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Mesmo rejeitado por parte dos brasileiros, Jair Bolsonaro (sem partido) se perpetuará – democraticamente - na liderança do poder Executivo. Pelo menos é o que aponta uma pesquisa feita pelo Instituto Paraná Pesquisas, que projetou a vitória do atual presidente em três cenários distintos das eleições de 2022.

Cenário 1- A pesquisa foi feita entre os dias 26 e 29 de abril, após a crise política instalada com as saídas dos ex-ministros Luiz Henrique Mandetta e Sergio Moro. Bolsonaro lidera com 27% dos votos o primeiro cenário, no qual disputaria com o ex-ministro da Justiça, que assume a segunda posição com 18,1%. Abaixo de Fernando Haddad (PT) e Ciro Gomes (PDT), Luciano Huck aparece na quinta posição, com 6%.

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Cenário 2- Em outra projeção, Moro foi retirado da disputa, o que amplia a diferença de Bolsonaro para os demais concorrentes, com 29,1% das intenções de voto. Haddad reassume a segunda posição com 15,4%, seguido por Gomes, com 11,1% dos votos. O ex-ministro da Saúde foi introduzido na disputa, no entanto, perde para Luciano Huck e ficaria na quinta posição, com 6,8%.

Cenário 3- O único concorrente que freia, mas não tira a liderança do atual presidente, é o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Apesar de Bolsonaro assumir a vantagem com 26,3%, o líder petista conquista 23,1% dos votos, o que determina um empate técnico. No entanto, este cenário é improvável, pois o ex-presidente segue inelegível pela Lei da Ficha Limpa. Nesta disputa, Moro corre por fora e fica na terceira posição com 17,5%.

Desempenho da gestão- Mesmo com a política controversa, Jair Bolsonaro (sem partido) consegue manter 30% do eleitorado, o que lhe capacita para o segundo turno da corrida presidencial de 2022. Contudo, se quiser ser reeleito, o presidente tem que melhorar a avaliação do seu governo, que conta com apenas 44% de aprovação, conforme o Instituto Paraná Pesquisas. Outro dado preocupante é que 31,8% dos eleitores consideram sua gestão ótima ou boa.

“É o pior momento do governo em termos de popularidade. Esse um terço que Bolsonaro mantém consolidado é impressionante, mas as pessoas que consideram sua gestão ‘regular’ estão começando a classificá-lo como ‘ruim’ ou ‘péssimo’. As confusões que Bolsonaro está criando têm feito com que ele perca o eleitor neutro. E me parece que ele não está preocupado com isso, mas em governar para manter os 30%”, avaliou o diretor do instituto, Murilo Hidalgo, à Veja.

De acordo com a revista, a pesquisa feita por telefone entre os dias 26 e 29 de abril, com 2.006 eleitores em 182 municípios dos 26 estados e do Distrito Federal. A margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou para menos.

O ex-ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, atacou o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) durante uma live, nesse domingo (26). Ele falou sobre o comportamento de Bolsonaro e sobre sua demissão, resultado de divergências referentes à condução das medidas contra a pandemia. O médico chegou a afirmar que o mandatário "exonerou" a própria ciência.

"Ele resolveu substituir o ministro, não o Luiz Henrique Mandetta, mas acho que ele exonerou ali a ciência, que nós estávamos tentando seguir", disparou. Enquanto ainda não havia sido substituído por Nelson Teich, o ex-ministro disse que os brasileiros não sabiam se deveriam escutá-lo ou dar ouvidos ao presidente.

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"Ele entendeu que as implicações econômicas seriam deletérias, mais duras, para as pessoas do que as implicações de saúde. Aí, ele começou a tomar uma série de atitudes públicas que se chocavam com a maneira como o Ministério da Saúde estava se conduzindo", avaliou Mandetta.

Sem respeitar o isolamento domiciliar, Bolsonaro incentivou manifestações em todo o Brasil e chegou a visitar o subúrbio de Brasília para pressionar a retomada do comércio. Tais atitudes também foram criticadas por Mandetta. "O comportamento do presidente bateu de frente com a ciência, com o SUS e com a vida. Aí, ficou impossível porque eu não podia sair das minhas prerrogativas e ele não podia sair das dele", complementou.

O médico entende que a conquista dos holofotes durante a pandemia também pode ter sido um dos fatores para a sua demissão. "De repente, o Ministério da Saúde estava falando muito. Nós ficamos no ar quase 60 dias e eu acho que isso daí em um determinado momento ficou tudo misturado e ele resolveu ter um ministério mais coadjuvante da Casa Civil", finalizou.

Análise da diretoria de Análise de Políticas Públicas da Fundação Getúlio Vargas (FGV-DAPP) aponta que a saída do ex-juiz federal Sérgio Moro do governo ontem causou repúdio de 70% dos perfis engajados no debate das redes. O levantamento coletou dados no Twitter entre as 11h e as 13h30, logo após o início do pronunciamento do ex-ministro da Justiça.

Entre os mais de 1,2 milhão de tuítes coletados na rede social, 69% eram da base partidária da oposição. Apenas 16% foram publicados pela base partidária da direita. A análise da FGV-DAPP mostrou um racha entre os representantes da direita, divididos entre os que lamentaram a saída de Moro e os que acusaram de agir politicamente.

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Segundo a FGV-DAPP, perfis como @rconstantino, @anapaulavolei, @leandroruschel e @carlazambelli38 afirmaram que a demissão do ex-juiz federal é uma perda no combate à corrupção e um possível erro do governo. Já contas como a de @allantercalivre, @danielpmerj, @realpfigueiredo adotaram uma postura de ataque a Moro e reforçaram a confiança no presidente Jair Bolsonaro.

A análise mostrou que o apoio ao ministro da Justiça nas redes foi ainda maior do que o demonstrado em relação ao ex-ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, demitido por Bolsonaro na semana passada.

O estudo elaborado pela FGV também mostrou que ontem foram identificadas mais de 1,24 milhão de menções no Twitter ao ex-ministro entre 0h e 13h.

As principais hashtags revelam divergências com Bolsonaro nos dois primeiros lugares do debate, aparecem as hashtags em defesa de Moro #bolsonarotraidor e #forabolsonaro. Já, apoiando as ações do presidente, as hashtags mais usadas foram #tchauquerido, em 23,7 mil postagens, no terceiro lugar; e, nas quinta e décima posições, #fechadocombolsonaro e #fechadoscombolsonaro.

Em menos de 10 dias, o primeiro escalão do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) perdeu os dois ministros melhores avaliados pela população: Luiz Henrique Mandetta (Saúde) e Sérgio Moro (Segurança Pública e Justiça). Eles, inclusive, são apontados por pesquisas recentes como mais populares do que o próprio presidente. 

Dados da consultoria Atlas Político, da semana passada, apontaram a atuação de Mandetta com 64% de aprovação e a do  ex-juiz da Lava Jato com 53%. Os dois, segundo a pesquisa, são ainda mais populares do que o próprio Jair Bolsonaro. 

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O levantamento pontua que o desempenho do presidente é reprovado por 58,2% dos entrevistados e aprovado por 37,6%. E a avaliação do governo de Bolsonaro segue a mesma linha: 22,9% consideram ótimo ou bom, 29,5% regular e 42,5% ruim ou péssimo.

Luiz Henrique Mandetta foi demitido do comando da saúde no último dia 16, após rusgas com o presidente diante da condução das ações do Ministério da Saúde para o combate ao novo coronavírus. Agora, Sérgio Moro pediu exoneração do governo após o presidente interferir no comando da Polícia Federal (PF), órgão que, inclusive, investiga ações dos filhos dele.

A atitude coloca em xeque a postura de Bolsonaro quando convicou Moro para administrar a superpasta da Segurança Pública e Justiça. O presidente deu "carta branca" a Moro para gerir a pasta, mas não é isso que vem sendo visto desde que nomes do clã Bolsonaro começaram a ser investigados.

A Polícia Federal apura, por exemplo, um suposto esquema de fake news para atacar autoridades. A investigação, aberta pelo Supremo Tribunal Federal, mira o vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos) e o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL). Segundo o jornal Correio Braziliense dessa quinta, Carlos Bolsonaro é apontado como "mentor" das fake news.

No discurso que anunciou a demissão, Moro fez declarações fortes do que ouviu do presidente e revelou que Jair Bolsonaro disse demonstrar preocupação com inquéritos em andamento no STF. 

O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), disse rechaçar os ataques desferidos contra o Congresso e, em especial, contra o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), nessa quinta-feira (16), pelo presidente Jair Bolsonaro. Segundo Doria, "quem agride a Câmara, agride a democracia. Quem agride o Legislativo, não respeita o processo democrático".

O governador disse, nesta sexta-feira (17), estender a sua solidariedade aos parlamentares que votaram para ampliar o envio recursos aos Estados, ao Senado Federal, seu presidente o senador Davi Alcolumbre (DEM-AP), e ao Poder Judiciário e Supremo Tribunal Federal - que segundo Doria, é "injustamente atacado".

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Nesta quinta-feira, em entrevista à CNN Brasil, Bolsonaro disse que Maia "quase conspirou contra o Brasil", "colocou os governadores contra o presidente" e "queria enfiar a faca no governo federal".

Demitido após semanas de desgaste com o presidente Jair Bolsonaro, Luiz Henrique Mandetta (DEM) participou, nesta sexta-feira (17), da cerimônia de troca de ministro da Saúde, cargo desde ontem ocupado pelo oncologista Nelson Teich.

Mandetta desejou "toda a sabedoria para conduzir nesse nosso País" e fez agradecimentos a Bolsonaro pelo convite em 2018 para integrar o governo.

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Mandetta e Bolsonaro divergiram sobre a estratégia para combate à covid-19. O presidente pede isolamento apenas para idosos e doentes crônicos, além de reabertura de serviços. Já Mandetta sugere postura mais cautelosa e afirma que ainda é necessária quarentena mais ampla.

No discurso, Mandetta citou que o Brasil precisa de autonomia científica, para não ser mais dependente de produtos comprados no exterior, especialmente da China. Ele afirmou que a Fiocruz se revela "necessária à soberania do País".

Mandetta disse ainda que o ministério repassou em 40 dias mais de R$ 6 bilhões para Estados e municípios contra o novo coronavírus. O ex-ministro afirmou também que o os primeiros 180 respiradores feitos pela indústria nacional estão sendo entregues para tratamento da covid-19.

"No mês de maio teremos sistema mais eficaz", disse, ressaltando ainda que o governo fechou parceria com a Opas/OMS para compra de 10 milhões de testes RT-PCR.

Durante o anúncio da demissão do ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta, nessa quinta-feira (16), o semblante abatido e a fala pausada apresentaram uma faceta frágil do presidente da República. O abatimento pode ser um dos efeitos de um mês de queda de braço com o então líder da pasta. No entanto, o discurso lento não é hábito de Jair Bolsonaro (sem partido), o que levantou suspeitas para o uso de um ponto eletrônico. O dispositivo é usado comumente por apresentadores e atores para serem ouvidos e dirigidos durante gravações.

A suposta utilização do equipamento foi alvo de críticas nas redes sociais. Internautas alegaram que Bolsonaro estava apenas repetindo o que lhe era repassado pelo ponto, destacando a falta de autonomia da sua fala e um suposto controle à distância.

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A atriz Tássia Camargo o classificou como “energúmeno”. Além disso, disparou contra o presidente e a colega de profissão e atual secretária da Cultura, Regina Duarte. “Quando vi o pronunciamento deste energúmeno, logo percebi o ponto. A #reginaduarte que usa-o desde menina, esqueceu de ensinar como preencher as pausas longas que este 'ser' deu. CulturaGovBr está tendo grande serventia para este desgoverno. O boi e a vaca #loucos”, publicou em sua conta no Twitter.

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No podcast desta sexta-feira (17), o cientista político Adriano Oliveira faz uma análise dos possíveis cenários que o Brasil pode ter frente ao contexto da pandemia de Covid-19, a demissão de Luiz Henrique Mandetta e o constante embate entre o presidente Bolsonaro (sem partido) contra os governadores, e contra o Congresso Nacional. Para Adriano, há algumas situações que podem acontecer: desde a renúncia do presidente, ou o seu impeachment ou até, uma intervenção militar. 

Durante a sua fala ontem (16), na apresentação do novo ministro da saúde (Nelson Teich), Bolsonaro falou que a população deveria ir às ruas contra os prefeitos e governadores, ferindo assim a quarentena imposta por eles. Segundo o cientista, ações desse tipo mostram que o presidente aposta no caos como estratégia. Nesse sentido, caso os embates continuem e/ou se intensifiquem, poderá haver um golpe como forma de contenção da crise. Por outro lado, caso o presidente fique cada vez mais solitário, (uma vez que, atualmente, praticamente só tem apoio dos militares), haveria um cenário plausível de impeachment, ou até mesmo renúncia de Bolsonaro.

Adriano aponta, entretanto, que tudo dependerá da reação da população brasileira, em como ela agirá frente ao número de casos de contaminados e ao número de mortes: a quem ela culpará? O presidente? Os governadores? Ou o Congresso Nacional? Independente do cenário que possa haver, uma coisa é certa: o país passará por uma séria crise que gerará turbulência econômica, política e social.

O podcast de Adriano Oliveira tem duas edições, nas segundas e nas sextas-feiras. Além disso, também é apresentado em formato de vídeo, toda terça-feira, a partir das 15h, na fanpage do LeiaJá.

Confira mais uma análise a seguir:

Ainda no comando do Ministério da Saúde, Luiz Henrique Mandetta se tornou alvo do núcleo ideológico do governo. Um dossiê foi montado contra o então ministro sob a supervisão do "gabinete do ódio", liderado pelo vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ) que incentiva o presidente Jair Bolsonaro a adotar posições beligerantes nas redes.

A ideia era mostrar que Mandetta cometeu erros na condução do combate ao coronavírus, para que não saísse como "vítima" da crise. A estratégia foi desenhada para desgastar a imagem do agora ex-ministro desde que o confronto entre ele e Bolsonaro aumentou. Para a ala ideológica, a permanência do ministro após a série de atritos com o presidente foi um "tiro no pé", que deve ser debitado na conta dos militares da Esplanada.

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Os bolsonaristas compartilharam o dossiê acusando Mandetta de ser lobista de planos de saúde e de ter defendido "a destruição do SUS". Mandetta foi dirigente de uma operadora de saúde entre 2001 e 2004 em Campo Grande (MS). Deixou o posto para assumir a Secretaria de Saúde daquela cidade. Permaneceu no cargo entre 2005 a 2010.

O mesmo documento afirma ainda que o município teve de devolver à União R$ 14,8 milhões. Mandetta sempre contestou a acusação e não chegou a virar réu. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Embora tenha sido escolhido por causa da insatisfação do presidente Jair Bolsonaro com Luiz Henrique Mandetta, o novo ministro da Saúde, Nelson Teich, afirmou que não julgará a atuação nem as medidas adotadas pelo antecessor. Em entrevista à Record TV na noite desta quinta-feira, 16, disse que agradecerá tudo o que puder aproveitar em sua gestão.

"Não vou comentar sobre o ministro Mandetta. Respeito o ministro Mandetta. É muito difícil julgar uma pessoa depois que aquilo já passou", afirmou. "Uma coisa tem que ficar muito clara: eu não vou julgar o que foi feito antes de eu entrar. Vou julgar o que tenho que fazer daqui para frente. Sou daqui para frente. Vou respeitar o para trás e vou agradecer tudo o que a gente puder aproveitar para o que a gente for fazer daqui pra frente".

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Teich também evitou criticar frontalmente a estratégia de isolamento social amplo para conter o avanço da covid-19 no Brasil. Para o médico, qualquer modalidade de isolamento, ainda que apenas de pessoas de grupos de risco, deve levar em conta uma série de questões complementares. Na avaliação do novo ministro, o debate entre uma e outra estava sendo "superficial".

"O que tenho colocado é que discussões genéricas, tipo o vertical, o horizontal, são muito superficiais. O fundamental seria que você tentasse entender, por exemplo, quantos por cento da população estão infectados, quantos estão imunizados, quanto é a transmissibilidade dessa doença. Se não tem isso, a discussão sobre o tipo de isolamento é mais uma discussão emocional, é uma discussão de opiniões", disse.

Questionado sobre o que mudará de imediato ao ser oficializado ministro, respondeu que ainda precisa se ambientar. "Tenho que entender o que está acontecendo, tenho que entender o que foi feito, entender o que já existe hoje tanto na Saúde quanto fora da Saúde, nos ministérios. A partir daí vou fazer um diagnóstico e a partir daí vou definir políticas e ações", frisou.

Perfil

Nelson Luiz Sperle Teich é médico oncologista, formado em Medicina pela Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ) e especialista em oncologia pelo Instituto Nacional do Câncer. Fundou e presidiu o Grupo Clínicas Oncológicas Integradas (COI) entre 1990 e 2018.

Na campanha de Bolsonaro à Presidência em 2018, atuou como consultor da área da saúde. Chegou a ser cotado ao Ministério da Saúde à época. Atualmente é sócio da Teich Health Care, uma consultoria de serviços médicos.

Na entrevista que marcou sua despedida da pasta, Mandetta definiu o sucessor como um bom pesquisador, embora não conheça o SUS. Teich tem o apoio da classe médica e mantém boa relação com empresários do setor da saúde.

O presidente Jair Bolsonaro disse nesta quarta-feira, 16, em sua transmissão de vídeo ao vivo no Facebook, que a demissão de Luiz Henrique Mandetta do cargo de ministro da Saúde aconteceu porque o agora ex-ministro não demonstrava suficiente preocupação "com a questão do emprego". Bolsonaro referiu-se a si mesmo na terceira pessoa, como "o presidente".

"Tive uma conversa de quase meia hora com o Dr. Mandetta, conversamos bastante sobre a deixada do ministério da Saúde. Agradeci bastante. O ponto que realmente não afinava com a ideia do presidente era a preocupação com a questão, também, do emprego no Brasil", explicou Bolsonaro, tendo ao seu lado o novo ministro da Saúde, Nelson Teich. Segundo Bolsonaro, o ex-ministro tinha um olhar voltado "quase que exclusivamente para a questão da vida, que nós sabemos que é importante, mas sabemos também que o efeito colateral de uma quarentena muito rígida seria levar a economia a um ponto de não poder se recuperar mais".

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Bolsonaro disse que as restrições à mobilidade causadas pela quarentena "também levam à morte. Existe a preocupação com o vírus, mas, por outro lado, devemos cuidar para que o emprego não continue sendo destruído por uma política, no meu entendimento, um tanto quanto rigorosa", argumentou.

Cloroquina

O presidente da República também voltou a citar o tratamento com a cloroquina para os pacientes diagnosticados com a covid-19. De acordo com Bolsonaro, a cloroquina "não é uma imposição" de sua parte, mas sim um tratamento que pode ser eficaz. O ministro Nelson Teich, no entanto, demonstrou mais comedimento do que o presidente ao falar da medicação e defendeu que mais estudos sejam feitos para apurar a eficácia do remédio até que se saiba em quais condições ele pode ser aplicado.

A demissão do ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, levou a bancada do PSOL na Câmara a fazer denúncias à Organização Mundial de Saúde (OMS) e também à Organização das Nações Unidas (ONU). Os parlamentares alegam descontinuidade de gestão em plena pandemia e uma tentativa do presidente Jair Bolsonaro de contrariar as medidas indicadas por autoridades sanitárias nacionais e internacionais no combate e prevenção ao novo coronavírus.

Além disso, os deputados do partido também protocolaram nesta tarde um pedido para que o novo chefe da pasta, Nelson Teich, seja convocado pela Câmara. A bancada quer que ele preste esclarecimentos, por meio de sessão virtual, sobre as circunstâncias de sua nomeação.

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Os presidentes da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), assinaram uma nota conjunta manifestando temor com a saída de Luiz Henrique Mandetta do Ministério da Saúde. Os parlamentares fizeram um apelo para que o novo ministro, Nelson Teich, mantenha uma ação com base técnica no combate ao novo coronavírus.

"O trabalho responsável e dedicado do ministro foi irreparável. A sua saída, para o País como um todo, nesse grave momento, certamente não é positiva e será sentida por todos nós", diz a nota. "A maioria das brasileiras e dos brasileiros espera que o presidente Jair Bolsonaro não tenha demitido Mandetta com o intuito de insistir numa postura que prejudica a necessidade do distanciamento social e estimula um falso conflito entre saúde e economia."

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O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta quinta-feira, 26, que a demissão Mandetta foi um "divórcio consensual". Na nota, Maia e Alcolumbre manifestam expectativa de que Teich dê continuidade ao bom trabalho que vinha sendo desempenhado pelo Ministério da Saúde. "A vida e a saúde dos brasileiros devem ser sempre nossa maior prioridade."

O presidente Jair Bolsonaro afirmou ao chegar no Palácio da Alvorada nesta quinta-feira, 16, que alguns governadores e prefeitos precisam ter humildade em recuar de medidas restritivas impostas por conta da pandemia da covid-19. O presidente é contra o isolamento total de pessoas e ao fechamento de comércios, lojas e shoppings. Ele afirmou que é preciso "enfrentar o vírus e sair de casa".

Questionado sobre a relação com o governador de Goiás, Ronaldo Caiado (DEM), o presidente citou que já havia o encontrado no sábado, 11, durante visita a um hospital de campanha em Águas Lindas (GO).

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"Nem no momento mais ácido das suas críticas eu respondi", disse o presidente. Na visita ao hospital, Bolsonaro foi criticado por causar aglomeração ao cumprimentar populares. "Sou do grupo de risco, a vida é minha e tenho de estar do lado do povo", afirmou.

Bolsonaro citou ainda ter dado um "abraço" no governador, que foi o responsável pela indicação de Luiz Henrique Mandetta ao cargo de ministro da Saúde. A demissão de Mandetta foi anunciada pelo presidente na tarde desta quinta, 16,.

O chefe do Executivo disse ainda ter dado o aval para o ministro da Economia, Paulo Guedes, estender o auxílio emergencial de R$ 600, caso seja necessário. Bolsonaro reforçou também que Guedes continua sendo o seu "Posto Ipiranga".

Após a demissão do ministro da Saúde, Luís Henrique Mandetta, várias cidades do país registraram a ocorrência de fortes panelaços espontâneos na tarde desta quinta-feira (16). Mandetta foi demitido pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) em plena pandemia de Covid-19, após um longo processo de fritura do agora ex-ministro, que defendia o isolamento voluntário de toda a população, contrariando a vontade do presidente de reabrir empresas e isolar apenas pessoas dos grupos de risco.

No Twitter, os vídeos e fotos dos protestos ganham cada vez mais espaço e surgem de diversos lugares. Recife, Londrina, Fortaleza, Belo Horizonte, Brasília, São Paulo e Rio de Janeiro são apenas alguns dos exemplos das cidades onde os internautas relatam a explosão dos panelaços que não estavam previamente marcados.

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--> Após longa fritura, cai ministro da Saúde Mandetta

 

 

Com a demissão de Luiz Henrique Mandetta (DEM), o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) escolheu o médico oncologista Nelson Luiz Sperle Teich para o cargo de ministro da Saúde do Brasil. Teich nasceu no Rio de Janeiro e possui graduação em Medicina pela Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ), além de ter especialização em Oncologia pelo Instituto Nacional do Câncer (INCA), é presidente das Clínicas Oncológicas Integradas S.A e Diretor Executivo da Medinsight. Agora, o futuro ministro terá que usar a sua bagagem profissional para tentar conter os casos de coronavírus no Brasil que, a cada dia, só vem crescendo.

Nelson se reuniu nesta quinta-feira (16), com o presidente Bolsonaro no Palácio do Planalto, antes da demissão de Mandetta. Em 2018, o oncologista atuou como consultor informal na campanha eleitoral do presidente. Na época, Teich chegou a ser cogitado para o cargo, mas acabou sendo 'trocado' por Mandetta.

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Segundo mostra o site Época, o futuro ministro da Saúde chegou a participar do governo Bolsonaro, entre setembro de 2019 e janeiro de 2020, como assessor de Denizar Vianna, que é secretário de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos do Ministério da Saúde.

Nesse momento, Nelson Teich está sendo escolhido por Bolsonaro por ter um grande alinhamento à postura do presidente sobre o enfrentamento ao coronavírus no Brasil, incluindo que o uso da cloroquina comece a ser implementada no país e a implementação de isolamento social que não envolva toda a população.

Apresentação

Teich, em seu discurso de apresentação feito na tarde desta quinta-feira (16), ao lado de Bolsonaro, pontuou que era uma honra ajudar o país e as pessoas. Nelson também pontuou sobre uma questão tão falada por Bolsonaro: queda da economia diante das precauções para combater o novo coronavírus.

"Discutir saúde e economia é muito ruim. Na verdade, essas coisas não competem entre si - elas são completamente complementares. Quando você polariza uma coisa dessas, você começa a tratar como se fosse pessoas versos dinheiro, o bem versos o mal, empregos versos pessoas doentes, e não é nada disso", salienta Teich.

Ainda conforme o futuro ministro, é essencial o desenvolvimento econômico do país para "arrastar" as outras coisas, inclusive a saúde. "Existe uma cooperação nesse sentido. O emprego é necessário, mas quando não aprofunda esse detalhe, se você não tem emprego isso quer dizer que você não tem recurso - esse pouco recurso vai influenciar o quanto se vai investir em saúde", diz.

Agora, o futuro ministro tem que focar em como não deixar que o Sistema Único de Saúde (SUS), entre em colapso. Atualmente já são de 1.924 mortes provocadas pelo vírus, além dos 30.425 mil casos confirmados do Covid-19 - Nelson terá que encontrar uma solução para a melhoria da situação do país onde os números só crescem, e rápido.

 

 

Chegou ao fim a trajetória de Luiz Henrique Mandetta (DEM) no Ministério da Saúde. Nesta quinta-feira (16), o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) criou forças e demitiu o ministro, algo que já era esperado, tendo em vista as desavenças públicas do líder do país contra os posicionamentos de Mandetta, diante do enfrentamento ao novo coronavírus.

Eram duas perspectivas: Bolsonaro defende o fim do isolamento, mantendo apenas as pessoas mais velhas e aquelas portadoras de algumas doenças crônicas em casa; Mandetta determinou o isolamento completo das pessoas, mantendo apenas a circulação daquelas que trabalham em empresas tidas como essenciais.

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Bolsonaro é a favor do uso da cloroquina para combater os casos de coronavírus no Brasil, tendo, inclusive, mencionado a substância durante pronunciamento em cadeia nacional; Mandetta, que é médico, se coloca contra o uso dessa medicação, tendo em vista que não existem estudos aprofundados sobre como é o funcionamento desse remédio no combate ao Covid-19.

A cloroquina, que é usada contra a malária e outras doenças autoimunes, vem sendo testada em todo o mundo para que a comprovação dos efeitos seja confirmada. Jair Bolsonaro chegou a pedir um decreto ao ministro que liberasse o uso da medicação em pacientes com coronavírus no Brasil. O ministro, porém, recusou-se a assinar o documento por falta de embasamento científico e propôs um debate com a sociedades brasileiras de imunologia e anestesia.

Talvez, a gota que fez o balde transbordar foi a entrevista do ministro ao Fantástico, no último domingo (12). Como um recado ao presidente, Mandetta cobrou uma "fala única" sobre o problema para não confundir a população. Essa gota d'água chegou, mas antes Bolsonaro ensaiou a demissão do seu ministro, o que só não aconteceu porque parte de seus defensores e aliados não concordavam com a exoneração de Mandetta, tendo em vista o seu bom desempenho no combate a pandemia no país - o que não foi suficiente dessa vez.

Luiz Henrique Mandetta chegou a admitir ter cometido erro estratégico ao elevar o tom do embate com o presidente Jair Bolsonaro sobre a conduta do governo no enfrentamento ao coronavírus. Toda essa movimentação, ‘disse e não disse’, Bolsonaro chegou a se reunir na última terça-feira (14), com o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM). Essas conversas do presidente com dirigentes e siglas do Centrão estavam mais intensas - o que caracterizava uma movimentação para a saída de Mandetta.

A última coletiva à frente do Ministério Saúde, nesta última quarta-feira (15), já foi feita com um tom de despedida. Foram três meses de enfrentamento ao novo coronavírus com Mandetta no comando. Esta semana, de uma vez só, o alto escalão foi se desfazendo com os dois principais auxiliares - o secretário-executivo João Gabbardo e o secretário de Vigilância e Saúde, Wanderson de Oliveira, abandonando o barco.

Nesta quinta (16), foi o adeus proporcionado pelo presidente. Mesmo os 76% de aprovação de sua gestão, Luiz Henrique Mandetta foi demitido e tem como substituto o oncologista Nelson Teich. "Quero agradecer a oportunidade que me foi dada, de ser gerente do nosso SUS, de pôr de pé o projeto de melhoria da saúde dos brasileiros e de planejar o enfrentamento da pandemia do coronavírus, o grande desafio que o nosso sistema de saúde está por enfrentar", escreveu Luiz Henrique por meio de sua conta no Twitter.

 

Em 16 de abril de 2016, há exatos quatro anos, o então deputado federal pelo DEM, Luiz Henrique Mandetta, postava em seu perfil no Twitter a seguinte frase: “Amanhã é o grande dia! Tchau, querida!”. No domingo (17), em votação no congresso, Dilma Rousseff era destituída do cargo de presidente da República.

Nesta quinta-feira, também 16 de abril, Madetta deixou o comando do Ministério da Saúde do governo Bolsonaro, posto que ocupou desde o início dessa gestão federal. Após a sua demissão, a internet “ressuscitou” o post de 2016, com críticas ao, agora, ex-ministro.

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“Tá vendo como é ruim a injustiça?”; “E exatos 4 anos depois… Nem Eduardo Cunha adivinharia”; “Tchau, querido. Olha a data aí. A volta que a terra plana deu”, “A Terra é redonda e o mundo dá voltas”, foram alguns dos comentários.

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A Câmara teve reação imediata à demissão do Luiz Henrique Mandetta do Ministério da Saúde. Durante a sessão virtual, realizada na tarde desta quinta-feira (16) para votar a ampliação do auxílio emergencial, o presidente da Casa, Rodrigo Maia (DEM-RJ), usou seu microfone para "deixar sua homenagem" ao colega de partido.

"Aproveito, e tenho certeza que falo em nome da maioria da Câmara dos Deputados, no momento em que o ministro Mandetta anuncia que foi demitido pelo presidente da República, a nossa homenagem à sua dedicação, ao seu trabalho, sua competência, sua capacidade", disse Maia no plenário. "Mandetta deixa um legado, uma estrutura para que o Brasil, o governo federal, Estados e os municípios, tenham condições de atender da melhor forma possível a sociedade brasileira", disse.

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O ex-ministro da Agricultura e deputado Neri Geller (PP-MT) disse, em mensagem de texto, que Mandetta conseguiu, "de forma exemplar, construir uma relação de confiança com a sociedade brasileira".

Em nota, o PSDB disse na tarde desta quinta-feira, 16, que a troca de comando no Ministério da Saúde é um movimento temerário do presidente Jair Bolsonaro, no momento em que o País parece estar ingressando na fase na crítica da pandemia.

"O fundamental agora é perseverar nas políticas de distanciamento social, consideradas até o momento as melhores iniciativas identificadas por todo o mundo para enfrentar o novo coronavírus - mesmo que sejam medidas combatidas pelo próprio presidente", diz o partido no texto.

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