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A medida provisória (MP) que prevê mudanças no Fundo de Financiamento Estudantil (Fies) propõe um limite para o abatimento que os estudantes podem fazer no pagamento ao trabalhar nas redes públicas de saúde e educação. Atualmente, os estudantes que financiarem seus estudos com o Fies e, depois de formados, exercerem as profissões de médico integrante de equipe de Saúde da Família e de professor da educação básica podem abater 1% do saldo devedor por mês trabalhado.

De acordo com o texto da MP 785/2017, esse abatimento passará a ser limitado a 50% do valor do financiamento. "Hoje, o estudante pode descontar 1% ao mês, ou seja, se trabalhar 100 meses na rede pública de educação ou na saúde, teoricamente não precisaria pagar o financiamento. E existe uma limitação na medida provisória de que seria de até 50%", explica o relator da MP no Congresso Nacional, deputado Alexandre Canziani (PTB-PR).

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Segundo ele, essa questão pode ser revista na MP. “Realmente, houve uma diminuição, e vamos avaliar. Estamos avaliando qual o impacto financeiro, o que isso representa”, disse. O relatório final deve ser apresentado até o início de outubro. A MP está em vigor desde julho, mas deve ser aprovada pelo Congresso, podendo sofrer alterações.

O assunto foi abordado nessa terça-feira (5), em audiência pública da Comissão Mista que analisa a Medida Provisória 785/2017. A senadora Fátima Bezerra (PT-RN) propôs que a questão seja alterada na MP. “Vamos corrigir isso, nós temos um compromisso com a educação deste país, sabemos inclusive o apagão que temos na necessidade de profissionais no magistério da educação básica". Para o deputado Átila Lira (PSB-PI), esse incentivo à saúde e ao ensino tem que ser mantido”.

O Ministério da Educação informou que o processo ainda está em tramitação no Congresso Nacional para ser discutido e pode sofrer alterações. “O MEC está acompanhando a discussão e terá posicionamento após a aprovação da MP”, disse a pasta, por meio de sua assessoria de imprensa.

A comissão ainda vai fazer mais duas audiências públicas para debater a MP. A próxima será no dia 13 de setembro, com gestores dos fundos e do sistema financeiro e a última no dia 20, com representantes do governo.

Outras mudanças

Durante a audiência pública, a diretora de Relações Institucionais da União Nacional dos Estudantes (UNE), Bruna Brelaz, criticou o fato de a MP ter acabado com o prazo de carência de 18 meses para iniciar o pagamento do financiamento. Para ela, a redução da carência é contraditória com o atual período de crise econômica.

“O estudante precisa estruturar sua vida profissional após o termino da graduação. Hoje, sabemos que o estudante sai da universidade e não consegue emprego nos primeiros meses”, disse. Segundo a MP, o aluno começará a pagar as prestações respeitando a sua capacidade de renda com parcelas de, no máximo, 10% de sua renda mensal.

Canziani afirmou que o período de carência pode aumentar o valor final a ser pago pelo financiamento. “Será que não é mais correto e mais justo deixarmos claro que se a pessoa não tem renda. ela não paga, mas a partir do momento em que estiver no mercado de trabalho, por que ela não pode começar a pagar o financiamento? O Fies tem que ser retroalimentado, para possibilitar outros financiamentos”, disse o deputado.

A senadora Fátima Bezerra propôs aumentar o número de vagas oferecidas por meio do Fies com recursos públicos. “O Fies não é uma política bancária qualquer. É uma política publica de inclusão social para promover o acesso dos jovens pobres à universidade”, disse.

A partir do ano que vem, devem ser oferecidos três tipos de financiamento, sendo que 100 mil vagas serão ofertadas com recursos públicos, que terão juro zero e serão voltadas para os estudantes que tiverem renda per capita mensal familiar de três salários mínimos. As outras duas modalidades serão com recursos dos fundos constitucionais regionais e do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

Canziani lembrou que o Fies é um programa importante para a juventude, mas é preciso considerar que o país passa por uma crise financeira. “É lógico que eu quero dar mais vagas, mas será que temos dinheiro para isso?”

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A Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), do Ministério da Educação (MEC), lançou neste mês o edital do concurso que selecionará projetos de pesquisa relacionados ao tema Educação em Direitos Humanos e Diversidades.

As propostas aprovadas, segundo a CAPES, receberão um auxílio no valor de R$ 200 mil para cobertura das despesas relacionadas às atividades do projeto, de passagens e diárias para participação em eventos (científico-acadêmico); despesas de capital para a aquisição de equipamentos e materiais, além de bolsas com valores fixados de acordo com normas específicas da CAPES e duração de até 24 (vinte e quatro) meses vinculada ao prazo de vigência do projeto, nas modalidades iniciação científica, mestrado e Pós-doutorado. 

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Ainda de acordo com a organização, os projetos de pesquisa devem ser submetidos até o dia 5 de outubro, através do portal do CAPES. Podem participar pesquisadores de Instituições de Ensino Superior (IES) brasileiras, públicas e privadas sem fins lucrativos, integrantes do Pacto Universitário pela Promoção do Respeito à Diversidade e da Cultura de Paz e Direitos Humanos, que possuam programas de pós-graduação (PPG) stricto sensu acadêmicos, recomendados pela CAPES, com áreas de concentração ou linhas de pesquisa dirigidas aos temas contemplados no Edital, ou que demonstrem claro compromisso institucional em estabelecê-las. 

As propostas devem se concentrar em pelo menos uma das seguintes Linhas de pesquisa:  

Interculturalidade, Subjetividades e Alteridade, Mídias na Diversidade, Diversidades e Relações Etnicorraciais, Diversidades e Desigualdades, Diversidades e Pessoas com Deficiência, Diversidades e Diferenças Geracionais, Diversidades e Infância e Adolescência, Diversidades e Regionalidades, Diversidades e Religiosidades, Diversidades e Sexualidade e Diversidades e Gênero.  

Mais informações podem ser obtidas pelo edital do processo.   

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Diante da dificuldade em aprovar novas regras para o financiamento das campanhas eleitorais, parlamentares estudam a possibilidade de aumentar o valor destinado ao Fundo Partidário e utilizar esses recursos para as eleições de 2018.

Deputados apontam que essa saída geraria menos desgaste do que criar um fundo com recursos públicos exclusivamente para financiar campanhas ou aprovar a volta da doação de empresas a candidatos, já que o dinheiro do Fundo Partidário está previsto no Orçamento.

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"Nós já temos o Fundo Partidário, é possível que possamos identificar alguma fonte, sem prejuízo de qualquer investimento em áreas que são fundamentais para o funcionamento do Estado, para fazermos a eleição", disse o deputado Pauderney Avelino (DEM-AM).

A líder do PSB na Câmara, deputada Tereza Cristina (MS), também afirmou que essa pode ser uma solução, apesar de não ser a ideal. "Eu prefiro a volta da doação empresarial, mas também não sou hipócrita, nós precisamos ter uma saída", disse.

Com a proibição da doação empresarial pelo Supremo Tribunal Federal (STF), as campanhas municipais de 2016 foram financiadas basicamente com dinheiro do Fundo Partidário, já que não há uma cultura disseminada de doações de pessoas físicas no País.

Segundo parlamentares que defendem a ideia de inflar o Fundo Partidário, o valor a ser destinado para as campanhas do ano que vem seria definido durante a discussão do Orçamento, a ser realizada nos próximos meses pela Comissão Mista do Orçamento. Deputados já encomendaram estudos de consultores da Câmara para se certificar de que o teto dos gastos públicos aprovado em 2016 não seria empecilho para aumentar o valor do fundo. A avaliação é de que o montante ideal para custear as campanhas seria algo em torno de R$ 2 bilhões, mais do que o dobro previsto para este ano no fundo partidário, de cerca de R$ 820 milhões.

Relator do Orçamento para 2018, o deputado Cacá Leão (PP-BA) não descarta um aumento no Fundo Partidário para bancar as campanhas, mas afirma que qualquer decisão nesse sentido terá de levar em conta a situação fiscal do País. Para ele, a grande discussão será de onde retirar os recursos, já que o País vive uma crise financeira. "A gente tem responsabilidade e sabe que não dá para tirar recurso de saúde, educação, segurança pública e também de investimentos", afirmou.

A ideia, porém, já gera críticas no Congresso. "Eu acho muito complicado aumentar o tamanho do Fundo Partidário. Não é um gesto que gostaríamos de fazer", disse o líder do PSD na Câmara, deputado Marcos Montes (MG). "Sou contra engordar o fundo. Sou de um Estado pobre, como vou explicar isso para o meu eleitor?", afirmou o deputado Heráclito Fortes (PSB), que é do Piauí. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Desde que a doação eleitoral por empresas foi proibida pelo Supremo Tribunal Federal (STF), em 2015, os políticos tentam encontrar uma outra forma de financiar as campanhas eleitorais.

Uma possível solução para este problema é o Fundo Especial de Financiamento da Democracia (FFD), proposto no pacote que compõe a reforma política. Com isso, o Brasil, que já financia as atividades dos partidos por meio do Fundo Partidário, passaria a integrar o grupo de países que também garantem o financiamento público de campanhas eleitorais.

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A criação do fundo é um dos pontos discutidos pela comissão especial que analisa a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 77/03, que trata de mudanças no sistema político-eleitoral. A análise do substitutivo da comissão foi concluída na semana passada e agora o texto deve ser votado no plenário da Câmara dos Deputados a partir de terça-feira (22).

De acordo com a proposta, o valor do fundo será de 0,5% da receita corrente líquida do governo em 12 meses, o que corresponderá a cerca de R$ 3,6 bilhões em 2018. Com o novo fundo, o país passaria a ter um duplo financiamento dos seus partidos. O regular, que corresponde ao Fundo Partidário previsto na Constituição, e um outro para bancar as campanhas, o Fundo da Democracia.

De acordo com Luciano Santos, codiretor do Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral (MCCE), na prática, o Brasil já conta com um sistema público para pagar campanhas, porque as emissoras de rádio e TV podem deduzir de impostos o custo para exibição da propaganda eleitoral. A questão é o valor que está sendo discutido agora.

“Nós não vemos problemas com relação ao financiamento de campanhas eleitorais com o dinheiro público. O que não dá para admitir é um valor extremamente alto, e é preciso estabelecer também algumas contrapartidas, como a transparência”, diz Santos.

Para o cientista político Leonardo Barreto, a mudança é uma resposta de parlamentares à proibição do financiamento privado das campanhas eleitorais. Barreto ressalta que esse tipo de financiamento é comum em muitos países. “A figura do financiamento público não deveria gerar tanta polêmica. É um expediente normal. Na medida em que se proibiu o financiamento de campanhas por empresas, é preciso debater outras alternativas de financiamento do sistema político”, comenta.

No entanto, debater o valor correto e a fonte desses recursos são os pontos-chave, para o cientista político. “O fundo tem um problema que foi vincular o valor às receitas do governo”, diz.

Segundo o professor de ciência política da Universidade de Brasília (UnB), Aninho Irachande, a reforma política em tramitação está no caminho oposto àquilo que está sendo discutido no mundo e ao que a sociedade brasileira anseia. Ele explica que existem sistemas pelo mundo que funcionam de forma mais próxima à vontade coletiva.

“Alguns sistemas de financiamento de campanha vão desde o investimento feito pelo próprio candidato conjugado com o dinheiro público, tudo isso sob controle”, comenta. O professor ressalta que a justificativa para a criação do fundo é nobre, visto que o intuito é o fortalecimento da democracia.

Financiamento de partidos no mundo

Entre os 180 países listados pelo International Institute For Democracy (Idea), 34% usam financiamento público eleitoral para campanhas, o correspondente a pouco mais de um terço. Já cerca de 25% dos países pesquisados vetam financiamento privado de campanha.

Cerca de 24% dos 180 países adotam tanto o financiamento regular (para a organização partidária) quanto o financiamento específico para campanhas eleitorais, assim como o proposto no Brasil. Outros 10% têm financiamento público apenas para as campanhas. Os demais países adotam apenas o financiamento regular (32%), isto é, sem transferência de recursos para uso nas campanhas eleitorais.

Ainda, de acordo com o Idea, 31,7% dos países não têm financiamento público regular nem o financiamento público para as campanhas. É o caso da Itália, Bolívia, Líbia, do Irã e Afeganistão, por exemplo.

Confira outros pontos da mini-reforma política debatida na comissão especial:

Distritão

O texto aprovado cria o modelo do distritão, que valerá apenas para as eleições de 2018 e 2020 - deputados federais, estaduais, distrital (2018) vereadores (2020). O modelo do distritão funciona da seguinte maneira: todo o território do estado e do município se torna um distrito eleitoral e funcionará para a escolha de deputados federais, estaduais, distrital e vereadores. Assim, serão eleitos os candidatos mais votados no distrito, como acontece hoje na eleição dos senadores. Não é levado em conta os votos para partidos e coligações.

Distrital Misto

De acordo com a proposta, pelo sistema distrital misto, o eleitor vota duas vezes: uma na lista preordenada pelo partido e outra no candidato de seu distrito eleitoral. Os votos recebidos pelo partido são contabilizados de forma proporcional e indicam o número de cadeiras a que tem direito, sendo eleitos os candidatos pela ordem da lista indicada. De outro lado, os votos nos candidatos do distrito são de forma majoritária, considerando metade das cadeiras em disputa no distrito.

De acordo com o parecer do relator na comissão, deputado Vicente Cândido (PT-SP), o voto distrital misto será adotado para a eleição dos cargos de deputados federal, estadual e distrital e vereador nos municípios com mais de 200 mil eleitores.

O sistema de voto distrital misto, que combina voto majoritário e em lista preordenada, deverá ser regulamentado pelo Congresso em 2019 e, se regulamentado, passaria a valer para as eleições a partir de 2022.

Posses no Executivo

A proposta altera as datas das posses dos eleitos, que passarão a ser as seguintes: 6 de janeiro: governadores e prefeitos; 7 de janeiro: presidente da República; 1º de fevereiro: deputados e vereadores.

Vacância da Presidência da República

No caso de vacância da Presidência da República no último ano do mandato presidencial, será feita eleição indireta, pelo Congresso, até 30 dias após a abertura da vaga. A regra também valerá para governadores e prefeitos.

Mandatos no judiciário

O texto prevê mandato de dez anos para integrantes de tribunais superiores, como o Supremo Tribunal Federal (STF), Superior Tribunal de Justiça (STJ) e Superior Tribunal Militar (STM). Atualmente, ministros de tribunais superiores e do Tribunal de Contas da União (TCU) têm cargos são vitalícios, mas são obrigados a se aposentar compulsoriamente aos 75 anos. A regra não valerá para os atuais membros dos tribunais. Somente aqueles indicados após a possível promulgação da proposta.

A resistência à criação de um fundo eleitoral com R$ 3,6 bilhões, abastecido com recursos públicos, e a indefinição das fontes orçamentárias para custeá-lo reacenderam no Congresso o debate sobre a volta do financiamento de campanhas por empresas. Deputados e senadores favoráveis à doação empresarial discutem nos bastidores a retomada dessa modalidade como alternativa ao financiamento público, caso emperre a aprovação do fundo eleitoral.

O plenário da Câmara vota nesta quarta-feira, 16, a proposta que cria a reserva pública bilionária para campanhas. Um dos entraves é o controle sobre a distribuição dos recursos e como o governo vai cobrir as novas despesas. Os deputados não aceitam abrir mão de cerca de R$ 3,07 bilhões em emendas de bancada, uma das possibilidades previstas na Lei de Diretrizes Orçamentárias.

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Em 2015, o Supremo Tribunal Federal declarou inconstitucional as doações realizadas por pessoas jurídicas para candidatos e partidos e, nas eleições de 2016, apenas pessoas físicas puderam fazer aportes em campanhas. A regra será mantida para o ano que vem caso o Congresso não modifique a tempo a Constituição Federal - o prazo é até o fim de setembro.

Na semana passada, os senadores Armando Monteiro (PTB-PE), Renan Calheiros (PMDB-AL) e Fernando Collor de Mello (PTC-AL) defenderam a volta do financiamento por empresas durante um jantar oferecido pelo presidente do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE), na residência oficial.

Segundo parlamentares presentes, a ideia não foi bem recebida por causa das revelações da Operação Lava Jato relacionadas à prática de caixa 2 e também colocou em suspeita a legalidade das doações declaradas à Justiça Eleitoral. Deputados dizem ter receio da repercussão ao apresentar a proposta.

"Costumam dizer que não tem sentido trazer o financiamento empresarial por causa das mazelas expostas pela Lava Jato. Eu acho o contrário. Se tiver financiamento com regras muito claras e rígidas, com limites individuais, podemos fazer algo compatível com o modelo adotado no Brasil", disse Armando Monteiro ao Estado. "Não faz sentido em um momento de crise você sobrecarregar o financiamento público." Ele afirmou que está pesquisando as maneiras como o financiamento por empresas pode ser incluído na reforma política para aplicação em 2018, embora admita que o prazo é curto.

Um dos caminhos mais rápidos para retomar as doações empresariais seria a aprovação, pelo Senado, da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 113A/2015. O texto originado na Câmara foi relatado pelo atual presidente, Rodrigo Maia (DEM-RJ), quando a Casa era comandada pelo ex-deputado Eduardo Cunha, condenado e preso na Lava Jato.

Em maio, a PEC passou pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado e está pronta para deliberação do plenário. Questionado ontem, Eunício disse que não se recordava da PEC. A proposta abre a possibilidade de os partidos voltarem a arrecadar de empresas, embora mantenha a vedação aos candidatos. A norma diz que os limites de arrecadação devem ser estabelecidos por meio de lei, sem determinar o teto.

O senador Aécio Neves (MG), presidente licenciado do PSDB, disse que a retomada seria "um dos caminhos" alternativos ao fundo, mas que deve ser questionado no Supremo e duvidou que "haja tempo hábil para que isso se construa". "Vai esbarrar no Supremo."

Porcentual

Diante da repercussão negativa entre a população, um grupo de deputados da base aliada e da oposição negocia a aprovação de uma emenda para reduzir o valor do fundo eleitoral de R$ 3,6 bilhões e para torná-lo temporário.

A ideia é diminuir o fundo para o equivalente a 0,25% da Receita Corrente Líquida da União (RCLU) e restringi-lo às eleições de 2018 e 2020. A partir do pleito de 2022, a articulação é para a retomada do financiamento empresarial. Pelo texto da reforma política aprovado na comissão especial da Câmara, o fundo será permanente e equivalente a 0,5% da RCLU.

Maia é simpático à ideia. "Parece interessante", afirmou. Embora já tenha defendido publicamente o retorno do financiamento empresarial, o presidente da Câmara disse não participar da articulação de bastidores para aprovar uma permissão para doação empresarial. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) publicou no Diário Oficial da União (DOU) desta quinta-feira, 10, portaria que estabelece, para este segundo semestre do ano, o valor máximo de financiamento para contratos e aditamentos de renovação semestral no âmbito do Fundo de Financiamento Estudantil (Fies).

De acordo com o texto, esse valor será de R$ 42.983,70 para contratos formalizados até o 2º semestre de 2016 e de R$ 30.000,00 para contratos formalizados a partir do 1º semestre de 2017.

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"Esses parâmetros serão implementados pelo agente operador diretamente no Sistema Informatizado do Fies (SisFies)", cita a portaria publicada no DOU.

A lista dos candidatos pré-selecionados ao Fundo de Financiamento Estudantil (Fies) para o segundo semestre de 2017 há disponível na página do programa. Quem não foi pré-selecionado já pode fazer sua inscrição na lista de espera. No total, são oferecidas 75 mil novas vagas de financiamento para estudantes cursarem o ensino superior em instituições de ensino privadas.

Quem foi pré-selecionado deverá concluir a inscrição pelo Sistema Informatizado do Fies (SisFies) até o dia 7 de agosto. A convocação dos alunos que manifestarem interesse em participar da lista de espera acontecerá de 1º de agosto a 3 de setembro. Nesse caso, o estudante deverá concluir a inscrição no prazo de cinco dias úteis, a contar da divulgação de sua pré-seleção na página do programa.

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As inscrições para o Fies terminaram na última sexta-feira (28) e puderam se inscrever os estudantes que participaram do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) a partir de 2010, com média das notas igual ou superior a 450 pontos e nota na redação superior a zero. O candidato também precisa ter renda familiar mensal bruta per capita de até três salários mínimos para receber o financiamento.

O período de inscrições para as vagas remanescentes começa em 11 de setembro. Os prazos variam de acordo com a condição do estudante.

O Ministério da Educação (MEC) poderá pedir um empréstimo de US$ 250 milhões ao Banco Internacional para Reconstrução e Desenvolvimento (Bird) para implementação da reforma do ensino médio nos estados. O empréstimo foi autorizado pelo Ministério do Planejamento.

Entre as principais ações previstas estão a formação de técnicos educacionais para adaptação dos currículos e elaboração dos itinerários formativos e o repasse de recursos para reprodução de material de apoio e para incentivar a implementação dos novos currículos. Também está previsto o apoio às secretarias para a transferência de recursos às escolas para implementação do tempo integral.

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Além disso, os recursos servirão para capacitação de gestores e técnicos para o planejamento das mudanças. A assistência técnica apoiada pelo banco deverá oferecer serviços de consultoria especializados, de alto nível, para apoiar o MEC e as secretarias estaduais.

O projeto de reforma no ensino médio foi apresentado em março deste ano pelo ministro da Educação, Mendonça Filho, a representantes do Banco Mundial, em Washington. O valor total estimado pelo MEC para as ações a serem realizadas é de US$ 1,577 bilhão.

O novo ensino médio é uma mudança do sistema atual de ensino. Com a flexibilização da grade curricular, o novo modelo permitirá que o estudante escolha uma área de conhecimento para aprofundar seus estudos.

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Na manhã desta quinta-feira (6) o ministro da Educação Mendonça Filho e o presidente Michel Temer anunciaram a abertura de novas vagas e mudanças nas regras de financiamento do Fundo de Financiamento Estudantil (Fies) e assinaram uma medida provisória que regulamenta as modificações. Serão abertas 75 mil novas vagas, totalizando 300 mil novos contratos, totalizando uma oferta de 225 mil vagas, segundo o ministro Mendonça Filho. 

Além de alterações na cobrança dos juros dos empréstimos e abertura de novas vagas, houve mudanças também na responsabilidade pelo financiamento. A partir de agora, a União não será a única responsável por possíveis perdas financeiras. As instituições de ensino e os bancos também terão uma parcela de responsabilidade no custeio do programa e nas perdas por inadimplência. 

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O Fies 1, de acordo com o ministro, atenderá a estudantes que tenham obtido nota mínima de 450 e redação com pontuação maior que zero no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), tenham sido aprovados em instituições privadas de ensino superior e possuam renda bruta familiar per capita de até três salários mínimos por mês, não podendo o valor do pagamento do empréstimo ser maior que 10% da renda familiar. Outra mudança é o percentual de juros, que passa a ser zero nessa modalidade de financiamento, restando apenas a correção da inflação.

O Fies 2, que tem um recorte regional focado nas regiões Nordeste, Norte e Centro-oeste, terá 150 mil novas vagas com juros de 3,1% ao ano, mais correção monetária, atendendo a estudantes de renda familiar bruta per capita de até cinco salários mínimos.

Já o Fies 3, que também atende ao grupo de alunos com renda de até cinco salários mínimos, será financiado com apoio do BNDES e operação através dos bancos públicos. Para essa modalidade do Fies, foram abertas 60 mil vagas. 

Na cerimônia, foi feita uma apresentação de dados sobre um diagnóstico realizado pelo MEC em parceria com o BNDES, o Tribunal de Contas da União (TCU), o ministério da Fazenda e outros órgãos. Na apresentação, de acordo com Mendonça Filho, os dados indicam um ônus insustentável para o Tesouro Nacional, gerado pela inadimplência e má gestão anterior. Mendonça também afirmou que com as alterações realizadas nesta quinta-feira (6) será garantido o acesso de estudantes carentes à educação superior de qualidade.

Após a fala de Mendonça, o presidente Michel Temer tomou a palavra e afirmou que a mudança no Fies é uma medida que vem para garantir a continuidade do programa de financiamento e aprimorar o que veio da gestão anterior. 

“Nós estamos aprofundando uma política pública que gera oportunidades e garante direitos como manda a Constituição. No Brasil muitas vezes se derruba o que foi feito antes, mas nós aperfeiçoamos o que veio do passado, criamos um Fies mais sustentável e efetivo, voltado para quem mais precisa, os estudantes de baixa renda”, disse Temer. 

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O presidente estadual da Central Única dos Trabalhadores (CUT-PE), Carlos Veras (PT), em entrevista concedida ao LeiaJá, nesta sexta-feira (16), declarou que uma das formas de minimizar os problemas trazidos pela crise política é a anulação das eleições de 2014. "Tanto para deputados federal e estadual, como senador, governo do estado e presidente. Está tudo errado", cravou. 

O argumento utilizado pelo dirigente é de que as campanhas eleitorais do ano citado foram feitas com financiamento privado de empresas. Veras também denunciou o Poder Judiciário. "Tem ministro do Supremo Tribunal Federal que foram eleitos com votos dos deputados financiados pela JBS e financiados por essas grandes empresas que estão envolvidas neste processo de corrupção e que tem o interesse de reduzir os direitos dos trabalhadores", disse. 

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O presidente da CUT-PE também contou que já esperava que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) fosse absolver a chapa Dilma-Temer. "Sinceramente, eu não esperava que o presidente Temer fosse cassado pelo TSE até porque esse julgamento não era do Temer, era da chapa Dilma-Temer de 2014, que é um problema grave de Caixa 2, que precisa ser resolvido neste país e isso só com reforma política. O TSE julgou de acordo com as conveniências dele de momento, mas o que todo mundo já sabia, mas que a verdade veio à tona, é que Temer tem crimes suficientes para ser cassado tanto pelo Supremo como pelo Congresso". 

Todo esse contexto, segundo Veras, agrava a situação do país porque "não tem democracia plena no país com um judiciário parcial". "O judiciário, principalmente, o supremo está votando muito de acordo com as convicções, o que interessa a eles no momento. O grande problema hoje do país é a democracia afetada da forma que está", continuou alfinetando. 

Ele ainda falou que só antecipando as eleições para 2017 é possível restabelecer a ordem democrática do Brasil e que é preciso uma reforma política, mas que não pode ser feita "por estes que são responsáveis pelos desmandos políticos que está acontecendo". 

O Fundo de Financiamento Estudantil (Fies) preencheu 115.445 vagas de um total de 150 mil ofertadas no primeiro semestre deste ano, de acordo com o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), o que equivale a 76,68% vagas. O restante permaneceu disponível mesmo após uma rodada de oferta das vagas não preenchidas no processo regular, cujo prazo terminou no último dia 22.

No primeiro semestre do ano passado, das 250 mil ofertadas, 102 mil não foram preenchidas, o equivalente a 41% das vagas. Após esse resultado, o MEC começou a ofertar as vagas ociosas em processo posterior ao regular. Mesmo assim, a porcentagem de vagas não preenchidas se mantém mais ou menos constante. No segundo semestre do ano passado, segundo o diretor executivo da Associação Brasileira de Mantenedoras de Ensino Superior (Abmes), Sólon Caldas, das 75 mil, cerca de 20% ficaram ociosas.

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"De um lado ficam muitos alunos precisando de financiamento para ter acesso à educação superior e, do outro lado, vagas sobrando. A conta não está fechando e o governo precisa equalizar essa equação", diz Caldas.

Segundo ele, as vagas não são preenchidas devido aos critérios do próprio programa. Desde o final de 2014, o Fies começou a ter uma série de restrições. Passou a ser exigida uma pontuação mínima no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) de 450 pontos nas provas e uma renda mínima de três salários mínimos por pessoa, o equivalente em valores atuais a R$ 2.811. Os juros aumentaram e a porcentagem de financiamento que o estudante recebe passou a ser calculada de acordo com a renda, não chegando mais a 100%. “Quando o aluno tem a pontuação, não tem a renda; e quando tem a renda, não alcança a pontuação”, diz Sólon.

Outro critério criticado por Sólon é a destinação de 70% das vagas do Fies para cursos prioritários nas áreas de saúde, engenharia e de formação de professores. “Os cursos são os que o governo julga prioritários para o país, mas nem sempre são os prioritários para os estudantes, que buscam uma posição no mercado de trabalho”.

Mudanças

Na semana passada, em audiências públicas no Congresso Nacional, o ministro da Educação, Mendonça Filho, afirmou que reformulará o Fies. Ele não adiantou quais serão as mudanças, mas garantiu que os contratos vigentes não serão prejudicados e que o programa se voltará principalmente aos mais pobres. Segundo ele, a intenção é ampliar o atendimento pelo programa e torná-lo mais sustentável. O Fies, segundo o ministro, acumulou um rombo de R$ 32 bilhões até 2016. A inadimplência é de cerca de 46%.

Para ser beneficiado pelo Fies, atualmente, é necessário que o estudante que tenha participado do Enem a partir de 2010, obtido pelo menos 450 pontos na média nas provas e não tenha tirado 0 na redação. O candidato precisa ter também renda familiar mensal bruta per capita de até 2,5 salários mínimos. O Fies oferece financiamento de cursos superiores em instituições privadas a uma taxa de juros de 6,5% ao ano.

O setor privado aguarda ansiosamente as alterações. No ensino superior, as instituições particulares concentram 75% das matrículas. Programas como o Fies e Programa Universidade para Todos (ProUni) chegaram a bancar 40% dos estudantes nessas instituições.

Com as mudanças e as restrições no financiamento, o setor passou também a buscar alternativas. Para o presidente da Anima Educação, grupo de educação de capital aberto, Daniel Castanho, o Fies perdeu a força. Nas instituições do grupo, 11% dos novos alunos neste ano são financiados pelo Fies. Esse percentual já chegou a 40%. Levando em conta todos os estudantes matriculados, 30% são beneficiados pelo Fies.

"Como tinha o Fies com condições imbatíveis, ninguém pensava em entrar [no mercado de financiamento estudantil]. Agora, os bancos estão desenhando [financiamentos]. Nos próximos anos, vão surgir vários canais de possibilidades, formando, com o Fies, uma cesta de financiamento", diz. Ele avalia que o Fies foi importante para a inclusão e para que os estudantes considerassem financiar as matrículas, algo que não era pensado antes do programa.

“Acredito que as novas condições serão piores para as instituições e para os alunos e um pouco melhores para o governo, que financiava muito, tomava todo o risco”, diz Castanho. "Será mais sustentável".

Termina nesta segunda-feira (22) o prazo de inscrições para as vagas remanescentes do Fundo de Financiamento Estudantil (Fies) referentes ao primeiro semestre de 2017. A prioridade das vagas é para os estudantes que já tenham tentado o financiamento no programa e ainda não conseguiram. Neste semestre, o Fies ofereceu 150.538 vagas para 1.599 instituições, abrangendo 29.293 cursos.

Interessados em concorrer a uma das vagas precisam ter participado de alguma edição do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) desde 2010, obtido nota mínima de 450 pontos nas provas e não ter tirado nota zero na redação. Além disso, é necessário comprovar renda familiar mensal bruta per capita de até três salários mínimos.

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As inscrições deverão ser feitas exclusivamente na página do Sistema de Seleção do Fies, o FiesSeleção. O Fies sofreu algumas alterações este ano, entre elas mudanças na prioridade do recebimento do financiamento. Antes, estudantes que já eram beneficiados podiam renovar o Fies e obter um novo financiamento desde que não fossem inadimplentes. Agora terão prioridade estudantes que nunca participaram do programa.

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O Ministério das Cidades informou que realocará R$ 2,54 bilhões na linha Pró-Cotista FGTS, uma das mais vantajosas do mercado. Segundo o órgão, o ato será publicado nesta terça-feira (9) no Diário Oficial da União (DOU). Com a injeção de recursos, a linha terá neste ano um total de R$ 7,54 bilhões para serem emprestados.

A linha Pró-Cotista só pode ser acessada por trabalhadores com pelo menos três anos de vínculo com o FGTS. Além disso, eles precisam estar trabalhando ou ter saldo na conta do FGTS de pelo menos 10% do valor do imóvel. A linha financia a compra de imóveis de até R$ 950 mil nos Estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais, e de até R$ 800 mil nos outros Estados. É a linha de empréstimo habitacional mais barata depois do Minha Casa, Minha Vida. A taxa de juro para não correntistas do banco é de 8,61% ao ano. Já no financiamento com recursos da poupança, a taxa é de 10,49% ao ano.

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O novo aporte do FGTS foi pedido pelo agente operador do fundo, a Caixa Econômica Federal. Dos R$ 5 bilhões que estavam previstos, R$ 4,2 bilhões já tinham sido desembolsados. O restante, segundo a Caixa, só era suficiente para atender as propostas de financiamento que já tinham sido recebidas pelo banco. Por isso, a Caixa tinha suspendido novas contratações.

A proposta da Caixa é que o dinheiro do FGTS seja redistribuído em outras linhas que usam recursos do fundo, como a carta de crédito individual, carta de crédito associativo e o programa Minha Casa Minha Vida.

Os imóveis novos têm prioridade na utilização dos recursos. Obrigatoriamente, 60% devem ser destinados para este fim. O ministério afirma que, de acordo com metodologia elaborada pela Fundação Getúlio Vargas, estima a geração ou manutenção de cerca de 165 mil postos de trabalho com a nova injeção de recursos na linha.

Por meio de portaria, o Ministério da Educação (MEC) prorrogou o prazo de renovação dos contratos do Fundo de Financiamento Estudantil (Fies), para o primeiro semestre de 2017. O procedimento agora pode ser feito até o dia 31 deste mês.

Segundo o MEC, o aditamento iniciou teve início em 16 de janeiro. A pasta acredita que mais de 1 milhão de estudantes tiveram os contratos formalizados até o final do ano passado, graças a recursos do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE).

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O Fies beneficia mais de 2 milhões de alunos que recebem financiamentos para cursar o ensino superior. Para receber o benefício, o candidato deve ter feito o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) e apresentar rende mínima de até três salários mínimos. 

O presidente Donald Trump assinou hoje uma lei que estabelece planos de financiamento para a exploração espacial com o objetivo de, eventualmente, enviar pessoas a Marte. A lei libera US$ 19,5 bilhões para a Nasa este ano, a continuidade da Estação spacial Internacional (ISS) até 2024 pelo menos e o uso de naves espaciais comerciais para trasladar eventualmente astronautas à ISS.

Além disso, formaliza os planos da agência espacial americana para enviar astronautas a Marte, ao determinar ao chefe da Nasa que esboce uma rota inicial para a exploração humana do "Planeta Vermelho". As informações são da agência de notícias alemã DPA.

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"Por quase seis décadas, o trabalho da Nasa tem inspirado milhões de americanos a imaginar mundos distantes e um melhor futuro aqui na Terra", disse Trump. Ele elogiou a lei por apoiar cientistas, engenheiros e astronautas da Nasa "e sua busca de descobrimentos", destacando que a legislação criará postos de trabalho nos Estados Unidos.

Da Agência DPA

Pressionados pelo avanço da Lava Jato e às vésperas do envio da lista do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, ao Supremo Tribunal Federal (STF), integrantes da cúpula do Executivo e do Congresso aceleraram as discussões para aprovar mudanças no sistema de financiamento de campanha eleitoral.

O movimento é definido nos bastidores do Congresso como "legislação de salvação" para evitar o que parlamentares chamam de "criminalização generalizada da atividade política".

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Uma das propostas em discussão é a que prevê financiamento público com lista de candidatos indicados pelos partidos. Ela seria aprovada com mais rapidez e, com isso, passaria a valer já para 2018 - alterações nas regras eleitorais têm de ser feitas até 2 de outubro.

Para tratar do assunto, o presidente Michel Temer convocou uma reunião para esta quarta-feira (15) com líderes do Congresso. O tema também foi debatido em almoço no domingo, que reuniu parlamentares e o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Gilmar Mendes.

O encontro, oferecido pelo presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), para comemorar o aniversário do ministro da Secretaria de Governo, Antônio Imbassahy, e do presidente do PSDB, senador Aécio Neves (MG), contou com o presidente do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE), o líder do PMDB no Senado, Renan Calheiros (AL), e o presidente do DEM, senador Agripino Maia (RN).

"Foi feita uma conversa que a essência foi a de que você pode, sim, fazer financiamento público, à medida que tenha uma lista partidária pré-ordenada. O partido organiza a lista política. Isso passa com facilidade pelo Senado e, na Câmara, o deputado (José) Carlos Aleluia (BA) (vice-líder do DEM na Câmara) sugeriu que se dê o direito de candidatura nata para os atuais detentores de mandato parlamentares", afirmou Agripino. "É uma ideia que teve consenso."

Para Aleluia, há consenso de que é preciso alterar o atual modelo de doação de campanha. "Todos acham que o sistema atual não permite ter uma campanha saudável em 2018", disse o deputado do DEM. Parlamentares consideram difícil retomar o financiamento empresarial de campanha.

Uma possível mudança no atual sistema eleitoral tem o respaldo de Gilmar Mendes, que, após o almoço de domingo, esteve com Temer. Ele defendeu, contudo, que, antes de discutir os repasses de recursos para as campanhas eleitorais, seja feita uma alteração no modelo de candidatura.

"Eu acho que é totalmente fora de ciência ficar discutindo financiamento no sistema atual, porque é enxugar gelo. É preciso alterar o sistema eleitoral, para aí adequar o financiamento", defendeu Gilmar, após deixar o Palácio do Jaburu, residência de Temer em Brasília.

A intensificação da busca por um novo modelo ocorre menos de uma semana depois da decisão da Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal que aceitou a denúncia oferecida pela Procuradoria-Geral da República contra o senador Valdir Raupp (PMDB-RO) pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro. A acusação formal é a de que os R$ 500 mil doados oficialmente pela Queiroz Galvão à campanha de Raupp ao Senado em 2010 seriam "propina disfarçada".

'Arcaico'

"Com toda essa confusão que está aí, está claro que o modelo de financiamento ficou para trás, é arcaico. Temos de encontrar um mecanismo porque não existe democracia sem política", afirmou ao Estado Eunício Oliveira.

Em um encontro nesta segunda-feira, 13, em Brasília, o presidente do Senado também tratou do tema com o ministro do Supremo Luís Roberto Barroso. Atualmente, Barroso é suplente no Tribunal Superior Eleitoral.

"Coloquei meu pensamento e ele considerou que um novo modelo de financiamento é um bom encaminhamento para se discutir. O modelo de financiamento privado morreu e deixou muitos problemas", disse Eunício. Segundo ele, a alternativa em discussão é a de utilizar recursos do Fundo Partidário. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A partir do dia 20 de março, as inscrições para o preenchimento das vagas remanescentes do Fundo de Financiamento Estudantil (Fies) referentes ao primeiro semestre de 2017 serão abertas. A medida foi publicada pelo Ministério da Educação (MEC), no Diário Oficial da União desta sexta-feira (10). Os interessados que já tentaram o financiamento pelo processo seletivo regular e não obtiveram sucesso também poderão se candidatar.  

A diferença neste ano é que todas as Instituições de Ensino Superior (IESs) participantes do programa deverão fornecer ao Sistema Informatizado do Fies (Sisfies) a relação dos cursos em que não houver formação de turma. O objetivo é evitar frustrações por parte dos interessados, que antes mesmo de se candidatar já saberão a quais deles podem se inscrever.

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Até o momento, não foi informado o quantitativo de ofertas, pois ainda estão abertas até o dia 17 de março as inscrições para os estudantes da lista de espera dos pré-selecionados. Segundo o MEC, em todo o processo iniciado em 7 de fevereiro, foram disponibilizadas 150.538 vagas para 1.599 IES no país, abrangendo 29.293 cursos.

Confira as datas disponíveis para a efetuação das inscrições:

De 20 a 24 de março – não graduados inscritos no processo seletivo regular do Fies.

De 22 a 24 de março – graduados inscritos no processo seletivo regular do Fies.

De 25 a 31 de março – não graduados para curso de IES em que não estão matriculados.

De 27 a 31 de março – graduados para curso de IES em que não estão matriculado.

De 25 de março a 22 de maio – não graduados para curso de IES em que estão matriculado.

De 27 de março a 22 de maio – graduados para curso de IES em que estão matriculados. 

As inscrições deverão ser feitas exclusivamente pela internet, através do site do Fies

O Instituto MRV está com inscrições abertas até o dia 22 de março através do seu site para organizações sem fins lucrativos e pessoas físicas com mais de 18 anos que desejem participar da chamada pública para pleitear formações e R$ 70 mil  para patrocinar projetos de educação nas cidades de Cabo de Santo Agostinho, Camaragibe, Caruaru, Jaboatão dos Guararapes, Olinda, Paulista e Recife.

O processo de aprovação passará por uma Comissão Avaliadora de critérios como alinhamento do projeto com a realidade da comunidade, viabilidade técnica e financeira, potencial inovador e compatibilidade de cronograma do projeto com duração do Programa. Os projetos selecionados serão divulgados para votação popular no site do instituto de 1º a 7 de maio e os quatro mais votados e contemplados com os recursos serão divulgados no dia 9. 

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Diretores do renomado Lincoln Center de Nova York pediram nesta terça-feira que se mantenha o financiamento das artes, e alertaram que os cortes profundos defendidos pelo presidente americano, Donald Trump, teriam efeitos devastadores.

Líderes das instituições do Lincoln Center - incluindo a Ópera Metropolitana, a Filarmônica de Nova York e o Balé da Cidade de Nova York - afirmaram que o financiamento das artes beneficia todos os cidadãos e une a comunidade.

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"Em cidades e povoados americanos, as instituições de arte respiram vida nos bairros, atraindo investidores, estimulando o desenvolvimento, impulsionando a inovação e criando empregos", disseram em um comunicado.

Diferentemente do que acontece na Europa, o financiamento cultural nos Estados Unidos é, em sua maioria, privado. Mas executivos do Lincoln Center assinalaram que é vital preservar a liderança subjacente do Fundo Nacional para as Artes, que, no ano passado, recebeu 148 milhões de dólares em fundos governamentais.

O governo Trump propôs grandes cortes no financiamento federal, principalmente na ajuda estrangeira, embora pretenda aumentar em 54 bilhões de dólares o gasto militar.

O financiamento das artes é um alvo permanente de alguns conservadores americanos, que se queixam de obras de arte polêmicas e questionam a necessidade de apoio do governo.

Em meio à retração generalizada de crédito que o País vem atravessando, apenas uma categoria de financiamento registra crescimento significativo: a do crédito consignado para aposentados. De acordo com dados do Banco Central, no acumulado de 12 meses até janeiro, o avanço do saldo do consignado foi de 15,6%, enquanto o saldo total de crédito para os brasileiros ficou praticamente estável (0,6%).

Para este ano, com o cenário ainda incerto de recuperação da economia, os bancos continuam centrando fogo nas linhas de crédito que oferecem menor risco de calote. Além do consignado para os aposentados, que tem inadimplência praticamente zero, porque o desconto da prestação é feito antes de o dinheiro chegar no bolso beneficiário, grandes instituições financeiras apostam agora no crédito que antecipa o saldo das contas inativas do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS).

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O Bradesco, por exemplo, começou a operar o crédito pessoal com garantia no saldo do FGTS há cerca de uma semana. Até quinta-feira, o banco tinha fechado cem contratos de créditos atrelados ao FGTS, um desempenho, segundo diretor executivo adjunto do Bradesco, João Carlos Gomes da Silva, que ficou dentro das expectativas. Para antecipar os recursos, o banco cobra juros entre 2,5% a 4,4% ao mês, dependendo do histórico de crédito do cliente. O diretor observa que a taxa mínima de juros é muito próxima da cobrada nos consignados do INSS: 2,34% ao mês.

O Santander foi o primeiro banco que entrou nessa modalidade de financiamento, em meados de janeiro, logo após o governo anunciar que liberaria R$ 43 bilhões que estavam parados nas contas inativas do FGTS. Eduardo Jurcevic, superintendente executivo de produtos de pessoa física e consignado, explica que o saque dos recursos do FGTS pode ser antecipado com juros que variam entre 2,59% e 4,59% ao mês.

O Santander não revela como está a procura por essa linha de crédito, mas o formato se espalha: Itaú Unibanco e Banco do Brasil informam que avaliam a possibilidade de ter uma linha de crédito semelhante. Já a Caixa, que é a "guardiã" do dinheiro das contas inativas do FGTS, descarta a possibilidade de ter essa linha de empréstimo.

Garantias

Com a economia patinando, o desemprego crescente e a taxa básica de juros em queda, mas ainda num nível elevado, o diretor da Associação Nacional dos Executivos de Finanças e Contabilidade (Anefac), Miguel Ribeiro de Oliveira, acredita que 2017 será um ano difícil para o crédito. Os consumidores "colocaram o pé no freio" para assumir novos empréstimos nos bancos, observa.

Essa cautela aparece nos resultados do crédito contraído pelo consumidor junto aos bancos no Indicador de Demanda por Crédito do Consumidor da Boa Vista SCPC (Serviço Central de Proteção ao Crédito). No mês passado, a procura do brasileiro por crédito no sistema financeiro caiu de 1,1% ante dezembro de 2016, descontada a sazonalidade do período. Em relação a janeiro do ano passado, o tombo foi bem maior: a procura por crédito recuou 7,6%. E em 12 meses até janeiro, a retração quase dobrou: 14,7%.

Resultados positivos na demanda por crédito, segundo a pesquisa da Boa Vista SCPC, aparecem apenas nos financiamentos oferecidos pelas lojas, que é o crédito não financeiro. Mesmo assim a alta ocorreu apenas de dezembro para janeiro. No ano e em 12 meses houve retrações na procura.

Cautela

Ribeiro de Oliveira, da Anefac, lembra que os bancos não podem parar de emprestar. "Por isso, serão mais cautelosos e vão procurar operações mais seguras, com lastro", diz.

Essa percepção é confirmada pelo diretor do Bradesco. Segundo Silva, as linhas para consumidor prioritárias para o banco neste ano serão os financiamentos consignados para aposentados e setor privado, além de créditos cuja liberação dos recursos está ligada à garantia real de veículos e imóveis.

"Estamos apostando no consignado para trabalhadores do setor privado e para aposentados", afirma o diretor do Bradesco. Ele explica que o banco detém a folha de pagamento de 6 milhões de assalariados e 10 milhões de aposentados. "Somos o maior pagador de aposentados e de trabalhadores do setor privado."

O crédito consignado representa 63% da carteira de crédito pessoal do banco e os aposentados respondem por quase a metade. No ano passado, o carteira de crédito consignado da instituição como um todo cresceu 12,3%. A expectativa para este ano é de um avanço maior, de 16%.

No ano passado, o crédito consignado foi a linha do Santander que mais cresceu dentro do crédito destinado à pessoa física, ressalta Jurcevic. O volume da carteira de consignado do banco somou R$ 18,7 bilhões e avançou 27,9%, superando de longe o crescimento do saldo da carteira de cartões (8,1%) e do crédito imobiliário (4,7%).

Há um ano e meio o consignado tornou-se um vetor estratégico do Santander. Além dessa linha que conta com garantia real, o banco colocou no mercado duas outras que têm risco baixo de calote, pois o empréstimo está vinculado a um imóvel ou veículo. "Estamos impulsionando o crédito com menor risco", diz o diretor. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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