A bolsa brasileira teve nesta quarta-feira, 30, seu segundo dia consecutivo de alta, recuperando parte das fortes perdas registradas desde o início da greve dos caminhoneiros. Contribuiu para isso o cenário internacional favorável, com alta das commodities e das bolsas de Nova York. Ainda assim, o mercado brasileiro de ações chega ao final de maio contabilizando fortes perdas nas ações e expressiva saída de capital estrangeiro. Apesar da desmobilização da paralisação nas estradas, o mal estar causado pelo movimento grevista ainda não se dissipou, dizem analistas ouvidos pelo Broadcast, serviço de notícias em tempo real do Grupo Estado.
O Índice Bovespa terminou o dia aos 76.753,61 pontos, em alta de 0,90%. Os negócios foram robustos e somaram R$ 20,4 bilhões. Com o resultado do dia, o principal índice de ações da B3 encerrou a semana com queda de 2,72% e o mês de maio com perda de 10,87%. Foi o pior resultado mensal desde setembro de 2014 (-11,70%), quando o mercado vivia a expectativa pela eleição presidencial que levaria Dilma Rousseff e Aécio Neves ao segundo turno.
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"A alta da bolsa foi novamente uma reação natural do mercado, com gestores fazendo ajustes em suas carteiras na virada do mês. Depois do movimento forte de queda, algumas ações voltaram a mostrar algum charme aos olhos dos investidores", disse Ariovaldo Ferreira, gerente de renda variável da Hcommcor.
Os destaques positivos do dia foram as ações de bancos, que mantiveram o Ibovespa no azul até o fechamento. À exceção dos papéis do Bradesco, todos os outros terminaram o dia em alta, com Banco do Brasil ON (+6,52%) na liderança. Segundo Ferreira, os papéis do banco foram impulsionados pelo comunicado do Tesouro Nacional informando que concluiu na terça-feira o programa de venda de ações do BB que estavam no Fundo Soberano do Brasil. Ao longo de todo o programa, foram vendidos 105 milhões de ações, somando R$ 3,6 bilhões.
No acumulado de maio, os bancos sofreram perdas expressivas. Com resultados trimestrais positivos, mas que não chegaram a empolgar os investidores, esses papéis sofreram com a aversão ao risco ao longo das semanas, com temores de delações premiadas e com o risco político. Os papéis do Banco do Brasil caíram 16,77% no mês, os preferenciais de Itaú Unibanco perderam 15,72% e Bradesco ON recuou 18,21%.
As ações da Petrobras, que estiveram no centro das atenções nos últimos dias, sofreram instabilidade no pregão desta quarta, refletindo não apenas os desdobramentos da greve dos caminhoneiros, mas também o início da paralisação de advertência iniciada pelos petroleiros da estatal. Apesar da forte alta dos preços do petróleo no mercado internacional, Petrobras PN teve queda de 1,66%, acumulando perda de 17,23% em maio. Petrobras ON caiu 0,22%, com desvalorização de 9,78% no mês.