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O epidemiologista e ex-secretário de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, Wanderson Oliveira, tem monitorado a situação da Covid-19 em Pernambuco e avalia que o estado segue em uma fase de desaceleração da doença. Apesar da perspectiva otimista, o especialista também prevê um novo aumento de casos daqui a três semanas. 

Oliveira destaca a diferença nos números referentes à trigésima semana epidemiológica, em meados de julho, para os registros de agora. Na semana 30, Pernambuco apresentava  83 casos por 100 mil habitantes, para os casos leves. Atualmente, o número está em 13 para cada 100 mil habitantes. Ou seja, houve uma redução de 84%.

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Em relação aos casos graves, a queda foi de 93% e nos óbitos, 95%, na comparação do mesmo período. Oscilações ainda podem acontecer e a tendência geral é de baixa. O médico também menciona que oscilações são possíveis, por características da região.

“Em Pernambuco, daqui a três semanas, deve haver, possivelmente, um novo aumento. Existem características locais que apresentam este padrão. É natural que isso ocorra, não quer dizer que está piorando. O motivo de preocupação vem pelo fato das pessoas estarem relaxando nas medidas de prevenção. O fato de termos uma redução no número de casos não significa que a gente possa deixar de usar máscara, fazer aglomerações. Temos que manter todos os procedimentos”, esclareceu.

Para o epidemiologista, não há nenhuma alteração no padrão epidemiológico local, mas também pede que seja feita uma avaliação mais precisa das informações no estado e menciona a necessidade de testagem.

Oliveira lembra que a doença permanecerá entre a população por mais algum tempo, e que, em conformidade com o Plano de Convivência de Pernambuco, que é adaptável à movimentação da Covid-19, medidas mais restritivas podem ser retomadas, como ao exemplo de alguns países europeus, que retomam o "lockdown" em outubro. No entanto, ele não acredita que a realidade do Brasil possa ser comparada à da Europa, que entra agora em um outono de clima frio rigoroso e possível aumento nos casos de infecção respiratória.

André Longo, secretário de saúde de Pernambuco, defende que as “flutuações” durante o processo de convivência com o vírus estão dentro do controle. “Até agora, essas oscilações estão dentro de um patamar de controle. Como nós estamos num patamar mais baixo, as flutuações passam a ser notadas com maior repercussão. Não há tendência clara ainda de aumento caracterizado, nem de uma segunda onda. Dessa forma, não podemos tomar medidas por essa impressão, e precisamos analisar tendências em períodos maiores. Por enquanto, há apenas um conjunto de indicadores que são avaliados e monitorados diariamente”, disse o gestor estadual.

O ex-ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, afirmou que as falas do presidente Jair Bolsonaro minimizando a pandemia da Covid-19 não são frutos de despreparo, e sim “decisão consciente” do governo. Mandetta, que foi o entrevistado do Roda Viva na noite dessa segunda-feira (12), também relatou que foi apresentado ao presidente o cenário de que o país poderia chegar a 180 mil óbitos por conta da doença. 

“Não acho que seja despreparo, acho que foi uma decisão consciente, sabendo dos números, apostando num ponto futuro (...) Ele se abraçou na tese da economia, já para ter uma vacina para ele e falar: 'a economia vai recuperar, fui eu que recuperei, não deixei'. Ele fez uma opção política consciente que colocava em risco a vida das pessoas. Isso foi consciente da parte dele, não tenha dúvidas”, afirmou Mandetta. 

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Sobre a previsão do número de óbitos, o ex-ministro disse: “não só informei na reunião de ministros, como procurava informação individual com o presidente, e ele sempre falava ‘não quero, não vou ouvir, depois eu vejo; até a hora que eu exigi do ministro Braga Neto. Mostrei os três cenários: otimistas, realistas, pessimistas; cenários tinha para todos os gostos, mas o que mais me convenceu foi o cenário que a gente  tinha que lutar para não chegar a 180 mil óbitos e ele tinha que saber, e tinha que saber disso por cidades. Isso foi feito, foi apresentado, foi documentado por escrito e entregue a ele na presença de todos os ministros, dentro do Palácio da Alvorada”. 

O ex-ministro da Saúde responsabiliza também o ministro da Economia, Paulo Guedes, que segundo sua opinião, pode ter influenciado as decisões de Jair Bolsonaro sobre o tema.

Quando questionado em que momento percebeu que seria impossível permanecer a frente do Ministério da Saúde e porque aceitou conviver por tantos meses com o negacionismo que denuncia, o ministro relata que “era preciso, você tem que ter a noção do porque naquele momento a gente ter que fazer primeiro a informação para o maior número de pessoas para que as pessoas pudessem montar suas linhas de defesa que são feitas em casa”.

“Naquele momento tínhamos um desenho muito forte, a equipe era muito técnica, e nós tínhamos quais eram os pontos que trabalhavam a favor do vírus, quais eram os pontos que trabalhavam a favor do nosso sistema de saúde, a favor de convergência; e entendemos que naquele momento tínhamos que permanecer o maior tempo possível para evitar as fake news, falar o que a ciência tinha que falar, insistir na chamada para as pessoas, redimensionar o SUS para um vírus leve, então, aquilo justificava toda e qualquer melindre que a gente podia ter em descompasso em relação ao presidente”, comentou Mandetta.

O ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta reagiu à montagem que a deputada Bia Kicis (PSL-DF) publicou nas redes sociais na tarde deste domingo (27) com os rostos dele e do ex-ministro da Justiça Sérgio Moro pintados de preto, sugerindo que ambos poderão buscar vagas de emprego na rede Magazine Luiza, em referência ao programa de trainee apenas para negros anunciado pela empresa.

Procurado pelo Estadão/Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado, Mandetta declarou, por meio de mensagem: "Racista nauseabunda. Chula. Pequena. Inútil. Abjeta. RACISTA!!!!!". Depois, por telefone, afirmou que lamenta profundamente ver um parlamentar se prestar a esse tipo de provocação.

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"É triste ver isso. Para mim, não ofende em nada ser caracterizado como negro. Muito pelo contrário. Sou totalmente favorável à companha da Magazine Luiza. Já era fã da dona Luiza e seria, com orgulho, um garoto propaganda de sua loja", disse Mandetta.

Bia Kicis provocou uma onda de indignação nas redes sociais, depois de publicar a montagem ofensiva. Ao perceber as reações ao que classificou como "piada", disse que não tinha feita nada demais, que não perdeu seu "bom humor" e que não via nenhum problema em publicar uma "chargezinha".

Nesta tarde, sem citar o nome de Bia Kicis, o ministro do Supremo Tribunal Federal Gilmar Mendes foi ao Twitter para criticar manifestações de racismo. "O preconceito racial é uma das maiores chagas da nossa tradição colonial. Qualquer iniciativa - seja do Estado ou da iniciativa privada - que vise a reparar a história de segregação da população negra deve ser louvada, jamais achincalhada. Racismo é crime e fomentá-lo também", escreveu Gilmar.

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O ex-ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, disse em entrevista ao programa Conversa com Bial que o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) foi alertado sobre a possibilidade da marca de 180 mil mortos no Brasil, mas que o chefe rejeitou a projeção, e reagiu de forma “negacionista e raivosa”. O episódio foi ao ar na madrugada desta sexta-feira (25), pela TV Globo.

Mandetta disse ainda que nunca levou a informação ao público, mas que chegou a formalizar a estimativa. "Eu nunca falei em público que eu trabalhava com 180 mil óbitos se nós não interviéssemos, mas para ele (Bolsonaro) eu mostrei, entreguei por escrito, para que ele pudesse saber da responsabilidade dos caminhos que ele fosse optar", comentou.

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O ex-ministro da Saúde também confirmou ao apresentador, Bial, que Bolsonaro considerava sim que o novo coronavírus se tratava de uma arma biológica da China, para trazer a esquerda de volta ao poder na América Latina.

Em seu livro "Um Paciente Chamado Brasil: Os Bastidores da Luta contra o Coronavírus", que ainda será lançado pela Editora Objetiva, Mandetta narra como o Ministério da Saúde tentou conter a pandemia da Covid-19 no Brasil durante a sua gestão, que terminou em 16 de abril de 2020, quando sofreu exoneração por conflitos com o presidente.

Ao ser perguntado por Bial sobre como rebatia as conspirações de Bolsonaro, o ex-ministro disse que “há coisas que não se rebatem". “Olha, até que se prove isso aí, vamos tratar dos fatos e da vida como ela é. A gente não deve embarcar nessas teorias. É mais uma jogada a favor da doença. Entre a doença e a saúde, a gente (sua gestão) ficou com a saúde”, acrescentou. 

Na obra, Mandetta, que além de médico especialista em ortopedia também tem conhecimento em psiquiatria, utiliza de conceitos psiquiátricos acerca do luto, justificando as reações de Bolsonaro diante da pandemia. O livro traz reflexões sobre a raiva, a negação e o conformismo.

O antigo gestor chegou a falar que Bolsonaro apegou-se às falas de outros parlamentares, que falavam “o que ele queria ouvir”, e tratavam a pandemia de forma desproporcional, com projeções do número de mortes absurdas, que estimavam algo acerca dos três mil mortos.

A entrevista durou 30 minutos, e passou por diversos tópicos acerca da pandemia e das relações diplomáticas entre o Brasil e outros países. O Ministro da Economia, Paulo Guedes, a quem Mandetta chamou de “tomado pela vaidade e autocentrado”, foi mencionado em uma pergunta de Bial, que considerou a sua atuação humilhante, por intenção do próprio presidente.

No livro, Mandetta acusa o ministro da Cidadania, Onyx Lorenzoni, do que ele chamou de "pecado mortal" na política. Mandetta afirma que, em 2016, quando Onyx era deputado e relator das "10 medidas contra a corrupção", ele lhe confessou ter gravado parlamentares durante uma reunião na casa do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ).

Segundo Mandetta, na ocasião Onyx era pressionado por parlamentares para alterar o texto original, proposto por procuradores da Lava Jato - e era este o teor das conversas supostamente gravadas. Mandetta escreveu que Onyx lhe mostrou a gravação e fez ameaças aos parlamentares de que, se a pressão continuasse, iria vazá-la para a imprensa. Procurado, Onyx não respondeu.

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As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Fonte: Financial Times

Dos problemas enfrentados no Ministério da Saúde durante a pandemia do novo coronavírus, o ex-ministro Henrique Mandetta aponta o que, na sua opinião, foi o principal: a postura negacionista do presidente Jair Bolsonaro. Segundo Mandetta, se o presidente adotasse protocolos estabelecidos pela pasta para preparar o sistema público de Saúde, o Brasil não estaria entre os países com o maior número de vítimas da doença.

"Poderia ter sido diferente, para melhor", disse Mandetta, que lança nesta sexta-feira, 24, o livro Um paciente chamado Brasil, no qual relata os últimos 87 dias de sua gestão. No período, passou a ser a principal voz na defesa do isolamento social como forma de atenuar efeitos da pandemia, ao contrário do que pregava o presidente.

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O livro, segundo ele, foi escrito na quarentena de seis meses imposta a ministros que deixam o governo. Ao analisar as decisões políticas, faz mea-culpa e critica a Organização Mundial de Saúde (OMS) por relutar em classificar a covid-19 como emergência sanitária mundial.

O foco principal das críticas, no entanto, é Bolsonaro, descrito como alguém em negação diante do agravamento da doença. "Primeiro ele negou a gravidade da covid-19, falando que era só uma ‘gripezinha’. Depois ficou com raiva do médico, ou seja, de mim. Depois partiu para o milagre, que é acreditar na cloroquina", escreve.

Mandetta relata que, antes mesmo do primeiro caso no País, tentou por diversas vezes apresentar dados, projeções e medidas de prevenção a serem tomadas. Mas, segundo ele, o presidente "sempre arranjava um jeito de não participar". Nas reuniões ministeriais, afirma, não tinha espaço para falar.

Segundo o ex-ministro, Bolsonaro só viu os dados em uma ocasião, em 28 de março - o País registrava 92 óbitos por covid-19. Mandetta diz que apresentou três projeções, de 30 mil a 180 mil mortes por covid-19 no País.

"Depois de eu ter ficado por uma hora e meia oferecendo todos os elementos que provavam a gravidade do problema, ele mostrou que não estava nem um pouco convencido". Naquele dia, Bolsonaro disse: "Infelizmente, algumas mortes terão. Paciência". No dia seguinte, o presidente foi a Taguatinga e provocou aglomeração ao circular pelo comércio local.

Medidas

Mandetta diz que, naquela reunião, os demais ministros já estavam convencidos de que o presidente não deveria seguir pelo caminho da negação. Mas, como exemplo de que o governo negligenciou medidas de prevenção, relata que o chefe do Gabinete de Segurança Institucional, Augusto Heleno, participou da reunião 10 dias após ser diagnosticado com covid-19 - ignorando o protocolo de 14 dias de quarentena.

O Brasil registrou ontem mais de 139 mil óbitos por covid - o que aproxima o País da estimativa mais pessimista feita pela pasta da Saúde em março.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

 O ex-ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, voltou a criticar a gestão do presidente Jair Bolsonaro da pandemia da Covid-19. Em entrevista publicada pelo jornal britânico The Guardian, neste sábado (15), Mandetta afirmou que o governo federal está conduzindo o Brasil para uma catástrofe.

O ex-ministro da Saúde destacou ainda a recusa do presidente de prestar solidariedade às famílias atingidas pelo novo coronavírus. “Ele conduziu o povo brasileiro para um desfiladeiro em marcha rápida e as pessoas caíram e morreram. Precisa reconhecer que isso foi um erro, que causou dor, acho que deve ser politicamente complicado para ele agora”, afirmou Mandetta.

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O The Guardian destacou que, aos 55 anos, o médico foi eleito para o congresso nacional em 2010, após se posicionar em contrariedade ao programa Mais Médicos, tendo sido nomeado ministro em novembro de 2018. Segundo o texto do jornal, “Bolsonaro repetidamente minimizou a pandemia, minou as medidas de contenção e participou de protestos e churrascos, usando as máscaras incorretamente, se é que o fez”.

Desprezo pela ciência

O ex-ministro também destacou que, no Brasil, a luta contra a Covid-19 foi comprometida pelo “total desprezo pela ciência” do presidente, que menosprezou o vírus- o qual definiu como uma “gripezinha”- e defendeu tratamentos ineficazes, a exemplo de medicamentos antimaláricos, cloroquina e hidroxicloroquina. “É interessante que ele rejeite totalmente a ciência e zombe de todos aqueles que falam de ciência. No entanto, quando há qualquer perspectiva de uma vacina, ele é o primeiro a vir batendo na porta da ciência. Como se uma vacina fosse resgatá-lo de sua marcha cambaleante em meio a esta pandemia", frisou Mandetta.

O presidente Jair Bolsonaro voltou a criticar o ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta, ao afirmar, nessa quinta-feira (23), que ele passou mais tempo "com terror" do que trabalhando. Na transmissão semanal ao vivo nas redes sociais, Bolsonaro disse que Mandetta espalhou pânico em entrevistas, ao afirmar que "vai ter caminhões de corpos" com a Covid-19.

A retomada da crítica de Bolsonaro ao ex-ministro da Saúde é feita um dia depois que o ex-titular da pasta afirmou que pretende se candidatar a presidente em 2022, em entrevista à Band News TV.

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Bolsonaro disse também que não pode sair nas ruas por temer ação judicial. O presidente ainda testou positivo no terceiro exame que fez para detectar o novo coronavírus. Mais cedo, no entanto, passeou de motocicleta pela área externa do Palácio da Alvorada e parou para conversar com trabalhadores que faziam a limpeza do local.

Bolsonaro atacou ainda os governadores de Santa Catarina, Carlos Moisés (PSL), e do Rio, Wilson Witzel (PSC). Segundo ele, os dois se elegeram usando seu nome. Moisés e Witzel respondem a processo de impeachment nas respectivas Assembleias Legislativas. "Não sei o que dá na cabeça das pessoas, mas resolveram me atacar. Não sei qual é a intenção", disse.

O presidente disse ainda que não pretende participar das eleições municipais de 2020, mas que, talvez, "colabore com um ou outro candidato porque o Brasil tem problemas". "Tenho que estar preocupado com o desemprego que criaram com a política do todo mundo em casa, com terror e pavor", afirmou, no entanto.

Ex-ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta (DEM) afirmou que os militares que agora comandam a pasta, liderados pelo general Eduardo Pazuello, são especialistas em "balística" em vez de "logística". "Eu só vejo é acúmulo de óbitos nessa política que está sendo feita", disse Mandetta.

O ex-ministro criticou a interferência do presidente Jair Bolsonaro em ações da Saúde. "Nós víamos sistematicamente a anticiência se propagar", disse. Ele afirmou ainda que a Saúde perdeu a credibilidade após o governo federal tentar alterar a forma de divulgação de dados sobre a doença. "Você ter segredos é o caminho mais rápido para a tragédia. Primeira coisas que (os militares) fizeram foi não mais mostrar os dados às cinco da tarde. O Ministério da Saúde perdeu a credibilidade", disse.

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As declarações foram dadas em debate da revista IstoÉ, transmitido pela internet, no sábado, 11. No mesmo evento, Gilmar Mendes, ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), afirmou que o Exército está se associando a um "genocídio". "Isso é péssimo para a imagem das Forças Armadas. É preciso dizer isso de maneira muito clara: o Exército está se associando a esse genocídio, não é razoável. É preciso pôr fim a isso", disse Mendes. Por causa desta fala, o ministro da Defesa, general Fernando Azevedo, anunciou nesta segunda-feira (13)que vai encaminhar uma representação à Procuradoria-Geral da República (PGR) contra Gilmar.

Mandetta afirmou ainda que Bolsonaro desvia o foco da omissão do governo federal na pandemia ao estimular o debate sobre uso da cloroquina, medicamentos sem eficácia comprovada contra a Covid-19. "Quando ele lança a cloroquina, faz as pessoas ficarem nessa discussão, para esquecer a discussão verdadeira. Faz a massa não debater o verdadeiro problema: ausência total de política do governo federal."

Por divergências com o presidente, Mandetta foi demitido em 16 de abril. O oncologista Nelson Teich, seu sucessor, pediu para deixar o governo em 15 de maio. Desde então a Saúde está sob comando interino de Pazuello.

"O Presidente da República nunca deixou de saber quais eram os cenários reais (da pandemia). Não foi por desconhecimento. Foi por opção de não seguir orientações do Ministério da Saúde e seguir uma assessoria que ele achava mais pertinente, mais conveniente", afirmou Mandetta.

Enquanto o Brasil atravessa a pandemia sem ministro da Saúde efetivo desde maio, o número de vítimas fatais e contaminados da Covid-19 só aumenta. Diante de mais de 60 mil óbitos em razão da infecção, o ex-gestor da pasta Luiz Henrique Mandetta, teceu duras críticas ao Governo Federal e exaltou a importância da Ciência para preservar vidas.

Em uma publicação na sua conta oficial do Twitter, feita nessa quarta-feira (1º), Mandetta comparou o Brasil a uma "nau sem rumo", em relação ao controle da pandemia, e pontuou que "governos passam".

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O ex-ministro ainda desejou força ao Sistema Único de Saúde (SUS) para prosseguir na linha de frente do enfrentamento à doença.

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Em entrevista à TV BandNews, o presidente Jair Bolsonaro criticou a maneira como ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta conduzia a crise da covid-19. Para Bolsonaro, "Mandetta é um bom comunicador e ajudou a potencializar o pavor da população" com a doença causada pelo novo coronavírus.

Além dos desgastes que se acumulavam entre Mandetta e Bolsonaro, o presidente citou a entrevista concedida pelo então ministro ao programa Fantástico, da TV Globo, como estopim para sua demissão. Na ocasião, Mandetta disse que "o brasileiro não sabe se escuta o ministro ou o presidente".

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Em compensação, o atual ministro interino da Saúde, Eduardo Pazuello, foi elogiado por Bolsonaro. Segundo o presidente, o general do Exército que substituiu o ex-ministro Nelson Teich, tem feito um "brilhante trabalho na Saúde". Bolsonaro defendeu a divulgação diária de mortes causadas pela covid-19 atreladas aos dias exatos em que os óbitos ocorreram, medida também endossada por Pazuello.

O ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta usou as redes sociais nesta sexta-feira, 12, para cobrar ação no combate ao novo coronavírus no País. Sem citar diretamente o presidente da República, Jair Bolsonaro, mas citando o trecho bíblico usado por ele de forma recorrente - João 8:32 ,"E conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará" - Mandetta cobrou ação e questionou por quantas mortes "atitude tola" foi responsável.

"Quantos dos 800000 casos confirmados e das 41000 vidas perdidas a atitude tola foi a responsável? Realidade Inflada ? Ainda querendo maquiar? Cuidado. A morte está na espreita e na conta dos incautos. Reflita e reze. Fique com João 8:32 . Não cite. Pratique!", escreveu o ex-ministro.

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O Brasil superou a marca das 40 mil mortes na quinta-feira, 11. Na mesma data, o presidente afirmou que há ganho político para alguns com o aumento do número de mortes e que ninguém no País perdeu a vida por falta de respirador ou leito.

Bolsonaro ainda sugeriu que seus seguidores entrem em hospitais públicos para filmar os leitos de UTI.

"Pode ser que eu esteja equivocado, mas na totalidade ou em grande parte ninguém perdeu a vida por falta de respirador ou leito de UTI. Pode ser que tenha acontecido um caso ou outro. Seria bom você, na ponta da linha, tem um hospital de campanha aí perto de você, um hospital público, arranja uma maneira de entrar e filmar. Muita gente tá fazendo isso, mas mais gente tem que fazer para mostrar se os leitos estão ocupados ou não, se os gastos são compatíveis ou não.", disse Bolsonaro.

O presidente ainda declarou que há dezenas de relatos de mortes por coronavírus de pessoas que já tinham problemas sérios de saúde e a família, até o momento do óbito, não sabia que havia contraído o vírus. "Isso não é uma pessoa ou outra. São dezenas de casos por dia que chegam nesse sentido. Não sei o que acontece. O que querem ganhar com isso. Tem um ganho político, só pode ser isso, aproveitando as pessoas que falecem para ter um ganho político e culpar o governo federal."

O ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta (DEM-MS) chamou de "tragédia" e de "pior dos mundos" a alteração pelo governo federal da forma de divulgação dos dados da pandemia da covid-19. "Me parece que estão querendo fazer uma cirurgia nos números dos protocolos públicos. Não informar significa o Estado ser mais nocivo do que a doença", disse Mandetta, em uma live da faculdade IDP, de Brasília.

Em sua fala, Mandetta também criticou a possibilidade de o país deixar a Organização Mundial de Saúde (OMS).

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Neste sábado, o Ministério da Saúde passou a restringir as informações disponíveis em sua página na internet que mantém sobre informações a respeito da pandemia.

Depois de retirar do ar por um dia, o site covid.saude.gov.br/ exibe agora apenas as informações sobre os casos de pessoas recuperadas da doença, os casos de novas contaminações e os óbitos das últimas 24 horas.

Todas as demais informações históricas da doença no País, dados acumulados, foram omitidas da população brasileira pelo governo do presidente da República, Jair Bolsonaro.

O ex-chefe da pasta da Saúde desferiu uma série de críticas após ser questionado, na live, especificamente, sobre a restrição das informações. Ele classificou como estratégia política com intenção de "esconder números, manipular os números, não deixar notícias ruins" e disse que isso é prejudicial para o cidadão.

"O direito à informação é quase como um direito que ele o cidadão tem para saber como pode se prevenir daquela doença infecciosa, como ele contrai, o que ele pode fazer. O que acontece na sua cidade, nos seus bairros, no serviço público, como está funcionando é uma informação valiosa para que ele possa se portar enquanto cidadão, sabedor dos riscos", disse o ex-ministro.

Noite da ciência

Mandetta criticou diretamente a gestão militar no comando da saúde. O atual ministro da Saúde é o general Eduardo Pazuello e há dezenas de militares na pasta.

"O SUS não foi conquistado. Ele está sendo temporariamente ocupado por pessoas que têm uma excelente formação para o campo militar, mas não têm nenhuma formação para o campo da saúde pública", disse. "Em guerras, militares são muito acostumados a construir bunkers de segredos inacessíveis. Mas, na guerra contra vírus, a informação compõe a primeira linha de defesa do indivíduo", afirmou o ex-ministro, que se disse preocupado que os atuais responsáveis por conduzir a saúde possam estar lá apenas "cumprindo missão". "E se essa missão passa por sonegar informações, colocá-las em horário inacessível, ou rever, torturar os números para que eles confessem verdades que eles entendam que sejam as que melhor se encaixam para o momento, talvez seja isso que a gente vá presenciar, uma grande noite da ciência", afirmou.

Fazendo um paralelo, o ministro disse que o regime militar escondeu informações sobre uma epidemia de meningite em 1975. "É uma tragédia o que a gente está vendo agora, o desmanche da informação", afirmou Mandetta. "Podem os conselhos nacionais de secretários estaduais de Saúde transmitir as informações. É da transmissão de informações que se ganha credibilidade, frisou.

O Tribunal de Contas da União deve discutir a possibilidade de passar a reunir e divulgar as informações das secretarias estaduais de saúde, por proposta do ministro Bruno Dantas.

Genocídio indígena

Mandetta afirmou também que pode estar havendo um genocídio da população indígena, por meio do novo coronavírus. "No caso dos indígenas, que tem um importância internacional muito elevada, tenho certeza que o Supremo vai, em algum momento, se debruçar sobre esse tema, que pode flertar com o genocídio, já que são povos alguns isolados que nunca tiveram e relação e não construíram um arcabouço de anticorpos contra a família do coronavírus", disse.

OMS

Ele criticou também a possibilidade de saída do Brasil da OMS. "Sair da OMS é nos colocar como párias mundiais na saúde, é sair completamente da mesa. É igual a um menino mimado que fala: se eu não posso jogar, vou embora pra minha casa. E ele não sabe que o melhor não é ser dono da bola, o melhor é jogar futebol e, para isso, você precisa de 22", disse o ex-ministro da Saúde.

O Brasil perderia muito no trânsito internacional e no acesso a mecanismos de produção e acesso a vacinas, segundo o ex-ministro. "Não somos uma superpotência para ficar de fora de um grande espaço de discussão como é a OMS, embora ela tenha cometido erros no início da pandemia", disse.

Demitido do Ministério da Saúde por, entre outros motivos, divergir do presidente Jair Bolsonaro quanto ao uso da cloroquina no tratamento do novo coronavírus, Luiz Henrique Mandetta fez uma referência irônica - mas sem citar nomes - sobre o medicamento durante o primeiro painel sobre saúde na Brazil Conference at Harvard & MIT, realizado ontem e transmitido pelo Estadão. "Uma pessoa leiga propor a cloroquina e outro leigo fazer o protocolo que libera o medicamento no mesmo dia é o mais próximo de um estudo duplo-cego que temos no Brasil", afirmou.

O ensaio clínico duplo-cego consiste no desconhecimento tanto do pesquisador como do paciente sobre qual grupo o paciente se encontra durante o estudo. No fim de abril, o Conselho Federal de Medicina (CFM) liberou o medicamento após uma reunião com o presidente no mesmo dia. Apesar de reconhecer que não há ainda comprovação de segurança e eficácia do tratamento, o CFM afirmou na ocasião que a liberação ocorreu por causa da excepcionalidade da pandemia.

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A professora e chefe do departamento de Saúde Global e População de Harvard, Marcia Castro, que também participou do painel, criticou Bolsonaro e o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, por desvalorizarem a ciência. Ela creditou especialmente à falta de liderança o cenário negativo dos dois países. Para ela, o Brasil tinha estrutura "de dar inveja a outros países" para dar uma resposta efetiva à pandemia: o SUS. Mas, por falta de uma boa gestão federal, há "5.570 governanças paralelas, cada uma tentando resolver o problema".

Para Henrique Neves, diretor-geral da Sociedade Beneficente Israelita Brasileira Albert Einstein, que tem contato tanto com o sistema público quanto com o privado, um melhor diálogo entre os dois poderia também ter resultado em uma melhor contenção. "A área pública lotou (com doentes pelo coronavírus) quando a área privada ainda não tinha ocupado um terço do que havia preparado." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), criticou nesta segunda-feira (1°) a decisão da Comissão Ética Pública da Presidência da República que impôs ao ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta um período de quarentena remunerada de seis meses. Para Maia, a deliberação foi "exagerada".

"Mandetta poderia estar ajudando muito mais, não tem nenhuma informação confidencial que ele tenha. Mandetta não está olhando 2022, vejo que ele está preocupado em ajudar", disse Maia em entrevista ao jornalista Tales Faria, do UOL.

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"Hoje eu acho que ele gostaria de estar podendo ajudar muito mais do que está ajudando em razão dessa restrição. Foi exagerada e desnecessária. Me pareceu uma decisão errada", completou o parlamentar sobre Mandetta, que também é do DEM.

Depois de ter se mantido no cargo a pedido do ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta, o secretário Nacional de Vigilância em Saúde do Ministério Wanderson de Oliveira deixou o cargo nesta segunda-feira (25). 

Wanderson era defensor do isolamento social assim como o ex-ministro. No dia 15 de abril, dias antes da saída de Mandetta, o secretário havia entregue seu cargo, mas foi mantido no posto. Com a chegada de Teich, Wanderson seguiu com suas funções.

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Doutor em epidemiologia e especialista em questões sanitárias depois de liderar equipes durante a epidemia de influenza e zika vírus, o ex secretário tinha dentro da pasta função de estrategista e era um dos responsáveis por organizar as ações de combates à covid-19.

O ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta (DEM) fez uma grave denúncia contra o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) nessa quarta-feira (20). O médico afirmou que Bolsonaro tentou obrigá-lo a modificar a bula da cloroquina para que o medicamento fosse usado no tratamento de pacientes com o novo coronavírus. É importante reforçar que a eficácia da substância não tem comprovação científica.

"Me pediram para entrar numa sala e estavam lá um médico anestesista e uma médica imunologista [...] e a ideia que eles tinham era de alterar a bula do medicamento na Anvisa, colocando na bula indicação para Covid", revelou Mandetta em entrevista à Globo News. O ex-ministro da saúde disse que um "decreto" já estava pronto e foi proposto diante de ministros, representantes da Advocacia Geral da União (AGU) e Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa)

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Isolado politicamente e preocupado com o apoio dos empresários, desde o início da pandemia no Brasil, Bolsonaro minimiza as consequências da Covid-19. O proprietário da farmacêutica responsável pela produção da hidroxicloroquina - Apsen - Renato Spallicci é um de seus aliados.

Focado na retomada da economia, o presidente força a reabertura do comércio com a indicação do medicamento, estimula o descumprimento das recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS) ao atacar o isolamento social e convocar manifestações. Ele ainda fez piada no dia que o país atingiu 1.179 óbitos em 24 horas - o recorde de mortes pela doença no Brasil em um dia.

A recusa pela distribuição do remédio culminou nas saídas de Mandetta e do sucessor, Nelson Teich. Com a entrada do atual ministro, general Pazuello, foi aprovado o novo protocolo, que recomenda a hidroxicloroquina em casos leves, mediante assinatura do paciente sobre os riscos do uso, pois a substância pode levar à morte.

Nesta segunda-feira (18), o cientista político Adriano Oliveira analisa em seu podcast a instalação de um processo mais forte de crise dentro do governo de Jair Bolsonaro (sem partido). Ele ressalta que criar crises é o modus operandi desde o começo do mandato do atual presidente da república, em janeiro de 2019. Por trás dessas atribulações, os principais atores são o próprio mandatário máximo da nação ou um dos seus filhos que se alternam neste papel. Oliveira aponta que desde o princípio detalhou os quatro pontos de sustentação do governo federal, que eram o ex-ministro Sérgio Moro, o ministro da economia, Paulo Guedes, os militares e os filhos de Bolsonaro. Porém, Adriano mostra que por conta da agenda ideológica dos filhos, junto com a militância digital deles, este quarto ponto tem sido cada vez mais uma fagulha para acender crises políticas dentro do palácio, ao invés de contribuir para o andamento das ações governamentais. 

Adriano Oliveira comenta que por conta da falta de diálogo e negociação por parte de Bolsonaro, a tão desejada coalizão partidária nunca existiu em seu governo, o que aumenta o atrito com o Congresso e alimenta reiteradas vezes a crise política. Outros problemas apontados são, primeiro: o presidente não permite o protagonismo de seus ministros, o que em um ano e meio já culminou na saída de dois personagens importantes das suas pastas ministeriais, Moro e Mandetta. Em segundo lugar vem o fato de Jair Bolsonaro alimentar as intrigas com instituições através da militância digital dos seus filhos, convocando ou apoiando protestos contra o STF e o Congresso Nacional, o que só faz aumentar o vulto das crises. 

Oliveira detalha ainda que as próximas semanas serão bastante turbulentas para o país, com mais crises políticas, pois a conjuntura atual da investigação sobre a possível interferência de Bolsonaro no comando da Polícia Federal (PF), (que está em curso no Supremo Tribunal Federal (STF) e na Procuradoria Geral da República (PGR)), deflagrada por acusações do ex-ministro Sérgio Moro, poderão abalar ainda mais os alicerces já combalidos do presidente. Para o cientista político a junção da crise sanitária, com a crise econômica mais esse inquérito supracitado, com as declarações dadas ontem por Paulo Marinho, empresário e suplente do Senador Flávio Bolsonaro, a Folha de São Paulo, de que a investigação sobre a prática de "rachadinha" feita pelo Senador, foi encerrada por ordem de Jair Bolsonaro, são elementos que amplificam ainda mais as crises dentro do governo nacional. 

O podcast de Adriano Oliveira tem duas edições, nas segundas e nas sextas-feiras. Além disso, também é apresentado em formato de vídeo, toda terça-feira, a partir das 15h, na fanpage do LeiaJá.

Confira esta análise a seguir:

O ex-ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta (DEM), informou que estudos comprovaram que 33% dos pacientes que usaram cloroquina para tratar o novo coronavírus sofreram arritmia cardíaca. A alteração nas batidas pode causar parada cardíaca e levar à morte. Com a intenção de reabrir o comércio a qualquer custo, a distribuição do medicamento é defendida pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido).

"Esse número assusto, é alto [...] e aí você começa a ter um problema. Se todos os velhinhos tiverem arritmia, vão lotar o CTI, porque tem muito mais casos de arritmia que complicação de Covid. E vou ter que arrumar CTI pra isso, e pode ser que morre muita gente em casa com arritmia", declarou o ex-ministro à Folha de São Paulo nesta segunda-feira (18).

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Com as recusas do próprio Mandetta e do seu sucessor, Nelson Teich - que pediu demissão nessa sexta-feira (15) - o democrata avaliou as intenções do uso da cloroquina em grande escala. "A ideia de dar a cloroquina, na cabeça da classe política do mundo, é que, se tiver um remédio, as pessoas voltam ao trabalho. É uma coisa para tranquilizar, para fazer voltar sem tanto peso na consciência", disse.

Ele destaca que o "último mês foi perdido, sem nenhuma ação positiva por parte do ministério" ao comentar sobre a gestão de Teich. "O natural numa situação dessa é o novo ministro colocar a visão dele e pedir para a equipe executar. Mas o que assistimos foi a demissão de todo o segundo e o terceiro escalão do ministério, sem colocar ninguém no lugar. Isso é o pior dos mundos. O Ministério da Saúde está hoje uma nau sem rumo. Foram 30 dias de um ministério ausente", acrescentou.

O ex-ministro da Saúde do governo Bolsonaro, Luíz Henrique Mandetta (DEM), concedeu uma entrevista à CNN dos Estados Unidos na qual fez críticas à maneira como o presidente brasileiro conduz a crise do novo coronavírus (SARS-CoV-2) no país.

A entrevista foi ao ar pouco antes do Supremo Tribunal Federal (STF) divulgar os exames realizados por Bolsonaro para detecção da Covid-19, que tiveram resultado negativo. Mandetta, portanto, ainda não sabia o resultado dos exames quando declarou que o presidente estava na “viagem do coronavírus”, referindo-se à ida de uma comitiva brasileira aos Estados Unidos.

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"O que eu sei é logo depois que ele fez uma viagem aos EUA, na qual todos eles [a comitiva presidencial] jantaram com o presidente [Donald] Trump e o cara da comunicação [o chefe da Secretaria Especial de Comunicação Social, Fábio Wajngarten] voltou no avião com a doença. Das pessoas que viajaram com ele, 17 testaram positivo até 15 dias depois que ele chegou. Essa viagem foi uma viagem do coronavírus", disse Mandetta.

Nas palavras do ex-ministro, a influência de Donald Trump sobre Bolsonaro é apenas parcial, uma vez que o presidente dos Estados Unidos já voltou atrás em algumas de suas posições contrárias ao isolamento para combater o coronavírus, diante da grande mortalidade registrada no país.

“Infelizmente, ele é um dos poucos líderes mundiais que continua com esse posicionamento que a economia deve voltar a qualquer custo e que a perda de empregos será pior e que as pessoas deveriam se preocupar em como manter a economia ativa", disse Mandetta na conversa com a jornalista Christiane Amanpour. "Então é bem difícil dizer às pessoas que devemos que deixar a doença seguir seu curso natural e não nos expormos. O Trump ao menos voltou atrás", afirmou o ex-ministro da Saúde de Bolsonaro.

Mandetta dirigiu o Ministério da Saúde antes e durante a crise sanitária causada pelo novo coronavírus, mas suas posições em nome do isolamento social contrariavam a vontade do presidente Bolsonaro, que segue defendendo o afrouxamento das medidas de contenção. O confronto direto levou à fritura e demissão do agora ex-ministro, que foi substituído pelo oncologista Nelson Teich.

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