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Um morador do Balneário Camboriú, no Litoral Norte de Santa Catarina, foi condenado a pagar R$ 4 mil por danos morais após mostra a bunda em público para uma vizinha. Ele discutia com a mulher por conta de do descarte de lixo e chegou a quebrar o cano da calha da casa dela.

A juíza Patrícia Nolli entendeu que ele extrapolou qualquer limite e senso de respeito pela vizinhança.

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"Seria realmente difícil justificar o repudiável ato de despir-se à vista de todos. Tal situação não pode ser rebaixada à condição de mero dissabor cotidiano, uma vez que a ninguém é dado o direito de desrespeitar as mais comezinhas regras de vida em comunidade, notoriamente aquela de que a nudez de um indivíduo deve ser resguardada a quem tem interesse - ou necessidade - de vê-la", citou em parta da decisão.

A confusão ocorreu em 2017, mas a ação só foi ajuizada em setembro do ano passado e julgada na terça (20). Ele foi condenado a pagar os valores atualizados, juros e correção monetária de R$ 2 mil para a mãe e o filho, que foram surpreendidos com sua atitude.

Apesar da condenado dentro da sua realidade financeira, ainda cabe recurso para que a determinação judicial possa ser novamente avaliada pelo Tribunal de Justiça de Santa Catarina.

Nesta quinta-feira (21), a  juíza federal Marisa Gonçalves Cucio, da 12ª Vara Cível Federal de São Paulo-SP, negou um pedido de adiamento do segundo dia de provas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2020, na versão impressa, marcado para o próximo domingo (24). A magistrada também concedeu a tutela de urgência para determinar a reaplicação da prova realizada no último domingo (17), nos dias 23 e 24 de fevereiro, para todos candidatos que compareceram ao exame, mas não tiveram acesso às salas de prova por lotação superior a 50% da capacidade. 

A ação foi movida pela Defensoria Pública da União (DPU), alegando que o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep) descumpriu o percentual de alunos por sala que havia determinado. “O ocorrido no último domingo demonstra, com clareza, que a prova não poderia ter sido realizada, já que os protocolos de segurança e prevenção estabelecidos unilateralmente pelos réus não puderam ser cumpridos por eles próprios”, sustentou a DPU, usando como base da alegação a possibilidade de abstenção de participantes ainda mais alta que no primeiro dia, que registrou o recorde de 51,5%. 

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A União Federal e o Inep se defenderam alegando que o planejamento estratégico da prova estava adequado e apresentando medidas sanitárias. Em sua decisão, a juíza Marisa Gonçalves Cucio salientou que o pedido de adiamento do Enem já foi apreciado pela Justiça, com decisão proferida em grau de recurso pelo TRF3. 

Ela também alegou que os fatos novos apresentados pela DPU não foram suficientes para o alterar a decisão no segundo dia de provas, por falta de provas cabais de descumprimento de protocolos durante a realização do exame. “A juntada de duas notícias publicadas na imprensa não pode ser suficiente para o acolhimento do pedido para suspensão da prova à qual se submeterão quase três milhões de candidatos”, disse a juíza em sua decisão.

Cucio também determinou que, caso fique comprovado que o Inep mentiu ao Juízo no que diz respeito à existência de plano de ocupação de 80% da capacidade das salas ao invés dos 50%, haverá penalidades legais por eventual violação ao dever de lealdade processual, que podem ser apuradas até o final do processo. Para mais detalhes, confira a ação na íntegra.

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Após repercutir em um tutorial para evitar o uso de máscara de proteção, nessa terça-feira (5), a juíza Ludmilla Lins Grilo foi apoiada no Twitter pela campanha #SomosTodosLudmila. Durante o Réveillon, a magistrada já havia debochado das regras sanitárias contra a Covid-19, que matou mais de 197.700 brasileiros.

Conhecida por polemizar nas redes sociais, Ludmila é figura carimbada de blogs bolsonaristas e orgulha-se do reconhecimento entre apoiadores do presidente. Admiradora de Olavo de Carvalho e contra instituições do Judiciário, ela adota uma postura radical para atacar o Supremo Tribunal Federal (STF) e o Conselho Nacional de Justiça (CNJ).

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Na virada de ano, a juíza estava na praia de Búzios, no Rio de Janeiro, e ironizou as normas de distanciamento social com a hashtag #AglomeraBrasil. Em um restaurante, a magistrada aproveitou para alfinetar as medidas de controle da pandemia. "Parei pra comer uma pizza aqui, rapidão. Pizzaria tá cheia, mas não se preocupem: como eu já estou sentada, o vírus passa por cima", publicou.

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Apesar da postura questionável, Ludmila foi elogiada nas redes sociais. “O verdadeiro empoderamento, o poder da capacidade profissional, e acima de tudo, a verdade”, “Hoje eu descobri que 1 GRILO pode ser mais leal que 1 marreco e mais forte que 11 Hienas”, apoiaram admiradores.

O vídeo com um sorvete em um shopping e a postura desrespeitosa às medidas contra o vírus, que já infectou mais de 7 milhões de brasileiros, fez o advogado José Belga Assis Trad acionar o CNJ para apurar a conduta da magistrada.

A entidade já havia sido acusada de aparelhamento pela juíza, em uma tese sobre ativismo judicial. "Viola completamente a nossa independência funcional, interfere ideologicamente sob pena de retaliação disciplinar", apontou.

A Justiça do Rio de Janeiro bloqueou R$ 640 mil de Paulo José Arronenzi, engenheiro que matou a facadas sua ex-mulher, a juíza Viviane Vieira do Amaral Arronenzi. O entendimento para justificar o bloqueio foi de que, por ter cidadania italiana, o assassino poderia, mesmo preso, transferir dinheiro para o país europeu por meio de terceiros. Esse valor, agora, passa a ficar disponível para uma futura indenização por danos morais e para garantir o sustento das três filhas do casal - que presenciaram, no último dia 24, o feminicídio da mãe.

O pedido de arresto foi feito pelas meninas, todas menores de idade, em nome da avó, e concedido neste sábado (26) pelo juiz João Guilherme Chaves Rosas Filho durante o Plantão Judiciário. O processo está sob segredo de Justiça.

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Filmado por uma testemunha, o crime ocorreu na quinta-feira, 24, na frente das filhas - duas gêmeas de 7 anos e uma de 9 anos - na Barra da Tijuca, zona oeste da capital fluminense. O corpo de Viviane foi cremado na manhã deste sábado no bairro do Caju, na região central do Rio.

O caso gerou comoção e despertou manifestações de órgãos do Judiciário. O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), ministro Luiz Fux, divulgou nota oficial em que os órgãos "se comprometem com o desenvolvimento de ações que identifiquem a melhor forma de prevenir e de erradicar" o feminicídio.

Há três meses, a juíza chegou a denunciar o ex-marido por lesão corporal e ameaças. O próprio TJ providenciou uma escolta para Viviane, mas ela abriu mão da proteção. Em 2007, uma ex-namorada de Paulo José Arronenzi já havia denunciado o engenheiro por agressão.

O crime ocorreu por volta das 18h30 do dia 24, quando a juíza levava as filhas para passar o Natal com o pai. Ela se encontrou com o ex-marido na Rua Raquel de Queiroz. Em um vídeo que chegou a circular nas redes sociais e está sendo usado como prova pela polícia, o ex-marido ataca a magistrada na frente das filhas, a despeito dos pedidos das meninas para que parasse.

Viviane entrará para uma triste estatística: em 2020, o Estado do Rio registrou 67 feminicídios, segundo dados consolidados até novembro do Instituto de Segurança Pública (ISP). No ano passado, foram praticados 85 feminicídios, a maioria (47%) cometidos por companheiros ou ex-companheiros das vítimas. De 2017 a 2019, houve alta de 25% desse tipo de ocorrência.

A subsecretária de Políticas para Mulheres do Rio de Janeiro Cristiana Onorato Miguel Bento defendeu 'tolerância zero' contra casos de feminicídio - assassinatos de mulheres em razão de seu gênero - como ocorreu na véspera de Natal com a juíza Viviane Vieira do Amaral Arronenzi, do Tribunal de Justiça fluminense. Segundo Cristiana, a pasta estadual deverá iniciar projetos de combate à violência contra mulheres a partir do próximo ano.

Ao Estadão, a subsecretária afirmou que se inspira no movimento Ni Una Menos, que cobrou mais ações contra a violência de gênero na Argentina e no Uruguai em 2015 e em 2016. Cristiana afirmou que prestará auxílio às filhas da juíza Viviane. "É começar a dar voz para as mulheres e dizer que não admitimos nenhuma morte por ser mulher", frisou. "É falando que a cabeça das pessoas muda. É tolerância zero e não admitir mais nenhuma morte por violência de gênero".

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Delegada, Cristiana Bento assumiu o cargo no início deste mês e ficou famosa pela condução do caso '30 contra todas', que investigou o estupro coletivo contra uma adolescente após um baile funk no Rio. O abuso foi filmado e compartilhado nas redes sociais - ao liderar o caso, Cristiana mudou o foco da investigação, antes voltada para a vida pregressa da vítima, para a participação de cada homem no crime.

Uma das medidas já discutidas pela pasta é a implantação de aluguel social a mulheres que sofram de violência doméstica. "É preciso dar um basta para acabar com essa cultura e discriminação contra o gênero feminino", frisou.

Desde o feminicídio da juíza Viviane Vieira do Amaral, diversas entidades tem se manifestado sobre a necessidade de mais rigidez no combate à violência contra mulheres. Na sexta, 25, o presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro Luiz Fux, divulgou comunicado afirmando ser ‘urgente’ o debate sobre violência doméstica no País e que a Corte e o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) ‘se comprometem com o desenvolvimento de ações que identifiquem a melhor forma de prevenir e de erradicar’ este tipo de crime.

Manifestação semelhante foi divulgada pela Associação dos Magistrados Brasileiros, que classificou o femicídio como ‘uma chaga’. A Associação dos Juízes Federais afirmou que o feminicídio ‘perpetua banalização da vida e a liberdade da mulher’.

O Conselho Nacional do Ministério Público disse que levará o caso ao Observatório Nacional sobre Questões Ambientais, Econômicas e Sociais de Alta Complexidade e Grande Impacto e Repercussão para elaborar estudos e medidas para aperfeiçoar o sistema nacional de Justiça em relação a esses crimes.

Viviane Vieira do Amaral Arronenzi, de 45 anos, foi morta a facadas pelo ex-marido na frente das três filhas. O crime ocorreu por volta das 18h30, quando a juíza levava as três filhas (duas gêmeas de 7 anos e uma de 9 anos) para passar o Natal com o pai. Ela se encontrou com Paulo Arronenzi na rua Raquel de Queiroz. No vídeo que chegou a circular nas redes sociais e está sendo usado como prova pela polícia, o ex-marido ataca a juíza na frente das filhas, a despeito dos pedidos das meninas para que parasse.

Testemunhas ainda pediram socorro aos guardas municipais do 2º SubGrupamento de Operações de Praia, que estavam na base ao lado do Bosque da Barra, próximo ao local do crime. Os agentes encontraram a juíza desacordada, caída ao chão. Apontado por testemunhas como autor do crime, Arronenzi foi preso pelos guardas municipais sem mostrar resistência.

Laudo do Instituto Médico Legal (IML) aponta que a juíza foi morta com 16 golpes de faca distribuídos pelo corpo. Segundo reportagem do jornal O Globo, foram dez perfurações no rosto e na cabeça e seis nas costas. No entanto, um corte na jugular teria sido o golpe fatal na juíza, que não teve chance de socorro.

Há três meses, Viviane denunciou Arronenzi por lesão corporal e ameaças. O próprio Tribunal de Justiça do Rio providenciou uma escolta para a magistrada, mas ela abriu mão da proteção. Em 2007, uma ex-namorada de Arronenzi já havia denunciado o engenheiro por agressão.

A juíza Viviane Vieira do Amaral Arronenzi, de 45 anos, foi morta com 16 golpes de faca distribuídos pelo corpo, aponta o laudo da necropsia do Instituto Médico Legal (IML). A magistrada do Tribunal de Justiça do Rio foi assassinada na véspera de Natal pelo ex-marido, o engenheiro Paulo José Arronenzi, de 52 anos, preso em flagrante.

A informação foi confirmada pela assessoria da Polícia Civil, sem mais detalhes. Segundo reportagem do jornal O Globo, foram dez perfurações no rosto e na cabeça e seis nas costas. No entanto, um corte na jugular teria sido o golpe fatal na juíza, que não teve chance de socorro.

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Viviane entrará para uma triste estatística: em 2020 o Estado do Rio registrou 67 feminicídios, segundo dados até novembro do Instituto de Segurança Pública (ISP). No ano passado, foram praticados 85 feminicídios, a maioria (47,2%) cometidos por companheiros ou ex-companheiros das vítimas. De 2017 a 2019 houve alta de 25% desse tipo de ocorrência.

Filmado por uma testemunha, o crime ocorreu na frente das três filhas do casal (duas gêmeas de 7 anos e uma de 9 anos), na Barra da Tijuca, zona oeste da capital fluminense. O corpo de Viviane foi cremado na manhã deste sábado, 26, no bairro do Caju, na região central do Rio de Janeiro.

O caso gerou comoção e despertou manifestações de órgãos do Judiciário. O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), ministro Luiz Fux, divulgou nota oficial em que os órgãos "se comprometem com o desenvolvimento de ações que identifiquem a melhor forma de prevenir e de erradicar" o feminicídio.

Há três meses, a juíza chegou a denunciar o ex-marido por lesão corporal e ameaças. O próprio TJ providenciou uma escolta para Viviane, mas ela abriu mão da proteção. Em 2007, uma ex-namorada de Paulo José Arronenzi já havia denunciado o engenheiro por agressão.

O crime ocorreu por volta das 18h30, quando a juíza levava as filhas para passar o Natal com o pai. Ela se encontrou com o ex-marido na Rua Raquel de Queiroz. Num vídeo que chegou a circular nas redes sociais e está sendo usado como prova pela polícia, o ex-marido ataca a juíza na frente das filhas, a despeito dos pedidos das meninas para que parasse.

Testemunhas ainda pediram socorro aos guardas municipais do 2º SubGrupamento de Operações de Praia, que estavam na base ao lado do Bosque da Barra, próximo ao local do crime. Os agentes encontraram a juíza desacordada, caída ao chão. Apontado por testemunhas como autor das facadas, Paulo José Arronenzi foi preso pelos guardas municipais sem mostrar resistência.

Policiais do 31º Batalhão da Polícia Militar, do Recreio dos Bandeirantes, e agentes do Corpo de Bombeiros também foram acionados, mas já encontraram Viviane morta no local do crime. A faca usada no assassinato não foi encontrada, mas a polícia achou uma mochila dentro do carro de Arronenzi com três facões de churrasco, o que indicaria um crime premeditado.

A Delegacia de Homicídios investiga as circunstâncias do assassinato. Arronenzi foi conduzido pelos guardas municipais à delegacia, na Barra, mas precisou ser levado ao Hospital Municipal Lourenço Jorge, no mesmo bairro, por causa de um corte na mão. O acusado foi atendido e liberado pelos médicos, sendo reconduzido por policiais militares à delegacia.

Arronenzi não falou com os policiais e disse que só prestará depoimento em juízo. A audiência de custódia do engenheiro ocorreu na tarde desta sexta-feira, e a prisão em flagrante foi convertida em prisão preventiva, que não tem prazo para expirar. Ele foi transferido para um presídio nesta sexta-feira.

Repercussão

Em nota, o ministro Luiz Fux lembrou que há um grupo de trabalho no CNJ especificamente para o enfrentamento da violência doméstica. "Tal forma brutal de violência assola mulheres de todas as faixas etárias, níveis e classes sociais, uma triste realidade que precisa ser enfrentada", escreveu.

A nota diz ainda que "o esforço integrado entre os poderes constituídos e a sensibilização da sociedade civil no cumprimento das lei e da Constituição da República, com atenção aos tratados internacionais ratificados pelo Brasil, são indispensáveis e urgentes para que uma nova era se inicie e a morte dessa grande juíza, mãe, filha, irmã, amiga, não ocorra em vão".

Outro integrante do STF, o ministro Gilmar Mendes, se manifestou pelo Twitter sobre o crime. "O gravíssimo assassinato da juíza mostra que o feminicídio é endêmico no País: não conhece limites de idade, cor, ou classe econômica. O combate a essa forma bárbara de criminalidade quotidiana contra as mulheres deve ser prioritário", escreveu Gilmar.

O governador em exercício do Rio de Janeiro, Claudio Castro, também comentou o crime no Twitter. "É inadmissível que o feminicídio continue acontecendo", disse.

O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ) também publicou uma nota de pesar pela morte de Viviane. O órgão lembra que a juíza integrava a Magistratura do Estado do Rio de Janeiro havia 15 anos, com passagem pela 16ª Vara de Fazenda Pública, e atuava atualmente na 24ª Vara Cível da Capital.

"O MPRJ, por meio da Promotoria de Justiça com atribuição, irá acompanhar a investigação deste bárbaro crime e repudia o feminicídio", disse o órgão.

A Associação dos Magistrados do Estado do Rio de Janeiro (AMAERJ) e a Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB) emitiram também nota de pesar afirmando que o assassinato da juíza não ficará impune.

"Nesta Nota Oficial conjunta, as entidades representativas dos magistrados fluminenses e brasileiros se solidarizam com os parentes e amigos da pranteada magistrada. Este crime bárbaro não ficará impune, asseguramos", publicaram as entidades. A Defensoria Pública se colocou a disposição das mulheres que precisem denunciar crimes de feminicídio.

O corpo da juíza Viviane Vieira do Amaral Arronenzi, de 45 anos, do Tribunal de Justiça do Rio (TJ-RJ), foi cremado na manhã deste sábado (26), no bairro do Caju, na região central do Rio de Janeiro.

Ela foi assassinada a facadas na véspera do Natal pelo ex-marido, o engenheiro Paulo José Arronenzi, de 52 anos, preso em flagrante. O crime, gravado por uma testemunha, ocorreu na frente das filhas, na Barra da Tijuca, zona oeste da capital fluminense.

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O caso gerou comoção e despertou manifestações de órgãos do Judiciário. O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), ministro Luiz Fux, divulgou nota oficial em que os órgãos "se comprometem com o desenvolvimento de ações que identifiquem a melhor forma de prevenir e de erradicar" o feminicídio.

Há três meses, a juíza chegou a denunciar o ex-marido por lesão corporal e ameaças. O próprio TJ providenciou uma escolta para Viviane, mas ela abriu mão da proteção. Em 2007, uma ex-namorada de Paulo José Arronenzi já havia denunciado o engenheiro por agressão.

O crime ocorreu por volta das 18h30, quando a juíza levava as três filhas (duas gêmeas de 7 anos e uma de 9 anos) para passar o Natal com o pai. Ela se encontrou com o ex-marido na rua Raquel de Queiroz. Num vídeo que chegou a circular nas redes sociais e está sendo usado como prova pela polícia, o ex-marido ataca a juíza na frente das filhas, a despeito dos pedidos das meninas para que parasse.

Testemunhas ainda pediram socorro aos guardas municipais do 2º SubGrupamento de Operações de Praia, que estavam na base ao lado do Bosque da Barra, próximo ao local do crime. Os agentes encontraram a juíza desacordada, caída ao chão. Apontado por testemunhas como autor das facadas, Paulo José Arronenzi foi preso pelos guardas municipais sem mostrar resistência.

Policiais do 31º Batalhão da Polícia Militar, do Recreio dos Bandeirantes, e agentes do Corpo de Bombeiros também foram acionados, mas já encontraram Viviane morta no local do crime. A faca usada no assassinato não foi encontrada, mas a polícia achou uma mochila dentro do carro de Arronenzi com três facões de churrasco, o que indicaria um crime premeditado.

A Delegacia de Homicídios investiga as circunstâncias do assassinato. Arronenzi foi conduzido pelos guardas municipais à delegacia, na Barra, mas precisou ser levado ao Hospital Municipal Lourenço Jorge, no mesmo bairro, por causa de um corte na mão. O acusado foi atendido e liberado pelos médicos, sendo reconduzido por policiais militares à delegacia.

Arronenzi não falou com os policiais e disse que só prestará depoimento em juízo. A audiência de custódia do engenheiro ocorreu na tarde desta sexta-feira, e a prisão em flagrante foi convertida em prisão preventiva - que não tem prazo para expirar. Ele foi transferido para um presídio nesta sexta-feira.

Repercussão

Em nota, o ministro Luiz Fux lembrou que há um grupo de trabalho no CNJ especificamente para o enfrentamento da violência doméstica. "Tal forma brutal de violência assola mulheres de todas as faixas etárias, níveis e classes sociais, uma triste realidade que precisa ser enfrentada", escreveu.

A nota diz ainda que "o esforço integrado entre os poderes constituídos e a sensibilização da sociedade civil no cumprimento das lei e da Constituição da República, com atenção aos tratados internacionais ratificados pelo Brasil, são indispensáveis e urgentes para que uma nova era se inicie e a morte dessa grande juíza, mãe, filha, irmã, amiga, não ocorra em vão".

Outro integrante do STF, o ministro Gilmar Mendes, se manifestou pelo Twitter sobre o crime. "O gravíssimo assassinato da juíza mostra que o feminicídio é endêmico no País: não conhece limites de idade, cor, ou classe econômica. O combate a essa forma bárbara de criminalidade quotidiana contra as mulheres deve ser prioritário", escreveu Gilmar.

O governador em exercício do Rio de Janeiro, Claudio Castro, também comentou o crime no Twitter. "É inadmissível que o feminicídio continue acontecendo", disse.

O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ) também publicou uma nota de pesar pela morte de Viviane. O órgão lembra que a juíza integrava a Magistratura do Estado do Rio de Janeiro havia 15 anos, com passagem pela 16ª Vara de Fazenda Pública, e atuava atualmente na 24ª Vara Cível da Capital.

"O MPRJ, por meio da Promotoria de Justiça com atribuição, irá acompanhar a investigação deste bárbaro crime e repudia o feminicídio", disse o órgão.

A Associação dos Magistrados do Estado do Rio de Janeiro (AMAERJ) e a Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB) emitiram também nota de pesar afirmando que o assassinato da juíza não ficará impune.

"Nesta Nota Oficial conjunta, as entidades representativas dos magistrados fluminenses e brasileiros se solidarizam com os parentes e amigos da pranteada magistrada. Este crime bárbaro não ficará impune, asseguramos", publicaram as entidades.

A Defensoria Pública se colocou a disposição das mulheres que precisem denunciar crimes de feminicídio.

A Associação dos Juízes Federais do Brasil (Ajufe) e a Associação dos Juízes Federais do Rio de Janeiro e Espírito Santo (Ajuferjes) assinaram nota conjunta contra o assassinato da juíza Viviane Vieira do Amaral Arronenzi, do Tribunal de Justiça do Rio, que foi morta pelo ex-marido na frente das três filhas na véspera do Natal. O engenheiro Paulo José Arronenzi, de 52 anos, foi preso em flagrante e o crime foi gravado por uma testemunha.

As duas entidades afirmam que o caso demonstra que a violência contra a mulher 'tem caráter endêmico' no Brasil, atingindo principalmente mulheres negras e pobres, mas também todas as mulheres 'unicamente pela questão do gênero'.

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Na sexta (25), o presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro Luiz Fux, divulgou comunicado afirmando ser 'urgente' o debate sobre violência doméstica no País e que a Corte e o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) 'se comprometem com o desenvolvimento de ações que identifiquem a melhor forma de prevenir e de erradicar' este tipo de crime. Manifestação semelhante foi divulgada pela Associação dos Magistrados Brasileiros, que classificou o femicídio como 'uma chaga'.

"O País mantém a quinta maior taxa de feminicídio do mundo, 90% deles cometido por companheiros ou ex-companheiros. Cada uma dessas ocorrências traz consigo uma tragédia pessoal e familiar não captada pelas estatísticas, além de perpetuar a banalização da vida e da liberdade das mulheres", afirmam os juízes federais.

Viviane Vieira do Amaral Arronenzi, de 45 anos, foi morta a facadas pelo ex-marido na frente das três filhas. O crime ocorreu por volta das 18h30, quando a juíza levava as três filhas (duas gêmeas de 7 anos e uma de 9 anos) para passar o Natal com o pai. Ela se encontrou com Paulo Arronenzi na rua Raquel de Queiroz. No vídeo que chegou a circular nas redes sociais e está sendo usado como prova pela polícia, o ex-marido ataca a juíza na frente das filhas, a despeito dos pedidos das meninas para que parasse.

Testemunhas ainda pediram socorro aos guardas municipais do 2º SubGrupamento de Operações de Praia, que estavam na base ao lado do Bosque da Barra, próximo ao local do crime. Os agentes encontraram a juíza desacordada, caída ao chão. Apontado por testemunhas como autor do crime, Arronenzi foi preso pelos guardas municipais sem mostrar resistência.

Há três meses, Viviane denunciou Arronenzi por lesão corporal e ameaças. O próprio Tribunal de Justiça do Rio providenciou uma escolta para a magistrada, mas ela abriu mão da proteção. Em 2007, uma ex-namorada de Arronenzi já havia denunciado o engenheiro por agressão.

 

Nota pública da Ajufe

 

A Associação dos Juízes Federais do Brasil (Ajufe) e a Associação dos Juízes Federais do Rio de Janeiro e do Espírito Santo (Ajuferjes) manifestam seu pesar pelo feminicídio da juíza Viviane Vieira do Amaral Arronenzi e prestam solidariedade à sua família, especialmente a suas filhas, amigas e amigos.

A violência contra a mulher tem caráter endêmico no Brasil e, embora atinja mais intensamente mulheres negras e pobres, afeta a todas as mulheres, independentemente de raça e classe social, unicamente pela questão do gênero.

O País mantém a quinta maior taxa de feminicídio do mundo, 90% deles cometido por companheiros ou ex-companheiros. Cada uma dessas ocorrências traz consigo uma tragédia pessoal e familiar não captada pelas estatísticas, além de perpetuar a banalização da vida e da liberdade das mulheres.

Nesse cenário, reafirmamos a importância da legislação protetiva de mulheres, especialmente da Lei Maria da Penha, e de outras estratégias de prevenção e repressão à violência contra mulheres em suas diversas formas.

A Justiça converteu em preventiva a prisão em flagrante do engenheiro Paulo José Arronenzi, de 52 anos, acusado do assassinato da ex-mulher, a juíza Viviane Arronenzi, na quinta-feira (24), na presença das três filhas do casal. A decisão é da  juíza Monique Brandão.

Paulo Arronenzi já está na Cadeia Pública José Frederico Marques, em Benfica, zona norte do Rio, entrada dos presos no sistema penitenciário. Depois de uma triagem, o réu será encaminhado a um presídio do Estado, onde ficará à disposição da Justiça, aguardando julgamento.

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Defensoria lamenta

Em nota, a Defensoria Pública do Rio de Janeiro também manifestou pesar pela morte da juíza Viviane Vieira do Amaral Arronenzi. "Infelizmente, é mais um caso de violência contra a mulher, uma chaga social que atinge todas as esferas da nossa sociedade, sem escolher origem, classe ou posição social. Nós, da Defensoria, nos unimos à dor dos entes queridos que agora choram esta perda irreparável. Lamentamos profundamente que notícias de feminicídio sejam pauta frequente no Brasil, mesmo em dias que deveriam ser apenas de celebração à vida."

A nota acrescenta que a Defensoria Pública está à disposição de todas as mulheres que se sentem ameaçadas.

"Ao Judiciário fluminense, fica o registro de toda nossa solidariedade pela perda da magistrada que tão bem honrou a função que exercia. Perde o Judiciário; perde a sociedade; perde, sobretudo, a família", conclui o texto.

A Associação dos Magistrados Brasileiros divulgou nota de repúdio, nessa sexta-feira (25), contra o assassinato da juíza Viviane Vieira do Amaral Arronenzi, do Tribunal de Justiça do Rio, que foi morta pelo ex-marido na frente das três filhas na véspera do Natal. O engenheiro Paulo José Arronenzi, de 52 anos, foi preso em flagrante e o crime foi gravado por uma testemunha.

A manifestação da entidade, subscrita pela presidente Renata Gil, expressa indignação com o feminicídio, tratando-o como uma "chaga".

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"Como maior entidade representativa dos juízes e desembargadores do País, a AMB repudia com veemência casos de feminicídio e defende o uso de todos os instrumentos legais disponíveis para o combate à violência doméstica, além do aperfeiçoamento da legislação", afirma. "A magistratura zela para que os crimes sejam elucidados com a maior rapidez, exige a pronta apuração de delitos cujos indícios apontam para o crime de assassinato pela condição de mulher, e para que os culpados sejam punidos com o rigor da Lei".

Mais cedo, o presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro Luiz Fux, divulgou comunicado afirmando ser "urgente" o debate sobre violência doméstica no País e que a Corte e o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) "se comprometem com o desenvolvimento de ações que identifiquem a melhor forma de prevenir e de erradicar" este tipo de crime.

Viviane Vieira do Amaral Arronenzi, de 45 anos, foi morta a facadas pelo ex-marido na frente das três filhas. O crime ocorreu por volta das 18h30, quando a juíza levava as três filhas (duas gêmeas de 7 anos e uma de 9 anos) para passar o Natal com o pai. Ela se encontrou com Paulo Arronenzi na rua Raquel de Queiroz. No vídeo que chegou a circular nas redes sociais e está sendo usado como prova pela polícia, o ex-marido ataca a juíza na frente das filhas, a despeito dos pedidos das meninas para que parasse.

Testemunhas ainda pediram socorro aos guardas municipais do 2º SubGrupamento de Operações de Praia, que estavam na base ao lado do Bosque da Barra, próximo ao local do crime. Os agentes encontraram a juíza desacordada, caída ao chão. Apontado por testemunhas como autor do crime, Arronenzi foi preso pelos guardas municipais sem mostrar resistência.

Há três meses, Viviane denunciou Arronenzi por lesão corporal e ameaças. O próprio Tribunal de Justiça do Rio providenciou uma escolta para a magistrada, mas ela abriu mão da proteção. Em 2007, uma ex-namorada de Arronenzi já havia denunciado o engenheiro por agressão.

O enterro está marcado para a manhã deste sábado (26), no Cemitério do Caju.

O corpo da juíza Viviane Vieira do Amaral Arronenzi, de 45 anos, será cremado neste sábado (26), às 10h30, em cerimônia no Crematório e Cemitério da Penitência, no bairro do Caju, zona portuária do Rio. A juíza do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ) foi assassinada nesta quinta-feira (24), véspera do Dia de Natal, pelo ex-marido Paulo José Arronenzi, de 52 anos, preso em flagrante.

A magistrada foi esfaqueada no momento em que entregaria as três filhas que tinha com Arronenzi para passar o Natal com ele. Ela chegou a pedir medida protetiva contra o ex-marido, mas depois retirou o pedido. A escolta era feita pela segurança do Tribunal de Justiça.

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O presidente da Associação dos Magistrados do Estado do Rio, (Amaerj), Felipe Gonçalves, repudiou o crime em nome da entidade e dele, na condição de colega, magistrado e dirigente de associação de classe. “A Amaerj está à disposição da família, com quem já estamos em contato. A doutora Viviane Amaral não será esquecida", disse Gonçalves.

Ele informou ter conversado com o secretário de Polícia Civil do Estado do Rio, Alan Turnowski, e com o delegado Pedro Casaes, que esteve no local do crime. "Posso afiançar: esse crime não ficará impune. O feminicídio tem o repúdio veemente da sociedade brasileira. O Brasil precisa avançar. O que ocorreu nesta quinta-feira na Barra da Tijuca é absolutamente inaceitável”, afirmou.

Viviane Vieira do Amaral Arronenzi integrava a magistratura do estado do Rio de Janeiro há 15 anos. Atualmente, trabalhava na 24ª Vara Cível da capital. Antes, atuou na 16ª Vara de Fazenda Pública, no fórum central do Rio.

Foto: Reprodução/Facebook

Presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), o ministro Luiz Fux, em nota divulgada na tarde deste sexta-feira (25) lamentando a morte da juíza Viviane Vieira do Amaral Arronenzi, assassinada pelo ex-marido na frente das filhas na véspera de Natal, no Rio. No comunicado, Fux diz que o feminicídio da magistrada mostra o quão urgente é o debate sobre violência doméstica no País e afirma que STF e o CNJ "se comprometem com o desenvolvimento de ações que identifiquem a melhor forma de prevenir e de erradicar" este tipo de crime contra mulheres.

"O Supremo Tribunal Federal e o Conselho Nacional de Justiça, por meio do seu presidente e do Grupo de Trabalho instituído para o enfrentamento da violência doméstica contra a mulher, consternados e enlutados, unem-se à dor da sociedade fluminense e brasileira e à dos familiares da Drª Viviane Vieira do Amaral Arronenzi, magistrada exemplar, comprometendo-se, nessa nota pública, com o desenvolvimento de ações que identifiquem a melhor forma de prevenir e de erradicar a violência doméstica contra as mulheres no Brasil", diz a nota.

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Em sua manifestação, Fux destacou que a violência que assola mulheres de todas as faixas etárias, níveis e classes sociais precisa ser enfrentada de acordo com o estabelecido pela Convenção Interamericana para Prevenir, Punir e Erradicar a Violência Contra a Mulher, Convenção de Belém do Pará, ratificada pelo Brasil em 1995.

O presidente defendeu que o esforço integrado entre os Poderes e a sensibilização da sociedade "são indispensáveis e urgentes para que uma nova era se inicie e a morte dessa grande juíza, mãe, filha, irmã, amiga, não ocorra em vão".

"Deve ser redobrada, multiplicada e fortalecida a reflexão sobre quais medidas são necessárias para que essa tragédia não destrua outros lares, não nos envergonhe, não nos faça questionar sobre a efetividade da lei e das ações de enfrentamento à violência contra as mulheres", afirmou.

Na nota, Fux disse que o feminicídio da juíza gera reflexão e questionamento sobre o que poderia ter sido feito para poupar sua vida. "Estamos em sofrimento, estamos em reflexão e nos perguntando o que poderíamos ter feito para que esta brasileira Viviane não fosse morta. Precisamos que esse silêncio se transforme em ações positivas para que nossas mulheres e meninas estejam a salvo, para que nosso País se desenvolva de forma saudável",

O comunicado ainda lamenta a morte de outras vítimas de violência doméstica. "Lamentamos mais essa morte e a de tantas outras mulheres que se tornam vítimas da violência doméstica, do ódio exacerbado e da desconsideração da vida humana. A morte da juíza Viviane Vieira do Amaral Arronenzi, no último dia 24 de dezembro de 2020, demonstra o quão premente é o debate do tema e a adoção de ações conjuntas e articuladas para o êxito na mudança desse doloroso enredo. Pela magistrada Viviane Vieira do Amaral Arronenzi. Por suas filhas. Pelas mulheres e meninas do Brasil."

A juíza do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro (TJRJ) Viviane Vieira do Amaral Arronenzi foi morta a facadas ontem à noite (24), em frente do Colégio Estadual Vicente Jannuzzi, na Avenida Rachel de Queiroz, na Barra da Tijuca, zona oeste do Rio. O acusado pela morte é o ex-marido, que foi preso por guardas municipais do 2º Subgrupamento de Operações de Praia (SGOP).

De acordo com a Guarda Municipal, os agentes estavam na base do subgrupamento, que fica ao lado do Bosque da Barra, próximo ao local, quando foram chamados por pessoas que viram as agressões para ajudar a vítima. No local do crime, os guardas encontraram a juíza caída no chão e desacordada.

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As pessoas que estavam no local e viram o assassinato indicaram o autor, que foi preso pelos guardas sem apresentar resistência. Na sequência, chegaram ao local policiais militares e agentes do Corpo de Bombeiros, que constataram que a vítima estava morta. As primeiras informações indicam que as filhas do casal estavam com a mãe e presenciaram o crime.

O acusado foi levado para a Delegacia de Homicídios da Capital (DH), na Barra, pelos agentes da Guarda Municipal, mas como estava com um corte na mão precisou ser socorrido no Hospital Municipal Lourenço Jorge, também na Barra. Lá ele foi atendido, recebeu alta e foi levado por policiais militares para a delegacia.

Nota de pesar

Em nota, o TJRJ lamentou a morte da magistrada. “O Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro lamenta profundamente a morte da juíza Viviane Vieira do Amaral Arronenzi, vítima de feminicídio na Barra da Tijuca nesta quinta-feira (24)”.

Também em nota, a Associação dos Magistrados do Estado do Rio de Janeiro (Amaerj) e a Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB) informam o assassinato da juíza e prometem punição para o autor do crime. “Nesta Nota Oficial conjunta, as entidades representativas dos magistrados fluminenses e brasileiros se solidarizam com os parentes e amigos da pranteada magistrada. Este crime bárbaro não ficará impune, asseguramos”.

Em mensagem no Twitter da Associação de Magistrados Brasileiros, a presidente Renata Gil chamou a atenção para os casos de feminicídio cometidos no país "O feminicídio é o retrato de uma sociedade marcada ainda pela violência de gênero. Precisamos combater esse mal!", disse, manifestando solidariedade à família.

O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro também manifestou pesar pela morte da juíza e prestou solidariedade à família e aos amigos da magistrada, ao presidente do Tribunal de Justiça e às associações da Magistratura. “Viviane Vieira do Amaral Arronenzi integrava a magistratura do estado do Rio de Janeiro havia 15 anos. Atualmente, trabalhava na 24ª Vara Cível da capital. Antes, atuou na 16ª Vara de Fazenda Pública”.

Ainda na nota, a Procuradoria-Geral de Justiça do Rio disse que segundo informações da Polícia Civil, o autor do crime é o ex-marido da juíza, Paulo José Arronenzi, de 52 anos, preso em flagrante. “O MPRJ, por meio da Promotoria de Justiça com atribuição, irá acompanhar a investigação deste bárbaro crime e repudia o feminicídio”.

Para alcançar resultados inéditos que impressionaram o Brasil e o mundo a Operação Lava Jato e a Justiça Federal se aproveitaram de um longo aprendizado em relação às ferramentas legais e processuais de combate à corrupção, mas também operaram em uma zona cinzenta que dá margem a questionamentos quanto ao cumprimento de preceitos básicos da democracia como a imparcialidade do Judiciário e a garantia de direitos individuais.

Essa é uma das conclusões do livro Lava Jato - Aprendizado Institucional e Ação Estratégica na Justiça, da juíza federal Fabiana Alves Rodrigues.

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Substituta na 10.ª Vara Criminal Federal de São Paulo, especializada em crimes financeiros, a juíza se debruçou sobre as ações decorrentes da Lava Jato para fazer uma análise profunda sobre os métodos processuais utilizados na operação. O resultado foi uma tese de mestrado em ciência política pela Universidade de São Paulo (USP) agora transformada em livro que chega ao mercado pela editora WMF Martins Fontes.

A obra tem dois grandes diferenciais em relação a tantas outras sobre a Lava Jato. O primeiro é o fato de a autora ser juíza federal desde 2009, ou seja, integrante ativa do Judiciário, cujo know-how e experiência ajudaram a enxergar ângulos inéditos com base em detalhes técnicos como o tempo de andamento das ações e número de testemunhas e réus, por exemplo.

O segundo é que Fabiana não aborda o mérito dos crimes investigados e punidos pela Lava Jato, mas se concentra apenas nos aspectos processuais das ações. Dados externos aos processos, como as conversas entre integrantes da força-tarefa de Curitiba e o ex-juiz Sérgio Moro reveladas pelo The Intercept, foram deixados de lado. O resultado é uma análise desapaixonada da operação que marcou a história do Brasil.

Fabiana deixa claro os avanços institucionais e os resultados incomparáveis da operação na punição aos acusados e recuperação de recursos públicos desviados. A obra, porém, também lança luz sobre os métodos usados pelo Ministério Público Federal, pela Polícia Federal, pela Receita Federal e, sobretudo, pela Justiça Federal para que os resultados fossem alcançados.

A pesquisa aponta que havia um alinhamento entre Moro e os desembargadores do Tribunal Regional Federal da 4.ª Região (TRF-4) e os responsáveis pela investigação (MPF e PF) para conferir agilidade ou retardar o andamento de processos conforme os interesses dos investigadores. Levanta ainda que o timing das sentenças e as prisões cautelares foram usadas para facilitar a obtenção de delações premiadas e que Moro omitiu locais e fatos dos crimes investigados para driblar as normas do Judiciário e manter os processos em Curitiba. Mostra também que mecanismos foram criados para impedir a apreciação dos acordos de delação por tribunais superiores e que as conduções coercitivas foram instrumento de constrangimento aos investigados.

Aponta também que a força-tarefa usou relações interpessoais para atropelar os procedimentos legais de cooperação internacional e tentar abocanhar R$ 2,5 bilhões em multas pagas pela Petrobrás e que réus e crimes foram ignorados ou deixados em segundo plano para que o foco se mantivesse em alvos pré-estabelecidos.

A autora fala em "métodos heterodoxos", "gestão criativa", "quebra de isonomia" e usa palavras como "seletividade", "ocultação", "voluntarismo" e "engajamento" para se referir aos métodos usados pela Lava Jato e as relações entre seus integrantes.

Ao conjunto dessas atitudes Fabiana dá o nome de "ação estratégica" da Lava Jato nas "áreas cinzentas" da legislação por dubiedade na redação das leis ou falta de regulamentações.

A juíza não questiona a ocorrência dos crimes desvendados pela Lava Jato, mas a forma e os métodos usados para obtenção dos resultados e a postura dos magistrados que, em um sistema democrático, não podem tomar partido a favor ou contra as partes do processo.

"O elevado interesse na condução de um caso sugere o comprometimento do juiz com o resultado do processo. Isso esbarra num princípio caro às democracias: a imparcialidade daquele que exerce o papel de julgador. O tema é especialmente importante diante da dificuldade de comprovar a parcialidade do juiz", disse ela.

Lula

Fabiana dedica todo um capítulo à condenação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Com base na comparação entre o trâmite das ações contra Lula e outros processos tanto na 13.ª Vara Criminal de Curitiba quanto no TRF-4, ela conclui que magistrados aceleraram a condenação no caso do triplex do Guarujá para barrar a candidatura do petista à presidência em 2018 e impedir que o ex-presidente fosse eleito, o que inviabilizaria sua punição.

Segundo a juíza, a análise deixa claro que Lula era o alvo desde o início da operação e que houve manipulação dos processos contra o petista.

"Dizendo claramente: se a condenação de Lula em segunda instância não tivesse ocorrido a tempo de impedir sua candidatura, a pena imposta ao alvo central da operação não seria aplicada se ele vencesse em 2018. É interessante destacar que a escolha política dos atores do Judiciário Federal, que, tendo em mãos a opção de deixar sob as rédeas do eleitor o controle político da responsabilidade de Lula sobre os desvios na Petrobrás, optaram por excluir essa possibilidade para fazer prevalecer a caneta dos togados", escreve ela.

No final de 2015, a juíza Martha Halfeld de Mendonça Schmidt, da 3.ª Vara do Trabalho de Juiz de Fora, em Minas Gerais, cruzou com o que ela chamou de um "golpe de sorte": navegando pelo Facebook, deparou-se com o anúncio de quatro vagas no Tribunal de Apelações da Organização das Nações Unidas (ONU). Passados cinco anos, Martha está prestes a ser a primeira brasileira a assumir a presidência da corte internacional.

Depois de descobrir, pela internet, que poderia se candidatar para atuar no tribunal da ONU, a magistrada se lembra de que precisou correr para mandar sua inscrição. "Foi pelo perfil de um juiz colega meu que era diretor na Associação dos Magistrados Brasileiros (que soube das vagas)", recordou. "Fui conferir no site e era aquilo mesmo. Só que as inscrições fechavam em três dias. Foi uma loucura."

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Com uma bagagem de quase duas décadas na magistratura e experiências de mestrado e doutorado na França, Martha foi a candidata mais votada na Assembleia-Geral da ONU e se tornou, em novembro daquele ano, a primeira brasileira a ocupar uma das sete cadeiras na Corte. Para isso, além das provas e entrevistas, costurou uma articulação política com apoio do Itamaraty, do então presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Ricardo Lewandowski, e de outros nomes de tribunais superiores e do Executivo. Associações de magistrados e personalidades do mundo jurídico também apoiaram sua candidatura.

O mandado de Martha como presidente começa em 1.º de janeiro de 2021 e vale por um ano. "Na presidência, quero tentar honrar essa tradição brasileira de boa diplomacia, com respeitabilidade, honestidade e boa-fé", disse a magistrada.

O Tribunal de Apelação da ONU tem como atribuição julgar, em segunda instância, causas trabalhistas e administrativas envolvendo funcionários e colaboradores da entidade. O sistema foi concebido para tornar mais transparente, independente e profissional a administração de Justiça da ONU e para atender os quadros da organização, que não se submetem à Justiça de nenhum país.

"Eu sempre fui servidora e, depois, juíza do Trabalho; na ONU, tive que dar uma virada para o Direito Administrativo. Foi um desafio muito grande", contou Martha sobre seus primeiros anos no tribunal.

O colegiado faz três reuniões anuais, de duas semanas cada, na sede da ONU, em Nova York, ou em outras jurisdições, como Genebra, na Suíça, e Nairóbi, no Quênia. Como não existe uma "Constituição da ONU", cada julgamento envolve horas de discussão, dentro e às vezes fora do plenário, entre os juízes que compõem a Corte - além da brasileira, um sul-africano, uma alemã, um grego, uma neozelandesa, uma canadense e um belga.

"É um aprendizado de um ‘Direito novo’ porque cada agência da ONU tem um Direito específico. A gente não tem uma faculdade para estudar esse ‘Direito novo’. Então, tem que estudar dentro do caso concreto qual a legislação aplicável. Isso supõe uma pesquisa e uma preparação prévia", disse, sobre sua rotina.

"A gente julga, às vezes na mesma sessão, o caso de um servidor altamente qualificado de Nova York e um capacete azul (soldado das forças de paz) da África. É um caldeirão de diversidade e a gente tem participação coletiva o tempo inteiro", afirmou.

Ao buscar uma história que traduza o choque cultural de compor um tribunal internacional, ela se lembrou de uma de suas primeiras sessões, em que era relatora, levou sua decisão à turma, e eles "chegaram a uma conclusão totalmente contrária". Como relatora, teve de escrever o voto majoritário. "Me deu uma propulsão para melhorar a minha capacidade de persuasão em outra língua." O secretariado das Nações Unidas, o órgão administrativo da ONU, usa duas línguas de trabalho: inglês e francês.

Como o trabalho no tribunal da ONU não demanda dedicação exclusiva, Martha segue como juíza em Juiz de Fora. "Percebi com a prática que, se a gente tiver uma oportunidade de restabelecer o diálogo entre as partes conflitantes, muitas vezes elas próprias chegam a uma solução que, às vezes, é melhor que o julgamento", disse. No tribunal internacional, Martha tem mandato até 2023, sem chance de renovação. Seu maior desejo, afirmou, é inspirar outros brasileiros interessados numa carreira internacional. "Se o meu percurso servir de inspiração para outras candidaturas eu vou ficar bem feliz."

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Um homem de 25 anos, procurado pela Justiça, decidiu afrontar uma juíza durante a realização de uma audiência virtual e acabou preso, em São Paulo. O foragido, que é acusado de latrocínio contra um policial militar em 2013, foi localizado após desafiar a magistrada enquanto ela ouvia argumentações do processo criminal.

"Podem mandar me prender. Vocês nunca me prenderam e acham que vão conseguir agora?", declarou o condenado na audiência da 24ª Vara Criminal da capital paulista. A juíza, então, acionou o Departamento de Operações Policiais Estratégicas (Dope) da Polícia Civil, que iniciou investigação para localizar o homem.

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Foragido há sete anos, o homem foi preso na última sexta-feira (9). Ele estava escondido na casa de um familiar, no bairro Vila Palmeiras, região norte da capital. No momento da detenção, o criminoso ainda tentou resistir à prisão e alegou não ter desafiado a magistrada durante a audiência.

O caso

Em setembro de 2013, cinco homens tentaram roubar a motocicleta de um policial militar no bairro de Perus, Zona Oeste de São Paulo. Na ocasião, o agente de segurança reagiu, matou um dos ladrões, mas foi baleado e também morreu. Os outros envolvidos fugiram. No entanto, além do homem que foi detido após a audiência virtual, dois deles também acabaram presos em 2020.

A juíza Gabriela Hardt, da 13ª Vara Federal de Curitiba, reconheceu a legalidade das palestras do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) que foram alvo de cinco anos de investigações da Lava Jato. A decisão foi proferida na quinta, 24, em recurso sobre o espólio da ex-primeira-dama Marisa Letícia.

Relatório da Polícia Federal apontou a ausência de indícios de ilegalidades envolvendo as palestras do petista, mas a Lava Jato, inicialmente, insistiu na tese acusatória. Os procuradores, porém, acabaram por concordar com a falta de provas.

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"A justificativa para manter-se o bloqueio da integralidade dos ativos financeiros de Luiz Inácio Lula da Silva baseava-se na suspeita da prática de crimes envolvendo as palestras ministradas pelo ex-presidente", apontou Hardt. "Todavia, a autoridade policial concluiu não haver indícios nesse sentido, com o que concordou o MPF. Por tais motivos, o bloqueio integral de tais valores não mais se sustenta".

Segundo a magistrada, 'como não houve comprovação de que os valores bloqueados possuem origem ilícita, deve-se presumir a sua licitude'.

O criminalista Cristiano Zanin Martins, que defende Lula, afirmou que o 'reconhecimento tardio' da legalidade das palestras servirá 'para reforçar o abuso presente nas demais acusações formuladas pela Lava Jato' contra o ex-presidente.

"A decisão reconhece que a Lava Jato tentou transformar em cinco anos atos manifestamente lícitos em ilícitos. A prova da regularidade, da licitude das palestras nós fizemos desde o início, mas lamentavelmente só após cinco anos de investigação é que ela foi declarada pela Justiça", afirmou o criminalista Cristiano Zanin Martins, que defende Lula.

Investigação

A Polícia Federal investigou 23 palestras feitas por Lula contratadas pelas construtoras Odebrecht, Camargo Corrêa, UTC, Queiroz Galvão, Andrade Gutierrez e OAS. Os pagamentos pelas apresentações eram destinadas à LILS Palestras e Eventos, aberta por Lula após deixar a presidência. Ao todo, os valores chegaram a cerca de R$ 9,3 milhões.

O relatório da investigação foi concluído em dezembro do ano passado e apontou que, a princípio, não foram identificados elementos suficientes para caracterizar a origem ilícita dos recursos, 'ou seja, se decorrentes de contrapartidas a benefícios conferidos a elas no cartel da Petrobras'.

Por unanimidade, o Órgão Especial do Tribunal de Justiça do Paraná arquivou nesta segunda-feira, 28, o processo disciplinar aberto contra a juíza Inês Marchalek Zarpelon, da 1ª Vara Criminal de Curitiba, para apurar se ela cometeu crime de racismo ao associar um homem negro a um grupo criminoso 'em razão de sua raça' em uma sentença proferida em junho. Os desembargadores concluíram que não houve intenção discriminatória ou intuito ofensivo no parecer da magistrada.

No julgamento virtual, os 23 desembargadores consideraram que a sentença da juíza foi devidamente fundamentada em provas e depoimentos colhidos no curso da investigação e instrução penal e que a condenação não teve relação com o critério racial, mas com a conduta do réu.

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"Em momento nenhum a cor da pele do condenado foi utilizada como elemento de convicção para a condenação ou para a conclusão de o mesmo integrar o grupo criminoso", observou o Corregedor-Geral da Justiça José Augusto Gomes Aniceto. "Não houve discriminação. Em nenhum momento da sentença a Juíza condenou o réu pela cor da sua pele. Em nenhum momento ela aumentou a pena do réu pela cor da sua pele", completou.

Os desembargadores avaliaram ainda que a polêmica causada pela sentença foi resultado de problemas de interpretação de texto e da descontextualização de um trecho do parecer de 115 páginas.

Em seu voto, o Corregedor-Geral observou que a menção à raça de Natan Vieira da Paz, o único negro entre os sete réus no mesmo processo, não teve relação com o 'juízo pessoal' da magistrada.

"Nós estamos falando de um processo em que estavam envolvidos sete réus e, dentre estes sete, apenas um na condição de negro e que agia com certa discrição", afirmou Aniceto. "A menção à raça se deu com a única finalidade de apontar a forma de agir na divisão das tarefas do grupo criminoso e não, em hipótese alguma, como confusão ou qualquer influência na dosimetria da pena imputada a este condenado em razão da cor da sua pele".

A decisão do Órgão Especial será submetida ao Conselho Nacional de Justiça (CNJ), que determinou, no mês passado, a abertura do procedimento disciplinar contra a juíza.

Relembre o caso

A sentença ganhou visibilidade nacional depois que a advogada Thayse Pozzobon, responsável pela defesa de Natan, postou trecho do documento nas redes sociais.

"Seguramente integrante do grupo criminoso, em razão da sua raça, agia de forma extremamente discreta os delitos e o seu comportamento, juntamente com os demais, causavam o desassossego e a desesperança da população, pelo que se deve ser valorada negativamente", dizia a passagem.

Diante da repercussão, além do procedimento administrativo aberto a pedido corregedor nacional de Justiça, ministro Humberto Martins, a Ordem dos Advogados do Brasil do Paraná oficiou o Ministério Público do Estado para apuração sobre o crime de racismo. Núcleos de Cidadania e Direitos Humanos e de Política Criminal e Execução Penal da Defensoria Pública do Paraná também convocaram uma força-tarefa para fazer a revisão técnica das sentenças condenatórias proferidas nos últimos 12 meses pelo juízo da 1ª Vara Criminal de Curitiba.

Na época, a juíza divulgou uma nota negando a intenção de discriminar o réu e repudiando práticas racistas. "Sinto-me profundamente entristecida se fiz chegar, de forma inadequada, uma mensagem à sociedade que não condiz com os valores que todos nós devemos diuturnamente defender. (…) Em nenhum momento a cor foi utilizada - e nem poderia - como fator para concluir, como base da fundamentação da sentença, que o acusado pertence a uma organização criminosa. A avaliação é sempre feita com base em provas. A frase foi retirada, portanto, de um contexto maior, próprio de uma sentença extensa, com mais de cem páginas. Reafirmo que a cor da pele de um ser humano jamais serviu ou servirá de argumento ou fundamento para a tomada de decisões judiciais. O racismo é prática intolerável em qualquer civilização e não condiz com os valores que defendo", disse.

Um grupo de manifestantes em frente à Suprema Corte dos Estados Unidos, para homenagear a falecida juíza progressista Ruth Bader Ginsburg, vaiou nesta quinta-feira (24) o presidente Donald Trump, que compareceu para prestar respeito à magistrada.

Antes que Trump saísse de seu veículo, a multidão o recebeu com vaias e gritando "votem para tirá-lo", em referência às eleições de 3 de novembro, e "honrem seu desejo", em alusão à última vontade de Ginsburg, que pediu que o governo vencedor das eleições nomeie seu sucessor.

Trump chegou ao local por volta das 10h (11h em Brasília), acompanhado da primeira-dama Melania, ambos com máscara preta. Fizeram um minuto de silêncio e saíram rapidamente. Poucos minutos depois, já estavam de volta à Casa Branca.

Este deslocamento é incomum por parte do presidente, que nunca participa das homenagens de personalidades que não são de seu campo político.

O presidente anunciou que vai nomear a sucessora de Ginsburg para a Suprema Corte antes das acirradas eleições de novembro, provocando indignação na oposição democrata.

"Acho que tudo vai correr muito bem, que será muito rápido", disse Trump à Fox Radio nesta quinta-feira.

"Temos cinco mulheres na lista, e gosto de todas", acrescentou o presidente, que já antecipou que entre as finalistas está a magistrada conservadora Bárbara Lagoa, uma juíza de Miami de origem cubana.

Até a morte de Ginsburg, os conservadores tinham uma maioria de cinco contra quatro votos no tribunal que decide sobre questões da vida dos americanos, como o direito ao porte de armas, o direito ao aborto, mas também lida com assuntos migratórios e questões como o acesso à saúde.

Depois que a juíza Inês Marchalek Zarpelon, da 1ª Vara Criminal de Curitiba, associou um homem negro a uma grupo criminoso em "razão de sua raça" e o condenou a 14 anos de prisão, o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) quer que a conduta da magistrada seja investigada pela Corregedoria-Geral da Justiça do Paraná.

O ministro Humberto Martins, corregedor nacional de Justiça, foi quem instaurou o ofício pedindo providências sobre os fatos narrados. Em um trecho da sentença em que a juíza condena Nathan Vieira da Paz, de 42 anos, ela escreveu: "Seguramente integrante do grupo criminoso, em razão da sua raça, agia de forma extremamente discreta os delitos e o seu comportamento, juntamente com os demais, causavam o desassossego e a desesperança da população, pelo que deve ser valorada negativamente".

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Ao abrir o processo contra Inês, o ministro corregedor externou o seu "estarrecimento e inconformismo" com o teor da sentença proferida pela magistrada. "Não se pode tolerar, de nenhuma forma e de quem quer que seja, que a raça ou a cor da pele de uma pessoa seja motivo de valoração negativa ou influencie presunções sobre sua conduta e sua personalidade, tampouco que fundamente juízo condenatório ou maior repressão penal”, avalia Humberto Martins.

Assim, o corregedor nacional decidiu instaurar o pedido de providências considerando a necessidade de se averiguar os fatos que, em tese, podem caracterizar conduta que infringe os deveres dos magistrados estabelecidos na Loman e no Código de Ética da Magistratura. A Corregedoria-Geral de Justiça do Paraná tem um prazo de até 30 dias para comunicar o resultado da apuração à Corregedoria Nacional de Justiça.

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