Em um cenário de crise, o medo de ser demitido aumenta. Com a taxa de desemprego cada vez mais alta, continuar com trabalho tem sido tarefa difícil para muitos brasileiros. Será que o seu posto está ameaçado? O LeiaJá ouviu especialistas e lista 10 sinais que podem indicar que a demissão está próxima. Mas calma, também há dicas de algumas atitudes que podem ajudar a reverter esse quadro.
“O ideal é ficar atento o seu desempenho no trabalho e está sempre agregando ideias e melhorias para a empresa” é o que afirma a consultora de recursos humanos Lúcia Barros. “O profissional precisa está antenado nas suas funções e precisa dar sempre resultados para a empresa”, aconselha a especialista.
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Segundo ela, muitas vezes os funcionários nem sabem por que foram demitidos. Mas ao identificar esses sinais é possível reverter à situação ou pelo menos se prevenir e começar a procurar outra oportunidade profissional imediatamente.
Confira os 10 sinais:
1. Avaliações ruins
Nem sempre uma avaliação ruim é uma demissão. Apesar de ser um dado concreto de que você não está correspondendo às expectativas do seu empregador. No entanto, se elas se tornarem frequentes e você receber muitos feedbacks negativos, seu emprego pode estar em perigo.
2. Suas responsabilidades diminuíram
Se suas atividades tiveram uma queda de quantidade, fique atento. Certifique-se de que não é a única pessoa que deixou de receber projetos. Pode ser apenas uma questão de pouca demanda, mas também podem estar direcionando seu trabalho para outras pessoas.
3. Chefe na cola
Se o seu chefe tem monitorado cada passo de seu trabalho e pedido relatórios de progresso diários, pode ser o estilo dele. Mas se não for, e você perceber que é um comportamento repentino fique atento.
4. Trabalho impossível de ser feito
Você precisa ficar atento as atividades que lhe estão sendo postas. A sobrecarga é ainda mais comum neste período de crise que o Brasil enfrenta, com tantos cortes de vagas. No entanto, se os prazos e metas que você precisa atender são claramente inatingíveis e absurdos, isso pode ser proposital. Muitas vezes, o gestor que quer demitir um funcionário precisa de provas de que ele não está dando conta de seu trabalho.
5. Seu chefe lhe chamou para conversar
Parecido com a avaliação negativa, um aviso formal é um claro sinal de que as coisas não vão bem e precisam mudar. Se o seu chefe tiver que repetir várias vezes o mesmo comunicado, você pode estar em maus lençóis.
6. Exclusão
Desconfie se você parou de ser convidado para reuniões importantes de sua equipe. Se você for excluído com frequência de encontros relacionados diretamente ao seu trabalho, pode ser um indicativo de problema.
7. Cortes na empresa
Um dos maiores sinais de que seus dias estão contados é o corte de salário. O corte de orçamento, benefícios e acesso a ferramentas que garantem sua produtividade pode indicar que seu chefe não vê mais retorno no investimento feito em você.
8. Relação com o chefe
É comum existir alguma tensão no ambiente de trabalho por conta de estresse, prazos apertados etc. Mas atritos constantes são prejudiciais. Tome cuidado se a relação se deteriorar – a situação pode chegar a um ponto insustentável. Ele também pode estar preparando terreno para uma demissão.
9. Perda no acesso de dados importantes
Se seu acesso a dados estiver limitado, a senha do e-mail não funcionar mais – sem que você tenha trocado -, pode ser um sinal de que sua empresa já o considera alguém de fora. Algumas vezes, o desligamento acontece aos poucos.
10. A famosa folga/férias
Muitas vezes o profissional recebe um convite para tirar férias prolongadas. É como se a empresa estivesse “pedindo um tempo” para repensar a relação que existe entre vocês. Ou aproveitando para contratar outra pessoa e quando você voltar dar uma desculpa.
Desemprego
Um estudo comparativo feito pelo banco Credit Suisse revelou que o Brasil está entre os recordistas global do chamado desemprego ampliado, que é à soma entre os desempregados efetivos, quem faz bico por falta de opção e trabalha menos do que poderia ou desistiu de procurar trabalho. De acordo com o levantamento, perto de 23 milhões de pessoas estariam desempregadas ou subutilizadas.
Edvaldo Santos, 26 anos, acabou de ser demitido. E após passar 1 ano e 8 meses empresa como Gestor de Monitoramento conta que no fim do ano passado a empresa que trabalhava fez alguns cortes. “Quando se fala de orçamento, os cortes nas empresas são os primeiros a ser mexidos e após ouvir que haveria algumas demissões, eu me preparei e fui atrás de outras oportunidades. Até então, ninguém sabia quem ia sair”, comenta.
Carlos Santos, 22 anos, também está entre o quantitativo de brasileiros desempregados e conseguiu perceber um dos sinais antes mesmo de ser demitido. E diz “Meu chefe mudou de repente, já não falava mais comigo e me evitava. Fui demitido no meio do expediente enquanto trabalhava”.
Como reverter à demissão?
No começo dos sinais, ainda é possível reverter à situação e aproveitar essa oportunidade para se desenvolver melhor e se superar. De acordo com Vanci Magalhães, diretora da JBV Soluções em RH, existe sim um momento de reversão, mas é quando você começa a perceber os sinais, não no final.
“Quando o funcionário percebe esse alerta, chega a hora de fazer uma autoanálise. O profissional tem que começar a fazer uma autocrítica do seu trabalho analisando todos esses sinais e tentar melhorar, vendo o que precisa de mudança. Numa boa empresa, uma empresa séria, nenhum funcionário é demitido sem um alerta. Aquele sinal amarelo”, explica a consultora.
Além de trabalhar há 22 anos na área, Vanci também é psicóloga e diz que já orientou várias pessoas neste sentido de reverter a demissão e algumas nem sempre aceitam realizar uma auto crítica. “Muitos profissionais acham que não há muita necessidade dessa reciclagem, não há necessidade de se aperfeiçoar. Realmente seria muito bom que os colaboradores abrissem os olhos para uma autoanálise. Isso reverteria muitos casos de demissões”.
A especialista conta que já esteve envolvida em uma reversão. “Uma colega de profissão soube que seria substituída na empresa que ela trabalhava. Então, resolvi conversar com ela acerca desta autoanálise. Diante de nossa conversa ela reverteu o quadro de tal forma que foi até promovida”, revela.