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O Estado de Pernambuco em coletiva realizada pela secretaria Estadual de Saúde nesta segunda-feira (27) lamentou os números de mortes de pessoas ligada ao serviço de saúde. Segundo André Longo foram 10 profissionais de saúde mortos pelo Covid-19. 

Apesar do registro o secretário estadual ressaltou que nem todos trabalham diretamente no combate ao vírus."Nem todos eles com atuação no serviço público dedicado a Covid-19, mas que estão dentro dos 450 óbitos registrados. Muitos aqui sem uma relação direta atividade de atuação contra o Covid-19".

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Dentro os mortos estão inseridos um odontologista e um condutor de ambulância. "Infelizmente 10 pessoas que atuam na saúde que teria falecido pela Covid-19, sendo quatro enfermeiros, um auxiliar de enfermagem, dois técnicos de enfermagem, um técnico de laboratório, um dentista e um condutor de ambulância", declarou.  

Com aumento diário de casos de Covid-19, o governo de Pernambuco já trabalha com a possibilidade de obter mais leitos na rede privada. Segundo a SES-PE, já existe negociação em andamento. Nesta quinta-feira (23) a ocupação foi de 98% de leitos de UTI na rede pública. 

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O secretário de Saúde, André Longo, confirmou as negociações durante a coletiva desta quinta. Ele ainda citou que os valores de um leito dobraram durante a pandemia. Anteriormente um leito de UTI custava R$ 1 mil, hoje o governo paga R$ 2 mil com ajuda do Ministério da Saúde.

"Estamos negociando, fizemos uma série de reuniões capitaneadas pelo sindicato dos hospitais, mas com a participação das principais redes privadas para que a gente pudesse estabelecer patamares remuneração desses leitos privados que porventura passem a ser ocupado e utilizado pelo sistema de saúde”. 

Alguns leitos já operam na rede privada sob tutela do SUS: "Já temos um conjunto de leitos que estão à disposição do Sistema Único de Saúde (SUS), como hospital Santa Joana, São Marcos, Albert Sabin".

Mas novas ocupações já estão sendo programadas. "Estamos atentos e amanhã vamos fazer uma reunião com sindicato dos hospitais. Obviamente a gente que utilizar essa parte que estiver ociosa de leitos para pacientes do SUS", completou.

 

O Ministério da Saúde criou uma ação chamada “O Brasil Conta Comigo”, destinada a profissionais e estudantes de diversas especialidades na área da saúde para ajudar no combate à Covid-19 no Sistema Único de Saúde (SUS). No caso de profissionais formados, a portaria publicada no Diário Oficial da União desta quinta-feira (2) torna obrigatória a criação de um cadastro geral, feito pelos conselhos cada profissão, com os nomes dos trabalhadores habilitados a atuar em território nacional. 

As áreas listadas pelo documento são serviço social, biologia, biomedicina, medicina, educação física, enfermagem, farmácia, fisioterapia e terapia ocupacional, fonoaudiologia, medicina veterinária, nutrição, odontologia, psicologia e técnicos em radiologia.   

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Os profissionais passarão por uma capacitação online sobre os protocolos oficiais de enfrentamento à Covid-19 e serão inseridos pelo Ministério da Saúde em um “cadastro geral de profissionais da área de saúde, de caráter instrumental e consultivo, visando auxiliar os gestores federais, estaduais, distritais e municipais do Sistema Único de Saúde (SUS) nas ações de enfrentamento à COVID-19”. Os trabalhadores também deverão preencher um formulário eletrônico de cadastro disponibilizado pelo Ministério.

Bolsas para estudantes

Além do cadastro de profissionais, a ação “O Brasil Conta Comigo” é destinada a estudantes, que poderão receber bolsas para auxiliar no enfrentamento à doença causada pelo novo coronavírus (SARS-COV-2). De acordo com o edital publicado pelo Ministério da Saúde no Diário Oficial da União da última quarta-feira (1º), alunos dos cursos de medicina, enfermagem, fisioterapia e farmácia poderão receber bolsas de até R$ 1.045 para atuar no SUS. 

Os alunos poderão atuar nas áreas de clínica médica, pediatria e saúde coletiva, de acordo com as especificidades de cada curso. Estão aptos ao recebimento de bolsa estudantes de instituições de ensino públicas e privadas, cursando o quinto e sexto ano de medicina, além de alunos do último ano dos cursos de graduação em enfermagem, fisioterapia e farmácia. 

A bonificação depende da carga horária do estágio, variando de R$ 522 até R$ 1.045, e dará acréscimo de 10% na pontuação no ingresso em programa de residência do Ministério da Saúde, no prazo de dois anos, além de certificado de participação. 

Estudantes do primeiro ao quarto ano dos cursos de medicina, assim como estudantes de enfermagem, farmácia e fisioterapia que não estejam ainda no último, ano podem participar e, como gratificação, terão direito a redução no valor da mensalidade em instituições privadas de ensino. 

Os estudantes interessados devem se inscrever preenchendo uma ficha online e aguardar ser chamado por e-mail. Após a convocação, os estudantes têm 48 horas para se apresentar no estabelecimento de saúde indicado.  

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A direção do Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra (MST) em Pernambuco colocou à disposição do Governo do Estado a estrutura do Centro de Formação Paulo Freire, que fica situado no Assentamento Normandia,  em Caruaru, no Agreste do Estado, para servir como hospital de campanha para os pacientes diagnosticados com a covid-19. A iniciativa é um reforço para o Sistema Único de Saúde (SUS) dar conta do número de pacientes infectados pelo coronavírus no estado. 

De acordo com o MST, o centro conta com mais de 50 quartos no setor de hospedagem, 6 salas de aula e um auditório com capacidade para 800 pessoas. Vale pontuar que ele é utilizado pelo movimento com educação popular, formação de professores e coordenadores. 

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Além disso, a direção estadual do MST tem agido de diversas formas para diminuir a disseminação do novo coronavírus. A unidade tem orientado suas bases no Estado para manter a produção de alimentos saudáveis e medicamentos caseiros e artesanais, como tinturas, chás e xaropes para melhorar a imunidade, além de orientar todos os assentamentos a organizar e produzir hortas medicinais, produtos orgânicos, sobretudo para a produção e consumo da própria família.

A ação faz parte da campanha Mãos Solidárias, da Frente Brasil Popular. Além de colocar o Centro Paulo Freire à disposição do Governo do Estado, o movimento tem promovido campanhas que realizam atividades como distribuição de marmitas para a população em situação de rua, no Armazém do Campo, no Recife; a fabricação de máscaras artesanais, distribuição de cestas básicas para acampados e comunidades da periferia em situação de risco. 

Com dificuldade para encontrar respiradores, Estados e municípios pedem para o governo federal ir ao mercado e centralizar a aquisição do produto essencial para o tratamento de casos graves da covid-19.

A pasta abriu na quinta-feira, 26, edital para compra dos primeiros 15 mil produtos deste tipo, mas fornecedores já avisaram que não têm estoque para entrega imediata.

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A ideia dos gestores do SUS é evitar um leilão entre Estados e municípios pelas compras de respiradores, o que só beneficiaria empresas fornecedoras. O governo federal quer ainda ter o controle das vendas para impedir que os equipamentos sejam distribuídos de forma desigual.

Secretários estaduais e municipais cobraram o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta (DEM) pela distribuição dos produtos. Em reunião realizada na quinta-feira, 26, eles argumentam que o Ministério da Saúde tem maior poder de compra e deve aproveitar para tentar baixar preços no mercado.

A ideia dos gestores do SUS não é proibir que um Estado busque os próprios produtos, segundo pessoas presentes na reunião. O governo federal tem dito que exige ser informado sobre as aquisições, para evitar que um Estado acumule equipamentos, enquanto outro local, com mais casos, está desassistido.

Segundo dados do governo, há cerca de 65 mil respiradores no País. Estão fora de uso 5,6% do total. O Sudeste concentra 33 mil unidades.

Em edital lançado na quinta, o governo busca 15 mil ventiladores pulmonares microprocessados com capacidade de ventilar pacientes adultos. A pasta chegou a elaborar uma versão prévia da licitação prevendo a compra de outros 15 mil respiradores do tipo "eletrônico portátil", mas a versão final foi modificada.

A corrida para aquisição de respiradores, essenciais para o tratamento de casos graves da covid-19, criou uma disputa entre o governo federal, Estados e municípios. Hospitais da rede privada também reclamam que ordens desencontradas para recolhimento de produtos ameaçam inviabilizar o atendimento de pacientes, além de expor equipes de saúde à contaminação por falta de insumos.

O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), também reclama sobre o confisco de respiradores. Em videoconferência com o presidente Jair Bolsonaro e o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, na quarta, Doria prometeu ir à Justiça para evitar bloqueio de produtos. "Não faz nenhum sentido confiscar equipamentos e insumos. Se essa questão for mantida, tomaremos medidas necessárias no ramo judicial."

Em resposta a Doria, o ministro Mandetta defendeu compras centralizadas pelo governo federal. "No momento que temos um encurtamento de respiradores, fizemos o movimento para centralizar e para poder descentralizar de acordo com a epidemia", disse. Segundo o ministro, além de importações, a ideia é que quatro fábricas no Brasil produzam até 400 respiradores por semana. "Vamos conseguir assim abastecer todos os Estados. Não adianta cada local querer montar todos os aparelhos esperando casos. A gente vai mandando de acordo com a realidade de cada caso."

O nome do sertanejo Eduardo Costa voltou, nesta sexta-feira (27), a estampar os noticiários. Após uma informação circular na internet de que o cantor teria doado ao SUS (Sistema Único de Saúde) R$ 2,5 milhões, no intuito de ajudar o combate do coronavírus no país, a assessoria dele se manifestou sobre o assunto.

A equipe de Eduardo Costa explicou que ele não fez a doação do valor para o SUS, e que tudo não passou de uma mal-entendido. Na verdade, o artista havia mobilizado empresários para que eles ajudassem na compra de respiradores, segundo informações de Ricardo Feltrin, colunista do Uol.

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"A compra de respiradores foi feita com investimento próprio e de alguns empresários. O valor não será divulgado porque eu e meus parceiros não buscamos promoção, só estamos tentando ajudar pessoas", disse Eduardo Costa em um comunicado. Ele, de acordo com Feltrin está à espera dos equipamentos para que sejam doados aos locais que estão precisando para ajudar a frear a Covid-19.

O Instituto Brasileiro da Cachaça (Ibrac) vai doar pelo menos 70 mil litros de álcool etílico, hidratado a 70%, ao Sistema Único de Saúde (SUS), para colaborar no combate ao novo coronavírus. A entidade representa o setor produtivo da cachaça no país. De acordo com o diretor-executivo do Ibrac, Carlos Lima, o movimento é recente e tende a aumentar.

“A gente fez um chamamento aos associados para que eles avaliem tecnicamente se têm condições de produzir esse álcool a 70% e, gradativamente, a gente vem tendo resposta de empresas que estão se engajando nesse processo”, disse Lima à Agência Brasil. Os primeiros doadores são as oito maiores empresas produtoras de cachaça de grande, médio e pequeno porte, incluindo multinacionais.

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Cada empresa, individualmente, está contactando as prefeituras para atender a demandas locais. "Cada empresa está fazendo essa gestão do processo e entregando o álcool de acordo com a demanda da prefeitura ou do parceiro local que pretende receber isso”, informou o diretor do Ibrac.

Logística

Carlos Lima explicou que, em alguns casos, a prefeitura não tem condição de estocar o produto. Então, a entrega é fracionada. Já em outros casos, a entrega é feita em sua totalidade. Uma empresa de São Paulo, por exemplo, já tem fechada para amanhã (27) a entrega de 3 mil litros. “Realmente, é uma situação de governança local. As empresas e os governos avaliam a melhor forma de logística”, explicou.

De acordo com o diretor, o instituto quer fazer contato com entidades representativas do setor de embalagens para convidar seus membros a doarem embalagens plásticas para envazar o produto e participarem, assim, da iniciativa de combate à pandemia.

Anvisa

Carlos Lima conta que antes de entrar em contato com as mais de 300 empresas associadas, o Ibrac consultou a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e o Ministério da Agricultura, uma vez que produtores de bebidas alcóolicas não podem produzir o álcool a 70% sem licença.

“A gente conversou com a Anvisa sobre isso, o Ibrac chegou a apresentar um pedido formal à agência para que os associados tivessem uma autorização emergencial e excepcional para a realização dessa atividade”. No último final de semana, a Anvisa publicou nota técnica estabelecendo os critérios para que as empresas fizessem essa produção, atrelada à doação do produto. A nota foi atualizada na última terça-feira (24). A iniciativa também foi comunicada ao Ministério da Agricultura.

“O Ibrac vem orientando seus associados a seguirem à risca a nota técnica da Anvisa e as demais legislações vigentes para produção desse álcool a 70% e a consequente doação”, contou o diretor-executivo.

 

O Ministério da Saúde informou nesta quinta-feira (26) que "errou" ao afirmar em documento oficial enviado ao Ministério da Economia que precisaria de R$ 410 bilhões extras para enfrentar a pandemia do novo coronavírus no Brasil pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Segundo a assessoria da pasta, o valor correto é de R$ 10 bilhões. O jornal O Estado de S. Paulo revelou que a pasta enviou na última terça-feira (24) um ofício assinado pelo ministro Luiz Henrique Mandetta relatando da necessidade de aporte de recursos. O documento foi encaminhado para o ministro Paulo Guedes.

Em nota, o ministério disse que colocou o número quatro onde deveria estar um cifrão. No documento, contudo, há um cifrão antes do número quatro. "Esclarecemos que, de fato, a cifra consta em documento preliminar enviado ao Ministério da Economia com vistas a negociação de empréstimo junto ao Banco Mundial. Porém, o valor está errado. Trata-se de um erro material. O valor estimado correto seria R$ 10 bilhões. O algarismo "4" foi escrito por engano - deveria ser um cifrão, que fica na mesma tecla do '4'. O erro passou despercebido na revisão do documento. O Ministério da Saúde solicitou ao Ministério da Economia na manhã desta quinta-feira a devolução do estudo para as correções devidas", informou o Ministério da Saúde.

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O Estado apurou que a nota foi elaborada após o presidente Jair Bolsonaro questionar o ministro Mandetta sobre o valor solicitado a Paulo Guedes. Bolsonaro tem minimizado a pandemia do coronavírus. Ele já disse várias vezes que trata-se de uma "gripezinha". O discurso do Ministério da Saúde contraria o do presidente e, no documento, a pasta chega estimar que 10% da população brasileira pode ser infectada.

Apenas para estas internações, a equipe da saúde espera gastar R$ 9,3 bilhões. No documento enviado a Guedes, a pasta reconhece que a cifra é bastante subestimada.

Bolsonaro, em discurso nos últimos dois dias, já criticou, inclusive, o isolamento das pessoas como uma forma de combate à doença, por considerar que há uma "histeria" no tratamento do assunto.

O Estado procurou o Ministério da Saúde, por meio da assessoria, questionando o valor de R$ 410 bilhões por duas vezes. Nas ocasiões, em nenhum momento, a pasta questionou o valor. O jornal também conversou com técnicos do primeiro escalão do ministério que participaram da elaboração do documento. Também não houve qualquer contestação a cifra.

O Brasil ainda registra 200 novos casos de tuberculose por dia, segundo dados do Ministério da Saúde. No Dia Mundial de Combate à Tuberculose, a pasta realiza uma ação para alertar sobre importância de completar o tratamento da doença, evitando a transmissão para outras pessoas e o aumento dos casos de morte.

A tuberculose é uma doença grave e está entre as 10 causas de morte no mundo: são 10 milhões de casos por ano e mais de 1 milhão de óbitos.

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No Brasil, em 2019, foram registrados 73.864 mil casos novos da doença. A taxa de mortalidade caiu cerca de 8% na última década. Foram 4.881 mortes em 2008, contra 4.490 em 2018.

Em tempos de pandemia do novo coronavírus, a tuberculose, se não for tratada adequadamente, pode ser uma causa de agravamento de um quadro de infecção pela covid-19. Médicos ouvidos pela Agência Brasil fazem recomendações a pacientes com quadros respiratórios graves. Eles devem estar mais atentos a cuidados básicos de higiene e acompanhamento especializado.

Apesar de ter cura, é justamente o abandono do tratamento o principal motivo para a tuberculose ainda continuar causando mortes no país. O tratamento oferecido no Sistema Único de Saúde (SUS) dura, em média, seis meses. Apesar da melhora dos sintomas já nas primeiras semanas após início, a cura só é garantida ao final da terapia.

 

O Sistema Único de Saúde (SUS), universal e gratuito, apesar de todas as dificuldades e falhas, é um bem precioso do Brasil que está sendo mais uma vez colocado à prova com a pandemia do novo coronavírus. O risco de estrangulamento do sistema é real, por isso é necessário fortalecê-lo, afirmam senadores.

"Creio que só conseguiremos enfrentar essa pandemia com um fortalecimento a curto prazo do SUS, com ampliação emergencial do número de leitos em UTI e dos serviços de saúde, reforçando atendimento nas unidades básicas. Por isso também o decreto de calamidade é fundamental, para que se possa redirecionar recursos para o SUS", afirmou o senador José Serra (PSDB-SP) à Agência Senado.

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O Senado aprovou na sexta-feira (20), numa sessão online, o Projeto de Decreto Legislativo (PDL) 88/2020, que flexibiliza as metas fiscais, permitindo que mais recursos orçamentários sejam destinado à saúde. 

O Brasil já tem pelo menos 1.620 casos confirmados do novo coronavírus em todos os estados e no Distrito Federal, com 25 mortos, 22 dos quais em São Paulo. 

“O Brasil não está e nunca esteve preparado para enfrentar um tsunami como o coronavírus. Para salvar vidas precisamos, urgentemente, investir em respiradores artificiais, fechar as fronteiras, restringir vôos internacionais, fazer triagens nos aeroportos e rodoviárias”, defendeu via Twitter, o senador Paulo Paim (PT-RS).

Pela média mundial, 80% dos casos de covid-19 são leves, acompanhados com isolamento residencial, 20% necessitam de internação e destes, uma parte acaba utilizando tratamento intensivo. A permanência nas UTIs nesses casos, segundo informações do Ministério da Saúde, é de cerca de 15 dias.

De acordo com o último levantamento do ministério, o Brasil conta com 14,8 mil leitos públicos de UTIs adulto, e mais ou menos a mesma quantidade nos hospitais privados, mas que atendem uma porcentagem menor da população (47,03 milhões de pessoas em 2019). A pasta abriu no início do mês licitação para contratar 2 mil novos leitos a serem instalados nos estados, a depender da necessidade de cada ente.

“Segundo dados da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI), a estimativa é de que, a cada 100 pessoas infectadas pelo coronavírus, cerca de cinco precisem de internação em tratamento intensivo”, citou o senador Omar Aziz (PSD-AM), via Twitter.

Recursos

O Congresso se uniu ao esforço do governo para o enfrentamento da pandemia. Direcionamento de emendas parlamentares, remanejamentos orçamentários e a aprovação do decreto de calamidade pública apresentado pelo Executivo, entre outras, são soluções apontadas e apoiadas pelos parlamentares.

Uma das iniciativas legislativas da bancada petista, apresentada pelo senador Rogério Carvalho (PT-SE), obriga o governo a pagar as emendas individuais e de bancada destinadas à saúde na Lei Orçamentária.

“Servirá para dar condição ao sistema de saúde dos municípios e dos estados a enfrentar a pandemia. Precisamos reforçar o orçamento e o sistema de saúde dos estados. Não é dinheiro novo, é dinheiro previsto no Orçamento deste ano”, afirmou, em vídeo ao vivo no Twitter.

O senador Weverton (PDT-MA) também tem intenção semelhante: fortalecer estados e municípios com recursos para preparar planos de contingência e adquirir leitos hospitalares e de UTI.

“Lutarei para que as nossas emendas sejam pagas integralmente, a fim de ajudarem nessa luta, e sou favorável à liberação do crédito extra, solicitado pelo Ministro da Saúde, para o enfrentamento do coronavírus”, defendeu pelo Twitter.

Para Zenaide Maia (Pros-RN), mesmo com a aprovação da calamidade — medida que foi tomada tardiamente, em sua opinião — é preciso derrubar a Emenda do Teto de Gastos, "porque ela impede o investimento na saúde brasileira".

"O que está faltando é revogar a Emenda 95, que restringiu os recursos para a saúde por 20 anos. Só ano passado foi tirado do SUS R$ 13,5 bilhões por causa do teto", afirmou a senadora em entrevista à Rádio Senado. 

Calamidade

Com a aprovação da calamidade pública, ficam suspensos os prazos para ajuste das despesas de pessoal, dos limites de endividamento e da adoção de contingenciamento de despesas. Previsto para durar até 31 de dezembro, o decreto é considerado necessário pelo governo para permitir “monitoramento permanente da pandemia de coronavírus, da necessidade de elevação dos gastos públicos para proteger a saúde e os empregos dos brasileiros e da perspectiva de queda de arrecadação”.

Na prática, o governo pode estourar a previsão inicial de R$ 124 bilhões de déficit fiscal prevista para este ano.

Humberto Costa (PT-PE) foi outro que defendeu mais dinheiro para o SUS e citou o trabalho conjunto de deputados e senadores que, neste momento, não fazem prevalecer qualquer bandeira partidária, apesar de o PT adotar postura crítica às ações do governo.

"Nós entendemos que a situação é extremamente grave e o Congresso Nacional aqui em Brasília está disposto a votar todas as matérias necessárias para garantir recursos para o enfrentamento, tanto pelo ponto de vista da saúde quanto do ponto de vista econômico e social das repercussões negativas do corona. E esperamos ainda que o governo tenha uma atitude semelhante a que está tendo o Congresso, semelhante a que está tendo o Supremo, o STJ, o TCU, que estão discutindo sem a presença do Presidente da República o que fazer diante de uma situação dessa gravidade", informou Humberto à Agência Senado. 

Alvaro Dias (Podemos-PR) também frisou a necessidade de um trabalho harmônico entre os Poderes na luta contra a covid-19.

“Eu nunca vi uma pandemia deste porte. É uma tragédia desgraçada que estamos vivendo e não sabemos qual será o prejuízo disso. Não queremos fazer o espetáculo do caos, mas precisamos manter os pés no chão e reconhecer que o Brasil ainda vai enfrentar muitos problemas. Vamos deixar de lado a paixão política e ser solidários nesse momento. Temos que esquecer essa briga, vamos deixar para depois. É hora de emanar solidariedade”, disse o senador via Twitter.

Recursos

Após a Organização Mundial de Saúde (OMS) decretar a infecção por coronavírus uma pandemia, o Ministério da Economia anunciou, em meados de março, que destinará R$ 4,5 bilhões de recursos do seguro DPVAT (Danos pessoais causados por veículos automotores de via terrestre) para a saúde pública. Segundo os técnicos, há saldo disponível no seguro – que chegou a ser suspenso pelo presidente Jair Bolsonaro, mas foi retomado por decisão da Justiça — e será transferido à pasta como parte das medidas anunciadas pelo grupo de monitoramento dos impactos da covid-19. 

Além disso, a equipe econômica mencionou a destinação de outros R$ 5 bilhões de crédito para programações orçamentárias do Ministério da Saúde. Outras ações anunciadas pretendem facilitar aquisições para o setor hospitalar:

- Redução a zero das alíquotas de importação para produtos de uso médico-hospitalar

- Desoneração temporária de Imposto de Importação (IPI) para bens importados listados que sejam necessários ao combate à covid-19

- Desoneração temporária de IPI para bens produzidos internamente listados que sejam necessários ao combate à doença

- Preferência tarifária de produtos de uso médico-hospitalar como respiradores, essenciais para o atendimento dos casos graves de coronavírus

- Priorizar o desembaraço aduaneiro de produtos de uso médico-hospitalar.

Já o Ministério da Saúde pretende lançar um sistema de acompanhamento dos casos pelo celular. Em sintonia com o Conselho Federal de Medicina, a pasta deve anunciar um serviço de telemedicina, para permitir consultas remotas, especialmente durante as quarentenas. E está investindo na produção de kits para a detecção da infecção, com duas centrais de produção, na Fiocruz e em um laboratório do Paraná, sempre considerando a possibilidade de aquisição destes produtos no exterior, a depender da demanda.

O ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, pediu que o Tribunal de Contas da União (TCU) e o Supremo Tribunal Federal (STF) considerem soluções de ritos sumários para essas compras, sem tantas amarras da Lei de Licitações (Lei 8.666, de 1993).

"O SUS está presente em todos os municípios brasileiros. Eu não tenho uma cidadezinha brasileira, não tem uma comunidade quilombola ou indígena que não tenha o SUS. Nós podemos ter dificuldade? Podemos. Mas o sistema de saúde vai estar ao lado dos 215 milhões de brasileiros", disse Mandetta em entrevista coletiva.

Equipamentos

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) publicou resolução para simplificar o processo de regularização de produtos para atuar no combate ao novo coronavírus. Equipamentos de Proteção Individual (EPIs), como máscaras, luvas, e aventais — além de equipamentos médicos, como ventilador pulmonar — poderão ser regularizados no país de maneira mais ágil, caso seja configurada a indicação de uso para prevenção ou tratamento da covid-19. A falta de material hospitalar, até mesmo de coisas simples como máscaras, tem deixado senadores preocupados.

“Hospital Maternidade Dona Regina [em Palmas] não tem máscara nem luvas para os médicos e profissionais de saúde trabalharem”, lamentou a senadora Katia Abreu (PDT-TO), no Twitter.

A Anvisa também autorizou as farmácias de manipulação a venderem álcool gel e outros sanitizantes. O senador Jean Paul Prates (PT-RN) pediu providências para auxiliar os moradores de rua, que não têm acesso a água e sabão para lavar as mãos, requisito básico de higiene para evitar a contaminação pelo coronavírus.

“Solicitamos que seja disponibilizado pelo governo federal um suprimento de álcool em gel, luvas e máscaras para albergues e outros abrigos destinados às pessoas que estão vivendo nas ruas”, cobrou via Twitter.

*Da Agência Senado

Para tentar manter a população informada a respeito da ameaça do novo coronavírus, o Ministério da Saúde lançou um novo aplicativo repleto de informações sobre o COVID-19. Ferramenta reúne localização de unidades básicas de saúde próximas, notícias sobre a doença e um panorama geral dos sintomas. Apesar da importância da iniciativa, alguns usuários no Twitter reclamam de demora e travamento no app, principalmente, relacionadas a encontrar a localização do smartphone para poder indicar as unidades de saúde mais próximas.

Dentro do aplicativo há três abas de acesso. A primeira é um mapa com as unidades básicas de saúde mais próximas do usuário. A segunda são dicas e informações como descrição da doença, sintomas, transmissão, prevenção, dicas, entre outros. Além disso, na página inicial há uma pergunta com duas alternativas “como você está se sentindo de saúde hoje?” Caso o usuário esteja se sentindo mal, ele é redirecionado para um teste preliminar que deve ajudar a identificar sintomas e a possibilidade de risco. 

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A equipe do LeiaJá testou o aplicativo para Android e, apesar de demorar um pouco para mostrar as respostas, as correções feitas pelo Ministério no último domingo (15), parecem ter funcionado. Não há travamentos na utilização das opções fornecidas pela ferramenta. O app está disponível gratuitamente para Android e iOS e exige apenas 12,16 MB de armazenamento, podendo ser baixado mesmo em aparelhos com pouca memória.

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<p dir="ltr">Nesta segunda-feira (16), o cientista político Adriano Oliveira analisa em seu podcast sobre o avanço do Codvirus-19 no Brasil e os impactos diretos sobre o Sistema Único de Saúde (SUS) e a Economia do nosso país. Oliveira destaca seu receio de como as ações e medidas tomadas pelo governo federal, que tem uma linha liberal, irão refletir na assistência que o Estado precisa dar as pessoas, sobretudo as mais pobres. Ele também falou sobre a atitude do presidente Bolsonaro, ao sair da quarentena e cumprimentar as pessoas na rua, desfazendo todas os cuidados para a não-transmissão do coronavírus.&nbsp;</p><p dir="ltr">Adriano pontua que o presidente precisa urgentemente assumir o controle do país ao invés de ficar alimentando questões ideológicas. Oliveira&nbsp; questiona se o governo federal irá anunciar recursos financeiros para ajudar os estados e municípios no combate à pandemia. O cientista político também pergunta se o ministro da economia irá tomar medidas para garantir, por exemplo, a proteção do emprego, e reforço do bolsa-família. Confira todos os detalhes no podcast dessa semana.&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;</p><p dir="ltr">O programa Descomplicando a política é exibido na fanpage do LeiaJá, em vídeo, toda terça-feira, a partir das 19h. Além disso, também é apresentado em duas edições no formato de podcast, as segundas e sextas-feiras.&nbsp;</p><p dir="ltr">Confira mais uma análise a seguir:</p><div>&nbsp;</div><iframe allowfullscreen webkitallowfullscreen mozallowfullscreen width="350" height="50" src="https://fast.player.liquidplatform.com/pApiv2/embed/5fbc59e8b8b00ec07528... scrolling="no" frameborder="0"></iframe>

Somente 44% dos leitos de unidades de terapia intensiva (UTIs) do País estão no Sistema Único de Saúde (SUS), rede responsável pela assistência médica de três quartos da população brasileira e que corre o maior risco de sobrecarga em caso de surto do novo coronavírus.

No Brasil, apenas 25% da população tem convênio médico e, portanto, acesso à rede privada. Os demais dependem exclusivamente da rede pública. Mas apenas 17,9 mil dos 40,6 mil leitos de UTI existentes no País estão no SUS, segundo levantamento feito pelo Estado no Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (CNES), do portal Datasus. A análise considerou todos os leitos de UTI adultos e pediátricos, excluindo da soma os neonatais.

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De acordo com a Associação de Medicina Intensivista Brasileira (AMIB), o total de leitos existentes no País cumpre a recomendação da Organização Mundial da Saúde (OMS), que é de 1 a 3 leitos para cada 10 mil habitantes - o índice brasileiro é próximo de 2. O problema, segundo a entidade, é a distribuição desigual entre as redes pública e privada e entre os diferentes Estados. "A situação fica desequilibrada porque metade dos leitos fica para um quarto da população (usuários de planos de saúde) e a outra metade, para os outros três quartos (do SUS)", diz Ederlon Rezende, membro do conselho consultivo da AMIB e coordenador do projeto UTIs brasileiras.

Ele afirma que, enquanto os leitos de UTI privados têm taxa de ocupação média de 75%, os do SUS têm 95%. "Embora o coronavírus não seja uma doença grave, cerca de 15% dos infectados vão precisar de uma UTI e o sistema de saúde não está preparado, não temos um fôlego extra no SUS porque ele já está no limite da utilização", disse.

Rezende ressalta que, em alguns Estados do Norte e Nordeste, nem sequer o índice mínimo da OMS é cumprido. Segundo o levantamento do Estado no CNES, isso ocorre em seis unidades da Federação: Acre, Roraima, Pará, Amapá, Maranhão e Piauí. Em todos eles, o índice de leitos de UTI é menor do que 1 por 10 mil habitantes.

Medidas

O conselheiro da AMIB destaca que, em uma situação de emergência e catástrofe, a recomendação é que se aumente a capacidade dos leitos em 20%, mas isso pode ser feito tanto com a abertura de leitos novos quanto com a gestão dos já existentes, como dando por exemplo a prioridade a atendimentos a pacientes mais graves e com quadros urgentes. "Nesse cenário, você cancela cirurgias eletivas. Nesse tipo de plano, a gente usa uma estratégia chamada de 3 'Es': espaço, equipe e equipamentos", detalha.

No quesito espaço, ele afirma que os hospitais devem, além de deixar vagos leitos com o cancelamento de procedimentos não urgentes, mapear áreas dentro das unidades que possam ser transformadas em UTI, como os leitos para recuperação do pós-operatório.

No aspecto das equipes, deve-se suspender férias, aumentar as jornadas de trabalho e convocar profissionais de outras especialidades, mas com o cuidado de não sobrecarregar o trabalhador de modo que ele fique doente.

Na parte de equipamentos, ele diz ser fundamental o uso de itens de proteção individual para profissionais de saúde e os respiradores/ventiladores mecânicos para pacientes com quadros agudos de problema respiratório - como os doentes graves da covid-19.

Mesmo que as medidas sejam tomadas, o cenário é preocupante. "Temos dados de que o paciente com coronavírus que vai para UTI fica de 7 a 14 dias lá, o que vai criar demanda alta. Além disso, o ideal é que tivéssemos leitos de UTI com pressão negativa, o que possibilita o isolamento do doente com coronavírus, mas no SUS esse tipo de área é escassa. Com isso, talvez seja necessário isolar UTIs inteiras se ela receber um doente com covid-19", diz.

Questionado sobre a distribuição dos leitos de UTI, o Ministério da Saúde informou que "tem aumentado a oferta de leitos de terapia intensiva no SUS nos últimos anos". A pasta diz que o número passou de 22,9 mil para 26,2 mil entre 2016 e 2020, mas não explicou a diferença dos dados para os disponíveis no sistema CNES, plataforma oficial do ministério.

O órgão destacou que ampliará a assistência na atenção primária para a recepção dos pacientes potencialmente afetados pelo covid-19, uma vez que "a maior parte das infecções causadas pelo vírus são leves e podem ser atendidas nesse nível de atenção". Para isso serão contratados médicos e será ampliado o horário de funcionamento dos postos de saúde.

Exames

A diretoria colegiada da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) aprovou, nesta quinta-feira, 12, em reunião extraordinária, a inclusão do exame de detecção do coronavírus no rol de procedimentos obrigatórios para beneficiários de planos de saúde.

A Resolução Normativa foi encaminhada ao Diário Oficial da União e entra em vigor na data de sua publicação. O teste será coberto para os beneficiários de planos de saúde com segmentação ambulatorial, hospitalar ou referência e será feito nos casos em que houver indicação médica, de acordo com o protocolo e as diretrizes definidas pelo Ministério da Saúde. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O secretário-executivo do Ministério da Saúde, João Gabbardo, disse nesta quinta-feira (27) que a rede pública de saúde tem começado a enfrentar a escassez de itens de segurança e prevenção contra o coronavírus. O ministério tem uma lista de 20 itens e quatro deles estão começando a faltar no Sistema Único de Saúde (SUS). Gabbardo afirmou que, se necessário, usará meios jurídicos para apreender esses produtos para evitar o desabastecimento no mercado interno.

Já está marcada uma reunião entre representantes do ministério e a Associação Brasileira das Indústrias de Artigos e Equipamentos Médicos e Odontológicos (ABIMO). Segundo Gabbardo, a ideia é explicar as necessidades urgentes de uso de máscaras e aventais, por exemplo, e que as empresas precisararão priorizar a venda de tais itens para o ministério, em detrimento de sua exportação.

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“Vamos alertar a essa entidade que não vamos contemporizar em relação a isso. Vamos usar todas as medidas que a legislação nos permite. Se for necessário, vamos impedir a exportação desses produtos e se for necessário vamos solicitar a apreensão desses produtos na própria fábrica”, disse. O tipo de compra da qual o secretário fala, no caso das máscaras, é de cerca de 20 milhões de unidades e 4 milhões de máscaras modelo N95.

Segundo Gabbardo, empresas desistiram de uma licitação com o governo e venderam toda sua produção para outros países. “Algumas empresas que participaram da licitação, na hora de encaminhar os documentos para fazer o contrato, não encaminharam os documentos e se mostraram desinteressadas em vender para o Ministério da Saúde. Isso é uma coisa que nos preocupa muito”.

Gabbardo esclareceu que tomará medidas judiciais mais drásticas em último caso, mas acredita em um consenso e falou em “obrigação social” dessas empresas. “Esses fornecedores têm uma obrigação social também. E se ele vende um determinado produto que tem essa utilização, ele sabe que esse produto é fundamental. Temos convicção de que vamos chegar num denominador comum”, disse.

O Brasil tem um caso confirmado de coronavírus e 132 casos suspeitos, com expectativa de que esse número aumente para aproximadamente 300 casos. Dentre os 132 casos já suspeitos contabilizados, 70 são na Região Sudeste, dez na Região Centro-Oeste, 37 na Região Sul, 15 na Região Nordeste e nenhum caso suspeito na Região Norte.

 

O ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, defendeu nesta quinta-feira (6) atuação solidária do Brasil com os países vizinhos nas estratégias a serem adotadas para um eventual combate ao novo coronavírus. Segundo o ministro, o país que requer mais atenção é a Venezuela, mas, com a ajuda da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), será possível avançar nos trabalhos de vigilância e monitoramento.

De acordo com Mandeta, o Brasil é uma referência não só para os vizinhos, mas para todo o mundo, por conta do Sistema Único de Saúde (SUS). Nesse sentido, o Brasil tem ajudado na capacitação de todos os países vizinhos, bem como de alguns da América Central.

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“Temos de ser solidários. O Paraguai, por exemplo, tem muita dificuldade com a parte laboratorial. Nós autorizamos que as amostras de seus pacientes suspeitos sejam rodadas aqui. Argentina e Uruguai têm uma boa estrutura. Nos preocupamos com a Venezuela por conta do desmanche do sistema de saúde deles, que resultou em casos de difteria e sarampo, e da fronteira com Roraima, um estado com estrutura de saúde menor e mais frágil’, afirmou o ministro após reunião com secretários de Saúde dos estados e das capitais.

“Por isso, vamos fazer um trabalho de vigilância e monitoramento junto com a Opas, que dialoga com o governo venezuelano”, acrescentou.

Carnaval

Perguntado sobre como ficarão os trabalhos preventivos ao novo coronavírus durante o carnaval, Mandetta disse que as medidas têm de ser estudadas caso a caso. “Não posso comparar o carnaval, por exemplo, de Mato Grosso, com o do Recife. As coisas são diferentes no que se refere à gestão da regulação do sistema.”

Segundo o ministro, a maioria dos casos que surgirão durante o carnaval possivelmente será de “resfriados que se autorresolvem”. “Quando o paciente tem percepção de que o resfriado é algo maior, geralmente o aconselhamento é domiciliar. Apenas uma fração da fração da fração vai usar um eventual sistema hospitalar. É com esse cenário que cada estado ou município fará seu cálculo.”

Mandetta destacou que cabe ao folião ter bom senso na hora de brincar o carnaval, em especial praticando a chamada “etiqueta respiratória”, termo usado para hábitos como os de cobrir boca e nariz na hora de tossir ou espirrar, e depois descartar o lenço no lixo (ou, quando não tiver lenço, usar o antebraço, e não as mãos, devido ao maior risco de contaminar corrimãos e demais objetos); lavar as mãos com frequência; evitar tocar olhos, nariz ou boca sem ter higienizado as mãos; ou usar máscara cirúrgica quando estiver com coriza ou tosse.

“A vida continua. Não somos uma bolha congelada no tempo. Existe o risco? Existe, porque tem lá na China um vírus novo. As pessoas saem de Pequim, vão para Roma, Lisboa; fazem conexões, convivem com pessoas por 10 ou 12 horas dentro do avião. Estamos blindados, sem risco de nunca vir o vírus aqui? Não, porque isso é próprio da humanidade. Se estiver gripado, com febre e nariz escorrendo, evitar o carnaval. Sempre houve mudança de vírus na história da humanidade. Ou nosso organismo criou imunidade, ou a ciência identifica, mapeia geneticamente e então trabalha com testes rápidos para, depois, termos a vacina”, completou.

 

O governo Jair Bolsonaro quer reduzir entraves para distribuir a pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) medicamentos sem registro sanitário concedido pelo Brasil. A proposta é permitir que a importação dos produtos seja autorizada automaticamente, eliminando análise da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Integrantes da cúpula do Ministério da Saúde afirmam, reservadamente, que a mudança evitaria atrasos com burocracias da Anvisa para importações urgentes. Já ex-diretores da agência e a indústria farmacêutica no Brasil, críticos à sugestão, dizem que uma nova regra abriria brecha para o governo driblar preços de medicamentos ofertados no País, mas sob risco aos pacientes.

A mudança valeria apenas para compras do governo federal em casos excepcionais, como em situação de emergência de saúde pública ou falta do produto no mercado local. A condição é que o Ministério da Saúde se responsabilize por todas as etapas do processo, tarefa hoje compartilhada com a Anvisa.

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Pela regra atual, o ministério pede autorização da agência para a importação de medicamento que não foi avaliado ainda no Brasil. A Anvisa analisa documentos e se manifesta em 10 dias. O prazo cai para 48 horas em casos de "emergência de saúde pública de importância nacional ou internacional".

Os próprios diretores da Anvisa sugeriram mudar a resolução da agência sobre importação, a RDC 203/2017. Uma consulta pública de 15 dias será feita sobre a proposta, até 18 de fevereiro, período mais curto do que o normal. O órgão, na sequência, vai analisar sugestões ao texto e votar em reunião de diretoria colegiada uma proposta final.

A resolução que o governo deseja alterar já serviu como barreira para impedir a distribuição de medicamentos de empresas contratadas pelo governo que não apresentavam as certificações sanitárias exigidas.

O Estado apurou que o apoio de parte dos gestores da Anvisa à mudança passa pelo interesse em agradar o governo, mirando três vagas de diretores do órgão que serão preenchidas por Bolsonaro este ano. A mudança de posição da Anvisa sobre a própria regra coincide com a ascensão do médico e contra-almirante Antonio Barra Torres, que tornou-se em dezembro presidente interino do órgão e apresentou a sugestão. Amigo de Bolsonaro, ele foi indicado em janeiro a presidente efetivo, mas a confirmação do cargo depende de aprovação no Senado.

Em nota, a Anvisa afirma que "é necessário buscar respostas prontas" quando há uma emergência por falta de medicamentos. Segundo a agência, a proposta é que seja do Ministério da Saúde a "responsabilidade objetiva", a "definição da situação de necessidade" e "o atesto da qualidade dos produtos a serem importados". O Ministério da Saúde não se manifestou. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O governo federal lançou esta semana a Câmara Saúde 4.0, instância dedicada a propor formas de promover a digitalização da saúde no país. Entre as intenções do Executivo está a integração de dados dos cidadãos que utilizam esses serviços, não somente no Sistema Único de Saúde (SUS) como na iniciativa privada.

A iniciativa faz parte do Plano Nacional de Internet das Coisas (IdC). O termo é empregado para designar o ecossistema de dispositivos conectados que se comunicam, não apenas computadores e smartphones, mas também sensores e eletrodomésticos inteligentes e até veículos. Grupos semelhantes já foram criados para as áreas de agricultura, indústria e cidades.

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“Quando se fala de saúde, temos um país grande, de difícil acesso. Por meio da tecnologia podemos levar mais qualidade de vida para as pessoas. Isso envolve 5G [novo padrão de conectividade móvel que vai suceder o 4G], envolve Internet das Coisas, que vai revolucionar como a gente vive com as máquinas interligadas e se comunicando”, destacou o ministro da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC), Marcos Pontes, em cerimônia que marcou a criação da Câmara, em Brasília.

O ministro da Saúde, Henrique Mandetta, informou que um dos objetivos é constituir um sistema integrado no qual será criado um prontuário eletrônico de cada paciente, que vai reunir cinco tipos de dados dos cidadãos: consulta na atenção básica, resumo da internação, medicação consumida, exames laboratoriais e vacinas.

“Com esses cinco tipos de dados estamos fazendo um pequeno chassi e depois vamos acoplando inúmeras outras informações para construir essa magnitude de sistema, para conectar nossos 215 milhões de habitantes para não deixar ninguém para trás”, destacou o titular da pasta. Os dados coletados, continuou, podem ser utilizados para fins de pesquisa, construção de soluções em saúde, avaliação de situações relacionadas à cobertura vacinal e enfrentamento de doenças.

Segundo Mandetta, o projeto vai abarcar não somente os serviços públicos, mas também a iniciativa privada. “No nosso futuro prontuário, não faz diferença se é público ou privado, cada um tem que ter o seu”. Na Câmara, acrescentou, representantes do governo, dos gestores estaduais e municipais e do setor privado discutirão ações neste sentido.

“Acredita-se que em 2025 teremos 75 bilhões de dispositivos conectados à internet. Imagine a quantidade do uso dessas informações para a saúde. Seja no monitoramento de paciente crônico, seja no avanço da infraestrutura dos hospitais, já se fala em hospital 4.0, onde a gente vai automatizar todos os processos e precisar cada vez menos da interação humana”, complementou o diretor do Departamento de Informática do SUS, Jacson Venâncio.

O Ministério da Saúde começou a aplicar um projeto-piloto no estado de Alagoas, integrando todos os dados do Sistema Único de Saúde, como parte do programa Conecte SUS. O estado foi escolhido por facilidades geográficas e pela baixa informatização das unidades.

Cuidados

Na avaliação do médico e pesquisador associado do Núcleo de Pesquisa em Direito Sanitário da Universidade de São Paulo (NAP-DISA/USP) Daniel Dourado, o potencial de criação de um banco de dados de todos os cidadãos brasileiros para fins do prontuário unificado inspira cuidados acerca da segurança e das condições de acesso a essas informações, especialmente considerando que o governo sinalizou a possibilidade de integração não somente entre unidades do SUS, mas também entre agentes privados do setor."

Como eles não detalham como vai ser feito, o prontuário único vai ser usado como? Quem vai garantir que dados não sejam usados para alterar o preço dos serviços de saúde suplementar? Quem vai ser responsável pela segurança e pelo sigilo, já que a lei determina a responsabilidade do controlador e do operador do tratamento dos dados? No caso do prontuário, o dado não é apagado ao fim do uso, o que gera uma complicação adicional”, questiona o pesquisador.

Internet das Coisas

Em setembro do ano passado, a Agência Brasil publicou uma série de matérias sobre a Internet das Coisas. As reportagens mostravam como essas soluções tecnológicas podem trazer mudanças na forma como os serviços de saúde são ofertados. No combate a doenças crônicas e infectocontagiosas, esses equipamentos podem ser empregados para o monitoramento remoto de pacientes, auxílio à identificação e controle de epidemias e diagnósticos descentralizados. Neste último exemplo, inovações viabilizam a realização de exames sem a necessidade de enviar amostras para laboratórios, permitindo maior agilidade em decisões do tratamento, especialmente em locais remotos.

Na promoção da qualidade de vida, há soluções já em implantação no mercado, como monitoramento do condicionamento por meio de aparelhos como pulseiras, relógios e lentes de contato. Para assistência a pessoas mais velhas, pequenos sensores podem alertar quem faz o monitoramento em caso de queda.

Um sistema denominado “geladeira inteligente de vacinas” (vaccine smart fridge), de uma empresa nos Estados Unidos, possibilita o acompanhamento em tempo real da temperatura, o que contribui para evitar dano às doses. Além disso, com a tecnologia, o controle do estoque pode ser realizado em tempo real em qualquer lugar do mundo, facilitando a gestão das doses.

 

O Ministério da Saúde ampliou em 39% o número de leitos de Unidades de Terapia Intensiva (UTI), em relação a 2018, nos hospitais do Sistema Único de Saúde (SUS). A medida acrescentou 1.424 leitos para viabilizar o atendimento de casos mais graves de crianças e adultos em todo país.

Segundo a pasta, a ação foi responsável por zerar todos os pedidos de habilitação de leitos solicitados pelos estados em 2019, com investimentos de R$ 185,6 milhões. Atualmente, o SUS conta com 23 mil leitos de UTI Adulto e Pediátrico em todas as regiões do país.

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Dos 1.424 novos leitos, 729 são destinados a pacientes adultos, sendo 687 leitos de UTI e 42 em unidades coronarianas; e 695 voltados para o atendimento de crianças. Esse total está dividido em 142 novos leitos pediátricos, 159 neonatal, 287 em Unidade de Cuidados Intermediários Convencionais (UCINCo) e 107 em Unidade de Cuidados Intermediários Canguru (UCINCa).

No Centro-Oeste, foram habilitados 99 leitos, sendo 56 do tipo adulto, 30 pediátrico, sete neonatal e seis unidades coronarianas. No Nordeste foram 297 leitos, das quais 221 adulto, 34 do tipo pediátrico, 20 neonatal, 10 unidades coronarianas, 47 em UCINCo e 32 em UCINCa. Já para o Norte, a pasta habilitou 190 leitos, sendo 105 do tipo adulto, 35 pediátrico, 24 neonatal, um em unidade coronariana e 20 UCINCo.

Na Região Sudeste foram 300 leitos de UTI, dos quais 184 são leitos adultos, 13 pediátricos, 78 neonatal, 25 coronarianos, 203 UCINCo e 67 UCINCa. Na região Sul foram habilitados 144 UTIs, sendo 121 do tipo adulto, 10 do tipo pediátrico, 13 neonatal, 17 UCINCo e oito UCINCa.

 

A Prefeitura de Camaragibe, por meio da Secretaria Municipal de Saúde, em parceria com a Secretaria Estadual de Saúde (SES), realizou, neste sábado (11), uma ação específica de imunização contra a febre amarela dos condôminos e funcionários do Clube Alvorada, localizado no KM 13,5 da Estrada de Aldeia. Ao todo, foram disponibilizadas duas mil doses da vacina, como medida preventiva, tendo em vista o aparecimento de 14 macacos mortos naquela área.

A partir desta segunda (13), a Prefeitura de Camaragibe está antecipando a vacinação de febre amarela para os moradores de Aldeia. As equipes das Unidades Básicas de Saúde (UBS) de Araçá, Vila Rica e Asa Branca, todas lotadas em Aldeia, estarão com vacinas disponíveis para aplicação nos munícipes daquela região. Para se vacinar, é necessário que o munícipe leve o Cartão SUS, Caderneta de Vacinação ou Cartão de Vacina. 

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“Após estes locais, em seguida, partiremos para Estrada do Borralho e Oitenta, localidades também em Aldeia, em área de mata”, disse Ana Pérez, diretora de Atenção primária do município.

Vacinação Febre Amarela

Locais: UBS Araçá - Rua Luiz Gonzaga do Nascimento. Em frente à Escola Rita Neiva km 12 Aldeia 

UBS Vila Rica - Rua Lauro Miller s/n ao lado do CRAS Vera Cruz

UBS Asa Branca - Rua Cristo Redentor n 10 - Vera Cruz. Após a igreja Católica, segunda rua à direita

Horários de atendimento: 8h às 12h e 13h às 16h

Documentos necessários: Cartão SUS, Caderneta de Vacinação ou Cartão de Vacina

*Da assessoria

Uma idosa de 69 anos, usuária do Sistema Único de Saúde, foi beneficiada com recente decisão liminar que obrigou o Estado de Pernambuco a providenciar a internação da paciente para realização de cirurgia de artroplastia total do quadril com implante de prótese não cimentada. A ordem judicial, em resposta a ação proposta pela Associação de Defesa dos Usuários de Seguros, Planos e Sistemas de Saúde (Aduseps), frisou ainda que o procedimento deverá ser realizado em hospital da rede pública ou privada, às custas do Estado.

A idosa, que sofre há cerca de quatro anos de fortes dores no quadril, encontra-se atualmente sem poder se locomover em razão de uma grave artrose na região. Seu médico assistente indicou, então, a realização do procedimento cirúrgico, negado pela Secretaria de Saúde do Estado. 

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Embora tratando-se de procedimento de urgência, em razão do agravamento do estado clínico da idosa, não houve resposta alguma por parte do Estado no sentido de garantir à paciente o devido tratamento, razão pela qual a Aduseps ingressou com ação judicial e obteve resposta favorável do Poder Judiciário.

*Da assessoria

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