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O Twitter anunciou nesta quarta-feira (29) uma iniciativa para ajudar os cientistas a analisar o conteúdo relacionado à pandemia da Covid-19 publicado pelos usuários da rede social, fornecendo acesso a um fluxo específico de dados em tempo real para facilitar a pesquisa sobre a doença.

A rede social disponibilizou aos desenvolvedores e pesquisadores de aplicativos uma ferramenta que "lhes dá acesso às postagens sobre o coronavírus em tempo real", segundo uma mensagem postada no blog da empresa.

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"É um banco de dados que contém dezenas de milhões de tuítes todos os dias e oferece um ponto de vista único sobre a opinião pública mundial em constante evolução, nesta crise sem precedentes", indica o texto.

A utilidade desse banco de dados constantemente atualizado, acessível gratuitamente aos cientistas, é múltipla na luta contra a epidemia: pode ajudar a estudar a propagação da doença, mas também a observar os fenômenos de desinformação ou a forma como as autoridades públicas lidam com o problema, ou mesmo alimentar algoritmos de inteligência artificial.

Essa iniciativa foi elogiada por Vera Jourova, vice-presidente da Comissão Europeia responsável por questões de desinformação.

"Nossa cooperação e nossas conversas regulares com plataformas para combater a desinformação valem a pena", escreveu num comunicado enviado à AFP, lembrando que havia insistido "que os pesquisadores devem ter melhor acesso a dados e ferramentas não pessoais que permitam análise".

Pesquisadores do Instituto Lazzaro Spallanzani, principal referência em doenças infecciosas na Itália, identificaram o coronavírus Sars-CoV-2, causador da Covid-19, nas lágrimas de uma paciente infectada.

O estudo foi publicado na revista acadêmica Annals of Internal Medicine, dos Estados Unidos, e demonstrou que o vírus também é capaz de se replicar na conjuntiva, membrana mucosa que reveste o lado interno da pálpebra e a parte branca do olho.

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Partindo de uma amostra coletada de uma paciente com o Sars-CoV-2 internada no Spallanzani, em Roma, no fim de janeiro, e que também apresentava conjuntivite, os pesquisadores conseguiram isolar o vírus, demonstrando sua capacidade de se replicar fora do sistema respiratório.

"Esse estudo demonstra que os olhos não são apenas uma das portas de entrada para o vírus no organismo, mas também uma potencial fonte de contágio", diz Concetta Castilletti, chefe do departamento de vírus emergentes do laboratório de virologia do Spallanzani.

"Isso exige o uso apropriado de dispositivos de proteção em situações nas quais se pensava estar relativamente seguro em relação ao risco de contágio, como exames oftalmológicos", acrescenta.

A pesquisa ainda demonstrou que as secreções oculares podem conter o Sars-CoV-2 depois que ele não é mais encontrado nas vias respiratórias. No caso da paciente em questão, o novo coronavírus não aparecia em amostras do sistema respiratório após três semanas de internação, mas as lágrimas apresentaram resultado levemente positivo até o 27º dia.

"Essa é mais uma pequena peça que se insere no complicado quebra-cabeça desse vírus", afirma Marta Branca, diretora-geral do Spallanzani. O próximo passo é verificar o quanto o Sars-CoV-2 continua ativo e potencialmente transmissível nas secreções oculares.

Da Ansa

O Google segue estimulando os usuários de seu buscador a procurar informações confiáveis sobre o novo coronavírus. O logo informativo da empresa, chamado de Doodle, deve seguir a semana prestando homenagens aos profissionais de saúde. Nesta segunda-feira (6), a imagem inicial traz um agradecimento a todos os trabalhadores da área médica e comunidade científica. 

Ao clicar no Doodle, o usuário é direcionado a uma série de resultados confiáveis sobre a Covid-19. No resultado da pesquisa há quantidade de casos confirmados, óbitos, casos recuperados, além de informações sobre como se proteger, sintomas, panorama geral e notícias atualizadas sobre a doença. 

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Na página oficial da ferramenta a mensagem do dia diz: “À medida que o COVID-19 continua a impactar comunidades em todo o mundo, as pessoas estão se unindo para ajudar umas às outras agora mais do que nunca. Nas próximas semanas, lançamos uma série Doodle para reconhecer e homenagear muitos dos que estão na linha de frente. À medida que o COVID-19 continua a impactar comunidades em todo o mundo, as pessoas estão se unindo para ajudar umas às outras agora mais do que nunca. Nas próximas semanas, lançamos uma série Doodle para reconhecer e homenagear muitos dos que estão na linha de frente. Hoje, gostaríamos de dizer: A todos os trabalhadores da saúde pública e a pesquisadores da comunidade científica, obrigado”.

Para a terça-feira (7), a mensagem do Doodle passa a ser direcionada a médicos, enfermeiras e trabalhadores de saúde. O Google é uma das empresas que vem utilizando estratégias fortes não apenas para combater a desinformação - uma vez que seu buscador é o mais popular da atualidade, mas também para ajudar o usuário a se entreter durante o período de quarentena. 

Pesquisadores de um hospital especializado em Milão (norte) conseguiram isolar a versão italiana do novo coronavírus, que "circulou despercebido por semanas" na península - afirmam esses especialistas que tentam rastrear a origem da epidemia.

"A epidemia não é nova no país, e o vírus circula despercebido há várias semanas, antes dos primeiros casos confirmados da doença", explicou o professor Massimo Galli, cuja equipe isolou a cepa italiana do vírus, em entrevista ao canal público Rainews 24 nesta sexta-feira (28).

"Esta não é uma descoberta incrível. É normal para um laboratório como o nosso, mas contribuirá para a pesquisa sobre a dinâmica da epidemia na Itália", continuou o professor Galli, diretor do hospital Sacco de Milão, especializado em doenças infecciosas.

Ele disse estar convencido de que o estudo da versão italiana do vírus "ajudará a entender melhor e a conter esta epidemia".

Com 650 pessoas testadas positivas, das quais apenas 303 são consideradas realmente doentes, a Itália é o país da Europa mais afetado pela atual epidemia.

Liderada pela professora de imunologia Claudia Balotta, a equipe de pesquisa do Sacco trabalhou em amostras de três pacientes da "zona vermelha" em torno de Codogno, na Lombardia (região de Milão, ao norte), hospitalizadas entre sexta e sábado.

Codogno (15.000 habitantes) é o local onde a epidemia italiana começou com um doente, chamado paciente 1.

O paciente zero ainda não foi encontrado, mas o paciente 1 é considerado a fonte dos dois focos existentes na Itália: o primeiro, como se afirmou, na Lombardia, e o segundo, em Veneto (nordeste), perto de Pádua.

Esse paciente 1, um executivo de 38 anos da empresa anglo-holandesa Unilever hospitalizado desde 19 de fevereiro, primeiro em Codogno e depois em Pavia, contaminou involuntariamente sua esposa grávida, um amigo e depois frequentadores de um bar de Codogno, seus médicos, a equipe de saúde e pacientes do hospital local e seus parentes.

- "Polêmicas inúteis" -

A Lombardia concentra 403 casos entre as 650 pessoas que testaram positivo na Itália, onde o coronavírus causou, desde a sexta-feira passada, 17 mortes entre idosos e pessoas com patologias graves pré-existentes.

A professora Balotta explicou que "estudar as diferenças entre a cepa italiana e o coronavírus chinês permitirá estabelecer seu percurso na Itália, as relações entre o foco lombardo e o de Veneto e todos os contágios sucessivos".

Galli varreu as "polêmicas inúteis" sobre o fato de a Itália ter realizado muitos testes (mais de 12.000 desde sexta-feira), o que explicaria o aumento exponencial do número de casos - a maioria de pessoas que não estão doentes.

"O aumento no número de casos que vemos dia a dia não corresponde a novas infecções que aparecem da noite para o dia", disse ele, argumentando que essas são, principalmente, infecções antigas de parentes de pessoas já doentes.

Os pesquisadores procuram "testar todas as pessoas que estiveram em contato com pacientes para os quais há informações claras sobre a doença".

É essencial voltar às primeiras versões do vírus, quando ele apareceu na Itália, "para ajudar a conter a epidemia e impedir que ela se espalhe", insistiu.

Segundo a professor Ballotta, "levará semanas para determinar a data exata da chegada dessa cepa na Itália, provavelmente quando a epidemia terminar".

Formar melhor os professores e definir formas de ensinar que sejam mais atraentes aos estudantes são alguns dos principais desafios que o Brasil deve enfrentar para de fato aprender inglês. A partir deste ano, o país começa a implementar, no ensino fundamental, a Base Nacional Comum Curricular, um documento que define o mínimo que todos os estudantes no país têm direito de aprender, e o inglês está previsto nesse documento. 

Aulas de inglês não são novidade nem em escolas públicas, nem em particulares, uma vez que a maioria oferece o idioma, mas um estudo do British Council mostra que apenas 10,3% dos jovens, de 18 a 24 anos, dizem saber inglês. O percentual é menor se consideradas as pessoas mais velhas, com mais de 16 anos, chega a 5,1%. 

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“A gente não pára pra pensar por que não está aprendendo inglês. Então, se a gente quer mudar esse cenário, [precisa se perguntar] o que precisa mudar na maneira como se tem aprendido inglês porque provavelmente nao está funcionando”, diz a gerente sênior de Inglês do British Council Brasil, Cíntia Gonçalves. 

As respostas vêm de vários eixos, de acordo com o estudo do conselho, um deles a formação de professores. “O Brasil tem em torno de 62 mil professores de inglês no ensino fundamental e médio e há grande contingente de professores que não estão habilitados em língua estrangeira ou inglesa”, diz. 

Além disso, aulas muito voltadas para a gramática e aspectos pouco práticos tendem a não ser tão atraentes aos estudantes. “Buscamos nos currículos qual a visão que os estados têm de inglês e língua estrangeira porque isso vai orientar a sala de aula. Vimos que a maior parte dos estados têm uma visão predominantemente ou totalmente voltado para gramática”. Há bons exemplos em todo o país, mas, de acordo com Cintia, ainda é preciso definir um objetivo claro de onde queremos chegar como nação, para que as boas práticas cheguem a todas as escolas. “Antes de falar que precisa melhorar o ensino de inglês, [tem que se definir] onde quer chegar. A partir desses objetivos, traçar metas e ter plano de ação. Isso que o Brasil precisa definir como nação. O que a gente quer com os alunos aprendendo inglês? Para que? Porque é isso que vai pautar o ensino e aprendizado”.

No ensino superior

Ter um boa base de inglês é o que fará com que os brasileiros possam ter maior internacionalização do ensino superior, fazendo com que as pesquisas desenvolvidas no país ganhem uma dimensão global. “Hoje em dia, a informação que circula no mundo acadêmico é produção em inglês. Há demanda por ter acesso à produção corrente, à troca. Entrar no circuito de discussão sobre pesquisa a aprendizagem de inglês é fundamental”, diz a professora da Universidade Federal de Minas Gerais, Maria Lucia Castanheira. 

Maria Lucia é uma das responsáveis pelo estudo Paisagens de língua e letramento em mudança nas universidades brasileiras: o Inglês no desenvolvimento da política e da prática linguística, desenvolvido em parceria com a Universidade de Brasília e a Universidade de Birmingham, no Reino Unido. 

O grupo mostrou que as formas como cada instituição trabalha com o uso de outros idiomas além do português varia. Há disciplinas inteiramente ministradas em outros idiomas, há disciplinas nas quais os estudantes leem textos em idiomas estrangeiros, mas as discussões são feitas em português, entre outras.  

Assim como na fase escolar, quando as políticas públicas têm papel fundamental, os pesquisadores mostram que também as universidades sofrem influência das decisões políticas e dependem de recursos. “Acho que uma das conclusões a que a gente chega, muito clara, é que qualquer coisa que se faça nessa direção de implementar uma política linguística vai requerer recursos, que têm que estar na universidade para fomentar condições de trabalho”.

Universidades estrangeiras

O ensino e a aprendizagem de inglês em diversos países são feitos nas principais universidades do mundo. Uma das formas de ensinar é o chamado inglês como meio de instrução, cuja sigla em inglês é EMI. Trata-se de ensinar não apenas o inglês, mas determinada disciplina ou conteúdo em inglês, como é feito, por exemplo, em escolas bilíngues. 

“No passado, as pessoas colocavam muita ênfase em ensinar a língua, ensinar o inglês e assumiam que o conteúdo viria depois, que uma vez que soubessem a língua, seriam capazes de estudar geografia, matemática, o que fosse, em inglês. Na verdade, esse pode não ser o jeito mais eficiente de olhar para isso. Acho que muitos estudantes, pais e governos perceberam que é mais eficiente e prático ensinar a matéria no inglês. Assim, o estudante ganha o aprendizado, ganha o conteúdo e aprende inglês”, diz o professor associado em Educação de Língua Internacional da Universidade de Bath, no Reino Unido, Trevor Grimshaw. 

Estudos mostram, no entanto, que nem sempre os estudantes conseguem, sem uma base forte na língua estrangeira, absorver todo o conteúdo ensinado.  

“Observamos que os alunos [de universidades de outros países] que têm acesso a aulas de apoio de inglês com propósitos acadêmicos [ou seja, com os jargões de cada área] têm mais sucesso do que aqueles que têm acesso apenas ao conteúdo ensinado em inglês”, diz o   professor associado em linguística aplicada da Universidade de Oxford, Heath Rose.

"A repórter viajou a convite do British Council

Quando o Brasil conquistou a Copa do Mundo de futebol no México em 1970, com Pelé à frente da seleção, em algum lugar no oceano nascia o mero de 159 kg que foi capturado em dezembro na Flórida, um dos mais antigos já capturados. Pesquisadores disseram que estimam que o "mero de Varsóvia", capturado em dezembro no estado americano, tinha 50 anos.

"Esta é a amostra mais antiga coletada em nosso programa de identificação", relatou sexta-feira através do Facebook o Instituto de Pesquisa da Comissão de Conservação de Peixes e Fauna Silvestre da Flórida (FWC).

Os biólogos do Laboratório de Idade e Crescimento da FWC calcularam a idade do peixe analisando o otólito, uma estrutura de cálcio na cabeça do animal com a qual os cientistas podem estimar sua idade.

A FWC acompanhou as informações com a fotografia do Instagram de Jason Boyll, um pescador amador de Siesta Key (sudoeste) que posa ao lado do mero gigante, maior do que ele.

O peixe foi capturado na costa oeste da Flórida em 29 de dezembro, a 182 metros de profundidade, de acordo com a FWC. O mero de Varsóvia pode pesar até 260 kg.

Pesquisadores poderão submeter, entre 6 de janeiro e 9 de março de 2020, propostas para o projeto CNPq-CISB-Saab que concederá sete bolsas de pós-doutorado e três de 'doutorado-sanduíche' na Suécia. Essa iniciativa é do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), em parceria com o Centro de Pesquisa e Inovação Sueco-Brasileiro (CISB) e a empresa Saab AB. 

O projeto está ofertando bolsas para as áreas de Redes de Comunicação, Sistemas Autônomos, Engenharia Aeronáutica, Propulsão, Materiais e Desempenho humano. Os aprovados ainda terão a oportunidade de realizar seus projetos em parceria com a Saab AB nas instituições da Suécia.

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As propostas devem ser submetidas na Plataforma Carlos Chagas, observando as exigências previstas nas normas do CNPq e seguindo o Segundo Cronograma da Chamada CNPq n° 08/2019.

O Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico é um órgão brasileiro ligado ao Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações que incentiva à pesquisa no Brasil, e está em parceria com o grupo privado CISB, Centro de Pesquisa e Inovação Sueco-Brasileiro, que apoia iniciativas de desenvolvimento entre Suécia e Brasil; e a Saab AB, empresa criadora de sistemas de defesa e segurança aeroespacial, localizada na Suécia.

Um grupo de pesquisadores que analisou estatisticamente dezenas de milhares de progressões de acordes em hits clássicos da Billboard dos EUA diz ter descoberto o que torna algumas músicas tão agradáveis. De acordo com os cientistas, a resposta está na combinação certa de incerteza e surpresa.

Vincent Cheung, do Instituto Max Planck de Cognição Humana e Ciência Cerebral, na Alemanha, que liderou o estudo, disse à AFP que os dados podem até ajudar os compositores em suas criações.

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"É fascinante que os humanos possam obter prazer de uma peça de música apenas pela maneira como os sons são ordenados ao longo do tempo", disse.

Os compositores sabem intuitivamente que a expectativa tem um papel importante no prazer que obtemos da música, mas a relação exata permanecia nebulosa.

Em um artigo publicado pela revista Current Biology nesta quinta-feira, Cheung e coautores selecionaram 745 músicas pop clássicas da Billboard dos EUA de 1958 a 1991, incluindo "Ob-La-Di, Ob-La-Da", dos Beatles, "Red red wine", da UB40, e "Knowing me, knowing you", do ABBA.

Eles então usaram um modelo de aprendizado de máquina para quantificar matematicamente o nível de incerteza e surpresa de 80.000 progressões de acordes em relação um ao outro e tocaram uma pequena seleção para cerca de 80 indivíduos conectados a scanners cerebrais de ressonância magnética funcional (fMRI).

Os cientistas descobriram que quando os sujeitos do teste estavam relativamente certos sobre qual acorde esperar em seguida, eles acharam agradável quando foram, em vez disso, surpreendidos.

Por outro lado, quando os indivíduos não tinham certeza do que esperar em seguida, acharam agradável quando os acordes subsequentes não eram surpreendentes.

O prazer musical em si era refletido na amígdala, hipocampo e córtex auditivo do cérebro - regiões associadas ao processamento de emoções, aprendizado e memória, e processamento de sons, respectivamente.

Contrariamente a pesquisas anteriores, a equipe descobriu que o núcleo accumbens - uma região que processa expectativas de recompensa e que se pensava desempenhar um papel no prazer musical - refletia apenas a incerteza.

Cheung explicou que ele e seus colegas decidiram reduzir a música a apenas acordes porque as letras e a melodia poderiam lembrar os ouvintes de associações ligadas às músicas e contaminar o experimento.

Mas, acrescentou, a técnica poderia ser aplicada igualmente para investigar melodias, e ele também está interessado em entender se as descobertas permanecem semelhantes para outros gêneros, como o jazz, e tradições musicais não ocidentais, como as da China e da África.

O estudo se enquadra amplamente no campo relativamente novo da musicologia computacional, que fica na interseção entre ciência e arte.

Então os dados poderiam ajudar a desbloquear a fórmula mágica para escrever músicas?

"É uma característica importante que pode ser explorada, mas não seria a única coisa que pode ser usada para criar uma música pop", disse Cheung.

A equipe descobriu que as três progressões de acordes mais bem avaliadas que tocaram para os participantes do estudo apareceram em "Invisible Touch", da banda inglesa Genesis dos anos 80, no hit de 1968 "Hooked On A Feeling", de BJ Thomas, e no clássico dos Beatles "Ob-La-Di, Ob-La-Da ".

Nesta terça-feira (8), parte do Rio de Janeiro a primeira missão comandada por instituições de pesquisa nordestinas rumo à Antártica. A iniciativa, que ganhou o nome Proantar Nordeste, vai explorar áreas na região para identificar diversos aspectos, das características atmosféricas à biodiversidade existente nas águas.

O projeto é coordenado por programas de pesquisa das universidades federais da Bahia e de Pernambuco, com parcerias com outras instituições, como as universidades federais do Rio Grande do Norte, do Rio de Janeiro e instituições de ensino da Itália, Japão e Estados Unidos. No total, 10 pesquisadores farão parte da missão.

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Serão duas campanhas, ou “pernadas”, como investigadores do tema chamam. A primeira irá do Rio de Janeiro até Punta Arenas, no Sul do Chile. A segunda partirá da cidade chilena até a Antártica no início de novembro. A perspectiva é que a missão retorne no fim do mês que vem.

Segundo o coordenador do projeto, professor Moacyr de Araújo Filho, da UFPE, as áreas que serão estudadas são marcadas por redemoinhos fortes, com propriedades “diferenciadas”. “Uma das propriedades é a biodiversidade maior nesses grandes vórtices. Esta biodiversidade faz com que essas regiões se tornem oásis de biodiversidade no oceano”, explica o acadêmico.

O intuito é compreender porque a área, denominada “região de Confluência Brasil-Malvinas” (CBM), é formada por essa riqueza de biodiversidade. Para isso, pretende analisar diversos aspectos dessa área, como propriedades físicas, químicas, biológicas e atmosféricas nos locais objeto da investigação.

Tais estruturas, acrescenta Araújo Filho, interferem no balanço da troca de gás carbônico e de calor entre oceano e atmosfera, além de impactar no transporte de espécies de um oceano para outro. “Temos uma relação direta entre a missão e mudanças do clima, além da importância da pesquisa sobre a riqueza da biodiversidade dos oceanos”, complementa o coordenador do projeto.

Mais de 80 mil pesquisadores do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) ficarão sem auxílio, caso o órgão não consiga sanar um déficit de R$ 330 milhões no orçamento. O rombo ns contas foi divulgado desde o início de 2019, mas ainda não foi resolvido. O dinheiro findará nas próximas semanas. Os valores recebidos pelos bolsistas variam entre R$ 400 e R$ 1,5 mil. 

Segundo informações divulgadas pelo Jornal da USP, o CNPq somente terá verba para arcar com as despesas de bolsistas até o mês de agosto. A partir de setembro em diante, o órgão não terá dinheiro para custeio. No início da tarde desta quinta-feira (15), o CNPq divulgou uma nota informando a suspensão de indicação de novos bolsistas.

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Segundo o Conselho, não haverá recuperação do orçamento total em 2019. "Dessa forma, estamos tomando as medidas necessárias para minimizar as consequências desta restrição", explicou a agência, na nota.

Um grupo de pesquisadores identificou um anticorpo capaz de neutralizar três cepas do vírus ebola que afeta os humanos, uma importante descoberta na busca de uma vacina universal para essa doença, muitas vezes fatal, segundo um estudo publicado nesta segunda-feira (4).

Os anticorpos foram encontrados em um sobrevivente da pior epidemia de ebola até agora, que deixou mais de 11 mil mortos no oeste da África entre 2013 e 2016.

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Durante essa epidemia uma vacina experimental foi desenvolvida. Em 2015, um importante teste realizado pela OMS na Guiné demonstrou que era muito protetora, mas apenas contra um dos surtos do vírus.

A mesma vacina está agora sendo usada em uma campanha de vacinação na República Democrática do Congo (RDC), país afetado por uma nova epidemia que já deixou pelo menos 500 mortos.

O anticorpo, descoberto por pesquisadores dos Estados Unidos, pode permitir ir além e desenvolver uma vacina eficaz contra as três cepas do vírus ebola que afetam os seres humanos, segundo um artigo da revista Nature Structural and Molecular Biology.

Existem outras duas cepas, mas que só transmitem a doença aos primatas não humanos.

De acordo com Kartik Chandran, professor de Imunologia na Albert Einstein College of Medicine, em Nova York, sua equipe conseguiu identificar o "calcanhar de Aquiles" do vírus.

Ao analisar esse anticorpo, que já era conhecido por neutralizar duas cepas do vírus, os pesquisadores conseguiram demonstrar que também poderia superar as defesas da terceira cepa do vírus.

O vírus ebola é transmitido pelo contato com os fluidos corporais de pessoas doentes ou recém-falecidas.

O vírus causa febre alta e hemorragia, e é mortal entre 30% e 90% dos casos, dependendo da epidemia e do tipo de vírus.

O porta-voz da Presidência da República, Otávio do Rêgo Barros, anunciou nessa segunda-feira (18) que o Ministério da Saúde acompanhará por 20 anos os profissionais, que atuaram no resgate das vítimas do rompimento da barragem da Mina Córrego do Feijão, em Brumadinho, nos arredores de Belo Horizonte (MG) desde o último dia 25. 

Rêgo Barros afirmou que cerca de mil profissionais serão monitorados entre bombeiros, agentes da Força Nacional de Segurança, Defesa Civil e do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais (Ibama).

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Segundo o porta-voz, pesquisadores da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), do Instituto Evandro Chagas, das universidades federais de Minas Gerais (UFMG) e Rio de Janeiro (UFRJ), além da organização internacional Médicos Sem Fronteiras vão participar desse acompanhamento.

Barragens

Rêgo Barros reiterou que o governo federal atendeu a recomendação da Agência Nacional de Mineiração (ANM) e determinou a extinção das barragens do tipo “a montante”. A resolução foi publicada nessa segunda no Diário Oficial da União.

As barragens desse tipo devem ser extintas ou remodeladas até 2023. Já aquelas que já estão desativadas devem ser eliminadas até 15 de agosto de 2021.

A barragem que se rompeu em Brumadinho é do tipo a montante. Há 84 barragens desta modalidade em funcionamento no país, das quais 43 são classificadas de “alto dano potencial”: quando há risco de rompimento com ameaça a vidas e prejuízos econômicos e ambientais.

No período dos anos de 1970 a 1990, modelo “a montante” era a opção. Porém, a agência listou um “histórico de acidentes recentes em barragens de mineração”: Herculano Mineração, Samarco Mineração, Mont Polley (Canadá) e Vale S.A.

Em Paris, capital da França, foi lançada a iniciativa Solidarité France Brésil, Solidariedade França Brasil, em tradução livre. A rede internacional de solidariedade visa ajudar brasileiros que se sentem ameaçados pelo governo do presidente Jair Bolsonaro (PSL). Estudiosos, historiadores, jornalistas e pesquisadores brasileiros e franceses participaram do lançamento.

O lançamento aconteceu, na última sexta-feira (18), no anfiteatro do Instituto de Altos Estudos da América Latina (IHEAL). A ideia é ajudar estudantes e profissionais brasileiros que se sintam ameaçados por decisões ou atos do governo brasileiro atual. O público-alvo são estudantes que podem perder bolsas de estudo por "critérios ideológicos", membros da comunidade LGBT, pesquisadores e ativistas quilombolas, do movimento negro, jornalistas, feministas e outros.

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Segundo a Folha de São Paulo, entre os primeiros passos para a rede de solidariedade ajudar os brasileiros está combater a decisão recente do governo francês de aumentar em quase 1.500% a taxa de inscrição de cursos de pós-graduação para estudantes não europeus, em universidades da França.

Uma outra modalidade da rede, conforme publicado pela Folha, será a criação de um canal no YouTube para comentar notícias brasileiras, um tipo de mídia acessível ao grande público para continuar a mobilizar a opinião na França e em outros países da Europa.

Várias entidades internacionais estão sendo contactadas pelo grupo e o foco LGBT também é discussão. Ajudar os Gays, as Lésbicas, os Trans e outros grupos vulneráveis, será o trabalho da rede, no sentido de criar pontes entre o que estas pessoas fazem no Brasil e possíveis campos de estudo e trabalho na França.

A historiadora Juliette Dumond revelou à Folha de São Paulo que um dos papéis da iniciativa internacional será alertar toda a rede de contatos na França para ajudar colegas brasileiros em dificuldades. Juliette afirma que os pesquisadores, jornalistas, professores, cientistas políticos e pertencentes aos grupos vulneráveis do Brasil que se interessarem pelo asilo político podem entrar em contato através do e-mail solidarite.bresil.2019@gmail.com.

A IBM Research criou um pequeno sensor de unha projetado para ajudar os médicos a detectar e monitorar doenças e distúrbios de movimento por meio da análise da força de preensão. O dispositivo vestível pode ser usado para medir o esforço necessário para conduzir atividades cotidianas, como escovar os dentes, girar uma chave ou abrir um frasco.

Segundo a IBM, o dispositivo sem fio mede continuamente como a unha de uma pessoa se dobra e se move, o que é um indicador importante da força de preensão. O aprendizado de máquina então identifica padrões, movimentos, tremores e outros sintomas para fornecer informações reveladoras sobre um amplo conjunto de problemas de saúde.

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Os médicos podem, por exemplo, medir a progressão do Mal de Parkinson e habilidades cognitivas em esquizofrênicos ou manter o controle sobre a saúde do coração de uma pessoa.

O projeto começou como uma tentativa de mensurar o estado de medicação de pessoas com Mal de Parkinson, mas agora os pesquisadores encontraram um uso mais amplo para a o dispositivo. O sensor está apenas em estágio de protótipo, mas a esperança é que um dia ele seja usado para ajudar os médicos a monitorar as condições dos pacientes em seus ambientes naturais.

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Nos últimos três anos, o mundo da ciência entrou no cotidiano e na casa das mães de bebês que nasceram com a Síndrome Congênita do Zika. A epidemia mobilizou recursos e estudiosos, que realizaram uma infinidade de pesquisas e estudos para entender a doença ainda desconhecida.

Enquanto a academia, de uma forma geral, se dedicou inicialmente às questões relacionadas à epidemiologia, algumas pesquisas focaram suas análises no aspecto social da epidemia. A professora Soraya Fleischer, do Departamento de Antropologia da Universidade de Brasília (UnB), que coordena um trabalho de acompanhamento da rotina dessas mulheres, ressalta que foi colhido muito material genético das crianças desde o início do surto.

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 “Os cientistas precisaram do material biológico dessas crianças, dessas mães e dos seus companheiros. Então, muito sangue, unha, pedaço de cabelo, pele, saliva, urina, tudo foi muito coletado para alimentar a máquina científica. E essas mulheres submeteram seus filhos a muita pesquisa biológica, de bancada, muita coisa experimental pra saber se resultava em alguma coisa, se conseguiam avançar e entender melhor o fenômeno.”

A professora ouviu queixas das mulheres a respeito da falta de explicações imediatas e dos resultados das pesquisas. A ausência de respostas e de diagnósticos precisos dificultou a comprovação da associação entre o vírus e a deficiência das crianças, e muitas delas foram impedidas de pleitear benefícios e direitos.

“Nessa relação muito nova que elas tiveram com a ciência, por um lado abriu portas, elas tiveram acesso a acompanhamento médico, a exames, por outro lado criou uma desconfiança e uma decepção muito grande com a ciência. E agora elas estão num momento de rebelião, refratárias, negando a relação com a ciência, elas não querem mais participar de nenhuma pesquisa.”

Incertezas

O Instituto Ageu Magalhães, vinculado à Fundação Oswaldo Cruz, em Pernambuco, coordenou uma pesquisa em parceria com a London School e o Instituto Fernando Figueira, do Rio de Janeiro, em busca da identificação do impacto humano da epidemia sobre as famílias.

Por meio de entrevistas e questionários aplicados a mais de 480 pessoas, entre mães, cuidadores, mulheres grávidas, profissionais de saúde (ginecologistas, obstetras, neurologistas, oftalmologistas, fisioterapeutas), os pesquisadores buscaram fazer um inventário sobre a qualidade de vida daqueles que cuidam das crianças e analisar também a saúde reprodutiva das mulheres.

Os resultados completos da pesquisa serão apresentados às mães no próximo dia 30 de novembro, em um seminário que será realizado no Instituto Ageu Magalhães. A instituição também faz paralelamente um estudo para verificar quantas pessoas tiveram zika, dengue e chicungunya.

A doutora em saúde pública e integrante do Departamento de Saúde Coletiva da Fiocruz em Pernambuco, Tereza Lyra, conta que uma das questões que chamam a atenção no estudo é o ônus emocional e financeiro que recaiu sobre as mulheres, que em sua maioria vivem em contextos de maior vulnerabilidade social e bairros precários, com problemas de saneamento ambiental.

“Essas mulheres têm gastos enormes, pois além dos deslocamentos, a alimentação dessas crianças é caríssima, muitas são alimentadas por sonda, então, há produtos que são de alto custo. “Foram as mulheres que tiveram que abandonar seus empregos para poder criar e cuidar das crianças. Isso significou uma queda da renda familiar. Por outro lado, o Benefício de Prestação Continuada (BPC) só é cedido para famílias em condições de miserabilidade.”

Benefícios

Para receber o benefício, é necessário que o total da renda do portador da deficiência e sua família seja menor que um quarto do salário mínimo vigente. Considerando o salário mínimo atual, que é de R$ 954, a família não deve receber mais do que R$ 238,50 para ter direito ao BPC.

Segundo o Ministério de Desenvolvimento Social, 2,8 mil crianças com microcefalia receberam o BPC entre novembro de 2015 e agosto de 2018. A pasta informou à Agência Brasil que os números referentes aos meses de setembro e outubro de 2018 ainda estão sendo consolidados.

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Pesquisadores americanos equipados com câmeras de vídeo de alta velocidade revelaram o segredo da limpeza dos gatos. Está tudo na língua - mas não do jeito que eles imaginavam.

A língua de um gato contém 300 pequenos espinhos em forma de concha, chamados papilas filiformes, que eles umedecem com saliva para limpar o pelo, segundo um artigo publicado nesta segunda-feira (19) na revista Proceedings of the National Academy of Sciences.

Até agora, o consenso científico sobre o assunto era que essas papilas eram em forma de cone, quase como pequenas garras. Mas na realidade essas estruturas, feitas de queratina, terminam em cavidades em forma de U nas pontas, absorvendo a saliva da boca e transferindo-a para o pelo e a pele.

"Parece um tubo cortado pela metade", disse a coautora Alexis Noel, pesquisadora do Georgia Tech Research Institute. As papilas "atuam como um canudo: quando é colocado em um líquido, este sobe dentro desta pequena cavidade".

"Quando o gato se lambe, consegue atrair estes fluidos para as pontas e fazer com que penetrem profundamente no pelo", diz Noel, pesquisadora de engenharia mecânica. Os gatos passam cerca de um quarto das suas vidas se limpando, e cerca de 14 horas por dia dormindo, lembram os pesquisadores no artigo.

A manutenção do pelo ajuda a remover pulgas, detritos e a aliviar o excesso de calor. O pelo do gato consiste em uma camada exterior para proteção e uma interior para aquecimento. Seis tipos diferentes de felinos foram estudados, incluindo gatos domésticos, tigres e leões.

Os pesquisadores também dissecaram as línguas de gatos mortos e filmaram em alta velocidade as línguas dos gatos domésticos em ação. Pesquisadores dizem que aplicações práticas desta descoberta podem incluir escovas de cabelo futuristas para humanos modeladas a partir da língua felina.

Também poderia haver usos industriais. "Isso poderia ser muito útil para a tecnologia de limpeza de carpetes, de modo a distribuir o fluido de limpeza profundamente nas fibras", disse Noel.

Um estudo recente de três pesquisadores da Universidade de Brasília (UnB) evidenciou o desconhecimento de médicos heterossexuais quanto à homossexualidade. Visando identificar percepções equivocadas que podem prejudicar o atendimento de pacientes, Renata Corrêa-Ribeiro, Fabio Iglesias e Einstein Francisco Camargos questionaram 224 profissionais atuantes no Distrito Federal, a partir de um roteiro de perguntas formuladas por estudiosos norte-americanos.

Ao final do experimento, constatou-se que os participantes acertaram, em média, apenas 11,8 dos itens (65,5% das 18 respostas dadas). Alguns deles atingiram somente dois acertos.

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O número de erros foi maior entre católicos e evangélicos, que indicaram 11,43 alternativas corretas, em média. A pontuação dos médicos que informaram ter outras religiões ou nenhuma foi de 12,42 acertos.

Os participantes tinham, em média, 42 anos de idade, e eram majoritariamente mulheres (149 profissionais – 66,5%). À época da aplicação do questionário, a maioria (208 pessoas – 92,9%) exercia a atividade após concluir a residência médica.

Os autores do artigo, intitulado O que médicos sabem sobre a homossexualidade? e publicado no início do ano, destacam que a sociedade médica tem alertado, há algum tempo, para comportamentos de profissionais da categoria que podem prejudicar o atendimento do segmento LGBTI (lésbicas, gays, bissexuais, transexuais e intersexuais).

Com medo de serem hostilizadas, as pessoas pertencentes a esses grupos podem acabar deixando, por exemplo, de fazer consultas periódicas, tão importantes na detecção de doenças em estágio inicial.

Riscos

O estudo constatou problemas como falta de treinamento de profissionais de saúde, que têm dificuldade de abordar questões relacionadas à sexualidade, presença de barreiras e práticas institucionalizadas consideradas preconceituosas. Segundo os autores, a desinformação dos profissionais de saúde aumenta o risco de adoecimento mental, suicídio, câncer e de contração de doenças sexualmente transmissíveis. Em alguns casos, apontou a pesquisa, a rejeição dos profissionais de saúde leva à evitação ou ao atraso no atendimento, ao ocultamento da orientação sexual, ao aumento da automedicação ou à busca de informações fora da rede médica, por meio de farmácias, de revistas, de amigos e da internet. Alguns pacientes só procuram o médico em situações de emergência ou em casos extremos, por receio de enfrentarem discursos homofóbicos, humilhações, ridicularizações e quebra de confidencialidade.

Erros

A questão que apresentou o maior percentual de erro, ressaltaram os pesquisadores, foi a 14, que pedia para classificar a informação de que quase todas as culturas têm mostrado ampla intolerância contra os homossexuais, considerando como “doentes” ou “pecadores”. Nesse caso, 154 médicos (68,8%) erraram a pergunta e julgaram o item verdadeiro, 37 médicos (16,5%) indicaram-no como falso, acertando a questão, e 33 (14,7%) não souberam responder. Um total de 34,4% dos entrevistados não soube responder se a homossexualidade era doença (item 6), 4,9% responderam que sim. O item 10, que afirmava que uma pessoa se torna homossexual por conta própria, foi considerado verdadeiro por 32,1% dos médicos, e 13,8% não souberam responder. “Essa resposta revelou que quase metade dos médicos desconhecia os vários aspectos biopsicossociais relacionados à homossexualidade e a atribuía simplesmente a uma escolha feita pelo indivíduo", escreveu o grupo de cientistas.

Violência contra LGBTI no Brasil

Em 2017, 445 lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais (LGBTs) foram mortos em crimes motivados por LGBTIfobia. O número, apurado pelo Grupo Gay da Bahia, é o maior desde o início da série do monitoramento, que começou a ser elaborado pela entidade há 38 anos. O índice representa um aumento de 30% em relação a 2016. Pelo mundo, a comunidade LGBTI tem conseguido galgar avanços na proteção a seus membros contra perseguições e ataques. Em setembro, a Índia descriminalizou a homossexualidade. A despenalização, que tinha como fundamento uma lei britânica de 150 anos, foi garantida por decisão da Suprema Corte do país.

Um relatório interno da Igreja Católica alemã foi divulgado nesta quarta-feira (12) pela revista alemã "Der Spiegel" e o jornal "Die Zeit", revelando que 3.677 pessoas sofreram abusos sexuais praticados por membros da Igreja do país entre 1946 e 2014.

Os documentos, segundo os veículos de imprensa, foram obtidos junto à Conferência Alemã dos Bispos e averiguados pelas universidades alemãs de Mannheim, Heidelberg e Giessen.

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Os pesquisadores concluíram que mais da metade da vítimas tinha 13 anos ou menos quando sofreram os abusos e a maioria eram garotos. O relatório também aponta que o número de vítimas deve ser ainda maior.

Foram analisadas 38 mil atas de 27 dioceses, que apontaram que 1.670 membros da Igreja estariam envolvidos nos abusos, o que representa uma fração de 4% dos sacerdotes alemães.

Segundo o "Die Zeit", 969 das vítimas eram coroinhas. As investigações também informam que, em muitos casos, os documentos foram destruídos ou manipulados e que após a descoberta dos incidentes, muitos sacerdotes foram transferidos de diocese após a descoberta dos incidentes, sem que as novas congregações soubessem do passado dos supostos abusadores.

A Conferência Alemã dos Bispos escreveu um comunicado em que lamenta que o documentos tenham sido vazados, mas confirma que os eles revelam "a dimensão do abusos sexuais" que aconteceram.

O relatório completo, que faz parte de um esforço da Igreja local de combater casos de conduta sexual inapropriada, serão apresentados ao cardeal alemão Reinhard Marx no próximo dia 25.

O papa Francisco anunciou nesta quarta-feira (12) que organizará uma reunião de bispos no mundo inteiro em para entre os dias 21 e 24 fevereiro de 2019 para discutir esforços para o combate aos abusos.

O Pontífice é acusado pelo arcebispo italiano Carlo Viganò de conivência com casos de pedofilia ocorridos no Estados Unidos desde 2013.

Da Ansa

Pesquisadores do Instituto de Ciências Matemáticas e da Computação (ICMC) da Universidade de São Carlos em parceria com a Faculdade de Odontologia de Bauru (FOB) da Universidade de São Paulo (USP) criaram um sistema digital gratuito que auxilia no teste de esforço auditivo.

Adolescentes com e sem deficiência auditiva participaram dos primeiros testes e os resultados indicam que a plataforma poderá facilitar o trabalho dos fonoaudiólogos.

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Normalmente, para medir o esforço auditivo é necessário que o participante realize duas tarefas ao mesmo tempo: escutar uma fala em um ambiente com ruído e simultaneamente realizar outra tarefa como uma atividade de memorização. Agora, com a ferramenta desenvolvida a plataforma assume a função da tarefa secundária e descarta a necessidade de mais um profissional para fazer o teste.

O paciente precisará apenas escutar vários sons e ruídos e ver uma tela com uma sequência de cores piscando que deve ser memorizada. Após visualizar e ouvir os ruídos, o paciente deverá repedir aquilo que foi memorizado. O sistema registra os erros, os acertos e o tempo que cada paciente levou para fazer o teste. Com os dados coletados, a ferramenta contabiliza o esforço auditivo para os profissionais.

Um aplicativo desenvolvido pelo governo sueco para reduzir o consumo de álcool entre estudantes universitários levou os jovens a beber mais, enquanto outro serviço fitness globalmente popular quase não fez diferença para o peso daqueles que o usaram, segundo uma análise da Universidade de Bond, na Austrália.

Pesquisadores decidiram examinar quais aplicativos de saúde e bem-estar realmente funcionam, na esperança de fornecer aos médicos uma lista de serviços para sugerir aos pacientes. O problema é que apenas um deles, chamado Get Happy, pareceu oferecer às pessoas um benefício comprovado.

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O aplicativo Get Happy custa US$ 59,99 e alega melhorar a felicidade e o bem-estar, fazendo com que os usuários concluam um programa de seis sessões de terapia cognitivo-comportamental.

Os pesquisadores descobriram ainda que um dos serviços mais populares do ramo, o MyFitnessPal, não representou uma redução significativa na perda de peso ou comportamentos relacionados à atividade física e à dieta dos usuários.

O principal autor do estudo, Dr. Oyuka Byambasuren, disse acreditar que qualquer aplicativo que alegue afetar a saúde das pessoas deve ter evidências para respaldá-lo. "Não importa quantos aplicativos você baixe, eles só funcionam se você mudar seu comportamento", afirmou o especialista.

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