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O que existe em comum entre um ex-padre, uma ex-atendente de McDonald's, um ex-vendedor de cachorro-quente e um jornalista? É que agora todos eles estão no mesmo ramo: o de mestre de cerimônia de velório.

Com uma tradição sólida em países como os Estados Unidos, a função de cerimonialista fúnebre ainda dá os seus primeiros passos no Brasil. Trata-se, claro, do profissional responsável por ler (e escrever) breves palavras sobre a vida de quem está partindo. O cemitério Memorial Parque das Cerejeiras, na zona sul de São Paulo, está trabalhando na formação de funcionários capazes de preparar esses discursos.

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"Contar a história de uma pessoa é importante para a família. É uma forma de mostrar que aquela vida teve um propósito", diz a terapeuta especialista em luto Lélia Faleiros - responsável pelo treinamento dos futuros cerimonialistas no Parque das Cerejeiras. Na preparação, além da construção de textos, os alunos aprendem como se portar, como colocar a voz e a aguçar a sensibilidade para aquilo que é de bom tom omitir na hora de um discurso.

"A causa da morte e questões familiares são assuntos que podem ser delicados. É preciso entender o que a família quer que se torne público", afirma a gerente administrativa do cemitério, Patricia Ovchinnikov.

O Parque das Cerejeiras passou agora a oferecer a presença de um cerimonialista em seus velórios. Até o fim de outubro, o cemitério não havia definido o preço para esse tipo de serviço. No mercado, um orador fúnebre pode cobrar cachês que vão de R$ 150 a R$ 500. Mas o preço de cerimoniais mais elaborados, com a presença de violinistas, recursos de vídeos e balões, pode chegar a R$ 5 mil.

Curso

No treino, Leonardo Calazans dos Santos, de 37 anos, o ex-padre, e Brenda Vitória, de 20, a ex-atendente de uma rede de fast-food, tiveram de preparar um discurso sobre a vida de personalidades que já se foram. Santos falou sobre o cantor Renato Russo (1960 -1996); Brenda discorreu sobre a vida do jornalista Marcelo Rezende (1951-2017).

No treino, os textos foram construídos após pesquisas na internet. Mas, quando eles estiverem atuando para valer, as informações serão colhidas em entrevistas com parentes e os textos serão produzidos em poucas horas.

Santos foi seminarista e ordenou-se padre, atuando na Igreja de Nossa Senhora do Carmo. Há três anos e meio, largou a batina depois de se apaixonar. "Não achei justo que fosse passar pela vida sem vivenciar isso. Então, me apaixonei e casei. Tenho uma filha de 4 meses agora", contou.

Depois de largar a vida celibatária, Santos precisou procurar um trabalho. Fez de tudo um pouco até encontrar sua nova vocação. Com a expertise de padre, ele tem a postura e o tom de voz necessários para a função. "Eu já preparava os textos das missas. A diferença é que como padre eu tinha uma preocupação doutrinária. Aqui, a ideia é narrar a vida do indivíduo."

Brenda, que está sendo preparada para a mesma função, trabalhou em restaurantes e fast-foods da cidade, mas acabou, por influência da mãe (que foi funcionária do Parque das Cerejeiras), entrando neste universo. "Meu marido e amigas têm medo desse ambiente. Não entendem muito o meu trabalho. Eu lido com a morte da melhor maneira possível. A luta é mostrar que uma mulher jovem pode, sim, fazer essa função."

No sul do País é mais fácil encontrar esse tipo de orador. Douglas Júlio Dias, de 39 anos, começou como jornalista, mas, ao fazer uma reportagem sobre o tema, interessou-se pela arte da cerimônia fúnebre. "Gosto de pensar que continuo atuando como repórter. Entrevisto pessoas, pergunto sobre a vida do falecido", disse. Um dos seus discursos favoritos foi sobre uma senhora que gostava de tricotar. "Perguntei aos presentes quantos naquele recinto já não tinham usado roupas tricotadas pela falecida", recordou. "Outro exemplo emocionante foi no velório de um pai muito severo, rigoroso com os filhos. Na ocasião, comecei dizendo que ele amava muito seus semelhantes e filhos, mas amava à maneira dele."

Dias contou que o mais difícil é entrevistar famílias que estão em litígio ou brigando por herança. Também disse que quase apanhou em um velório ao confundir o nome da mulher com o da ex-mulher do falecido.

Jonas Zanzini, de 60 anos, é um dos cerimonialistas de luto mais experientes do País. Ele, inclusive, tem um curso online. "É preciso lembrar que você está falando para celebrar a vida de uma pessoa. Não está lá para celebrar a morte."

Zanzini nasceu em São Paulo, tentou carreira como jogador de futebol, mas teve sucesso como vendedor de cachorro-quente em meados dos anos 1990, quando chegava a faturar cerca de R$ 10 mil por mês. Por problemas familiares, decidiu deixar a cidade e partir para Curitiba - onde trabalhou na funerária de um amigo, vendendo planos funerários.

Um dia, assistindo a um velório, achou tudo frio e impessoal. "Foi quando decidi falar em um sepultamento de uma professora. Horas depois, recebi vários agradecimentos e convites para repetir o feito em outras cerimônias."

Zanzini disse que um bom discurso de luto pode ter um caráter religioso, mas precisa ser discreto. Para ele, colocar-se no lugar dos parentes que acabaram de perder um ente querido é fundamental. O único pecado mortal da profissão é trocar o nome do defunto. "No começo da minha carreira, eu fiz isso. É algo constrangedor." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Até às 22h desta quinta-feira (24), a Universidade Guarulhos realiza a 4ª edição da Mostra Campus, evento voltado para estudantes do ensino médio de escolas públicas e privadas de Guarulhos e região.

Este ano, o público é levado a uma situação fictícia: um casal, que está passeando com seu animal de estimação em Foz do Iguaçu (PR), é atropelado quando o cachorro avista uma cobra peçonhenta e corre para a rodovia. O homem e o cachorro sofrem ferimentos e a mulher morre. A partir desta encenação, os visitantes são convidados a explorar os desdobramentos do caso nas salas que representam os curso da UNG.

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Assim, na sala do curso de Direito, os estudantes assistem ao julgamento fictício de um homem. Trata-se do condutor do veículo, que fugiu sem prestar socorro, e que será julgado pelos crimes de homicídio doloso, lesão corporal e omissão de socorro.

Para a estudante Beatriz Ribeiro Piedade, 17 anos, da Escola Estadual Padre Valentino González Alonso, a mostra ajudou a confirmar a sua escolha pela Psicologia. "Achei o curso incrível. Fiquei mais animada para fazer a faculdade e com vontade de vir assistir uma aula experimental", conta.

A estudante já está se preparando para o vestibular, estudando em casa com o apoio da mãe para ingressar na faculdade. "No começo, minha mãe queria que eu fizesse Enfermagem, pois ela é formada na área. Mas depois que ela conheceu melhor o curso por uma amiga que faz Psicologia, hoje ela apoia bastante a minha escolha", diz.

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Acompanhantes dos alunos, os professores acreditam na importância dessa aproximação entre escola e universidade. Para a professora Marilene Assunção Guerra, da Escola Estadual Padre Valentino González Alonso, a visita ao campus desperta um maior interesse nos jovens em cursar uma faculdade ou algum curso técnico. "Por mais que façamos projetos nas escolas para despertar mais o conhecimento dos alunos, ainda não é o suficiente. Conhecer cursos que às vezes eles nem sabiam que existiam é muito bom", afirma.

Na visão da diretora adjunta dos cursos de Ciências Humanas e Sociais da UNG, Miriam Bevilacqua, essa é uma experiência que beneficia os jovens, a escola e a universidade, além daqueles que estão deixando o ensino médio e que passam pelo momento de escolher uma profissão. "Quando eles conhecem mais sobre as profissões é mais fácil escolher o curso e, com isso, temos menos evasão na faculdade e menos alunos que perdem um ou dois anos fazendo algo que, lá na frente, ele descobre que não gosta realmente", explica.

O Brasil ocupa, hoje, a penúltima posição no Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (Pisa), exame coordenado pela Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) para avaliar a educação em 40 países. O desafio de melhorar os índices educacionais do país, no entanto, enfrentam diversos obstáculos, como a falta de interesse de estudantes jovens pela carreira de professor: uma pesquisa que também foi realizada pela OCDE constatou que entre 2006 e 2015, a taxa de adolescentes brasileiros com 15 anos de idade que desejam seguir a carreira de professor caiu de 7,5% para 2,4%. 

Nesta terça (15), dia em que é celebrado o Dia do Professor, o LeiaJá ouviu profissionais com mais de 20 anos de docência para entender como eles avaliam os rumos que a educação brasileira e a carreira de professor seguiu nas últimas décadas e o que a categoria deseja para o futuro. 

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“A escola pública segue a mesma”

André Luiz Vitorino de Souza tem 34 anos de carreira como professor de Biologia nos ensinos fundamental, médio e superior. Ao decidir qual profissão seguiria, décadas atrás, ele conta que o que o moveu em direção às salas de aula foi a percepção de que o Brasil necessita de mais pessoas ensinando para poder se desenvolver. “Eu percebi que o país precisava muito de profissionais de educação, foi por perceber uma necessidade social. Como eu gostava muito de biologia, segui por aí”, disse. 

Em sua percepção, houve alguns avanços nos rumos e na estrutura da educação e da carreira docente durante os seus anos de trabalho até agora, mas sem apresentar melhoras muito significativas, fazendo com que, para André, a situação do trabalho com ensino seja a mesma de 30 anos atrás: precarização. 

“Houve avanços, o ensino superior entrou pelo interior [dos Estados], a escola pública deu uma ligeira melhorada, algumas já têm ar-condicionado e quadro piloto, na época em que eu comecei tudo isso era mais raro. No entanto, a escola pública segue a mesma de sempre e a particular também”, afirmou o professor.

Foto: Rafael Bandeira/LeiaJáImagens

Na avaliação de André, apesar dos avanços que houve em algumas escolas no que diz respeito à estrutura, o exercício da profissão vem ficando mais difícil com o passar do tempo. “Hoje é mais difícil exercer o ofício, o respeito de aluno por professor está abalado e a sociedade, ao avesso. A violência escolar tem piorado, antes o aluno vinha mais educado de casa e hoje a gente tem que fazer junto educação de casa e do colégio. Nunca tive problemas (com violência) mas conheço muitos colegas que já (tiveram)”, contou ele. 

Perguntado sobre as razões que vê para a queda do interesse de estudantes jovens pela docência, o professor afirma que “a propaganda de que é uma profissão qualquer e a remuneração é muito baixa” contribuem para esse cenário de desinteresse pelo ensino. 

André também destaca o acúmulo de dificuldades que os alunos têm para aprender ao longo dos anos de escola como um dos problemas que derrubam os índices de educação do Brasil cada vez mais para baixo. “No ensino fundamental é onde está a dificuldade maior. No médio, o aluno já traz vícios e no ensino superior há uma cultura de fazer o curso de qualquer jeito. Pouquíssimos vão pra faculdade para estudar de fato. Se fossem, teríamos alunos melhores, instituições melhores e profissionais melhores”, afirmou o professor. 

Ensino e empreendedorismo lado a lado

Erotides Marinho é diretor de uma escola e se tornou professor de matemática há 35 anos, oficialmente. Mas desde cedo já percebia que gostava de ajudar as pessoas a aprender e dava aula aos colegas para ajudá-los, mesmo sem pensar em ser professor naquela época. Marinho começou de vez sua carreira na educação durante a década de 80, quando ainda cursava engenharia. 

“O que me motivou, e tem sido assim até hoje, é ver como transferir conhecimento para o outro é algo libertário, que ao mesmo tempo traz uma alegria diferenciada para quem aprende. Surgiu a oportunidade de ensinar em cursinho e aí eu vi que poderia tentar com as habilidades que eu já tinha desenvolvido dando aula particular em casa”, explicou Marinho, como é conhecido o professor. 

 

Foto: Lara Torres/LeiaJáImagens

Ele explica que sua experiência ajudando os colegas na escola o ajudou nessa nova fase. “Já deu, logo de início, muito certo, porque eu já vinha com uma bagagem de entender como as pessoas aprendiam. Eu via que aquilo dava certo e eu comecei a me desenvolver aí. Havia uma crise na engenharia e eu comecei a migrar para a educação. Com apenas cinco anos de sala de aula, eu já tinha sido convidado para ser diretor de ensino de uma rede educacional cheia de professores de primeira linha”, contou Marinho, que fez a maior parte de sua carreira no ensino médio, cursinhos, matérias isoladas e preparação para concursos públicos. 

O professor explica que se tornar diretor foi um grande desafio pois, na época, ainda era muito jovem e estava trabalhando com profissionais mais experientes que ele. Alguns anos depois, Marinho foi convidado para ser sócio da escola. “Quando me foi dada a condição de me tornar sócio, tive que assumir as responsabilidades na mão. Quando encabecei, vi que eram desafios muito grandes e também muito convidativos e atrativos. Empreender, multiplicar isso seria muito bom porque víamos resultado de transformação de vidas. Decidi mergulhar nessa área, empreender em desenvolvimento humano através de mecanismos facilitadores para uma educação diferenciada”, contou o diretor.

Nesse sentido, Marinho fala de sua experiência e aponta o empreendedorismo na educação como um caminho possível para profissionais de educação que também têm conhecimentos sobre gestão e desejam iniciar um projeto pedagógico.

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No que diz respeito à situação educacional dos últimos anos no ensino público e privado e focando na carreira fora de uma lógica de empreendedor, Marinho analisa que o quadro de qualidade educacional e as condições de trabalho docente têm sofrido mudanças radicais para pior.

“O agravamento de problemas na educação tem crescido tanto em intensidade como em diversidade. Muitas famílias estão passando por uma progressiva disfunção, e essa carga termina sendo transferida para o professor, que não foi preparado academicamente para lidar com tal sobrecarga”, afirmou o diretor. 

Na avaliação de Marinho, há também “uma crescente banalização da absorção do conhecimento escolar” que leva a “crises de respeitabilidade às figuras de autoridade”. A causa desse problema, para o diretor, são os “direitos desenfreados dos estudantes, respaldados por familiares, que neutralizam de forma impactante a capacidade de gerar modelagem evolutiva através da educação” e, segundo ele, têm levado muitos professores a mudar de área ou ir migrar para funções que não exigem contato direto com o estudante em sala. 

A reversão dessa situação, de acordo com Marinho, deve aliar “um investimento realista, maciço no professor com ferramentas como inteligência emocional, neurociência, otimização dos currículos” com investimentos na valorização da figura do professor, “estabelecer níveis de exigência adequados para que se possa alcançar a qualificação de professor” e  “atrelar, via legislação, a participação dos familiares passando por cursos de capacitação em gestão familiar”. 

“Nossas conquistas estão ameaçadas pelo governo Bolsonaro”

Carmem Dolores Alves faz parte do Fórum Municipal Popular de Educação, é da Sociedade das Mulheres Negras de Pernambuco - Uiala Mukaji, onde atua como pesquisadora e militante de uma educação antirracista. Ela se aposentou depois de uma carreira construída na Rede Municipal de Ensino do Recife e, atualmente, dá aulas no ensino superior. 

A carreira de Carmem no ensino teve início cedo, quando ela tinha 15 anos e foi convidada a dar aulas a crianças com deficiência e outras necessidades especiais em decorrência de paralisia cerebral. “Depois passei no concurso da rede municipal e trabalhei como professora, gestora, coordenadora e fui da equipe de formação”, contou ela. 

Na opinião de Carmem, apesar de haver problemas e precariedade também na rede privada de ensino, a situação das escolas e da carreira docente é mais grave - e vem piorando - no ensino público. “O professor recebe uma exigência muito grande, além de ensinar, acabamos assumindo a tarefa de educar, que não é nossa tarefa principal. A falta de materiais, salas de aula inadequadas e carga de trabalho sobre humana porque o salário é precarizado, então o professor tem que trabalhar três ou dois horários, isso faz com que não dê tempo de preparar material, planejar a aula, trazer algo diferente. As salas estão cada vez mais lotadas, e a violência, a falta de apoio e sensibilidade da prefeitura do Recife faz com que muitos professores adoeçam no seu trabalho”, conta a professora. 

Carmem explica que, na busca da categoria por valorização da carreira, as maiores demandas dos professores hoje estão diretamente ligadas à garantia de direitos já instituídos por lei. “O Plano Nacional da Educação determinou determinou que o professor da educação básica iria ganhar pela sua formação, se você tiver doutorado, por exemplo, deveria ganhar igual a um professor da universidade, mas isso não acontece. A educação básica e infantil, que é a base, não é valorizada. O professor faz um mestrado, um doutorado, e não recebe por esse curso”, explicou ela. 

Foto: Cortesia

A professora também cita o não cumprimento do piso salarial determinado por lei federal anualmente, a falta de garantia da aula-atividade, tempo reservado para que os professores possam preparar aulas e planejar o projeto pedagógico e a não-inclusão de gratificações salariais por dedicação exclusiva na aposentadoria dos professores da rede pública. A falta de uma boa rede de atendimento de saúde e o adoecimento mental e vocal frequentes devido às condições de trabalho e a falta de liberação dos professores para que possam estudar e melhorar sua formação também não passam despercebidas pela categoria. 

Para Carmem, a instituição desses direitos são conquistas muito importantes dos professores, mas que nunca foram integralmente garantidos e estão ameaçadas devido a questões políticas. “No entanto, todas essas nossas conquistas estão ameaçadas pelo governo Bolsonaro, que infelizmente escolheu os professores e a educação como inimigos. Tenta, inclusive, influenciar a sociedade a essa postura. A sociedade acha que o professor é vagabundo, não quer trabalhar e é inimigo devido a esse discurso pela escola sem partido, dizendo que o professor doutrina os estudantes são posturas que nos afetam, abalam e nos deixa desgostosos da nossa profissão. Você não pode ensinar sem contextualizar a realidade, como eu vou falar de Pernambuco sem falar da população indígena e sem detalhar as condições dessa população?” questiona a professora. 

Na análise de Carmem, a maior dificuldade que os jovens que desejam seguir carreira no ensino enfrentam “é lidar com esse processo de desvalorização e criminalização da profissão”. Ela explica que o professor “trabalha tanto em dois esforços porque o trabalho não é só na escola. Você tem que se formar, se atualizar e se informar, então tudo leva a um esforço sobre-humano para pouca recompensa financeira e reconhecimento social. O grande desafio é lidar com essa contradição do interesse pelo compromisso histórico de ensinar com a desvalorização galopante da nossa profissão”, contou Carmem.

Mas nem tudo é tristeza no dia-a-dia profissional dos professores. Questionada sobre qual é a maior gratificação que teve em todos esses anos trabalhando em sala de aula, Carmem apontou a consciência de que contribuiu para que muitas pessoas mudassem de vida e pudessem ter uma carreira através da dedicação aos estudos. “Sou uma professora com compromisso político e social, sou daquelas que se precisar faço visitas à casa do estudante e converso com a família. Através da minha persistência, compromisso e animação eu contribuí para que muita gente seguisse o caminho dos estudos, pudesse acreditar na superação e que é possível uma pessoa pobre, em um bairro pobre, conseguir estudar. Com certeza a professora, diretora e gestora Carmem Dolores contribuiu muito para mudar a vida de muitos jovens”, disse ela. 

A professora analisa que, para melhorar o quadro de rejeição dos jovens à carreira de professor, é necessário e urgente criar medidas e políticas públicas de valorização profissional na educação. “Essa carreira precisa ser mais prestigiada socialmente, reconhecida pelos poderes públicos. Nós não podemos ter um presidente da república que considera o professor seu inimigo e considera a profissão como sendo exercida por pessoas que vão repassar outras coisas que não seja conhecimento. Infelizmente, na atual conjuntura, é desanimador ser professor no Brasil. Resolvi antecipar minha aposentadoria em função da falta de valorização profissional”, afirmou ela.

“O governo dá com uma mão e tira com a outra” 

Fernando Melo é presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Estado de Pernambuco (Sintepe). Ele afirma que a valorização é sempre utilizada como bandeira política e eleitoral, mas que essas afirmações por parte dos candidatos em campanha normalmente fica apenas no discurso e promessas que não se cumprem. Fernando explica que mesmo questões básicas de garantia do pagamento do reajuste no piso salarial dos professores gera a necessidade anual dos professores irem brigar com o governo por meio de paralisações e greves. 

“Esse ano, os professores que ganhavam abaixo do valor determinado em 1º de janeiro só tiveram os salários atualizados em setembro, pago em outubro com valor retroativo a janeiro. Já os que ganhavam acima lutam pela atualização salarial em respeito ao plano de carreira. Nessa briga, o governo dá com uma mão e tira com a outra, alegando que não pode ajustar os salários por causa da Lei de Responsabilidade Fiscal”, afirmou o professor e sindicalista, que também citou questões como a aula-atividade, a sobrecarga de trabalho, estrutura das escolas e a baixa remuneração como problemas que afetam negativamente a categoria. 

“Falta estrutura tecnológica na maioria das escolas. Existem aquelas escolas que são postas na vitrine de propaganda do Governo e muitas outras em situação precária, sem segurança, sem internet, nem espaço adequado. Tudo isso causa estresse e leva ao adoecimento mental de muitos professores”, explicou Fernando. 

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Com a era da internet, novos trabalhos passaram a ser colocados em prática. Um deles é o de motorista de aplicativo. Como a demanda é alta nas principais capitais para esse serviço, o número de profissionais cresce proporcionalmente.

Pessoas que trabalham nessa área conseguem uma renda complementar e outras já assumiram como profissão principal. Porém, há riscos.

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Segundo o motorista Diego Borges, o principal cuidado que se deve ter como motorista de aplicativo, em Belém, é evitar pegar passageiros em certos bairros perigosos e em horários noturnos. Também é bom evitar pegar pessoas que pediram corridas para terceiros, pois pode ser uma clara tentativa de assalto. “É bom sempre procurar pessoas bem avaliadas pelo aplicativo”, disse.

Sobre os riscos da profissão, Diego ressaltou que os motoristas nunca sabem quem vão pegar no aplicativo, até porque andam em lugares que podem ser considerados perigosos. Sem esquecer de mencionar o trânsito extremamente caótico, Diego destaca que a impaciência pode causar acidentes.

O motorista afirma não ter sido assaltado ao transportar algum passageiro, mas admite que o risco é sempre presente. Ele não utiliza arma ou instrumento de defesa dentro do carro, pois é contra.

Questionado sobre um dia mudar de profissão, respondeu: “Não penso em mudar. Claro que futuramente eu pretendo ter um emprego fixo, mas quero continuar no aplicativo para fazer um dinheiro extra”, concluiu.

Por Cássio Kennedy.

 

Porta de entrada para o mundo profissional, o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) avalia o conhecimento dos estudantes e valida o passaporte dos que tiram as melhores notas para a graduação. Mas, muitas vezes, a ligação entre a importância de estudar certos conteúdos e o uso real, seja na vida pessoal ou na carreira, não ficam muito claros e podem desmotivar o estudante. O LeiaJá conversou com três professores de cursinhos preparatórios para saber que assuntos de biologia, redação e história os alunos vão usar tanto na graduação quanto na profissão.

Biologia: pesquisas científicas, doenças e técnicas médicas

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Fernando Beltrão é professor de biologia em cursinho. “A prova do Enem, nesse aspecto, é muito boa. Ela contempla muita coisa que o estudante está vendo no ensino médio e que terá, sim, uma grande utilidade tanto na universidade, quanto no pós-universidade”, analisa Fernandinho, que também é médico.

“Vamos agora ter que vacinar a população contra o sarampo porque está havendo um surto. É o Enem que questiona: como é que atua a vacina, como é produzida, tem a ver com laboratórios públicos ou privados?”, exemplifica. Aprender a ler infográficos e indicadores de saúde também é uma herança que o Enem pode deixar para o aluno, segundo Fernandinho.  Além desses pontos, técnicas de exames, como tomografia, ultrassonografia, radiografia, já caíram na prova do Enem, lembra.

“A questão da saúde humana, doenças que mais assolam o país,  por exemplo, a microcefalia, a dengue, o zica vírus, tudo isso tem sido muito explorado. O Enem merece às vezes alguma crítica,  mas acerta em cheio na forma de abordar coisas que servem para educar toda uma população”, finaliza.

História: direito romano e as constituições do Brasil

Para o professor de história Luís Henrique, a disciplina traz um conhecimento indispensável para estudantes de direito e juristas que já estão atuando no mercado de trabalho. “Um dos maiores problemas é a falta de conhecimento histórico”, se preocupa. 

O professor destaca pontos do conteúdo do Enem que são muito utilizados pelo estudante de direito. “O direito ocidental é baseado no direito romano, que começou com leis orais e com um direito extremamente consuetudinário, ou seja, baseado em costumes. Você tem a lei das 12 tábuas, que vai ser o primeiro código de leis escrito de Roma", explica, citando ainda o o Corpus Juris Civilis [Corpo de Lei Civil, obra jurídica publicada a partir de 533 d.C., também conhecida como Código Justiniano], que são base jurídica e jurisprusdencial do direito aqui no Brasil.

Outro ponto importante do conteúdo do Enem que é essencial para a carreira jurídica é a história das constituições: “Qual a diferença da  primeira constituição imperial, de 1824, para a constituição republicana de 1891? Quais as diferenças dos contextos históricos das diversas constituições do Brasil?”, diz.

Redação: se comunicar bem pode ser o segredo do sucesso

Redação não podia ficar de fora da lista. Para a professora Josicleide Guilhermino,  “a prática recorrente de escrita de texto dissertativo-argumentativo desenvolve habilidades que vão além da nota propriamente dita, para ingresso na universidade”. 

“Estudantes que almejam as áreas de direito e medicina, precisam ter a clareza de que a correta exposição de ideias, falando ou escrevendo será essencial em sua rotina, definindo inclusive o sucesso dela.” Olha só como praticar redação para o Enem tem uma importância muito maior do que a nota do Enem!

 “A recorrência na escrita da Redação cobrada no ENEM é um primeiro passo para desenvolvimento de habilidades que o mercado de trabalho vê de forma positiva. Afinal, como diria o apresentador Chacrinha 'quem não se comunica, se trumbica'. Não saber fazer uso da língua é com certeza se 'trumbicar' futuramente na carreira”, defende.

 

Já passamos da metade de 2019. Para muitos, o cansaço já começa a ser sentido, sobretudo em relação aos objetivos traçados para o ano novo. Nessa altura do campeonato, há quem não tenha tirado as metas do papel e quando fala-se da vida profissional, a situação pode ser até pior. Muita gente lá no dia primeiro de janeiro planejava mudar de profissão, conquistar um aumento, uma promoção, arrumar um emprego, mas vê-se estagnado. Isso pode contribuir ainda mais para o desgaste, sentido no corpo e também no psicológico. 

Para ajudar quem está insatisfeito, o LeiaJá conversou com especialistas em planejamento de carreira para tentar entender um pouco o que pode ser feito para aproveitar ao máximo o tempo que se tem até 31 de dezembro e, principalmente, cumprir as promessas feitas para si mesmo. 

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Segundo a professora de MBA e coordenadora de cursos da Fundação Getúlio Vargas (FGV),  Anna Cherubina Scofano, antes de tudo é necessário saber o quer. “As pessoas só podem definir uma meta a partir do momento que elas conseguem identificar, primeiramente, aquilo que elas têm como talento e como objetivo de carreira. As pessoas não conseguem identificar uma meta se elas não têm clareza daquilo que elas vão dar prioridade nas suas carreiras”, afirma.

Com os pontos definidos, é hora da autoanálise: será que há dedicação efetiva para o cumprimento dos próprios desejos? Entre os fatores problematizadores de resultados negativos estão a má administração do tempo para investir no cumprimento das propostas ou até a falta de recursos financeiros para realizar determinadas atividades. “Precisa identificar qual foi o fator para poder trabalhar. Pode ser por exemplo que um dos fatores tenha sido zona de conforto, deixar para amanhã, procrastinar. Então, as pessoas precisam administrar melhor os seus objetivos porque se elas não tiverem uma ação em prol deles não adianta ter no papel. O papel não significa nada se eu não tiver uma ação proativa na busca daquilo”, explica Anna Cherubina. 

Um dos erros de quem costuma fazer uma lista de propósitos é pontuar ideais maiores do que os possíveis de alcançar. Não é proibido sonhar, mas quem quer sair do imaginário para vida real, tem que pôr os pés no chão. Talvez não dependa somente dela, mas da percepção de outras pessoas, como do gestor, por exemplo. “A primeira coisa que ela tem que fazer é buscar um feedback. A partir desse feedback elas vão começar, talvez, a ter um plano de ação mais realista. Às vezes as pessoas criam a expectativa de serem promovidas, mas naquela empresa elas não vão conseguir isso, porque a empresa não tem uma característica de meritocracia, não reconhece os talentos internos. Então tem que identificar onde estão os problemas, se o problema está na geração de expectativa ou está no não reconhecimento do outro”, orienta a professora da FGV.  

A motivação é um fator relevante na vida profissional das pessoas. Para o presidente da Federação Internacional de Desenvolvimento Humano, Nilton Costa, existem aquelas pessoas que têm um sonho e até sabem quais ações priorizar para conseguir realizá-los, no entanto, pecam nas escolhas. A dica do presidente é que os profissionais façam planejamentos de carreira unindo também àquilo que lhes motiva como seres humanos. “Qual é o link que a minha vida pessoal possui com minha vida profissional? Se não existe nenhum link fica muito mais fácil da gente se desmotivar. Tendo esse nível de consciência, fica mais fácil conseguir os objetivos”, diz. 

Um incentivo a não desistir é realizar um acompanhamento dos projetos. Não escrever em algum lugar e deixar largado na gaveta. Mensalmente, ou até quinzenalmente, pode-se acessar as anotações e ver o que mudou até ali. Caso esteja girando sem sair do lugar, a sugestão é mudar a estratégia, mas voltar ao caminho desejado e comemorar a cada pequena vitória, porque isto significa que os passos importantes para terminar o ano realizado estão sendo dados.  

Recomeço

De acordo com Nilton Costa, quem for refazer as metas para o segundo semestre deve fugir da subjetividade e focar em alvos atingíveis, capazes de serem alçados com recursos próprios, ligados aos valores pessoais. Além disso, segundo ele, o estabelecimento de prazos é fundamental. “Muito importante que eu tenha marcos mensuráveis, para saber se eu estou indo bem, se posso modificar minha estratégia e garantir que no final do semestre eu tenha tido sucesso. O ser humano funciona com cobrança. A gente tem tantos desafios e acaba deixando para depois o que é importante e, geralmente, o que é importante tem prazo”, conclui o presidente da FIDH.

Nunca é tarde para mudar de ideia em relação a algo. Como já foi dito, a autoanálise permite que decisões sejam tomadas visando fugir da frustração profissional, que acaba afetando outras áreas da vida. Se o plano é mudar de emprego, de carreira, por que não aproveitar que esta é a época de matrículas nas instituições de ensino superiores, escolas de idiomas e cursos técnicos, e dar esse primeiro passo? Mesmo para quem não tem como investir em uma formação, pode recorrer a cursos gratuitos. Na internet é possível encontrar diversas plataformas com conteúdos de todos os tipos, se não de graça, com preços acessíveis, com opções de parcelamentos e que podem alinhar-se com o tempo livre. 

“Por que que a gente só pode fazer planos e criar metas na virada do ano? Por que eu não posso fazer isso a partir do meio do ano, começar o meu ano novo em julho? em agosto? O ano novo é determinado pelo estado de espírito também. Sempre é tempo de virar, sempre é tempo de se reencontrar, de se revisar, ressignificar. Em qualquer fase da vida é possível tudo. O aprender nunca é demais. Assim como você não joga um aprendizado de uma vida no lixo. Ele vai ser sempre útil em algum lugar. O recomeçar muitas vezes é o oxigênio que as pessoas precisam para olhar para carreira de maneira diferente”, finaliza a professora de MBA e coordenadora de cursos da Fundação Getúlio Vargas (FGV),  Anna Cherubina Scofano. 

A Cedaspy Professional School (CPS), rede de escolas de capacitação e profissionalização de jovens para o mercado, estima que cerca de 60% dos 6 mil jovens que passaram pelo estande do colégio na Expo CIEE deste ano, maior evento estudantil da América Latina ocorrido nos últimos dias 23, 24 e 25 de maio na cidade de São Paulo, estão indecisos quanto à carreira profissional a seguir. Os outros 40% estão divididos entre a escolha de áreas completamente distintas.

"Esses percentuais se refletem diretamente no motivo pelo qual os estudantes foram à feira, já que 80% dos jovens buscam nesse tipo de evento fazer testes vocacionais", destaca o consultor de carreira Andrei Mustafa.

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Um estudo do Centro de Integração Empresa Escola (CIEE), feito pelo Instituto de Pesquisa Datafolha em todas as regiões do país, mostra que em média o jovem começa a trabalhar aos 16 anos.

Para Mustafa, ao iniciar cedo o contato com a vida profissional, o jovem consegue decidir mais fácil qual carreira ele pretende seguir. Além disso, é importante que o estudante trabalhe suas habilidades pessoais para que se torne mais competitivo na disputa das vagas, como as de programa como o Jovem Aprendiz.

"O comportamento empreendedor também deve ser estimulado para que o jovem perceba ainda o caminho do seu próprio protagonismo na sociedade", complementa o consultor de carreira.

Foi realizada no último dia 26 de abril a solenidade de formatura dos alunos do primeiro quadrimestre de 2019 do Polo Una do Projeto Escrevendo e Reescrevendo Nossa História (PERNOH), executado pela Agência Adventista de Desenvolvimento e Recursos Assistenciais – ADRA. Lançado em 2017 pelo Ministério Público do Trabalho PA/AP (MPT) com apoio de vários parceiros, o PERNOH já contabiliza mais de sete mil pessoas atendidas em aproximadamente nove polos no Estado do Pará.

A cerimônia do dia 26 marcou a entrega dos certificados a 767 alunos participantes do projeto, concluintes dos cursos de Informática, Cabeleireiro, Culinária, Manutenção de Celulares, Costura Industrial, Empreendedorismo, Manicure e Pedicure, Musicalização e Escola de Esportes.

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Estiveram presentes ao evento o procurador do Ministério Público do Trabalho Sandoval Silva, o diretor da Educação Adventista para os Estados do Pará, Maranhão e Amapá, Henilson Erthal, e o diretor da ADRA, Adriano Aureliano, além de representantes de entidades parceiras.

O PERNOH recebe alunos encaminhados pelo Ministério Público do Trabalho, Fasepa, Funpapa, CRAS, Conselhos Tutelares e moradores dos bairros onde há polos. Todos os cursos oferecidos são gratuitos à comunidade e visam prioritariamente promover a qualificação profissional para o mercado de trabalho, além de iniciação musical e esportes.

Lançado em 27 de março de 2017, o PERNOH possui duas vertentes: o “Escrevendo Nossa História”, direcionado ao público residente em áreas de risco ou em situação de vulnerabilidade social, com perspectiva de integração das famílias dos participantes, e o “Reescrevendo Nossa História”, direcionado a jovens e adultos egressos de medidas socioeducativas e sistema penal.

Atualmente, o projeto conta com apoio de várias instituições parceiras, porém sua execução é feita por 4 delas no Estado do Pará. A ADRA, que possui 2 polos em Belém (Una e Pratinha), 1 em Castanhal, 1 em Marituba e 1 em Jacundá; o Centro de Estudos e Memória da Juventude Amazônia – CEMJA, que possui polos em Belém nos bairros do Barreiro e Vila da Barca; a Fundação Carlos Gomes, dentro do projeto Música e Cidadania; e o Instituto Universidade Popular – UNIPOP.

Da assessoria do MPT. (Com informações de Eli Braga – Ascom PERNOH).

                       

O Vai Cair no Enem marcou presença na Mostra Campus da UNINASSAU Petrolina nesta quinta-feira (9). Alunos do ensino médio da cidade do Agreste pernambucano puderam conversar com estudantes que já estão na vida universitária, tirando dúvidas e conhecendo melhor a rotina de cada um deles.

Confira mais da experiência que aproximou alunos terceiranistas e o ensino superior:

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Você sabe o que faz um diagramador? Ou o que é diagramação? Diagramador é um profissional importante na área da comunicação. É um profissional que trabalha na edição da parte gráfica e visual de jornais e revistas.

Quando você, leitor, lê uma revista ou jornal, esse material foi organizado pelo diagramador para facilitar a compreensão durante a leitura do conteúdo. O Dia do Diagramador foi comemorado na última quinta-feira (28).

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Para trazer mais informações sobre a profissão, o LeiaJá entrevistou Robson Macedo, que é diagramador e professor da UNAMA - Un iversidade da Amazônia.

LeiaJá - O que faz um diagramador?

Robson Macedo - O diagramador é um profissional que atua tanto no jornalismo quanto na publicidade. Trabalha criando páginas, layouts que serão utilizados em jornais ou revistas. Esse profissional tem uma habilidade técnica de colagens e recortes de imagens. A partir da informatização, o diagramador também passou a ter conhecimentos com softwares.

LeiaJá - Há quanto tempo você trabalha na área?

Robson Macedo - Há mais de 15 anos em editoras e agências, produzindo jornais e revistas.

LeiaJá- Como está o mercado de trabalho para o profissional de diagramação?

Robson Macedo - O mercado de diagramação, durante muito tempo, foi bastante restrito, em meados dos anos 80/90. Era um curso técnico. Depois passou a ser uma profissão que utiliza recursos digitais, sendo assim mais abrangente. Hoje o mercado ainda tem uma demanda alta.

LeiaJá - Quais os desafios da profissão?

Robson Macedo - O maior desafio é o profissional se adequar ao novo, ou seja, ao moderno. Durante muito tempo achava-se que o diagramador estava ligado apenas ao jornal impresso e, com várias mudanças que o impresso teve, por exemplo, sendo transformado em portais de notícias, e até diminuído, o diagramador se assustou, achando que a profissão havia sido extinta, mas foi apenas adaptada.

LeiaJá – Você indica essa área para os profissionais de comunicação?

Robson Macedo - Sim. Como campo profissional, é excelente para o setor de comunicação. Vídeos e fotografias são bastante requisitados pelos alunos e a diagramação é uma alternativa.

LeiaJá - O que mais marcou sua vida profissional?

Robson Macedo - Foi a possibilidade da variedade. Eu conseguia trabalhar diariamente com assuntos e temas bem distintos. Por exemplo, pela manhã eu fazia a diagramação de uma revista sobre carnes e à tarde fazia um jornal sobre uma grande empresa. Isso era fantástico!

Por Elayse Miranda.

 

Em comemoração ao Dia Internacional da Ética, as unidades da UNINASSAU realizam programação com o tema “Ética na Profissão”. Serão debates, rodas de conversa e palestras que abordarão o tema com estudantes e egressos das Instituições. As atividades acontecerão no dia 26 de fevereiro.

O objetivo do ciclo é fazer com que os participantes reflitam e debatam o tema, abordando também questões polêmicas que remetam à discussão sobre a ética no ambiente profissional. Por isso, estão convidados a participar não apenas os alunos, mas também os egressos das Instituições, que poderão falar sobre a experiência vivida na profissão escolhida.

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O coordenador de Responsabilidade Social da UNINASSAU, Sergio Murilo, destaca a importância do debate em torno do tema. “Estamos vivendo um momento de crescimento de atitudes antiéticas e desconstrução de valores morais. Sabendo que a educação é a principal chave para reduzir estes problemas, queremos levar nossos alunos a refletir sobre algumas atitudes tomadas no ambiente profissional”, destaca.

Para conferir outras informações sobre o evento, os interessados devem procurar a coordenação dos cursos para conferir a programação planejada pela respectiva unidade.

*Da assessoria

A novela das seis "Espelho da Vida" não está conquistando bons resultados na audiência da TV Globo, mas mesmo assim apresenta o talento de atores renomados, como Irene Ravache, Alinne Moraes, Rafael Cardoso, Patricya Travassos e Ana Lúcia Torre. Apesar das atuações intensas dos veteranos, a trama de Elizabeth Jhin faz despontar novas promessas da teledramaturgia, a exemplo de Dandara Albuquerque.

Interpretando a gananciosa Sheila, Dandara deixou de lado a advogacia para brilhar na televisão como atriz. Formada desde 2012 em Direito, e aprovada no exame da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) em 2014, Dandara queria ir além. "Quando passei na OAB, falei: 'Ok, agora não tenho mais nada para fazer aqui, vamos voltar para onde nunca deveria ter saído'", declarou a atriz, em entrevista ao site Uol.

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A veia artística de Dandara deu sinais de alerta quando ela ainda estava na faculdade. Enquanto focava na vida acadêmica, a carioca fazia teatro. Conciliando estudo e arte, Dandara Albuquerque conseguiu alguns trabalhos em campanhas publicitárias. Em 2018, a mais nova atriz da Globo se formou em Artes Cênicas na Casa de Artes Laranjeiras (CAL).

"No ano passado, eu me formei em Artes Cênicas, entrei na novela, completei 30 anos... Tudo isso foi muito simbólico. Agora, estou no ar, realizando meu sonho de concretizar a profissão", afirmou Dandara, em janeiro deste ano, ao ser entrevistada pelo jornal Extra.

Sempre que há uma grave crise econômica em algum lugar do mundo, os empregos ficam escassos e a população se vê obrigada a procurar uma alternativa para contornar essa situação. Ultimamente no Brasil, a oportunidade de ser o próprio chefe se mostra cada vez mais atrativa e, até mesmo, lucrativa.

Antes de empreender, algumas pessoas procuram certos cursos ou "nortes" para se especializar no assunto. Mas será que existe algum tipo de curso para quem quer seu próprio chefe? Segundo especialistas, não há um curso específico para essa função, mas alguns cursos podem aperfeiçoar o empreendedor nesta empreitada. 

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Para Thiago Suruagy, o mais importante em curso é o profissional aumentar o leque de áreas de conhecimento e repertório. “Não existe nenhuma graduação ideal ou específica para você se tornar empreendedor. Na verdade, você pode ser empresário em qualquer área de atuação”, afirma o Gerente do SebraeLab.

Segundo Thiago, comportamentos como saber estabelecer metas, ter foco no objetivo que deseja alcançar, saber correr risco calculado, ter persistência e saber criar rede de contatos são características que destacam o profissional no mercado.

Juliana Chapermann é analista de carreiras da UNINASSAU. Segundo ela, o empreendedorismo e a forma como ele é enxergado mudou muito durantes os anos. Para a profissional, as chamadas “profissões 4.0” são vistas como um fim inovador e não só lucrativo.

“Hoje mais do que nunca as pessoas enxergam o empreendedorismo como uma forma muito além do que só ganhar dinheiro. Mas também de trazer uma inovação, pegar uma ideia do que já existe e reinventar” explica .

Com auxílio dos especialistas citados na matéria, o LeiaJá.com preparou uma lista de cursos que podem lhe ajudar a se tornar um empreendedor mais completo. Confira:

Gestão Empresarial Integrada

O curso sobre gestão empresarial integrada é voltado para pessoas em fase de abertura de empresa e que estão interessadas em ter uma visão mais aprofundada sobre o negócio.

Data Science

Uma área interdisciplinar que alia inteligência artificial, big data e estatística voltada para o estudo e a análise de dados. Com a realização do curso, o empreendedor ficará apto a criar metodologias e processos, traçar estratégias e tomar decisão no negócio.

Service Design

O curso tem foco em planejar e organizar pessoas, infraestrutura e comunicação. O objetivo é fazer o empreendedor melhorar a qualidade e a interação entre a empresa provedora do serviço e os consumidores.

Empreendedorismo Digital

Indicado para criação de negócio que funcione de forma digital. O empreendedor digital utiliza a tecnologia e a inovação como propulsores para os negócios, sendo capaz de posicionar a empresa no comércio eletrônico (e-commerce).

Aprender a empreender

O curso oferece capacitação para você desenvolver atitudes que compõem o perfil empreendedor por meio de conceitos sobre mercado, finanças e empreendedorismo. Indicados para quem está iniciando ou pretende próprio negócio.

Coach Digital

O empreendedor passar a saber trabalhar os comportamentos das pessoas dentro das organizações. O coach digital aplica metodologia que visa de curto a longo prazo atingir objetivos dentro do cenário digital.

Como Analisar o Mercado

O curso de análise de mercado é voltado para pessoas em fase de abertura de negócio interessadas em conhecer o mercado e o comportamento dos futuros clientes.

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Diante do mercado de trabalho, muitos profissionais se frustram. Não conseguem desenvolver suas funções da maneira que acharam que seria ou até mesmo não se sentem inseridos na empresa ou no cargoo que ocupam. E quando a situação é identificar-se com todos os aspectos profissionais, mas não conseguir inserção no mercado de trabalho?

De acordo com os números da taxa de desemprego no Brasil divulgados em novembro pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), referentes ao terceiro trimestre de 2018, 11,9% da população está desocupada. O Amapá, Sergipe e Alagoas são os estados onde mais pessoas estão procurando emprego. Para acabar com o desemprego, arriscar e tentar mudar de carreira é realmente o ideal?

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De acordo com a especialista em Recursos Humanos, Irenilda Barbosa, o correto não é buscar uma nova profissão apenas por estar desempregado. É seguir a aptidão para determinado ofício, seja ele o que a pessoa já exerce, ou um novo. “Tem que estar atrelado muito mais ao fato de 'posso fazer diferente' e não simplesmente pelo fato de não estar surgindo oportunidades na minha área", aconselha a especialista.

Para que não seja um fardo, é preciso gostar do que se faz. Mudar de área somente para conseguir emprego pode trazer novos prejuízos. Buscar requalificação, aprimoramento e atualizar-se na profissão, por outro lado, pode fazer a diferença. Para a especialista, também é importante sentir-se realizado. “Mudar de carreira deve estar associado ao que você está buscando para sua vida como objetivo pessoal”, conclui.

Foi atrás dessa realização que depois de ser demitida da empresa onde trabalhava, Catarina Brandão não teve muitas dúvidas. Formada em administração, decidiu não procurar mais empregos na área. Foi estudar para concursos públicos, buscando uma estabilidade financeira depois do trauma da demissão. No entanto, esse também não era o sonho dela. Catarina passou oito meses tentando se reencontrar profissionalmente. Depois de uma conversa com os pais resolveu que era a hora de investir em uma nova formação.

Voltou para faculdade e agora faz design de interiores. Ela acredita que esse fator foi decisivo para qualidade de vida hoje. “Foi a decisão certa, não sei como vai ser o futuro, mas eu estuo realizando meu sonho agora. Não foi um sonho desde o princípio quando me formei no terceiro ano. Eu descobri depois e eu estou muito feliz. Não é uma questão de mudar só a carreira, muda a vida da pessoa mesmo”, afirma Catarina.

Pode ser uma decisão difícil de ser tomada. Requer firmeza e força de vontade para recomeçar. O começo pode ser difícil, principalmente para pessoas mais experientes. Entretanto, mudar pode fazer com que o profissional recupere o gás que estava faltando. Aquela pessoa que sofre a cada final de domingo e que conta os dias para a chegada do final do expediente, de fato, não está muito feliz com o que faz.

Especialistas enfatizam que a satisfação está vinculada com o gostar ou não da função. Para o coordenador do curso superior de tecnologia em gestão de recursos humanos da UNINABUCO - Centro Universitário Joaquim Nabuco, Edson Brígido, o mercado de trabalho é aberto às mudanças, mas é preciso planejamento, além de estudo e identificação. “O que se sugere é que as pessoas façam aquilo que elas se agradam de fazer”, diz.

Para o coordenador, os profissionais que unem a necessidade do emprego com as oportunidades oferecidas conseguem adaptar-se melhor e buscar crescimento dentro da atividade que já desempenham. “A perspectiva do que se desenvolve é o ponto chave para que as pessoas comecem a pensar no que elas querem ou de como projetar a sua carreira”, explica.

Se a transição é algo inevitável e está entre as metas para o ano novo, busque reconhecer os sinais de saturação como sentir-se ansioso e impaciente, estar sempre atrasado com os prazos e compromissos, não sentir a mesma empolgação que seus colegas ou sentir que a relação de vocês não é mais a mesma, entre outras situações. A seguir, veja algumas dicas:

• Continue fazendo seu trabalho atual com excelência. Procure uma nova oportunidade dentro da empresa que está. Converse com os colegas, fale sobre seus desejos de mudança. Quando a oportunidade aparecer, você pode ser uma das primeiras opções lembradas.

• Conheça a profissão e o mercado para ao qual deseja ingresso. Observe os aspectos positivos e negativos e se você realmente deseja enquadrar-se na realidade.

• Estude. Se vai começar do zero é preciso formação, adquirir conhecimentos específicos da profissão nova. Uma nova faculdade, pós-graduação, MBA, existem muitas opções para quem quer dar um start na vida profissional.

• Planejamento! Se você já tem certa estabilidade no trabalho, porém quer respirar novos ares, coloque sua vida financeira no papel. Possa ser que tenha que começar de baixo, como estagiário ou trainee, e é importante analisar se o salário vai ser compatível com essas funções. Pensar somente no financeiro pode ser desanimador nesse sentido. Pense além.

• Finalmente, saia da sua zona de conforto. Não estar bem com o trabalho pode trazer problemas até mesmo de saúde para você e atrapalhar mais a empresa do que de fato ajudar no desempenho. Um conselho de Edson Aprígio é que as pessoas encontrem mecanismo capazes de fazer com que o trabalho seja mais prazeroso antes de partir para outra área. “Não é algo que tem que ser feito por qualquer motivo. O ideal é fazer tudo de maneira calma e racional”, finaliza.

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Compromisso com a verdade e consciência coletiva são as premissas básicas para quem quer fazer um bom jornalismo. Com duração de quatro anos, a graduação que garante o diploma de jornalista é a de bacharelado na área. Dentro do ensino superior é nela que o estudante caminha para ser um “foca” - jornalista recém formado, em início de carreira e inexperiente. Mas, antes de conseguir alcançar esse patamar, é necessário ter bons rendimentos dentro da faculdade para se tornar um bom profissional.

Segmento com mais de dois  mil anos de existência, o primeiro jornal que se tem conhecimento é o Acta Diurna (59 a.C.), surgido das necessidades de Júlio César em divulgar os primeiros atos políticos e sociais no império romano. Já no século 8, os jornais escritos à mão surgiram na China. O jornalismo moderno, como é semelhante ao que temos atualmente nos impressos, veio com a invenção da prensa de Gutemberg. O aparelho era uma espécie de máquina de escrever. A partir disso, foi possível a escrita de notícias em larga escala.

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No sexto período do curso de jornalismo, Juliana Maniçoba, 22, escolheu a profissão ao acaso. Ela lembra que a sua primeira opção, medicina, não tinha muita relação com as atividades que exerce hoje. “Mas sempre tive o pé em comunicação. Após dois anos tentando, decidi arriscar e hoje [jornalismo] é o que eu quero para o resto da vida”, conta. A estudante, como muitos outros alunos que ingressam na área, acreditava que já iniciaria a graduação aprendendo a vida prática de um jornalista. “Mas é preciso, antes, estudar muito, ter muita teoria, importantíssima para desenvolver mais na profissão”, opina Juliana.

A jovem, que tem afinidade com a área de televisão, conseguiu o primeiro estágio na tevê virtual da instituição de ensino onde estuda. “É uma ótima experiência, aqui a gente faz programa, faz matéria, tem a vivência do dia a dia de um jornalista. É onde eu tenho oportunidade de aprender”, explica Maniçoba. Seu plano após a conclusão da graduação é de ser contratada por uma emissora e continuar no segmento do jornalismo que tanto ama.

O professor do curso de jornalismo da UNINASSAU - Centro Universitário Maurício de Nassau, André Ferreira, aconselha que os estudantes não encarem a profissão apenas com a vertente televisiva. “Muitos estudantes entram achando que vão se repórteres de TV de uma grande emissora, mas jornalismo é mais que isso. Existe quem trabalha com texto, o rádio, documentários, entre tantas outras áreas”, explica Ferreira.

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Áreas de atuação

Muito além do repórter de televisão e do repórter de texto, atualmente o jornalista ocupa diversos outros cargos dentro de uma empresa de comunicação, seja ele um jornal, revista, emissora, assessoria de imprensa ou até mesmo uma agência de marketing digital.

Dentro dos jornais e portais, os repórteres são divididos diante de seu tempo e experiências de carreira. Os níveis podem ir de repórter júnior a sênior. Outras áreas também podem ser alcançadas com a profissão. As que mais estão em evidência atualmente são as de assessoria de imprensa e marketing digital. “Muitos estudantes chegam à universidade achando que vão para veículos, entretanto os locais que mais empregam são as assessorias e agências”, ressalta o professor André Ferreira.

Há dois anos atuando com marketing digital, a jornalista Taísa Silveira achou na função uma oportunidade de se conhecer. “Encontrei um terreno muito fértil e cheio de possibilidades para minha atuação enquanto profissional de comunicação. Atualmente penso o jornalismo de uma forma para além dos meios tradicionais. Faço parte da Rede de Cyberativistas, um grupo nacional que pensa comunicação e jornalismo para além do impresso, do rádio... Usamos as plataformas digitais para produzir comunicação, jornalismo”, afirma.

Graduada há sete anos, Taísa ainda aponta para a mudança no mercado. “Oportunidades existem, redes sociais por exemplo, são uma outra forma de realizar jornalismo hard news que os estudantes devem estar inseridos e dominar seus métodos. Portanto, fazer cursos de atualização voltado para redes sociais é uma das soft skills que devem ser desenvolvidos”, aconselha.

O professor é uma das profissões mais antigas e mais importantes pelo seu papel na formação de crianças, jovens e adultos. Ser professor é estar no meio. Professor é aquele que ensina, que transmite conhecimento, é essencial para a formação do ser humano. Professores são mestres que levamos pela vida afora. Ser professor é viver o seu tempo com sensibilidade e consciência. É saber lidar com as diferenças, ter flexibilidade e ajudar o seu aluno a refletir. É ser um difusor do saber. 

 A origem da data está em 15 de outubro de 1827, quando o Imperador D. Pedro I instituiu um decreto que criou o Ensino Elementar no Brasil, com a criação das escolas de primeiras letras em todos os vilarejos e cidades do país. Este decreto também estabeleceu a regulamentação dos conteúdos a serem ministrados e as condições trabalhistas dos professores.

 Ser professor é ensinar e educar, mas também aprender com seus alunos e constantemente renovar suas aprendizagens. É passar horas planejando, revendo, estudando, para preparar apenas alguns minutos de aula. Ser professor é dar tudo todos os dias, pedindo apenas em retorno o sucesso daqueles que arduamente prepara para o futuro. É indicar caminhos e deixar que seus alunos optem pelos que mais lhes convêm.

A humanidade precisa de educadores que possibilitem transformar as informações em conhecimento e em consciência crítica, para formar cidadãos sensíveis e que busquem um mundo mais justo, mais produtivo e mais saudável para todos. Infelizmente, apesar da importância, os professores ainda não têm a valorização que merecem em nosso país. A grande maioria entra em salas de aula com estruturas precárias e tem salários baixos. A forma com que se trata o professor é um dos primeiros problemas que hoje enfrentamos para atrair alguém para dar aula no Brasil.

 O Plano Nacional de Educação (PNE) dedica quatro de suas 20 metas aos professores: prevê formação inicial, formação continuada, valorização do profissional e plano de carreira. Para que se tenha uma dimensão do trabalho que o país tem pela frente, de acordo com o Censo da Escolar de 2015, dos 494 mil docentes que trabalham no ensino médio, 228 mil (46,3%) atuam em pelo menos uma disciplina que não têm formação.

 Durante a minha trajetória acadêmica, aprendi que o professor tem um poder que nenhum outro profissional tem: o professor pode mudar uma vida. Entendendo, que uma sociedade desenvolvida, é uma sociedade esclarecida e o esclarecimento vem, principalmente, através dos professores. Para tal, é preciso, em primeiro lugar, a valorização desses profissionais.  A decisão sobre como devem ser formados os novos profissionais impacta no projeto educacional de qualquer nação.

 Rui Barbosa, em uma de suas citações, disse aos professores:  “Se és capaz de aceitar teus alunos como são, com suas diferentes realidades sociais, humanas e culturais; se os levas a superar as dificuldades, limitações ou fracassos, sem humilhações, sem inúteis frustrações; se os levas a refletir mais do que decorar; se te emocionas com a visão de tantas criaturas que de ti dependem para desabrochar em consciência, criatividade, liberdade e responsabilidade, então podes dizer: sou mestre!”.

 Precisamos dar melhores condições aos nossos professores, essa é uma forma de dizermos “Obrigado!” pelos esforços, pela paciência e por terem sido e serem tão importantes na nossa formação. Obrigado por nos fazerem repensar o nosso lugar no mundo e a importância do nosso modo de estar no mundo.

“Meu sonho mesmo é dar aula para o ensino médio, pode ser em escola estadual, municipal ou particular”, diz Lucas dos Anjos Castro, 16 anos, estudante do 2º ano do ensino médio da Escola Estadual Professor Botelho Reis, em Leopoldina, Minas Gerais. “Eu me vejo como professor, igual aos meus, na correria, rodando para lá e para cá, entrando em uma sala e outra. É o que eu gosto”.

O sonho com a carreira docente, como o de Castro, é cada vez mais raro. De acordo com levantamento feito pelo Interdisciplinaridade e Evidências no Debate Educacional (Iede), com base nos dados do Programa Internacional de Avaliação de Alunos (Pisa) de 2015, apenas 3,3% dos estudantes brasileiros de 15 anos querem ser professores. Quando se trata daqueles que querem ser professores em escolas, na educação básica, esse percentual cai para 2,4%.

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Nesta segunda-feira (15), no Dia do Professor, a Agência Brasil, mostra as ideias de quem quer seguir a carreira docente e de professores que não abrem mão da profissão.

“Quando eu contei para a minha mãe, ela me disse: ‘você pode ganhar mal, como será o seu futuro?’ Eu falei que queria e que se eu não trabalhar no que quero, não vou ser feliz”, diz Castro.

Um dos professores que influenciou a decisão do estudante foi João Paulo de Araújo que, além de lecionar história na Escola Estadual Professor Botelho Reis, trabalha também na Escola Estadual Doutor Pompilio Guimarães e no Colégio Equipe, que é particular. “Acho que no primeiro momento, os alunos não escolhem porque a própria família recrimina, a sociedade julga muito. Eu tenho buscado ser um professor melhor, que inspire, que mostre que a profissão é tão boa quanto qualquer outra, que tem desafio como qualquer outra”.

Araújo foi um dos vencedores do prêmio Educador Nota 10, em 2013. “É a forma que posso retribuir tudo que educação fez por mim. Venho de família humilde. Meu pai é ex-presidiário e minha mãe era doméstica. A oportunidade que eu tive foi graças à educação”.

Carreira pouco ativa

O estudo elaborado pelo Iede mostra que a carreira docente não atrai os alunos que têm um melhor desempenho no Pisa. A avaliação internacional da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) é aplicada a estudantes de 15 anos que fazem provas de leitura, matemática e ciências. Entre os 70 países e regiões avaliados, o Brasil ficou na 63ª posição em ciências, 59ª em leitura e 65ª em matemática. Os estudantes que disseram que pretendem ser professores obtiveram 18,6 pontos a menos da média do país em matemática, 20,1 pontos a menos em ciências e 18,5 a menos em leitura.

Dentre os países participantes do Pisa, a Alemanha é o que apresenta a maior diferença entre a nota dos alunos que esperam ser professores e a média geral do país. Aqueles que querem seguir a carreira docente obtiveram 42,9 pontos a mais em matemática, 52,5 em ciências e 59,1 em leitura.

Os países com os maiores percentuais de estudantes que querem ser professores são Argélia, onde 21,7% dos estudantes querem ser professores, e Kosovo, onde esse percentual chega a 18,3%. Nesses países, no entanto, o desempenho desses alunos não é bom, "mas é muito similar ao desempenho geral dos estudantes do país, que é baixo", diz o estudo. Coreia e a Irlanda estão também entre os países com os maiores percentuais, respectivamente 13,8 e 12,6%. Ao contrário da Argélia e Kosovo, o desempenho dos alunos é bom, chegando, na Coreia, a ser superior à média nacional.

“O que o dado brasileiro revela é o fato que a ocupação de professor está com problemas de atratividade. As pessoas que têm notas mais altas escolhem outras profissões”, diz o professor de economia da Universidade Federal Fluminense (UFF) Fábio Waltenberg, um dos autores do estudo Ser ou não ser professor da Educação Básica? Salário esperado e outros fatores na escolha ocupacional de concluintes de licenciaturas. Segundo Waltenberg, o salário é um dos entraves para a escolha da profissão.

Equiparação salarial

Professores de escolas públicas ganham, em média, 74,8% do que ganham profissionais assalariados de outras áreas, ou seja, cerca de 25% a menos, de acordo com o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep)Essa porcentagem subiu desde 2012, quando era 65,2%. Por lei, pelo Plano Nacional de Educação, esse salário deve ser equivalente ao de outros profissionais com formação equivalente até 2020.

De acordo com o diretor do Iede, Ernesto Martins Faria, três aspectos contribuem para a atratividade da profissão. “Planos de carreira para professores e educadores, ações específicas de valorização, que geram estímulo e permanência, e coesão escolar. O funcionamento da escola tem a ver com visão consistente, semelhante de gestor, coordenador pedagógico e educadores”, diz.

Segundo ele, o fato de os professores serem muitos e estarem ligados a estados e municípios, muitas vezes com orçamentos restritos, dificulta sobretudo a existência de planos de carreira atrativos. “Estamos falando da carreira de 2 milhões de professores, [não apenas o Brasil], o mundo sofre para oferecer uma carreira atrativa”.

Apesar das dificuldades, a estudante de licenciatura em ciências sociais Aniely Silva, 20 anos, não desiste do sonho de ser, assim como Castro, professora de ensino médio. Ela conta que a vontade ficou mais forte após participar das ocupações de escolas em São Paulo.

“Durante as ocupações das escolas, percebi o quanto de informação não chega para nós, que somos de periferia e de escola pública. Queria conseguir levar informação para as pessoas. Quando a informação chega como conhecimento, muda a realidade das pessoas, como mudou a minha”.

Aniely arremata: “Não escolhi a profissão pelo salário e não me desmotiva. Quero estudar muito para ser muito boa no que eu faço e lutar para melhorar a educação, por mais investimento e valorização dos professores”.

O Instituto PROA abriu as inscrições para curso profissionalizante em São Paulo. Jovens de 17 a 19 anos que estão cursando o Ensino Médio em escola pública ou já terminaram podem participar do processo seletivo. São oferecidas 320 vagas. As inscrições podem ser feitas aqui.

O curso é gratuito, é focado em jovens de renda per capita de até um salário mínimo e meio e tem duração de três meses. Além disso, o curso concentra ensino profissionalizante, ampliação do repertório cultural, desenvolvimento comportamental e apoio na conquista do primeiro emprego. 

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Uma das formas mais populares de carinho virou profissão nas mãos, e nos braços, da norte-americana Madelon Guinazzo, de 50 anos. Desde 2009, Madelon é cuddlist ou 'abraçadora profissional', em bom português. Por cerca de uma hora de trabalho, ela cobra o equivalente a 60 euros.

Em entrevista ao site Metro UK, a profissional comentou sobre a paixão pelo ofício. “Abraçar é ótimo – eu consigo ver o melhor das pessoas e aproveitar a sua essência, sem demandas ou expectativas”, explica.

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Com um limite de 10 sessões por pessoa, de uma hora por semana, Guinazzo chega a ganhar mais de R$ 13 por mês. A cuddlist ressalta que a prática vai além da questão afetiva. "Na realidade, o que ensino é invisível: as habilidades necessárias para um abraço saudável, que são escolha, consenso e limites", pondera. Confira como funciona a profissão de 'abralçador profissional':

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Ser mãe já é um desafio diário, mas unir a atividade materna com a vida política e, mais ainda, em ano eleitoral tem suas peculiaridades. Neste domingo (13), quando o país celebra o dia dedicado as mães, o LeiaJá conversou com pré-candidatas a cargos eletivos e mulheres que já estão cumprindo seus mandatos sobre como encaram a maternidade a partir da atuação política.

Com uma agenda repleta de visitas aos municípios pernambucanos e eventos, a pré-candidata a governadora de Pernambuco Marília Arraes (PT) e mãe de Maria Isabel, hoje com 2 anos e 11 meses, contou que conciliar a maternidade e a política não é uma tarefa fácil em um País onde o machismo ainda é tão forte. “Mas a gente está aqui para quebrar essas barreiras e lutar a cada dia mais pela ampliação dos espaços ocupados pelas mulheres na política nacional, estadual e local”, ressaltou Marília.

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A neta do ex-governador Miguel Arraes também disse que, particularmente, a maternidade só ampliou o seu desejo e disposição de trabalhar para fazer a boa política. “Afinal o nosso trabalho, no Legislativo ou no Executivo, mexe com toda a sociedade. E nossos filhos, assim como todos os demais cidadãos, são impactados pelos resultados de nossas decisões, projetos e ações políticas. Minha filha, Maria Isabel, está com quase três anos e sempre que é viável ela acompanha nossas agendas e atividades, seja aqui na RMR ou no interior. Ela está aprendendo desde cedo, como tem que ser, que todos temos responsabilidades”, expôs. 

Também postulante do PSOL a governadora, a advogada Danielle Portela vai disputar a primeira eleição este ano e, mesmo tendo uma filha com 15 anos, ela contou que para aceitar o convite do partido teve, antes, uma conversa Alice.  

“Minha vida já é muito corrida e ela foi crescendo com a consciência das responsabilidades que eu tinha. Dividir a maternidade com a campanha será um desafio grande, sou não solo. Para que eu decidisse me colocar nesta candidatura, que ia ampliar meu tempo de dedicação a outras atividades, tive um conversa com ela, perguntei se topava este desafio e no que isso ia repercutir na nossa vida pessoal. Ela disse que me admirava muito no sentido de acreditar nas minhas lutas e foi importante o posicionamento dela para que eu aceitasse”, detalhou Danielle.

Mesmo a campanha não tendo iniciado ainda, de acordo com a pré-candidata, a filha já tem começado a ficar mais tempo sozinha pelas atividades partidárias de preparação para o pleito. “Ela tem ficado muito tempo só agora, mas temos conversado sempre, nossa relação é muito aberta, e ela também já conhece o mundo político por ter me acompanhado sempre sem atos e manifestações como militante. Sempre esteve nas ruas comigo, ela compreende o cenário que estamos vivendo agora”, disse a psolista, contando que há cerca de 20 dias adotou uma cadela para a filha tentando “compensar de alguma forma” a ausência. 

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A agenda cheia de compromissos políticos é um cenário também vivenciado pela presidente nacional do PCdoB e deputada federal Luciana Santos que, neste ano, pode concorrer a uma vaga no Senado. Mãe de Luana, 6 anos, a parlamentar ponderou que conciliar as atividades maternas com o trabalho no dia a dia é “sempre uma dureza”. 

“Conciliar as atividades familiares e a rotina de trabalho cotidiano, com tantas viagens e agendas, já não é fácil e em tempos de eleições sempre tem uma carga adicional de dificuldades. Mas, no limite, a gente busca conciliar. No meu caso tem um elemento que ajuda que é dividir as responsabilidades com o pai dela [o deputado estadual Waldemar Borges]. Quando viajo a Brasília, por exemplo, ela fica sob os cuidados dele”, detalhou Luciana.

Apesar disso, a deputada disse que “sempre que possível” leva Luana para as atividades de mandato ou campanha, além de tentar reservar algum “tempo na agenda para manter com ela a rotina de acompanhamento nas atividades escolares, para brincar, andar de bicicleta, ler um pouco, fazer ao menos uma das refeições diárias juntas, coisas desse tipo”. “A tecnologia também contribui para manter a proximidade. Dá para a gente se ver e se falar todos os dias, trocar impressões sobre o que aconteceu na escola, com os colegas, mesmo quando estou em viagem”, contou.

Maternidade romantizada

A deputada estadual Priscila Krause (DEM), mãe de Matheus, 8 anos, e de Helena, 7 anos, ressaltou que é necessário trazer à tona uma realidade sobre a maternidade: gratificante, porém que requer esforço. “A maternidade é aquela coisa extremamente romantizada, mas que na vida real traz sacrifícios para mulheres de toda e qualquer classe social e profissão, embora umas um pouco mais em algumas profissões”. 

“Também existe um esforço do ponto de vista físico. Eu chego em casa e eu não vou fazer as minhas coisas, eu não vou descansar, eu vou aproveitar o tempo para ficar com eles e fazer as atividades deles. Dar atenção desde a tarefa de casa até brincar é cansativo, embora para algumas pessoas pode não ser”, declarou. 

A parlamentar contou que o fato de trabalhar com política aumenta o grau de dificuldade por não ter uma rotina fixa. “Preciso ter uma pessoa em casa porque não sei a hora que chego. Tanto faz chegar às 18h como chegar às 21h e eu não posso deixar eles sozinhos. Houve momento em que tive que levar eles comigo porque não tive escolha. Eu tento explicar porque os pais dos amiguinhos não trabalham no sábado, por exemplo, quando muitos sábados e domingos são para mim de trabalho”. 

Apesar de tudo, Priscila Krause salientou que não há amor maior do que a de uma mãe por um filho. “Ser mãe é você descobrir que você é capaz de fazer coisas que você nunca imaginaria que fizesse porque é movido por um amor. A gente pensa que ama pai, que ama mãe, marido, a gente ama mesmo é filho. Ser mãe é descobrir isso”, definiu a deputada. 

Por Giselly Santos e Taciana Carvalho

 

 

 

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