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A Catedral de Lima se tornou uma enorme galeria de fotos no domingo, com imagens dos 6.500 mortos por COVID-19 no Peru para celebrar uma missa de honra, sem público por razões de segurança sanitária, no 91º dia de confinamento do país pela pandemia.

Durante a cerimônia, o arcebispo de Lima, Carlos Castillo, lembrou daqueles que morreram do novo coronavírus alertou para o risco de mais mortes por fome.

"Seria terrível se os mortos que vierem não forem pelo coronavírus, mas pela fome", disse o prelado, depois de pedir para rezassem pela memória das vítimas na missa transmitida ao vivo pela TV estatal do Peru.

"Tempos ainda mais difíceis estão chegando", alertou ele em uma alusão tácita ao desemprego, na qual milhares de peruanos caíram nas 13 semanas de confinamento.

O Ministério da Economia estima o número de desempregados em dois milhões devido ao fechamento de empresas pela pandemia, em um país com 70% de economia informal.

Todos os bancos e paredes da catedral exibiam fotos com os nomes dos mortos pelo novo coronavírus.

Durante o sermão, o arcebispo de Lima criticou "um sistema de saúde baseado em negócios, e não na dignidade e solidariedade do povo".

O prelado, próximo à atual Teologia da Libertação, foi nomeado pelo Papa Francisco em 2019 como chefe do Arcebispado de Lima para substituir o conservador Juan Luis Cipriani, da Opus Dei.

A missa em homenagem às vítimas foi celebrada no âmbito da festividade de Corpus Christi. No Peru, missas com público ainda não são permitidas.

O Peru é o segundo país da América Latina com mais casos de Covid-19: registra mais de 225.000 casos e quase 6.500 mortes desde o primeiro caso detectado em março.

Como os líderes religiosos estão avaliando esse momento de pandemia? Ouvimos sete deles, que falam que essa época ensina a valorizar o que há de mais imprescindível: o amor e a solidariedade. Abaixo, estão depoimentos de Dom Odilo Scherer, do rabino Michel Schlesinger e do lama Segyu Choepel Rinpoche, entre outros.

1. Dom Odilo Pedro Scherer, cardeal-Arcebispo de São Paulo

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 - A pandemia nos dá a ocasião de revermos prioridades -

"As reflexões feitas em nome da Igreja Católica são numerosas e aquelas do papa Francisco são as mais expressivas e representativas. Ele fala pela Igreja Católica como um todo.

Pessoalmente, vivo como a maioria das pessoas a apreensão diante dos riscos de contágio com o vírus e me preocupo com a saúde de todo o povo. Faço votos e rezo para que os pesquisadores e cientistas encontrem o quanto antes uma vacina para a prevenção contra o vírus e uma medicação eficaz para combater os efeitos dessa virose. Enquanto isso não acontece, uno minha voz à das autoridades sanitárias que recomendam medidas e comportamentos que ajudem a evitar o contágio.

Em relação às ações da própria Igreja, nós suspendemos temporariamente as celebrações da liturgia católica e outros encontros e reuniões das nossas comunidades e paróquias, para evitar aglomerações e o risco do contágio. Mantemos uma rede de organizações de ajuda solidária às pessoas doentes ou necessitadas de alimento e outras ajudas, como aos pobres, de maneira geral.

Nossa preocupação também é alimentar a fé religiosa das pessoas, pois ela tem grande importância nessas horas difíceis. Quando experimentamos e reconhecemos nosso limite, nós damos espaço para que Deus possa agir em nós e através de nós. A fé religiosa não é mera resignação diante dos fatos e situações, mas uma luz que dá um sentido mais profundo às realidades que vivemos.

A pandemia do coronavírus nos traz muitos questionamentos. Antes de tudo, devemos reconhecer que, apesar de todos os recursos de segurança pessoal e coletiva que possamos ter (dinheiro, poder, boa organização econômica e social), continuamos frágeis e expostos a riscos imprevisíveis e, aparentemente, insignificantes, como no caso de um vírus. Isso nos deve levar a ser humildes e a renunciar a qualquer delírio de onipotência ou superioridade.

Penso que a pandemia nos dá a ocasião de revermos valores e prioridades na vida e nossas atitudes diante desses valores e prioridades. A vida e a saúde, a família, cada pessoa e a companhia das pessoas, a sensibilidade diante do sofrimento alheio e a solidariedade, o afeto, o amor gratuito e a ternura, a natureza, nossa ‘casa comum’, a arte e a cultura, como construção de nosso convívio... Todos esses valores ajudam a expressar o melhor que trazemos dentro de nós: nossa humanidade.

Por outro lado, a pandemia nos obriga a rever os modos de vida muito acelerados que levamos, arrastados por uma economia que visa ao acúmulo mais que à satisfação das necessidades básicas. A pandemia oferece uma boa ocasião para refletirmos juntos sobre questões cruciais que movem imensas somas de dinheiro e, ao mesmo tempo, causam imensos sofrimentos pelo mundo: as guerras, as ideologias que semeiam o ódio e a divisão, o consumo desenfreado e o acúmulo de riquezas, que colocam em risco até mesmo a sustentabilidade da vida no nosso planeta. Existe algo de muito errado em tudo isso!

Em vez de investir em armamentos, bens supérfluos e consumo de vaidades, por que não investir mais em saúde, educação, moradia, saneamento básico e bem-estar essencial para todos? Por que não sentar em torno de uma mesa e tomar decisões eficazes para erradicar doenças endêmicas, miséria e fome, que ainda existem e matam milhões de pessoas no mundo a cada ano? Por que duvidar em fazer isso, quando existem os recursos para fazê-lo?

Como vamos sair dessa pandemia? Antes de tudo, espero sairmos vivos e com muitas lições aprendidas. E que essas lições não sejam logo esquecidas. Sinceramente, espero sairmos mais solidários e atenciosos uns com os outros; mais humildes e gratos por tantos bens da natureza e da cultura, que temos à nossa disposição. E que também saiamos com a fé religiosa reencontrada, ou renovada."

2. Roberto Watanabe, presidente da Federação Espírita do Estado de SP

- Que possamos refletir sobre o que nos traz paz- 

"Periodicamente a Terra vivencia grandes desafios, sejam os provocados pelo homem ou aqueles que independem de nossa vontade, como as epidemias e os flagelos naturais. E que sem dúvida trazem muita dor. Pandemias como esta, deste momento, revelam a fragilidade do homem diante da própria natureza, servem de doloroso auxílio para o despertar consciencial e o consequente exercício da solidariedade, da oração, da busca de Deus e da revisão de nossa escala de valores.

Diante da nossa impotência, temporária, no controle e combate deste vírus, façamos o possível para ser úteis na construção de uma atmosfera psíquica mais saudável no planeta, utilizando os recursos poderosos da prece, que nos coloca em sintonia com Deus e nos proporciona sustentação, coragem e esperança, orarmos pelos nossos irmãos que partem para a Pátria Espiritual e seus familiares, pelas equipes médicas e pesquisadores que se empenham na busca de soluções para este inimigo invisível, valorizarmos a convivência fraterna dentro do lar, o exercício dos bons pensamentos, da confiança de que tudo está sob absoluto controle de Deus e das Leis Divinas e da certeza de dias melhores, que sempre chegam.

Que saibamos aproveitar o momento para rever nossos conceitos sobre a vida, sobre as pessoas, auxiliar nossos irmãos em necessidade, dentro de nossas possibilidades, respeitando as orientações da ciência e das autoridades sanitárias, ter contato com bons livros e atividades que nos estimulem na elevação de nossos pensamentos, enfim, refletir sobre aquilo que realmente é perene e que nos traz a tão almejada paz."

3. Michel Schlesinger, rabino da Congregação Israelita Paulista e

representante da Confederação Israelita do Brasil para o diálogo inter-religioso

- Único caminho para superar essa crise é darmos as mãos uns aos outros -

"Vivemos um momento de inflexão, muito especial, repleto de desafios e com oportunidades proporcionais a esses desafios. Minha esperança como religioso é que possamos identificar as oportunidades que existem em meio a esses desafios e nos fortalecermos como indivíduo e como sociedade. Se existe uma coisa que o coronavírus ensinou de forma inequívoca é que estamos todos no mesmo barco. O coronavírus não escolheu nacionalidade, idioma, religião, cor de pele, preferência sexual. O coronavírus ameaça a todos da mesma forma. Isso significa que a solução também deverá ser coletiva e a partir da cooperação entre todos. Não existe outro caminho para superar essa crise que não seja darmos as mãos uns aos outros e fazermos juntos essa travessia.

Falo de travessia porque estamos justamente na festa da nossa travessia do Mar Vermelho, o Pessach, quando os judeus lembram o momento de terem saído do Egito e da escravidão, atravessado o Mar Vermelho e conquistado a liberdade. Penso que essa liberdade ainda não é absoluta. A liberdade absoluta só vai acontecer quando ela for para todo mundo, universal, para todos os homens e mulheres.

Os que se sentem mais livres estão equivocados. Eles precisam olhar para trás e ver que a travessia ainda não foi realizada por todos e estender a mão para que todos possam fazer essa travessia. E o coronavírus acentua esse sentimento de que estamos todos no mesmo barco, de que somos afetados da mesma forma e que, portanto, temos de buscar coletivamente uma solução.

Se apenas esse aprendizado for conquistado, já vejo uma enorme evolução. Quando olho por uma perspectiva histórica mais recente, depois da Segunda Guerra Mundial, quando seis milhões de judeus e tantos outros milhões de não judeus foram assassinados, o mundo parecia ter aprendido alguma lição. Foi criada a Organização das Nações Unidas, foi feita a Declaração Universal dos Direitos do Homem.

Havia um sentimento de que nossos destinos estão interligados e que nós temos de cooperar e trabalhar em conjunto. Nos últimos anos, eu identifico um retrocesso nesse processo. Voltou a existir no mundo um discurso ultranacionalista e xenófobo, e o coronavírus é a oportunidade de interrompermos esse processo e voltarmos a entender o quanto somos parte da mesma raça, que é a raça humana, antes de qualquer coisa - antes de religião, de nacionalidade -, e como humanos temos de defender uns aos outros, respeitar uns aos outros, e temos de ver na nossa diversidade a oportunidade de aprendizado e crescimento."

4. Pastor Marcos Botelho, da Igreja Presbiteriana Comunidade da Vila

- Aproveite o momento para olhar para onde estamos

caminhando -

"A pandemia é um tempo para a humanidade dar dois passos para trás e repensar atitudes em relação ao consumismo desenfreado, à religião e à família. É uma oportunidade para olharmos para a sociedade doentia em que vivemos e para onde estamos caminhando. Também para os pais e as mães darem mais atenção aos filhos e para os cônjuges estarem mais juntos.

Do ponto de vista bíblico, Deus não perde o controle de nada. Mas isso não quer dizer que Ele mandou fazer a pandemia. É uma consequência do que a gente está fazendo na natureza nos últimos anos. As coisas erradas vão ter consequências, o que a gente planta, a gente colhe. Porém, Deus ensinou os filhos a serem corajosos e a enfrentarem as situações.

É uma chance para agirmos de forma diferente, mas isso não significa que realmente as pessoas vão mudar. Muitas vezes, os seres humanos não aprendem: estamos vendo por aí lutas por máscaras e respiradores, que evidenciam o egoísmo. Mas há sempre a opção também de agir pensando no próximo, com amor e solidariedade.

É um momento em que Deus nos colocou para pensar obrigatoriamente. É hora de mudar. O que você quer da sua vida? É um xeque-mate.

Não se isole. Fique em casa, mas não isole a alma. Aproveite o momento para olhar para sua casa, para a família, para a sociedade e para onde estamos encaminhando."

5. Ali Zoghbi, vice-presidente da Federação das Associações Muçulmanas do Brasil

- Essa doença uniformizou a diferença de classe: todos estamos sofrendo- 

"Neste momento devemos agir para preservar a vida, porque ela é essencial e prioritária. O Islã é uma religião que acredita e aceita a ciência, e sempre a teve como um suporte e um sinal da misericórdia divina.

A visão do Islã é de que Deus é onisciente: nenhuma folha cai de uma árvore sem a ciência do Criador. Acreditamos no livre-arbítrio, e também que a sociedade cria suas próprias armadilhas no decorrer da história. Como muçulmano, entendo que nós somos responsáveis por esse tipo de epidemia que está nos assolando, por conta da maneira como estamos lidando com o alimento, com o meio ambiente, com uma série de fatores da nossa trajetória.

Entendemos essa pandemia com súplicas de que esse momento, tão difícil e delicado, que tem provocado mortes de seres humanos, possa ser um prenúncio de uma sociedade mais adequada, mais harmoniosa e mais justa no futuro. A pandemia vem no sentido de demonstrar que os caminhos que estão sendo adotados estão provocando sofrimento e morte e, portanto, precisam ser revistos.

Em tudo na história, quando estamos no meio do processo, não conseguimos fazer uma avaliação precisa, nem do que está acontecendo nem do que está por vir. O tempo vai mostrar para nós com mais clareza quais serão os resultados. Imagino que nada será como antes. Teremos reflexões muito profundas em diversos setores, desde o sistema econômico até o de relacionamento humano. Essa doença praticamente uniformizou a diferença de classe: todos somos seres humanos que estão sofrendo com a situação.

A pandemia demonstrou o quanto somos insignificantes, é uma lição de humildade. Existe uma arrogância do ser humano em entender que talvez ele poderia suplantar as coisas da natureza e suplantar um pequeno vírus como esse. Mas essa doença deixou os seres humanos de joelhos."

6. Lama Segyu Choepel Rinpoche, brasileiro, fundador da Fundação Juniper, centro de

meditação localizado na Califórnia, nos Estados Unidos

- Momento atual é uma tragédia e também uma chance para transformação interior- 

"O mundo está passando por uma transformação e existe muita dor pela perda. É um momento em que a morte está na nossa casa, está na nossa visão o tempo todo. É uma tragédia, sim, mas também uma grande oportunidade para transformação interior.

Um dos ensinamentos do Budismo é que a morte é certa: todos nós vamos morrer, só não sabemos quando. E a morte chega sem aviso. Muitas pessoas vivem como se nunca pensassem que fossem morrer, e morrem como se nunca tivessem vivido. Quando a morte chegar e eu tiver um minuto ou um segundo para fazer um panorama da minha vida, como é que eu vivi? Como é que foi minha vivência? A vida em certo ponto é respirar, comer, beber, defecar e urinar. Mas a vivência depende da mente.

A vida tem problemas, eles estão aí. Ela é como se fosse uma bolha d’água: a morte chega sem aviso em uma situação como essa que estamos vivendo. Mas como eu reajo a esses problemas? Como eu posso aproveitar esse momento para fortalecer meu pensamento e para mudar os meus padrões internos negativos em padrões que sejam de felicidade, alegria e bem-estar? É por isso que nesta hora é preciso ter um sistema que me conduz a ter uma paz interior, uma serenidade interior, uma harmonia interior. Isso vai ajudar nesses momentos difíceis.

É como diz um provérbio budista: ‘A felicidade e o sofrimento dependem da nossa mente e da nossa interpretação. Eles não vêm de fora, nem tampouco dos outros. Toda felicidade e todo sofrimento são criados por nós mesmos, pela nossa própria mente’. Já parou para pensar por que tanta gente tem ojeriza a barata? Muitas pessoas dizem que é nojento, mas quantos animais são nojentos e a gente gosta? Então de onde vem o nojento, da barata ou da cabeça? A barata pode remeter a enfermidades por causa de onde ela anda, mas não é preciso ter pânico dela. A barata não é o problema, o problema é meu estado mental: a barata simplesmente é um gatilho para esse estado mental que eu tenho.

A pandemia nos alerta que precisamos trabalhar nossa mente para situações como essa. Esse vírus não tem uma explicação, tudo acontece, as coisas estão aí. Tem muita teoria em volta disso, mas é uma coisa que acontece no mundo como muitas outras coisas já aconteceram. Perdemos muito tempo criando histórias. Não gosto de dogmas. É um grande momento para a humanidade porque afetou a todos: não é só um país, é o planeta Terra. O mundo todo está afetado e condicionado ao tratamento dessa enfermidade. Se a humanidade encarar esses dois meses em casa não como sacrifício mas como oportunidade de crescimento, acredito que muitas pessoas vão mudar. Não sei se será uma medicina mental para todos, mas acredito que muitas pessoas vão começar a ter uma visão melhor da própria vivência.

É o momento ideal para essa transformação, porque as pessoas estão em reclusão, não têm para onde ir, não há desculpas. Estou em casa há sete semanas aqui na Califórnia, nos Estados Unidos. Para mim é normal ficar recluso, porque eu faço muito retiro. Aqui está lindo, não tem barulho de carro, os passarinhos estão falando melhor. Isso não é maravilhoso? A humanidade poderia aproveitar esse tempo de silêncio não só como um silêncio externo, mas como um silêncio interior. Desse silêncio interior você vai trazer mais amor, mais carinho, mais tranquilidade e mais compaixão para você e para os outros.

Quatro meditações são importantes para as pessoas aproveitarem neste momento: a de acalmar a mente, a de pensamentos positivos, a de cura (fortalecimento do sistema imunológico), e a de compaixão (comigo e com os demais). Toda as sextas-feiras, às 19 horas, estou tornando disponíveis meditações online para os brasileiros, transmitindo também mensagens."

7. Pai Guimarães de Ogum, diretor da Associação Brasileira dos Templos de Umbanda e Candomblé (Abratu).

- Espiritualmente, é um momento de recolhimento para acolhimento -

"A humanidade sempre vai colher os resultados das suas escolhas. Não tem sagrado e fé que mude aquilo que é uma escolha da humanidade. A humanidade não respeita a natureza, não toma os cuidados necessários e não respeita limites. As escolhas do homem fazem com que de tempos em tempos vivenciemos essa realidade de tristeza e perda de vida.

Não há explicação teológica. É um castigo, mas não é proveniente de Deus, é um castigo da própria conduta que o homem escolheu. É até contraditório Deus, que me abençoa e quer o melhor para mim, resolver castigar pessoas no planeta e punir a humanidade na figura de pessoas inocentes.

Que esse momento possa servir de aprendizado, para que a gente aprenda a cuidar de si e do próximo. A pandemia já está deixando uma mensagem: as pessoas estão ficando mais próximas da família, estão sentindo falta umas das outras e sendo solidárias. Que possamos manter tudo isso quando a doença acabar, e que não precisemos mais de uma pandemia para ser solidário, ser amigo e se preocupar.

Talvez a humanidade aprenda a valorizar coisas a que não está atenta mais. Talvez haja a reflexão de que existe algo maior e mais valioso que o materialismo.

É uma situação oportuna para quem está em família, para cada um dentro da sua fé fazer uma oração, para as pessoas conversarem. Espiritualmente, é um momento de recolhimento para acolhimento, para se aproximar dos parentes. Perdeu-se o costume do almoço em família. As pessoas estão interiorizadas em seus mundos e em suas interligações. Tem muito filho que não conhece a história do próprio pai.

Não podemos perder a crença de que o ser humano quer evoluir. Precisamos dar um jeito de ficar em casa e cuidar da família. Vamos nos amar. E para amar não precisa estar próximo, tem de respeitar."

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Com o avanço do novo coronavírus e a renovação de mais 15 dias da quarentena, as celebrações da Semana Santa nas igrejas serão diferentes. Líderes religiosos mudaram as programações para evitar aglomerações e a movimentação de pessoas nas ruas, igrejas e templos.

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Para a igreja católica, a celebração começa no Domingo de Ramos, uma semana antes da Páscoa. A festa comemora a entrada de Jesus em Jerusalém. Este ano não houve a Procissão de Ramos, como de costume.

Segundo o padre e coordenador arquidiocesano da Pascom Belém, Nilton Cezar, foi pedido para que os fiéis colocassem um ramo na porta ou no portão de suas casas. Um carro da Paróquia Cristo Peregrino, da qual o padre faz parte, realizou uma bênção das casas dos devotos. 

“Frente a esta pandemia do coronavírus, na qual devemos ficar em quarentena, a igreja orienta para que todos assumam essa consciência e postura de ficar em casa. Todas as celebrações têm sido transmitidas nesses dias para que os fiéis que se encontram em casa tenham a oportunidade de participar das santas missas”, informou o padre Nilton. Segundo ele, transmissões mais criativas possibilitam a participação dos fiés dentro de suas próprias casas.

De acordo com o padre Nilton, as recomendações do arcebispo de Belém, dom Alberto Taveira, são para que, nesta quinta-feira, os católicos coloquem uma vasilha e jarra com água na porta, janela ou em um lugar de destaque na frente da casa para que as pessoas entendam isso como uma disposição para o serviço e também para a celebração da comunhão. “A celebração não contará com o ato do lava-pés, exatamente por causa desta situação do coronavírus e pela ausência do povo na celebração. Na sexta-feira não contará com o beijo na cruz, embora tenhamos pessoas que fazem parte deste rito celebrativo, a equipe de liturgia”, explicou.

“Na sexta-feira existe um sinal recomendado pela igreja de colocarmos no portão ou na porta uma cruz, sinal da nossa pertença à igreja de Cristo e da nossa comunhão com a arquidiocese. No sábado, convidamos à celebração do Sábado Santo, a acender uma vela na hora da celebração da vigília com uma bíblia. Você coloca uma bíblia e a vela do lado e acende com um gesto de participação dessa celebração e renovação do batismo. No domingo, o nosso gesto é de colocarmos uma toalha branca no portão ou na porta simbolizando a ressurreição do Senhor”, explicou o padre.

A igreja evangélica não é diferente. Os líderes farão seus cultos on-line. A pastora da igreja evangélica Labaredas de Fogo, Ray Tavares, disse que os cultos da igreja já têm transmissão on-line desde o decreto do governo e que durante a Semana Santa vão continuar.

 “Como não estamos podendo fazer os cultos presenciais, nós vamos fazer os cultos on-line. Vamos fazer a Sexta-feira Santa ao pé da cruz normalmente como fazemos na igreja, montar a cruz e o manto. Vamos fazer uma manhã ao pé da cruz só que on-line, todo mundo nas suas casas. Domingo vamos fazer o culto da ressureição de Cristo que fazemos todos os domingos da ressureição, todos de branco. O culto da manhã será às 9 horas e à noite, às 18 horas. No decorrer da Semana Santa vai ser como estamos fazendo, dias de terça-feira, quarta e quinta-feiras, às 19 horas”, explicou a pastora.

De acordo com os líderes religiosos da igreja católica e da igreja evangélica, assim como em estabelecimentos e outra profissões, a igreja tem passado por momentos difíceis financeiramente, pois sem as suas celebrações religiosas não há arrecadação de ofertas e dízimos e a igreja sobrevive disso para poder honrar com os seus compromissos.

“A ausência do seu povo, que não pode participar dos eventos paroquias, não pode participar das nossas santas missas, e também a dimensão administrativa, financeira, que tem prejudicado bastante, por conta de muitas pessoas também não estarem recebendo, têm dificuldtado. Mas a igreja tem se reinventado nessa questão e disponibilizado vários cartões dinâmicos do dízimo para facilitar a vida dos seus paroquianos, assim também aumentando a equipe para ir de em casa em casa receber o dízimo, o que tem ajudado com os compromissos de honrar com os funcionários, pagar as contas, as despesas da paróquia e assim por diante”, explicou o padre Nilton.

“Perda da receita para manter as suas despesas mensais, isso é fato. Não é diferente como em qualquer um outro estabelecimento, porque a igreja se mantém dos dízimos e das ofertas. Quando você não tem culto, automaticamente você não tem arrecadação. Muita gente não sabe e não trabalha com transferência, não tem contas bancárias, então isso tem gerado um prejuízo, também essa questão da unidade, de estar se encontrando, conversando, aconselhando um ao outro. A gente trabalha muito com o aconselhamento pastoral e nós estamos impossibilitados de estar fazendo isso presencialmente. Estamos fazendo muito por telefone, mas não é a mesma coisa, então isso é um prejuízo porque essas pessoas estão se sentindo sem essa cobertura espiritual”, comentou a pastora Ray sobre as dificuldades.

 

 

 

 

Durante o programa Papo de Segunda Verão no Canal GNT, que foi ao ar nessa segunda-feira (17), o cantor Gilberto Gil falou um pouco sobre suas crenças. O ex-ministro contou detalhes de sua vida e visitou locais históricos de Salvador.

Em determinado momento do programa, o cantor foi questionado se Deus estava satisfeito com os acontecimento atuais no país, em resposta Gil disse: “Ninguém sabe quais são os desígnios de Deus, porque ele quer que seja assim ou porque ele quer que seja assado. Eu costumo dizer que Deus nós é que criamos isso; Deus é uma invenção do homem. A crença geral é que é o oposto, que o homem é que foi criado por Deus”.

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O cantor, também falou sobre fé e religião: “A religião, no modo geral, a crença não só em uma transcendência, de uma possível vida depois desta, mas também à regência feita por essa instância superior, normatizando procedimentos e comportamentos, é uma coisa que as religiões adotam e isso acaba, na maioria dos casos, levando as pessoas a uma adoção de uma maneira de ser relativa àqueles preceitos e mandamentos de Deus”.

Gilberto Gil é adepto de Xangó, do Candomblé, religião de matriz africana e ainda contou detalhes de sua ligação desde criança com as tradições religiosas e admiração pela fé independente de religião.

A tradicional Festa de Iemanjá, celebrada anualmente no dia 2 de fevereiro em Salvador, agora é oficialmente Patrimônio Cultural da cidade. O título foi concedido neste sábado (1º), pela prefeitura da capital baiana, por meio da Fundação Gregório de Mattos (FGM). 

"A Festa de Iemanjá leva a imagem de Salvador para o Brasil e o mundo. Esse é um título extremamente justo, e o bacana é que esse evento acontece às vésperas da celebração, realizado amanhã (02), embelezando e enriquecendo ainda mais o Rio Vermelho e a primeira capital do Brasil", afirma o prefeito de Salvador ACM Neto.

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O processo para tornar a Festa de Iemanjá Patrimônio Cultural de Salvador foi registrado em novembro de 2019, sob o nº 1002/2019, visando a inscrição da festa no Livro do Registro Especial dos Eventos e Celebrações da FGM. A notificação de abertura do processo, assinada por Fernando Guerreiro, presidente da FGM, foi publicada no Diário Oficial do Município no dia 19 de novembro. 

O pedido partiu da OAB-BA e teve a declaração de anuência da Colônia de Pescadores Z1, responsável pela realização da festa. Para abertura do processo, a equipe técnica da Diretoria de Patrimônio e Humanidades consultou os pescadores do Rio Vermelho.

O registro é assegurado por meio da lei 8550/14 e constitui ações de valorização e reconhecimento da festa. O cortejo é realizado no meio do mar, com várias embarcações que levam presentes à Iemanjá e vem sendo promovido por pescadores desde a década de 1920.

*Com informações da assessoria 

Há três anos, um grupo de jovens estudantes se reúne para refletir sobre os ensinamentos bíblicos em universidade de Belém. Chamado de Pai Nosso Movement, o movimento já tem um grupo no WhatsApp (98191-9210) e conta no Instagram. Um dos líderes, o estudante Paulo Fernandes, aluno do último semestre de Fisioterapia da UNAMA - Universidade da Amazônia, falou ao podcast Na Pauta sobre as ações voltadas para divulgar o amor e a palavra de Deus. Clique no ícone abaixo e ouça a entrevista. 

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Há cinco séculos que a Igreja Católica domina a preferência religiosa no Brasil. No entanto, segundo pesquisa do Datafolha, o número de evangélicos (30%) tem se aproximado do número de católicos (50%). Espíritas (3%), adeptos das religiões afro-brasileiras (2%), outras religiões (2%), ateus (1%) e judaica (0,3%) são as religiões que aparecem em seguida. Se juntar todos esses números, além dos evangélicos e católicos, não chega nos 10% das pessoas que dizem não ter religião alguma.

À Folha de São Paulo, o pesquisador em demografia José Eustáquio Alves revela que até 2032 o número de evangélicos pode superar o de católicos no Brasil, já que anualmente, desde 1991, os católicos caíram 1% ao ano, enquanto os evangélicos cresciam 0,7%. 

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A projeção feita pelo pesquisador é que em 2032, a religião evangélica seja a realidade de 39,8% da população, enquanto os católicos se resumiriam a 38,6% da população. "Não sei se este crescimento vai continuar. Não existe nenhum determinismo nesta questão, mas é uma possibilidade que está aberta e os evangélicos podem, sim, ser maioria absoluta lá pelos idos de 2050. O futuro dirá?", indaga José Eustáquio.

Todo 6 de janeiro, Dia de Reis, aqueles que comemoram o Natal se preparam para desfazer a árvore, os presépios e os enfeites natalinos. Mas qual é a origem da data? Epifania, ou Dia de Reis, como é conhecida a festa comemorada no dia 6 de janeiro pelos católicos, lembra quando os três reis magos, guiados pela estrela de Belém, encontraram o menino Jesus. Eles traziam presentes para a criança, incenso, ouro e mirra.

A tradição surgiu no século 8 com Melchior (também chamado de Belchior), Gaspar e Baltazar. Ao contrário do que se pensa, os reis magos saíram de seus lugares de origem e não viajaram juntos para o encontro com o menino Jesus.

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Baltazar saiu de alguma região da África e levou mirra, uma espécie de arbusto de onde é extraída uma resina para o preparo de medicamentos.

Gaspar saiu da Índia e levou incenso para Jesus. O objeto é queimado há séculos para aromatizar ambientes, espantar insetos e representa a fé e espiritualidade.

Já Melchior partiu de algum lugar da Europa e levou ouro, que simbolizava a nobreza e era oferecido apenas aos deuses.

Origem

A Folia dos Reis, que começou em Portugal, termina um ciclo de festas que se inicia na noite de Natal, data em que os reis teriam recebido a mensagem do nascimento. A comemoração também é conhecida como Terno dos Reis ou Santos Reis.

Por todo o país, as pessoas costumam cantar pelas janelas ou de porta em porta. Quem ouve as canções normalmente convida as pessoas para entrar e degustar pequenas refeições como doces, salgados e tomar uma taça de vinho.

No Brasil

A tradição veio com os portugueses e sua colonização. Os brasileiros realizam festas folclóricas diferentes, dependendo de cada região do País.

Alguns grupos, compostos por mestre, contramestre, conhecedores sobre a festa e músicos, passam de casa em casa cantando versos e tocando instrumentos. Os moradores, em troca da cortesia, oferecem comida.

Também há a presença dos três reis magos representados e de um palhaço, que anima a festa e protege o menino Jesus contra os soldados de Herodes, que queriam matá-lo.

Bolo de Reis

O chamado Bolo de Reis, ou bolo-rei, é muito tradicional em Portugal. Os portugueses fazem a famosa guloseima, que contém frutas cristalizadas e um caroço de fava. Quem encontrar a fava, tem sorte no próximo ano e fica incumbido de levar o bolo para a família na próxima comemoração.

Qual seria a postura de Jesus Cristo diante de alguns temas sociais da atualidade? Como ele se posicionaria, que lado defenderia? Um teólogo e um padre foram convidados a responder essas perguntas. Em comum, os dois acreditam que Jesus estaria envolvido com as pautas de direitos humanos.

“É impossível ser um seguidor de Jesus Cristo sem um profundo compromisso com os direitos humanos”, avalia Sérgio Vasconcelos, coordenador do departamento de teologia da Universidade Católica de Pernambuco (Unicap).

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 Violência

 De janeiro a setembro deste ano, o Brasil teve mais de 30 mil mortes violentas. Apesar de elevado, há uma queda de 22% no número de homicídios em relação a 2018. As mortes cometidas pela polícia, entretanto, aumentaram, assim como superlotação dos presídios e o número de presos provisórios.

"Existe um desejo nosso quase antropológico do olho por olho, dente por dente. Mas Jesus representa uma outra lógica, do perdão, da misericórdia, de estar disposto a acolher qualquer pessoa em atitude de reconhecimento de culpa. É uma incoerência um cristão que é a favor da pena de morte”, diz o teólogo. 

 Segundo o padre Josenildo Tavares, coordenador arquidiocesano de pastorais, Jesus não estaria do lado do punitivismo, pois teve um estilo de vida de não-violência. “Com o próprio Judas, que o traiu, ele não usou de violência. É inadmissível que da boca de um cristão saiam palavras como essa de 'bandido bom é bandido morto'. Lamentamos muito outras igrejas e até líderes católicos posando com arma na mão, lideranças de comunidades fazendo 'arminhas'”, avalia o religioso.

Foi-lhe entregue o livro do profeta Isaías. Abriu-o e encontrou o lugar onde está escrito: O Espírito do Senhor está sobre mim, porque ele me ungiu para pregar boas novas aos pobres. Ele me enviou para proclamar liberdade aos presos e recuperação da vista aos cegos, para libertar os oprimidos e proclamar o ano da graça do Senhor. Então ele fechou o livro, devolveu-o ao assistente e assentou-se. Na sinagoga todos tinham os olhos fitos nele; e ele começou a dizer-lhes: ‘Hoje se cumpriu a Escritura que vocês acabaram de ouvir’. (Lucas 4:17-21)

 Crise migratória

 O drama de pessoas refugiadas ocorre em todo o planeta. O Brasil tem lidado com refugiados venezuelanos, que fogem da crise instalada em seu país. A Operação Acolhida, criada durante o governo de Michel Temer, já interiorizou mais de 13 mil venezuelanos. Há um temor que o país, principalmente o estado de Roraima, esteja à beira de um colapso social. 

Vasconcelos destaca que, desde o antigo testamento, um dos critérios para salvação é o acolhimento do estrangeiro, do órfão e da viúva. "A gente não pode esquecer que o próprio Jesus também foi estrangeiro. Ele teve que fugir do Egito por causa da perseguição de Herodes.”

"Jesus diria: 'eu também fui imigrante'", diz o padre, fazendo um paralelo com a atualidade. "Eu sou pároco das Graças [no Recife] e lá estamos presente na vida dos venezuelanos. É triste, eles são índios, não falam espanhol, não falam português."

“Bem-aventurados os misericordiosos, pois obterão misericórdia.” (Mateus 5:7)

Desigualdade social

 O teólogo Sérgio Vasconcelos diz que pobreza, injustiça e exclusão do ser humano são sinais do anti-reino de Deus. "Nesse sentido, diante dessas injustiças, com certeza Jesus teria uma postura profundamente crítica. Jesus se colocaria no centro dessa questão, combateria a opressão."

O padre reforça que Cristo nasceu em um contexto de desigualdade social. "Jesus tinha um vínculo com os marginalizados. Hoje dizem que isso é comunismo, socialismo. A gente lamenta muito que as pessoas polarizem algo que está além do partidarismo". Tavares acrescenta: "Com certeza Jesus estaria do lado dos mais pobres."

 Segundo relatório divulgado pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud) neste ano, o Brasil é o sétimo país com maior desigualdade de renda, ficando à frente apenas de países do continente africano. Os dados foram coletados em 2017. A Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) mostrou, também este ano, que apesar da melhora nos índices de desnutrição no país, a parcela que passa fome no Brasil ainda é considerável. 

 “Pois eu tive fome, e vocês me deram de comer; tive sede, e vocês me deram de beber; fui estrangeiro, e vocês me acolheram; necessitei de roupas, e vocês me vestiram; estive enfermo, e vocês cuidaram de mim; estive preso, e vocês me visitaram.” (Mateus 25:35-36)

Homofobia

Sobre a homossexualidade, Vasconcelos destaca que não há relatos bíblicos de Jesus se confrontando com essa temática. "Nesse sentido, a gente entra em um terreno imaginativo", salienta o professor. "O que a gente sabe é que ninguém, absolutamente ninguém, hétero ou homo, ou trans, seja que categoria for, é excluído do desejo universal de salvação de Jesus", diz o teólogo.

O padre Tavares é mais cauteloso em sua fala, mas acredita que Jesus estaria do lado das vítimas. "Eu posso dar minha opinião, mas não posso usá-la para lhe agredir. Eu posso discordar, mas não tenho o direito de lhe reduzir a uma coisa. Recife é uma cidade em que já mataram muitos travestis. Em nome de quem? De Deus, de Cristo? Que sacristia é essa que leva a eliminar?", questiona o pároco. "No outro mora Deus, mora o sagrado, é um irmão. Quando a gente acolhe, a gente cresce", completa. 

 No início deste ano, o Grupo Gay da Bahia, entidade que registra dados de violência contra LGBTs há décadas, divulgou o relatório de 2018. Foram registradas no último ano 420 mortes de LGBT, sendo 320 homicídios e 100 suicídios. Segundo os dados, a cada 20 horas um LGBT é morto ou comete suicídio no Brasil.

“Bem-aventurados os pacificadores, pois serão chamados filhos de Deus.” (Mateus 5:9)

Ataque aos direitos humanos

O teólogo Sérgio Vasconcelos diz que, "de forma clara e absoluta", Jesus seria um defensor dos direitos humanos. "Seria impossível a Declaração de Direitos Humanos sem a contribuição da cultura judaica cristã. Mesmo pensadores que são ateus dão esse reconhecimento", salienta o professor.

Segundo o pesquisador, os direitos humanos buscam preservar a dignidade humana, mesmo intuito de Cristo. "Jesus tinha profunda convicção  que o reino de seu pai passa pela dignidade da pessoa humana. Não há um biblista ou teólogo sério que discorde disso."

 O padre Tavares destaca que a sociedade costuma criticar os direitos humanos, mas que essa não seria a postura do filho de Deus. "Não tenho dúvida que ele estaria dando voto de aplauso aos direitos humanos."

Você está pronto para lutar com Satanás no deserto, exorcizar demônios e curar pessoas doentes? Essas são apenas algumas das ações prometidas em 'I am Jesus Christ', um jogo de simulação realística anunciado pela PlayWay, na última semana. E não, você não entendeu errado. No jogo, você controla Jesus Cristo e o objetivo é percorrer os mesmos caminhos que ele trilhou, de acordo com o Novo Testamento.

No trailer do jogo é possível conferir o personagem realizando alguns dos famosos milagres do Messias, como devolver a visão de uma senhora, multiplicar peixes e até mesmo ressuscitar. Apesar da história ser sobre Jesus, ele não cobre toda a vida do salvador, oferecendo apenas as partes entre o batismo e a ressurreição. O game está na página oficial da Steam, mas ainda não tem data de lançamento confirmada, nem há outras informações disponíveis. Confira o trailer:

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Bruna Marquezine já está pensando em um futuro em família. A atriz gravou um vídeo para o canal de YouTube de Giovanna Ewbank e comentou sobre o desejo de adotar um filho mais para frente. A mãe de Titi e Bless revelou, inclusive, que é um assunto sobre o qual as duas conversam bastante e a morena completou dizendo que sempre teve vontade de ser mãe e até sonha - literalmente - com isso.

"Eu quero muito, mas eu entendo que existe um tempo certo para todas as coisas. Eu acredito muito no tempo de Deus. Eu quero fazer isso com um parceiro, não é esse o momento da minha vida, mas tenho muita vontade. Eu sempre sonhei em ser mãe. Tenho certeza que vou adotar", afirmou a atriz.

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As duas também falaram sobre outros assuntos, como a vida amorosa de Bruna. A atriz falou que é a primeira vez que que ela não tem um namorado e está muito bem com isso e ainda disse que não consegue responder quem ela já beijou. A global fez questão de deixar claro que não é porque ela beijou tantas pessoas que nem lembra mais quem foi, mas é apenas uma tarefa difícil.

Bruna faz questão de falar sobre sua religião sempre que pode, principalmente pelas redes sociais. A atriz participa de encontros de jovens e até já realizou uma viagem missionária em Angola.

Na última segunda-feira (17), ela postou um texto em seu Stories que tinha sido escrito em julho e no qual ela agradecia pela vida que leva e falava sobre sua relação com Deus.

"Esses dias eu tenho observado a minha vida e eu quase não consigo acreditar nela. Deus é tão bom comigo. O amor dele por mim tem me constrangido. Eu tenho me questionado diariamente porque tanto amor, porque tanta generosidade, porque tanta entregar, porque tanto cuidado e porque comigo? Pai, eu olho ao redor e te vejo em tudo. Em cada detalhe da minha vida. Em cada benção e em cada dificuldade. Te vejo até em meio ao caos e me alivia saber que eu realmente não tenho controle de absolutamente nada. O controle é todo Teu", escreveu.

"É inevitável chorar porque toda essa gratidão não cabe aqui dentro e inunda meu ser. Tudo o que eu sou ama tudo o que você é. É um amor tão grande o que sinto que quase me assusta, não se compara a nada. E se o meu amor por Você é assim o quão perfeito e inalcançável é o Teu amor por mim. Mesmo sem eu merecer", segue o texto de Marquezine.

“Convicção da existência de algum fato ou da veracidade de alguma asserção; credulidade, crença. Conjunto de ideias e crenças de determinada religião ou doutrina. A primeira das três virtudes teologais”. Assim é a definição da palavra “fé” no dicionário ‘Michaelis’. O termo, expressado entre religiosos de diversos segmentos, se materializa nas experiências de pessoas que alicerçam suas crenças em algo divino, muitas vezes considerado superior. Também por meio da fé, há quem cultive sonhos e objetivos pessoais ou profissionais; muitos deles atrelados à educação, como no caso de milhões de estudantes que enfrentam o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) almejando ingressar na universidade.

A ansiedade invade a rotina de estudantes que durante o ano todo dedicaram suas vidas aos estudos. E a fé é tida como um recurso de combate ao nervosismo que pode atrapalhar o desempenho dos candidatos, assim como um instrumento de confiança para aqueles que sonham com a aprovação.

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 Segundo o teólogo Rodrigo Alves, historicamente a humanidade tem fé por uma necessidade. “A fé nunca será algo abstrato. Sempre estará baseada em alguém ou em alguma coisa. De acordo com o tempo, o homem peca e se afasta de Deus; o homem, naturalmente, sente a necessidade de religar-se com Deus e, nessa tentativa, começa a trazer diversos deuses ou elementos da natureza. Todo ser humano vai procurar algo em que ele possa colocar a sua segurança. Ninguém tem fé no nada”, explica Alves.

No Enem não basta só ter fé

O babalorixá Ivo de Xambá diz que a fé precisa ser ligada ao esforço do cidadão. Foto: Arthur Souza/LeiaJáImagens

Desde 1993 líder da Nação Xambá – em Olinda, na Região Metropolitana do Recife -, Patrimônio Vivo de Pernambuco, o babalorixá Ivo de Xambá acredita que a fé, no contexto do candomblé, “é um sentimento de confiança”. No entanto, ela não pode ser o único recurso para o estudante que vai enfrentar as provas do Enem. Na visão do religioso, os estudantes precisam se preparar para, por meio da crença, pedir aos orixás boas energias que possam os manter tranquilos durante o Exame.

“Freud, mesmo sendo materialista, dizia que se Deus não existisse tinha que ser inventando, porque é essa fé que nos empodera para ter um sentimento de vida melhor. Acho que o Estado tem que ser laico, mas todo homem tem que ter sua fé. Aquele estudante, que está sozinho com o livro, precisa ter alguém que ele possa dividir. Não é uma fé incontrolável, mas sim direcionada, que você sabe onde vai o limite, desde que a fé não atrapalhe sua competência. Você vai ter fé nos orixás, mas você tem que estudar, fazendo sua parte. Tem que se preparar, absorver todas as matérias e fazer uma boa prova”, explica o babalorixá.

Crítico, ao apontar que a educação é, no Brasil, o principal meio de ascensão social, porém, por falta de investimentos, é uma das áreas mais afetadas do país, Pai Ivo reitera que, no Enem, os estudantes depositam o sonho de chegar à universidade. Ao fazer uso da fé, o candidato pode ficar menos nervoso e mais concentrado, além de manter o otimismo na aprovação. 

“Tem que ter um alinhamento, a fé não pode ser aquela pessoa preguiçosa. O cidadão tem que distinguir a fé da questão intelectual. O cara tem que sair do mundo da fantasia, precisa viver a realidade, que é o cara estudar. Não existe outro caminho para você chegar se não for pela cultura e pela educação. E o Brasil perde muito com isso porque ganha menos e é o professor que prepara o jovem que será o Brasil de amanhã”, opina Pai Ivo.

Seu desejo, quando realizado, deve propagar benefícios ao próximo

Pastor Boanerges Dantas pede calma aos candidatos do Enem. Foto: Arthur Souza/LeiaJáImagens

O pastor evangélico Boanerges (Bona) Dantas, há 20 anos líder da Igreja Batista Oásis, localizada no bairro da Iputinga, Zona Oeste do Recife, afirma que a fé, na visão cristã, tem ligação com o comportamento dos seguidores de Jesus Cristo. “Quando a bíblia trata de fé, ela diz que é um firme fundamento nas coisas que se não enxerga e uma convicção nas coisas que se espera. Fé não é crença, vai além disso, é comportamental, se representa com atos concretos. É um comportamento resultado de uma crença. Creio em algo ou em alguém e vou me comportar de acordo com o que creio”, explana Dantas.

De acordo com o religioso, os candidatos do Enem podem, por meio de orações, pedir a Deus calma e tranquilidade para desenvolverem boas respostas na prova. Ele alerta, no entanto, que muitas pessoas recorrem a Jesus Cristo pedindo o alcance de objetivos pessoais que não trarão benefícios ao restante da sociedade. “Creio que Deus se importa com o que a gente deseja. Só que existe um mundo consumista, em que as pessoas estão centradas nelas mesmas, e essas pessoas têm ambições só pessoais, que não vão melhorar o mundo em sua volta. Diria que esse tipo de situação não combina com Deus. A própria bíblia combate ambição”, acrescenta o pastor.

Boanerges endossa o discurso de que a fé em Deus pode ajudar os estudantes rumo à aprovação via Enem, desde que eles se esforcem. “Você tem fé no Deus que pode fazer e a própria bíblia diz que tudo é possível naquilo que crê. Porém, digo para essas pessoas que elas não se baseiem em coisas superficiais, mas sim em coisas concretas. Confie em Deus, mas faça sua parte. Estude, se capacite, procure bons professores. Não adianta só ter fé. A fé vai se estabelecer no ponto que existe, então, se não existe estudo, onde vou basear minha fé?”, questiona.

Conhecimento propaga fé

 Silvio Costa é presidente do Grupo de Assistência Mediúnica. Foto: Arthur Souza/LeiaJáImagens 

No espiritismo, segundo o presidente do Grupo de Assistência Mediúnica (GAM), situado no bairro da Torre, no Recife, Silvio Costa, a fé é fruto das experiências e conhecimentos adquiridos ao longo da vida. Assim como os outros religiosos, Costa orienta que os estudantes precisam ter uma preparação adequada para ter um bom desempenho no Enem, além de alimentar a fé espiritual. Nesse contexto, estudar é essencial.

“Fé é conhecimento sobre qualquer aspecto. O conhecimento de alguma coisa leva você a ter a sua convicção. A fé que eu compreendo, segundo as orientações espirituais, ela é baseada no conhecimento, então a partir do momento que a gente começa a te esclarecimento, ela fica cada vez mais convicta. A fé espiritual é conquistada através dos tempos, que cada um vai se preparando ao longo do tempo”, detalha o religioso. 

Para os candidatos do Enem, o presidente do GAM reitera a importância dos estudos aliada à fé. “Preciso me preparar intelectualmente para aquilo que almejo. Os estudos possibilitam isso. Se um jovem quer alcançar seus objetivos, seguindo o ramo da medicina ou do direito, por exemplo, ele precisa estudar para puder alcançar esses objetivos. Quanto mais ele estuda, a sua fé vai ser maior”, aconselha.

No que diz respeito aos espíritos, a partir dos ensinamentos espíritas, Costa diz que eles podem ajudar os candidatos a terem calma durante o Exame, os livrando da pressão exercida pela sociedade que cobra aprovação. “Peça ajuda a Deus e ao seu guia espiritual para que, através deles, você possa manter a tranquilidade durante a prova. Se os estudos você fizer com convicção, vai acreditar. Se você não tem fé, você vai com medo e o medo é empecilho e isso pode causar um bloqueio emocional”, finaliza o presidente do GAM.

Fé em todos os momentos da vida

Padre Francisco Caetano Pereira reforça a fé em Deus para os candidatos do Enem. Arthur Souza/LeiaJáImagens

"A fé, antes de tudo. é entrega. A fé é compromisso, a fé pressupõe a aceitação de Deus de uma maneira tão contundente que você jamais se sentirá só, mesmo nas horas mais  insólitas, a mão poderosa de Deus nos ampara. De tal forma que a fé ela é fundamental para todo cristão, mesmo porque todo ser humano, mesmo que não seja cristão, ele anseia pela eternidade”. Assim é a definição de fé para o padre Francisco Caetano Pereira, há duas décadas a frente da Igreja Nossa Senhora da Piedade, localizada no Recife. Para o representante católico, é óbvio que os candidatos precisam investir em qualificação e de depositar em “Deus” seus esforços.

Segundo o padre, a fé está presente em todos os momentos da vida dos cristãos, não sendo diferente no Exame Nacional do Ensino Médio. “Quando alguém vai fazer a prova Enem, que é estressante, a fé ajuda muito no equilíbrio, na tranquilidade. Se eu tenho fé em Deus, eu coloco na mão de Deus, a mão de Deus é poderosa. Segura na mão de Deus e vai, como diz a música. Então, já vou com mais tranquilidade, e a tranquilidade me leva ao equilíbrio, o equilíbrio me facilita o trabalho ao que estou dedicado, que é exatamente a prova que eu tenho que fazer, a fé tem grande relevância nesse momento”, destaca Caetano.

O representante católico alerta que a relação com a crença em Deus não pode ser pautada em despreparado educacional, indo de encontro a quem acredita que apenas a fé trará aprovação. Não vai pedir o milagre, que vai fazer a prova sem saber de nada. Deus faz a parte dele, mas você tem que fazer a sua, obviamente”, reitera.

O padre ainda traz uma mensagem de alento para os candidatos tomados pela ansiedade. “Coloca na mão de Deus o grande desafio, como diz a oração: seja feita a vossa vontade, assim na terra como nos céus. E a vontade de Deus que deve prevalecer, eu vou fazer a minha parte e sei que Deus faz a parte dele. Então, eu clamo a ele. Na hora que você entrega, tem alguém que está cuidando de você, cuidando daquilo que você está fazendo. Não vou me preocupar, vou me ocupar, a preocupação eu deixei na mão de Deus. Seja feita a vossa vontade, eu vou fazer a minha parte. Isso ajuda imensamente a dar equilíbrio”, diz o religioso.

No vídeo a seguir, os religiosos trazem mensagens para incentivar os candidatos do Enem. Assista:

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Fé e mente

De acordo com o psicólogo Dino Rangel, a fé pode contribuir para os candidatos do Enem, a partir do momento em que ela gera pensamentos positivos. Segundo o especialista, a fé pode fortalecer a autoestima dos candidatos em relação aos conhecimentos adquiridos ao longo do ano, os deixando calmos para enfrentar a prova. Ouça no áudio a seguir:

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Dando por iniciadas as festividades e mobilizações do Mês da Consciência Negra, a Caminhada dos Terreiros de Pernambuco chega à sua 13ª edição nesta sexta-feira (1º). O tradicional cortejo das religiões de matriz africana é promovido pela Rede de Articulação Caminhada dos Terreiros de Pernambuco, com apoio da Prefeitura do Recife.

Nesta 13ª edição, o tema da Caminhada será Mexeu com um (a), mexeu com todos (as), convocando à comunhão entre os povos de diferentes gêneros, cores e crenças e à mobilização contra o racismo e a intolerância religiosa. A programação começa às 14h, no Marco Zero, com um breve momento de falas de lideranças religiosas e homenagens, seguidas do Xirê, bonita e solar celebração com cânticos e danças para todos os orixás.

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A Caminhada, que celebra a força de religiões ancestrais do povo negro, matrizes culturais e sociais brasileiras, como o candomblé, a jurema e a umbanda, seguirá pela Avenida Marquês de Olinda, Ponte Maurício de Nassau, Avenida Martins de Barros, Praça da República, Rua do Sol, Avenida Guararapes e Avenida Dantas Barreto até o Pátio de São Pedro.

A Secretaria de Cultura do Recife e a Fundação de Cultura Cidade do Recife irão assegurar tablado, som e toldo para a concentração da caminhada, no Marco Zero, e para a dispersão, no Pátio. Será disponibilizada ainda a Frevioca, além de banheiros químicos na concentração, no percurso e no final do trajeto.

Trânsito

A Autarquia de Trânsito e Transporte Urbano do Recife (CTTU) preparou uma operação especial de trânsito para acompanhar todo o trajeto. As ações terão início às 14h, com agentes de trânsito realizando monitoramento na Ponte Giratória, ruas da Moeda e Vigário Tenório, além da Avenida Alfredo Lisboa.

A depender da necessidade, a CTTU poderá realizar a interdição temporária do acesso ao Marco Zero, na Avenida Alfredo Lisboa, no Bairro do Recife. Dessa forma, os condutores que seguem pela Ponte Giratória, sentido Centro, deverão realizar o desvio pela Avenida Martins de Barros. Já quando o cortejo estiver na Avenida Martins de Barros, o trânsito será desviado pela Ponte Giratória.

Um efetivo de 15 agentes de trânsito será destacado para acompanhar todo o percurso, montando bloqueios itinerantes ao longo da passagem dos religiosos e garantindo a orientação dos condutores e a segurança viária. As operações seguem até 19h, horário esperado para a dispersão total do público.

*Da assessoria

A Diretoria da Festa de Nazaré apresentou, na noite de quinta-feira (10), o manto que a imagem peregrina de Nossa Senhora usará a partir desta sexta-feira (11) nas procissões do Círio, em Belém. Fiéis lotaram a Basílica Santuário durante a cerimônia.

Já havia devotos na Basílica desde as 16h. A missa foi presidida pelo cônego Vladian Alves da Silva, pároco da Paróquia São Pio X.

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No manto de Nossa Senhora de Nazaré de 2019, a figura de “Maria, Mãe da Igreja”, simples e bela, homenageia o Sínodo dos Bispos para a Pan-Amazônia, coordenado pelo Papa Francisco, no Vaticano, e os 300 anos de criação da Diocese de Belém, hoje Arquidiocese. A samaumeira, dado o seu significado de árvore da vida para os povos originários da região amazônica, exalta a natureza.

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O tema expressa: na flor, a delicadeza de Maria; na árvore, a fortaleza, virtude vivida por Maria aos pés da Cruz. O broche do manto traz a homenagem à Diocese de Belém, com a Igreja Mãe, a Catedral, sobre um barco.

O manto é uma doação voluntária e anônima de um casal devoto de Nossa Senhora de Nazaré. A peça foi desenhada por Celeste Heitmann e confeccionada pela estilista Káthia Novelino.

Por Beatriz Reis

Pelos menos 17 pessoas ficaram feridas durante uma procissão religiosa em Sri Lanka ao serem pisoteadas por elefantes. No vídeo dá para ver um dos elefantes correndo por uma rua repleta de pessoas e, posteriormente, as pisoteando.

O homem que estava sentado no elefante tentou de todas as formas se segurar no animal para não cair, mas, em um determinado momento, não teve forças e acabou caindo de cima do animal e sendo quase que por pouco esmagado.

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Espectadores e participantes da procissão tiveram que fugir para se salvar do elefante que corria cada vez mais depressa, relata tabloide britânico Mirror.

O festival budista Perahera decorre anualmente em Sri Lanka, e conta com centenas de dançarinos e elefantes.

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Da Sputnik Brasil

Realizar oferendas aos orixás é uma prática muito comum entre as religiões de matriz africana, seja para agradecer ou pedir que os caminhos se abram. Porém, muitas pessoas não têm a consciência de preservar o meio ambiente no ato da oferenda, e o que era pra ser um presente ao sagrado acaba sendo um desrespeito.

Pensando nessa situação e em levar a mensagem de preservação da natureza, Mãe Renata Monankulo, realizou um mutirão para limpar os arredores de uma cachoeira próximo a Araçariguama, interior de São Paulo. "Eu fiquei muito triste porque as pessoas não tem cuidado com o meio ambiente. Decidi agradecer as forças da natureza limpando o local para que, quando eu precisar, ele também esteja limpo", explica.

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A ação reuniu 22 filhos da casa Inzo Kaiango, onde Mãe Renata é dirigente e sacerdotisa. Ao todo, foram recolhidos mais de 50 sacos de lixo com diversos resíduos de garrafas, aparelhos de barbear, tecidos, latas de alimentos e diversos plásticos. "O certo é fazer as oferendas de maneira sustentável, em cima de folhas, sem plástico, óleo ou qualquer outro material que possa agredir a natureza, principalmente nos comemorações de final de ano, quando as pessoas costumam agradecer e fazer pedidos para Iemanjá nas praias. Ao invés de oferecer um vidro de perfume, despeje um pouco de alfazema no mar, apenas as pétalas das flores, ou seja, tudo o que a natureza pode decompor", orienta Mãe Renata.

Para o Pai Rodrigo Queiroz, presidente do Instituto Cultural Aruanda, ainda falta educação e consciência ecológica entre os fiéis, além de uma compreensão clara do que significa a religião de culto à natureza em todas as esferas de atuação. "Uma conscientização popular se faz necessária. O equívoco do religioso mal instruído no manejo das oferendas é um reflexo da falta de cultura ecológica nacional", afirma.

 

Quem nunca ouviu a máxima “religião e política não se misturam”? Ou, “o Estado é laico”? E até mesmo, “não discuto nem religião nem política”? Esses argumentos são repetidos constantemente por eleitores no Brasil, contudo a realidade de parcela dos quadros políticos nacionais expressa outra coisa: princípios religiosos e anseios políticos vem andando lado a lado nos últimos anos. 

Um retrato claro disso é a forma como o presidente Jair Bolsonaro (PSL) se propõe a nortear seus discursos e basear suas escolhas diante da condução do país. O seu slogan de campanha já dizia “Brasil acima de tudo, Deus acima de todos” e, constantemente, suas falas fazem citações a passagens bíblicas e princípios religiosos. 

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Principal meio de comunicação de Bolsonaro com a massa, nas redes sociais, por exemplo, ele já criou a chamada “série João 8:32” - fazendo menção a um versículo do evangelho de São João que diz: “conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará” - para rebater críticas da oposição, divulgar dados do governo e respaldar seus discursos. 

Recentemente, ele se utilizou do texto religioso para reforçar seu argumento de que “passar fome no Brasil é uma grande mentira”. E na última segunda-feira (26), ao anunciar que se reuniria com os governadores da região amazônica para tratar das queimadas e do desmatamento, o presidente convidou os internautas a acompanharem o encontro a partir de uma transmissão ao vivo no Facebook e disse “será um João 8:32 imperdível”. 

O recorte é mínimo diante de tantas outras posturas. Jair Bolsonaro já consagrou o Brasil a Nossa Senhora, foi o primeiro presidente a participar da Marcha para Jesus, recebeu orações em cultos e prometeu que na oportunidade que tiver pretende nomear para o Supremo Tribunal Federal (STF) um ministro terrivelmente evangélico. 

O alinhamento aos valores cristãos “deve ser uma das marcas que Jair Bolsonaro deixará expressa” como do seu governo, segundo o professor do Departamento de Sociologia da Universidade de Brasília (UnB), Eurico Antônio Gonzalez Cursino dos Santos. Mas, ressalta o estudioso, há inconsistências do presidente. “Ao mesmo tempo que ele se diz católico, essa prática de referência bíblica e as referências que ele faz direto estão sempre direcionadas ao meio evangélico”, observou. 

Ao avaliar os discursos do chefe do Executivo nacional, Santos ponderou que antes das eleições e no período eleitoral as falas de Bolsonaro com cunho religioso eram mais frequentes, porém quando assumiu o governo ele diminuiu o ritmo.

“A comunicação do presidente Bolsonaro com a população, inclusive durante o período eleitoral, foi marcada por essa referência a valores religiosos, principalmente cristãos. Acredito que isso, em si, está dentro da Constituição. A democracia tem que tomar decisões, que são referidas a valores. Não vejo como uma substituição da política pela religião, nem o tom da campanha, nem o tipo de comunicação que ele faz com a população, ele está se referindo a valores que são da população”, salientou. 

 

Base evangélica no Congresso Nacional

Se o presidente tem alinhamento religioso, no Congresso Nacional isso é ainda mais claro. Inclusive, de acordo com um levantamento do Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap), em 2018 foram eleitos 91 deputados e senadores que se declararam, se declaram evangélicos ou se alinham ao grupo na votação de temas ligados à religião e aos costumes, além dos que ocupam cargos nas estruturas das instituições religiosas, como bispos, pastores, missionários e sacerdotes.

Fora os 91, outros mais conservadores se alinham aos pensamentos e valores cristãos para basear suas posturas. A polêmica mais recente, baseada em princípios religiosos, foi com relação ao projeto de lei de autoria do deputado Orlando Silva (PCdoB) que instituía o Estatuto da Família do século XXI. Deputados alegaram que o projeto legalizava o incesto e iniciaram uma campanha nas redes sociais contra o autor da matéria e o relator Túlio Gadêlha (PDT), que deu parecer favorável ao texto.

O debate fez com que o projeto fosse retirado da pauta da Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara para que o parecer fosse reorganizado, sem deixar brechas para essa interpretação. O projeto, na realidade, considerava como família todos os tipos de formação que ultrapassassem a tradicional pai, mãe e filhos.

Questionado se era saudável a mistura de princípios religiosos com direitos constitucionais e a criação das leis que regem um país, o professor Eurico Antônio Gonzalez Cursino dos Santos disse que “é natural, em uma democracia de massas, que esse tipo de coisas aconteçam”. 

“Democracia integra as pessoas à tarefas complexas de governar, e aí um valor religioso, de uma ideologia bem fundada, acaba tendo funcionamento. A Constituição, no modo como ela organiza a política, faz com que neste momento não estejamos ameaçados quanto à uma espécie de teocracia. Acredito que é impossível de acontecer”, argumentou.

“O que acontece é que estamos apenas começando a lidar com argumentos religiosos e a expressão da religião na política, isso não vai parar não, vai vir mais. Porém, a própria política se encarrega de reconduzir argumentos religiosos apenas como argumento de valor e não de regra geral”, emendou. 

Apesar de não ver riscos para uma teocracia, o estudioso ponderou que fez uma recente pesquisa sobre leis com cunho religioso e encontrou cerca de 400. Um sinal de que não há laicidade no Estado.

“O nosso Estado nunca foi laico, desde a República, ele se mantém próximo as religiões, especialmente às cristã; primeiro ao catolicismo, depois as evangélicas e a partir de 1990 às majoritárias. Mas ele nunca deixou de expedir leis que de alguma forma representasse vantagem para as religiões no campo da educação, da assistência social, da saúde. Ou seja, nós nunca fomos completamente laicos”, disse Santos. 

 

A igreja evangélica está fincando raízes na política?

Em 2008, o bispo Edir Macedo lançou um livro em que dizia: "tudo é uma questão de engajamento, consenso e mobilização dos evangélicos. Nunca, em nenhum tempo da história do evangelho no Brasil, foi tão oportuno como agora chamá-los de forma incisiva a participar da política nacional". 

No “Plano de Poder”, em que traça projeções para diversas áreas, inclusive a política, o líder religioso já deixava clara "a potencialidade numérica dos evangélicos como eleitores” e hoje, mais de uma década depois, isso tem se justificado. 

Indagado sobre o fato do número de políticos evangélicos ter crescido, o professor do departamento de Sociologia da UnB, Eurico Antônio Gonzalez Cursino dos Santos, disse que há mercado para tal, mas é limitado. 

“Manifestamentes são as igrejas evangélicas que têm eleito seus próprios ministros, mas eu não acredito que isso possa ir muito além do que já foi, pela presença deles, a distribuição demográfica, pela importância do catolicismo que oferece uma espécie de limite para essa ascendência e pelas próprias relações internas que nem todos são favoráveis a esse convívio próximo com a política. É uma mercadoria que tem mercado, mas é limitado”, conjecturou.

Ainda na ótica do especialista, “normalmente quem tinha acesso ao poder era a religião católica, então diria que os evangélicos estão chegando à política por outra via, que não é a da formação política católica, eles estão chegando lá pelo voto”.

Faltam dois meses para o Círio de Nazaré, considerado um dos maiores eventos religiosos do mundo. A procissão de louvor à Nossa Senhora ocorre no segundo domingo de outubro (13) e atrai turistas do mundo todo.

O mês de agosto é marcado por inúmeros eventos de preparação para o Círio de Nazaré. A formação dos "Dirigentes de Peregrinação", ato de evangelização e preparação espiritual para o Círio, que ano passado contou com mais de 2 mil voluntários, é um deles. "A manhã de formação prepara os dirigentes de peregrinação para conduzir os encontros que acontecem em nossa Arquidiocese, preparando espiritualmente os devotos para vivenciarem melhor toda a evangelização que o Círio de Nazaré proporciona”, explica o diretor de evangelização da Festa de Nazaré, Jorge Xerfan.

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Após a preparação dos Dirigentes de Peregrinação, ocorrerá a Missa do Mandato, momento em que o arcebispo dom Alberto Taveira vai abençoar as imagens dos devotos. Segundo os organizadores, a Missa do Mandato marca oficialmente o primeiro ato da Festividade do Círio, sendo este um dos momentos mais importantes da festa.

A recitação das Mil Ave-Marias também é um dos atos que antecedem o Círio. “É uma preparação espiritual para que a Diretoria do Círio, as comunidades e todos aqueles que colaboram conosco nessa missão, que é realização do Círio, possam estar preparados espiritualmente para realizá-lo da melhor forma possível", disse Jorge Xerfan.

Há também o Concurso de Redação do Círio. Podem participar alunos de escolas públicas ou privadas. Cada escola pode inscrever até dois alunos, que farão uma redação com o tema "Maria, Mãe da Igreja". O resultado será divulgado no dia 29 de setembro, às 8 horas, no  Centro Social Nazaré. “Já são 25 anos trabalhando, incentivando e contribuindo com a formação espiritual de nossos jovens”, explica a coordenadora do concurso, Lilian Acatauassú.

Para participar, os alunos interessados devem preencher a ficha de inscrição, disponível no site  www.ciriodenazare.com.br e encaminhar para o e-mail secretaria@ciriodenazare.com.br, junto com a cópia do documento de identidade. As fichas também podem ser encaminhadas para a secretaria da Diretoria da Festa, situada na Praça Justo Chermont, Centro Social Nazaré, de 12 às 20 horas.

A capacitação dos Guardas de Nazaré é outro evento importante de preparação para o Círio. “Eu acredito que o Círio 2019 será abençoado. Eu enxergo como um Círio excelente, formidável e diferente, pelo fato de estarmos trabalhando a espiritualidade dos guardas durante o ano inteiro. Tenho certeza que o acolhimento será o melhor possível”, disse o coordenador-geral da Guarda de Nazaré, Guilherme Azevedo.

Agosto também é o mês em que começa a venda dos ingressos para as arquibancadas do Círio, instaladas na avenida Presidente Vargas, de onde os fiéis assistem à passagem da Trasladação e à procissão do Círio. Os ingressos custam R$ 60,00 para assistir à Trasladação e R$ 110,00, para o dia do Círio. Não haverá meia entrada.

Idosos e pessoas com necessidades especiais terão direito a 600 cortesias para a Trasladação e 300 para o dia do Círio. As inscrições para a gratuidade podem ser feitas no mesmo site da venda dos ingressos, que serão entregues no dia 10 de setembro, na Diretoria da Festa de Nazaré, no Centro Social de Nazaré. As vendas começam no dia 26 e são feitas apenas pelo site www.lojinhadocirio.com.br.  

 

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Foi apresentado na quinta-feira (15) o cartaz do Círio 2019 de Nossa Senhora de Nazaré no município de Barcarena, região nordeste do Pará. A cerimônia ocorreu após missa na Igreja Matriz. Centenas de devotos compareceram para prestigiar o momento. Autoridades também se fizeram presentes.

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O pároco da paróquia São Francisco Xavier, Idaltino dos Prazeres, avaliou o lançamento como muito importante para todos. "Foi um momento de muita alegria para nós, povo católico de Barcarena. Vimos a alegria do nosso povo e satisfação de se colocar nas mãos de Nossa Senhora. Gratidão que esse povo tem pela sua postura devocional à Mãe de Deus", disse.

O cartaz apresenta o projeto do Santuário Paroquial à Nossa Senhora de Nazaré. Expressa a igreja a ser construída, com a fachada com todos os seus significados e a cúpula, por sua singularidade.

A imagem de Nossa Senhora de Nazaré aparece ao lado do Santuário, expressão da devoção do povo católico.

O tema do Círio deste ano é “Alegra-te, cheia de graça, o Senhor é contigo", extraída do livro de Lucas, capítulo 1, versículo 28. Segundo a passagem, é a saudação do anjo Gabriel à Maria.

O anjo aparece acima da imagem, bem como o Espírito Santo em formato de pomba. As cores azul e amarelo em destaque no cartaz representam traços da divindade. O azul: a morada celeste, o céu onde está Deus. O amarelo: a luz do Espírito Santo que cobriu a Vigem Maria no seu sim. O design é de Fabrício Reis.

A quadra nazarena começa com a Procissão Rodoviária, no dia 8 de novembro. No dia 9, Círio fluvial pela manhã. À tarde, Trasladação. No domingo, dia 10, o grande Círio. No dia 17, a festa.

Por Jhonata Chaves.

 

Um homem, identificado como Leandro Abreu Alves, foi apreendido após quebrar parte do altar da Igreja Nossa Senhora de Fátima à marretadas, em Macaé, no Rio de Janeiro. O vandalismo foi registrado por testemunhas, que o impediram que causar mais estragos, nessa terça-feira (13).

Nas imagens é possível vê-lo sendo agredido e imobilizado por fiéis, após destruir parte do altar com golpes de marreta. Ele retira a ferramenta de uma sacola e desfere golpes até ser contido.

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Segundo a Polícia Civil, Leandro cometeu o crime por motivação religiosa. Na delegacia de Macaé, ele afirmou ser bastante religioso, entretanto, revelou não ter crença específica.

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