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MC Gui foi sumariamente 'cancelado' na internet após publicar um vídeo em que ria de uma menina com câncer. Acusado de praticar bullying, ele foi detonado pelo público, perdeu shows e viu os valores de seus produtos despencaram. O funkeiro passou algumas semanas longe das redes sociais, após o episódio, mas retornou, no último domingo (10), pedindo uma nova chance aos seus fãs. 

O cantor falou sobre todo o ocorrido em uma entrevista ao colunista Leo Dias. Ele aproveitou o ensejo para falar diretamente aos seus fãs, em seu perfil no Instagram, contando sobre as mudanças que o fato trouxe à sua vida. "Os últimos dias têm me feito amadurecer como nunca e por isso eu aceitei falar com Leo Dias. Ele me fez ouvir tudo o que o Brasil anda pensando sobre mim. Doeu. Ainda dói. Fui julgado por um país inteiro e aprendi a lição. Eu estou buscando ajuda para mudar e quis deixar isso claro na conversa".

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Gui contou que aprendeu a se colocar no lugar dos outros e que este foi o "maior erro da sua vida". Ele também garantiu que não repetirá o comportamento e pediu que os fãs voltassem a acreditar nele. "Eu peço uma nova chance a todos vocês. Minhas atitudes a partir de hoje vão provar que aquele Gui ficou pra trás. Aos meus fãs, acreditem, eu não decepcionarei vocês de novo". 

As coisas estão ficando cada vez mais difíceis para o funkeiro MC Gui. Após ser duramente criticado por ter praticado bullying com uma menina com câncer nas redes sociais, o artista está recebendo críticas e perdendo dinheiro. Além de shows cancelados, Gui teve alguns produtos com preço remarcado. Livros, DVDs e CDs que custavam R$ 29,90 estão saindo até por R$ 1,90.

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Apesar de ter retirado do ar o conteúdo que expunha a criança e ter pedido desculpas, o público e, sobretudo, os contratantes, não se convenceram. Sendo assim, a atitude de Gui tem repercutido duramente em seus negócios. Ele teve um show em uma escola de idiomas de Mato Grosso do Sul cancelado e seu nome retirado do festival Baile do Poderoso Prime.

Além disso, produtos licenciados do funkeiro também sofreram uma queda de preços. O livro MC Gui, Livro Oficial do Astro, teve o valor reduzido de R$ 29,90 para R$ 9,90. Já o DVD O Bonde é Seu: Ao Vivo foi de R$ 29,90 para R$ 1,90, bem como o CD de mesmo nome que antes saía por R$ 19,90 e agora pode ser comprado por R$ 1,90. 

A confusão que o MC Gui provocou nas redes sociais após publicar um vídeo em que ria de uma criança com câncer acabou colocando um outro MC nos assuntos mais comentados da última terça (22). O público confundiu os nomes dos dois artistas e começou a atacar o MC Guimê pelo conteúdo publicado. Ele acabou se irritando e se pronunciou pedindo que o deixassem em paz.

O caso de MC Gui foi muito comentado na internet e a repercussão negativa foi crescente. O problema foi que o público acabou confundindo Gui com Guimê e as contas pessoas desse último receberam uma enxurrada de críticas e até ofensas como "babaca", "lixo" e "você não tem coração". A confusão foi tamanha que Guimê acabou nos Trending Topics. 

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Cansado de receber ofensas pelo que não fez, MC Guimê decidiu se pronunciar e fez alguns stories explicando a confusão. "Estão me confundindo com outro MC. Eu (Guimê) não estive na Disney, inclusive já faz um tempo que não vou ao EUA. Estou aqui no Brasil, trabalhando bastante, criando, compondo e produzindo músicas novas e novos projetos. Obrigado pelo respeito". 

Mas, como tudo, ou quase tudo, a situação acabou mesmo foi virando piada. O humorista Whindersson Nunes comentou a 'troca de MCs' e não perdeu a chance de fazer uma graça. "Será que as pessoas que confundem o MC Gui com o MC Guimê são os mesmos que achavam que o nome do Chorão era Charlie Brown", disse no Twitter. 

O funkeiro MC Gui virou alvo de uma grande polêmica nas redes sociais após a publicação de um vídeo em seus stories. Durante viagem aos EUA, ele postou imagens de uma criança de sete anos, vítima de câncer, enquanto ao fundo, era possível ouvir suas risadas. O público acusou o cantor de estar praticando bullying e ele acabou retirando o conteúdo do ar. 

No vídeo, feito em um parque da Disney, MC Gui dá zoom no rosto de uma menina e dá risada. É possível ouvir as vozes de alguns amigos do artista dizendo para ele parar de filmar. É visível o desconforto da criança que, muito séria, percebe que está sendo filmada. 

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Após a repercussão negativa das imagens, Gui se justificou em seu Instagram dizendo que tinha achado a garotinha parecida com um personagem do filme Monstros S.A e por isso a filmou. "Eu apaguei os stories anteriores porque postaram que eu estava fazendo bullying com a criança e eu fiquei realmente impressionado. Eu dei risada porque achei parecido (com a Boo). A internet está muito chata. Eu não preciso ficar me explicando por algo que eu não fiz, mas infelizmente essa é a internet que estamos usando hoje". 

Mas, a desculpa não colou e o MC foi muito criticado na internet. "Lixo de pessoa"; "Nojo total do MC Gui"; "Esse cara não tem coração"; "Manas, cancelem o MC Gui". A escola CNA Idiomas, de Três Lagoas (MS), cancelou um show que o artista faria em sua festa de Halloween no dia 31 de outubro. "Reforçamos que Ética e respeito fazem parte dos valores da nossa empresa e qualquer situação que vá contra nossos princípios em nenhuma hipótese é aceita", explicou a instituição em seu Facebook. 

A dura realidade enfrentada por profissionais do ensino no Brasil, que envolve violência, baixa remuneração e altos índices de adoecimento mental, vem fazendo a quantidade de jovens interessados na carreira de professor cair. Dados levantados pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) em 2018 apontaram que o número de jovens com 15 anos que querem seguir a carreira de professor no Brasil é de apenas 2,4%, contra 7,5% registrados 10 anos antes. 

Em meio a um cenário tão desanimador, bons professores que estão atentos às necessidades de seus alunos podem ser importantes para inspirar crianças, adolescentes e jovens que consideram levar a vida ajudando outras pessoas a construir conhecimento. Foi o que aconteceu com Josicleide Guilhermino, hoje com 30 anos, que decidiu ser professora de língua portuguesa ainda na adolescência, em grande parte por causa do apoio de sua professora, Fátima, como era conhecida por Guilhermino. 

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O início de tudo

Maria de Fátima de Oliveira Silva tem 53 anos de idade e 26 de carreira. Josicleide estudava na Escola Estadual Maciel Pinheiro, no Recife, e foi aluna de Fátima nos anos de ensino médio. Ela explicou que sua decisão por seguir a mesma carreira que sua mentora começou como uma forma de enfrentar a realidade em que vivia. Sua professora foi uma importante aliada nesse processo. 

“[A decisão de ser professora veio] Inicialmente como um meio de rebeldia ao sistema. Quando se é adolescente, a gente acha que pode mudar o mundo de forma abrupta e, na minha cabeça, ainda imatura, lá pelos 15, 16 anos. Entrei no ensino médio sem muita perspectiva de futuro, realidade comum na escola pública e na comunidade periférica de onde vim”, conta Josicleide, que também sofria com uma auto-estima muito baixa devido à baixa renda de sua família e ao bullying que sofreu.  

“Meu timbre de voz sempre foi muito grave, o que contrastava com meu tipo físico, franzino, então recebia muitos apelidos. Eu implorava a Deus na hora da chamada pra professora me olhar e assim eu não ter que usar a voz para responder à chamada. No Ensino Médio me deparei com uma professora que fez diferença porque me notou”. A professora em questão era Fátima. 

“Eu tive outros professores igualmente bons, mas a professora Fátima me mostrou uma outra perspectiva da carreira docente. Ela não deixava de criticar os aspectos negativos, em termos de salários, condições de trabalho, mas ainda mantinha nos olhos e acreditava no que fazia. Me incentivava a ler; escrever e isso derrubou uma barreira que eu havia construído em torno de mim. Minha autoestima ia sendo trabalhada porque eu me sentia importante. Ela dizia que eu tinha potencial e de tanto me dizer, eu passei a acreditar também” contou Josicleide. 

Conforme os anos passaram no ensino médio, a certeza de que queria ser professora também, inspirada por Fátima, cresceu e se concretizou na jovem estudante. “Eu queria fazer o que ela fazia: dar aulas e ir além, fazer diferença na vida dos alunos, principalmente da rede pública, mostrando que era possível sonhar”, contou a, hoje, professora. 

O caminho que a conduziria à realização de seu sonho, no entanto, tinha ainda outra dificuldade: o vestibular. “Faltava uma boa base. Muitos conteúdos, de diversas disciplinas não pude ver por motivos diversos: falta de professor, material didático... Tentei três anos”, explicou Josicleide. Após seu ingresso na universidade, a aluna acabou se distanciando da professora que havia lhe apoiado e inspirado, mas os caminhos delas terminaram se cruzando outra vez. 

“Nos reencontramos na universidade: eu cursando Letras e ela fazendo uma pós-graduação. Criamos um vínculo de amizade que perdura até hoje e atualmente fazemos parte de um ‘clube do livro’. Ela usa meu vigor e eu a vasta experiência dela”, afirmou Josicleide, de modo bem humorado e sorridente. 

A aluna destaque entre os demais

De acordo com Fátima, que construiu toda a sua carreira em escolas públicas, é aposentada por um de seus vínculos empregatícios com o Estado de Pernambuco e há dez anos trabalha na Escola Estadual Pintor Lauro Villares, no bairro dos Torrões, no Recife, o empenho de Josicleide, junto à sua bagagem de conhecimentos e senso crítico a tornaram uma aluna de destaque, diferente da maior parte da sua turma. 

“Ela estudou comigo na Escola Estadual Maciel Pinheiro em 2006. Na escola pública, infelizmente é um percentual pequeno de alunos de destaque; às vezes você encontra pedrinhas preciosas e tentamos fazer com que eles prosperem. Josicleide tinha dificuldades financeiras e na família, a mãe dividia cadernos para os filhos poderem estudar. A maioria das famílias não dão valor à educação e muitos alunos não têm interesse porque nunca viram ninguém prosperar por meio dela”, explicou Fátima. 

A professora salientou que sua ex-aluna estudava em dois turnos e também fazia estágio, sendo uma menina jovem e cheia de objetivos. O senso crítico de Josicleide, característica importante e muito valorizada por Fátima, também não passou despercebido. “Sempre tento fazer meus alunos serem críticos, entender que a opressão não vai durar para sempre e buscar quebrar isso. Falava a Josicleide e falo aos demais que eles têm que entender a linguagem do opressor para lutar contra ele e estudar para que sejam cidadãos críticos em suas profissões. Mesmo no ensino médio, o aluno geralmente não fala e se posiciona em sala, mas Josicleide tinha apoio da família dando estímulo para a educação transformar a vida dela. Eu via que essa menina ia prosperar em qualquer que fosse a área”, contou a professora.

Durante um aulão realizado apenas por mulheres pelos Caras de Pau do Vestibular, cursinho preparatório para provas de vestibulares em que a professora Josicleide Guilhermino trabalha, em setembro, a docente relata como sua relação com sua ex-professora proporcionou que ela estivesse mudando a vida de jovens nas salas de aula atualmente. Confira abaixo o vídeo.

O papel da professora contra o bullying

Perguntada sobre como conseguiu ajudar Josicleide a superar as agressões promovidas por outros alunos, Fátima explica que ao detectar uma situação de bullying, a primeira atitude para auxiliar a vítima é ajudá-la a reencontrar sua auto-estima e conversar com o agressor para que ele aprenda a exercitar a empatia. 

“Primeiro você mostra que de perto ninguém é normal e tenta estimular os bons sentimentos do aluno mostrando o que essa pessoa tem de melhor. Em Josicleide, era a capacidade intelectual. Quando ela não estava na sala, eu pegava grupos de alunos para mostrar que temos que cultivar respeito e não fazer ao outro o que você não quer para si, explicou Fátima. 

No entanto, ela ressalta que às vezes não são apenas outros estudantes que causam problemas à auto-estima de um aluno. “Quando Josicleide sofria isso e dizia que ia ser professora, alguns professores disseram: 'meus pêsames você vai ser pobre para o resto da vida' e ela ficava triste. Eu tentava dar todo o afeto, carinho, abraçar essa aluna”, lembra a docente. 

Uma carreira de sonhos

Hoje, tendo como colega de profissão e amiga aquela que um dia foi sua aluna, Fátima segue dando apoio para que Josicleide não pare e siga se especializando, apesar das dificuldades, em busca de seus sonhos. 

“Ela quer fazer mestrado, fico incentivando que faça, ela tem muitas condições de ser uma excelente professora também na universidade. Cada vez mais os estudantes querem menos ser professores, mas ela ama muito o que faz. Josicleide é um orgulho para mim, eu sou uma pessoa realizada por ter tido esses alunos que valorizaram a educação, pois meu sonho como professora é ver reduzir a desigualdade social”, explicou Fátima.

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A infância é uma época que muitas pessoas sentem saudade por diversas razões e, muitas vezes, a convivência com os amigos no dia a dia dos tempos de escola é um desses momentos dos quais se pode guardar boas memórias. Neste Dia das Crianças, o LeiaJá traz histórias de pessoas que tiveram em suas escolas vários momentos felizes, outros nem tanto, mas que deixaram saudades e que valem a pena relembrar através de fotos, cartas e outros objetos repletos de memórias. 

Entre amigos e “rivais”

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Camila Patrícia Paiva da Rocha tem 28 anos e é publicitária. Desde pequena, sempre morou no bairro da Iputinga, Zona Oeste do Recife, e estudou em colégios pequenos que ficavam perto de casa, dentre os quais o mais marcante foi Colégio Maria Consuelo, onde ela estudou da terceira série (atual quarto ano) até a oitava série (nono ano). No ensino médio e pré-vestibular, Camila estudou no Colégio Decisão do bairro da Boa Vista, Centro do Recife, e de lá seguiu para o curso superior de publicidade na Universidade Federal de Pernambuco (UFPE).

Ao recordar do ensino médio, Camila conta que a turma em que entrou era muito unida, pois todos muitos alunos estudavam juntos desde o maternal. Comunicativa, ela logo conseguiu se integrar e fazer amigos que cultiva até hoje. 

“No final do ano sempre fazia cartinha para meus amigos e ainda tenho as que eles me mandaram. Eu tinha medalhas porque participava sempre dos jogos. Não era atleta, mas participava pelo grupo. Eu gostava muito de dança, abertura dos jogos, handebol, eu sempre participava”, contou a publicitária.  

Além de ser envolvida em atividades esportivas e culturais da escola, Camila relata que sempre foi muito dedicada aos estudos. Ela ficava triste se tirasse uma nota baixa e chegou a ser premiada pela escola por seu desempenho escolar de destaque. O desejo de estar entre os melhores estudantes da turma criou uma certa competição com outro aluno, Nathan, que segundo ela, também se saía muito bem nos estudos e era querido pelos professores. 

“Nathan era o aluno 'A' da turma da manhã e eu era a aluna 'A' da turma da tarde com o grupinho dele, eu odiava. Tinha um professor de matemática que fazia muitas competições. Ele tinha um carimbo de ‘aluno estrela’ para os alunos que tivessem a maior nota da sala em cada prova. Esse professor foi muito importante, fazia apresentações, dava um matemático para cada grupo e a gente tinha que fazer uma apresentação teatral sobre ele, a gente não aprendia só números, mas também a história por trás. O grupo de Nathan sempre se dava bem, a raiva era essa”, conta, aos risos

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Nem tudo, no entanto, foi apenas alegria nos tempos de Camila no Colégio Maria Consuelo, pois durante parte da sétima série ela foi vítima de bullying, motivo que lhe levou a mudar para a turma da manhã. “Tinha um menino que me chamava de gorda, de baleia, me desenhava no quadro e parece que ninguém vê, não é? Professor não vê, os outros alunos não veem e só fazem sorrir. Por mais que o pessoal me amasse muito e me tratasse bem, eles não notavam como aquilo magoava. Eu não era de revidar, aí mudei de turno, anos depois ele me pediu desculpas”, revela.

Ao concluir a oitava série, Camila não foi sozinha para seu próximo colégio. Como a escola não tinha turmas de ensino médio, todos os estudantes tiveram que ir estudar em outro lugar e a maioria seguiu para o Colégio Decisão. Ela e os ex-alunos de sua antiga escola passaram a ficar todos juntos nas aulas e intervalos, o que levou a uma maior aproximação entre todos e ao fim da rivalidade com Nathan, que passou a ser seu amigo daí por diante. 

Perguntada sobre o que sente mais falta em seus tempos de criança na escola, Camila aponta a tranquilidade e o tempo livre para ficar junto de seus amigos. “Naquela época não era tudo tão acelerado. Eu adorava a escola, eu não gostava de faltar. A época foi importante para mim porque eu gostava, eu queria estar na escola, era uma rotina boa para mim. Gosto do meu trabalho, mas tem uma responsabilidade que não tinha naquele tempo. E faz falta poder ter tempo para os meus amigos e para cultivar minhas amizades”, explica a publicitária. 

Salva da solidão

A aluna de Educação Física Isadora Faustino tem 27 anos e ao longo da infância e adolescência passou por várias escolas, mas conta que foi o Colégio Nossa Senhora das Graças, no município pernambucano de Sirinhaém, Litoral Sul de Pernambuco, que marcou sua vida. As amizades que, segundo ela, lhe salvaram da solidão, além de muitos momentos divertidos com as amigas nas aulas de educação física, lhe fizeram feliz e a conduziram à sua escolha profissional.

Isadora contou que ao chegar na escola não conhecia ninguém e era “inimiga” das pessoas que hoje são suas melhores amigas, até o momento em que uma reprovação lhe fez estudar com elas e desenvolver uma amizade. “Sempre fui uma pessoa bem só, quando entrei no colégio consegui muitas amizades, mas minhas melhores amigas são Nara, Kamilla e Karina. Elas que me salvaram da solidão, de uma certa forma era para me divertir com elas que eu acordava todas as manhãs e ia à escola”, conta ela. 

O dia na escola, que era católica confessional, começava com um momento de orações na quadra e depois os estudantes iam para as salas de aula onde, segundo Isadora, ela e suas amigas conversavam mais do que estudavam. Ela lembra momentos em que ela e Kamilla, uma de suas melhores amigas, foram expulsas de sala por cantar muito as músicas da banda mexicana RBD, para a qual as amigas escreveram uma carta de 15 metros, contando com doações de folhas de papel pedidas a outros estudantes. 

A prática esportiva nos recreios e aulas de educação física foram muito importantes para Isadora, que narra memórias de suas amigas jogando futebol e futsal com bolinhas de papel ou de tampa de garrafa. As amigas tiveram autorização de um professor para frequentar as aulas de educação física dos meninos, pois jogavam muito bem e as outras meninas normalmente não queriam participar. Os bons momentos nas aulas que envolviam esportes foram decisivos para a decisão que Isadora tomaria anos mais tarde para sua vida profissional. “A gente estava sempre jogando com os meninos. Foi lá que me apaixonei pela área de educação física e hoje estou prestes a me formar no curso”, diz.

A amizade com Kamilla é destacada pela estudante como uma relação muito especial e importante que ainda perdura. “Ela é minha pessoa. Hoje com todo mundo vivendo sua vida, complicado ter tempo uma para a outra. Tenho um vínculo muito forte com Kamilla, mas por causa da minha faculdade, eu e ela não saímos muito”, explica Isadora. Kamilla também esteve presente em um dos momentos que a estudante lista como os mais marcantes. 

“No dia em que descobrimos que o colégio iria fechar, eu e Kamilla bagunçamos toda escola, deitamos no chão da quadra, a farda era branca ficou preta. Nos jogamos na areia do parquinho, choramos na casinha do escorrego e quando largamos, pulamos na piscina de farda e sapato. Depois descobrimos que a piscina estava cheia de xixi de criança, que eles passaram o dia todo na piscina”, relembra Isadora. 

A saída de duas de suas amigas para outra escola também foi um momento de grande emoção tanto para Isadora quanto para todas as demais companheiras do grupo. “Nara e Karina foram para outra escola. Fizemos uma grande festa à noite, preparamos um vídeo, todo mundo chorou ao assistir. Me marcou, pois minhas melhores amigas estavam ‘indo embora’, tudo aquilo que vivíamos fazendo não iria acontecer mais. Para mim foi bem difícil, tinha acabado de descobrir o que era amizade e de repente elas foram embora”, explica a estudante. 

Entre as lembranças que sobreviveram ao passar dos anos, Isadora tem várias relíquias. Cartinhas, fotos com as amigas na escola e, o mais curioso, uma agenda de recordações que, entre entre elementos que remetem aos anos de colégio, há mechas de cabelo dos amigos guardadas. 

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A Justiça de São Paulo negou que Dilma Strobel troque o seu nome para Manuela. A mulher diz na ação que passou a sofrer "bullying" por ser homônima da ex-presidente do Brasil. Dilma vai recorrer da decisão.

"Não posso falar meu nome sem que pessoas deem risada. Não quero mais esse nome", disse Strobel à BBC News. o juiz Fábio Henrique Falcone, que negou a alteração, diz que "Dilma constitui prenome corriqueiro, sem qualquer conotação deletéria em si. Em princípio, não se trata de nome vexatório", escreveu.

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O magistrado disse ainda que a ex-presidente Dilma Rousseff não é mais a figura central dos noticiários, tendo em vista que as atenções agora se voltam para o atual presidente. "Por isso, eventual constrangimento não pode ser atribuído ao nome em si", garante Fábio. No entanto, Dilma Strobel rebate dizendo que o juiz não sabe o que ela passa diariamente cada vez que fala qual é o seu nome.

Strobel ainda vai recorrer da decisão para conseguir se chamar Manuela, uma homenagem ao pai Manuel, já falecido. Desde o ano passado que a mulher tenta na justiça o direito de alterar o seu nome definitivamente. 

A partir de dados coletados de 2.447 professores e 184 diretores das escolas do Brasil, a Pesquisa Internacional sobre Ensino e Aprendizagem, divulgada pela OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico), concluiu que o ambiente escolar no país é mais propício à prática do bullying, estando acima da média internacional.

De acordo com o estudo, semanalmente, foram registrados casos de bullying em 10% das escolas do país. A média internacional é de 3%.

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O levantamento não analisou os motivos que justificam o índice. Porém, o dado preocupa a organização, visto que o que os números no Brasil continuam os mesmos há pelo menos cinco anos. 28% dos diretores já presenciaram situações de bullying nos colégios. França, Bélgica, Arábia Sudita e África do Sul também estão entre os países com índices elevados de intimidação nas instituições de ensino.

Além disso, as escolas brasileiras estão na lista das que mais perdem tempo com outras tarefas do que com a própria aprendizagem. O estudo ouviu cerca de 250 mil profissionais da educação em escolas de 48 países. No Brasil, os professores utilizam apenas 67% do tempo com o ensino. O resto do tempo é utilizado em funções mais administrativas, como ata de chamada, ou tentar manter a classe em ordem. Segundo a OCDE, a soma dos minutos perdidos, acabam por totalizar vários dias sem conteúdos. A entidade exemplifica que 5% do tempo disperdiçado significa 12 dias e meio do ano.

Perfil dos educadores no Brasil

A pesquisa identificou que a profissão de educador no Brasil é marjoriariamente feminina. Cerca de 69% dos professores e 77% dos diretores são mulheres. A idade média dos discentes é de 42 anos para professores e 46 para diretores. Um ponto considerado positivo pela pesquisa é que 80% dos professores entrevistados dizem que há união entre os profissionais da classe para uma melhoria do ambiente escolar. 

Os professores brasileiros são alvo de mais intimidações e lidam em proporção maior com o bullying entre os alunos do que a média internacional, além de perderem mais tempo com atividades não relacionadas ao ensino. É o que mostra a Pesquisa Internacional sobre Ensino e Aprendizagem (Talis, na sigla em inglês), feita pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), com 250 mil professores e diretores de escolas de 48 países ou regiões.

Em média, professores no Brasil usam só 67% do tempo em atividades ligadas ao aprendizado. O restante é dedicado a tarefas administrativas, como a lista de presença, ou para manter a ordem na classe. A relação entre alunos e deles com professores também preocupa. No Brasil, 28% dos diretores dizem ter testemunhado intimidação ou bullying entre estudantes - o dobro da média da OCDE.

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Semanalmente, 10% das escolas do País têm casos de intimidação, física ou verbal, contra educadores, com "potenciais consequências para o bem-estar, estresse e permanência na profissão", diz a pesquisa. A média internacional é de 3%.

Quando os ataques miram funcionários da escola, o Brasil é o segundo - atrás só do norte da Bélgica. Ilustra essa estatística o caso de dez alunos que atiraram cadeiras e livros contra uma professora em uma escola estadual de Carapicuíba, Grande São Paulo, em maio. O vídeo da agressão se espalhou nas redes sociais e nove envolvidos no caso chegaram a ser detidos.

A professora Maria Carlota Galvão, que dá aulas de Artes em uma rede municipal no litoral do Rio, diz ver o contexto de violência influenciar na escola cotidianamente. "Os conflitos da escola vêm sempre um pouco de fora porque a sociedade está toda desmoronando ao redor, mas precisamos ensiná-los a conviver com todos esses relacionamentos que têm na família e entre si", diz ela, de 48 anos.

Relatos de intimidação não são incomuns, até fora do contexto escolar. "Nas redes sociais, alguns alunos esquecem de que aquilo é um ambiente público e ofendem (com mensagens contra o professor)", conta a também professora Lidiane Christovam, de 41 anos, que deu aulas de Matemática por mais de uma década em colégios particulares da capital paulista e leciona em universidade há cerca de dois anos.

Já a pesquisadora Luciana Lapa, do Grupo de Estudos e Pesquisas em Educação Moral, ligado à Universidade Estadual Paulista (Unesp) e à Estadual de Campinas (Unicamp), diz que a mediação de conflitos e de casos de bullying nas escolas geralmente falha ao tratar o comportamento dos alunos. "Fica esquecida a parte da reflexão, que é muito mais trabalhosa do que o castigo, a suspensão. Você pune e não forma", afirma a especialista. "É preciso uma intervenção não apenas punitiva, mas que promova uma tomada de consciência."

O relatório da OCDE destaca também o efeito cumulativo do desperdício de tempo no aprendizado - poucos minutos durante as aulas representam dias perdidos no fim do ano. O Brasil é o terceiro país com o pior aproveitamento de tempo em classe, atrás apenas da África do Sul e da Arábia Saudita. Na média, nos países que integram a OCDE, os professores aproveitam 78% da aula com as atividades de ensino.

Especialistas dizem que o desempenho do País está relacionado à falta de preparo dos professores - o que envolve desde inexperiência em sala de aula até profissionais alocados em disciplinas fora de sua área de formação. E há a falta de compreensão das demandas de alunos, cada vez mais estimulados pela tecnologia.

A professora Lidiane Christovam vê sobrecarga nas responsabilidades de docentes. Diz que o tempo dedicado ao planejamento das aulas foi tomado por demandas como o relacionamento constante com a escola e os pais, o uso das plataformas digitais do colégio e a capacitação constante. Ao mesmo tempo, acha que atividades no contraturno muitas vezes tiram o tempo que os alunos têm para socializar - por isso, usam o tempo da aula para isso.

"De maneira geral, o professor, hoje, tem demanda maior para fornecer material (didático) para portais escolares e, grosso modo, ele ampara o aluno muito mais do que na minha época de estudante", opina ela.

Ao comentar os dados, o Ministério da Educação (MEC) disse que a pesquisa ajuda o governo federal e as secretarias locais a abordarem a realidade do ensino e da aprendizagem de forma mais assertiva.

O diretor executivo do Instituto Singularidades, Miguel Thompson, comenta os dados da Pesquisa Internacional sobre Ensino e Aprendizagem (Talis, na sigla em inglês), feita pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), com 250 mil professores e diretores de escolas de 48 países ou regiões. Veja a seguir.

O que explica o pouco tempo dedicado ao conteúdo em escolas brasileiras?

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Existem muitos aspectos, mas um deles é que somos muito focados na aula expositiva, e ela exige que o aluno fique ali imóvel, olhando. Há muitos atrasos entre uma aula e outra, muitos professores escrevem antes (da aula) na lousa, e tudo isso é dissipação de tempo. Além disso, a possibilidade de dispersão no cotidiano por causa da cultura digital é gigantesca.

Por que as escolas não atendem melhor às necessidades de especiais?

Nós, professores, saímos da universidade completamente despreparados para trabalhar as exceções. E isso não deveria estar a cargo só do professor. Se você trabalha de maneira cooperativa, o próprio grupo pode fazer o manejo dessa diversidade - às vezes nem chegam a ser patologias. Os alunos se ajudam e o professor faz a orientação desse processo.

O que explica o alto porcentual de bullying e intimidação a professores?

No Brasil, até 35% dos professores não são especialistas no assunto (do qual dão aula). Então entra um professor inseguro na sala de aula, e um jovem, quando está em fase de afirmação, vai testar. E há questões externas, do núcleo familiar do aluno, seja pobre ou rico. Muitas vezes o pai do aluno não está lá. O fator social também é importante.

Em uma época em que o bullying vem sendo debatido, um casal britânico decidiu criar uma escola que só aceita alunos que já sofreram esse tipo de violência sistemática. Localizada nos arredores de Birmingham, na área central da Inglaterra, a Northleigh House School funciona, principalmente, a partir de doações da comunidade e empresas da região. Instituição não revelou se cobra mensalidade.

O casal de aposentados Viv e Fred Morgan tomou a decisão de abrir uma instituição do tipo após ler no jornal a história de uma adolescente de 15 anos que deixou de frequentar a escola por causa do bullying. A ideia principal é proporcionar um ambiente de aprendizado terapêutico para as crianças.

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A instituição, que já atendeu mais de 70 adolescentes entre 11 e 17 anos, também realiza eventos com o objetivo de arrecadar fundos que possibilitam a manutenção do espaço que emprega quase 30 funcionários, sendo quatro desses professores em tempo integral.

Além das disciplinas comuns, os alunos têm aulas de fotografia, oratória, escultura em madeira e atividades externas, na área verde da escola. Viv explica que o objetivo é se afastar cada vez mais do sistema tradicional “engessado” de educação que, segundo ela, sufoca as habilidades das crianças.

Em entrevista à BBC, Lily Povey conta que precisou trocar de escola quatro vezes apenas no ensino fundamental, como consequência do bullying. Ela revela que algumas das garotas que a perseguiam estimulavam outras pessoas a fazerem o mesmo. “Aqui [na Northleigh House School]  eles sabem que se você vai bem mentalmente você também vai bem na escola.”.

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Uma das escolas mais tradicionais de São Paulo, o colégio Santa Cruz, localizado no Alto de Pinheiros, na Zona Oeste, advertiu 24 alunos e suspendeu outros seis por bullying praticado durante um acampamento fora da cidade, que tinha como objetivo aproximar e promover a interação entre os estudantes.  A decisão foi tomada pela instituição após a vítima ter abandonado a escola.

De acordo com a direção, um grupo de alunos do 3° ano do Ensino Médio ofendeu um colega com apelidos ofensivos e ainda usou camisetas com um dos apelidos. Os estudantes teriam confeccionado as roupas com a ofensa escrita em hebraico para que a vítima – que não é judia – não entendesse. Mas o aluno soube por meio de um colega que a palavra significava o apelido dado a ele pelos estudantes.

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Em comunicado, a escola afirmou que após receber a denúncia da família da vítima imediatamente apurou os fatos e adotou medidas educativas com os estudantes diretamente envolvidos.

“O Santa Cruz prestou apoio ao aluno em foco e aos seus familiares, realizando intervenções e conversas também junto às famílias dos demais alunos implicados. O objetivo maior de nossa atuação é reforçar a incompatibilidade dos valores humanistas de nosso ideário com a intolerância, o desrespeito e a falta de diálogo", diz a nota.

Como forma de incentivar a sensação de pertencimento e de respeito ao outro, valores importantes para a formação de cidadão, a Escola Conecta, localizada no bairro da Madalena, Zona Oeste do Recife, desenvolveu uma série de ações, nesta sexta-feira (5), para conscientizar seus alunos sobre o Dia Nacional de Combate ao Bullying e à Violência nas Escolas, celebrado em 7 de abril.

Com atividades inspiradas em um modelo pedagógico criado pelo pesquisador espanhol José Maria Avilés, a Conecta capacita estudantes, eleitos entre os próprios jovens, para que possam agir em casos de bullying. “A nossa escola foi a primeira escola no Estado de Pernambuco a implantar e trabalhar um projeto como este, de combate permanente. Os alunos são envolvidos, a comunidade acadêmica é envolvida”, conta a educadora e diretora do Conecta, Sandra Janguiê.

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Os estudantes capacitados para lidar diretamente com as situações de bullying são chamados de 'Amigos Responsáveis', como é o caso da aluna da terceira série do ensino médio, Giovanna Vieira. “A gente aprende a reparar mais, saber conversar, ser um bom ouvinte. Eu acho que é um projeto que realmente muda a vida de muitas pessoas”, afirma a estudante.

De acordo com Sandra Janguiê, os estudantes fazem o curso de formação para entender realmente o que é bullying. “Fazemos esse trabalho para que os nossos alunos saibam falar, expressar e pedir ajuda”, explica, assegurando que as família também participam da ação. Ao longo da próxima semana, a Escola Conecta contará com palestras, sessões de cinema e debates ministradas durante as aulas. Veja também uma reportagem em vídeo:

Estudantes de uma escola do Estado de Kentucky, que aparecem em um vídeo zombando de um indígena em Washington, podem ser expulsos. Em comunicado, a escola da cidade de Covington prometeu tomar "medidas apropriadas, que incluem a expulsão".

Na sexta-feira (18), uma marcha de povos indígenas coincidiu com uma manifestação antiaborto na capital americana.

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As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Emanoel Nascimento, que tem 11 anos e mora em Campo Grande, no Mato Grosso do Sul, fazia vários esportes e atividades na escola sem nunca deixar de ficar encantado ao admirar as meninas da turma de balé, mas nunca havia tentado até o dia em que uma amiguinha o convidou para dançar. Após se apaixonar pela dança e ensaiar os passos escondido em casa enquanto integrava a turma na escola, o menino participou de uma seletiva com 5,8 mil candidatos e foi aprovado para entrar no Bolshoi Brasil.

“Eu já fazia outras atividades na escola, como flauta e atletismo, mas o balé eu me apaixonei. Queria ser bailarino e agora não consigo nem explicar a minha felicidade”, disse Emanoel em entrevista ao portal G1. Para conseguir tal feito, o garoto treinou durante um ano em sua escola, que é pública e não tinha uma grande estrutura, e passou por testes de dança, língua portuguesa, matemática, habilidades artísticas e também por um exame médico.

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Thais Cristine de Oliveira, de 34 anos, é a professora de balé que orientou Emanoel na escola e o ajudou a se preparar para a seletiva do Bolshoi e explica que o objetivo inicial não era formar bailarinos de alto rendimento e que a estrutura do local não era ideal, mas aceitou o desafio.

“Não temos barra e nem os equipamentos necessários na escola, mas, como surgiu a oportunidade, acabamos abraçando a causa para mudar a vida dele, assim como da outra aluna que foi com ele, só que ela não conseguiu passar. E eu o descobri com seu talento visível no ano passado, até por ser raro os meninos fazerem e já era um diferencial. Em seguida, teve a pré-seletiva aqui, deu certo e então fomos para o outro Estado. Tudo o que ele tem, boa postura, flexibilidade e vontade de ser bailarino foi visto e deu certo", disse a professora.

A mãe de Emanoel, Candelária Clara do Nascimento, disse que conseguiu perceber o talento do filho na primeira vez que o viu se apresentar na escola e que demorou a saber que o filho estava praticando balé. “Ele fazia outros esportes na escola e começou o balé um mês antes, sem me falar nada. Em seguida, chegou em casa dizendo que precisava de comprar uma roupa para apresentação”, disse ela.

O bullying que Emanoel passou a sofrer de alguns alunos da escola e de outras pessoas, segundo a mãe, não desanimou o menino, que decidiu, por incentivo dela, deixar os outros esportes e focar no balé. Candelária cria Emanoel sozinha e ainda tem outros filhos, mas está fazendo vários esforços para concretizar o sonho do filho de ser bailarino.

“O pai dele eu não tenho notícias, apenas registrou e sumiu no mundo. Tenho outras filhas mais velhas, porém já são casadas. Agora o meu adolescente vai ficar com a avó materna, por enquanto. Vou ver uma casa para alugar, será uma mudança muito grande em nossas vidas. A ficha não caiu ainda, mas, estaremos lá", conta a mãe.

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Se engana quem pensa que tudo são flores na vida da modelo Gisele Bündchen. Ela revelou alguns detalhes pouco conhecidos de sua trajetória no livro recém lançado: Lições Minha caminhada para uma vida com mais significado. Dentre as confissões, estão o bullying que sofreu, quando criança, por ser muito alta e magra.

Gisele contou, no livro, que foi bastante humilhada na escola por conta de sua aparência: "A menina de cabelo ruivo, o menino com sardas e, no meu caso, a magricela alta e desengonçada. Eles deveriam estar infelizes ou insatisfeitos com sua própria vida. Poderiam também estar projetando sua mágoa e seu sofrimento em mim para se sentirem menos sozinhos com a própria dor". A modelo também disse que o trauma da infância repercutiu até sua vida adulta, quando começou a modelar e sentia "desajeitada".

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Além disso, Bündchen relata problemas com crises de pânico, sinais de depressão e, até mesmo, pensamentos suicidas. A top também revelou que se arrependeu de colocar silicone nos seios: "Quando a cirurgia acabou, não conseguia mais reconhecer meu corpo. Não ficou como eu imaginava. Fiquei com raiva e deprimida. Eu tinha feito alguma coisa por mim, mas basicamente para tentar agradar os outros".

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Era como se Amanda fosse o problema. Não importava para qual escola era transferida, a ida ao colégio era um martírio diário que envolvia agressões verbais e físicas de crianças que, assim como ela, tinham por volta dos seis anos de idade. Piadas, empurrões, até mesmo cortes de cabelo forçados por colegas de classe fizeram parte da rotina da menina, hoje fotógrafa, de 23 anos. O termo “bullying” já existia antes mesmo de ela nascer, mas no Brasil, ao contrário das ações que a machucavam psicologicamente e fisicamente, não era popular.

No caso de Amanda, as agressões ocasionadas pela “aparência masculina” que a menina tinha a tornaram uma criança retraída e ansiosa que chegou a pensar em suicídio. “É muito sério que uma criança pense assim por causa de situações como essa. Isso acontecia todos os dias e a vontade que eu tinha era de não ir para a escola nunca mais. Simplesmente parar de estudar”, conta. Além de reprovar um ano, ela perdeu a conta de em quantos aspectos da própria vida essa violência a afetou. Nem mesmo uma série de tratamentos foi capaz de apagar gatilhos que a atingem até hoje quando passa por situações análogas às humilhações sofridas ainda no começo dos anos 2000. Após muitos relatos para professores e coordenações sem nenhum retorno, a mãe da menina chegou a colocá-la em aulas de artes marciais para que ela pudesse “se virar sozinha”.

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O estudante Gustavo, de 22 anos, também precisou de ajuda psicológica para desfazer os traumas trazidos pelo bullying diário sofrido no colégio. No caso dele, que tinha cerca de sete anos, o motivo da chacota também era a sua aparência física. Ao contrário de muitos, ele precisou guardar a violência em segredo por medo de apanhar mais. “Minha mãe dizia que se eu chegasse apanhado em casa eu apanhava de novo”, relembra. As marcas diminuíram de tamanho, mas ainda dóem. “Ainda hoje fico com muito ódio quando vejo pessoas que passam por esse tipo de preconceito nas instituições. Para o opressor é muito fácil, mas só quem sabe disso é quem passa”, desabafa.

Algumas pesquisas, porém, apontam que o opressor também pode ser a vítima. Segundo estudo publicado em 2011 pela pesquisadora brasileira Bruna Land, 20% dos envolvidos em situação de bullying podem desempenhar tanto o papel de vítima, quanto o de agressor, também necessitando de cuidado psicológico. “Às vezes a criança emite esse comportamento na escola porque está acontecendo algo diferente em casa. Isso pode ser desde a separação dos pais até a própria violência dentro da família. Como se ela estivesse repetindo esses comportamentos na escola ou expressando que, de fato, algo não está bem”, explica a psicóloga Ana Paula Ferreira.

Em relação às medidas “emergenciais” tomadas pelos pais de Amanda e Gustavo, os especialistas advertem que a violência não é a resposta indicada para resolver problemas como este. O caminho para o combate ao bullying deve ser construído com diálogos e iniciativas em conjunto entre familiares e representantes de instituições de ensino. “O combate da violência com outro tipo de violência pode gerar outras consequências sérias, como fazer com que a pessoa se isole socialmente. É necessário, de fato, uma intervenção da escola em conjunto com os pais, porque a escola sozinha não consegue fazer isso”, explica Ana Paula.

Se o trabalho é feito em parceria, como a escola deve atuar nesses casos? Para a diretora acadêmica do Grupo Ser Educacional, Simone Bérgamo, as instituições devem estar focadas em prevenir que esse tipo de violência aconteça. Um método de prevenção é trabalhar na organização de encontros que promovam a reflexão nos alunos, principalmente nos considerados “espectadores passivos”, que não cometem a violência, mas a observam. “O bullying não existiria se não houvesse plateia. Aquele aluno que é espectador também é responsável”, analisa.

Quando os casos são detectados pela escola, porém, também há formas de agir. “É importante que os departamentos construídos por psicopedagogos e psicólogos tentem acompanhar a rotina acadêmica e intervir de forma imediata quando perceberem pequenos focos de intolerância”, explica Simone.

Confira alguns dos perfis dessas agressões:

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O Instagram está tomando novas medidas para combater o discurso de ódio em sua plataforma. A rede social está empregando o aprendizado de máquina para ajudar a detectar proativamente o bullying em fotos, que serão analisadas por um moderador humano. É a primeira medida publicada tomada pelo novo chefe do Instagram, Adam Mosseri.

Um porta-voz do Instagram disse que seu classificador digital de bullying detecta ataques à aparência ou ao caráter de uma pessoa, bem como ameaças ao bem-estar ou à saúde de alguém em uma foto.

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Se um moderador humano considerar que a foto está violando as diretrizes da comunidade da plataforma, a foto será removida e o quem postou será notificado de sua exclusão e informado do motivo.

"Essa mudança nos ajudará a identificar e remover significativamente mais bullying - e é um próximo passo crucial, já que muitas pessoas que experimentam ou observam bullying não informam isso", explicou o novo chefe do Instagram, Adam Mosseri, em um post no blog oficial da empresa.

"Isso também nos ajudará a proteger nossos membros mais jovens da comunidade, já que os adolescentes experimentam taxas mais altas de bullying online do que outros. Essa nova tecnologia começou a se desenvolver e continuará nas próximas semanas", completou.

O Instagram também está introduzindo um novo filtro, chamado de câmera bondade, para ajudar a espalhar a positividade na plataforma. Quando o usuário seleciona o efeito no modo selfie, os corações preenchem a tela e ele será incentivado a marcar um amigo. Uma pesquisa de 2017 afirmou que o Instagram ultrapassou o Facebook como a pior plataforma de mídia social para o bullying.

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Dois adolescentes foram apreendidos após entraram armados em colégio do Paraná, na manhã de sexta-feira (28), e deixarem dois estudantes feridos. Um dos jovens teria contado à polícia que cometeu o crime porque sofria bullying.

Em um vídeo gravado antes do atentado, divulgado pelo jornal Correio do Povo do Paraná, o adolescente diz estar nervoso e passando mal. "Peço que os familiares tenham compreensão pelos meus atos, pois seus filhos me humilharam, me ameaçaram, de uma maneira que não tem mais perdão. Em vez de criar seu filho, você apenas deixou ele no mundo, então", diz o jovem. Ele continua: "culpem seus próprios filhos, em vez de ficar culpando coisas alheias".

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Segundo a Polícia Militar, um adolescente de 15 anos entrou no Colégio Estadual João Manoel Mondrone, no município de Medianeira, com um revólver calibre 22. O outro colega portava uma faca. Eles teriam entrado em uma sala de aula, quando houve os disparos de arma de fogo. Os dois são alunos do 1º ano do Ensino Médio.

Um estudante foi baleado nas costas e outro recebeu um tiro de raspão, segundo o jornal local Paraná Portal. O mesmo jornal informou que os estudantes feridos foram encaminhados ao hospital, estando um deles em estado grave. A Folha de São Paulo afirmou que nenhum dos dois corre risco de morte.

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Cerca de 150 milhões de jovens entre 13 e 15 anos de idade já sofreram bullying no mundo, segundo o estudo ‘An Everyday Lesson: #ENDviolence in Schools‘ (Uma lição diária: #pelofimdaviolência nas escolas, em tradução livre), publicado pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF). As agressões acontecem dentro e nas imediações do ambiente escolar.

As meninas têm mais chances de sofrer com assédio moral, já os meninos sofrem mais agressões físicas e ameaças. Além disso, as crianças que se reconhecem como lésbicas, gays, bissexuais, transgêneros ou intersexuais podem ser mais suscetíveis à violência cometida por colegas. De acordo com a pesquisa, 17 milhões de estudantes em 39 países já praticaram bullying com algum colega na escola.

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Ainda segundo o estudo, quase 720 milhões de estudantes sofrem castigo corporal nas escolas, o que pode causar dificuldades no aprendizado, depressão, ansiedade e até suicídio.

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