A saída de Cuba do programa Mais Médicos, nesta quarta-feira (14), foi criticada por políticos brasileiros. O desembarque do país, que já enviou 11 mil profissionais de saúde para o Brasil, aconteceu por causa de, segundo nota do Ministério da Saúde Pública de Cuba, "ameaçadoras e depreciativas" do presidente eleito Jair Bolsonaro.
Para o ex-candidato à Presidência e líder nacional do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), Guilherme Boulos (PSOL), quem vai pagar o preço pelas “declarações irresponsáveis” do capitão da reserva é o povo. “Após declarações irresponsáveis de Bolsonaro, Cuba anunciou hoje o retorno dos médicos que atuam no Brasil. Cada vez que abre a boca, o presidente eleito causa um incidente internacional. Desta vez quem vai pagar o preço é o povo mais pobre que se beneficiou com o Mais Médicos”, observou.
##RECOMENDA##O pensamento foi corroborado pela deputada do Rio Grande do Sul e ex-candidata a vice-presidente, Manuela D’Ávila (PCdoB). “O fim da participação dos médicos cubanos no Mais Médicos é uma primeira tragédia da ideologização e da loucura persecutória contra a esquerda que está em curso em nosso país. Perdem as famílias mais pobres, as crianças que necessitam, a velhice desamparada. São mais de 30 milhões de Brasileiros que ficarão sem médicos”, ressaltou a comunista, que aproveitou para agradecer aos médicos cubanos pelo serviço prestado e pedir desculpas.
Já a senadora e presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann (RS), salientou que as ameças de Bolsonaro não dá segundaça a Cuba. “Os médicos cubanos não participarão mais do Mais Médicos. Fiquei triste pelo povo brasileiro que é tão bem assistido por eles. Vi esse programa nascer e ajudei a implementá-lo. Mas entendo as razões: o desrespeito, ameaças e violência com que Bolsonaro trata Cuba não lhes deixam em segurança”, disse.
No comunicado em que anuncia a convocação para que os médicos retornem para Cuba, o Ministério da da Saúde Pública diz que “não é aceitável que se questione a dignidade, o profissionalismo e o altruísmo dos colaboradores cubanos que, com o apoio de suas famílias, presta serviços atualmente em 67 países".
"As mudanças anunciadas impõem condições inaceitáveis e violam as garantias acordadas desde o início do programa, que foram ratificados em 2016 com a renegociação da cooperação entre a Organização Pan-Americana da Saúde eo Ministério da Saúde do Brasil e de Cooperação entre a Organização Pan-Americana da Saúde e o Ministério da Saúde Pública de Cuba. Essas condições inadmissíveis impossibilitam a manutenção da presença de profissionais cubanos no Programa", informa a nota.