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Dezoito estados e o Distrito Federal (DF) não forneceram dados sobre violência contra as mulheres, em descumprimento à Lei Acesso à Informação (LAI). Entre eles, Acre, Paraíba e Santa Catarina negaram completamente o acesso aos seus indicadores estaduais. Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás e DF não responderam aos pedidos de envio dos indicadores.

O mapeamento faz parte de uma parceria entre o Observatório da Mulher contra a Violência do Senado Federal, a empresa social Gênero e Número e o Instituto Avon. Os pedidos de dados de segurança aos estados e ao Distrito Federal foram encaminhados pela Gênero e Número, em meados de 2022.

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Em resposta, Maranhão, Tocantins, Piauí, Rio Grande do Norte, Pernambuco, Alagoas, Bahia, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Paraná, e Rio Grande do Sul enviaram informações insuficientes. Apenas os estados de Roraima, Amapá, Amazonas, Pará, Rondônia, Ceará, São Paulo e Espírito Santo mandaram os dados completos conforme solicitado.

“Como somos do Senado, a gente tem feito um trabalho de procurar os senadores desses estados que ainda não enviaram [os dados] para pedir esse reforço junto aos secretários de Segurança estaduais, para ver se a gente consegue esses dados e dar continuidade ao projeto”, disse a coordenadora do Observatório da Mulher no Senado Federal, Maria Teresa Prado, em entrevista à Agência Brasil.

A reportagem da Agência Brasil entrou em contato com os estados que não apresentaram as informações solicitadas para ouvir seus posicionamentos, mas até a publicação deste conteúdo não recebeu resposta. 

Levantamento

A parceria surgiu da necessidade de unificar, organizar, analisar e monitorar estatísticas públicas nacionais sobre violência contra mulheres. O primeiro caminho da pesquisa foi utilizar a LAI para pedir às unidades federativas dados sobre segurança pública, especialmente, dos registros de ocorrência e feminicídios, e ainda das chamadas para a Polícia Militar.

O projeto partiu do entendimento que, para a pesquisa, era preciso fazer o mapeamento dos dados pelos integrantes da parceria e, assim, garantir “a transparência e a disponibilidade de bases sobre violência contra as mulheres em diferentes setores: saúde, segurança pública, justiça, entre outros”. A intenção era assegurar o cumprimento da lei, que garante acesso aos dados a todos os cidadãos de forma igualitária.

“A gente quer trabalhar a qualidade desses dados gerais de violência contra mulher para que eles sejam melhorados. É nessa linha que a gente quer trabalhar com essa parceria”, pontuou a coordenadora do Observatório da Mulher no Senado Federal.

Segundo a coordenadora de Projetos, Pesquisa e Impacto do Instituto Avon, Beatriz Accioly, por meio dessas informações será possível entender qual o cenário brasileiro em relação à violência contra a mulher:  “O projeto é de criar esse repositório [de dados] que vai estar hospedado em [uma extensão] .gov, ou seja, vai ter uma plataforma oficial ligada ao Senado Federal.”  Beatriz acrescenta que essa consolidação de dados já ocorreu com o DataSUS em relação à saúde da mulher. No entanto, as informações relativas à segurança pública ainda não têm uma plataforma de fácil acesso, destacou.

Padronização De acordo com a coordenadora do Observatório da Mulher, a ideia é trabalhar em cima da conscientização sobre a importância desse levantamento. “A gente sabe que são vários impedimentos, desde a pessoa que preenche o boletim, o fato de ter um formulário único. São várias questões para serem tratadas e [é importante que] isso seja resolvido para que a gente tenha um banco de dados", diz Maria Teresa, acrescentando que além de virem, muitas vezes, incompletos, os dados são organizados de forma diferente em cada estado.

De acordo com os pesquisadores, o trabalho seria mais fácil se as unidades da federação e o Distrito Federal tivessem uma padronização. Maria Teresa lembrou que, em 2021, foi aprovada a lei que criou a Política Nacional de Dados e Informações Relacionadas à Violência contra as Mulheres (PNAINFO), mas ainda precisa de regulamentação para entrar em prática.

“O que é chocante é a gente ver que os dados de feminicídio são altos, mas pensar que existe uma subnotificação muito grande. Se fosse real, ainda seria muito maior”, completou Maria Teresa.  Políticas públicas A coordenadora do observatório espera que, com as medidas anunciadas pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva para garantir mais segurança e direitos das mulheres, as pesquisas evoluam com maior disponibilidade de dados que vão favorecer a elaboração de políticas públicas.

“Tenho muita esperança que sim. Só o fato de ter o Ministério da Mulher e ter as ações anunciadas que perpassam todos os ministérios. Colocar a questão da mulher como questão transversal aos ministérios acho que foi muito importante. Agora cabe a gente cobrar tudo que estava ali. Tudo indica que o tema vai ser priorizado”, afirmou Maria Teresa.  Na visão de Beatriz Accioly, o dado é um instrumento para possibilitar análises, diagnósticos, direcionar recursos e tomar decisões.

“Para isso é que deve ser utilizado, mesmo que não tenha a qualidade que se procura. A gente tem que trabalhar nas duas frentes: buscar a qualidade, a transparência, mas também utilizar os que tem na medida do possível para orientar as políticas públicas”, apontou.

A campanha de Luiz Inácio Lula da Silva à Presidência mapeou sete pontos do projeto de Orçamento de 2023 para usar como munição contra o presidente Jair Bolsonaro (PL), que tenta a reeleição. Além de Bolsonaro não ter garantido o Auxílio Brasil de R$ 600, a campanha do petista vai reforçar que o presidente "entregou" recursos que eram da saúde e da educação para "abastecer" em R$ 19,4 bilhões o chamado orçamento secreto.

Entre os pontos mapeados, também está a queda real das despesas para manutenção e desenvolvimento do ensino. Descontada a inflação, as receitas destinadas para a área ficaram em R$ 81,1 bilhões em 2023, em comparação a R$ 84,6 bilhões neste ano. Já as despesas com ações e serviços públicos de saúde em 2023, previstas no Orçamento em R$ 149,9 bilhões, ficaram menores do que no Orçamento de 2022, de R$ 150,5 bilhões.

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Do total de R$ 19,4 bilhões destinados às emendas do orçamento secreto, R$ 10,4 bilhões são recursos da saúde, R$ 1 bilhão da educação e R$ 1,38 bilhão para o Ministério da Cidadania, responsável pela gestão do Auxílio Brasil.

Em documento preparado por especialistas em Orçamento ligados ao partido para subsidiar a campanha, ao qual o Estadão teve acesso, o item principal é que Bolsonaro não colocou no papel a promessa de elevar de R$ 400 para R$ 600 o valor do Auxílio Brasil, tampouco a correção da tabela do Imposto de Renda. "O próprio governo admite que a última vez que houve a atualização foi no governo Dilma, em 2015", destaca o documento.

Outro item citado é a falta de ganho real (acima da inflação) do salário mínimo, pelo quarto ano seguido. Pelo projeto, o salário mínimo em 2023 será de R$ 1.302, com a correção da inflação medida pelo INPC.

‘FISIOLOGISMO’

Os problemas serão reforçados por Lula na sua campanha e pelos candidatos do partido nas eleições de outubro. "Estão capturando recursos da saúde, da educação e de vários ministérios com base numa lógica de pulverização fisiológica", diz o coordenador do programa de governo, Aloizio Mercadante.

Ele afirma que Lula, se eleito, vai trabalhar para substituir o orçamento secreto por um Orçamento transparente e participativo. Lula tem prometido na campanha que vai repetir o que fez no seu governo e garantir, por exemplo, uma política de aumento real do salário mínimo.

A campanha do ex-presidente, no entanto, não detalhou até agora como fará para encaixar as promessas no Orçamento, caso ele seja eleito. "Se ganharmos, vamos discutir, mais para frente", disse Mercadante. Segundo ele, os problemas são "profundos", com uma "herança fiscal pesada".

O documento do PT indica também que a receita total do governo no projeto está inflada pela previsão irrealista de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de 2,5%,enquanto os analistas do mercado financeiro esperam 0,37%.

 

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Levantamento parcial elaborado por técnicos da prefeitura de Angra dos Reis em 2019 identificou que mais de 14,6 mil imóveis estão em áreas de risco. Entre os bairros mais ameaçados, está Monsuaba (com 501 edificações), o mais afetado pela chuva que atingiu a Costa Verde do Rio nos últimos dias, causando deslizamentos e mortes.

O mapeamento não informa a classificação de risco dos locais (de baixo a muito alto). Segundo o documento, a avaliação foi feita in loco, por meio de vistorias em conjunto com a Defesa Civil.

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Em 2013, o Departamento de Recursos Minerais (DRM-RJ) publicou o Diagnóstico Sobre Risco a Escorregamentos no Estado do Rio, no qual apontava Angra dos Reis, Niterói, Petrópolis, Teresópolis e Nova Friburgo como as cidades com mais setores de risco iminente. Petrópolis, na região serrana, teve a maior tragédia da sua história neste ano, com 234 mortos após um temporal recorde em fevereiro.

"(As regiões têm) Características que apontam para uma possibilidade muito alta de ocorrência de escorregamentos com danos: vertentes íngremes, amplitudes topográficas expressivas, maciços rochosos fraturados, depósitos de tálus e solos residuais dispostos diretamente sobre rocha, combinadas com ocupação urbana densa e vulnerável", aponta o documento do DRM-RJ.

O documento reconhece que desastres não são um risco só quando há eventos extremos. Ele ressalta que há locais com "alta probabilidade de ocorrência de escorregamentos com danos, mesmo num cenário de chuvas não excepcionais, ou seja, chuvas regulares que ocorrem todos os anos, principalmente no verão".

Dificuldade

O Plano de Emergência do Estado, de 2020, admite "grande dificuldade de realocar e remover grandes contingentes populacionais em uma região de topografia acidentada", como a Região Serrana, Costa Verde, Sul Fluminense, entre outras. Isso, continua o documento, é "um dos maiores entraves a qualquer política que vise ou venha a objetivar a prevenção de desastres naturais." Cientistas dizem que eventos climáticos extremos ficarão cada vez mais frequentes com o aquecimento global.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A variante Delta do Sars-CoV2 já é causadora de 86% dos casos de covid-19 no Rio de Janeiro, segundo mapeamento da Rede Corona-Ômica de vigilância genômica do novo coronavírus no Estado. O alastramento dessa nova variedade do vírus foi extremamente veloz. Em junho, os casos de Delta eram apenas 6%. No mês seguinte, saltaram para 48%; agora, são maioria absoluta.

As análises são realizadas pela equipe da pesquisadora Ana Tereza Vasconcelos, do Laboratório Nacional de Computação Científica (LNCC) do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação. A rede de vigilância genômica já processou 3.952 genomas virais, oriundos de 91 municípios. Os pacientes são oriundos dos centros de referência e hospitais em todo o Estado.

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Um estudo publicado na revista científica The Lancet no sábado, 28, apontou que os infectados com a variante Delta do novo coronavírus têm o dobro de risco de serem hospitalizados. A comparação foi feita com pessoas que contraíram a cepa Alpha do vírus, detectada no Reino Unido em novembro passado.

O avanço da Delta tem levado governos locais a optarem pela antecipação da segunda dose da vacina contra a covid-19, o que poderia aumentar a chance de proteção contra a cepa. A presença mais frequente da variante também tem fortalecido debates sobre a aplicação da terceira dose em populações mais vulneráveis, como os idosos. Na quarta-feira passada, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, anunciou a necessidade de aplicação da dose extra.

O Ministério da Saúde lançou uma ferramenta para mapear e aprimorar a formação de profissionais da área da saúde no Brasil. O Sistema de Mapeamento em Educação na Saúde (SIMAPES) é um projeto inédito e vai permitir a coleta, análise e disponibilização de informações sobre educação na área em todo o país.

O sistema será interligado a cinco banco de dados: E-MEC (Sistema eletrônico de acompanhamento dos processos que regulam a educação superior no país), o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (CNES), Contrato Organizativo de Ação Pública de Ensino-Saúde (COAPES) e o E-SUS Atenção Básica. Esses sistemas ajudarão a identificar as demandas e necessidades de cada região, além de possibilitar a observar das estruturas necessária para ampliar ou criar cursos na área da saúde em cada uma delas. 

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Com a nova ferramenta, também será possível investigar a relação entre a oferta de cursos de graduação, técnicos e a estrutura de serviços da saúde, especialmente quanto à oferta de campo de prática e de qualidade; averiguar as necessidades de formação e qualificação dos gestores e profissionais no âmbito do SUS; prover o Ministério da Saúde de informações para a tomada de decisões no âmbito da educação em Saúde.

Acompanhar de perto escolas, professores e estudantes, com visitas frequentes aos centros de ensino; monitorar a aprendizagem dos alunos continuamente e oferecer formação continuada e diversificada aos educadores são algumas das práticas de redes de ensino públicas que se destacam no país por bom desempenho. O estudo Educação que Faz a Diferença, divulgado nesta quinta-feira (25), mapeou 118 redes de ensino municipais com bons resultados no ensino fundamental e que também atingiram critérios mínimos de qualidade na educação infantil.

O estudo foi feito pelo Interdisciplinaridade e Evidências no Debate Educacional (Iede), o Instituto Rui Barbosa (IRB) e os Tribunais de Contas do país com jurisdição na esfera municipal e está disponível na internet. O mapeamento foi realizado em 2019, antes da pandemia do novo coronavírus e da suspensão das aulas presenciais. A Agência Brasil conversou com alguns dos gestores dos municípios reconhecidos para saber como as boas práticas, que já adotavam, ajudam agora em momento de crise mundial.

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“A gente tem um acompanhamento sistematizado, aluno por aluno, turma por turma, escola por escola. E esse acompanhamento é feito pelo coordenador pedagógico de cada escola. Como a gente já vem de um processo muito bem organizado, onde cada um sabe qual o seu papel, não foi difícil começar a fazer as atividades remotas”, diz a secretária de Educação de Licínio de Almeida, na Bahia, Mychely Teles. 

Localizado a 675 quilômetros (km) de Salvador, o município tem 12 de 16 escolas municipais de ensino fundamental na zona rural. Um dos destaques do município, segundo o estudo, é a adoção de um Plano de Ações e Metas, feito com base no desempenho das escolas a cada ano e que serve de referência para o ano seguinte. A cidade conta também com um Núcleo de Atendimento Municipal Especializado, com nutricionista, psicopedagogos e psicólogos, entre outros profissionais.

Com a pandemia, começou a ser implantado a chamada Educação Sem Fronteiras, que oferece aulas online e materiais impressos para aqueles que não conseguem acompanhar as aulas pela internet. Na educação infantil, o material é enviado aos pais e responsáveis, ou aos chamados padrinhos, que são outros entes familiares, vizinhos ou pessoa que ajude na educação das crianças. Não está sendo dado, nessa etapa, nenhum conteúdo novo. A secretária estima que apenas 5% dos alunos não estejam participando das atividades. 

“É uma coisa nova, que chegou de surpresa. A gente começou a ressignificar a prática da escola e dos professores. Procuramos fazer o melhor. O que estamos fazendo é o ideal? Acredito que não, mas é o possível no momento”, diz. 

Equipe unida 

Em Paraíso do Tocantins (TO), a Secretaria de Educação usa até mesmo o transporte escolar para garantir que todos tenham acesso pelo menos ao material impresso. Toda semana, os professores passam novas atividades e as corrigem na semana seguinte. Os pais e responsáveis que não podem buscar o material na escola, tomando os devidos cuidados de proteção para não propagar o vírus, recebem as tarefas em casa.

O material impresso é complementado por videoaulas e por trocas de mensagens por meio de grupos em aplicativos. “Nem todas as famílias têm acesso a essa tecnologia em casa. Fizemos um estudo e detectamos que muitos não têm internet, então distribuímos as tarefas impressas para que ninguém fique sem”, explica, a secretária de Educação do município, Lizete Coelho. 

Paraíso do Tocantins é um município com pouco mais de 50 mil habitantes, localizado a cerca de 70 km da capital do estado, Palmas. Na rede municipal há oito escolas urbanas e três rurais. Segundo o estudo, a desburocratização no contato com a secretaria é um ponto positivo. Os educadores afirmam que a comunicação é fluída e acontece por vários meios, como telefone, aplicativo de mensagens, redes sociais, ofícios formais e pessoalmente. As escolas têm autonomia para adaptar suas práticas pedagógicas e currículo segundo as diretrizes da rede. Embora as médias nas avaliações externas sejam relevantes, a secretária enfatiza que a preocupação maior é com o desenvolvimento do aluno como indivíduo.

Lizete conta que o principal segredo para o bom desempenho das escolas é “a união da equipe. O nosso planejamento é participativo. Não fazemos nada na secretaria sem que escola participe. Todo ano construímos a agenda pedagógica, com meta, ações. Definimos onde estamos e onde queremos chegar”, diz. 

Habilidades de cada professor 

Em Sengés (PR), uma das ações tomadas pela secretaria foi verificar em qual etapa os professores queriam lecionar . “Temos uma equipe boa, mas faltava ver o perfil de cada um. Acertamos o perfil, colocamos na alfabetização ou nas séries maiores de acordo com o perfil dos professores. Demos suporte pedagógico e conseguimos fazer com que os pais participassem mais da vida dos filhos”, diz a secretária de Educação, Rosângela Ferreira. 

Conhecer bem as aptidões dos docentes foi, segundo a secretária, importante no momento da pandemia. “Eu sabia que era um desafio grande, tenho professores que têm habilidade com a mídia e outros que não sabem, por exemplo, como formar um grupo no whatsApp. Eu não podia deixar nenhum aluno sem assistência”, diz. A estratégia foi, então, além das apostilas impressas, disponibilizar aulas gravadas com uma equipe de professores na internet, para que toda a rede pudesse acessar.

“Temos um grupo de estudo por série. Os professores se reúnem e decidem o que é prioridade. Fizemos uma flexibilização no planejamento [para o ano] e vimos o que era prioridade para trabalhar neste momento”, explica. 

Sengés, fora da Região Nordeste, é o município brasileiro que atende alunos de mais baixo nível socioeconômico. A cidade tem oito escolas urbanas e três rurais. O município fica a 272 km da capital, Curitiba. De acordo com o estudo, a rede trabalha com gestão para resultados, com atribuição de notas para cada uma das unidades de ensino e também para os trabalhos da secretaria. Em 2019, uma psicóloga passou a integrar a equipe para auxiliar nas questões mais complexas envolvendo os estudantes e suas famílias.

Avaliações periódicas 

Em Cruz (CE), os estudantes são avaliados constantemente. "Isso é importante porque a gente tem um parâmetro de como estão todas as escolas", afirma o secretário de Educação, Raimundo Motta. "Se eu observo que em uma escola não conseguimos fazer com que as crianças aprendam, a gente chega na escola e tenta saber o por quê. Conversamos com diretores e coordenadores. Com a avaliação, a gente tira uma foto rápida de como está a aprendizagem e tem como fazer intervenção imediata”.

As avaliações seguem em período de distanciamento social e com as aulas presenciais suspensas. Segundo o secretário, 80% dos estudantes têm acesso à internet e estão tendo aulas online. Os demais 20% buscam atividades impressas na escola e têm prazo para devolvê-las aos professores. As avaliações seguem, segundo Motta, medindo o aprendizado. 

Cruz é um município que fica a 242 km de Fortaleza. O estudo destaca as instalações físicas das escolas, que estão acima da média da realidade do interior cearense, além do monitoramento quinzenal da aprendizagem dos estudantes em língua portuguesa e matemática. A rede tem cinco escolas urbanas de ensino fundamental e 20 rurais. 

Educação que Faz a Diferença

O estudo Educação que Faz a Diferença, para identificar as redes de ensino, analisou indicadores como aprendizado dos estudantes em língua portuguesa e matemática, segundo o Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb) 2017, o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) atual e evolução desde 2005 e taxas de aprovação, conforme o Censo Escolar.

As redes reconhecidas buscam garantir a aprendizagem da maioria dos alunos, esforçam-se para reduzir as desigualdades e não deixar ninguém para trás, trabalham para que todos fiquem na escola e apresentam avanços consistentes na aprendizagem dos estudantes ao longo dos anos.

Assuntos relacionados a segurança e economia são os mais debatidos pelos brasileiros no Facebook. No total, 64 milhões de pessoas geraram quase 1 bilhão de interações no mês de abril. Este tipo de mapeamento nunca foi disponibilizado publicamente pela companhia.

Os dados foram apresentados pela empresa em um evento sobre internet e eleições realizado ontem (20), em Brasília. A plataforma mapeia os assuntos discutidos e organiza estes em grandes temas. No monitoramento compartilhado no evento, foram identificados os números de pessoas abordando as questões, o número de interações (curtidas, comentários, compartilhamentos) e o percentual por gênero. Os dados são relativos ao mês de abril.

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Diferentemente de pesquisas de opinião, que baseiam suas análises em uma amostra de alguns milhares de entrevistados, o quadro montado pelo Facebook toma como referência a sua base de usuários, que chegou a 127 milhões de pessoas, mais da metade da população brasileira

De acordo com o levantamento, segurança e economia foram os temas mais populares. O primeiro teve 262,2 milhões de interações promovidas por 32,3 milhões de pessoas. Já questões vinculadas ao universo econômico geraram 165,8 milhões de interações envolvendo 30,4 milhões de pessoas.

No ranking de áreas objeto de maior preocupação, os dois temas são seguidos por educação (119,9 milhões de usuários e 26,7 milhões de pessoas), tecnologia (102 milhões e 19,4 milhões), saúde (96 milhões e 25,9 milhões) e habitação (81,3 milhões e 19,7 mihões).

Na divisão por gênero, o tema de maior preocupação das mulheres foi Saúde (65% to total de pessoas interagindo), seguido de Educação (64%) e Habitação, Economia, Meio Ambiente e Gênero (62%). Já a participação de homens foi maior nas conversas virtuais sobre Indústria (47%), Segurança (43%), Agricultura (41%) e Turismo e Transporte (40%).

O jogador brasileiro gosta de realizar atividades físicas, passar tempo com família e amigos e tem orgulho em jogar. Levantamento feito pela Dell em 11 países revela que o perfil do gamer brasileiro é diferente do estereótipo estabelecido há anos

Estudo mapeou o comportamento de gamers na Austrália, Brasil, Canadá, China, França, Alemanha, Índia, Japão, Nova Zelândia, Reino Unido e Estados Unidos. Ao todo, 5.763 jogadores foram entrevistados no levantamento realizado feito pela consultoria ResearchScape.

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46% dos 580 entrevistados no Brasil disseram fazer atividades físicas regularmente, contra a média de 35% nos outros países participantes da pesquisa. Outros interesses dos gamers brasileiros foram apurados: escutar música (75%), viajar (67%), passar tempo com a família (67%) e amigos (60%).

O brasileiro também se mostrou mais receptivo em relação à média de 21% dos outros países quando o assunto é importar-se com raça, religião, orientação sexual ou política de seus adversários. Neste quesito o país apresentou 14% de entrevistados que consideram as informações citadas relevantes.

O orgulho em ser um gamer também foi constatado ao serem questionados em que aspectos ser um jogador influi no desenvolvimento pessoal. Os entrevistados mencionam que, por serem gamers, são mais divertidos (50%), empolgados (41%) e inteligentes (40%). Além disso, os brasileiros acreditam que os games trazem benefícios ao estímulo do pensamento estratégico (43%), avanço na coordenação motora e da visão (46%) e melhoria no tempo de reação (45%).

53% dos gamers brasileiros começam a jogar antes dos 13 anos de idade. Quando comparado com os Estados Unidos, estamos à frente, já que 41% dos americanos iniciam-se no mundo dos games na mesma faixa de idade. O brasileiro passa entre uma a nove horas semanais jogando, menos tempo do que a média de dez a 19 horas por semana dos americanos.

 

Durante a Operação Arcanjo, no Complexo do Alemão, no Rio, o Exército lançou mão de um arsenal pouco conhecido de ações: desde operações de informações a ações psicológicas, guerra eletrônica cibernética e atividades de contrainteligência. É o que consta de dois trabalhos de militares sobre a operação, ocorrida de 2011 a 2012 no Alemão, durante 583 dias.

A guerra de informações e cibernética contou com ações em redes sociais para desorientar os traficantes de drogas. Para ela, até o Centro de Informações do Exército (CIE) foi mobilizado.

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Seus agentes cuidaram do disque-denúncia, colhendo informações sobre os bandidos e analisando os dados obtidos com as patrulhas. O modelo é descrito pelo major Georgingtown Haullinson Farias e pelo coronel Carlos Alberto de Lima em seus estudos sobre a atuação no Alemão.

Segundo eles, "militares especializados no atendimento a denúncias" permitiram que o serviço fornecesse à área operacional informações precisas e seguras.

O fluxo de informação para o disque-denúncia só começou a cair, segundo o coronel, quando o sexto contingente entrou no Alemão, e já estava sendo anunciada a substituição das Forças Armadas pela polícia.

"No Alemão era uma facção só. Na Maré eram quatro facções e nenhuma delas queria perder espaço. Os chefes saíram, mas deixaram os soldados lá dentro", disse o chefe de operações conjuntas do Ministério da Defesa, general César Augusto Nardi de Souza.

Durante a ocupação, os números de criminalidade caíram no Alemão e na Maré e alguns serviços públicos foram estabelecidos. Pesquisa feita pela ONG Redes da Maré com mil moradores de 18 a 69 anos, e divulgada em 2017, mostrou que, para 73,4% da população da região, a atuação da força de pacificação era ótima, boa ou regular. Só 25,4% desaprovavam a atuação dos militares.

Resistência

Para Edson Diniz, da Redes da Maré, a presença das Forças Armadas deixou um legado pequeno para a comunidade. "A pesquisa mostra que a percepção que ficou do legado foi ruim." Segundo ele, houve uma tensão crescente dos militares com os jovens da Maré. "Esse segmento foi muito afetado pelo Exército."

Segundo Diniz, a presença da tropa trouxe expectativa de que as coisas podiam melhorar. "E quando sai da Maré a um custo altíssimo - R$ 1 milhão por dia -, o legado que deixou foi nada. Hoje a Maré voltou a ter problema com os grupos armados e com a polícia - que voltou a entrar com muita violência." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O mapa das 181 ações de segurança integrada das Forças Armadas mostra que o Rio é onde as tropas mais participaram de ações ligadas à segurança pública, seguido pelo Distrito Federal (um quinto das ações). Ao todo, 41% das operações no Rio se destinaram ao combate ao crime organizado de 1992 até 2017.

Na semana passada, o governo prorrogou por mais um ano o uso dos militares no Rio. Desde 2013, o Comando Militar do Leste (CML), do Exército, com sede no Rio, e a Marinha, registraram 19 bandidos mortos e 81 feridos em ações realizadas no Estado. Houve ainda dois militares mortos - um deles por tiro acidental - e 84 feridos.

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Exército e Marinha registraram ainda a prisão de 1.375 suspeitos nas operações nos Complexos do Alemão e da Maré e na chamada Operação Furacão. Antes disso, só havia registro de feridos nos anos 1990 - 2 feridos em um confronto com manifestantes em um evento e 5 feridos em operações no Rio contra o crime na década de 1990.

Só na Maré, a Marinha registrou 41 ataques armados contra seus homens. Os números são parciais, pois as Forças Armadas não dispõem dos dados de todas as operações. "Perdemos um cabo do 28º Batalhão de Infantaria na Maré. Podia ser mais, pois teve tiro que acertou placa balística. É uma ação que está muito perto da guerra, do bandido para cá. Daqui para lá é que não pode ser (de guerra)", diz o general César Augusto Nardi de Souza, chefe de operações conjuntas do Ministério da Defesa.

No Distrito Federal a proteção de eventos e de autoridades é a principal razão de convocação da tropa. Além de combater a criminalidade (19,3% das ações), os militares foram usados para garantir a segurança de eventos - como a Olimpíada - e encontros de chefes de Estado (23,2%). Greves de policiais - como a atual no Rio Grande do Norte - foram a terceira razão que mais pôs a tropa na rua (14,9%). A garantia das eleições veio a seguir (11%).

Até 2004, ações contra bandidos na fronteira também eram contadas como operação de segurança integrada pelas três Forças. Depois da lei que concedeu a elas o poder de polícia na fronteira, passaram a ser contadas em separado. De 1992 a 2004, ocorreram 19 ações contra o crime nessas regiões (10,4%).

Relevante ainda é o total de oportunidades em que os militares foram chamados para restabelecer a ordem ameaçada por conflitos sociais urbanos e agrários - 12,6%.

Regras

Ao todo, os documentos das três Forças obtidos pelo Estado listam 181 operações de 1992 a 2017. Para ser considerada uma GLO, o deslocamento da tropa deve ter autorização presidencial. Em função das mudanças legais nesses 25 anos, a conta do Ministério da Defesa tem 131 casos, pois exclui as ações na faixa de fronteira e casos em que considera ter ocorrido "apoio logístico", como o uso de blindados da Marinha no Rio.

Além disso, as 14 fases da Operação Furacão são consideradas uma única ação pela Defesa. Caso fossem contadas em separado, a proporção de operações contra o crime no Rio representaria 57% das ações no Estado.

Em vez da ocupação, o modelo de ação atual no Rio prioriza, segundo o general Sérgio José Pereira, chefe da assessoria de relações institucionais do CML, o uso da inteligência em ações pontuais. Para cada ação, a Defesa produz regras de engajamento da tropa. "Elas dizem o que se pode ou não fazer. Posso dizer que toda vez que a integridade física do militar é ameaçada ou para a defesa de terceiros, a legítima defesa é a regra. É diferente da guerra, onde você pode atirar no inimigo", disse Nardi. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O mosquito Aedes aegypti, transmissor de dengue, chikungunya e zika, espalhou-se no Estado de São Paulo a partir de um triângulo formado pelas cidades de Araçatuba, São José do Rio Preto e Ribeirão Preto, na região noroeste do Estado.

Nos anos 1990, essa era a principal área de permanência do mosquito em São Paulo, segundo estudo do Departamento de Geografia da Universidade Estadual Paulista (Unesp) em Presidente Prudente. Em seguida, o mosquito ocupou as áreas urbanas da região metropolitana de Campinas e da Baixada Santista, encontrando condições ideais para sua proliferação.

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O transmissor, no entanto, ainda mantém alta incidência no noroeste do Estado. "É onde o mosquito se sente em casa", diz o pesquisador Rafael de Castro Catão, autor do estudo.

O trabalho, que compõe sua tese de doutorado, indica ainda as regiões onde o mosquito conseguiu menor penetração, como o sul paulista, incluindo o Vale do Ribeira, as cidades das encostas da Mantiqueira, como Bragança Paulista, Atibaia e Campos do Jordão, e a região da Serra do Mar.

As áreas em que o mosquito melhor se adaptou ao ambiente não são, necessariamente, aquelas com maior número de casos das doenças, segundo o pesquisador. Diferentemente do que aconteceu com o vetor, a doença se difundiu por saltos, em que a hierarquia urbana, associada às características ambientais, como temperatura e altitude, orientaram a difusão.

"Cidades de porte maior do interior do Estado, e em áreas com temperatura e altitude favoráveis, receberam a doença antes da sua região de entorno e a espalharam na sua rede mais próxima", explica.

Catão analisou o movimento da dengue, associado à intensidade dos casos, e constatou que o mosquito ocupou primeiro as áreas mais propícias e depois se espalhou para as de maior população rural, mais altas e mais frias, consideradas menos favoráveis para difundir a doença.

O mapeamento começou a ser feito em 1990 com registros dos casos nos centros de saúde, por meio da notificação compulsória, e que são consolidados nos municípios e no Estado.

Foram levados em conta apenas os casos confirmados. "Mapeamos o número de casos por município e, posteriormente, analisamos a taxa de incidência por 100 mil habitantes. Para o Aedes aegypti, usamos dados municipais da Sucen (Superintendência de Controle de Endemias) desde a aparição do mosquito", diz.

Mapeamento

Catão usou técnicas de mapeamento espaço-temporal para entender a direção, velocidade e o processo de difusão do transmissor. "Os mapas possibilitam o cruzamento com mais variáveis, como clima, densidade geográfica, proximidade de rodovias, população urbana, permitindo visualizar padrões espaciais e possíveis respostas no tocante à intensidade e à difusão", diz.

As cidades de Bauru e Marília, no centro-oeste, e as do Vale do Paraíba, apesar de serem de difusão recente do mosquito, apresentam alta incidência, que pode ser explicada tanto pela maior adaptabilidade do vetor quanto pela falta de ações de controle.

A Grande São Paulo, apesar de ter grande número de casos, não registra alta incidência por causa da densidade populacional. Até 2012, último ano analisado, poucos municípios paulistas não tinham o vetor, mas vários ainda não apresentavam a doença por causa das condições menos propícias. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Pesquisadores mapearam, pela primeira vez, os efeitos do vírus zika isolado no Brasil em neurosferas humanas, estruturas celulares que reproduzem o cérebro em formação. O trabalho permitiu identificar mais de 500 genes e proteínas alterados na infecção pelo vírus.

"É uma descoberta importante porque permite que pesquisadores do mundo inteiro entendam com mais profundidade como o zika age e possam encontrar formas de bloqueá-lo. O vírus pode matar a célula de diferentes formas. Mas agora a gente sabe, como num script, o que ele está fazendo. A pesquisa de quem estuda drogas que inibem infecção e replicação viral, se já se sabe qual é o script do vírus, fica muito mais fácil", disse a neurocientista Patrícia Garcês, do Laboratório de Neuroplasticidade da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e do Instituto D’Or de Pesquisa.

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O estudo, que reuniu cientistas da Universidade de Campinas, Instituto Evandro Chagas, Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e Instituto de Biologia da UFRJ, foi publicado pelo jornal científico PeerJ, em sistema de preprint (antes da revisão por colegas).

Os pesquisadores identificaram que o vírus age de diferentes formas. Ele interrompe o ciclo celular, impedindo as células de se dividir e de dar origem aos neurônios. Provoca danos no DNA da célula, que acaba replicando o próprio vírus no organismo. Por fim, o vírus leva as células à morte.

"A célula tem genes e proteínas para dar origem aos neurônios. Mas, como esses genes e proteínas estão desregulados pela ação do zika, isso acaba não acontecendo. O vírus manipula a célula a favor dele e utiliza toda a maquinaria celular para se autorreplicar. Ao perceber esses problemas, a célula inicia um processo de autodestruição", disse ela.

As neuroesferas foram cultivadas com a presença dos vírus. Ao fim de 12 dias, não havia células porque todas entraram no processo de autodestruição. "Acreditamos que esse seja o mecanismo que cause a microcefalia porque essas células são as mães do neurônio. Os bebês com microcefalia quase não têm neurônios", afirmou a pesquisadora.

Para identificar os genes e proteínas afetados pelo vírus, os pesquisadores combinaram duas técnicas sofisticadas: transcriptoma (sequenciamento do RNA, em que é possível observar os genes) e proteômica (análise das proteínas expressadas na célula). Depois, os dados foram comparados com os de neuroesferas não infectadas pelo zika.

Genes que atuam na produção neuronal estavam sub-regulados. Já os genes relacionados ao reparo do DNA ou estavam suprarregulados (esses genes atuam além do que deveriam e acabam levando à morte celular). "Vimos muita proteína relacionada à replicação viral. Talvez seja a primeira coisa que o vírus faça na célula. Ele para tudo o que está acontecendo na célula e começa a replicar o genoma dele."

Conhecer a dinâmica da infecção permitirá aos pesquisadores testar drogas que impeçam a ação do vírus no organismo. A cloroquina, droga já usada para malária, se mostrou promissora. "A cloroquina consegue bloquear a infecção antes do vírus entrar na célula. Também tem ação antiviral depois que o vírus entrou na célula, pois bloqueia a replicação viral. Por enquanto só temos teste em células, é importante salientar isso. Há artigos científicos, com testes em animais, que a cloroquina se mostrou tóxica. Precisamos ampliar os estudos", afirmou.

Duas pesquisas lideradas por cientistas da Universidade de Cambridge, na Inglaterra, e publicadas na segunda-feira (2) fazem a análise mais abrangente já realizada sobre os genes e processos de mutação envolvidos com o câncer de mama. Segundo os autores, ao localizar onde estão os "erros" genéticos ligados a tumores, os resultados ajudam a construir um conhecimento mais completo das bases genéticas da doença.

De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (Inca), depois dos tumores de pele não melanoma, o câncer de mama é o tumor mais frequente nas mulheres brasileiras. As estimativas do Ministério da Saúde no ano passado previam 57,9 mil novos casos da doença em 2016, com um risco estimado de 56 casos a cada 100 mil mulheres.

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Um dos estudos, publicado na revista Nature, analisa as mutações celulares ocorridas em sequências de genomas e relacionadas ao câncer de mama. A outra, publicada na revista Nature Communications, do mesmo grupo, avalia como essas mutações se relacionam com aspectos da estrutura genômica.

No primeiro levantamento, liderado por Michael Stratton, os cientistas analisaram o genoma completo de tecidos normais e de tumorais de 560 pacientes de câncer de mama.

Os autores identificaram mutações em 93 genes que estão relacionados à gênese da doença. Várias das mutações estão associadas com problemas no mecanismo de reparo do DNA e com as funções de dois genes supressores de tumores, segundo os autores do artigo.

De acordo com Stratton, é um "marco" nos estudos sobre câncer. "Há cerca de 20 mil genes no genoma humano. Agora, com uma visão completa sobre o câncer de mama, sabemos que 93 desses genes, se alterados, vão converter uma célula normal da mama em uma célula de câncer de mama. Essa é uma informação muito importante", disse à BBC.

Segundo Stratton, 60% das mutações que levam ao câncer de mama foram encontradas em apenas dez genes. "Vamos oferecer essa lista às universidades e às empresas farmacêuticas e de biotecnologia para que comecem a desenvolver novas drogas, pois esses genes com mutações e suas proteínas podem ser alvo para novas terapias", afirmou.

Assinaturas

No segundo estudo, liderado por Serena Nik-Zainal, os cientistas usaram os mesmos 560 genomas de câncer de mama para identificar mutações específicas que podem servir como "assinaturas" desse tipo de tumor. Essas mutações estão associadas a elementos da arquitetura do genoma e ao momento de replicação de algumas das partes do código genético. "No futuro, gostaríamos de ser capazes de traçar o perfil individual de genomas do câncer, de modo que possamos identificar o tratamento com maior probabilidade de sucesso", afirmou Serena à BBC.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O engenheiro Reinaldo Modesto, de 41 anos, comprou um drone no ano passado para ajudá-lo no mapeamento de terrenos, uma das atribuições da empresa de topografia que administra em Jundiaí, no interior de São Paulo. Mas a aeronave "fugiu". "Por imperícia, eu perdi o drone. Ele voou longe, assim como meu dinheiro. Em questão de segundos, a aeronave subiu 50 metros e nunca mais a vi.", o engenheiro voltou a se interessar pelo equipamento e decidiu investir em um curso teórico e prático sobre drones. "Agora a ideia é montar um e não mais comprar. E espero não perder mais nenhum", diz.

Ainda sem regulamentação e sem uma habilitação oficial determinada pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) sobre quem pode operá-los, os drones estão criando um novo mercado no País: o de aulas de montagem e pilotagem para esse tipo de aeronave. Os cursos levantados pela reportagem custam de R$ 649 a R$ 7 mil, e têm módulos online e práticos, com duração de algumas horas a 1 mês.

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"Os drones estão sendo vendidos em qualquer lugar, na Santa Ifigênia (centro), nas lojas de eletrodomésticos. É muito fácil comprar um, mas é perigoso se a pessoa não tiver recebido treinamento para operá-lo", explica Ernando Bressan, publicitário e dono há três anos da Droneview.TV, que presta serviço de filmagem e mapeamento.

Desde janeiro, ele dá aulas mensais sobre as aeronaves em São Paulo. "As pessoas acham que basta a aula prática, mas essa é a parte mais fácil. Eu falo sobre como ingressar no mercado, as possibilidades em engenharia, cinema, publicidade e, claro, sobre segurança. Tem de preservar a privacidade, respeitar um limite de altura e manter uma distância segura de aeroportos", afirma Bressan.

Estima-se entre 50 mil e 100 mil os veículos do tipo no País, mas não há um levantamento oficial feito pela Anac. A maior preocupação das autoridades - e dos cursos que estão surgindo - é com a segurança. Segundo Emerson Granemann, diretor da empresa de geoprocessamento MundoGEO e idealizador da primeira feira de drones no País, que ocorreu em São Paulo, em outubro, cerca de 20 mil profissionais oferecem hoje trabalho com Veículos Aéreos Não Tripulados (Vants, nome técnico dos drones). No ano que vem, de 3 mil a 5 mil empregos devem ser criados.

Perfil

A escola onde o engenheiro Reinaldo Modesto fez seu curso é a Futuriste Tecnologias, aberta no ano passado em São Paulo. Raquel Molina, diretora executiva, diz que os alunos são, em geral, homens entre 25 e 35 anos - até hoje, somente uma mulher fez a capacitação. "Poucos vêm por hobby, como era no caso de aeromodelismo. Eles querem usar o aprendizado comercialmente", afirma Raquel. Perfis variados têm buscado as aulas - na Droneview.TV, uma das turmas tinha até uma arqueóloga.

O crescimento da demanda na empresa de mapeamento aéreo G-Drones fez o geógrafo George Longhitano lançar a Escola Profissional de Vants, também na capital paulista, cuja primeira turma começará as aulas em fevereiro. "São três módulos que envolvem os conceitos técnicos, pilotagem, planejamento de missões aéreas, mapeamento e processamento de dados", explica Longhitano. "Assim que a Anac regular o uso de drones vamos buscar a certificação para os alunos saírem com 'diploma'", diz.

A agência afirmou em nota que a área técnica está analisando as contribuições da população a respeito das normas sobre drones. A previsão é que a regulamentação seja publicada até a Olimpíada no Rio.

O Ministério da Cultura lançou em dezembro o novo cadastro de bibliotecas públicas e comunitárias do país. Os números atuais indicam que 112 dos 5.570 municípios não contam com espaços públicos de leitura, embora o Brasil disponha de 6.701 bibliotecas públicas já cadastradas e em torno de 3 mil comunitárias.

De acordo com o diretor de Livro, Leitura, Literatura e Bibliotecas do Ministério, Volnei Canônica, o novo cadastro, lançado no evento Território Leitor, que ocorreu no dia 1º de dezembro em Brasília, permitirá colocar os equipamentos em rede para troca de informações e experiências.

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“Agora, vamos começar uma campanha para que todas [as bibliotecas] se autodeclarem e se cadastrem, de modo a iniciarmos o mapeamento e o diálogo. Faremos um mapeamento online para podermos monitorar e a própria comunidade entrar e informar que a biblioteca não está mais aberta'. Queremos, de alguma maneira, fazer uma intervenção, conversar com o gestor público, para saber o que houve, a razão dessa biblioteca não está mais aberta”.

Segundo Canônica, o país não tem bibliotecas em número suficiente para atender a população. Ele destacou que a biblioteca é o principal equipamento cultural que o município deve ter e precisa ser preservado. “É o equipamento cultural que hoje chega ao maior número de pessoas. Não temos tantos museus quanto bibliotecas. Também não temos tantas salas de cinema. Então, cortar recurso para as bibliotecas é realmente cortar o maior e, às vezes, o único equipamento cultural que aquele município dispõe.”

Mesmo com a concentração apontada pelo diretor, o bibliotecário Chico de Paula, integrante do Movimento Abre Biblioteca Rio, informou que o estado do Rio tem o menor número de bibliotecas por habitante do país. “É vergonhoso o segundo estado mais importante do ponto de vista econômico e cultural ter uma biblioteca para cada 110 mil habitantes.”

A superintendente da Leitura e do Conhecimento da Secretaria de Estado de Cultura, Vera Schroeder, explicou que “pouquíssimas” cidades do estado não têm bibliotecas, mas reconheceu que muitas não estão em condições adequadas. “A maioria das cidades tem bibliotecas, mas algumas estão em condições muito precárias, em local inadequado, com alguma infiltração ou algum tipo de problema. Através do Sistema Estadual de Bibliotecas, temos dado um apoio bastante forte.”

Vera acrescentou que a secretaria está finalizando dois convênios com o Ministério da Cultura, um para modernização de 40 bibliotecas dos municípios, com aquisição de computadores, mobiliário e livros, e outro para capacitação de agentes de leitura “que já atuaram em diversas localidades do estado do Rio de Janeiro, visitando famílias e estimulando o hábito da leitura”.

Para Canônica, é preciso investimento e políticas públicas para melhorar a rede e alcançar todas as cidades. “O Ministério da Cultura, que coordena o Sistema Nacional de Bibliotecas Públicas, dá as diretrizes para abertura das bibliotecas, orienta como tem de ser essa abertura, a formação, dialoga com o gestor público. Mas cabe a cada município e a cada estado a estrutura física do local, os funcionários para atuar nessa biblioteca, o bibliotecário”.

Modernização

O diretor de Livro, Leitura, Literatura e Bibliotecas do Minc explicou que a modernização dos equipamentos vai muito além da infraestrutura. Segundo ele, é preciso modernizar também os projetos de incentivo à leitura.

“Um projeto mais arrojado, mais moderno, misturando linguagens para levar novos leitores à biblioteca é um projeto de modernização, assim como a biblioteca ter um espaço para dialogar com a comunidade. Modernização não é só ter equipamentos mais velozes, mais modernos, um software mais dinâmico. A modernização desses equipamentos culturais se dá por um novo olhar, um olhar mais protagonista, mais inaugural para as ações de promoção de leitura.”

Para Vera Schroeder, essa discussão ocorre no mundo todo e a tendência é de não negar o avanço tecnológico, mas incorporá-lo às bibliotecas. “Você tem de lidar com essa realidade, em vez de negá-la, achando que os espaços como bibliotecas não podem ter outras janelas, outras portas e outros contatos, inclusive com o mundo digital. Se fecharmos essas janelas, aí sim vamos impedir e elas não servirão de estímulo ao acesso ao conhecimento e à literatura, que é o objetivo de uma biblioteca.”

Ela acrescentou que as bibliotecas em todo mundo, assim como os museus, têm se repensado enquanto espaço cultural para se tornar cada vez mais 'vivos'. A vida de todos é tocada hoje por essa vastidão de informações que, muitas vezes, não leva a informação nenhuma. Se não tivermos esses espaços como tablets, computadores, jogos, teatro, cinema e artes visuais não conseguiremos chegar a esse universo da literatura.”

Joia da coroa

Primeira biblioteca do país e também a mais antiga instituição cultural brasileira, a Biblioteca Nacional  foi fundada em 1810 como Real Biblioteca, com o acervo trazido pela corte de D. João VI em 1808.

Atualmente, tem acervo de 9 milhões de itens e foi considerada pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) como uma das principais bibliotecas nacionais do mundo.

A Biblioteca Nacional também é responsável pelo depósito legal de toda produção intelectual do país, ou seja, pelo menos uma cópia de todos os livros e periódicos publicados estão sob guarda da instituição.

Por mês, a Biblioteca Nacional recebe cerca de 1,7 mil pesquisadores presenciais, além de 300 atendidos a distância pela Divisão de Informação Documental. Já as exposições recebem 2,2 mil pessoas por mês e a visita orientada mais 2,1 mil. O acervo digital é visitado por 507,9 mil. Cerca de 200 mil seguem a instituição no Facebook e 100 mil no Twitter.

Em obras desde o começo do ano, a sede da instituição, na Cinelândia, centro do Rio, deve ter a restauração da cobertura, claraboias, vitrais e instalações elétricas concluída até o meio do ano. Já a da fachada só será concluída no fim de 2017. O local continua aberto à visitação e atendendo àqueles que desejam consultar o acervo para pesquisa. As informações são da assessoria de imprensa da biblioteca.

O prédio anexo, na zona portuária, atualmente não é aberto à visitação. Ele também será totalmente reformado, mas o projeto ainda está em análise e deve ser concluído em março. Não há previsão para o início da construção, mas a obra deve durar 36 meses.

A Fundação Nacional de Artes (Funarte) firmou uma parceria com a Universidade Federal da Bahia (UFBA) para realização de  estudo que irá traçar o perfil da dança no Brasil. Dentre os objetivos do projeto está a construção de uma rede de pesquisadores na área, que poderão colaborar com a atualização de informações sobre a formação e produção em dança nas capitais brasileiras. 

Serão coletados dados qualitativos e quantitativos de quem atua no setor, contribuindo para a elaboração do diagnostico, com base nos aspectos da dimensão social, econômica e artística na área de dança.

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Para participar da pesquisa, dançarinos, grupos e instituições que atuam no segmento, nas cidades do Recife, Salvador, Fortaleza, Belém, Curitiba, Goiânia, Rio de Janeiro e São Paulo devem preencher o formulário disponível no site oficial.

A primeira etapa do mapeamento será realizada entre os dias 11 de maio e 11 de agosto. Cerca de 54 pessoas estão inseridas no projeto, entre pesquisadores, técnicos e alunos da Universidade de Pernambuco (UPE), Universidade Federal de Pernambuc (UFPE) Universidade Estadual do Paraná (UNESPAR), Universidade Estadual Paulista (UNESP), Universidade Federal do Rio de Janeiro(UFRJ), Universidade Federal do Ceará(UFC), Universidade Federal do Pará (UFPA) e Universidade Federal de Goiás (UFG).

O Google acaba de disponibilizar as belezas do arquipélago de Fernando de Noronha, em Pernambuco, na plataforma Street View. Além de visitar as praias do local, como a Baía do Sancho, considerada uma das mais bonitas do mundo, os internautas podem mergulhar nas águas do Oceano Atlântico para visualizar a fauna marinha da região.

O mapeamento digital, que durou 12 dias, só foi possível graças a uma parceria firmada entre o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), responsável por administrar os parques nacionais, e o Google.

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Nas coletas em terra, a principal ferramenta do Google foi o Trekker, uma mochila equipada com uma supercâmera de 15 lentes. Com ela nas costas, os operadores mapearam quilômetros de trilhas. Já para percorrer as vias urbanas, a equipe precisou se adaptar ao meio de transporte mais popular da Ilha, o buggy.

“O resultado é um lindíssimo conjunto de imagens panorâmicas que revela a usuários de qualquer lugar do mundo as paisagens famosas e os cantinhos remotos de um dos mais bem preservados ecossistemas do Brasil”, afirma o engenheiro do Street View, Tomás Nora.

Confira aqui uma galeria de destaques.

Monitorar e mapear crimes contra os direitos humanos em redes sociais será a tarefa do grupo de trabalho lançado hoje (20) pela Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República. O objetivo, segundo a pasta, é receber e analisar denúncias sobre páginas da internet que promovem o ódio e fazem apologia à violência e à discriminação.

O grupo também será composto por membros da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (Seppir), da Secretaria de Políticas para Mulheres, do Departamento de Polícia Federal, do Ministério Público Federal, da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e do Colégio Nacional dos Defensores Públicos Gerais.

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A ministra da Secretaria de Direitos Humanos, Ideli Salvatti, avaliou como assustador o crescimento dos crimes de ódio no Brasil. Segundo ela, dados da SaferNet Brasil indicam um aumento entre 300% e 600% no registro desse tipo de violação no país entre 2013 e 2014. Para Ideli, a legislação brasileira precisa ser revista quando se trata de crimes cibernéticos.

“O crime virtual desemboca, infelizmente, no crime real”, disse ela, ao citar o caso da dona de casa Fabiane Maria de Jesus, atacada por uma multidão e morta em maio, em Guarujá (SP), depois da publicação de um retrato falado em uma rede social de uma mulher que realizava rituais de magia negra com crianças sequestradas. A dona de casa foi confundida com a mulher do retrato falado.

Em oito anos, segundo o governo, a SaferNet Brasil recebeu e processou 3.417.208 denúncias anônimas envolvendo 527 mil páginas na internet. As demandas foram registradas pela população por meio de hotlines que integram a Central Nacional de Denúncias de Crimes Cibernéticos.

A ministra da Seppir, Luiza Bairros, destacou que o lançamento do grupo de trabalho ocorre no Dia Nacional da Consciência Negra. A ideia, segundo ela, não é criminalizar usuários de redes sociais, mas fazer valer os conceitos de democracia e desenvolvimento inclusivo.

“As desigualdades no Brasil foram muito naturalizadas ao longo do tempo”, disse. “Queremos desenvolver um trabalho bastante incisivo de condenação do preconceito”, completou.

O secretário executivo do Ministério da Justiça, Marivaldo Pereira, avaliou que o grupo de trabalho deve lidar com um tema que se torna cada vez mais presente e que demanda uma atuação cada vez mais efetiva por parte do Estado brasileiro. Ele lembrou que os crimes de ódio nas redes sociais, muitas vezes, causam sofrimento, geram violência e divisão na sociedade. “Não podemos permitir que o que a internet representa hoje para nós seja desvirtuado de modo a causar violência, sofrimento e divisões”, ressaltou.

Além da criação do grupo de trabalho, o governo anunciou uma parceria com a Universidade Federal do Espírito Santo. O Laboratório de Estudos em Imagem e Cibercultura da instituição – referência nacional em pesquisas sobre redes sociais – vai desenvolver um aplicativo para que a Secretaria de Direitos Humanos possa acompanhar a atuação das redes de apologia ao crime e também de redes de defesa dos direitos humanos.

O candidato à presidência da República pelo PSDB, Aécio Neves, chegou bem perto de se tornar o novo gestor do país. Pouco mais de 3 milhões de votos o separaram de Dilma Rousseff (PT), no segundo turno do Pleito. Essa foi quase a mesma quantidade de votos conquistados pela petista em Pernambuco. 

Apesar do tucano desfrutar de cabos eleitorais fortes em Pernambuco, como o governador eleito, Paulo Câmara (PSB), e o prefeito do Recife, Geraldo Julio (PSB), Aécio só conquistou 29,80% da adesão dos eleitores no estado. Em 29 municípios pernambucanos, ele angariou mais de 35% dos votos e na cidade de Taquaritinga do Norte venceu a presidente. Os números alcançaram a marca de 51,52%, o que representa 7.340 dos votos. Curiosamente, a cidade de Taquaritinga do Norte é comandada pelo PSB, tendo como gestor Evilásio Araújo. 

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Há quem defenda que Dilma ganhou graças ao programa do Governo Federal, Bolsa Família, como defende a deputada estadual, Terezinha Nunes (PSDB). Em entrevista concedida a uma rádio local, a deputada afirmou categoricamente que o bolsa família rendeu a vitória ao PT. “Não é preciso fazer nenhuma análise, é só ver o percentual de votos nos Estados dependentes do programa. Isso é claro, claríssimo”, declarou a tucana, ressaltando que a maior parte dos eleitores de Dilma no Nordeste e boa parte de Minas são beneficiárias do bolsa família. “A classe média foi a mais expressiva no voto a Aécio, porque a classe média sabe que o que está aí vai piorar. Sabe que vamos ter aumento de todas as tarifas, que o aumento da gasolina vem muito forte, que Dilma terá dificuldades enormes para resolver o problema econômico”, cravou Terezinha Nunes.

De acordo com o analista político Maurício Romão, o mapa da votação está relacionado a força do apoio nas localidades. “É difícil buscar um padrão de comportamento em Pernambuco. O que retrata um pouco é a importância do PSB no estado, pois conseguiu eleger o novo governador. Em Recife, Aécio conquistou 40% dos votos, reforçando a tese da importância do apoio político”, afirmou Romão. O analista de política ainda avaliou que se a eleição fosse decidida pelas votações nas capitais do Brasil, o PSDB teria saído vitorioso.   

Nas cidades em que Aécio Neves obteve mais de 35%, os votos dos pernambucanos estiveram concentrados no Agreste e Sertão. 42% dos eleitores do tucano são da  região do Agreste, 45% estão na Zona da Mata, outros 7% na Região Metropolitana do Recife, 3% no Sertão e 3% no Arquipélago de Fernando de Noronha.

A Ação Educativa vai lançar, nesta terça-feira (30), o mapeamento “Recursos Educacionais Abertos no Brasil: o campo, os recursos e sua apropriação em sala de aula”. A pesquisa, realizada entre março e agosto deste ano, identificou os principais atores do campo de Recursos Educacionais Abertos (REA) no País. Inscrições devem ser feitas até hoje (29).

O estudo analisou cerca de 22 portais de REA, com o objetivo de mapear as produções existentes e identidicar qual era a missão, quais os tipos de licença adotadas, que etapas e modalidades da educação estão sendo usadas, entre outras atividades. No lançamento, será realizado um debate com a participação de professores da educação básica, acadêmicos, produtores de recursos educacionais digitais, gestores públicos e membros da comunidade Wikimedia.

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O evento será realizado das 19h às 22h. A Ação Educativa fica na rua General Jardim, 660, Vila Buarque, São Paulo. Inscrições devem ser feitas pelo site da organização. Mais informações pelo telefone (11) 3151-2333, nos ramais 170,175 e 185.

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