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Pré-candidato ao governo de São Paulo pelo Republicanos, o ex-ministro Tarcísio de Freitas afirmou nesta quinta-feira, 5, ter discordado do presidente Jair Bolsonaro (PL) em relação à vacinação contra a Covid-19.

"Eu discordava, por exemplo, de uma determinada posição com relação à vacina. Eu me vacinei, vacinei minha família e achava que estava fazendo a coisa certa", disse ele durante sabatina realizada pelo jornal Folha de S.Paulo e o Uol. "Discordava da linha da narrativa. Eu acho que a gente tomou a atitude correta e fez a narrativa errada."

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Durante a pandemia, Bolsonaro provocou aglomerações, promoveu ataques às vacinas e defendeu medicamentos sem eficácia contra a doença. O presidente disse não ter se vacinado.

Relação com o PL

Na entrevista, Tarcísio minimizou desentendimentos com o PL, partido de Bolsonaro, e disse que a vaga de vice na chapa estadual será destinada à legenda. "Mantidas as condições de hoje, o vice será do PL, o PL está no palanque", disse. "O que pode mudar esse cenário? Eventualmente a entrada de uma outra força dentro desse nosso projeto."

Questionado sobre sua ida para o Republicanos, o pré-candidato explicou que "é uma questão de construção política" e negou mal-estar com entre ele e o PL.

"Naquele momento, havia um distanciamento do Republicanos com o presidente da República e a gente entendia que o Republicanos era uma força relevante para fazer parte desta coalizão nacional", disse. "Essa ida para o Republicanos tem muito mais a ver com essa construção de ponte, do que propriamente qualquer resistência ao PL."

Como mostrou o Estadão/Broadcast Político, a bancada do PL em São Paulo está dividida entre apoiar o governador de São Paulo, Rodrigo Garcia (PSDB), e Tarcísio na disputa pelo governo paulista. Dos 17 membros do PL na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp), oito estarão ao lado do tucano, enquanto nove apoiarão Tarcísio, candidato apoiado por Bolsonaro.

Tensão entre os Poderes

Tarcísio, que deixou o cargo de ministro da Infraestrutura para disputar as eleições, afirmou aprender muito com Bolsonaro. "O presidente tem seu estilo muito próprio, que fez dele um fenômeno político inquestionável (...). Não tenho a mesma aptidão política do presidente, eu não sou um fenômeno como o presidente é. Eu tenho que aprender com ele as coisas boas", disse.

Questionado sobre o clima de tensão entre o presidente e o Supremo Tribunal Federal (STF), Tarcísio afirmou que "acirramentos na democracia são comuns". Ele, no entanto, reforçou que a independência dos Poderes deve ser respeitada.

"Você tem momentos de estressamento (sic), e logo depois você tem o período de volta à calma, volta ao diálogo. Então isso faz parte da essência democrática", disse.

Sobre a graça concedida por Bolsonaro ao deputado Daniel Silveira (PTB-RJ), condenado a 8 anos e 9 meses de prisão pelo Supremo por declarações e ameaças contra os ministros da Corte, Tarcísio afirmou que, apesar das críticas, o presidente "não fez nada mais que usar um remédio constitucional".

Em relação aos ataques de Bolsonaro aos ministros do Supremo, o pré-candidato disse que, "muitas vezes, ele (o presidente) se defende e a defesa é considerada ataque".

Juliana Paes abriu o coração e falou sobre política durante uma entrevista. Constantemente apontada como apoiadora do governo Bolsonaro, a atriz explicou o que pensa a respeito e deixou bem claro que não concorda com a atual gestão do país.

Em entrevista ao colunista Leo Dias, Juliana falou abertamente sobre política. Ela esclareceu que não é apoiadora do presidente Jair Bolsonaro (PL) e deu seus motivos. “O pacote do que eu desejo não está em nenhum lugar. Eu não apoio esse atual governo. Não posso defender as políticas de um governo que foi contra a vacina num momento em que a gente precisou tanto da ciência”. 

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Em 2021, Juliana chegou a publicar um vídeo em suas redes sociais falando sobre o mesmo assunto, porém, sem explicitar de fato quem apoia. A atriz foi chamada de isenta e criticada por diversos colegas de profissão. “É difícil pra caramba quando tem um monte de gente falando ‘você é isso’, e você, intimamente, sabe que não, mas fiquei tão amedrontada com tudo aquilo, que você se recolhe”, disse.

Apesar da falta de recursos para terminar 3,5 mil escolas em construção há anos, o Ministério da Educação (MEC) autorizou a construção de outras 2 mil unidades. Bom para mostrar no palanque de campanha, o projeto não tem recursos previstos no orçamento, o que deve aumentar o estoque de escolas não entregues pelo governo e esqueletos de obras inacabadas. Mesmo assim, os colégios já são anunciados por deputados e senadores aos seus eleitores.

O esquema de "escolas fake" tem como base o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), controlado pelo ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira, por meio de um apadrinhado. O fundo precisaria ter R$ 5,9 bilhões para tocar todas as novas escolas contratadas. Com o orçamento atual, levaria 51 anos para isso. Ao priorizar obras novas em detrimento das iniciadas, o governo fere leis orçamentárias.

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Em publicação em seu Instagram, o deputado Zé Mário (MDB-GO) diz aos seus seguidores que conseguiu R$ 6,93 milhões para construir uma escola rural no interior do município de Morrinhos, em Goiás. "Recurso viabilizado junto ao FNDE", escreveu, com uma foto sua em que aparece sorridente. Na verdade, o governo liberou apenas R$ 30 mil e não há previsão orçamentária de que o restante do valor sairá. "Eu não tenho como iniciar uma obra desse valor", disse o prefeito Joaquim Guilherme (PSDB). "Com esse pequeno empenho que foi feito aí?" Procurado, o prefeito Zé Mário alegou que a publicação foi erro de sua assessoria.

No Paraná, o prefeito do município de Ubiratã, Fábio D’Alécio (Cidadania), recebeu autorização para construção de uma escola de R$ 3,2 milhões. Até agora, foram empenhados, isto é, reservados, R$ 5 mil. "Do ponto de vista global, realmente as contas parecem que não estão casando", afirmou o prefeito ao Estadão. "Dá a impressão de que é um compromisso só político e não técnico. A expectativa minha é a de que o convênio tenha começo, meio e fim. Agora, não tenho como avaliar se isso vai, de fato, acontecer."

Correligionário de Ciro Nogueira, o deputado Vicentinho Junior (Progressistas-TO) disse aos seus eleitores nas redes sociais que conseguiu R$ 206 milhões para construção de 25 escolas, 12 creches e três quadras poliesportivas para 38 cidades do seu Estado. Deu inúmeras entrevistas sobre a suposta conquista. Os empenhos (reserva) que ele obteve, contudo, foram de R$ 5,4 milhões. Valor equivalente a 2,6% do total. Com essa cifra, não é possível construir uma única escola. É mais uma promessa falsa. O volume de recursos ultrapassa tudo o que o FNDE tem para investir este ano de recursos próprios.

VALORES. Os números do FNDE expõem como funciona o esquema das "escolas fake". Faltando oito meses para o fim do governo, foram liberados 3,8% dos recursos previstos para a construção das 2 mil escolas e creches, sendo que 560 obras receberam apenas 1% dos valores empenhados.

Neste ano, o fundo tem R$ 114 milhões de recursos próprios. Seriam necessários R$ 5,9 bilhões para as 2 mil novas escolas que se comprometeu a fazer. Além disso, o governo precisaria de mais R$ 1,7 bilhão para concluir as 3,5 mil obras em andamento no País.

Na última quinta-feira, o presidente do FNDE, Marcelo Ponte, apadrinhado de Ciro Nogueira, disse na Comissão de Educação do Senado que a prioridade do órgão é terminar obras inacabadas. E omitiu os novos termos de compromisso. "A prioridade é executar obra inacabada?", perguntou o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP). "Obra inacabada", respondeu Pontes.

As prioridades para realização de novos empreendimentos atendem a critérios políticos, com a necessidade de aprovação de Ciro Nogueira. Como o Estadão tem mostrado, o fluxo de verbas do FNDE prioriza redutos do partido do ministro, o Progressistas.

O advogado e professor Heleno Taveira Torres, titular de Direito Financeiro da Universidade de São Paulo, disse que essa previsão, além da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), está presente também na Constituição Federal. "Os empenhos picados, sem créditos orçamentários, fere a Lei 4.320. É algo muito grave."

A professora Élida Graziane Pinto, da FGV, afirmou que "alocar recursos sabidamente insuficientes para obras novas, quando há um saldo significativo de obras paralisadas, ofende a Lei de Responsabilidade Fiscal e a Lei de Diretrizes Orçamentárias". "É uma alocação gerencialmente irracional e fiscalmente irresponsável que apenas atende ao curto prazo eleitoral dos que desejam tão somente inaugurar placas", disse Elida.

PASTORES. O esquema de distribuição a conta-gotas de recursos para novas obras soma-se a outros casos de captura da área da educação no governo do presidente Jair Bolsonaro (PL). Na gestão do então ministro Milton Ribeiro pastores circulavam com desenvoltura no MEC, intermediavam recursos e cobravam propina, como relataram prefeitos ao Estadão. As cobranças eram feitas até em ouro. Ribeiro deixou o cargo.

No FNDE, órgão que concentra boa parte das verbas de investimento da área, Ciro Nogueira exerce influência política. O presidente do fundo, Marcelo Ponte, foi seu assessor. Outro diretor do órgão, Garigham Amarante, chegou ao cargo apadrinhado pelo presidente do PL, Valdemar Costa Neto. Os dois patrocinaram licitação para compra de ônibus escolares com preços inflados. Após o Estadão revelar o risco de sobrepreço no leilão, o governo ajustou a cotação dos veículos. O certame está embargado pelo Tribunal de Contas da União. Procurado, o FNDE não quis comentar. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, Damares Alves, representou o Brasil na 49ª Sessão do Conselho de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas, realizada nesta segunda-feira (28), em Genebra, na Suíça. No evento, onde líderes mundiais fizeram balanços de ações voltadas a problemas diplomáticos, iniciativas em prol da humanidade e questões emergenciais, o discurso da brasileira chamou a atenção por ter silenciado a crise diplomática envolvendo Ucrânia e Rússia. 

O “governo Bolsonaro sempre promoveu e defendeu a paz […] Sempre defendeu a paz para todos os países e para todos os continentes”, disse a ministra, sem mencionar os países em conflito. O momento da discussão abordou o ferimento aos direitos humanos no Leste Europeu e as mortes ocorridas entre ucranianos e russos, o que foi apontado por outros ministros de Estado.  

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Como anunciado por Damares em suas redes sociais, o seu discurso se baseou na “defesa da vida desde o nascer”, o que cumpre seu posicionamento contra o aborto e a liberdade reprodutiva, assim como anunciou políticas que teriam sido bem-sucedidas na gestão de Jair Bolsonaro (PL). 

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Ao falar da Covid-19 e da quantidade de vacinas aplicadas no país, errou o número total. "Em pouco mais de um ano, foram aplicadas 380 doses da vacina", disse, referindo-se às 380 milhões de doses aplicadas; o erro não foi corrigido. 

“Priorizamos os grupos mais vulneráveis como os povos indígenas, 85% deles já estão completamente imunizados. Lamentamos, cada morte decorrente da pandemia do novo coronavírus. Neste período, atuamos muito para proteger a população, e mitigar os efeitos sociais e econômicos desta crise", continuou a chefe de pasta. 

Ainda em seu discurso Damares, comentou sobre a conclusão de obras como a transposição do Rio São Francisco, que segundo ela, estavam paradas há mais de uma década. 

"Estendemos nossos serviços de atendimento de denúncia de violação de direitos humanos, para as comunidades isoladas, especialmente na região da Amazônia, onde barcos itinerantes hoje percorrem as regiões ribeirinhas para levar cidadania e serviços públicos. A propósito da Amazônia, trabalhamos na proteção da floresta, e sobretudo, das mais de 30 milhões de pessoas que vivem nela", pontuou. 

Neutralidade 

O Governo Bolsonaro tem obtido retornos negativos por escolher se manter neutro diante do conflito Rússia-Ucrânia. Historicamente, pela sua relação comercial com países europeus, e pela boa relação diplomática globalmente, o Brasil se mantém neutro em conflitos armados intensos como o que tem ocorrido na Europa. No entanto, o posicionamento do presidente Jair Bolsonaro não soou convincente para o governo ucraniano. Boa parte das grandes potências condenou o ataque russo na última semana. 

"A posição do Brasil não é de neutralidade, é de equilíbrio. Não dá para ter a posição da OTAN, da Rússia, da China: a nossa posição é a posição do Brasil", pontuou o ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira. 

No entanto, para o governo ucraniano, não há espaço para neutralidade no momento atual. “Todos precisamos nos levantar para defender nossos princípios básicos'', disse a embaixadora da Ucrânia na ONU, Yevheniia Filipenko, à imprensa. 

 

O Brasil está mais uma vez abaixo da média global do Índice de Percepção da Corrupção (IPC) feito pela Transparência Internacional. O relatório divulgado nesta terça-feira (25) mostra que o país caiu da 94ª posição para a 96ª. Neste ranking, quanto mais perto do primeiro lugar, menos corrupto um país é considerado e mais ele pontua no IPC, como é o caso da Dinamarca, líder da lista, com 88 pontos. O Brasil, por outro lado, acumulou 38 pontos e sequer passou a marca média do globo, que é de 43. 

De acordo com o levantamento, foi considerada, com ênfase, a relação entre corrupção e ferimento dos direitos humanos. “Os dados do IPC mostram que o país está estagnado, sem ter feito avanços significativos para enfrentar o problema no período. Por outro lado, o desmonte institucional e a inação do governo no combate à corrupção podem levar a notas ainda piores nos próximos anos”, diz a organização. 

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O desempenho brasileiro também ficou abaixo da média dos BRICS (39 pontos), da média regional para a América Latina e o Caribe (41 pontos) e ainda mais distante da média dos países do G20 (54 pontos) e da OCDE (66 pontos). Em 2020, estava na 94ª posição, apesar da mesma pontuação; a nova queda foi influenciada pela melhora de países em posições próximas. A melhor nota do Brasil foi alcançada entre 2013 e 2014, mostrando 43 pontos na escala de zero a 100. 

“No relatório Retrospectiva 2021, a Transparência Internacional – Brasil documenta os principais acontecimentos do ano, com destaques positivos e negativos sobre o governo federal, o Congresso Nacional, o Poder Judiciário, a PGR e o Ministério Público e sobre o espaço democrático do país”, aponta, ainda, o relatório. 

Na lista, são consideradas 180 nações. O Brasil está abaixo de países como Vietnam, Cuba e China, e empatado com a Argentina, Indonésia, Lesoto, Sérvia e Turquia. O último país do ranking é o Sudão do Sul, na posição 180º.

O senador Jorge Kajuru (Podemos-GO) afirmou que o governo de Jair Bolsonaro (PL) está “com o caixa aberto” para negociações com parlamentares e a prática do famoso toma lá dá cá, condenado pelo próprio presidente durante a campanha eleitoral de 2018 e no início da gestão. Pouco antes do nome de André Mendonça ser aprovado pelo Plenário do Senado para integrar o Supremo Tribunal Federal (STF), Kajuru declarou em entrevista ao UOL que alguns dos seus pares já confirmaram a troca de favores entre o governo e os parlamentares.

“Este é o governo do toma lá dá cá. Hoje já tem senadores do Brasil inteiro confessando o crime do toma lá dá cá, um recebeu R$ 350 milhões em Goiás só neste período de discussões e votações. Outro R$ 1 bilhão no Acre. Enfim, o caixa está aberto e está à disposição”, detalhou Jorge Kajuru, mas sem citar quais senadores teriam sido esses.

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O senador também chegou a relatar que o líder do governo na Casa Alta, Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE), contou sobre uma reunião na manhã dessa quarta-feira (1º) onde Jair Bolsonaro teria dado ordem para apoio irrestrito ao nome de André Mendonça.

“O líder Fernando Bezerra Coelho me contou e, não me pediu off, ele fez uma reunião junto com Eduardo Gomes, Flávio Bolsonaro e o presidente. A ordem foi apoiar totalmente o André Mendonça”, relatou.

Mendonça teve o nome aprovado pelos senadores na noite dessa quarta. O placar foi de 47 a 32. Até hoje, o maior número de votos contrários já recebido por um indicado ao STF após a redemocratização.

A ex-ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, classificou como "duplo escândalo" a divulgação de dados sobre o desmatamento na Amazônia após a realização da Cúpula do Clima da Organização das Nações Unidas (ONU), a COP-26. Os números, revelados na quinta-feira, 18, pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), registraram o maior índice de desmatamento do País dos últimos 15 anos na região.

"Na divulgação dos dados acumulados do desmatamento, pelo INPE, temos um duplo escândalo: 13.235 km2 de floresta destruída e também o fato de que tal dado foi escondido pelo ministro Joaquim Leite, enquanto acontecia a COP 26. Este é o maior desmatamento em 15 anos", criticou Marina em publicação nesta sexta-feira (19) no Twitter.

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O governo Bolsonaro tem sido acusado de segurar a divulgação dos dados para que ela não coincidisse com a data da COP-26, encerrada no último sábado (13). Chamou a atenção o fato de o documento do Inpe com os dados oficiais ter a data de 27 de outubro, mas ser divulgado só em 18 de novembro, ou seja, a informação só foi conhecida 22 dias após o documento ser elaborado e depois da conferência.

Segundo nota do sindicato dos servidores da área de Ciência e Tecnologia, o governo e a direção do Inpe teriam conhecimento dos dados desde meados de outubro, mas só agora houve aval para divulgação. Questionado sobre a diferença das datas, o ministro do Meio Ambiente, Joaquim Álvaro Pereira Leite, afirmou que só teve contato com os dados ontem.

Em mais um recorde, o Brasil registra o maior índice de desmatamento do País dos últimos 15 anos na chamada Amazônia Legal, que engloba o território de nove Estados. Nesta quinta-feira (18), o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) informou que, entre agosto de 2020 e julho de 2021, foram desmatados 13.235 quilômetros quadrados de floresta na região. Esse volume é 21,97% maior que o registro no mesmo intervalo de 12 meses anterior, quando a área devastada chegou a 10.851 km².

Os dados consolidados pelo Projeto de Monitoramento do Desmatamento na Amazônia Legal por Satélites (Prodes) são conhecidos como a informação técnica mais precisa sobre a medição de desmatamento no País. Para chegar ao levantamento, foi detalhada a situação de 106 cenas prioritárias em todos os Estados que compõem a região.

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O Pará é o Estado com a maior taxa de desmatamento, respondendo sozinho por 5.257 km² de devastação, o equivalente a 39,72% da área total. Amazonas é o segundo Estado mais afetado, com 2.347 km² (17,73%), seguido pelo Mato Grosso, com 2.263 (17,10%).

O dado é contrário ao discurso de proteção ambiental que o governo Bolsonaro apresentou na Conferência do Clima da Organização das Nações Unidas (ONU), a COP-26, com o argumento de que tem protegido a Amazônia. Desde 2019, quando Bolsonaro assumiu o Palácio do Planalto, praticamente, dobrou o volume de desmatamento na região. O índice medido de julho de 2017 a agosto de 2018 foi de 7.536 km² de desmatamento na região. Já no primeiro ano da gestão Bolsonaro, porém, em 2019, o volume saltou para 10.129 km². No ano passado, em nova alta, chegou a 10.851 km². Agora, atinge 13.235 km², só atrás do que se viu em 2006, quando a área desmatada chegou a 14.286 km².

Chama a atenção o fato de que o documento do Inpe com os dados oficiais ter a data de 27 de outubro, mas ser divulgado apenas em 18 de novembro, ou seja, a informação só foi conhecida 22 dias após o documento ser elaborado e depois de ser encerrada a COP 26, em Glasgow.

Ação integradas com inteligência policial

Nesta quinta-feira, os ministérios da Justiça e do Meio Ambiente anunciaram que estão preparando ações integradas, com participação de inteligência policial, para coibir o desmatamento no País. Em entrevista coletiva, o ministro da Justiça, Anderson Torres, prometeu uso de "toda a força" para coibir crimes ambientais e permitir que o país cumpra metas assumidas na COP-26 de zerar o desmatamento ilegal.

Já o ministro do Meio Ambiente, Joaquim Leite, afirmou que o governo precisará ser "mais contundente" para combater o desmatamento, após reconhecer que os números ainda são um "desafio".

A viagem do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) a Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, tem causado grande agitação nas redes sociais, até mesmo na bolha bolsonarista. O parlamentar viajou ao lado da esposa, Heloísa Bolsonaro, e da filha do casal, Geórgia. Além dele, uma comitiva de 69 pessoas, que conta com a presença do vice-presidente Hamilton Mourão (PRTB), também está em solo asiático. A movimentação é estimada em, pelo menos, R$ 3,6 milhões. Nas redes, o filho do presidente argumentou que a viagem deve possibilitar empregos. O assunto se tornou um dos mais comentados da manhã e tarde desta segunda-feira (18).

Além do valor investido para tripular o governo Bolsonaro aos emirados, uma foto postada por Heloísa chamou atenção: a família, trajada com vestes tradicionais da região, e Eduardo vestido de sheik árabe. A empresa que monta a sessão de fotos, realizada no Central Market Souk, cobra USD 174.22 pela lembrança, cerca de R$ 955 no câmbio atual. 

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Para muitos internautas, o momento da viagem, mas principalmente o seu custo, é uma atitude “fora de hora” e “escárnio” com a população brasileira, que enfrenta a maior crise sanitária de sua história e tem alto índice de fome durante a pandemia. Muitos disseram que, para uma viagem de negócios, o parlamentar está “brincando de sheik” em vez de trabalhar. Eduardo Bolsonaro está em Dubai junto com a comitiva brasileira para participar da Expo Dubai 2020.  

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O deputado federal Marcelo Freixo (PSOL-RJ) anunciou em suas redes sociais que acionou o Ministério Público Federal para investigar os gastos de Eduardo Bolsonaro em Dubai. “Queremos saber quem está pagando essa conta”, escreveu. 

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Rebatendo, Eduardo publicou uma série de ofensas e menções aos governos de esquerda, os colocando como verdadeiros responsáveis pela fome e pobreza no país. O deputado também alegou que o dinheiro utilizado em sua viagem é próprio, sem contribuições dos cofres públicos. 

“Sabe por que brasileiros estão passando fome? Porque você apoiou o "fique em casa a economia, a gente vê depois" enquanto aglomerava na praia de Ilha Grande com os amiguinhos sem máscara, hipócrita. Eu venho aqui para atrair empregos para o Brasil, para desfazer a merda que você fez aí”, publicou Eduardo. 

A viagem repercutiu entre outros políticos e figuras públicas. O jornalista Reinaldo Azevedo perguntou “você tinha alguma dúvida de natureza moral sobre a viagem de Eduardo Bolsonaro, mulher e filha para Dubai? Tudo resolvido. Ela explicou: fizeram isso em defesa da família”, e ironizou: “Faz sentido”. 

O senador Omar Aziz (PSD-AM), durante sessão da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid nesta segunda-feira (18), também ironizou a viagem de Eduardo Bolsonaro: "Duduzinho Bolsonaro está em Dubai tirando foto com dinheiro do povo brasileiro e acha que é mais honesto do que outros brasileiros. É o sheik Dudu Bolsonaro". 

 

O governo Jair Bolsonaro avançou na rescisão de um contrato para compra da vacina russa Sputnik contra a Covid-19, deixando parado um montante de R$ 2,3 bilhões. Desse total, R$ 1,6 bilhão se refere ao cancelamento de outro contrato, o da Covaxin, intermediado no Ministério da Saúde pela Precisa Medicamentos. Este último virou alvo da CPI da Covid no Senado e, após as denúncias de corrupção, o acordo foi suspenso. Seriam compradas 20 milhões de doses.

Ao jornal Folha de São Paulo, o Ministério da Saúde disse que apresentou à União Química Farmacêutica, empresa responsável pela Sputnik V, a intenção de rescindir o contrato de compra de 10 milhões de doses, no total de R$ 693,6 milhões. Já o contrato da Covaxin foi cancelado em 27 de agosto e a anulação da nota de empenho ocorreu logo em seguida, no dia dois de setembro. Levando-se em conta a data em que o dinheiro foi reservado para a aquisição das vacinas, 22 de fevereiro, a paralisação dos recursos já dura quase oito meses.

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No entanto, ainda de acordo com a Folha, o Ministério da Saúde não respondeu sobre o que pretende fazer com esse montante, destravado de forma emergencial por uma Medida Provisória assinada pelo presidente Jair Bolsonaro em dezembro de 2020, que liberou R$ 20 bilhões para compra de vacinas ao longo de 2021.

Depois de declararem "estado de greve" a partir deste sábado (16), representantes de caminhoneiros afirmam que uma eventual paralisação ocorrerá "principalmente" em Santos. "Se não houver resposta concreta (do governo) em cima dos direitos dos caminhoneiros autônomos, no dia 1º de novembro o Brasil todo (ficará) parado, principalmente Santos", disse o presidente do Sindicato dos Transportadores Rodoviários Autônomos de Bens da Baixada Santista e Vale do Ribeira (Sindicam), Luciano Santos, em pronunciamento no encerramento de encontro nacional da categoria, conforme vídeo enviado ao Broadcast Agro.

No fim de julho, transportadores da região interromperam as atividades durante um dia, sem impactos à operação do Porto de Santos.

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De acordo com representantes dos transportadores rodoviários, a categoria vai iniciar paralisação nacional em 1º de novembro, caso o governo federal não atenda às reivindicações do setor em 15 dias, contabilizados a partir de ontem. "Tem de haver resposta concreta para o caminhoneiro. A resposta está na mão do governo", disse o presidente do Sindicam no vídeo. A decisão foi tomada ontem durante assembleia no 2º Encontro Nacional dos Caminhoneiros Autônomos e Celetistas, realizado no Rio de Janeiro.

"Estado de greve significa dizer para o governo Bolsonaro que o prazo de três anos que ele teve para desenvolver e melhorar a vida do transportador autônomo não foi cumprido. Ainda serão dados mais 15 dias para que a pauta de reivindicações seja aplicada para os caminhoneiros", afirmou também em discurso no evento o diretor da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Transportes e Logística (CNTTL), Carlos Alberto Litti Dahmer.

No pronunciamento, Litti disse que a pauta da categoria já é de conhecimento "há muito tempo" do ministro de Infraestrutura, Tarcísio de Freitas, e do governo Bolsonaro. "A categoria passa por momento de dificuldade nunca visto como em três anos de desgoverno Bolsonaro. É esse chamamento que tem respaldo de 1 milhão de trabalhadores e da sociedade que virá conosco", afirmou Litti.

O encontro foi organizado pela Associação Brasileira dos Condutores de Veículos Automotores (Abrava), pelo Conselho Nacional do Transporte Rodoviário de Cargas (CNTRC) e pela CNTTL. Segundo as lideranças, o encontrou contou com a presença de sindicatos, cooperativas e federações de todo o País.

A discussão de uma possível paralisação não estava na pauta do encontro. Documento a qual o Broadcast Agro obteve acesso afirmava que o mote do evento era "em prol da unificação da categoria, e em busca de melhorias para o setor de transporte de cargas e logística brasileiro".

Caso ocorra a paralisação em 1º de novembro, será o primeiro movimento em conjunto destas entidades desde a greve de maio de 2018. Desde outubro daquele ano, a categoria é considerada base eleitoral do governo Bolsonaro. Com o exercício do governo, contudo, caminhoneiros passaram a não demonstrar consenso sobre os rumos do movimento e quanto à pauta da categoria. O crescente descontentamento com as promessas não cumpridas pelo presidente Jair Bolsonaro e com as altas recentes do preço do óleo diesel se tornou unanimidade entre as principais lideranças nos últimos meses.

A Caixa Econômica Federal lançou nesta segunda-feira (27) o programa Crédito Caixa Tem, que vai oferecer empréstimos de R$ 300 a R$ 1 mil, direto pelo aplicativo de celular Caixa Tem. A taxa de juros é de 3,99% ao mês, com pagamento em até 24 vezes.

Para quem já possui a conta Poupança Social Digital no Caixa Tem, a atualização cadastral e a solicitação do crédito estarão disponíveis de forma escalonada, conforme o mês de aniversário. A avaliação do cadastro é concluída em até dez dias, para liberação dos recursos.

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Para os nascidos em janeiro e fevereiro, a opção já está disponível a partir desta segunda-feira, seguindo até 27 de dezembro, com os nascidos em novembro e dezembro.

A criação das contas digitais e o aplicativo Caixa Tem foram a solução encontrada pela Caixa para o pagamento do auxílio emergencial a pessoas vulneráveis durante a pandemia de covid-19. A atualização cadastral é necessária para dar à Caixa as informações necessárias para a avaliação de risco de crédito do cliente, uma vez que a Poupança Social Digital foi aberta sem todos os dados.

Dessa forma, após a complementação do cadastro, a Poupança Social Digital, que viabiliza o crédito de benefícios sociais, será convertida em Poupança Digital, com a oferta de produtos e serviços bancários disponíveis em contas poupança tradicionais.

A abertura de conta pelo aplicativo Caixa Tem para novos usuários será possível a partir do dia 8 de novembro, também de acordo com o mês de nascimento.

cerimônia de lançamento do programa ocorreu no Palácio do Planalto, com a presença do presidente Jair Bolsonaro e diversos ministros, que celebraram também os mil dias de governo. Diagnosticado com Covid-19, o presidente da Caixa, Pedro Guimarães, participou por vídeo.

“O que estamos fazendo nessa fase é ajudar as pessoas que estavam recebendo o auxílio emergencial e outras também, a grande maioria [trabalhador] informal, que quando vão tomar um crédito elas pegam [com juros] a partir de 15% ao mês, fora do sistema financeiro”, disse Guimarães. O objetivo é atender ao público que não consegue dar garantias para acesso a empréstimos nos bancos tradicionais.

De acordo com Guimarães, a Caixa poderá ainda aumentar o valor desse crédito e reduzir os juros a partir da capacidade de pagamento dos clientes. Para ele, a medida também deve estimular a concessão de empréstimos mais baratos em outras instituições

As informações sobre o aplicativo e o Crédito Caixa Tem podem ser conferidas na internet.

Duas linhas de crédito estarão disponíveis para os clientes, que se diferenciam quanto à destinação dos recursos. Mas, para ambas as linhas, o valor de contratação é de R$ 300 a R$ 1 mil, a taxa de juros é de 3,99% ao mês, com pagamento em até 24 vezes.

O Crédito Caixa Tem Pessoal é o empréstimo com destinação livre para o que o cliente necessitar, inclusive para utilizar em despesas pessoais, como pagamentos de dívidas. Já o Crédito Caixa Tem para o Seu Negócio deve ser utilizado para despesas com as empresas, como pagamento de fornecedores, contas de água, de luz, de internet, aluguel, compra de matérias-primas ou mercadorias para revenda, entre outras.

O cliente deve atualizar gratuitamente o Caixa Tem nas lojas de aplicativos Google Play ou Apple Store. Em seguida, acessar o Caixa Tem e selecionar a opção “Atualize seu cadastro”, no menu. O passo a passo da atualização prevê a digitalização de documento de identidade e uma foto “selfie” do usuário.

Após a atualização do cadastro, a conta passa de Poupança Social Digital para Poupança Digital+, e ao clicar na opção ‘Crédito Caixa Tem’ será apresentada a opção para solicitação de empréstimo, a simulação para que o cliente indique o valor e a quantidade de parcelas a serem pagas, com avaliação automática para verificação se o cliente possui limite a ser disponibilizado, conforme solicitado.

O empréstimo é creditado exclusivamente na Poupança Digital+ após a contratação. As parcelas serão debitadas mensalmente da mesma conta do cliente.

Caixa Tem

As contas digitais do Caixa Tem são isentas de tarifa mensal de manutenção e oferecem serviços básicos gratuitos, como até dois saques por mês em terminal de autoatendimento e unidades lotéricas, até três transferências por mês para contas de depósitos de outros bancos e transferências ilimitadas para contas da Caixa.

Com o aplicativo, o cliente pode pagar contas de água, luz, telefone, gás e boletos em geral pelo próprio aplicativo ou nas lotéricas, fazer compras pela internet e pelas maquininhas em diversos estabelecimentos comerciais, com o cartão de débito virtual e QR Code. Também é possível fazer recarga de celular, contratar seguros e consultar benefícios sociais.

A popularidade do governo Jair Bolsonaro apresentou piora nesta semana. De acordo com pesquisa do banco ModalMais em parceria com a AP Exata, adiantada ao Broadcast Político, o porcentual de pessoas que avaliam a gestão federal como ruim ou péssima subiu de 50,3% para 50,6% nos últimos sete dias, enquanto aqueles que veem o governo como bom ou ótimo cederam de 28,2% para 27,5%. A avaliação regular, por sua vez, oscilou de 21,5% para 21,9% no mesmo intervalo.

7 de setembro

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Segundo a pesquisa, os protestos pró-Bolsonaro convocados para o dia da independência têm encontrado dificuldades de angariar apoio fora da bolha governista. "As manifestações sobre ruptura democrática têm sido periféricas, o que demonstra que o movimento não é golpista", defendem os institutos, que identificaram aumento de 142% nas menções aos evangélicos quando o assunto são as manifestações de 7 de setembro.

Legislativo

O levantamento ainda traz que as resistências no Senado a projetos endossados na Câmara expõem "uma dissonância" entre os presidentes das Casas, Rodrigo Pacheco (DEM-MG) e Arthur Lira (PP-AL). "A semana termina revelando que a articulação política do governo está se deteriorando", afirma o relatório.

Nesta semana, o Senado rejeitou a Medida Provisória (MP) da minirreforma trabalhista, endossada pela Câmara. Além disso, nos bastidores, senadores mostram resistência à reforma do imposto de renda, também aprovada pelos deputados.

O senador Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE) destacou o aumento de 24% no número de habitações do programa Casa Verde e Amarela contratadas na região Nordeste em 2020. A alta, segundo ele, decorre das condições favoráveis oferecidas pelo programa para as populações do Norte e do Nordeste.

Nestas regiões, de acordo com o Ministério do Desenvolvimento Regional, a renda exigida para o Grupo 1 passou de R$ 2 mil para R$ 2,6 mil, permitindo que mais famílias sejam contempladas com financiamentos a juros reduzidos. Além disso, o programa elevou o limite do valor do imóvel a ser financiado e baixou ainda mais as taxas de juros.

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“O resultado é um aumento de 24% no número de habitações contratadas na região Nordeste em 2020”, disse FBC em discurso no plenário do Senado. “Nesse sentido, o Nordeste é a segunda região mais contemplada com entregas no governo do presidente Bolsonaro. Foram 213 mil moradias entregues para a população desde 2019. Somente em Pernambuco, foram mais de 42 mil unidades habitacionais”, acrescentou.

O senador afirmou ainda que o governo do presidente Bolsonaro ultrapassou a marca de 1 milhão de moradias entregues desde 2019. “Alcançamos esse número com a retomada de obras e, sobretudo, com os aperfeiçoamentos da política de habitação do Governo Federal através do Programa Casa Verde e Amarela”, explicou. “Ao todo, o Governo já investiu mais de R$ 127 bilhões na construção de moradias entre janeiro de 2019 e junho de 2021. Além de oferecer segurança e dignidade para as famílias, esses recursos foram responsáveis, direta ou indiretamente, pela geração de 6 milhões de empregos.”

FGTS – No plenário, Fernando Bezerra Coelho também ressaltou a distribuição de aproximadamente R$ 8 bilhões do lucro do FGTS aos trabalhadores. O montante, que equivale a 96% do lucro líquido obtido pelo Fundo em 2020, vai beneficiar 88 milhões de trabalhadores com o crédito a ser depositado pela Caixa Econômica até o dia 31 de agosto. Com a distribuição dos lucros, o FGTS acumula rendimento de 4,92% no ano passado, portanto, acima da inflação medida pelo IPCA no período.

“Essa iniciativa demonstra a seriedade e a qualidade da atual gestão do Fundo e não oferece nenhum prejuízo aos programas financiados com os recursos do FGTS nas áreas de habitação, saneamento e infraestrutura”, comentou o senador.

*Da assessoria de imprensa

Os servidores públicos de Pernambuco irão aderir à greve nacional, com protestos na maioria das capitais brasileiras nesta quarta-feira (18). A mobilização se posiciona contra a reforma administrativa do governo de Jair Bolsonaro (sem partido) e argumenta inadequação das propostas federais diante da crise econômica trazida pela pandemia da Covid-19. No Recife, os colaboradores se concentrarão no Parque Treze de Maio, às 15h, com intermediação do Sindicato dos Servidores Públicos Federais do Estado de Pernambuco (Sindsep-PE). Pela manhã, será realizada uma ação solidária com distribuição de cestas básicas em comunidades carentes da região.

“A sociedade precisa saber que a reforma administrativa do governo Bolsonaro vai acabar com os serviços públicos e prejudicar principalmente quem mais necessita. E para chamar a atenção à crise socioeconômica que o país enfrenta, vamos continuar com nossas ações solidárias”, explica o coordenador geral do Sindsep-PE, José Carlos de Oliveira.

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As cestas básicas serão compostas, em sua maioria, por produtos oriundos da reforma agrária, em uma parceria que o sindicato propôs ao Armazém do Campo do Movimento dos Trabalhadores sem Terra (MST).

No ato público da tarde, os manifestantes seguirão em caminhada até o prédio central dos Correios, na avenida Guararapes, em protesto contra a privatização da empresa pública. Os organizadores do evento alertam para a necessidade do uso de máscaras, mas irão disponibilizar álcool em gel e organizar as filas respeitando o distanciamento social.

A pauta da reforma administrativa tramita atualmente na Câmara dos Deputados como Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 32/2020 e pode ser votada até o final deste mês na comissão especial que discute o tema.

O ex-presidente da Câmara dos Deputados Rodrigo Maia (sem partido-RJ) é o novo vice-líder da Oposição na Casa ao lado de outros oito parlamentares: Tadeu Alencar (PSB-PE), Perpétua Almeida (PCdoB-AC), Fernanda Melchionna (PSOL-RS), Jorge Solla (PT-BA), Leônidas Cristino (PDT-CE), Enio Verri (PT-PR), Paulo Teixeira (PT-SP) e Chico D'Angelo (PDT-RJ).

Maia presidiu a Câmara de 2016 a 2019, quando foi sucedido pelo deputado Arthur Lira (PP-AL).

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Desde março, o líder da Oposição é o deputado Alessandro Molon (PSB-RJ).

*Da Agência Câmara de Notícias

Uma medida provisória com a reestruturação dos programas sociais do governo, que devem ser unificados num único programa, será publicada no início de agosto, afirmou nesta quarta-feira (28) o ministro da Cidadania, João Roma.

Mesmo com a publicação da reformulação, contudo, um valor médio para os pagamentos do novo programa de transferência de renda do governo ainda não foi definido.

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“A questão do ticket médio e do valor desse programa será eventualmente tratado com a área econômica mais à frente”, disse João Roma. “Pretendemos que esse valor seja o máximo possível”, acrescentou.

Nesse primeiro momento, devem ser promovidas mudanças operacionais para o funcionamento do novo programa. “Existe toda uma operacionalização que precisa ser feita, fazer ajustes com Dataprev, com a Caixa Econômica Federal”, disse o ministro.

Roma já havia dito, no início do mês, que os primeiros pagamentos do novo programa de transferência de renda devem ocorrer em novembro, após o fim do auxílio emergencial.

O novo programa deve englobar, além do Bolsa Família, o programa nacional de aquisição de alimentos e iniciativas de capacitação e microcrédito, disse Roma, após ser questionado por jornalistas sobre quais programas seriam unificados. “Será um programa único”, afirmou o ministro.

As declarações foram dadas após reunião de Roma com o ministro da Economia, Paulo Guedes, que disse que o novo programa será custeado com recursos já disponíveis no Orçamento.

“Os programas sociais estão sendo feitos dentro da responsabilidade fiscal, com respeito ao teto”, disse Guedes. Ele afirmou que a reforma tributária proposta pelo governo também deve promover distribuição de renda, ao cobrar imposto sobre os dividendos das empresas.

A reforma do Imposto de Renda proposta pelo governo prevê o pagamento de 20% sobre o valor distribuído por empresas aos acionistas. Nesta quarta-feira (28), Guedes afirmou, contudo, que as empresas que aderiram ao Simples devem ficar de fora da regra. 

Além de abordar a política local, durante visita aos gabinetes municipais da Região Metropolitana do Recife, o senador Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE) também compartilhou suas perspectivas sobre tópicos quentes da política nacional, como a reforma ministerial do governo Bolsonaro e a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid. Para FBC, a reforma, que começou tímida nesta segunda-feira (26), será positiva para a gestão e fará desenrolar entraves econômicos. Sobre a CPI, voltou a afirmar o que já manifestou durante as sessões, como líder governista, de que acredita que os esforços da oposição serão em vão.

“A CPI já se transformou em um instrumento de desgaste do governo porque ela não está cumprindo com suas finalidades, que seriam aperfeiçoar a legislação sanitária brasileira. Ela é um instrumento da oposição para desgastar o governo e um imenso palanque eleitoral. Eu acho que ela caminha para o seu fim, pois as tentativas de criminalizar as ações do Governo Federal não devem prosperar”, criticou o senador durante entrevista ao LeiaJá.

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Ainda no tópico, voltou a questionar o desvio de foco quanto aos objetivos da comissão, que passou de reguladora a um instrumento do que se entenderia como politicagem. “É importante que todos saibam que o objeto final de uma CPI é encaminhar o relatório para apreciação do Ministério Público Federal. O MPF e a Polícia Federal já procedem diversas investigações, portanto existe quase que um trabalho paralelo, que a oposição mantém vivo nos trabalhos da CPI com o objetivo único de gastar o governo”, prosseguiu.

Ao ser perguntado sobre as expectativas para o clima da Casa, que volta aos trabalhos na próxima semana, após o recesso, o parlamentar diz que há uma pauta longa e ainda carente de avaliação, mas que matérias econômicas e a reforma política eleitoral devem ser prioridade, sobretudo a reforma, nestas primeiras quatro semanas.

“O Senado tem uma pauta grande sobretudo na área econômica. Nós queremos votar matérias importantes como a lei de cabotagem (a “BR do mar”) e o marco ferroviário. São matérias que podem destravar importantes investimentos na infraestrutura brasileira. Por outro lado, nós estaremos nos próximos trinta dias debruçados sobre a reforma política eleitoral, isso é que vai dominar as impressões dos senadores e deputados federais”, elucidou.

As declarações foram feitas durante giro político em Pernambuco, iniciado nesta segunda-feira (26), com o objetivo de estreitar laços entre a oposição local ao PSB e dialogar caminhos para 2022. Durante o último encontro do dia, no Centro Administrativo da Prefeitura de Jaboatão dos Guararapes, Fernando Bezerra Coelho negou o interesse em se desligar do MDB, mesmo após a sigla ter declarado continuidade do apoio à Frente Popular de Pernambuco, encabeçada pelo partido rival e que conflita com a suposta pré-candidatura do prefeito Miguel Coelho (MDB-PE), filho de FBC, ao governo do estado.

A visita à região metropolitana rendeu encontros com os prefeitos das cidades de Olinda, Lupércio (Solidariedade); Ipojuca, Célia Sales (PTB); Cabo de Santo Agostinho, Keko do Armazém (PL); e Jaboatão dos Guararapes, Anderson Ferreira (PL). Em todas elas, Fernando esteve acompanhado dos três filhos e políticos, Miguel Coelho, o deputado federal Fernando Filho (DEM) e o deputado estadual Antônio Coelho (DEM).

O governo Jair Bolsonaro (sem partido) vai pagar US$ 2 a mais que governos estaduais por cada dose adquirida da vacina Sputnik. Esse encarecimento acontece porque o Planalto escolheu a União Química para ser a intermediária do negócio.

A informação foi divulfada pelo The Intercept Brasil. Segundo o site, a farmacêutica, que tem sede no Distrito Federal, pertence a um empresário que fez doações ao PSD, tem um ex-deputado do Centrão como diretor e conta com o lobby do deputado Ricardo Barros (PP), líder de Bolsonaro na Câmara.

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Foram 10 milhões de doses contratadas pelo Ministério da Saúde, cada uma custando US$ 11,95. Os governos estaduais, que fizeram o contato diretamente com a empresa russa responsável pela vacina, devem pagar US$ 9,95. 

O The Intercept afirma que o contrato, que deve custar R$ 693,6 milhões ao governo, foi assinado entre o então diretor de logística do Ministério da Saúde, Roberto Dias, e a União Química no dia 12 de março - Eduardo Pazuello ainda chefiava a pasta.

Além disso, Bolsonaro sancionou uma lei no dia 10 de março, dois dias antes do contrato, permitindo a importação direta de vacinas contra a Covid-19, o que possibilitou que governos estaduais pudessem fazer acordos diretos pela vacina com a Rússia.

Isolado no governo Jair Bolsonaro, o vice-presidente da República, Hamilton Mourão, afirma que não sabe o que se discute no Planalto. "É muito chato o presidente fazer uma reunião com os ministros e deixar seu vice-presidente de fora", diz, em tom de desabafo. Em entrevista ao Estadão, ele avalia que isso não é bom para a sociedade. "Eventualmente, eu tenho que substituir o presidente e, se não sei o que está acontecendo, como vou substituir? Não há condições."

Durante a conversa, realizada por videoconferência por medidas de isolamento social na pandemia, o vice revelou um exemplo concreto de sua exclusão no governo: ele se ofereceu para chefiar a delegação brasileira nas cúpulas do Clima e da Biodiversidade da ONU, neste ano, mas ficou sem resposta até agora.

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Medindo as palavras, Mourão ressaltou que o governo não pode se comportar como "anjo" no relacionamento com o Congresso e reconheceu que o presidente chamou o Centrão para "operar" politicamente. Ele disse que o "orçamento secreto", esquema montado pelo presidente em troca de apoio político, é um dos frutos dessa aliança e precisa ser "reorganizado". A seguir, os principais trechos da entrevista:

• Passados dois anos da eleição, o projeto vitorioso nas urnas, do qual o senhor participou, foi desvirtuado?

Acho que tem se tentado levar avante aquilo que foi prometido na campanha eleitoral. Agora, com as dificuldades, limitações. Às vezes de nossa própria parte, né? Não é simples, porque grande parte das maiores promessas, vamos falar assim, principalmente aquelas ligadas às reformas estruturais do País, tem obrigatoriamente de passar por dentro do Congresso. É uma negociação difícil, não é simples.

• A população acabou escolhendo o presidente em um contraponto com o que o País viveu com o PT. Seria um governo que não faria o toma lá dá cá com o Congresso e enfrentaria a corrupção. Nesse sentido, como o senhor vê essa relação que foi estabelecida com o Legislativo?

Em relação ao relacionamento com o Congresso, a gente não pode ser anjo. A realidade é que se você quer ter um governo estável no Brasil, tem de fazer composição. No primeiro momento, o presidente decidiu não fazer dessa forma, usou aquelas bancadas temáticas, que cada uma tem "n" partidos e, no fim das contas, termina por não haver ação conjunta. E, num segundo momento, definiu que tinha de chamar os partidos do Centrão para operar junto com a gente. E, é óbvio, cedeu ministérios. Felizmente, não temos escândalos de corrupção nos ministérios.

• Tem um ministro investigado pela Polícia Federal

(Ricardo Salles, do Meio Ambiente). Pode ser um desvio de conduta da ação dele como ministro, mas não especificamente de uso de recurso público como houve em outras ocasiões, sem querer defender ninguém.

• O ‘Estadão’ tem revelado a série de reportagens do "orçamento secreto", um esquema de cooptação do Congresso. Incomoda o senhor esse distanciamento entre o que foi prometido com o que foi feito?

O que se viu foram as emendas individuais, de bancada, e agora surgiu essa de relator, praticamente tirando recursos do governo e colocando na mão do Congresso. Ficou complicado. Teve que haver negociação, se não perderíamos o controle sobre o Orçamento. Isso é um assunto que ainda vai ter de ser devidamente reorganizado, se não os governos ficarão totalmente à mercê dessa situação que está sendo vivida.

• O senhor já disse que sente falta de participar mais do governo. Esse distanciamento tem se tornado nítido com o presidente, embora o senhor sempre se diga leal. O presidente e seu entorno, seus filhos, têm sido desleais ao alijá-lo?

É muito chato o presidente fazer uma reunião com os ministros e deixar seu vice-presidente de fora. É um sinal muito ruim para a sociedade como um todo. Eu, como vice-presidente, fico sem conhecer, sem saber o que está sendo discutido. Isso não é bom, não faz bem. Eventualmente, eu tenho que substituir o presidente e, se não sei o que está acontecendo, como vou substituir? Não há condições. Eu tenho um relacionamento muito bom com o senador Flávio e não vejo problema com os demais. Também já deixei claro que eu tenho uma visão de mundo e ele (Bolsonaro) tem outra. Isso é uma realidade.

• Com que condições o Brasil poderá pleitear dinheiro aos americanos e europeus nas cúpulas climáticas na Escócia e na China, sob a liderança do ministro Ricardo Salles, investigado duplamente, suspeito de envolvimento com madeira ilegal? É possível que a participação do Brasil não seja um vexame?

Na nossa delegação, temos a turma das Relações Exteriores e a turma técnica do Meio Ambiente. Teria de ter uma terceira pessoa que coordenasse isso e fosse o árbitro de nossos interlocutores. Procurei me apresentar para isso. Por enquanto, ainda não recebi essa tarefa. Vamos aguardar. Defendo que nossa delegação chegue com posição firme, com medidas reais tomadas no intuito de mostrar nossa contribuição para redução da mudança climática. Nossas medidas estão intimamente ligadas à contenção do desmatamento ilegal, então temos de apresentar resultados nisso. Não posso ter na Amazônia só 40 agentes do Ibama. Tenho de ter 500. Tem de abrir concurso e botar os agentes para trabalhar, estabelecidos em bases com barco, com helicóptero, com capacidade de cumprir sua tarefa. Se não fizermos isso, não iremos avante.

• Já convenceu o presidente e o ministro da Economia, Paulo Guedes, dessa necessidade?

Eu sempre falo que a gente tem de estar baseado em um tripé: clareza, determinação e paciência.

• "Como vice-presidente, fico sem saber o que está sendo discutido. Isso não é bom. Eventualmente, tenho de substituir o presidente e, se não sei o que está acontecendo, como vou substituir? Não há condições."

Estou exercendo a determinação e paciência agora.

• Pelo que a CPI tem revelado, até que ponto o Brasil foi de fato prejudicado na obtenção de vacinas, e insumos em geral, por figuras do governo terem torpedeado a China?

Não vejo que tenha havido prejuízo ao Brasil. A China tem de distribuir insumo para muita gente, já vacinou em torno de 900 milhões de pessoas, em torno de 60% da população chinesa, e tem distribuído insumos a seu entorno estratégico. Não é simples.

• O Brasil vai considerar, como a OTAN, que a China ameaça a segurança do Ocidente?

No nosso caso, não vemos isso. Essa disputa por espaço é não só pela economia mundial, mas na questão militar.

• O que o senhor pensa sobre a PEC que limita a participação de militares da ativa em cargos comissionados no governo?

Já existe essa limitação. Eu não vejo que seja necessário um outro tipo de legislação.

• Iniciativas como essa acabam externando uma preocupação dos civis com a entrada de militares na política?

Quando você coloca um general, um almirante ou um brigadeiro como ministro, ele já atingiu o topo da carreira. Não é mais o caso de pensar em voltar para sua Força, caso ele tenha de abandonar o ministério ou o presidente resolva trocálo no meio do caminho. Você, ao ocupar um cargo de ministro, sempre estará participando de atos políticos.

• Até onde o senhor acha que as Forças Armadas vão ceder para não incomodar o presidente?

Eu não vejo uma questão de ceder para não incomodar. No caso específico do Pazuello (exministro da Saúde) houve uma transgressão, mas sem gravidade. O comandante do Exército optou por lhe dar apenas uma bronca em privado.

• O senhor enxerga um divisor de águas nesse caso?

Acendeu uma luz amarela nas Forças. Os próprios comandantes entendem que eles têm de abrir os braços, estabelecer uma barreira e dizer: "Olha, é daqui para trás. Daqui para a frente ninguém pode ultrapassar".

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo

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