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A rede de farmácias Pague Menos começou nessa quinta (28) a realizar o agendamento dos testes rápidos de Covid-19 em Pernambuco. Uma unidade em Recife e uma unidade em Petrolina oferecerão o serviço. O cliente poderá optar por fazer o teste em seu carro, em um sistema drive-thru, ou no consultório farmacêutico. O valor do exame será R$ 199.

Testes só serão feitos mediante agendamento prévio, por meio do telefone 0800 022 8282, de segunda à sexta, das 10h às 16h. Quem tiver interesse poderá fazer os exames nas unidades Av. João de Barros, 1546, na capital pernambucana, e Rua Araripina, 116, em Petrolina.

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Uma entrevista prévia será feita com os interessados para saber sobre o tempo de aparecimento dos sintomas, informar local, data e hora da aplicação do exame, além dos procedimentos de segurança.

Como não se trata de um autoteste, o paciente sempre contará com a assistência de um profissional farmacêutico no local, que seguirá as determinações da Anvisa. O resultado do laudo, atestado por clínicas especializadas e notificado ao Ministério da Saúde, sai dentro de 30 minutos e será compartilhado no e-mail do paciente.

O exame detecta a presença de anticorpos (IgG e IgM), que são produzidos pelas células de defesa pelo corpo humano contra a Covid-19 após o contato com vírus, por meio da coleta de uma gota de sangue.

Os anticorpos podem ser detectados com melhor sensibilidade após o 8º dia de início dos principais sintomas, que são febre, tosse e dificuldade para respirar, de acordo com as indicações do Ministério da Saúde.

Os testes também já estão disponíveis nas unidades da Pague Menos em Fortaleza (CE), São Paulo (SP), Goiânia (GO) Salvador (BA), Belo Horizonte (MG) e Uberlândia (MG), Manaus (AM), São Luís (MA) e Imperatriz (MA).

A diretoria da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou hoje (28) a aplicação de testes rápidos para a detecção do novo coronavírus (covid-19) em farmácias. Com a decisão, a realização deixará de ser feita apenas em ambiente hospitalar e clínicas das redes públicas e privadas.

“O aumento [dos testes] será uma estratégia útil para diminuir a aglomeração de indivíduos [em hospitais] e também reduzir a procura dos serviços médicos em estabelecimento das redes públicas”, disse o diretor presidente substituto da Anvisa, Antonio Barra Torres.

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As farmácias não serão obrigadas a disponibilizar o teste. O estabelecimento que optar pelo procedimento deverá ter profissional qualificado para realizar do exame.

A realização dos exames não servirá para a contagem de casos do coronavírus no país. Em seu voto, Barra Torres, que foi o relator do processo, destacou ainda que o teste não terá efeito de confirmação do diagnóstico para o coronavírus, uma vez que há a possibilidade de o teste apontar o chamado “falso negativo”, quando o paciente é testado ainda nos primeiros dias de sintomas.

"Os testes imunocromatográficos não possuem eficácia confirmatória, são auxiliares. Os testes com resultados negativos não excluem a possibilidade de infecção e os positivos não devem ser usados como evidência absoluta de infecção, devendo ser realizados outros exames laboratoriais confirmatórios”, disse.

A liberação dos testes rápidos em farmácias enfrentava resistências, devido a questões sanitárias e ligadas também à eficácia dos exames. Ao comentar a aprovação da realização dos testes em farmácias, Barra Torres lembrou que esses testes vêm sendo feitos por determinação de alguns governos locais.

A liberação desses testes será temporária e deve permanecer no período de emergência de saúde pública nacional decretado pelo Ministério da Saúde em 4 de fevereiro deste ano.

O governo dos Estados Unidos autorizou nesta quarta-feira (8) que as farmácias realizem testes de detecção de COVID-19 na população, incluindo o exame de anticorpos recentemente desenvolvido que revela se a pessoa já se recuperou da doença.

O secretário federal de Saúde, Alex Azar, anunciou que todos os testes autorizados pela agência americana de controle do setor farmacêutico e alimentício (FDA) a partir de agora poderão ser realizados por farmacêuticos, o que amplia o leque de medidas para monitorar e combater a pandemia nos EUA.

"A administração Trump está dando aos farmacêuticos a oportunidade de desempenhar um papel mais importante na resposta ao COVID-19, ao lado dos heroicos trabalhadores da Saúde dos Estados Unidos", disse Azar.

Quando a pessoa está infectada com o novo coronavírus, um simples teste com algodão com secreção do nariz ou da garganta pode confirmar se o vírus está ativo em seu corpo.

Após o período de contaminação, é possível analisar o sangue da pessoa em busca de anticorpos específicos. Este tipo de teste permite saber se houve infecção pelo coronavírus, inclusive assintomática, como é comum. Quando o sistema imunológico encontra o vírus, o guarda em sua memória em forma de anticorpos.

Nesta quarta-feira, em Washington, um laboratório privado anunciou a venda de um teste de serologia com resultado em 15 minutos, ao custo de 290 dólares.

Desde que a Organização Mundial da Saúde (OMS) confirmou a pandemia do Coronavírus (Covid-19), a procura por álcool em gel tem crescido exponencialmente nas farmácias e mercados. Atentos a falta do produto industrializado, muitos estabelecimentos farmacêutico de manipulação estão produzindo em massa para atender a demanda. Mesmo assim, o estoque não para de estar vazio.

João Conrado, dono da farmácia de manipulação Magistral, localizada no bairro da Boa Vista, centro do Recife, afirma que começou a produzir álcool em gel na segunda-feira (16), e na terça-feira (17) já não tinha mais. “Em média, vendemos para mais de 30 litros e já acabou todo o estoque de matéria prima que tínhamos. De 20 ligações, 18 são a procura do antisséptico”, disse.

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Entre o álcool em gel manipulado e industrializado, os preços variam bastante. João Conrado explica que “o álcool em gel manipulado é um pouco mais caro, devido a matéria prima ter uma valor mais salgado”. Ele ainda faz uma comparação entre os dois produtos. “200g de álcool em gel estava custando em torno de R$ 20, sendo que o industrializado custa bem menos”, conclui.

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Álcool em gel caseiro

Devido a baixa nas farmácias do país, muitas pessoas estão buscando vídeos no YouTube querendo produzir álcool em gel na sua própria casa. O Conselho Federal de Química (CFQ) diz que “Algumas receitas caseiras estão circulando na internet e, em geral, recomendam a produção do álcool em gel a partir do álcool líquido concentrado. O CFQ preza pela segurança da população brasileira, por isso, não recomenda essa prática tanto pelos riscos associados quanto por confrontar a legislação brasileira”, alerta.

Os benefícios do álcool em gel contra o Covid-19

O CFQ informa que “o álcool gel, por ser considerado antisséptico, ajuda na prevenção ao contágio pelo coronavírus e sua indicação pauta-se nas medidas de prevenção ao contágio de doenças respiratórias. Estudos demonstram melhor eficácia do produto em soluções 70%, que é o recomendado pela ANVISA para os serviços de saúde brasileiros e o indicado pela OMS na Lista de Medicamentos Essenciais.”

As recomendações das autoridades de saúde para higienização das mãos são tanto o álcool gel quanto a lavagem com água e sabão. Segundo o CFQ, “Sabões, sabonetes e detergentes de um modo geral, graças às suas propriedades químicas, removem a maior parte da flora microbiana na superfície da pele”, afirma.

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Enquanto os frascos de álcool em gel desaparecem das prateleiras das farmácias, o comércio informal encarregou-se de suprir a procura pelo higienizador considerado o principal método de prevenção do novo coronavírus. Após as primeiras confirmações em Pernambuco, as drogarias recifenses foram tomadas por clientes, que esvaziaram os estoques rapidamente. O aumento da demanda e a falta do produto na praça fez um vendedor de artigos eletrônicos investir no mercado de saúde.

“Nas últimas duas semanas, a procura foi enlouquecida”, relata Silvia Pereira, balconista de uma farmácia localizada no bairro de Afogados, na Zona Oeste do Recife. Em um estabelecimento próximo, o atendente Clayton Teixeira reafirmou receio da população em ficar desprotegida. “Tava um caos, todo mundo desesperado”, complementa.

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Com a carroça instalada na frente de uma drogaria da Avenida Guararapes, área Central do Recife, o ambulante Hugo Vanderlindo observava a movimentação frenética atrás do produto e decidiu ampliar a oferta aos populares. Com preços entre R$ 8 e R$ 10, e promovendo a possibilidade da compra em crédito, o comerciante afirma que já vendeu cerca de 50 unidades e está sendo a "salvação" dos que não conseguem encontrar o gel em estabelecimentos convencionais.

Confira

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Com os últimos casos de suspeita do Coronavírus no Recife, a procura por máscaras de proteção cresceu bastante e com isso a escassez do produto nas farmácias na cidade, situação que está deixando a população alarmada.

De acordo com Sérgio Mena Barreto, CEO da Associação Brasileira de Redes de Farmácias e Drogarias (Abrafarma), a falta do produto se dá pelo problema com a restrição mantida pela exportação chinesa.

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“Várias redes de farmácias informaram que estão com estoques de máscaras zerados ou dificuldade de conseguir o item para a venda. E ninguém se planejou pra essa demanda, até porque 30 dias atrás a demanda já tinha aumentado e os distribuidores não tinham para entrega. Como o insumo delas é chinês e o governo chinês restringiu a saída, está em falta. Mas o álcool em gel é uma falta pontual porque tem produção nacional”.

Na semana passada, a Abrafarma havia emitido a seguinte nota: “Em relação aos reflexos do coronavírus no país, a Associação Brasileira de Redes de Farmácias e Drogarias (Abrafarma), na condição de entidade representativa do varejo farmacêutico nacional, está atenta aos possíveis problemas de fornecimento de produtos como máscaras e gel antisséptico, por conta da elevação da procura. A indústria farmacêutica, que utiliza matéria-prima e princípios ativos importados da China, também pode ser influenciada por esse cenário. Porém, ainda não é possível mensurar um impacto efetivo”.

O LeiaJá procurou algumas farmácias e até uma distribuidora para buscar informações sobre a procura e a quantidade disponível para venda. Alguns modelos estão com valores majorados, como é o caso da máscara N95 que até a semana anterior ao período de carnaval custava cerca de R$ 24,90 a unidade, atualmente está custando R$ 49,99. Já a máscara cirúrgica, de uso comum, ainda custa R$ 23,90, mas segundo a empresa o valor pode sofrer aumento devido a grande procura.

Confira nossa reportagem:

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 Segundo dados do Sistema de Informação sobre Mortalidade do Ministério da Saúde, 388 pessoas morrem diariamente em decorrência da hipertensão ou causas relacionadas. A doença acomete 24,7% da população brasileira, mas, entre aqueles que ainda não chegaram aos 70 anos, ela pode ser evitada em 37% dos casos. É neste contexto que a Associação Brasileira de Redes de Farmácias e Drogarias (Abrafarma), aproveitando o mote do Dia Coração- no dia 29 de setembro-, inicia uma campanha de medições gratuitas de pressão arterial, entre os dias 23 e 27 de setembro. Ao todo, mais de mil estabelecimentos participarão da ação.

Os serviços clínicos nas drogarias são amparados pela Lei Federal n° 13.021/2014 e regulamentados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Atualmente, mais de 2,9 mil farmácias em 350 municípios oferecem atendimentos clínicos. Nos próximos meses, outras ações voltadas para revisão de medicação, diabetes e uma campanha de prevenção de câncer de pele estão programadas para acontecer.

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Supermercados e farmácias lideraram a abertura de lojas neste ano até outubro, mostra estudo da Confederação Nacional do Comércio (CNC). "Esse é um indício da fraqueza da recuperação da economia", observa o economista-chefe da CNC, Fabio Bentes. Isso porque alimentos e medicamentos são itens de primeira necessidade, de baixo valor e cuja compra é obrigatória. O consumo desses produtos de baixo valor unitário é praticamente autônomo, depende pouco da retomada da atividade econômica e do crédito.

Das quase 6 mil lojas inauguradas, mais da metade (64%) foram dos segmentos de supermercados, alimentos, bebidas, medicamentos e artigos de perfumaria.

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Paulo Cardamone, diretor da rede de cafeterias Casa Bauducco atesta esse movimento. "Estamos com um plano de expansão bastante audacioso neste ano e no próximo", afirma. Em 2018 foram inauguradas 24 lojas e para 2019 estão previstas 45. Com isso, ao final de 2019 serão cem pontos em operação, a maioria franquias.

O fato de ser uma rede nova e com uma marca forte ajudam na expansão. Mas o executivo destaca que o sucesso também se deve ao fato de ser um negócio resiliente. Isto é, o consumo de um café e de uma fatia de panetone é pouco afetado pelas crises econômicas.

Esse raciocínio também vale para o setor de supermercados que vende itens de primeira necessidade. Para 2019, os dois gigantes do setor supermercadista, Carrefour e GPA, ampliaram os investimentos feitos neste ano, para R$ 2 bilhões e R$ 1,8 bilhão, respectivamente. E boa parte dessas cifras será aplicada na expansão da rede de lojas.

Já os segmentos do varejo de móveis, eletrodomésticos e materiais de construção, que envolvem cifras maiores, com compras financiadas, ainda estão no vermelho na abertura de lojas neste ano, mostra o estudo da CNC. Isso significa que esses segmentos mais fecharam que abriram pontos de venda neste ano até outubro. A exceção é o comércio de veículos, motos, partes e peças, que está entre os quatro maiores na inauguração de lojas. Neste caso, diante do ainda fraco crescimento da economia, Bentes acredita que a expansão tenha sido puxada pelas lojas de autopeças, para reposição.

Estados

O estudo traça também o retrato regional da expansão do varejo. Os quatro Estados que lideram a recuperação da abertura de lojas - Mato Grosso, Santa Catarina, Espírito Santo e São Paulo - são aqueles nos quais as vendas mais cresceram neste ano.

As vendas do varejo do Espírito Santo, por exemplo, avançaram 14,5% até outubro - o melhor desempenho entre as demais unidades da federação. Foram abertas 442 lojas, com avanço de 1,7% ante dezembro de 2017. O melhor resultado do varejo e da abertura de lojas, reflete, segundo Bentes, da CNC, a saúde fiscal do Estado. "As contas públicas do Espírito Santo estão entre as melhores do País."

Já os Estados que mais fecharam do que abriram lojas são aqueles que enfrentam crise fiscal e resultados mais fracos de vendas. Nesse grupo estão o Rio, com retração 1,6% no saldo líquido de lojas, e Roraima, na lanterna do ranking. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O LeiaJá brilhou mais uma vez no meio jornalístico. A reportagem ‘Assistência farmacêutica instiga revolução na saúde’ venceu a categoria ‘Online’ do Prêmio Abrafarma de Jornalismo, promovido pela Associação Brasileira de Redes de Farmácias e Drogarias. É o segundo ano consecutivo que o portal conquista premiação; em 2017, além de ter a melhor matéria da plataforma internet, o LeiaJá se sagrou vencedor do grande prêmio da Abrafarma.

O evento de premiação foi realizado na noite dessa quarta-feira (5), em uma casa de eventos localizada em São Paulo. O Prêmio - que está em sua quarta edição - busca valorizar reportagens que abordem o mercado farmacêutico em suas diferentes vertentes. A reportagem do LeiaJá mostra como os serviços de saúde estão sendo expandidos nas farmácias brasileiras e de que maneira essa expansão refletiu no mercado de trabalho dos farmacêuticos, nas empresas e na população. O repórter Nathan Santos é o autor da matéria, a edição de texto é do jornalista Thiago Graf, as imagens são do repórter fotográfico Rafael Bandeira, a montagem do conteúdo visual é de Danillo Campelo e as artes são de autoria do designer João de Lima.

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Para o repórter Nathan Santos, o tema da matéria é relevante para o mercado farmacêutico e principalmente para a população que necessita dos serviços de saúde. “É importante que as pessoas saibam dos atendimentos farmacêuticos realizados por profissionais qualificados nas redes brasileiras. Não se trata de uma substituição do serviço médico; é uma atividade que complementa os tratamentos de saúde”, destacou Santos. Sobre a premiação, o repórter parabenizou o trabalho feito pelo LeiaJá.

Jornalistas participaram da premiação na noite dessa quarta-feira, em São Paulo. Foto: Cortesia

“Tenho um prazer enorme de trabalhar com grandes profissionais da área de Comunicação. O prêmio é mais um reconhecimento à excelência jornalística do LeiaJá que sempre produz grandes reportagens multimídias”, comentou Nathan Santos, que comemora seu oitavo prêmio jornalístico.

De acordo com o editor textual Thiago Graf, a reportagem vencedora reforça as farmácias brasileiras como espaços que vão além de estabelecimentos comerciais. “A cada dia, esses locais deixam de, exclusivamente, só vender medicamentos e seguem ampliando a assistência de saúde para a população. As perspectivas são animadoras para o setor que deve se consolidar como pilar importante para a saúde das pessoas”, analisou.

O repórter fotográfico Rafael Bandeira descreveu a impressão que teve em acompanhar, durante as apurações da reportagem, os contatos entre consumidores e farmacêuticos. “O interessante de ter participado foi ver a relação de proximidade entre clientes e farmacêuticos. É algo que eu não imaginava que fosse tão importante para quem frequenta as farmácias. Os profissionais passam a conhecer com mais profundidade os consumidores e os ajudam a manter a saúde, além de, muitas vezes, criar laços de amizade”, comentou Bandeira.

Responsável por dar corres e dados às artes da reportagem, o designer João de Lima destaca que o recurso deixa ainda mais claros para os leitores dados do setor sobre a assistência farmacêutica. No caso da ilustração, você pode trazer informações de uma maneira mais leve e que demandam menos esforço dos leitos para fixarem informações específicas. O leitor se sente ainda mais confortável acompanhando as reportagens, fica mais prazeroso”, acrescentou João.

Mais de 40 trabalhos foram inscritos na disputa. Além da conquista do LeiaJá na categoria ‘Online’, o Abrafarma de Jornalismo premiou matérias de outras plataformas. Confira:

Melhor matéria e Impresso: Isabel Filgueiras - O Povo-CE Reportagem: Protagonismo, farmacêuticos voltam a assumir papel importante no setor (Série especial)

Revista: Rita Cirne - Valor Setorial Reportagem: Farmácia Popular Ameaçada

Rádio: Lorena Pelanda - Rádio BandNews FM Curitiba Reportagem: Panorama do consumo e distribuição de remédios no Paraná (Série Especial)

TV: Band RS – Jornal da Band - Juliano Zarembski Reportagem: Anvisa aprova aplicação de vacinas em farmácias no país

Mais premiações

A Abrafarma também realizou o ‘Prêmio Parceiros do Ano’, que reconhece empresas do setor que se destacaram ao comercializar, durante 2018, produtos ligados ao segmento farmacêutico. Na ocasião, o CEO da Associação, Sergio Mena Barreto, comemorou a atuação das grandes redes de farmácias, que hoje já somam mais de 7 mil unidades em todo o Brasil.

“Em 2018, as redes abriram cerca de 500 novas lojas e registraram um crescimento de quase 8%. No período, foram gerados mais de 5 mil postos de trabalho”, disse Barreto, conforme informações da assessoria de imprensa.

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O aposentado Carlos Alberto (de camisa azul) passou a receber atendimentos de saúde nas próprias farmácias. Foto: Rafael Bandeira/LeiaJáImagens

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Disposto a uma conversa agradável e sempre pronto para compartilhar uma boa piada, o aposentado Carlos Alberto Fernandes Seixas, de 56 anos, reflete bem-estar. Além da feição feliz, o recifense demonstra uma saúde admirável e revela ser um dos brasileiros que não abrem mão de manter consultas médicas rotineiras. Ele entende que cuidar do próprio corpo, sob orientações de profissionais especializados, é fundamental para quem almeja uma boa condição física. Mais do que isso, Paulo também faz questão de praticar exercícios com regularidade, guardando um carinho especial pelas suas indispensáveis caminhadas em ruas da Zona Norte da capital pernambucana.

Morador do tradicional bairro de Casa Amarela, um dos mais populosos do Recife, ele revela que - entre uma caminhada e outra - um endereço é destino obrigatório na sua rota. Há pelo menos dois anos, ele frequenta com regularidade uma das farmácias da rede Pague Menos. Na unidade, o aposentado descobriu e incluiu em sua rotina os atendimentos clínicos realizados por farmacêuticos, que vão de testes rápidos, como o de glicemia, até aferição de pressão arterial. Sua confiança pelo serviço ganhou mais força quando, ao ser orientado por um desses profissionais, checou uma informação junto a sua médica.

“Uma pessoa maravilhosa é o Adriano, o farmacêutico que me atende sempre. Inclusive, tive um problema na próstata; falei com Adriano, ele viu todos os exames e informou que estava tudo bem comigo. Como sou exigente, levei os exames para a minha médica, que confirmou e elogiou o serviço da farmácia. Isso me fez dar mais crédito ainda. É uma prova de que o serviço farmacêutico mudou, antigamente os farmacêuticos apenas entregavam o remédio para comercializar. Hoje, no entanto, eles olham o lado humano do cliente. Estou tendo um atendimento maravilhoso”, conta o aposentado.

Cliente assídua da farmácia, assim como Seu Carlos, a dona de casa Valdenice Almeida, 69 anos, também adotou o serviço farmacêutico. Ela reside no bairro há 18 anos, mas só há cerca de três anos passou a ter orientação sobre saúde na própria unidade. “Passo aqui, faço aferição e recebo muitas informações. Antes, o cliente só consumia remédio, mas após esse serviço ficou muito melhor. A gente compra e ainda cuida da nossa saúde. O próprio atendimento melhorou”, opina.

 Outro cliente que passou a receber atendimentos farmacêuticos regularmente, o aposentado José Arthur de Sá, 73, acredita que o serviço é um diferencial importante no concorrido mercado de farmácias. Sempre que volta da academia onde pratica exercícios físicos, Seu José faz questão de entrar na unidade recifense para realizar exames rápidos ou simplesmente bater um papo descontraído com a equipe farmacêutica. Na sua ótica, esse tipo de emprendimento não é um simples ponto comercial; é também, para ele, um espaço de saúde que tem o objetivo de contribuir para a população brasileira.

“Diariamente, mais ou menos umas 10h, passo aqui para comprar produtos. Além disso, no meio da semana, venho aferir a pressão e fazer um exame rápido. Preciso me cuidar porque tenho 73 anos e quero ter um final feliz de vida" afirma José, que ainda elogia as conversas e orientações atenciosas dos farmacêuticos.

  

O aposentado José Arthur de Sá incluiu em sua rotina a assistência farmacêutica / Foto: Rafael Bandeira/LeiaJáImagens

Todo esse serviço clínico aplicado desde 2014 pelas grandes redes era chamado por especialistas do segmento como “revolução silenciosa”. Hoje, no entanto, a revolução já ecoa em alto tom por muitas unidades. Encabeçada pela Associação Brasileira de Redes de Farmácias e Drogarias (Abrafarma), a ação pretende massificar nos estabelecimentos o serviço de saúde no âmbito da assistência farmacêutica. Empresas do setor estão recebendo consultoria sobre a iniciativa, bem como profissionais da área têm à disposição inúmeras capacitações contínuas - que facilitam a adequação à essa nova realidade de mercado -. O conjunto dessas ações impacta, consequentemente, nas esferas econômica, profissional e - principalmente -na saúde dos clientes. Praticamente, todos os serviços são gratuitos. 

Adriano Costa, o farmacêutico elogiado por Seu Paulo e outros clientes, acredita que os atendimentos começaram a modificar a formação dos profissionais da área. De acordo com ele, o mercado não tem espaço para um farmacêutico que se atenha apenas a vender ou encontrar o produto do cliente na prateleira. É preciso, sobretudo, segundo Adriano, se enxergar como profissional da saúde, que tem um papel importante em prol do bem-estar da sociedade.

>> Fortalecimento das salas clínicas e um mercado que propaga saúde

De acordo com a Abrafarma, a quantidade de estabelecimentos com salas onde são realizados os serviços farmacêuticos mais do que dobrou nos últimos 12 meses. O número saiu de 605 para 1.670 unidades, que corresponde a um avanço de 176%. Ainda segundo a Associação, a previsão é que, até o final deste ano, sejam realizados 2,6 milhões de atendimentos nas grandes redes de farmácias. Essa estimativa otimista reflete explicitamente o crescimento exponencial desse tipo de atividade, uma vez que a projeção representa praticamente o dobro do número de ações registradas em 2017 no setor: 1,4 milhão de atendimentos.

Os levantamentos da Abrafarma ainda vislumbram uma expansão nos serviços realizados nas unidades, principalmente os que são considerados como "avançados". Segundo a instituição, dos 1.670 estabelecimentos que dispõem de salas clínicas, mais de 900 contam com oito programas de saúde apontados nessa categoria. A projeção é que, até o final de 2018, esse número passe de 2 mil estabelecimentos. 

 

Na Pague Menos, o serviço de atendimento farmacêutico, iniciado em 2014, foi batizado de 'Clinic Farma'. A rede estipula que realizou, apenas no primeiro semestre deste ano, cerca de 3 milhões de procedimentos clínicos, duas vezes mais do que o ano passado. Das quase mil lojas da rede distribuídas em 26 estados brasileiros, mais de 700 unidades contam com salas clínicas. De acordo com a gerente nacional da Clinic Farma, Socorro Simões, todo o trabalho voltado para a saúde, além de ser uma exigência do mercado farmacêutico, empodera os profissionais da área e fideliza ainda mais a relação da empresa com os clientes.

“Cada vez mais, queremos levar saúde à população brasileira - que está sempre procurando esse serviço -. É um atendimento que acaba empoderando o profissional a atuar, prestando uma atenção farmacêutica eficiente. Hoje a gente já nota que o cliente entende que é um serviço diferenciado. O público pode agendar para um atendimento contínuo ou pode começar a receber orientação quando chega às nossas unidades dentro do horário comercial”, explica Socorro Simões.

Segundo a coordenadora farmacêutica da Pague Menos em Pernambuco, Micalyne Egito, o avanço dos serviços farmacêuticos não dispensa o atendimento médico. De acordo com ela, esse é o alerta feito pelos profissionais da área durante os contatos com os clientes. No áudio a seguir, Micalyne dá mais detalhes do serviço e faz uma projeção sobre as tendências do segmento.

Presidente-executivo da Abrafarma, Sérgio Mena Barreto aposta nas experiências internacionais para continuar o fortalecimento do atendimento farmacêutico no Brasil. O gestor ainda reforça que é importante para os especialistas do segmento de saúde e, principalmente, para a própria população, um trabalho conjunto entre, por exemplo, os profissionais de farmácia e os médicos de diferentes áreas.

“No mundo inteiro, a farmácia tem ocupado um papel de mais protagonismo na saúde, por ser um local de maior proximidade com a população e o farmacêutico por ser um profissional que entende de doença e medicamentos. O farmacêutico pode ser um protagonista, auxiliando o tratamento médico. Para se ter uma ideia, nos Estados Unidos, o governo ou planos de saúde pagam para o farmacêutico organizar ou gerir medicamentos de um paciente, porque não é o médico que faz isso, e sim o profissional de farmácia”, explica o presidente da Abrafarma. 

Barreto valoriza ainda o contato profissional que é feito com o cliente. É um vínculo, segundo ele, que perpassa a questão comercial da venda de um medicamento ou qualquer outro produto, passando a permear o âmbito da saúde. “É ali, no atendimento clínico farmacêutico, que o cliente pode ter uma conversa muito mais franca sobre como ele se sente, sobre algum medicamento que ele usa ou por que não conseguiu mudar o hábito alimentar. O serviço ainda é uma novidade no Brasil, a gente aprovou uma lei em 2014 trazendo de novo este papel para as farmácias. Defendemos que a farmácia pode fazer três coisas: a primeira delas é identificar risco, fazendo testes rápidos. Você faz 25 testes na ponta do dedo, como diabetes, colesterol, dengue, um verdadeiro painel de identificação. Isso já tinha na Europa há muito tempo. Muito em breve vai se ver nas farmácias pequenas. O segundo ponto: imunização, ou seja, prevenção por meio de vacinas. Além disso, o terceiro é fazer com que o paciente que é crônico não abandone o tratamento”, detalha.

Campanhas compartilham saúde - Com o objetivo de combater doenças que afetam a população brasileira, grandes redes de farmácias, sob organização da Abrafarma, realizam, desde março deste ano, campanhas de saúde que conscientizam os clientes, de maneira gratuita, sobre os riscos de diferentes diagnósticos. A primeira ação tratou de obesidade. De acordo com a Pesquisa de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção de Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel), quase 20% dos brasileiros sofrem com o problema e mais da metade da população é acometida por sobrepeso. Segundo o Ministério da Saúde, no Brasil, uma em cada cinco pessoas é obesa.

De 26 a 30 de março, os consumidores puderam solicitar aos farmacêuticos avaliação de peso, altura, taxa de gordura corpórea e orientações para controle do peso. O balanço da Abrafarma aponta que, especificamente nessa campanha, mais de 14 mil pessoas foram atendidas. Além disso, outro recorte impressiona: sete a cada dez clientes atendidos apresentaram sobrepeso.

Em junho deste ano, mais de mil farmácias, oriundas de dez grandes redes, realizaram a campanha de combate à asma. Segundo balanço das empresas, 7.211 clientes receberam atendimentos; foram realizados testes de controle da doença categorizados da seguinte maneira: "Excelente", "Bom" e "Mau".

Outro destaque foi a campanha realizada em agosto deste ano, direcionada a ações de combate ao colesterol. Segundo pesquisa da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), cerca de 60 milhões de brasileiros apresentam níveis altos de colesterol. Durante a campanha, 7.508 clientes foram atendidos em mais de 180 lojas.

Até novembro deste ano, vários problemas de saúde que devem ser combatidos estarão em pauta nas campanhas das grandes redes. Os calendários são divulgados nas redes sociais da Abrafarma e das farmácias envolvidas. 

Em 2017, foram realizadas nove campanhas de saúde no período de março a novembro. Mais de mil farmácias participaram das ações, promovendo um número superior a 80 mil atendimentos. Segundo levantamento da Abrafarma, cerca de 3 mil farmacêuticos atuaram durante as intervenções.

>> Vacinação amplia leque de serviços nas farmácias 

Em dezembro do ano passado, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), por meio da sua Diretoria Colegiada, aprovou resolução que permite qualquer estabelecimento de saúde realizar vacinações, como farmácias e drogarias. “A norma dá ao setor regulado mais clareza e segurança jurídica quanto aos requisitos que devem ser seguidos em todo o território nacional. Além disso, as vigilâncias sanitárias das Secretarias Estaduais e Municipais de Saúde poderão exercer a fiscalização a partir de norma mais objetiva e uniforme quanto às diretrizes de Boas Práticas em serviços de vacinação, independentemente do tipo de estabelecimento”, informou o órgão em seu site oficial.

De acordo com a Anvisa, a população poderá identificar os pontos de farmácias que dispõem do serviço. Esses estabelecimentos deverão respeitar requisitos de qualidade e segurança já definidos pela Agência, “além de ter sua rotina facilitada pelo aumento das opções de escolha quanto ao local de prestação do serviço”. 

A seguir, é possível conferir ponto a ponto dos requisitos mínimos estabelecidos pela Anvisa para essa prática nos estabelecimentos em todo o país:

• Licenciamento e inscrição do serviço no Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (CNES);

• Afixação do Calendário Nacional de Vacinação, com a indicação das vacinas disponibilizadas;

• Responsável técnico;

• Profissional legalmente habilitado para a atividade de vacinação;

• Capacitação permanente dos profissionais;

• Instalações físicas adequadas, com observação da RDC 50/2002 e mais alguns itens obrigatórios a exemplo do equipamento de refrigeração exclusivo para a guarda e conservação de vacinas, com termômetro de momento com máxima e mínima;

• Procedimentos de transporte para preservar a qualidade e a integridade das vacinas;

• Procedimentos para o encaminhamento e atendimento imediato às intercorrências;

• Registro das informações no cartão de vacinação e no Sistema do Ministério da Saúde;

• Registro das notificações de eventos adversos pós vacinação e de ocorrência de erros no Sistema da Anvisa;

• Possibilidade de vacinação extramuros por serviços provados; e

• Possibilidade de emissão do Certificado Internacional de Vacinação ou Profilaxia (CIVP).

Inicialmente, a vacinação em farmácias era realizada nos Estados de São Paulo, Minas Gerais, Paraná, Santa Catarina e em Brasília. Agora, a partir da regulamentação da Anvisa, o serviço está sendo levado para as demais regiões. “Vacina é um problema no Brasil. A gente tem uma cobertura boa com crianças e idosos, mas da população de 20 a 59 anos, 64% das pessoas não se vacinam. E o adulto, nessa faixa a partir dos 20, deveria tomar umas 12 vacinas. A gente vai começar a viver uma nova era na saúde brasileira por causa dos novos papéis das farmácias”, explica presidente-executivo da Abrafarma.

Ainda de acordo com a gestão da Associação Brasileira de Redes de Farmácias e Drogarias, é de se comemorar a autorização por parte da Anvisa. Além disso, para Sérgio Mena Barreto, a questão financeira terá um impacto positivo para a população, já que a tendência é que as vacinações sejam barateadas, em comparação com clínicas privadas.“O custo é outro problema importante. Em uma vacina de gripe, por exemplo, se cobra até R$ 180. Uma farmácia pode trabalhar em uma faixa entre R$ 70 e R$ 80”, opina.

Em artigo publicado no último mês de julho, a Associação reitera sua posição sobre o trabalho dos profissionais de farmácia também na vacinação. Segundo o texto, as unidades vinculadas a grandes redes estão pontas para oferecer o serviço. 

“O estímulo ao autocuidado torna-se uma estratégia ainda mais necessária em razão da baixa cobertura vacinal no Brasil. Essa realidade contribui para que doenças já erradicadas voltem a preocupar autoridades sanitárias e profissionais de saúde. A ameaça do ressurgimento de males como sarampo, rubéola e poliomielite levou até a criação de uma força-tarefa envolvendo Brasil, Argentina, Chile e Paraguai. Entidades como a Sociedade Brasileira de Imunizações (Sbim) mostram-se atentas ao tema e alertam para a importância de incentivar a vacinação especialmente entre crianças. As farmácias podem ter um importante papel no aumento da cobertura vacinal, atuando na imunização e também como pontos de educação em saúde. Desde 2017, esses estabelecimentos podem oferecer vacinação e centenas de farmácias em todo o país já contam com o serviço”, diz trecho do artigo.

Um posicionamento oficial da Sbim orienta que sejam respeitadas exigências importantes para o funcionamento dos serviços de vacinação humana. “A entidade participou ativamente no período da consulta pública da proposta, com o envio de várias sugestões, e elaborou uma Nota Técnica sobre a questão, disponibilizada na página da entidade (sbim.org.br) em 13/07/2017. Na ocasião, já ressaltávamos algumas situações de risco que necessitam ser muito bem avaliadas na nova realidade”, consta no posicionamento. Confiram alguns pontos reforçados pela Sociedade Brasileira de Imunizações em um comunicado oficial:

A SBIm entende que os imunobiológicos só devem ser ofertados se for possível cumprir todos os processos que garantam a segurança dos pacientes, entre os quais: triagem de indicações e contraindicações; correto manuseio, conservação, preparo e administração das vacinas; registro e descarte apropriado de resíduos, assim como atendimento e notificação de eventos adversos imediatos e tardios.

Além disso, a estrutura física deve ser adequada para que todos os procedimentos (antes, durante e após a vacinação) possam ser desenvolvidos com segurança. As boas práticas incluem, ainda, fornecer orientações, zelar pelo indivíduo em todas as fases do processo e se responsabilizar pela conduta diante de quadros adversos. Ou seja, serviços de vacinação não podem ser confundidos com administradores de produtos segundo protocolos.

As atividades de vacinação são complexas e somente podem ser exercidas por profissionais capacitados e em estabelecimentos devidamente licenciados para esse fim pela autoridade sanitária. O trabalho de fiscalização por parte dos órgãos competentes se tornará cada vez mais importante. Do contrário, a população pode ser penalizada.

Segundo estudo realizado pelo Ibope Inteligência, com a participação de mais de 2 mil pessoas, 52% dos entrevistados aprovam a implementação do serviço de vacinação nas farmácias. Em outro recorte, a pesquisa aponta que 81% dos participantes do levantamento demonstram segurança para receberem vacinas em estabelecimentos farmacêuticos.  

>> Um mercado ainda mais exigente

A propagação dos serviços de saúde que beneficiam os clientes das grandes redes proporciona ainda um impacto profundo na formação dos farmacêuticos brasileiros. Com a adesão das empresas ao fortalecimento da assistência farmacêutica em seus estabelecimentos, consequentemente, o próprio mercado passou a exigir profissionais ainda mais qualificados e empoderados, cientes de que têm um papel importante em prol da população.

Para especialistas e professores da área de farmácia, os cursos de graduação precisam intensificar uma formação que trate o farmacêutico como um autêntico profissional de saúde, que não se resumirá a entregar os produtos exigidos pela clientela. Aos 26 anos, Robson Oliveto dos Santos, natural de Recife, ingressou na graduação atento às exigências do mercado. O jovem sempre quis atuar nas redes de farmácia e, para isso, compreendeu que o hoje o mercado cobra, além de formação superior, capacitações contínuas.

“Há alguns anos, prestei serviço em uma rede de drogarias e percebi como o mercado era amplo para os farmacêuticos. Inicialmente fiz o curso técnico e posteriormente entrei na graduação. O profissional farmacêutico é preparado para atuar em várias áreas, mas o meu intuito é trabalhar nas empresas. Gosto bastante do trabalho voltado para os atendimentos farmacêuticos, porque todos esses projetos valorizam os profissionais”, diz o graduando do quinto período.   

De acordo com o farmacêutico da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e chefe do setor de farmácia do Hospital das Clínicas, localizado no Recife, José de Arimateia Rocha, a profissão ganhou novos ares. Para ele, o farmacêutico passou a ser visto como um profissional de saúde que está pronto para atender a população. 

“Com a industrialização dos medicamentos, a função do farmacêutico boticário foi sendo desvalorizada, porque no lugar de você fabricar o medicamento, apenas entregava o produto. No Brasil, na década de 60, essa industrialização foi muito forte. Mas o tempo todo as entidades e universidades reivindicavam a volta da atuação dos profissionais para as farmácias, porque o medicamento, mesmo industrializado, requer uma orientação especializada para o público. E hoje, com a exigência da presença de farmacêuticos nas lojas, nossa profissão ficou fortalecida. Foi um retorno importante desse trabalhador ao mercado”, explica José de Arimateia.

“Essa atividade nas farmácias é um ganho significativo para a população. Fora do Brasil, por exemplo, não existe farmácia sem farmacêutico. Nós despertamos nos últimos quatro, cinco anos. A população é quem ganha. Vale lembrar que o médico ainda é quem define o diagnóstico. Se o farmacêutico tiver algum questionamento, ele precisa levar a informação ao médico”, acrescenta o especialista.

O farmacêutico ainda explica que o foco principal do mercado é o comércio no âmbito das farmácias e drogarias, pois são os principais empregadores. Por isso, é preciso conhecer bem os medicamentos e os serviços. "Hoje são oferecidos muitos cursos de atualização e pós-graduação, que são atividades essenciais para a formação de um bom profissional de farmácia. Há uma evolução de profissionais no mercado e quem se qualificar e tiver mais competência vai ficar no mercado. Até os bons profissionais precisam se qualificar mais”, finaliza.

Segundo dados do ‘Perfil do Farmacêutico no Brasil’, produzido em 2015 pelo Conselho Federal de Farmácia (CFF), 27% dos profissionais da área atuavam em drogarias e farmácias das grandes redes. Em 2016, o CFF divulgou que há mais de 200 mil farmacêuticos inscritos nos conselhos regionais do país, mas não detalhou quantos desses estão trabalhando. A Abrafarma estipulou, no ano passado, que as grandes redes contam com mais de 22 mil farmacêuticos empregados, conforme levantamento feito pela Universidade de São Paulo (USP). 

Com a área de atuação fortalecida pelos serviços clínicos, a formação do farmacêutico precisa dedicar boa parte da sua duração às experiências de atendimento aos clientes. Qualificação contínua, nesse quesito, é primordial. Em entrevista ao LeiaJá, a doutora em Fármaco e Medicamentos pelo Departamento de Farmácia da Faculdade de Ciências Farmacêuticas da Universidade de São Paulo (FCF-USP), Maria Aparecida Nicolettis, contextualiza de maneira aprofundada os cenários que vão da graduação à atuação dos profissionais no mercado. Confira a entrevista: 

LeiaJá: Como a senhora explica o trabalho realizado pelos profissionais de farmácia no Brasil? O que mudou desde que os atendimentos clínicos passaram a ser fortalecidos nas grandes redes?

Doutora Maria Aparecida Nicolettis: A Farmácia Clínica teve origem nos Estados Unidos, na década de 60, quando - ao final dessa década - houve a inclusão de disciplinas dessa área no currículo dos cursos de farmácia norte-americanos e é entendida como uma filosofia na qual o farmacêutico deve utilizar seu conhecimento profissional para promover o uso seguro e apropriado de medicamentos, em equipe multiprofissional de saúde. A Farmácia Clínica surgiu em ambiente hospitalar e estabelece uma supervisão contínua do paciente. Atualmente, incorpora a filosofia do Pharmaceutical Care (Cuidado Farmacêutico) e, como tal, expande-se a todos os níveis de atenção à saúde e pode ser desenvolvida em hospitais, ambulatórios, unidades de atenção primária à saúde, farmácias comunitárias, instituições de longa permanência e domicílios de pacientes, entre outros.

Segundo Robert Miller (1968), “A Farmácia Clínica é a área do currículo farmacêutico que lida com a atenção ao paciente com ênfase na farmacoterapia. A Farmácia Clínica procura desenvolver uma atitude orientada ao paciente. A aquisição de novos conhecimentos é consequência do desenvolvimento de habilidade de comunicação interprofissional e com o paciente”.

O Conselho Federal de Farmácia conceitua Farmácia Clínica como “área da farmácia voltada à ciência e prática do uso racional de medicamentos, na qual os farmacêuticos prestam cuidado ao paciente, de forma a otimizar a farmacoterapia, promover saúde e bem-estar, e prevenir doenças”.

Portanto, as atribuições clínicas do farmacêutico visam proporcionar cuidado ao paciente, família e comunidade, de forma a promover o uso racional de medicamentos e otimizar a farmacoterapia, com o propósito de alcançar resultados definidos que melhorem a qualidade de vida do paciente.

No contexto da Farmácia Clínica foram estabelecidas as atividades clínicas do farmacêutico relacionadas ao cuidado ao paciente e, portanto, o cuidado farmacêutico deve ser realizado em modelo biopsicossocial - entendendo o indivíduo em sua integralidade.

LeiaJá: Em termos de formação universitária, de que maneira as nossas universidades devem formar os futuros farmacêuticos, levando em consideração as exigências do mercado?

 Nicolettis:  A Farmácia Universitária deve estar alinhada ao Projeto Político Pedagógico dos Curso de Farmácia da IES e apresenta uma importância fundamental na formação acadêmica por meio na integração do conteúdo teórico de sala de aula à prática na vivência com o paciente e, também, o desenvolvimento da prática em equipe multiprofissional. O egresso do Curso de Farmácia deve apresentar uma formação sólida para o entendimento e manejo das necessidades do paciente, família e comunidade na prática do cuidado farmacêutico.

LeiaJá: Como a senhora detalha a importância do profissional de farmácia para a saúde da população brasileira? Como deve ser a interação desse profissional com os médicos?

Nicolettis:  O profissional está diretamente em contato com o usuário do medicamento e oportuniza a educação em saúde de maneira muito efetiva. O contato com o indivíduo possibilita ao profissional identificar falhas no uso racional de medicamentos, de maneira que possa fazer as intervenções cabíveis para a segurança do usuário. O profissional, também, se torna referência no esclarecimento de dúvidas e no fornecimento de informação técnica-científica a outros profissionais. Nos últimos anos, detectou-se a necessidade da integração com equipe multiprofissional da saúde devido ao grau de expertise profissional das diferentes áreas de atuação. Em doenças crônicas não-transmissíveis, por exemplo, é fundamental que o farmacêutico atue em equipe multiprofissional não somente com médicos, mas também, com outros profissionais da saúde no cuidado integral. A atuação em equipe multiprofissional de saúde deverá ser incorporada a todos os profissionais objetivando a obtenção dos melhores resultados em relação à qualidade de vida do paciente/indivíduo.

LeiaJá: No que diz respeito à aplicação de vacinas nas farmácias, como a senhora analisa o serviço?

Nicolettis:  Para a disponibilização do serviço, o profissional deve estar capacitado e atualizado, além de cumprir com as competências que lhe são atribuídas em seu âmbito profissional. Sem dúvida que esse serviço trará benefícios à população, entretanto, todas as exigências legais para sua prática deverão ser estabelecidas por meio de procedimentos operacionais padrão e treinamentos realizados para que a qualidade do serviço seja assegurada à população.

LeiaJá: De que maneira os profissionais de farmácia devem se qualificar para atender exigências de mercado das grandes redes? Quais áreas de especialização a senhora indicaria?

Nicolettis:  Os profissionais têm cenários diferentes em relação às populações que atendem, bem como, em relação aos serviços de saúde da região onde estão localizados. A qualificação profissional e a atualização constante são imprescindíveis a qualquer indivíduo para exercer a sua profissão.

Portanto, as características epidemiológicas da população da região de onde está localizada a farmácia precisa ser conhecida para que o profissional possa atuar de maneira abrangente e ter sua especialização direcionada às necessidades avaliadas.

A divulgação de conhecimento é uma das atribuições do profissional da saúde e a orientação para ações preventivas é essencial para o indivíduo, a coletividade e o serviço público de saúde, considerando nesse último, os gastos com internações e medicamentos que poderiam ser evitados e aplicados em outras situações.

Há muito que se fazer em termos de melhoria de conhecimento da população. Todas as ações desde que praticadas com fundamentação técnico-científica contribuirão em algum grau para a melhoria do conhecimento na área da saúde pela população. O País precisa urgentemente melhorar a qualidade de informação da população que, além de heterogênea, tem características distintas dependendo da classe social a qual pertence.

Outro aspecto que deverá ser salientado é a responsabilidade do usuário do medicamento em utilizá-lo de maneira correta porque, para o sucesso terapêutico, todos devem desempenhar as ações de competência que lhes são inerentes, ou seja, tanto o prescritor, o dispensador e o usuário de medicamento têm cada um no seu nível, a responsabilidade pela recuperação da saúde. Se o paciente não utiliza o medicamento adequadamente, a resposta terapêutica ficará prejudicada ou ausente. É muito importante reiterar a participação e responsabilidade do paciente no processo de recuperação da saúde. O medicamento tem um papel importantíssimo e, para tanto, deverá ser usado adequadamente com a responsabilidade compartilhada.

LeiaJá – Por fim, como a senhora define a profissão de farmacêutico e a atuação das grandes redes no futuro? É possível dizer que as farmácias passarão a ser, de fato, uma alternativa ao SUS no que diz respeito aos atendimentos clínicos, como a realização de exames rápidos?

Nicolettis:  A atualização profissional e o trabalho em equipe multiprofissional da saúde são exigências para a prática das atividades clínicas do farmacêutico. A legislação tem avançado bastante nas competências atribuídas ao farmacêutico, entretanto, a qualificação profissional deverá ser uma condição indispensável. Não penso que a farmácia deva ser uma alternativa ao Sistema Único de Saúde, mas sim, agregar práticas que possibilitem a prática do cuidado farmacêutico em seu âmbito de competência. Todos devem cumprir o seu propósito estabelecido em relação à sua estrutura de atendimento, entretanto, as carências do sistema público de saúde deverão ser sanadas, bem como, implementadas, e não delegadas a outras entidades relacionadas ao atendimento de saúde à população. O cuidado farmacêutico estabelece a provisão dos serviços e a responsabilidade é atender as necessidades de saúde do paciente no contexto da competência profissional a ele atribuída. Os exames rápidos, para auxiliarem no acompanhamento farmacoterapêutico do paciente, são necessários, entretanto, não deverão substituir os exames clínicos. A prática farmacêutica deve estar regulamentada para legitimar os profissionais e a segurança aos pacientes, nos serviços prestados.

“O Brasil precisa da farmácia clínica” - Em artigo publicado na ‘Revista Excelência Farmacêutica’, o presidente do Conselho Federal de Farmácias (CFF), Walter da Silva, valoriza a atuação profissional do farmacêutico e o fortalecimento dos serviços clínicos para a população. Em sua ótica, diante de um país que sofre os efeitos de uma saúde castigada, as farmácias clínicas podem ser um alento para a sociedade.

“O modelo de farmácia clínica avança, recebendo a aprovação da população à medida que promove a saúde e ajuda a diminuir os prejuízos nos sistemas público e privado, entre outros benefícios. Imaginem um país com a saúde pública marcada por dificuldades de gestão, falta de recursos, atraso tecnológico, uma corrosiva burocracia, carência de profissionais especializados, longas filas para o atendimento. Por outro lado, imaginem a existência de ilhas de prosperidade, no mesmo país e no mesmo setor. Estou falando do Brasil. Estou falando, também, do poder que as práticas de farmácia clínica têm de melhorar a saúde dos cidadãos. Essa área profissional apresenta um grande alcance sanitário, com profunda repercussão social. Por isso, o Conselho Federal de Farmácia (CFF) vem adotando políticas com vistas a fortalecê-la”, defende Silva.

No decorrer do texto, o representante da entidade continua defendendo sua ótica de que o serviço clínico proporciona qualidade em saúde para o público. “Agora, imaginem o país puxado para trás por dificuldades no setor de saúde. Pois este mesmo país também é puxado para a frente por um vasto elenco de serviços clínicos prestados pelos farmacêuticos. Nas farmácias, eles orientam sobre o uso correto e revisam a utilização de cada um dos medicamentos e a forma de organizar o tratamento; fazem o acompanhamento farmacoterapêutico, para garantir que os medicamentos alcancem os resultados esperados e não produzam efeitos colaterais, interações indesejáveis. Mais: prescrevem medicamentos – que não exigem receita médica – para o tratamento dos sintomas e de mal-estares de baixa gravidade (problemas de saúde autolimitados); e fazem exames preventivos para algumas doenças. Educadores em saúde por excelência, os farmacêuticos também atuam nos programas de tratamento e acompanhamento para emagrecimento e gerenciamento do peso e no abandono do tabagismo”, opina o presidente do Conselho Federal de Farmácias.

Walter da Silva também sustenta o discurso de que a população brasileira, em decorrência do seu envelhecimento, tende a consumir produtos de saúde com mais frequência, o que, para o presidente, mais do que comprova a relevância de profissionais farmacêuticos qualificados durante os atendimentos aos clientes. “O Brasil vem apresentando novas necessidades em saúde, com o envelhecimento da população. Entre os idosos, há uma prevalência de doenças crônicas. Cerca de 80% deles têm pelo menos uma doença crônica. Isso significa dizer que é três vezes maior a necessidade do uso de medicamentos por esses pacientes. Até porque o uso de medicamentos é um poderoso, se não o maior, processo de intervenção para melhorar o seu estado de saúde”, argumenta.

O presidente do CFF finaliza o artigo reiterando as exigências do mercado farmacêutico quanto às qualificações contínuas de seus profissionais. “As redes estão implantando um centro de cuidados clínicos, exigem que seus farmacêuticos se qualifiquem e prestem serviços humanizados e de alta qualidade aos seus clientes. É a virada na saúde”, conclui.

>> Qualificações enchem os currículos de saúde 

Olhares atentos às palestras, conversas profissionais e milhares de currículos sendo enriquecidos. Os encontros que reúnem farmacêuticos de todo o Brasil provam quão necessária é a capacitação contínua que esses colaboradores devem abraçar para dar prosseguimento aos serviços de saúde oferecidos nas farmácias brasileiras. Promovido pela Abrafarma, o Rood Show Care Center é um dos principais eventos da área que disseminam experiências em prol da saúde.

Recife, Belo Horizonte, São Paulo, Rio de Janeiro e Porto Alegre são as capitais que recebem neste ano as edições do evento que projeta impactar cerca de 6 mil farmacêuticos. Durante os encontros, além de fortalecerem o networking com profissionais e gestores de outras empresas, os participantes consumem conteúdo de especialistas em saúde.

“São palestras ao longo de um dia, temas atuais que tem a ver com a prática, como por exemplo Vitamina D, diabetes, gravidez segura, obesidade, desnutrição. Tudo muito vinculado ao dia a dia do farmacêutico nos balcões das farmácias e principalmente para os que trabalham nos consultórios dentro das farmácias”, comenta o coordenador do Programa de Assistência Farmacêutica da Abrafarma, Cassyano Correr.

Em maio deste ano, na edição recifense do Rood Show Care Center, centenas de farmacêuticos lotaram um centro de convenções para discutir saúde e fomentar práticas de serviços clínicos nas farmácias. A palestrante Eliete Bachrany, pós-graduada no segmento, compartilhou sua vivência em serviços farmacêuticos realizados em São Paulo. De acordo com a especialista, os eventos de qualificação contínua para profissionais da área são fundamentais porque, em sua análise, a assistência farmacêutica nas grandes redes “é um caminho sem volta”. No áudio a seguir, Eliete dá mais detalhes sobre suas experiências no mercado e no Rood Show Care Center:

Correr reitera o pensamento de Eliete em relação às farmácias como pontos onde, definitivamente, as pessoas terão acesso a serviços rápidos de saúde. “As farmácias estão se tornando grandes espaços de saúde, porque elas apoiam os médicos, hospitais, onde as pessoas encontram soluções para problemas básicos do dia a dia. É uma mudança radical. Há quatro anos, a gente praticamente não tinha isso no Brasil. A gente quer continuar as salas de atendimentos”, opina.

Reforçando a necessidade dos profissionais participarem de cursos e outras atividades de capacitação, o coordenador do Programa de Assistência Farmacêutica detalha as qualificações presenciais e no formato EAD disponíveis para farmacêuticos de todo o Brasil. Confira no vídeo a seguir:

>> Números do setor farmacêutico 

De acordo com dados da Abrafarma compilados pela Fundação Instituto de Administração da Universidade de São Paulo (FIA-USP), no primeiro semestre deste ano, as grandes redes de farmácias e drogarias movimentaram um montante de R$ 22,79 bilhões. O valor, segundo a Associação, corresponde a um crescimento de 7,54% sobre o mesmo período em 2017. A média do varejo brasileiro neste ano, conforme indicação do Boa Vista SCPC, foi de 3,1%.

Das vendas totais, os remédios isentos de prescrição médica foram responsáveis por 16% das transações e chegaram a um faturamento de R$ 3,5 bilhões. O levantamento indica ainda que o comércio geral de medicamentos somou mais de R$ 15 bilhões, um aumento de 8,08% em relação aos primeiros seis meses do ano anterior. 

De acordo com o balanço, só no primeiro semestre deste ano, os medicamentos genéricos movimentaram R$ 2,63 bilhões; foram mais de 169 milhões de unidades comercializadas. O valor de vendas desses produtos representa um aumento de quase 5% na comparação com o mesmo período em 2017.

No que diz respeito aos não medicamentos, tais como cosméticos, perfumes e conveniência, as vendas chegaram a um montante de R$ 7,13 bilhões. Na prática, o valor representa um acréscimo de 6,37% em relação ao ano de 2017. 

A previsão é que haja em 2018 um crescimento em torno de 10% no número de vendas em geral, incluindo medicamentos e não medicamentos. Ainda segundo o levantamento, o quadro de geração de empregos no setor farmacêutico também registrou crescimento. A quantidade de contratações saiu de 114.154 mil para 122.673 trabalhadores, em que desses, mais de 22 mil são profissionais farmacêuticos.

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“O aumento da quantidade de farmácias é reflexo de uma busca crescente dos brasileiros por mais qualidade de vida e estar bem consigo mesmo. É uma demanda dos tempos modernos. O Brasil está envelhecendo e o sistema de saúde público não consegue absorver tanta demanda em um território imenso. Já as farmácias têm plenas condições de agirem com zeladoras do bem-estar populacional, especialmente pela sua proximidade com o cidadão. Não podemos ignorar a abrangência física das grandes redes, que possuem mais de 7 mil lojas espalhadas por 795 municípios brasileiros, alcançando regiões carentes em assistência médica e até mesmo, com pouca atuação do governo. Por isso, defendo que a prestação de serviço à população é o que deve determinar o número”, pontua o presidente executivo da Abrafarma Sergio Mena Barreto.

A ordem de prisão do fundador da Rede Pague Menos, Deusmar de Queirós, que se apresentou à Polícia Federal em Fortaleza na noite deste sábado, 8, partiu da 12ª Vara da Justiça Federal do Ceará e foi tomada cumprindo a determinação do ministro Felix Fischer, do Superior Tribunal de Justiça (STJ).

O fato de ser condenado em segunda instância, por crimes contra o sistema financeiro nacional, foi apontado pelo ministro do STJ como justificativa para o início do cumprimento da pena de 9 anos e 2 meses por crimes contra o sistema financeiro nacional. A jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, como o ministro destacou, permite a antecipação da execução da pena. A condenação, além da pena, prevê multa de multa de 2.500 salários mínimos.

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A condenação de Deusmar Queirós foi proferida em um processo que analisou fatos relacionados à sua atuação à frente da Renda Corretora de Valores entre 2000 e 2006. A defesa, em nota, destacou que ainda não houve o trânsito em julgado (encerramento dos recursos).

"A ação ainda está em curso e a condenação não é definitiva. A defesa continua acreditando na justiça e na sua absolvição", diz em nota o escritório Rocha, Marinho e Sales Advogados e Marcelo Leal Advogados Associados, que representa empresário.

Diante da prisão de seu fundador, a Pague Menos nomeou o atual diretor-presidente, Mário Henrique Alves de Queirós, para o cargo de presidente do conselho de administração, que ainda era exercido por Deusmar Queirós.

"O processo judicial ao qual o fundador da companhia, Deusmar Queirós, responde não possui qualquer relação com a rede. Todas as informações sobre o processo foram prestadas de maneira transparente pela Pague Menos em seus formulários de referência", disse a companhia, em nota.

Atualmente em fase de expansão para o Sudeste, a Rede Pague Menos tem 168 unidades e faturou R$ 6,3 bilhões no ano passado. A previsão é encerrar este ano com 1,2 mil lojas e vendas de R$ 7 bilhões. Com esse porte, a companhia tem uma atuação equivalente a cerca da metade da Raia Drogasil, líder do setor e presente em 22 Estados.

A rede cearense chegou a cogitar uma abertura de capital em 2012, mas acabou desistindo do projeto de chegar à Bolsa paulista em 2013. Dois anos mais tarde, o fundo de private equity (que compra participações em empresas) General Atlantic comprou 17% do capital da companhia, em uma operação de R$ 600 milhões. A empresa ainda tem intenção de chegar à B3, mas somente a partir de 2020.

O empresário Francisco Deusmar de Queirós, sócio e fundador da rede de farmácias cearense Pague Menos, uma das maiores do País, foi preso na noite de sábado (8), em Fortaleza, por crime contra o sistema financeiro. Os advogados de Queirós destacam que ele se apresentou voluntariamente à Polícia Federal após decisão judicial determinando sua prisão.

"O objeto do processo que gerou a apresentação se refere à sua atuação à frente da Renda Corretora de Valores entre 2000 e 2006. A ação ainda está em curso e a condenação não é definitiva. A defesa continua acreditando na Justiça e na sua absolvição", disse, em nota divulgada nesta domingo (9), o escritório Rocha, Marinho e Sales Advogados e Marcelo Leal Advogados Associados.

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Atualmente em fase de expansão para o Sudeste, a rede cearense tem 168 unidades e faturou R$ 6,3 bilhões no ano passado. A previsão é encerrar este ano com 1,2 mil lojas e vendas de R$ 7 bilhões. Com esse porte, a companhia tem uma atuação equivalente à cerca da metade da Raia Drogasil, líder do setor e presente em 22 Estados.

A rede Pague Menos chegou a cogitar uma abertura de capital em 2012, mas acabou desistindo do projeto de chegar à Bolsa paulista em 2013. Dois anos mais tarde, o fundo de private equity (que compra participações em empresas) General Atlantic comprou 17% do capital da companhia, em uma operação de R$ 600 milhões. A empresa ainda tem intenção de chegar à B3, mas somente a partir de 2020.

Fora do conselho. Diante da prisão de seu fundador, a Pague Menos nomeou o atual diretor-presidente, Mário Henrique Alves de Queirós, para o cargo de presidente do conselho de administração, que ainda era exercido por Deusmar Queirós.

"O processo judicial ao qual o fundador da companhia, Deusmar Queirós, responde não possui qualquer relação com a rede. Todas as informações sobre o processo foram prestadas de maneira transparente pela Pague Menos em seus formulários de referência", disse a companhia, em nota.

Da próxima segunda-feira (26) até 30 de março, grandes redes de farmácias realizarão ações em todo o país contra a obesidade. As iniciativas integram as campanhas temáticas de saúde da Associação Brasileira de Redes de Farmácias e Drogarias (Abrafarma).

De acordo com a Abrafarma, os clientes contarão, de maneira gratuita, com orientações clínicas e testes rápidos, como avaliação de peso, altura e taxa de gordura corpórea. A escolha do tema obesidade, sobretudo, faz alusão ao Dia da Saúde e da Nutrição (31 de março).

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O presidente executivo da Abrafarma, Sergio Mena Barreto, garante que o público terá um atendimento especializado. “Profissionais farmacêuticos estarão à disposição para medir o Índice de Massa Corporal (IMC) e a circunferência do abdômen, medidas simples para saber se há gordura em excesso, que pode ser um sinal de perigo”, destacou Barreto, conforme informações da assessoria de imprensa.

Ao todo, 1.600 farmácias das grandes redes, tais como Pague Menos e Drogasil, oferecem atendimentos de saúde em mais de 300 cidades. As campanhas temáticas promovidas pela Abrafarma seguirão até novembro e abordarão ainda os temas vacinação, tabagismo, asma, autocuidado, colesterol, hipertensão, revisão da medicação e diabetes.

Obesidade – Hipertensão, diabetes, infarto e dificuldades de articulação. Esses são alguns dos problemas ocasionados pelo sobrepeso. A Organização Mundial da Saúde estima que 700 milhões de adultos serão considerados, até 2015, obesos. No Brasil, o Ministério da Saúde calcula que metade da população está acima do peso considerado ideal.

Há exatamente um ano, o deputado estadual Edilson Silva (PSOL) polemizou ao contar que tinha descoberto que a falência da Rede Big Ben estaria ligada ao Banco BGP, que teria “caído” após envolvimento na Operação Lava Jato. “É muita farmácia. Tem muita gente hipocondríaca e muita medicina vinculada à indústria farmacêutica, mas mesmo assim é demais”, disparou na ocasião. 

Nesta quinta-feira (1), o parlamentar voltou a falar sobre o assunto, após diversos estabelecimentos da rede terem sido fechadas no Pará e em Pernambuco. “Em janeiro do ano passado, comentei o fato suspeito de a Big Ben ser uma rede do grupo BGP Pontual, um banco investigado pela operação lava jato, cercado por várias fraudes e crimes financeiros. Era muito difícil acreditar que as farmácias no Recife vivem apenas da venda de remédios. Isso porque são muitas farmácias. É quase uma "praga" na cidade”, ressaltou.

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Edilson pediu por “fiscalização” no ramo das farmácias. Em dezembro de 2016, a reportagem do LeiaJá visitou unidades da drogaria em várias regiões do Recife. A situação encontrada foi praticamente a mesma: falta de remédios, algumas prateleiras de remédios vazias com previsão vaga ou ausente para reposição.

 

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) autorizou uma resolução em que autoriza o serviço para a distribuição de vacinação nas farmácias, que já era regulamentado em alguns estados e no Distrito Federal.

De acordo com informações da Anvisa, a resolução determina requisitos mínimos de funcionamento para que um estabelecimento ofereça vacinação. Entre eles: a presença de um profissional habilitado para a aplicação das vacinas; uma rotina constante e permanente de capacitação dos profissionais que vão exercer a atividade e equipamento de refrigeração e transporte adequado para armazenar e conservar as vacinas.

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Segundo a Anvisa, a resolução “dá ao setor regulado mais clareza e segurança jurídica quanto aos requisitos que devem ser seguidos”. A fiscalização dos órgãos de vigilância sanitária nos estados e municípios, segundo a agência, agora terá normas mais “objetivas e uniformes”.

 

Atenta ao calendário, a aposentada Beatriz de Oliveira Santos, 62 anos, não deixa de marcar os dias dedicados à saúde. É adepta a um envelhecer mais saudável e repleto de bem estar, ciente de que o acompanhamento médico, em qualquer fase da vida, é de fundamental importância. A pernambucana não espera ficar doente para ir a uma consulta; prevenida, realiza exames, tira dúvidas junto aos profissionais de saúde e reserva parte de seu orçamento para adquirir os remédios e produtos indicados em seus tratamentos.

Moradora do bairro da Iputinga, Zona Oeste do Recife, dona Bia, como é carinhosamente chamada pelos amigos e familiares, justifica a atenção contínua pela saúde. Ela tem problemas de circulação sanguínea e pressão arterial, além de dificuldades para emagrecer. No entanto, garante que mesmo se não tivesse esses diagnósticos, não hesitaria em frequentar consultas e consumir os medicamentos corretamente indicados. “Precisamos nos cuidar, não apenas quando estamos doentes, mas para prevenir qualquer problema. E não tem isso de ser novo ou velho, é necessário ter atenção com a saúde”, comenta a aposentada. Todo mês, pelo menos R$ 300 de seu orçamento são reservados à compra de medicamentos e ao plano de saúde.

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Assim como Beatriz, outros inúmeros brasileiros priorizam cuidados com a própria saúde. Segundo o mais recente estudo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a expectativa de vida nacional é de 75,5 anos de idade, corroborando com uma tendência: os idosos devem se cuidar mais com o passar dos anos. “O avanço nos cuidados à saúde e a disponibilidade de tratamento para muitas doenças que matavam possibilitaram o envelhecimento populacional. De modo geral, essa nova geração de idosos está mais atenta e aderente aos tratamentos disponíveis”, comenta o vice-presidente da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia, Carlos André Uehara.

Em sua rotina semanal, Beatriz realiza pesquisas nas farmácias. Pela importância que dá às indicações médicas, procura nos estabelecimentos os medicamentos receitados e busca os preços mais acessíveis, além dos bons atendimentos. “Os valores são diferentes de uma farmácia para a outra, e, além disso, é sempre bom ter um atendente que te explique direitinho, que não te deixe comprar o medicamento errado. É muito bom quando nós, clientes, temos um atendimento de qualidade”, diz dona Bia.

Mesmo cliente assídua, Beatriz não sabia que antes do serviço realizado nos balcões das farmácias, existe todo um aparato logístico nos bastidores das grandes redes, além de estratégias que prezam pela saúde da clientela brasileira. Antes de o remédio chegar às prateleiras das farmácias, um verdadeiro exército entra em cena para manter os estabelecimentos abastecidos e garantir que o público consiga os produtos que tanto necessitam. De acordo com o professor da disciplina de administração farmacêutica da UNINABUCO – Centro Universitário Joaquim Nabuco, Frederico Antonino, hoje as grandes redes farmacêuticas compreendem que a qualidade do atendimento é de extrema importância para a fidelização dos consumidores, uma vez que a concorrência é dura. Outro ponto estratégico, segundo o professor, é a forma como o segmento farmacêutico passou a trabalhar o oferecimento de serviços de saúde nas próprias farmácias, além das estratégias de logística e econômicas que fortalecem uma boa relação com a indústria produtora de medicamentos.

Logística correta, produto na mão

Considerada uma das maiores redes farmacêuticas do Brasil com mais de mil lojas distribuídas em 340 municípios, a Pague Menos possui quatro centros de distribuição de medicamentos e demais produtos. Fortaleza-CE, Jaboatão dos Guararapes-PE, Hidrolândia-GO e Simões Filho-BA são as cidades onde os CDs estão localizados, dividindo a missão de abastecer as unidades da companhia. Em um cenário de mercado extremamente competitivo, todo o abastecimento de mercadorias precisa ser feito dentro de um prazo estabelecido e sem prejudicar os estoques das lojas. É necessário manter a atenção, porque não ter o produto solicitado pelo cliente pode gerar perda para a concorrência.

Na prática, vários setores trabalham em conjunto para manter as farmácias abastecidas. De acordo com o gerente de distribuição da Pague Menos, Daniel Nabuco, funcionários da análise de estoque averiguam nas unidades quais são os produtos que precisam ser adquiridos, e, em seguida, a informação chega para o setor de compras da empresa, tudo por meio de um sistema informatizado regado à tecnologia integrada. Dessa forma, a área de compras adquire os produtos junto à indústria farmacêutica, que passa a ter a responsabilidade de levar os pedidos para os centros de distribuição.

Quando a indústria entrega os produtos nos CDs, as mercadorias precisam ser armazenadas com cuidado, higiene e principalmente de maneira organizada entre os corredores. A logística não pode apresentar erros e nem atrasos, pois trata-se de uma estratégia fundamental para que o remédio e o não medicamento cheguem às farmácias para suprir às necessidades dos consumidores finais. De acordo com Daniel Nabuco, a Pague Menos entrega diariamente, levando em consideração os quatro centros de distribuição, cerca de 1 milhão de mercadorias.


“A gente preza muito pelo nível de serviço e prazo. O primeiro é o indicador que mostra o que a loja solicita ao CD e o que a gente consegue entregar. Nós entregamos 99% do solicitado. Nosso lead time (tempo entre o pedido e a entrega) é de 4,7 dias corridos. É um número muito interessante, porque a média do fornecedor, durante o processo de entrega da indústria para o CD, dura em torno de dez a 12 dias. Nossa principal estratégia é ter uma logística eficiente, porque no nosso ramo, a concorrência é bem brutal, são itens de primeira necessidade. Então, quando o cliente vai a uma farmácia e não encontra o medicamento, ele não pode esperar e vai ao concorrente. Trabalhamos muito para evitar demora e ruptura”, explica.

A tecnologia utilizada pela Pague Menos também fornece “dicas” aos analistas de estoque. O recurso identifica os estoques das farmácias que necessitam de abastecimento com mais urgência, bem como mostra produtos comercializados com maior frequência. Ainda sobre os centros de distribuição, Daniel ressalta os trabalhos realizados a partir do momento em que os produtos chegam em cada CD.

“Na hora que o produto chega na entrada de mercadoria, ele passa pelo setor de conferência para a verificação se é de fato o pedido realizado para a indústria. Depois que é liberado pela conferência, o produto segue para o setor de armazenamento, sendo direcionado para o ‘endereço’ do corredor já indicado eletronicamente. É praticamente a mesma ideia da localização de uma rua, mas dentro do setor de armazenamento do CD. Tudo isso facilita para que a gente organize”, descreve Nabuco. “Precisamos ter um estoque adequado para não deixar faltar. Também não posso ter um estoque absurdo, porque medicamento parado é dinheiro parado”, complementa.

De acordo com Daniel Nabuco, só o CD Fortaleza abastece mais de 50% das lojas e recebe uma média de R$ 10 milhões por dia em produtos. Mensalmente, a Pague Menos atende quase 11 milhões de clientes. No que diz respeito às localidades abastecidas, a logística dos centros de distribuição é a seguinte: Jaboatão e Simões Filhos atendem seus próprios estados; Fortaleza abastece o Nordeste (exceto Pernambuco e Bahia), Rio Grande do Sul, Roraima, Amapá, Amazonas, Pará e Tocantins; Hidrolândia atende Sul, Sudeste, Centro-Oeste, Acre e Rondônia.

Força logística também na Drogasil

Outra importante rede de farmácias atuante no país, a Drogasil conta com mais de 1.500 lojas presentes em 19 estados. Recente balanço da empresa, correspondente aos resultados parciais deste ano, aponta um lucro líquido de R$ 138 milhões. Só em 2017, a companhia inaugurou mais de 50 unidades; até dezembro, sob a ótica de expansão, a empresa estima um total de 200 lojas inauguradas.

Por toda a força que apresenta no mercado farmacêutico e ainda pela clara concorrência entre as grandes redes de farmácias, a Drogasil também aposta em estratégias de logística que possam viabilizar uma eficaz distribuição de produtos. Em entrevista ao LeiaJá, o vice-presidente de planejamento da rede, Eugênio De Zagottis, afirma que há um robusto aparato para manter as lojas abastecidas e atender os pedidos da clientela.

“As nossas mais de 1.500 lojas são abastecidas diariamente a partir de nove centros de distribuição, localizados em seis estados brasileiros: PE (Jaboatão dos Guararapes), BA (Salvador), SP (São Paulo, Embu das Artes e Ribeirão Preto), MG (Contagem), PR (São José dos Pinhais), GO (Aparecida de Goiânia) e RJ (Barra Mansa) – que totalizam mais de 120 mil m² de capacidade de armazenamento e garantem agilidade no abastecimento das lojas -. Empregamos um total de 30 mil profissionais, dos quais 2.300 trabalham em nossos nove centros de distribuição em todo o Brasil”, detalha o vice-presidente de planejamento da Drogasil. De acordo com a empresa, são quase 15 mil itens oferecidos ao público, entre medicamentos e não medicamentos.

Sobre as estratégias de qualificação profissional para seus funcionários, a Drogasil traça um plano de carreira em prol de seus colaboradores. De acordo com Zagottis, além do quesito ‘capacitação’, o cliente ganha em termos de um atendimento de qualidade. “Nossos profissionais participam de um plano de carreira estruturado, que oferece treinamento e oportunidades de crescimento. Eles ingressam na empresa na base do plano de carreira, sem nenhuma experiência profissional e são treinados, acompanhados, avaliados e promovidos continuamente. São mais de 20 anos formando internamente os nossos profissionais em todo o Brasil e sem que nenhum gerente de loja tenha sido contratado de fora da empresa”, diz.

“Quando ingressamos em um novo estado, os gerentes e coordenadores são de outros locais, mas os demais funcionários da loja são todos da região de abertura da unidade e já ingressam nas posições iniciais do plano de carreira da Drogasil. Com o tempo, os colaboradores vão se desenvolvendo e crescendo no plano de carreira e, por exemplo, hoje já temos diversos gerentes que são pernambucanos e com o passar do tempo sempre conseguimos ter a totalidade dos nossos gestores da própria região. Os funcionários que foram transferidos no início vão retornar aos seus antigos locais ou liderarão a nossa expansão para outros estados. Desta forma, conseguimos operar com uma cultura única em todo o país e com uma equipe altamente qualificada e motivada, que oferece aos nossos clientes o melhor atendimento do setor”, complementa Zagottis.

“Pulmão” e um mercado resistente à crise

De acordo com o presidente executivo da Associação Brasileira de Redes de Farmácias e Drogarias (Abrafarma), Sergio Mena Barreto, os centros de distribuição contribuem consideravelmente para a rotina e sucesso das grandes redes. “O CD é um grande diferencial, com baixo nível de ruptura, comparado com quem depende do distribuidor da indústria. Como se você tivesse um pulmão, porque tem fôlego suficiente para não depender da indústria. Se a indústria deixa o produto em estoque ou terceiriza um distribuidor, pode demandar certo tempo até a entrega”, opina Barreto.

“A empresa que tem um centro de distribuição possibilita um planejamento e a própria rede abastece suas farmácias. O CD é estratégico e dá a possibilidade de fazer uma autogestão de estoque. Quando o cliente vai a uma farmácia e não encontra o produto, ele acaba optando pela concorrência porque tem pressa”, complementa o presidente executivo da Abrafarma. Há dois anos, a Associação realizou um estudo sobre ruptura; as farmácias associadas apresentaram um índice de 15% durante processos de entrega, enquanto que as demais empresas do segmento tiveram um resultado de 50%.

Sobre o cenário econômico das grandes redes, as empresas do setor apresentaram resultados positivos, mesmo diante da retração econômica que acomete o Brasil. Dados mostram que as 27 redes associadas à Abrafarma, a exemplo da Pague Menos e Drogasil, movimentaram R$ 21,72 bilhões entre janeiro e junho deste ano, representando um aumento de 8,76% em relação ao mesmo período em 2016.

Segundo a Abrafarma, o número de lojas passou de 6.158 para mais de 7 mil unidades em um período de um ano. Para Sergio Mena Barreto, o investimento na abertura de novas farmácias foi um aspecto fundamental para o crescimento financeiro do negócio ante os resquícios da crise econômica. “Esse crescimento todo vem da abertura de novas lojas, do fato de os empresários continuarem investindo na expansão. Tudo que se ganha se coloca na operação. Enquanto alguns segmentos retiram investimento, a gente mantém, continuando com a estratégia de ocupação do espaço. É também uma aposta que o país vai se recuperar e voltar ao que era”, explana. De acordo com o presidente, a expectativa é que ocorra um aumento em torno de 10% no faturamento das grandes redes.

Saúde além do balcão

Nos bastidores farmacêuticos, antes da finalização dos atendimentos nos balcões, o fortalecimento da cultura de qualificação apresenta-se como outro ponto estratégico das empresas. A partir do momento em que a farmácia deixou de ser um mero estabelecimento comercial e tornou-se um espaço dedicado também a serviços de saúde, profissionais de todo o Brasil tiveram que passar por capacitações e enriqueceram seus currículos por meio da assistência farmacêutica. No áudio a seguir, o professor Frederico Antonino detalha como se deu essa mudança no mercado e de que maneira passou a beneficiar à população.

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De acordo com o coordenador do projeto de assistência farmacêutica da Abrafarma, Cassyano Correr, a instituição oferece inúmeros cursos de qualificação para farmacêuticos das redes associadas. O objetivo é transformar as próprias farmácias em locais com acesso a serviços de saúde como exames rápidos, por meio de uma estrutura adequada para atendimentos gratuitos. Inclusive, segundo o coordenador, as qualificações são disponibilizadas de maneira gratuita para os profissionais interessados.

“Queremos ir além do balcão. Estamos pensando em atendimentos a partir da estrutura física, com consultórios, salas que permitem ofertar vários serviços que seriam impossíveis de realizar nos balcões. Realizamos acompanhamentos de pacientes crônicos, diabetes, colesterol, tratamentos para quem quer parar de fumar, gestão de peso, vacinação, além de consultas simples com pessoas que têm sintomas de baixa gravidade, além dos exames rápidos. Existe um amplo programa de certificação profissional da Abrafarma com qualificação farmacêutica, por meio de uma série de conteúdos, cursos e oportunidades de capacitação”, detalha Correr.

Segundo o coordenador, neste ano foram lançados cursos online com mais de 300 horas de capacitação gratuita para qualquer farmacêutico das grandes redes. Mais de 6 mil profissionais têm acesso ao serviço. “Junto com esses cursos de aperfeiçoamento ofertamos uma pós-graduação em farmácia clínica e serviços farmacêuticos”, complementa.

No primeiro semestre de 2017, foram realizados mais de 500 mil atendimentos de saúde em cerca de 700 salas espalhadas por todo o Brasil, e a previsão da Abrafarma é fechar o ano com mais de um milhão de atendimentos. “Pelo ritmo de serviços oferecidos pelas farmácias, podemos dizer que fecharemos o ano de 2018 com 1.500 salas de serviços farmacêuticos”, projeta o coordenador.

Sobre os serviços de saúde como estratégia do segmento, Correr acredita que representam o grande ganho para as empresas do setor, porém, o benefício maior é para a população. “Do ponto de vista das empresas, elas estão buscando um diferencial por meio da prestação de serviços, além de uma questão de posicionamento. As farmácias foram vistas como pontos de venda de medicamentos por muitos anos, e hoje ocupam um lugar importante no universo da saúde. As pessoas precisam disso, a saúde do Brasil melhorou nas últimas décadas, mas a grande parcela da população sofre muito para ter acesso. Quando as farmácias passam a oferecer atendimentos, ampliam o acesso à saúde”, finaliza Cassyano Correr.

Entre os beneficiados pelos atendimentos nas próprias farmácias estão os aposentados Wilson Vanderlei Neves, de 73 anos, e Helena Betânia de Albuquerque, 71. O casal frequenta uma das unidades da Pague Menos localizada na Avenida Caxangá, no Recife, onde recebe dicas e orientações sobre saúde, além de realizar exames rápidos, tais como glicose e aferição de pressão arterial.

Seu Wilson e dona Helena contam com as dicas do farmacêutico Francisco Holanda, ou simplesmente Chico, forma amigável escolhida pelos clientes quando se referem ao profissional. O atendimento foi enriquecido pelas atividades de qualificação realizadas pela empresa em parceria com a Abrafarma, no âmbito do projeto de atenção farmacêutica.

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Usuários cadastrados para comprar maconha para uso recreativo esgotaram os estoques das quatro farmácias de Montevidéu registradas no Instituto de Regulamento e Controle de Cannabis do Uruguai (Ircca) nesta quarta-feira (19), o primeiro dia de vendas da substância nesses estabelecimentos.

As quatro drogarias da capital uruguaia confirmaram à Agência EFE que venderam toda a maconha que tinham. Em algumas delas, o produto acabou apenas algumas horas depois de as lojas serem abertas.

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As farmácias amanheceram com longas filas formadas por pessoas que queriam comprar as duas variedades que o governo do Uruguai colocou no mercado, chamadas de Alfa I e Beta I.

Ainda que os dois tipos tenham algumas diferenças de composição, a porcentagem de psicoatividade de ambos é de 2%. As embalagens, de cinco gramas de cannabis cada, incluem uma série de recomendações e indicações para os usuários.

A aquisição em farmácias é uma das três formas para comprar maconha previstas na lei aprovada em dezembro de 2013 no Uruguai, no governo do ex-presidente José Mujica. Os uruguaios também podem cultivar a planta ou comprá-la em clubes de cultivo.

Fontes de um dos estabelecimentos não souberam informar quando os estoques de maconha serão repostos.

O Uruguai começará em julho a vender maconha produzida por empresas privadas sob controle estatal em farmácias, anunciou nesta quinta-feira (6) a Presidência da República.

"Em 2 de maio vamos habilitar o registro de usuários (consumidores individuais)" do país e "no mês de julho vai se fornecer a cannabis nas farmácias", informou o pró-secretário da Presidência e presidente da Junta Nacional de Drogas, Juan Andrés Roballo, em coletiva de imprensa.

Consultado sobre uma data exata do mês de julho, Roballo se limitou a apontar que "nas duas primeiras semanas de julho, nessa altura".

A droga será vendida a 1,30 dólar o grama, segundo o secretário-geral da Junta Nacional de Drogas, Diego Olivera.

Esse preço inclui o lucro das empresas produtoras, das farmácias vendedoras e o montante que ficará com o Estado e que será utilizado "fundamentalmente para políticas de prevenção" do consumo de drogas.

- Oferta insuficiente -

A maconha, com efeito psicoativo, será comercializada em quantidades de 5 e 10 gramas. "Vamos começar com a embalagem 5 gramas", informou Olivera.

O Uruguai conta com um total de 400 quilos de maconha produzida por duas empresas privadas para iniciar essa última etapa de implementação da lei aprovada em 2013 para regular a produção e a comercialização de cannabis.

"Estamos muito longe de cobrir a real demanda que haverá", admite Roballo. No entanto, a abertura do registro e a posterior comercialização "põe as empresas (produtoras) em condições de passar a produzir em uma quantidade bastante superior, em função das expectativas que temos".

Até o momento, apenas 16 farmácias de todo o país assinaram o convênio para vender maconha ao público. O governo espera chegar a 30 estabelecimentos para o momento em que a venda efetivamente começar.

Roballo não quis especular sobre o número possível de consumidores e informou que algumas regiões do país ainda não têm farmácia credenciada para distribuir a droga, mas acredita que superará essa situação.

A graduação de sustâncias psicotrópicas contidas na droga compete com a maconha contrabandeada que entra no mercado uruguaio, "em todo sentido", informou Roballo consultado por jornalistas.

Pelas características de sua geração, "o consumidor vai ter certeza da qualidade do produto que está consumindo e, assim, os riscos (associados a consumir cannabis dp mercado ilegal) vão diminuir bastante", expressou.

Roballo reiterou que um dos objetivos da iniciativa é "concorrer com o mercado informal", como disse o então presidente José Mujica (2010-2015) ao anunciar o projeto em 2012.

O Uruguai aprovou em 2013 uma lei de Regulação da Cannabis que permite três mecanismos para obter a droga legalmente: o autocultivo em casa, o cultivo cooperativo em clubes e venda de maconha produzida por particulares, controlados pelo Estado através das farmácias na última etapa para implementar totalmente a norma.

O banco BTG Pactual continuará, nos próximos dias, o repasse do controle da rede de farmácias BR Pharma ao empresário Paulo Remy. Como adiantou o LeiaJá, a rede Big Ben também será repassada no pacote já que BR é dona dela, da Farmácia Santanna e da cadeia de franquias FarMais. De acordo com informações do jornal Estado de São Paulo, Remy teria experiência em assumir negócios em dificuldades. O repasse será no valor de R$ 1.

Ao passar o controle da rede de farmácias, o BTG sai do negócio sem receber nada, mas se livra das obrigações com as empresas. Somente para adquirir a Big Ben, o BTG gastou R$ 453 milhões, em novembro de 2011.

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A BR Pharma é um dos ativos mais problemáticos na carteira do BTG. Desde que resolveu desistir das farmácias, o BTG vinha vendendo separadamente as marcas. Em novembro de 2015, a Mais Econômica foi repassada ao fundo Verti, por R$ 44 milhões. Em 2016, foi a vez da Rosário ser vendida à Profarma, por R$ 173 milhões.

Atuante em Pernambuco há cerca de dez anos, a rede de farmácias Big Ben já dava sinais de que o negócio estava comprometido. Lojas esvaziadas e faltas de medicamentos era o cenário encontrado pelos consumidores em muitas das lojas da franquia em diversos bairros do Recife já em dezembro de 2016. No Pará, de onde a empresa é originária, a situação era semelhante.

Em entrevista ao LeiaJá, o deputado estadual Edilson Silva (PSOL) chegou a afirmar que a falência da Rede Big Ben estaria ligada ao Banco BGP, citado na Operação Lava Jato. O parlamentar questionou a quantidade de farmácias atuantes na capital pernambucana.

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Com a colaboração de Nathália Guimarães

Nesta segunda-feira (30), o deputado estadual Edilson Silva (Psol), em entrevista ao LeiaJa.com, contou que “amigos” da área farmacêutica afirmaram que a falência da Rede Big Ben estaria ligada ao Banco BGP, que teria “caído” após envolvimento na Operação Lava Jato.

“Eu já tinha ouvido falar nisso no Pará. Levantei essa especulação porque há muitas farmácias no Recife. Não é possível que o mercado seja tão grande para a quantidade de farmácias. É uma farmácia da mesma empresa, praticamente, em frente da outra. Eu não sei se essas empresas recebem algum tipo de incentivo, sei que gera emprego, mas é estranho ter tantas em uma cidade. É uma epidemia. No Uruguai, em Montevidéu, para conseguir encontrar uma eu tive que andar um pouco”, contou. 

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Mais cedo, ele já tinha publicado na sua página do Facebook uma mensagem sobre o assunto sugerindo que outras farmácias da capital pernambucana poderia estar envolvidos em esquemas corruptos. “É difícil acreditar que as farmácias no Recife vivam apenas da venda de remédios. É muita farmácia. Tem muita gente hipocondríaca e muita medicina vinculada à indústria farmacêutica, mas mesmo assim é demais”, escreveu.

Para o deputado, os desdobramentos da Lava Jato são imprevisíveis e definiu a operação como “um buraco sem fim”. 

 “É um processo muito profundo, onde há variáveis. Há questões de natureza política e vícios jurídicos. Existe um núcleo de investigação muito disposto, na Justiça Federal de Curitiba, que foram desdobrando as delações. A prisão de Eike Batista e a metodologia da delação faz com que seja um buraco sem fim. Eu, como parlamentar, quero que todos os casos sejam apurados e quem tiver que ir para a cadeia, que vá, e que o erário público seja ressarcido para fortalecer a democracia e não para o seu atrofiamento”, ressaltou.

Em dezembro de 2016, a reportagem do LeiaJá visitou unidades da drogaria em várias regiões do Recife. A situação encontrada foi praticamente a mesma: falta de remédios, algumas prateleiras de remédios vazias com previsão vaga ou ausente para reposição.

Na época, a suspeita levantada, divulgadas na revista Valor, era de que a situação da Big Ben estivesse relacionada ao processo de venda da marca.

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