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O primeiro-ministro Li Keqiang, principal autoridade econômica da China, estabeleceu a meta de crescimento deste ano em "cerca de 5%", após o fim das medidas contra Covid-19 que mantiveram milhões de pessoas em casa e desencadearam protestos. O crescimento do ano passado na segunda maior economia do mundo caiu para 3%, o segundo nível mais fraco desde pelo menos a década de 1970.

"Devemos dar prioridade à recuperação e expansão do consumo", disse Li em um discurso sobre os planos do governo perante o cerimonial do Congresso Nacional do Povo, no centro de Pequim.

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A nova equipe de liderança do presidente Xi Jinping enfrentará desafios que vão desde a fraca demanda global por exportações e aumentos persistentes de tarifas dos EUA em uma disputa sobre tecnologia e segurança até restrições no acesso a chips de processadores ocidentais devido a temores de segurança.

O relatório de Li pediu para que o aumento dos gastos do consumidor seja feito a partir do aumento da renda familiar, mas não deu detalhes durante o discurso incomumente breve de 53 minutos, que durou menos da metade dos anos anteriores.

Reforçando a importância da indústria estatal, o relatório prometeu apoiar empreendedores que geram empregos e riqueza, mas também disse que o governo vai "aumentar a competitividade central" de empresas estatais que dominam setores como bancos e energia, telecomunicações e aço.

Li também pediu "medidas decisivas" para se opor à independência formal de Taiwan, a ilha-democracia autogovernada reivindicada por Pequim como parte de seu território. Ele pediu uma "reunificação pacífica" entre China e Taiwan, que se separaram em 1949 após uma guerra civil, mas não anunciou nenhuma iniciativa.

A previsão do mercado financeiro para o crescimento da economia brasileira este ano subiu de 0,8% para 0,84%. A estimativa está no boletim Focus de hoje (27), pesquisa divulgada semanalmente pelo Banco Central (BC) com a projeção para os principais indicadores econômicos.

Para o próximo ano, a expectativa para o Produto Interno Bruto (PIB) - a soma de todos os bens e serviços produzidos no país - é de crescimento de 1,5%, a mesma previsão há nove semanas seguidas. Em 2025 e 2026, o mercado financeiro projeta expansão do PIB em 1,8% e 2%, respectivamente.

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A previsão para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), considerada a inflação oficial do país, variou para cima, de 5,89% para 5,9% neste ano. Para 2024, a estimativa de inflação ficou em 4,02%. Para 2025 e 2026, as previsões são de 3,8% e 3,75%, respectivamente.

Para 2023 a previsão está acima do teto da meta de inflação que deve ser perseguida pelo BC. Definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), a meta é 3,25% para este ano, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. Ou seja, o limite inferior é de 1,75% e o superior de 4,75%.

Da mesma forma, a projeção do mercado para a inflação de 2024 também está acima do centro da meta prevista, fixada em 3%, mas ainda dentro dos intervalos de tolerância de 1,5 ponto percentual.

Em janeiro, puxado principalmente pelo aumento de preços de alimentos e combustíveis, o IPCA ficou em 0,53%, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Taxa de juros

Para alcançar a meta de inflação, o Banco Central usa como principal instrumento a taxa básica de juros, a Selic, definida em 13,75% ao ano pelo Comitê de Política Monetária (Copom). A taxa está nesse nível desde agosto do ano passado e é o maior nível desde janeiro de 2017, quando também estava nesse patamar.

Com as projeções para a inflação acima das metas para 2023 e 2024, o BC prevê que os juros podem ficar altos por mais tempo que o previsto. A autarquia não descarta a possibilidade de novas elevações caso a inflação não convirja para o centro da meta definida pelo CMN, como o esperado, em meados de 2024.

Para o mercado financeiro, a expectativa é que a Selic termine o ano em 12,75% ao ano. Para o fim de 2024, a estimativa é que a taxa básica cai para 10% ao ano. E para 2025 e 2026, a previsão é Selic em 9% ao ano e 8,5% ao ano, respectivamente.

Quando o Copom aumenta a taxa básica de juros, a finalidade é conter a demanda aquecida, e isso causa reflexos nos preços porque os juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança. Desse modo, taxas mais altas também podem dificultar a expansão da economia. Além da Selic, os bancos consideram outros fatores na hora de definir os juros cobrados dos consumidores, como risco de inadimplência, lucro e despesas administrativas.

Quando o Copom diminui a Selic, a tendência é que o crédito fique mais barato, com incentivo à produção e ao consumo, reduzindo o controle sobre a inflação e estimulando a atividade econômica.

A expectativa para a cotação do dólar está em R$ 5,25 para o final de 2023. Para o fim de 2024, a previsão é que a moeda americana fique em R$ 5,30.

 

A mineração ilegal em terras indígenas da Amazônia Legal aumentou 1.217% nos últimos 35 anos. De 1985 para 2020, a área atingida pela atividade garimpeira passou de 7,45 quilômetros quadrados (km²) para 102,16 km².

De acordo com um estudo elaborado por pesquisadores do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e da Universidade do Sul do Alabama, dos Estados Unidos, quase todo o garimpo ilegal (95%) fica em apenas três terras indígenas: a Kayapó, a Munduruku e a Yanomami. Os resultados do trabalho foram publicados na revista Remote Sensing.

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Para identificar as regiões de mineração, os pesquisadores aproveitaram dados fornecidos pelo Projeto de Mapeamento Anual do Uso e Cobertura da Terra no Brasil (MapBiomas). O MapBiomas reúne imagens obtidas por satélites, com resolução espacial de 30 metros.

Uma das limitações da ferramenta, porém, é que, embora haja precisão para distinguir áreas de floresta de perímetros de mineração, ela não serve para reconhecer, por exemplo, uma região menor, em que o garimpo acontece. Pelo sistema, também não é possível apontar balsas usadas pelos garimpeiros. Por essa razão, os pesquisadores ressaltam que o resultado pode estar subestimado e que talvez a área afetada seja ainda mais extensa.

Preferência pelo ouro

A pesquisa destaca ainda que, em terras indígenas da Amazônia Legal, os garimpeiros buscam ouro (99,5%) e estanho (0,5%). A exploração se dá mais fortemente no território dos kayapó, que também convivem com o avanço de madeireiros e da siderurgia. Nesse caso, estima-se que, em 2020, a área ocupada pelos garimpeiros era de 77,1 km², quase 1.000% a mais que o registrado em 1985 – 7,2 km².

Na Terra Indígena Munduruku, a atividade mineradora intensificou-se a partir de 2016, saltando de 4,6 km² para 15,6 km², em apenas cinco anos. O mesmo se repetiu em solo yanomami, onde o garimpo ilegal ocupava 0,1 km² em 2016 e subiu para 4,2 km² em 2010.

Os autores do estudo destacam que, em 2018, os yanomami viram a mineração ultrapassar, pela primeira vez, a marca de 2 km² e que, desde aquele ano, o aumento da ilegalidade gerou mais invasões e violações de direitos humanos.

Conforme alerta o pós-doutorando Guilherme Augusto Verola Mataveli, da Divisão de Observação da Terra e Geoinformática do Inpe, o que geralmente ocorre na mineração praticada na Amazônia Legal, incluindo nas terras indígenas, é que o desmatamento precede o garimpo. Ou seja, sinais de desmatamento da floresta podem servir de indicativo para a ação de autoridades contra o garimpo ilegal.

*Com informações da Agência Fapesp

Com a missão de tirar a economia brasileira da armadilha do baixo crescimento, o novo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, vai encontrar nos primeiros meses de 2023 um cenário de desaceleração da atividade econômica, recuo do crédito, juros elevados por mais tempo e o risco de nova alta da inflação. Um quadro que requer atenção total para os níveis de endividamento das famílias e da inadimplência.

No cenário interno, os desafios não são pequenos. É o que apontam os dados da primeira Pesquisa de Economia Bancária do ano, que será divulgada hoje pela Federação Brasileira dos Bancos (Febraban).

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Como principal condutor da política econômica do governo Lula, Haddad toma posse nesta segunda (2), em cerimônia no Centro Cultural Banco do Brasil, com a tarefa de reverter esse cenário o mais rápido possível, após as promessas do presidente Lula nas eleições.

Depois de surpreender em 2022, o crescimento do mercado de crédito terá ritmo menor, mas deve se manter acima de 8% em 2023. A pesquisa captou uma piora generalizada das expectativas para o ano que se inicia.

A incerteza fiscal levou a maior parte dos entrevistados a acreditar que os juros só vão começar a recuar no terceiro trimestre do ano, nas reuniões do Banco Central de agosto ou setembro. Em relação ao nível de atividade, o desafio é ainda maior. Já se observa uma desaceleração, que deve trazer um Produto Interno Bruto do quarto trimestre com expansão próxima a zero, afetando o início de 2023.

Para Isaac Sidney, presidente da Febraban, a pesquisa é um alerta sobre a necessidade de rigor na política fiscal e no controle dos gastos públicos para o governo arrumar a casa. "Com o cenário externo ruim e o quadro doméstico igualmente desafiador, temos de buscar uma âncora fiscal forte e crível e firme controle da inflação. Não enxergo outra direção senão perseverar nesses fundamentos econômicos para arrumar a casa."

Sidney destaca que, para a maior parte dos entrevistados, a tramitação da PEC da Transição resultou em alteração das expectativas, tanto do início da flexibilização monetária quanto em uma elevação da taxa básica de juros em 2023. Ele ressalta que esse resultado reforça a importância de que o novo governo defina o mais rapidamente possível a nova âncora fiscal da economia.

Foco

O foco da política econômica de Haddad será o estímulo ao aumento do crédito para acelerar o crescimento do País, um programa de aumento das receitas para o caixa do Tesouro e aprovar uma reforma tributária voltada para aumentar a tributação dos mais ricos e crescimento do PIB.

Antes disso, terá de cumprir a promessa que fez para os primeiros dias de 2023 de lançar um "plano fiscal robusto" de ação para reverter o rombo de R$ 220 bilhões previsto para o ano, passando a tesoura em renúncias e subsídios, além de tirar do papel o programa "Desenrola", de negociação de dívidas das famílias por meio de um fundo garantidor.

Realizado com 20 instituições financeiras, o levantamento da Febraban mostrou que a inflação seguirá pressionada, sobretudo para as classes de renda mais baixas. Alimentos no domicílio e serviços também seguem em alta.

A preocupação dos analistas com os rumos da política fiscal se espelhou no adiamento do período esperado para o início do processo de flexibilização da política monetária (queda da taxa de juros) e na revisão da tendência de crescimento da economia. A pesquisa captou que a grande maioria (75%) dos participantes espera que o início da queda dos juros ocorra apenas a partir do 3.º trimestre de 2023. Para 20% dos participantes, no entanto, a taxa Selic deve começar a cair só no último trimestre do ano.

No terreno das contas públicas, embora os números correntes sejam positivos, a questão fiscal segue preocupante. Em 2022, o governo central deve registrar superávit primário de R$ 50 bilhões e dívida pública bruta pouco abaixo de 75%. Em 2023, a expectativa é de piora, com projeções de déficit primário de R$ 100 bilhões e dívida subindo para 80,5%.

Cresceu o número de estudantes interessados na área da saúde. De acordo com dados divulgados pelo observatório da educação Superior, em parceria com a Associação Brasileira de Mantenedoras de Ensino Superior (Abmes) e a Educa Insights, apontam o aumento de 35% na procura de estudantes pelos cursos da saúde entre 2021 e 2022.

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Entre as 10 formações mais procuradas, a área de saúde marca presença significativa, com 70% entre os cursos presenciais, com destaque para enfermagem (11,8%), psicologia (11,8%) e odontologia (6,8%).

O mesmo estudo mostrou que os cursos semipresenciais e híbridos tiveram o maior avanço, com 43% dos novos ingressantes, em comparação ao ano passado. Os presenciais vêm logo atrás, com aumento de 39%. Já para as graduações à distância, as matrículas cresceram 22%.

“O contexto pandêmico vivenciado nos últimos anos promoveu um aumento em cerca de 200% do mundo do trabalho relacionado à Saúde, levando à visibilidade e valoração da área pela sociedade. A Wyden destaca-se nos cursos de Saúde por apresentar um corpo docente de extrema expertise tanto profissional quanto acadêmica e uma infraestrutura de salas de aula, laboratórios e clínicas escola compatíveis com a formação de egressos de sucesso. Ademais, os profissionais de saúde formados pelas instituições da Wyden desenvolvem, ao longo da sua graduação, competências técnicas e comportamentais que têm sido diferenciais competitivos em suas áreas de atuação”, sinalizou a Dra. Juliana Santos, Líder Nacional da Área da Saúde.

O percentual de obras públicas paralisadas no país subiu de 29% para 38,5% nos últimos dois anos. Dos mais de 22,5 mil contratos pagos com recursos da União, 8.674 são considerados interrompidos pelo Tribunal de Contas da União (TCU). As obras suspensas somam R$ 27,2 bilhões. O percentual é o maior desde 2018, quando 37,5% dos contratos estavam parados.

Os dados constam do mais recente “Painel de Obras Paralisadas”, que tem gráficos detalhados e foi atualizado nesta semana pelo TCU. A ferramenta reúne as informações mais recentes sobre a execução dos contratos custeados com recursos federais.

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O setor da Educação é o que tem a maior quantidade de obras paralisadas: 4.473. Uma área genérica classificada pelo TCU como “em branco” figura em segundo lugar, com 2.869 contratos interrompidos. Na sequência, surgem Saneamento (388), Saúde (289) e Infraestrutura de Transportes (277).

O “Painel de Obras Paralisadas” informa as principais causas das obras paralisadas. Com base em análise amostral realizadas em 2018, o mau planejamento dos empreendimentos é o principal fator de paralisação. O gerenciamento ineficiente dos contratos está geralmente relacionado a projeto básico deficiente; falta de contrapartida de estados e municípios; e falta de capacidade técnica para execução do empreendimento.

No caso específico da Educação Infantil, a ferramenta sugere como principais causas de paralisação os contratos rescindidos, o abandono da empresa e as irregularidades na gestão anterior. De acordo com o TCU, não foram realizados estudos sobre os impactos da pandemia de Covid-19 nas obras em andamento.

Auditorias anteriores

Os números do TCU são atualizados a cada dois anos. Os dados mais recentes, divulgados na última quarta-feira (23), referem-se a agosto de 2022. Durante sessão plenária da Corte de Contas, o ministro Vital do Rêgo classificou os dados como “alarmantes”. “Hoje temos um cemitério de obras inacabadas, abandonadas e os gestores públicos mantêm o permanente negligenciamento da Lei de Responsabilidade Fiscal abrindo novas frentes de trabalho em obras congêneres. Isso é lamentável sob todos os aspectos”, disse o ministro.

As duas auditorias anteriores realizadas pelo TCU já apontavam para o elevado número de obras inacabadas no país. Em abril de 2018, o percentual de obras paralisadas em relação ao total era de 37,5%. Em 2020, o número caiu para 29%.

Em comparação com 2018, o “Painel de Obras Paralisadas” revela um cenário preocupante. Naquele ano, o poder público executava mais de 38,4 mil contratos, dos quais 14,4 mil estavam paralisados. Em 2022, o número de obras custeadas pela União caiu 41,2%, para 22,5 mil contratos. Apesar disso, a proporção de empreendimentos interrompidos é um ponto percentual superior ao índice de 2018. Ou seja: embora a União tenha investido em menos obras, a fatia paralisada é proporcionalmente maior do que em anos anteriores.

Irregularidades graves

Desde 1994, o Congresso Nacional inclui no Orçamento Geral da União um dispositivo que serve de alerta contra a paralisia na execução de contratos com dinheiro público: uma lista de obras e serviços com indícios de irregularidades graves, conhecida como Anexo VI. Nesses empreendimentos, os problemas identificados são tão críticos que a paralisação via bloqueio de recursos é menos danosa do que a continuidade da obra.

Esse mecanismo de proteção é desencadeado todos os anos pelo TCU, que envia para a Comissão Mista de Orçamento (CMO) informações sobre o andamento de contratos considerados suspeitos. O relatório conhecido como Fiscobras chega ao Congresso até o dia 25 de outubro — 55 dias após a entrega do projeto de lei orçamentária pelo Poder Executivo.

O bloqueio de obras com indícios de irregularidades graves pode ser revisto a qualquer momento ao longo do ano. Tudo depende de uma decisão da CMO, composta por dez senadores e 30 deputados. Se avaliar que os problemas que deram causa à paralisação foram superados, a comissão pode determinar a continuidade do empreendimento por meio de um decreto legislativo.

*Da Agência Senado

Atendimentos a casos suspeitos de Covid-19 aumentaram em oito em cada dez hospitais privados de São Paulo nos últimos dias, mas a maioria dos pacientes não precisou ser internada. Isso é o que aponta levantamento a ser divulgado nesta quarta-feira (23) pelo Sindicato dos Hospitais, Clínicas e Laboratórios do Estado de São Paulo (SindHosp).

Especialistas da área médica dizem que, até o momento, o avanço de casos tem sido marcado por quadros leves, mas reforçam a importância de completar o esquema vacinal e de adotar medidas como uso de máscara em locais fechados e de aglomeração. O País tem passado por uma nova onda de Covid, impulsionada por subvariantes da Ômicron.

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Ao todo, 90 hospitais privados de todo o Estado foram consultados pelo SindHosp entre os dias 11 e 21 deste mês. Desses, 77% ficam no interior e 23% na capital. Conforme o levantamento, 84% dos hospitais notificaram aumento nos atendimentos de pessoas com suspeita de covid ao longo dos últimos dias.

Entre esses hospitais, a maioria (39%) relatou alta de 21% a 30% nos atendimentos a pacientes com esse perfil. Em 31%, esse crescimento ficou entre 11% e 20%. Outras 21% dessas instituições registraram crescimento de até 20%, enquanto em 9% a variação foi superior a 31%.

Ainda com o avanço de atendimentos, a maior parte dos hospitais (73%) relata que o aumento de pacientes hospitalizados foi menor que 5% tanto em leitos de UTI como em leitos clínicos. Em 18%, essa alta ficou entre 6% a 10%. Em apenas 9% deles o crescimento foi superior a 11%.

Cuidados

Presidente do SindHosp, o médico Francisco Balestrin afirma que a maior circulação do coronavírus de fato ocorre neste momento, o que demanda atenção para cuidados sanitários. "No entanto, o volume de internações ainda é baixo", pondera.

"Avaliamos que os casos evoluem sem gravidade, não necessitando de internação hospitalar", destaca Balestrin. "Mas ratificamos a necessidade de que a população use máscara em locais com aglomerações e mantenha o protocolo de segurança à saúde, com a lavagem de mãos, e cumpra o calendário de vacinação."

Infectologista do Hospital Sírio-Libanês, Mirian Dal Ben aponta que, especialmente nas últimas duas semanas, a instituição tem observado um "aumento importante no número de casos". "A expectativa é de que a gente atinja o pico (de casos) na primeira semana de dezembro", aponta. Segundo ela, o número de internações não tem subido em igual proporção, mas ainda assim exige uma reorganização.

"Os hospitais estão tendo de se reorganizar para conseguir atender a essa demanda de pacientes que estão precisando ser internados", diz ela. Há atualmente 50 pacientes internados com diagnóstico de covid no Sírio-Libanês, sendo 32% em leitos de terapia intensiva. Aumentou cinco vezes em relação à primeira semana de novembro. "Estão sendo internados muitos pacientes sem a dose de reforço, principalmente idosos", aponta a médica, que reforça a necessidade de a população tomar as doses adicionais.

Ela alerta ainda que outros grupos estão sendo afetados. "Outra população que tem procurado muito o pronto-socorro e internado também são as crianças, principalmente as que ainda não estão vacinadas", complementa. A imunização do público-alvo de 6 meses a 2 anos começou apenas na semana passada no País.

"Parece um cenário de menor gravidade do que a gente já tinha visto com a Ômicron (em janeiro), mas se vai ser mais brando ainda do que as últimas ondas a gente ainda não sabe", aponta Daniela Bergamasco, infectologista do HCor, que relembra que, em outras ondas, o aumento de casos veio antes do aumento de internações.

Para ela, os motivos que ajudam a explicar as internações mais graves não estarem subindo tanto podem ir desde os efeitos de uma maior cobertura vacinal a outros fatores, como características ainda desconhecidas das novas subvariantes.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O Boletim Infogripe da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), divulgado nesta quinta-feira (10), mostra aumento de casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) provocados por covid-19 entre a população adulta dos estados do Amazonas, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e de São Paulo.

Os casos com comprovação laboratorial para o vírus Sars-CoV-2 se referem à semana epidemiológica 44, de 30 de outubro a 5 de novembro, e com os dados inseridos no Sistema de Informação de Vigilância Epidemiológica da Gripe (Sivep-Gripe) até o dia 7 de novembro.

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De acordo com o coordenador do InfoGripe, Marcelo Gomes, a atualização do boletim alerta o país para a disseminação da doença, após a constatação de aumento no Amazonas na semana passada.

“Na atualização, a gente observa não apenas a manutenção dessa tendência no estado do Amazonas, mas também em outros três estados. É importante lembrar que os dados de resultados laboratoriais são parciais, são informações ainda incompletas em relação ao cenário recente e ainda assim foi possível observar aumento nos casos comprovados.

Gomes explica que, nas próximas semanas, a atualização dos dados dará um panorama mais concreto sobre a mudança do cenário da pandemia.

“Como os dados laboratoriais demoram mais a entrar no sistema, é esperado que os números de casos das semanas recentes sejam maiores do que o observado nesse boletim, podendo inclusive aumentar o número de estados em tal situação”.

Segundo ele, ainda não é possível relacionar o aumento dos casos com a identificação de novas sub-linhagens do coronavírus, identificadas recentemente no Amazonas e no Rio de Janeiro.

O pesquisador explica também que a covid-19 tem demonstrado tendência a ter picos anuais de sazonalidade no Brasil, ao contrário de outras doenças respiratórias, como a influenza ou gripe, que aparecem com mais frequência no país apenas nos meses de inverno.

“Diferente do Influenza e de outros vírus respiratórios com tipicamente um pico por ano, a covid-19 pode estar se encaminhando para uma realidade na qual a gente tenha que conviver com dois momentos do aumento de sua circulação”.

O Brasil registrou aumento de casos de covid-19 entre maio e junho de 2022, depois da forte onda verificada em janeiro e fevereiro. Neste momento, a Fiocruz indica aumento de internações por doenças respiratórias de pessoas a partir de 18 e no Rio Grande do Sul, na faixa a partir de 60 anos.

Segundo o Infogripe, nas últimas quatro semanas, a prevalência de casos com teste laboratorial positivo para vírus respiratórios foi de 14,8% para influenza A; 0,5% para influenza B; 26,1% para vírus sincicial respiratório (VSR); e 36,9% para Sars-CoV-2 (Covid-19). “Entre os óbitos, a presença desses mesmos vírus entre os positivos foi de 10,4% para influenza A; 0,0% para influenza B; 0,0% para VSR; e 74,6% Sars-CoV-2 (Covid-19)”, informa a Fiocruz.

Uma pesquisa da consultoria de Kantar Ibope Media mostrou um aumento de público entre os usuários idosos, de 65 e 75 anos de idade nas redes sociais. No período de 2015 a 2022, a alta entre brasileiros foi de quase 5 mil% no Instagram, 886% no YouTube, 707% no WhatsApp e 225% no Facebook. O estudo apontou para uma democratização da internet no Brasil, com a necessidade de direcionamento das marcas para atender as diversas gerações.

 Segundo o levantamento Beyond Age, nesse período, para cada novo usuário semanal de 12 a 19 anos de idade, foram 21 novos usuários entre 65 e 75 anos de idade no Instagram, nove no YouTube, oito no WhatsApp e sete no Facebook. “Essas pessoas de 65 a 75 anos não são mais um nicho de mercado, elas se tornaram ao longo de um período relativamente pequeno, mainstream do consumo de redes sociais”, apontou Eduardo Alves, Head de Go-To-Market & Field Marketing na Kantar Ibope Media. Mainstream é um conceito que expressa uma tendência ou moda principal e dominante.  

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A pesquisa também aponta que uma plataforma digital pode até procurar uma associação com determinada faixa etária, mas com o tempo, as populações online tendem a se reequilibrar para refletir melhor a população em geral. “Um pouco impulsionados pela pandemia e pela necessidade de conexão, a gente viu uma democratização de forma mais ampla da internet. Passa então a ser fundamental, para qualquer campanha de marketing ou qualquer segmentação, que esses diferentes grupos sejam considerados”, continuou Alves.  

Outro destaque do levantamento é o comportamento dos chamados millennials (nascidos entre 1981 e 1996) brasileiros, que representam 34% da população com renda mensal familiar acima de R$15 mil. Das 26 categorias de gastos avaliadas pela pesquisa, millennials despendem mais dinheiro do que a média brasileira em 12 delas. Além disso, têm 15% mais chances de ter um cartão de crédito do que a média dos brasileiros, 39% mais propensos a possuir investimentos financeiros e 58% mais chances de efetuar pagamento virtual. Os gastos, segundo a consultoria, mostram uma geração que está progredindo financeiramente, mas que sente os impactos da pressão por status.  

Ao defender a reeleição do presidente Jair Bolsonaro (PL), o ministro da Economia, Paulo Guedes, disse, neste sábado (22), que o Brasil pode crescer entre 3,5% e 4% por dez anos seguidos. Durante transmissão ao vivo nas redes sociais, da qual o chefe do Executivo participou, o chefe da equipe econômica também afirmou que as reformas devem continuar em um eventual segundo mandato de Bolsonaro.

"O Brasil pode crescer 3,5%, 4% por dez anos seguidos. As reformas vão seguir. E, agora, com mais força, porque o Congresso é de centro-direita. Nós tivemos muitos obstáculos. Nós estávamos colocando o Brasil nos trilhos, quando fomos atingidos pela pandemia. Nós saímos, apagamos o incêndio, voltamos para os trilhos e estamos seguindo", declarou Guedes, ao lado dos ministros Fábio Faria (Comunicações) e Anderson Torres (Justiça) e do empresário Roberto Justus, que apoia Bolsonaro.

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O número de mulheres que fazem apostas esportivas cresceu em 2022. Pelo menos é o que aponta levantamento de algumas das principais casas de apostas do Brasil. No galera.bet, quando as atividades da empresa começaram, em 2021, a média era parecida com a do restante do mercado, de 18%. Agora, levando em consideração quem realiza apostas no site da empresa, esse número é mais do que o dobro, de 38%.

Alguns motivos podem explicar essa tendência, segundo aponta o CMO da empresa, Ricardo Bianco Rosada. Entre eles, está a publicidade envolvendo artistas, jogadoras de futebol e, principalmente, o patrocínio às equipes de futebol feminino. Há também uma comunicação mais soft, sem promessas e respeitando conceitos de jogo responsável que ajuda a criar esse novo cenário.

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"O futebol feminino entrou em outro patamar nesses últimos anos e o investimento das marcas em equipes, como no nosso caso, que podemos falar com propriedade por causa da parceria com o Campeonato Brasileiro feminino e o time feminino do Corinthians, desperta um interesse maior", afirma o executivo da empresa.

Já no site de apostas Esportes da Sorte, que nesta temporada passou a patrocinar a influenciadora digital Deolane Bezerra, participante do programa Fazenda 14, da TV Record, a porcentagem atingida neste ano entre as apostadoras mulheres foi ainda maior, saltando para 43,8% - em 2021, a casa apresentou média de 36%.

Na plataforma do Esportes da Sorte, chama a atenção a divisão das faixas etárias predominantes, desde as mais jovens, entre 18 e 24 anos (34%), até com mais de 55 anos (5,2%). Entre 45 e 54 anos, a média é de 15%, e a maioria está na faixa entre 25 e 34 anos, com 45,3%.

"Entendemos que uma série de fatores levaram a esse aumento, entre eles, a chegada do PIX, que deu acesso instantâneo nas operações, uma quantidade significativa de influenciadoras mulheres e famosos fazendo parcerias com as plataformas de apostas, e a publicidade em televisão e redes sociais", argumenta Daniel Trajano, diretor comercial da Esportes da Sorte.

Rosada, do galera.bet, também entende que a expansão significativa da publicidade em torno das casas de apostas foi outro fator fundamental para esse aumento. "As propagandas de televisão em torno das casas de apostas cresceu assustadoramente nos últimos anos, e isso, de certa forma, chamou mais atenção daquelas mulheres que não conheciam apostas esportivas."

Segundo ele, ainda existe um terceiro motivo, que tem a ver com o período de pandemia. "Aliado a introdução do PIX, que facilitou as transações financeiras, as pessoas ficaram em casa por um longo período e tiveram a oportunidade de conhecer novas formas de entretenimento", complementa.

LEI

Motivo de grande debate pelo potencial de geração de receitas, as apostas esportivas estão legalizadas no Brasil desde 2018, por meio da lei federal 13.756. Ainda falta a regulamentação por parte do governo federal, e o prazo para que isso seja feito termina em dezembro deste ano. A lei permite que as empresas operem no Brasil, mas, por ainda não ser uma atividade regulamentada no País, têm de ter sede no exterior.

Esse setor já movimenta bilhões de reais no Brasil. Segundo estimativa feita pela consultoria Sports Value, os brasileiros movimentam algo em torno de R$ 4 bilhões em apostas esportivas por ano. O governo fez uma estimativa considerada conservadora de que pode arrecadar R$ 400 milhões a R$ 700 milhões em impostos com a regulamentação dos sites de apostas.

O turismo brasileiro faturou R$ 18,3 bilhões em julho, informou hoje (16) o Conselho de Turismo da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP). Segundo a federação, isso significou crescimento de 32,1% em relação ao mesmo período do ano passado e o resultado foi impulsionado pelas férias escolares. 

 Em comparação a julho de 2019, antes da pandemia de Covid-19, o faturamento foi 2% inferior.  O segmento que mais contribuiu para a alta do turismo no mês de julho foi o do transporte aéreo, que cresceu 86,8% no comparativo anual, seguido pelos serviços de alojamento e alimentação (22%) e pelas atividades culturais, recreativas e esportivas (18,8%). 

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Em valores absolutos, o setor de transporte aéreo contribuiu com R$ 6,2 bilhões desse total de faturamento do setor. Já os serviços de alojamento e alimentação faturaram R$ 5,2 bilhões. O setor de transporte terrestre, composto por ônibus intermunicipal, interestadual e internacional, além de trens turísticos, somou R$ 2,9 bilhões. 

Em seguida apareceram os segmentos de locação de veículos, agências e operadoras de turismo (faturamento de R$ 2,7 bilhões em julho); de atividades culturais, recreativas e esportivas (R$ 1,27 bilhão); e de transporte aquaviário (R$ 49 milhões).

A FENAUTO (Federação Nacional das Associações dos Revendedores de Veículos Automotores) divulgou seu relatório mensal sobre as vendas de veículos seminovos e usados, no Brasil, em agosto de 2022. O resultado mostra recuperação lenta em comparação aos anos anteriores, mas constante. 

Segundo o estudo da entidade que representa o setor de lojistas multimarcas, foram comercializados, no mês de agosto, entre autos, comerciais leves, comerciais pesados, motocicletas e outros, um milhão de unidades em todo o Brasil, resultando em uma elevação de 10,9% sobre o total de mês retrasado. Nesse mesmo período, os veículos com 13 anos ou mais de uso foram os mais escolhidos dos consumidores, com 470.845 unidades comercializadas.  

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Enilson Sales, presidente da FENAUTO, acredita que até o final do ano o setor deve chegar próximo aos 14 milhões de veículos comercializados, um total menor do que no ano passado. "Mas, para nós, será um resultado muito bom se olharmos para o histórico do mercado brasileiro, já que nesse ano sofremos demais pela falta do zero, com a crise mundial pós Covid, a guerra da Ucrânia, o aumento dos combustíveis e a polarização da política brasileira. Nossa expectativa ainda é moderada, mas otimista", afima Sales. 

A quantidade de armas registradas por caçadores, atiradores e colecionadores, que compõem o grupo de CACs, quase triplicou desde dezembro de 2018 e ultrapassou, em julho deste ano, a marca de 1 milhão. Os dados são dos institutos Igarapé e Sou da Paz, e foram divulgados inicialmente pelo portal G1 nesta quarta-feira (31). Os números, também acessados pelo Estadão, foram obtidos junto ao Exército via Lei de Acesso à Informação.

De acordo com o levantamento, o acervo de armamentos em posse dos CACs no Brasil, subiu de 350.683 para 1.006.725, entre dezembro de 2018 e julho deste ano, um aumento de 187%.

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O período citado corresponde ao tempo de governo do presidente Jair Bolsonaro (PL), defensor declarado da liberação do porte de armas para a população. Desde novembro de 2021, foram mais de 200 mil armas registradas. Em nota sobre o levantamento, os institutos Sou da Paz e Igarapé atribuem o aumento desenfreado do acervo à gestão do atual presidente, que tenta a reeleição.

"Este crescimento descontrolado começa em 2017, com a concessão do porte de trânsito, mas se intensifica a partir dos novos privilégios concedidos à categoria em 2019 por Bolsonaro, através de decretos que estão sendo questionados no STF (Supremo Tribunal Federal)."

As entidades afirmam ainda que o aumento de armas nas mãos de CACs preocupam não apenas pelo volume, mas pelo tipo de arma que a categoria tem acesso, como fuzis, por exemplo. Além, também, da frágil fiscalização, que pode levar a um "aumento da infiltração do crime organizado", como Primeiro Comando da Capital (PCC) e Comando Vermelho (CV).

Recentemente, um integrante do PCC conseguiu o certificado para ser CAC e teve acesso a sete armas - sendo uma delas, um fuzil - de forma ilegal. No mês passado, o Exército cancelou o certificado do membro da facção criminosa, que foi obtido por meio da apresentação de documentos falsos à força militar.

O Exército permite um limite de registro de 60 armas de fogo para atiradores, sendo 30 de calibre restrito; 30 para caçadores, sendo 15 de calibre restrito, e dispensa limites para colecionadores. O maior poder bélico de armamento na mão dos CACs é uma das preocupações apontadas por Bruno Langeani, gerente de projetos do Instituto Sou da Paz. "Estamos falando de mais de 1 milhão de armas, sendo boa parte de calibre restrito, como fuzis semiautomáticos."

Ele explica que o crescimento de armas de fogo mais potentes em posse dos CACs é efeito de decretos assinados por Bolsonaro em 2019, que facilitou o acesso e a compra de um tipo de armamento que antes só era permitido ser usado pelas forças policiais e pelas Forças Armadas.

"Os decretos trouxeram benefícios para os CACs, e foram acompanhados de portarias do Exército, menos conhecidas público em geral, que deram ao grupo a possibilidade de comprarem até 30 fuzis semiautomáticos", afirma o gerente do Sou da Paz.

Hoje, de acordo com Langeani, os CACs podem ter acesso a armas como: fuzis semiautomáticos de calibre 7,62x51mm (que é um calibre de fuzil do exército), do tipo AR15, e do tipo AK. "Então, temos visto esse crescimento de armas com bastante preocupação, inclusive o aumento de membros do grupo também", diz.

Em meio à política pró-armamento do governo, os caçadores, atiradores e colecionadores cresceram 474%, passando de 117.467, em 2018, para 673.818 registrados até 1º de julho deste ano. Atualmente, o número CACs já é maior que os 406 mil policiais militares da ativa no Brasil e 360 mil homens das Forças Armadas.

Langeani critica também a ausência de critérios para adquirir as armas, bem como a falta de fiscalização em relação à utilidade do armamento. "Hoje, um atirador esportivo, no primeiro mês de registro, mesmo sem ter nenhuma experiência, já pode pedir a compra de 30 fuzis de uma vez. Não precisa ter nenhuma justificativa. São esses tipos de brechas que têm feito a gente ver essa infiltração do crime organizado."

O especialista afirma que um dos caminhos para o crescimento não ocorrer de forma descontrolada é melhorar a comprovação da utilidade dos CACs. Ou seja, quem se registra como caçador precisa comprovar que a arma está sendo usada para caça, assim como o atirador precisa comprovar que frequentou algum clube de tiro ou participou de alguma competição. "Com isso, se elimina os aventureiros, e as pessoas que estão infiltradas na categoria. Mas esse controle foi abandonado pelo Exército", afirma Bruno Langeani.

O Ministério da Justiça e o Exército foram questionados sobre os números, mas não retornaram até a última atualização deste texto.

Em outubro de 1972, alguns estudantes da Universidade de Stanford entraram para a história ao realizar a Olimpíada Intergaláctica de Spacewar, que é considerada até hoje como a primeira competição de videogame da história. O que eles não imaginavam é que 50 anos depois o pequeno evento universitário abriria portas para uma indústria milionária, que não para de crescer e de gerar novas alternativas de empregos.

Em 2021, o setor movimentou mais de US$ 1 bilhão (cerca de R$ 6 bilhões) e, de acordo com o relatório divulgado pela Newzoo, principal consultoria de games e eSports do mundo, até 2024 esses valores chegam a US$ 1,617 bilhão de receita, aproximadamente mais de R$ 9 bilhões.

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Com esse crescimento, o interesse dos jovens de ingressar no mercado aumenta cada vez mais, porém, devido à falta de conhecimento, muitos acreditam que apenas a função de jogador profissional é uma possibilidade de carreira nos esportes eletrônicos. Por trás de cada jogo disputado existe uma enorme infraestrutura composta por muitas pessoas que trabalham para que as competições aconteçam no maior nível de profissionalismo possível.

A maioria das organizações de eSports conta com profissionais da área administrativa como CEO, diretor e gerente, além de responsáveis por marketing, comunicação, jurídico, entre outros. Eles são os encarregados por todos os trâmites burocráticos que fazem parte do dia a dia de uma equipe, como contratos de atletas e parceiros comerciais, agendas dos jogadores, organizar viagens, questões internas das Gaming Houses (local em que o time mora e treina) e outras funções.

Na área da saúde, psicólogos, nutricionistas, preparadores físicos e fisioterapeutas têm papel vital para o melhor desempenho dos pro players. Visando a performance dentro do jogo, treinadores e analistas são peças fundamentais para extrair dos atletas o melhor de suas habilidades e convertê-las em vitórias e títulos. Além disso, existem funções específicas da área, como o cargo de "spec" - profissional responsável por decidir as cenas transmitidas ao vivo durante uma partida de esporte eletrônico.

A organização dos campeonatos também exige dedicação de muitos profissionais em diversas funções vitais para o melhor andamento das competições em todos os seus aspectos. Os narradores e comentaristas dão voz e animação às partidas, analistas passam para o grande público aspectos do jogo que apenas ele como especialista conseguiu enxergar. E assim como em outras modalidades, o juiz é o responsável por garantir que as equipes sigam as regras a cada partida disputada.

"Para manter um cenário competitivo de alto nível como o nosso, é preciso contar com profissionais extremamente competentes que vão cumprir a sua função com maestria e ajudam que os campeonatos continuem tendo esse padrão de alta qualidade. Se o torneio é bem organizado, tem um bom estafe por trás e oferece todas as ferramentas para o melhor desempenho dos atletas, o cenário se fortalece. Tendo um torneio forte e com uma transmissão atrativa, o público abraça a ideia. E, com o engajamento do público, o faturamento é natural. No fim, todos os fatores se complementam", afirma João Guerra, gerente de eventos e comunicação da Ubisoft.

De acordo com Leonardo Casartelli, diretor-geral do portal Empregos.com.br, essa diversificação de oportunidades no mercado dos esportes eletrônicos é um fator atrativo aos jovens que desejam ingressar nesse universo. "Os eSports são uma das atividades que mais crescem no mundo e isso abre oportunidades em um mercado de trabalho totalmente inovador. É uma porta de entrada para quem gosta do universo dos games e quer atuar fora das telas, se aplicando às diversas áreas da indústria dos esportes eletrônicos. Atletas, streamers, narradores, organizadores, especialistas em dados, marketing e etc, as possibilidades de carreira são quase infinitas. A expectativa é que, somado às diversas áreas de tecnologia, mais de 670 mil postos de trabalho sejam criados até 2025, segundo a Brasscom", avalia o executivo.

A melhoria do mercado de trabalho e o aumento da demanda do setor de serviços fizeram a Confederação Nacional da Indústria (CNI) elevar a projeção de crescimento da economia neste ano. Segundo o Informe Conjuntural do 2º Trimestre, divulgado nesta sexta-feira (8) pela entidade, a estimativa passou de 0,9% em abril para 1,4% em julho.

No fim do ano passado, a CNI tinha projetado crescimento de 1,2%. No entanto, a guerra na Ucrânia e os lockdowns na China levaram a instituição a reduzir a previsão para 0,9% há três meses. As previsões foram baseadas no desempenho da economia no primeiro trimestre. No entanto, o gerente executivo de Economia da CNI, Mário Sérgio Telles, diz que os dados do segundo trimestre, disponíveis até o momento, permitem esperar a continuidade do desempenho.

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De acordo com a CNI, a recuperação do mercado de trabalho continua, com o emprego formal em elevação desde 2020, com 97,5 milhões de pessoas ocupadas. Apesar da inflação elevada, o rendimento médio real também está crescendo. Esses dados fizeram a entidade reduzir, de 12,9% para 10,8%, a expectativa da taxa média de desemprego em 2022. A previsão de crescimento da massa salarial real (acima da inflação) subiu de 1,4% para 1,6% neste ano.

Setores

Em relação aos setores da economia, a CNI também revisou para cima as projeções do Produto Interno Bruto (PIB) de alguns segmentos. Para os serviços, a previsão de crescimento aumentou de 1,2% para 1,8%, impulsionada pela normalização pós-pandemia.

Em relação à indústria, a estimativa passou de queda de 0,2% para alta de 0,2% em 2022. Segundo a entidade, o setor industrial registrou altas moderadas na produção no primeiro trimestre, com maior dinamismo em indústrias ligadas ao processamento de commodities (bens primários com cotação internacional).

O destaque negativo ficou com a agropecuária, cuja projeção passou de expansão de 1,3% para estabilidade (0%). Segundo a CNI, a revisão para baixo decorre por causa de eventos climáticos adversos que prejudicaram a safra de soja no início do ano.

Inflação e juros

A estimativa para a inflação oficial pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) passou de 6,3% para 7,6% em 2022. A nova projeção considera o barateamento de preços decorrente da redução do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) de combustíveis, energia elétrica, telecomunicações e transporte coletivo.

Em relação aos juros básicos da economia, a CNI acredita que o aperto monetário promovido pelo Banco Central ainda não chegou ao fim. A instituição acredita que a taxa Selic, atualmente em 13,25% ao ano, subirá 0,5 ponto percentual na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) e encerrará 2022 em 13,75% ao ano.

Fatores Transitórios

Segundo o gerente executivo de Economia da CNI, alguns fatores transitórios ajudaram a aquecer a economia no primeiro trimestre. Ele cita o adiantamento do décimo terceiro para aposentados e pensionistas da Previdência Social, a liberação de saques de R$ 1 mil do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço, a retomada do pagamento do abono salarial (suspenso no ano passado) e o aumento das transferências diretas de renda, provocado principalmente pelo benefício de R$ 400 do Auxílio Brasil.

De acordo com os dados divulgados pelo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), a abertura de postos de emprego formal no Recife tem apresentado um crescimento permanente e expressivo. Pelo quinto mês consecutivo, a capital pernambucana tem uma alta na ampliação de postos de trabalho com carteira assinada. Foram cerca de 2.889 empregos formais criados em maio, uma evolução de 0,57% em comparação com abril.

Com o novo resultado, maio se torna o melhor mês do ano do indicador, colaborando com o crescimento de um saldo total de 10.903 empregos formais criados no acumulado do ano. A performance da capital também foi maior do que a apresentada no mesmo mês do primeiro ano da gestão de João Campos, quando apresentou um saldo de 2.774.

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“Em 2022, pela primeira vez na história, o Recife ultrapassou a marca de 500 mil pessoas trabalhando com carteira assinada e seguimos crescendo esse número. Passamos dos 507 mil e vamos continuar melhorando o ambiente de negócio, atraindo novos investimentos para o Recife e alinhando ainda mais os diálogos com quem já está instalado na cidade para que mantenham e ampliem seus negócios por aqui”, explica o secretário de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação, Rafael Dubeux.

Quando avaliado quais os setores que demonstram maior contratação de profissionais, a área de Serviços ganha destaque com um saldo mensal de 1.756 postos de trabalho. Outros setores com números significativos são as áreas de Indústria, com 547 empregos formais, Construção Civil com 407 e o setor de Comércio com 228 empregos. O setor da Agropecuária foi o único que demonstrou queda, com menos 48 vínculos empregatícios.

As zoonoses, doenças transmitidas dos animais para o homem, como ebola, Covid-19 ou varíola do macaco, se multiplicaram nos últimos anos, aumentando o risco de surgimento de novas pandemias.

"A interface entre homem e animal é bastante instável agora", comentou há alguns dias Mike Ryan, chefe de situações de emergência da Organização Mundial da Saúde (OMS). "Os fatores de emergência e amplificação de doenças aumentaram", segundo ele.

Um exemplo disso, mas não o único, é a varíola do macaco, acrescenta. Essa varíola - "monkeypox" em inglês - causada por um vírus transmitido ao homem por animais infectados, geralmente roedores, é o exemplo mais recente da multiplicação dessas zoonoses.

São doenças infecciosas que os animais vertebrados podem transmitir ao homem. Algumas acabam sendo especificamente humanas, como foi o caso da covid-19.

Segundo a Organização Mundial da Saúde Animal, cerca de 60% das doenças emergentes são de origem zoonótica.

Surgiram há milhares de anos, desde que o homem intensificou suas interações com os animais domesticando-os, mas se desenvolveram muito nos últimos 20 ou 30 anos.

- Desmatamento -

Entre as razões para isso está "a intensificação das viagens, que permite que as doenças se espalhem mais rapidamente e de maneira mais descontrolada", explicou à AFP Marc Eliot, chefe do laboratório de descoberta de patógenos do Instituto Pasteur.

Além disso, ao ocupar áreas cada vez mais extensas do globo, o homem também contribui para perturbar o ecossistema e favorecer a transmissão de vírus.

A intensificação da pecuária industrial também aumenta o risco de disseminação de patógenos entre os animais. O comércio de animais selvagens também aumenta a exposição humana às doenças que eles podem transmitir. Por fim, o desmatamento aumenta o risco de contato entre vida selvagem, animais domésticos e populações humanas.

"Quando há desmatamento, a biodiversidade diminui; perdemos animais que regulam naturalmente os vírus, o que permite que eles se espalhem mais facilmente", explica à AFP Benjamin Roche, biólogo do Instituto de Pesquisa para o Desenvolvimento (IRD).

As mudanças climáticas vão levar alguns animais a fugir de seus ecossistemas para regiões mais brandas, alertou um estudo publicado na revista Nature no final de abril.

Mas ao se misturar mais, as espécies transmitem mais seus vírus, o que favorece o surgimento de doenças potencialmente transmissíveis ao homem.

O estudo descreve uma "rede" de vírus passando de espécie para espécie e crescendo à medida que o planeta aquece.

Hoje temos meios de investigação fáceis e rápidos que nos permitiriam agir rapidamente em caso de aparecimento de novos vírus, aponta Eloit.

"Também somos capazes de desenvolver vacinas muito rapidamente", como visto com a covid-19, acrescenta.

Mas "toda uma linhagem de novas doenças potencialmente perigosas corre o risco de emergir. Teremos que estar preparados", alerta Eric Fèvre, professor especialista em doenças infecciosas veterinárias da Universidade de Liverpool (Reino Unido) e do International Livestock Research Institute (Quênia).

Isso significa, segundo ele, "insistir na saúde pública das populações" nos ambientes mais remotos, e "estudar melhor a ecologia dessas áreas naturais para entender como as diferentes espécies interagem".

Desde o início dos anos 2000, o conceito "One Health" tem sido enfatizado, promovendo uma abordagem multidisciplinar e global dos desafios da saúde, com estreitas ligações entre a saúde humana, a saúde animal e o meio ambiente.

Um levantamento da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) mostra que os casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) voltaram a crescer no fim de abril, entre adultos. A tendência foi observada em vários estados, o que afetou também a média nacional.

Segundo o boletim Infogripe, divulgado nesta quinta-feira (5), no Rio de Janeiro, pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), 14 das 27 unidades federativas apresentam sinal de crescimento de SRAG na tendência de longo prazo (últimas seis semanas) até a semana epidemiológica 17 (última semana de abril): Acre, Alagoas, Amazonas, Amapá, Maranhão, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Pará, Paraná, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Rondônia, Roraima e Santa Catarina.

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Pacientes adultos

O boletim Infogripe estima uma média de 4,7 mil casos na última semana de abril, acima dos 3,5 mil casos da semana anterior. Diferentemente das semanas anteriores, quando se verificou um crescimento restrito à população infantil, desta vez a alta aconteceu entre adultos.

Para o coordenador do Infogripe, Marcelo Gomes, essa alta pode estar associada aos aumentos de casos de Covid-19, mas também ao retorno do vírus Influenza-A (gripe).

O Fundo Monetário Internacional (FMI) reduziu para 3% a estimativa de crescimento do PIB das economias europeias avançadas em 2022 - 1 ponto porcentual a menos do que nas projeções de janeiro -, e para 3,2% a do avanço do PIB das economias europeias emergentes (excluindo Belarus, Rússia, Turquia e Ucrânia), 1,5 ponto porcentual a menos na mesma comparação. As revisões aconteceram após o início do conflito entre Rússia e Ucrânia, que contribuiu para os altos preços de itens como alimentos e energia.

Já a estimativa de inflação nas economias europeias avançadas e emergentes subiu para 5,5% e 9,1%, respectivamente.

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"Uma guerra prolongada aumentaria o número de refugiados indo para a Europa, os problemas de logística, pressionaria a inflação e aprofundaria as perdas na produção", afirma a entidade em nota. A recomendação é para que países lidem com essas questões usando principalmente a política fiscal. "Estabilizadores fiscais automáticos devem poder operar livremente, enquanto gastos adicionais são alocados para apoio humanitário para refugiados e para transferências a domicílios de baixa renda e a empresas vulneráveis, porém viáveis", afirmou.

As avaliações foram publicadas no documento Perspectiva Econômica Regional para a Europa, divulgado nesta sexta, 22, pelo FMI. O diretor do Departamento de Europa do Fundo, Alfred Kammer, escreveu no blog da entidade que a guerra tem sido um obstáculo para que a Europa se recupere da pandemia de covid-19. "Aumentos de preços de energia e alimentos estão reduzindo o consumo, e a incerteza econômica deve restringir investimentos", afirma. Ele lembra ainda que a Europa deveria melhorar sua segurança energética, principalmente por meio da maior eficiência e da expansão de fontes renováveis.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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