A Polícia Civil do Rio de Janeiro deteve nesta terça-feira um jovem suspeito de administrar o polêmico jogo on-line conhecido como "Baleia Azul". Na lista dos apontados como membros da quadrilha está também uma mulher que mora em um prédio de luxo na Orla do Cabo Branco, em João Pessoa.
Matheus Silva, de 23 anos, foi detido em Nova Iguaçu, detalhou a Polícia em comunicado. "Nós já tínhamos materialidade suficiente para pedir a prisão dele. Ele já confessou que era curador, que tinha influenciado 30 vítimas, mas temos nos autos cerca de 40 vítimas", afirmou a delegada Fernanda Fernandes.
A prisão ocorreu durante a Operação Aquarius, realizada em nove estados do país. A polícia confirmou que o jogo "Baleia Azul", que inclui uma série de desafios, deixou mortos no Brasil, sem dar mais detalhes. Em abril deste ano, as autoridades investigavam pelo menos três suicídios suspeitos em Minas Gerais e Pernambuco, possivelmente relacionado com o jogo que se espalhou, alarmando vários países.
A delegada Fernandes assinalou que a captação de jovens ocorre principalmente nas redes sociais onde curadores, como Matheus Silva, agem com perfis falsos. "Como, infelizmente, nós não tivemos a colaboração do Facebook desde o início, a nossa investigação se estendeu um pouco e vamos ter outras fases até, justamente, pela falta de cumprimento das decisões judiciais do Facebook", disse Fernandes ao afirmar que tomarão as medidas legais a respeito.
A delegada lamentou que outras empresas como a Google também não tenham colaborado. "Poderíamos ter a totalidade dos curadores hoje que participaram no Rio de Janeiro do jogo da 'Baleia Azul' e isso só não está sendo feito porque o Facebook não está cumprindo a ação judicial", assinalou.
Segundo as informações da Polícia Civil, algumas vítimas são forçadas a permanecer no jogo sob ameaças contra eles e suas famílias.
*Atualização: o Facebook, por meio de sua assessoria, entrou em contato com o LeiaJá para rebater as críticas da delegada. Segundo a rede social, houve sim colaboração e é necessário se cumprir um protocolo para que as informações sejam compartilhadas com as autoridades. Confira a nota enviada pelo Facebook:
"Não permitimos conteúdo na plataforma que promova ou incentive suicídio ou auto-mutilação, e colaboramos com as autoridades em casos que envolvam ameaças diretas à segurança física das pessoas” – porta-voz do Facebook.