teve também o Santos Cruz. Se a crise Moro crescer... aí começa a ficar complexo", avaliou.

Para o executivo de um grande banco, apesar da postura de Bolsonaro, o mercado segue otimista com a reforma da Previdência. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O ano de 2018 mal acabou, mas já podemos dizer que deixou um gosto amargo, principalmente na economia. Com alta taxa de desemprego e aumento no índice da pobreza, o brasileiro conta com o mercado na esperança por mudanças para 2019. Segundo o economista Ecio Costa, o índice de confiança do consumidor está em alta, portanto, a expectativa é de aumento na geração de empregos via consumo.

“Geralmente, isso costuma abranger diversas áreas. Principalmente, as de bens de consumo não duráveis, como alimentos, bebidas, vestuário e alguns segmentos de bem duráveis também, se o crédito assim facilitar”, afirma o consultor de empresas e professor de economia da Universidade Federal de Pernambuco. Ainda segundo Ecio, tais mudanças só irão acontecer se a expectativa do mercado se cumprir, o que é ainda muito instável.

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Com a possibilidade de alto consumo, a principal área beneficiada com isso será a dos setores industrial e comercial, principalmente, no segmento de prestação de serviço. “As indústrias que são voltadas para o consumo, como as automobilísticas, de alimentos, vestuário, devem sofrer demandas por novos empregos, na medida que o consumo das famílias vai aumentando. Tudo vai depender dessa retomada”, enfatiza o especialista.

Para o também economista Brenno Almeida, a mudança governamental é o principal fator para a euforia de alguns setores da economia. Para ele, toda mudança de governo tende a mexer com as expectativas dos agentes econômicos, consequentemente, trazendo confiança e alavancando os investimentos. Tal mudança pode ocasionar em aumento de contratações, reformas de plantas industriais e ampliação de negócios.

Porém, o especialista em gestão pública afirma que alterações recentes na Lei da CLT podem mexer no bolso do trabalhador. “A tendência é que os trabalhadores tenham os contratos de trabalho substituídos já dentro da nova lei trabalhista. Isso pode gerar, de certa maneira, contratações com salários menores”, pondera.

Prestação de serviço pode transitar por várias áreas, desde funções como faxineira, encanador a serviços mais especializados como médico e dentista. Na área da tecnologia, o segmento também vai ser bastante explorado. Porém, esta demanda pode gerar mudanças em algumas profissões e desaparecimento de outras. “A gente pode ter uma modernização nos empregos a serem gerados. (Na área de tecnologia) novos tipos de serviços como digitadores, programadores, operadores de máquinas modernas. Outros, como operadores de telemarketing, operadores de máquinas que estão deixando de serem usadas devem aos poucos irem perdendo espaço”, explica Ecio Costa.

Brenno Almeida relata que “ainda existem setores que estão bastante deprimidos economicamente”. Segundo ele, são setores que não retomaram de maneira consistente a atividade econômica e que se encontram em um processo de recuperação. Para Ecio, o setor da construção civil se encaixa nesse perfil. “A construção civil sofreu muito com a crise e aos poucos que vem apresentando uma retomada. É provável que em 2019 seja ainda um período muito lento, em termos de recuperação na atividade econômica desse setor - que é um setor que tradicionalmente emprega muitos trabalhadores”, exalta o profissional.

Além disso, Ecio afirma que, na contramão da construção civil, outras áreas tradicionais, como finanças e marketing, não sofreram tanto neste ano e prometem se manter estáveis para o ano de 2019. Segundo o economista, os setores se destacaram em meio à turbulência vivida nesse período. “Na crise, muitas empresas precisaram se reinventar e o marketing é extremamente necessário para isso. Quanto às Finanças, tanto as empresas quanto pessoas precisam cada vez mais de ajuda”, finaliza.

 

Após sete reduções seguidas, a projeção do mercado financeiro para a inflação em 2018 ficou estável. A estimativa para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) se manteve em 3,71%, de acordo com o Banco Central (BC).

Para 2019, a projeção também não sofreu alterações em relação à semana passada e segue em 4,07%. Já para 2020, a expectativa das instruções financeiras é de que a inflação fique em 4% e em 2021, 3,75%.

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Para este ano, a meta perseguida pelo Banco Central é de 4,5%, com limite inferior de 3% e superior de 6%. Para 2019, a meta é de 4,25%, com tolerância entre 2,75% e 5,75%. Enquanto para 2020, a meta é de 4% e para 2021, 3,75%. Para os dos anos, a tolerância é de 1,5 ponto percentual.

Na semana passada, para controlar a taxa básica de juros, o Comitê de Política Monetária (Copom) decidiu manter a Selic em 6,5% ao ano. Para as instituições financeiras, no entanto, no próximo ano a Selic deve subir e encerrar 2019 em 7,5% ao ano.

A estimativa de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), que é a soma de todos os bens e serviços produzidos no país, se manteve em 1,30%. Para 2019, a projeção subiu de 2,53% para 2,55%, ao passo que as instituições financeiras estimam expansão de 2,50% em 2020 e 2021.

As instituições financeiras reduziram a estimativa para o déficit primário, que não considera os gastos com juros, das contas públicas em 2018. A previsão do resultado negativo do Governo Central, formado por Tesouro Nacional, Previdência Social e Banco Central, caiu de R$ 131 bilhões para R$ 126,062 bilhões.

Os dados são da pesquisa Prisma Fiscal, elaborada pela Secretaria de Política Econômica do Ministério da Fazenda, com base em informações do mercado financeiro.

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A estimativa continua abaixo da meta estipulada pelo governo, que é de R$ 159 bilhões. Para o próximo ano, as instituições financeiras projetam déficit de R$ 100,031 bilhões, ante os R$ 115,503 bilhões previstos em novembro.

A previsão para as despesas, em 2018 , é de R$ 1,360 trilhão e para as receitas líquidas, R$ 1,233 trilhão. Já para 2019, a estimativa de receita líquida é de R$ 1,322 trilhão e a de despesa é de R$ 1,426 trilhão.

Ainda segundo a pesquisa, a dívida bruta do Governo Central deve ficar em 77% do Produto Interno Bruto (PIB) neste ano. A previsão anterior era de 76,8% do PIB. Para o próximo ano, a estimativa ficou em 78,34% do PIB, ante 78,5% previstos em novembro.

A 17 dias do primeiro turno, as duas forças políticas que lideram as pesquisas de intenção de voto tentam clarear pontos de suas propostas para o mercado financeiro. Tanto Paulo Guedes, indicado por Jair Bolsonaro (PSL) como formulador de seu plano econômico, quanto Fernando Haddad (PT) buscam sinalizar ao mercado que seus programas não ignoram a situação econômica e as dificuldades que o jogo político vai impor ao governo.

Em conversas fechadas que vem mantendo com investidores e gestores de fundos nas últimas semanas, Guedes tem reafirmado o caráter liberal de seu projeto, mas buscado dar uma visão mais pragmática sobre o que pode ser feito, segundo três fontes que participaram dos encontros com o economista de Bolsonaro e falaram à reportagem sob condição de anonimato.

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Num desses eventos, Guedes transmitiu a mensagem de que não é possível deixar de lado a composição com partidos tradicionais e que um governo Bolsonaro precisará fazer acordos, por exemplo, com siglas do Centrão. Ele mencionou, de acordo com o relato de uma fonte presente, que há um caminho para interlocução com o atual presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM), com quem já teve conversas no passado. Guedes e Maia não deram entrevista.

Apesar de reforçar o plano de vender ativos para recomprar parte da dívida, Guedes deu indicações de que conter o déficit fiscal pode não ocorrer tão rapidamente como tem dado a entender em entrevistas. Segundo um gestor que esteve em encontro recente com ele, o economista foi franco ao dizer que, no curto prazo, será preciso contar com receitas extraordinárias para tapar o rombo fiscal.

Guedes afirmou que está tendo conversas com representantes do governo para entender de onde podem vir essas "receitas não recorrentes". Um dos encontros ocorreu com o presidente do BNDES, Dyogo Oliveira. O economista da campanha de Bolsonaro indicou aos investidores que pretende, por exemplo, aumentar os repasses do banco estatal ao Tesouro Nacional. Também afirmou que vê com bons olhos reduzir repasses ao Sistema S.

Haddad

Antes de ser oficializado candidato a presidente do PT, Haddad manifestou discordâncias em relação ao programa de governo que seria lançado semanas depois. Em conversas com investidores, o então candidato a vice disse que, se eleito, manteria o atual sistema de funcionamento do Banco Central baseado no uso da taxa básica de juros para controlar a inflação.

O programa de governo do PT, divulgado posteriormente, fala em um "mandato dual" com duas metas - controle de inflação e geração de empregos.

O candidato tem dito a aliados que o programa, visto pelo mercado como excessivamente intervencionista, representa os pontos de vista do PT e do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e não necessariamente os dele próprio. Na segunda-feira, em sabatina do UOL, SBT e Folha de S.Paulo, Haddad desautorizou o economista Marcio Pochmann, defensor da tese de que a necessidade de uma reforma da Previdência não é imediata, e disse ter "relações pessoais" com o presidente do Banco Central do governo Michel Temer, Ilan Goldfajn.

Ainda de acordo com aliados, Haddad deseja alguém com o perfil de Goldfajn para presidir o BC. Conforme petistas, a ideia é repetir a fórmula adotada no primeiro governo Lula. Economista-chefe e sócio do Itaú até assumir o BC, em 2016, Goldfajn tem perfil semelhante ao de Henrique Meirelles (que, antes de entrar no governo, foi presidente do BankBoston).

Nesta quarta-feira, 19, o presidenciável petista fez novo aceno ao mercado, ao dizer que vai buscar um ministro da Fazenda "pragmático" e descartar "figurões" e "sectários". Indagado sobre o perfil ideal, Haddad respondeu que é o seu. "Eu ia ser o ministro da Fazenda do Lula. Ele tinha me convidado." Para a Fazenda, Haddad quer um moderado de esquerda (Lula indicou Antonio Palocci).

Um assessor econômico disse que o programa tem margem para ser flexibilizado. Segundo ele, trata-se de uma "carta de princípios com orientações gerais" e sua execução ocorreria em etapas, conforme as condições políticas. O importante é manter a direção, afirmou. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Após ser confirmado como vice da chapa presidencial petista e se tornar a opção preferencial para substituir o ex-presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva como candidato ao Planalto, o ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad entrou de forma mais enfática no foco de interesse do mercado financeiro. A campanha presidencial do partido intensificou nas últimas semanas o diálogo com representantes de grandes bancos, instituições financeiras e corretoras de investimentos.

Segundo apuraram o jornal O Estado de S. Paulo e o Broadcast (serviço de notícias em tempo real do Grupo Estado), já se reuniram com o petista líderes de instituições, como J.P. Morgan, BTG Pactual, Morgan Stanley, e a Federação Brasileira de Bancos (Febraban). Ele recebeu convites também da Genial Investimentos, BGC/HSBC, Banco Plural, Concórdia, Guide Investimentos, MBC/Gerdau e teve um encontro na XP Investimentos na semana da convenção petista.

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Uma pergunta ouvida frequentemente pelo ex-prefeito, conforme relatos, é quem seria a alternativa do PT para comandar o Ministério da Fazenda caso o partido voltasse ao Planalto.

Embora evite falar em nomes, Haddad costuma detalhar nas conversas um perfil que considera adequado: um quadro conhecido do mercado, com credenciais fortes, afinado ao projeto petista e dono de uma biografia que remeta ao pragmatismo.

Nos encontros com o setor, o petista se empenha em apresentar um discurso sustentado no rigor fiscal com compromisso social, combinado ao pragmatismo na economia. Esta perspectiva ampliou o interesse pelo ex-prefeito no segmento financeiro.

Embora já participasse de algumas conversas ainda como coordenador do programa de governo petista, Haddad passou a receber convites para novas reuniões assim que foi confirmado na vice na chapa registrada no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Condenado por corrupção e lavagem de dinheiro, Lula está preso em Curitiba e tem a candidatura contestada na Justiça.

Relação

Haddad é um dos poucos petistas que nunca deixaram de ter interlocução com setores do mercado e do empresariado que se afastaram do partido durante o governo Dilma Rousseff. Ajuda na relação o fato de o petista ser professor no Insper, instituição de ensino voltada a áreas de administração e economia, entre outras.

Segundo o ex-prefeito, o PT entende as políticas sociais como parte fundamental de um plano de retomada da economia ao assegurarem, por exemplo, o consumo. Ao descrever seu próprio perfil, esclarece que não se filia especificamente a nenhuma escola econômica e se considera um "pragmático".

Os relatos de Haddad aos investidores costumam passar ainda pelo fato de ter participado de conselhos econômicos de governos petistas, ou ainda por sua gestão na Prefeitura de São Paulo ter obtido selo de grau de investimento da Fitch Ratings.

Embora Haddad seja o protagonista dos encontros, integrantes da coordenação da campanha têm ido aos eventos com empresários e investidores. "Nos setores produtivos sinto as pessoas muito abertas", disse Guilherme Mello, um dos assessores econômicos do PT. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A estimativa de instituições financeiras para a inflação voltou a cair. A projeção para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) passou de 4,15% para 4,11%. Os números constam na pesquisa Focus, publicação elaborada todas as semanas pelo Banco Central com estimativas para os principais indicadores econômicos.

Para as instituições bancárias, o IPCA em 2019 será de 4,10% e 4% em 2020. Para 2021, a projeção caiu de 4% para 3,95%. Essas estimativas estão abaixo da meta que deve ser atingida pelo BC para este ano e 2019. Em 2018, a meta é 4,5%, com limite inferior de 3% e superior de 6%. Para 2019, é 4,25%, com intervalo de tolerância entre 2,75% e 5,75%.

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Para alcançar a meta de inflação, o Banco Central utiliza a taxa básica de juros, a Selic. Os bancos projetam que a taxa básica deve permanecer em 6,5% até o final deste ano. Para 2019, a estimativa é de aumento dos juros, terminando o período em 8% ao ano.

A projeção para a expansão do Produto Interno Bruto (PIB), a soma de todos os bens e serviços produzidos no país, foi mantida em 1,50%, neste ano. Para 2019, a estimativa é de 2,50%. Os bancos também projetam aumento de 2,50% do PIB em 2020 e 2021. Já a previsão do mercado financeiro para a cotação do dólar permanece em R$ 3,70 no final deste ano. Para o fim de 2019, passou de R$ 3,68 para R$ 3,70.

A estimativa para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) subiu de 4% para 4,03% em 2018. A projeção é da pesquisa Focus, elaborada todas as semanas pelo Banco Central (BC), com estimativas de instituições financeiras para os principais indicadores econômicos.

A pesquisa do BC também aponta a projeção para os próximos três anos. Para os bancos, o IPCA em 2019 será de 4,10% e de 4% em 2020 e em 2021. No entanto, as estimativas estão abaixo da meta que deve ser alcançada pelo BC.

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Em 2018, a meta é de 4,5% com limite inferior de 3% e superior a 6%. Para o ano que vem, a previsão é de 4,25%, com intervalo de tolerância entre 2,75% e 5,75%. Para 2020, a meta é de 4% e para o ano seguinte é de 3,75%, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para os dois anos.

 Para chegar a meta de inflação, o Banco Central utiliza a taxa básica de juros, a Selic, determinada pelo Comitê de Política Monetária (Copom), atualmente em 6,5% ao ano. As instituições bancárias estimam que a Selic deverá permanecer em 6,5% ao ano até o final deste ano. Já para 2019, a expectativa é de aumento da taxa básica, encerrando o período em 8% ao ano e permanecendo no mesmo percentual em 2020 e 2021. 

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) apresentou hoje (12) um projeto para ampliar o acesso do Cartão BNDES para o mercado de franquias no país. O cartão existe há 16 anos para apoiar as pequenas e médias empresas, mas a adesão no setor de franquias é considerada baixa, com apenas 15%.

De acordo com a instituição financeira, para ter acesso ao cartão as empresas devem ter sede no Brasil e faturamento de até R$ 300 milhões. Atualmente 60% das franquias do país poderiam usar o cartão e com o projeto a expectativa é de que o percentual chegue a 90%.

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O vice-presidente da Associação Brasileira de Franchising (ABF), André Friedheim, afirma que o setor de franquias está em crescimento no país, com 7% no acumulado de 12 meses, o que representa uma variação de R$ 154,426 bilhões para R$ 165,190 bilhões em faturamento. Segundo ele, a parceria com o BNDES poderá impulsionar o mercado.

No Brasil existem 147.657 franquias de cerca de 2.800 marcas, que geram 1.199.861 empregos e correspondem a 2,4% do PIB do país.

 

A percepção de avanço de candidaturas que representam extremos ideológicos aos olhos do mercado, casos de Ciro Gomes (PDT) e de Jair Bolsonaro (PSL), tem contribuído para o sentimento de desalento de investidores. Eles antecipam risco de desfecho eleitoral desfavorável à agenda de reformas e, consequentemente, ao desempenho da economia, segundo levantamento feito por O Estado de S. Paulo com dez instituições financeiras e sondagem feita pela XP Investimentos com 204 investidores.

Tal avaliação vem sendo embalada pelo mau desempenho nas pesquisas de candidatos vistos como fiscalmente responsáveis, como Geraldo Alckmin (PSDB), que segue patinando, e Henrique Meirelles (MDB), que demonstra raquitismo nas prévias eleitorais.

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Analistas avaliam que Bolsonaro e Ciro se fortaleceram com a crise política provocada pela greve dos caminhoneiros e a fragilidade do governo Temer. A leitura, diante do apoio popular ao movimento grevista, é de que um candidato reformista tem menos chances de ser eleito. "O comprometimento do candidato que o mercado quer, de prosseguir com a agenda de reformas, não é o mesmo do eleitor comum", afirma Sérgio Lazzarini, professor do Insper.

O descompasso entre a aspiração dos investidores e as indicações recentes do eleitorado, que sinaliza aderência a discursos mais populistas, tem forçado o mercado a refazer suas contas, diz Paulo Leme, da Vinland Capital. "Há contraste cruel entre o que o mercado idealizou e a realidade crua da política brasileira."

O revés nas expectativas transpareceu de forma mais clara nos últimos dias em sondagem da XP Investimentos, que, desde 2017, reúne impressões dos investidores sobre os presidenciáveis. Até abril deste ano, o levantamento mostrava que as fichas do mercado estavam na candidatura de Alckmin, a quem se atribuía boas chances de chegar ao Planalto. Agora a pesquisa, que ouviu 204 investidores nos dias 4 e 5 de junho, indicou aposta maior num segundo turno entre Ciro e Bolsonaro, com investidores creditando mais chances de vitória ao deputado.

O problema aos olhos do mercado é que nenhum dos dois desfruta, por ora, da confiança que os investidores depositam em Alckmin, cuja eleição levaria à alta da Bolsa e à queda do dólar e dos juros para a maior parte dos investidores ouvidos pela XP.

Na comparação com Bolsonaro, Ciro assusta mais. Dos entrevistados, 94% apostam que, se ele vencer, a Bolsa recuará. Já 80% projetam desvalorização do câmbio, levando o dólar para mais de R$ 4.

Entre as instituições ouvidas pelo Estado, que falaram sob reserva, foi manifestada preocupação em relação ao discurso de Ciro de ingerência na economia, de uso das estatais e de aumento de impostos em detrimento do corte de gastos.

A avaliação do "risco Bolsonaro" vem melhorando a cada sondagem da XP, mas o mercado ainda se mostra reticente. A maior parte (51%) não acredita na capacidade de a vitória de Bolsonaro impulsionar a Bolsa e 45% dizem que sua vitória levaria à alta do dólar.

Desconfiança

Os investidores que falaram ao Estado demonstraram incerteza em relação ao comprometimento de Bolsonaro com a agenda liberal que vem sendo propagada por Paulo Guedes, que coordena o programa econômico do deputado. A maior parte dos investidores citou posicionamentos estatizantes e intervencionistas de Bolsonaro no passado como razão para a desconfiança. Também é motivo de temor o fato de Bolsonaro pertencer a um partido pequeno, o que levaria à dificuldade de articular a aprovação de medidas no Congresso.

Ainda correndo por fora, à espera de uma decisão do PT, Fernando Haddad desperta desconfiança tanto quanto Ciro Gomes. Se eleito, a Bolsa cairia do patamar atual, segundo 94% dos investidores ouvidos pela XP. Para 51%, cairia abaixo dos 65 mil pontos. O câmbio ficaria acima de R$ 4 para 70% dos consultados.

Para Silvia Matos, do Instituto Brasileiro de Economia (Ibre) da FGV, o cenário de pânico visto no mercado financeiro nos últimos dias é um sinal de alerta tanto para a sociedade quanto para os pré-candidatos. Fuga de capitais, alta no dólar e desvalorização de ações na Bolsa seriam uma antecipação do que poderia ocorrer num governo populista.

Segundo o cientista político do Insper, Carlos Melo, o maior risco, nesse caso, é de "desinstitucionalização". "Um líder populista renega a lei e esvazia as instituições. Na economia, por exemplo, não haverá regras e normas claras", afirma. "Não há como ter desenvolvimento nem bem-estar econômico." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Mais uma vez os negócios com o câmbio foram marcados pela alta volatilidade. No intraday desta terça-feira, 15, o dólar oscilou entre a mínima de R$ 3,6432 (+0,45%) e a máxima de R$ 3,6938 (+1,85%) - e acabou fechando quase no meio do caminho, com valorização de +0,99%, cotado a R$ 3,6627. Nesse valor, continua na maior cotação desde 7 de abril de 2016. O giro no segmento à vista foi forte, de US$ 1,3 bilhão. Perto das 17h15, o dólar para junho subia 1,07%, a R$ 3,6753, com cerca de US$ 25 bilhões negociados_ giro também mais forte que dos últimos dias.

O dólar bateu a máxima pela manhã, por conta da alta já acelerada dos treasuries americanos. Pouco depois das 14h, a alta foi se estagnando, apesar de a T-Note de 10 anos ter voltado a renovar máximas.

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Segundo um especialista, o fato de o dólar ter segurado a valorização aqui apesar das máximas da T-Note é um bom sinal. Confirmada a cotação nesse fechamento, nesse dia mais nervoso, o sinal é que, nesses níveis mais próximos dos R$ 3,70, o dólar atrai fluxo vendedor, particularmente de exportadores. "A verdade é que quem tentar entender o comportamento do câmbio por aqui minuto a minuto vai ficar maluco", resumiu um operador.

Os juros dos Treasuries acumularam máximas também à tarde após o presidente da distrital de San Francisco do Federal Reserve (Fed, o banco central americano), John Williams, reafirmar que três a quatro aumentos de juros neste ano "é a direção certa para a política monetária". Apesar de, em tese, ele manter a dúvida, uma vez que a especulação dos investidores é sobre se os juros subirão três ou quatro vezes este ano nos Estados Unidos, o mercado repercutiu a fala dele com novas altas dos Treasuries. Pela manhã, as taxas reagiram aos dados de vendas no varejo nos EUA, que subiram 0,3% em abril, dentro do esperado, mas foram revisadas para cima em março (de 0,6% para +0,8%) nutrindo o aumento das apostas em quatro altas de juros.

Questionado hoje sobre a valorização do dólar, o ministro da Fazenda, Eduardo Guardia, relacionou a alta a fatores externos. Ele destacou que o País tem contas externas controladas com um déficit pequeno em transações correntes, financiado pela entrada de investimentos diretos, além de um grande volume de reservas internacionais. "O melhor que o governo pode fazer diante dessa mudança de cenário externo é persistir nas reformas estruturais e nas medidas de consolidação fiscal", respondeu.

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