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A indicação do desembargador Kassio Marques para ocupar uma vaga no Supremo Tribunal Federal (STF) fez aumentar o número de antigos bolsonaristas que partiram para o confronto aberto com Jair Bolsonaro, acusando o presidente de "traição" aos compromissos assumidos na campanha de 2018. O anúncio para a Corte provocou fortes críticas e uma onda de descontentamento, com ameaças de debandada e pressão para que Bolsonaro mude o nome do indicado.

O grupo dos desiludidos, já integrado por ex-ministros, como Sérgio Moro - que no passado chegou a ser cotado para uma vaga no STF -, tem aumentado. Os ataques vêm agora de todos os lados, principalmente da ala "raiz" do bolsonarismo, e a hasthag #BolsonaroTraidor desponta com força nas redes sociais.

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Empresários, militares, evangélicos e ativistas ideológicos apontaram a escolha de Marques como "grave erro" e uma oportunidade perdida de nomear um "conservador" para a cadeira do ministro do STF Celso de Mello, que se aposentará no próximo dia 13. Nesta segunda, 5, Bolsonaro comparou a escolha do ministro à escalação da seleção brasileira. O encontro de Bolsonaro na casa do ministro do STF Dias Toffolli, no sábado, com a presença de Marques e do presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), agravou a situação.

O movimento Vem Pra Rua, que liderou manifestações pelo impeachment da então presidente Dilma Rousseff (PT), passou a criticar o presidente. "Na campanha, Bolsonaro prometeu enfrentar o sistema. No poder, Bolsonaro negociou a indicação de Kassio Nunes com Gilmar, Toffoli e Davi Alcolumbre. Existe traição maior que essa?", perguntou o Vem Pra Rua em post publicado nas redes, também citando o ministro do STF Gilmar Mendes.

O movimento começou a entoar a palavra de ordem "Fora, Bolsonaro" e está sugerindo protestos em todo o País, no próximo dia 25. "Falando sério. Precisamos pensar numa forma de acolher quem desembarca dessa canoa furada do bolsonarismo", disse outra mensagem do Vem pra Rua.

No Congresso, deputados como Joice Hasselmann - que foi líder do governo no Congresso e hoje é candidata do PSL à Prefeitura de São Paulo -, Alexandre Frota (atualmente no PSDB) e o senador Major Olímpio (PSL-SP) fazem parte do time dos desiludidos com Bolsonaro. Ex-juiz da Lava Jato, Moro virou inimigo.

Bolsonaristas ligados ao mercado também deram sinais de desembarque. O tom mais forte veio de um dos responsáveis por apresentar ao presidente o ministro da Economia, Paulo Guedes, até pouco tempo atrás um dos pilares do governo. "Hora de desembarcar. Acabou. Um erro dessa envergadura não se faz por acaso", reagiu Winston Ling, empresário e investidor sino-brasileiro, partidário da causa conservadora e do liberalismo.

Sabatina

Antes de ser nomeado, Kassio Marques ainda precisa passar por uma sabatina no Senado. Ontem mesmo, ele começou a pedir apoio em visita ao Congresso. Ao mesmo tempo, aliados de Bolsonaro cobram que ele recue da decisão. "A escolha do novo integrante do STF pelo presidente pode ser revertida se houver pressão da base ativista conservadora. Bora pressionar?", postou Ling no Twitter.

Porta-voz do grupo "300 do Brasil", a ativista de extrema-direita Sara Giromini, que chegou a ser presa em junho, acusada de organizar atos antidemocráticos, usou de ironia para subir o tom contra Bolsonaro.

"Que inveja eu tenho do Toffoli. Ele pelo menos ganhou um abraço do Bolsonaro", disse Sara, em mensagem nas redes. "Não reconheço Bolsonaro. Não sei mais quem ele é", emendou a militante, afirmando ter sofrido pressão do general Augusto Heleno, ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), para não atacar o Supremo nem o Congresso. O general admitiu ter pedido ao grupo para moderar suas posições, mas disse não ter havido "qualquer tipo de discórdia, reprimenda ou ameaça".

Bolsonaro também se queixou ontem de uma "autoridade" do Rio, por quem "prezava muito", que protestou contra a indicação de Marques. "Estou chateado, sim. O pessoal que me apoia virando as costas, (dizem que) não votam mais", admitiu Bolsonaro. "Essa autoridade do Rio de Janeiro queria que indicasse o dele. Fez vários vídeos, uma autoridade que diz que tem Deus no coração."

O recado era endereçado ao pastor Silas Malafaia, da Assembleia de Deus Vitória em Cristo, que criticou a indicação de Marques para o STF.

"Sou aliado, mas não sou vaquinha de presépio", disse Malafaia ao Estadão. Horas depois, o pastor divulgou um vídeo contando que levou a Bolsonaro uma lista com três nomes aprovados pela frente parlamentar evangélica: Jackson Di Domenico, José Eduardo Sabo Paes e William Douglas. "Como eu queria impor alguém meu? Isso é querer desviar o foco", disse Malafaia, irritado.

Até mesmo o bolsonarista Allan dos Santos, do programa Terça Livre, criticou a escolha do presidente. "Há uma enorme diferença entre bajular e compreender as circunstâncias, entre confiar e aceitar calado decisões ruins. Não trate como seita quem acreditou em você como um ser humano, Jair Bolsonaro. Explique sem exigir fé. Exija a razão e seus eleitores decidem", afirmou.

Presidente defende encontros com Maia e Toffoli

O presidente Jair Bolsonaro defendeu ontem seus encontros com autoridades do Legislativo e do Judiciário criticadas por parte dos seus apoiadores. No sábado, ele se reuniu com o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Toffoli, e o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), o que gerou reclamações nas redes sociais. Ontem, esteve com o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ).

"Com quem eu tomei café agora, alguém sabe? Rodrigo Maia. E daí? Estou errado? Quem é que faz a pauta na Câmara?", disse Bolsonaro a apoiadores, no Palácio da Alvorada, quando um deles questionou se era difícil governar com o STF. "Não entro no detalhe. É um Poder que respeito", afirmou o presidente.

Sobre a indicação de Kassio Marques ao STF, disse que é como escalar a Seleção Brasileira. "Todo mundo tem seu nome, e aquele que não entrou o nome reclama, aí começa a acusar o cara de tudo."

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O presidente Jair Bolsonaro afirmou na noite desta segunda-feira (5) em culto da Assembleia de Deus Ministério do Belém, em São Paulo, que indicará para a próxima vaga no Supremo Tribunal Federal (STF) um pastor evangélico. A promessa se refere ao assento que ficará vago com a aposentadoria compulsória do ministro Marco Aurélio Mello, que em julho do ano que vem completa 75 anos.

"A segunda vaga [...], com toda certeza, mais que um terrivelmente evangélico, se Deus quiser nós teremos lá dentro um pastor", declarou o presidente. Em seguida, convidou os fiéis a imaginarem as sessões "daquele Supremo Tribunal Federal" começarem com uma oração.

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Na quinta-feira (1°)  Bolsonaro oficializou a indicação do desembargador Kassio Nunes Marques, do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1), para a vaga a ser aberta pela aposentadoria do ministro Celso de Mello, prevista para 13 de outubro.

Assim que o nome veio à tona como um "supremável", Bolsonaro começou a sofrer ataques de diversos segmentos da base bolsonarista, que o acusam de traição por indicar à Corte um juiz conhecido por ter bom trânsito com o governador do Piauí, Wellington Dias (PT), e com lideranças do Centrão, como o senador Ciro Nogueira (Progressistas-PI).

"Alguns, um pouco precipitados, achavam que devia ser a primeira vaga, que eu acabei de indicar", comentou o presidente, que tem se mostrado incomodado com os ataques a sua escolha.

Mais cedo, a apoiadores na saída do Palácio da Alvorada, ele afirmou que as indicações ao Supremo são, para muitos, "igual a escalar a seleção brasileira" e que "todo mundo tem seu nome". O chefe do Executivo ressaltou que o desembargador é "católico e tem certa vivência na área militar" e rebateu também críticas sobre o desembargador ter tido ligações com o Partido dos Trabalhadores no passado.

Antes de fazer a promessa sobre indicar um pastor evangélico ao Supremo, Bolsonaro se dirigiu ao ministro da Educação, Milton Ribeiro, também presente na celebração, e perguntou: "Quem diria que teríamos um pastor à frente da educação do Brasil?"

O culto desta segunda foi uma homenagem pelo aniversário de 86 anos do pastor José Wellington Bezerra da Costa, presidente da Assembleia de Deus Ministério do Belém. Além de Ribeiro, estão presentes autoridades como a ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, Damares Alves, o prefeito de São Paulo, Bruno Covas (PSDB), e o ex-ministro Gilberto Kassab (PSD).

A participação de Bolsonaro no culto ocorreu poucas horas depois de o presidente declarar publicamente seu apoio à candidatura do deputado federal Celso Russomanno (Republicanos-SP) na disputa pela Prefeitura da capital paulista.

Foto: Marcos Corrêa/PR

Embora a flexibilização de alguns segmentos da economia em meio à crise do coronavírus tenha trazido esperança para a conquista de novas oportunidades de negócios, a taxa de desemprego voltou a ter elevação no Brasil. Dados do Instituto Brasileiros de Geografia e Estatística (IBGE) divulgados na última sexta-feira (2), mostram que, até a segunda semana do último mês de setembro, os desempregados representavam 14,1% da população.

A situação fica ainda mais complicada para as mulheres durante a pandemia. Segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), no último mês de julho 6,2 mil pessoas do sexo feminino ficaram sem emprego em São Paulo. É o exemplo da monitora de teleatendimento Bruna Santos, 36 anos, sem trabalho há pouco mais de 15 dias. "Estou procurando oportunidade de trabalho dentro das minhas qualificações e infelizmente, dentro do segmento do call center, o trabalhador se desvalorizou nesses últimos meses. Praticamente todas as empresas que tenho visto padronizaram benefícios e o valor do salário mínimo", conta.

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 A monitora de teleatendimento Bruna Santos | Foto: Arquivo Pessoal

Segundo Bruna, os problemas para a conquista da oportunidade vão além dos ganhos de pouco mais de R$ 1.045 mensais. Para ela, muitas firmas ainda vêem as mães de família como um problema. "Mulheres com filho tem mais dificuldade de se recolocar no mercado. A empresa prefere oferecer a vaga a pessoas que não são 'risco' por terem que cuidar da criança", considera.

A profissional afirma que, por enquanto, consegue manter uma renda por estar munida dos recursos indenizatórios, mas está preocupada com o cenário. "Além da monitoria, tenho experiência como atendente e back office [suporte de cobrança], e o mercado está oferecendo o mesmo salário do operador de telemarketing. Muitas pessoas aceitam por experiência e para não ficar desempregado. Vai ser bem difícil me realocar de uma maneira justa", observa.

Desalento e esperança nos concursos

A auxiliar administrativa Fabiana da Glória, 41 anos, está entre os trabalhadores desalentados. O termo é utilizado pelo IBGE para contabilizar pessoas que deixaram de procurar emprego. Ela conta que há cinco anos saiu do grupo educacional em que trabalhava, procurou emprego durante um período, mas resolveu estudar para ser servidora pública. "No início procurei por muito tempo, até decidir pelo concurso público. Ser mulher, negra, mãe de filho pequeno é um empecilho e tanto no mercado de trabalho", protesta a trabalhadora, que agradece aos pais pelo apoio e pelo auxílio na criação do menino. "Se não fosse pelos meus pais, teria que jogar meus diplomas no fundo de uma gaveta e trabalhar em qualquer oportunidade que me fosse apresentada. Mas enquanto eu puder vou seguir estudando e aguardando meu nome no Diário Oficial", enfatiza.

 A auxiliar administrativa Fabiana da Glória e o filho Bernardo | Foto: Arquivo Pessoal

Ainda segundo Fabiana, além da estabilidade, a carreira como servidora pública a retira da obrigação de participar de processos que a envolvem em entrevistas como dinâmicas de grupo em que, de acordo com ela, trazia frustração. "Por ser uma pessoa muito retraída, tenho dificuldade de me expressar nas entrevistas, muitas vezes via pessoas representando um papel para conseguir um emprego e isso me frustrava ainda mais", comenta. "Meus dois últimos empregos foram por indicação e acho que se, por algum motivo desistisse do concurso público, só seria recolocada no mercado por indicação novamente", complementa.

Indicações da especialista

Ana Chauvet, especialista em Recursos Humanos, aponta a disparidade existente no mercado de trabalho entre homens e mulheres como um dos fatores responsáveis pelo desequilíbrio histórico de gênero no mercado de trabalho, que segue sendo prejudicial em tempos de crise. "No Brasil, grande parte da população feminina acaba tendo que ser a única provedora da casa e, além disso, administrar o lar e a família em uma jornada tripla. Isso faz com que as profissionais do sexo feminino sejam mais prejudicadas em ocasiões de crise", declara.

Ainda segundo Ana, outro aspecto que precisa ser desconstruído com urgência é o fato das empresas verem o público feminino como custo ou risco."As empresas entendem as mulheres como prejuízo e desconsideram que elas são as grandes responsáveis pelo crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) em todos os países do mundo", ressalta.

De acordo com a especialista, a união entre as próprias mulheres pode fazer a diferença em tempos de crise sanitária e financeira. Há algumas plataformas criativas de busca de emprego em que se viabiliza a solidariedade para divulgar vagas para os mais diferentes perfis femininos. "Tem o 'Mulheres no e-commerce', destinado para as que buscam vagas no mercado eletrônico; 'Garotas no poder', grupo no Facebook de mulheres que buscam por igualdade de gênero no mercado de trabalho; 'Indique uma mina', com o intuito de divulgação de vagas, porém com visibilidade para mulheres trans também; 'Contrate uma mãe', rede de apoio de mulheres que buscam pela realocação, aumentando a autoestima das mães; e a 'She works!', plataforma internacional disponível no Brasil, que conecta empresas com mulheres que buscam trabalhos freelas e/ou home office na área da comunicação", indica Ana.

Enquanto o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), trabalha pela aprovação rápida da indicação do presidente Jair Bolsonaro ao Supremo Tribunal Federal (STF), senadores lavajatistas preparam um "dossiê" para levantar o histórico do desembargador Kassio Nunes Marques, seu posicionamento sobre temas polêmicas e envolvimento com investigados.

Os parlamentares querem saber, por exemplo, se o senador Flávio Bolsonaro, filho mais velho do presidente, pode ser favorecido pelo candidato à ministro no STF. Flávio é investigado pela prática da "rachadinha" no período que foi deputado estadual no Rio de Janeiro.

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O caso é julgado no Tribunal de Justiça fluminense, mas há um recurso do Ministério Público que discute o foro do senador em análise pela Corte. "Tem que ser apurada a sugestão de que há padrinhos, parceiros e amigos que figuram entre os investigados", afirmou o senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE).

O desembargador também deverá ser provocado sobre a possibilidade de reeleição de Alcolumbre e do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ). Uma ação no STF tenta barrar essa possibilidade, hoje vedada pela Constituição. A reunião de apresentação de Kassio Marques na casa do ministro Gilmar Mendes, relator do caso, foi intermediada por Alcolumbre.

"É inegável o notável saber jurídico e a reputação ilibada, mas a forma que a escolha foi feita é já chegar pela porta dos fundos", afirmou o líder do PSL no Senado, Major Olimpio (SP).

A presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado, Simone Tebet (MDB-MS), já avisou que a sabatina de Marques não ocorrerá antes do dia 13 de outubro, quando o ministro Celso de Mello se aposenta. A medida, segundo ela, é uma forma de "respeito" ao decano da Corte. O escolhido ainda precisa ser sabatinado na CCJ e ser aprovado pelos senadores na comissão e depois no plenário.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Sob pressão de aliados descontentes, o presidente Jair Bolsonaro deu sequência às articulações pela aprovação do desembargador federal Kassio Nunes Marques, indicado por ele como ministro do Supremo Tribunal Federal (STF). Bolsonaro rechaçou a insatisfação dos conservadores preteridos pela governabilidade. O presidente voltou a defender ontem o currículo do advogado piauiense, nome celebrado por ícones do Centrão, e alvo de um tiroteio vindo de segmentos evangélicos e olavistas, e que desapontou militares e empresários liberais.

Apesar do desgaste, o Palácio do Planalto busca agora apoio ao indicado no Congresso, enquanto o desembargador deverá iniciar o "beija-mão" dos senadores. Kassio Nunes deve começar a se reunir com alguns senadores em grupo. Uma das articuladoras é Katia Abreu (PP-TO). A primeira ideia é buscar os líderes de bancada e partidos. "Para otimizar a tarefa vamos tentar algumas pequenas reuniões. Muitos querem ajudar. Não sou a única. Ele é carismático", elogiou a senadora, que já esteve com o desembargador, em recepção de Eduardo Braga (MDB-AM), potencial relator do processo de indicação.

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Anteontem, Bolsonaro participou de uma "confraternização" fora da agenda com o escolhido. A noite de pizza e futebol teve a presença do presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), que deve marcar agora a sabatina de Kassio Nunes. A data ainda é incerta, mas deve ser agendada por Alcolumbre tão logo o decano Celso de Mello se despeça do STF, em 13 de outubro.

Alcolumbre deve se reunir com líderes para definir o calendário na próxima terça-feira, 6. Mas o desembargador pode agilizar as conversas de apresentação nos bastidores. Ele tem trânsito no Senado. Sua mulher, Maria do Socorro Marques, foi funcionária de confiança de senadores piauienses do PT e de partidos do Centrão. Na semana passada, passou a assessorar o senador Luiz Carlos Heinze (PP-RS).

O anfitrião do encontro de sábado à noite foi o ministro Dias Toffoli, último presidente do Supremo, e um dos integrantes da Corte mais auscultados por Bolsonaro, ao lado de Gilmar Mendes. A deferência na comunicação prévia à dupla sobre a intenção de indicar Kassio Nunes provocou insatisfação do atual presidente da Corte, ministro Luiz Fux, que ao tomar posse sinalizou um desejo de mais distanciamento político do Planalto. Bolsonaro ignorou o incômodo. O presidente demonstrou compartilhar da intimidade do indicado, com quem já disse "ter tomado muita tubaína", no convescote de sábado à noite.

Presentes ao encontro negaram que tenham tratado de assuntos de trabalho na reunião. Eles assistiram à vitória do Palmeiras sobre o Ceará por 2 a 1, em partida válida pelo Campeonato Brasileiro.

O ex-ministro da Defesa e da Segurança Pública Raul Jungmann foi outro convidado. O quarteto vibrou cada gol do jogo, em um volume que até chamou a atenção dos vizinhos. Houve até gritos de "Fora, Bolsonaro" nas casas do Lago Norte, bairro nobre de Brasília. Bolsonaro deixou a residência após o fim do jogo. E Toffoli subiu o som do ambiente rock n'roll até a despedida de Kassio Nunes, uma hora depois de Bolsonaro.

 

A festividade motivou ainda mais questionamentos por parte dos eleitores. E Bolsonaro tratou de responder diretamente a eles nas redes sociais. "Preciso governar. Converso com todos em Brasília", justificou Bolsonaro, ao ser confrontado com imagens que registraram abraços em Toffoli.

Um dos mais indignados é o pastor Silas Malafaia, da Assembleia de Deus Vitória em Cristo. Ele promete continuar hoje a série de vídeos em campanha contra Kassio Nunes. O pastor cobra que o presidente mostre se o desembargador é "terrivelmente de direita" e o associa ao PT, mesmo tom da ala ideológica e do escritor Olavo de Carvalho. "Lamento muito a escolha errada, por não ser um cara terrivelmente de direita. Sou aliado, mas não sou vaquinha de presépio. Bolsonaro está indignado porque o pau em cima dele está violento nas redes sociais", disse Malafaia ao Estadão, depois de Bolsonaro reclamar da "covardia" do religioso e acusá-lo, sem citar seu nome, de querer emplacar "a qualquer custo" um aliado no STF.

Depois de reconhecer que pode perder votos com as ameaças de desembarque de apoiadores, Bolsonaro saiu em defesa do histórico de Kassio Nunes pela segunda vez desde sua indicação formal. No Facebook, argumentou que o desembargador do Tribunal Regional Federal da 1ª Região não votou contra a deportação do terrorista italiano Cesare Battisti. Um voto dele em recurso do caso tem sido um dos principais pontos usados por militantes de direita.

"O desembargador Kassio participou de julgamento que tratou exclusivamente de matéria processual e não emitiu nenhuma opinião ou voto sobre a extradição. A apelação no TRF1 nunca chegou a ser julgada em razão de decisão posterior do STF. Portanto, é mentira que Kassio Nunes teria votado concordando que Battisti permanecesse no Brasil", enfatizou Bolsonaro, na rede social.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O anúncio oficial feito por Jair Bolsonaro de sua escolha pelo desembargador Kassio Nunes Marques para a vaga no Supremo Tribunal Federal (STF) moveu as bases bolsonaristas no Twitter na manhã desta sexta-feira (2). O movimento Vem Pra Rua, que apoiou Bolsonaro nas eleições em 2018, impulsionou a hashtag #BolsonaroPetista por meio de um vídeo que lamenta a escolha e acusa o mandatário de tomar decisões que lembram os governos do PT. Horas depois da divulgação desse conteúdo, a hashtag alcançou o primeiro lugar entre os assuntos mais comentados no Twitter.

A movimentação contra a escolha por Marques, magistrado indicado por Dilma Rousseff ao Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1), também partiu de políticos da base de apoio do governo. O deputado federal Otoni de Paula (PSC-RJ), que se descreve como "aliado de Bolsonaro" em seu perfil no Twitter, disse que o governo perdeu uma "oportunidade histórica de ter um representante da direita conservadora no STF". Já o deputado Luiz Philippe de Orléans e Bragança (PSL-SP) afirmou que há "poucas chances de criar pilares importantes de mudança e arriscamos apostar em dúvidas".

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Na mesma linha, também se manifestaram contrários à decisão o líder Paulo Ganime (NOVO-RJ) e vice-líder Marcel van Hattem (NOVO-RS), do partido Novo, na Câmara. O deputado federal Sóstenes Cavalcante (DEM-RJ), ligado à igreja evangélica Assembleia de Deus, disse que o presidente desperdiçou metade de suas decisões voltadas ao Judiciário em seu mandato. Em 2021, Bolsonaro terá nova vaga aberta no STF para indicar um novo ministro após a saída de Marco Aurélio Mello.

A frustração do deputado Sóstenes é reverberada por praticamente todas as lideranças evangélicas, que apoiam Bolsonaro. Em 2019, o presidente havia prometido nomear alguém "terrivelmente evangélico" à Suprema Corte, o que não foi concretizado, ao menos nesta primeira indicação de Bolsonaro. Antes mesmo da confirmação de Kassio Marques para a vaga, o líder da igreja Assembleia de Deus Vitória em Cristo, Silas Malafaia, iniciou uma campanha contra a indicação em suas redes sociais.

Ontem, o pastor publicou um vídeo afirmando ser "aliado de Bolsonaro, mas não alienado", e criticou Marques por suas supostas ligações com o Centrão e o governo da petista Dilma Rousseff. Hoje, Malafaia seguiu atacando a escolha de Bolsonaro. "O PT, toda esquerda, o Centrão, os corruptos e todos os que são contra a Lava Jato agradecem a nomeação de Bolsonaro para o STF", publicou o pastor.

Bolsonaro respondeu às críticas de Malafaia na manhã de hoje, em conversa com apoiadores. "Lamento muito que uma autoridade lá do Rio de Janeiro, que eu prezava muito, está me criticando muito, com videozinho me xingando de tudo o que é coisa. Essa infâmia em especial que essa autoridade lá do Rio de Janeiro está fazendo contra o Kassio é uma covardia. Até porque ele está fazendo isso porque queria que eu colocasse um indicado por ele". Malafaia, por sua vez, rebateu alegando que líderes religiosos e a Frente Parlamentar Evangélica da Câmara "jamais pediram alguma nomeação para o STF".

Com a enxurrada de críticas vindas de diferentes setores da base de apoio do governo, aliados mais fiéis a Bolsonaro trataram de defender a nomeação de Kassio Marques. A deputada federal Carla Zambelli (PSL-SP) disse confiar na escolha do presidente, enquanto o parlamentar Daniel Silveira (PSL-RJ) apoia a decisão, apesar de "não ser simpático ao nome do desembargador".

Na manhã de hoje, Bolsonaro defendeu Marques e disse que qualquer "indicado iria apanhar". O presidente disse também, sem citar nomes, que está "chateado" com a perda de apoio de aliados que não gostaram da indicação. "Estou chateado sim com o pessoal que me apoia virando as costas." Bolsonaro já havia respondido a apoiadores que criticaram a nomeação de Marques, em live na noite de ontem (1). "Preferiam o Moro?", questionou o mandatário.

Natural do Piauí, com larga experiência como advogado, Kassio Nunes Marques, de 48 anos, ficou surpreso ao assumir o posto de desembargador do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1), em 2011, por indicação da então presidente Dilma Rousseff. Encontrou um acervo de 22 mil processos em seu novo gabinete, além de um fluxo de cerca de mil novos casos por mês chegando à mesa que ocuparia.

Questionado por uma TV local sobre o que faria com o estoque "tão grande" e como iria diminuir a pilha de casos, o desembargador respondeu, sorrindo, que era necessário "primeiro ter muita fé em Deus", depois, "no trabalho que vou desempenhar".

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Advogados com acesso aos tribunais superiores de Brasília avaliam o desembargador como uma "pessoa muito séria", com atuação "dura" contra poderosos e olhar "sensível" para questões humanitárias. Segundo pessoas que conviveram com o magistrado, Marques tem um perfil centrado, discreto e religioso - ele é católico -, sem ser radical. É considerado no meio jurídico como um juiz "garantista", que costuma privilegiar questões como o amplo direito de defesa ao julgar uma ação.

Uma das decisões que marcaram a carreira de Marques foi a condenação de uma promotora de Brasília pela tentativa de extorsão ao ex-governador do Distrito Federal José Roberto Arruda. O desembargador foi o relator do caso e entendeu que a promotora Deborah Guerner e o marido dela, Jorge Guerner, exigiram R$ 2 milhões de Arruda para não divulgar um vídeo em que ex-chefe do Executivo local aparecia recebendo propina. A gravação deu início à Operação Caixa de Pandora, que resultou na cassação de Arruda.

Em outro caso de repercussão, em 2015, Marques votou contra a deportação do italiano Cesare Battisti, condenado em seu país pela morte de quatro pessoas. Em 2010, o então presidente Luiz Inácio Lula da Silva concedeu asilo político a Battisti, mas uma juíza de primeira instância havia determinado que ele fosse enviado para a França. A decisão, no entanto, foi revogada pelo TRF-1. Battisti só foi deportado no ano passado. O desembargador tem relação com outro integrante do PT. Ele é próximo do governador do Piauí, Wellington Dias, que esteve em sua posse no tribunal.

Na área humanitária, colegas da advocacia citam uma decisão monocrática (individual) do desembargador, em 2018, que liberou a entrada de venezuelanos em Roraima. Desde então, Marques virou um estudioso do fluxo migratório no Brasil. A decisão mais polêmica do magistrado envolveu, ironicamente, o Supremo Tribunal Federal (STF). Em maio de 2019, Marques liberou uma licitação da Corte para a compra de vinhos premiados e lagosta.

Em entrevista ao site jurídico Conjur, em 2018, disse ser "fã do poder de síntese" na hora de proferir votos, uma característica que contrasta com a de Celso de Mello, a quem pode vir a substituir. "Evito o proselitismo jurídico, bem como não sou afeito a produzir decisões judiciais como se fossem artigos científicos", disse ele na ocasião. Na mesma entrevista, também revelou ser mais afeito à telinha do que aos livros em seu tempo livre. "Gosto mais de filmes, é mais acessível: o que mais me distrai na realidade é ficção científica. Quanto mais mentiroso o filme, melhor para mim (risos)."

O presidente Jair Bolsonaro informou a ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) que escolheu o desembargador Kassio Nunes Marques, do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1), para assumir uma cadeira na Corte. A vaga é a do decano Celso de Mello, que vai se aposentar em 13 de outubro. O nome agradou a políticos do Centrão, que querem enfraquecer a Lava Jato, e à ala do Supremo que faz restrições a investigações conduzidas pela força-tarefa.

Bolsonaro comunicou sua decisão durante encontro, anteontem à noite, com os ministros do STF Gilmar Mendes e Dias Toffoli. A reunião ocorreu na casa de Gilmar e foi intermediada pelo presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP) (mais informações nesta página). Na conversa, Bolsonaro defendeu a harmonia entre os Poderes e deu sinais de que deseja se aproximar do STF, com quem teve vários confrontos recentemente. Gilmar e Toffoli integram o grupo da Corte que faz críticas à Lava Jato.

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Embora Kassio tenha bom relacionamento com políticos e magistrados, o presidente da Corte, Luiz Fux, reagiu com contrariedade à indicação do ex-vice-presidente do TRF-1. A irritação de Fux, segundo apurou o Estadão, foi porque ele enxergou interferência de Gilmar na decisão de Bolsonaro.

Fux só soube da escolha do desembargador pela imprensa. Ele nunca escondeu a preferência pelo ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ), Luis Felipe Salomão. Até recentemente, Kassio estava em campanha para uma cadeira no STJ, no lugar de Napoleão Nunes Maia, que se aposenta em dezembro.

Na prática, o agora favorito de Bolsonaro para o Supremo - que não é "terrivelmente evangélico" nem toma cerveja com ele, duas condições antes consideradas essenciais pelo chefe do Executivo -- ainda precisa ser formalizado. Somente após esta etapa o indicado passará por uma sabatina no Senado. Ontem, porém, políticos do Centrão - bloco que reúne cerca de 200 parlamentares - já comemoravam a decisão.

"Todos nós do Piauí estamos na torcida para que se concretize a indicação do dr. Kassio como novo ministro do Supremo Tribunal Federal, que seria o primeiro piauiense em mais de 50 anos no STF", escreveu no Twitter o senador Ciro Nogueira (PI), presidente do Progressistas.

Caso a indicação de Kassio, de 48 anos, seja mesmo confirmada, ele será o primeiro representante do Nordeste na atual composição da Corte. O último foi Carlos Ayres Britto, que é sergipano e se aposentou em 2012. De olho no projeto da reeleição, em 2022, Bolsonaro tenta se aproximar cada vez mais do Nordeste, antigo reduto petista. Recentemente, ele viu sua popularidade crescer na região, de acordo com pesquisa Ibope encomendada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI).

Fritura

Ao mesmo tempo em que o Centrão aplaudia, muitos militantes bolsonaristas "fritavam" o desembargador nas redes sociais. Mensagens que circulavam pelo WhatsApp e em plataformas como Twitter e Facebook lembravam que Kassio havia sido indicado para o Tribunal Regional Federal da 1.ª Região pela então presidente Dilma Rousseff (PT), em 2011. Diziam, ainda, que ele é "ligado" ao governador do Piauí, Wellington Dias, também do PT.

No Palácio do Planalto, auxiliares de Bolsonaro observavam, à noite, que a indicação de Kassio não está 100% fechada. Aliados do presidente chegaram a enviar fotos a ele nas quais o desembargador aparece sorridente, ao lado de Dias.

Para o ministro Marco Aurélio Mello, que se tornará o mais antigo na Corte com a saída de Celso de Mello, o perfil de Kassio é positivo. O desembargador é considerado garantista (mais informações na pág. A6). "É sempre bom ter garantistas na Corte, pois nossa atuação é vinculada e os direitos e franquias constitucionais e legais, eles são acionados por quem cometer desvio de conduta", afirmou Marco Aurélio, que vai se aposentar em julho de 2021.

A expectativa no STF é a de que temas como aborto tenham forte resistência de Kassio, se ele ocupar uma cadeira na Corte. O desembargador é conhecido pelo conservadorismo na agenda de costumes.

O nome surgiu na última hora como solução para os problemas de Bolsonaro, que tinha como opções os ministros da Secretaria-Geral da Presidência, Jorge Oliveira, e da Justiça, André Mendonça. A avaliação é a de que tanto Jorge quanto Mendonça ocupam cargos-chave e a indicação de qualquer um deles implicaria em uma obrigatória mexida no governo. Além disso, no Congresso, o nome de Mendonça enfrenta resistências.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, confirmou a indicação da juíza conservadora Amy Coney Barrett para a Suprema Corte, em um importante movimento eleitoral na reta final da disputa à presidência. Com a nomeação de Barrett, Trump busca energizar a base fiel do eleitorado republicano e briga para garantir uma nova juíza na Corte antes da eleição, para o caso de a votação ser judicializada.

Nos jardins da Casa Branca, Trump afirmou neste sábado que Amy Coney Barrett é notável pelo caráter e intelecto e qualificada para o trabalho. "Se confirmada, ela fará a história como a primeira mãe de crianças em idade escolar a servir na Suprema Corte", disse Trump, ao lado de Barrett. Na sequência, Trump mencionou os nomes dos sete filhos da juíza, que assistiam à cerimônia na primeira fileira do público. "Ela irá decidir (casos) baseada no texto da Constituição como escrito", afirmou Trump.

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Juíza da Corte de Apelações Federal para o 7º Circuito, em Chicago, Barrett era a favorita ao posto da ala conservadora do partido republicano, por sua visão anti-aborto. A possibilidade de ampliar o conservadorismo na Corte é tema de campanha de Trump desde antes da morte de Ruth Bader Ginsburg e tem sido explorada politicamente pelo republicano, que está pressionado pelo mau resultado nas pesquisas eleitorais. O assunto mudou o foco das atenções na política e na imprensa americana e se sobrepôs às manchetes sobre a pandemia de coronavírus, por exemplo, na semana em que os EUA superaram a marca de 200 mil mortos por covid-19.

O presidente Donald Trump afirmou, neste sábado (19), que tem a "obrigação" de apontar "sem demora" um novo juiz para a Suprema Corte, após o falecimento da magistrada Ruth Bader Ginsburg.

Nomear os magistrados da mais alta instância da Justiça americana é "a decisão mais importante", pela qual se elege um presidente, tuitou Trump.

A oposição democrata pede que isso seja feito apenas depois da eleição presidencial de 3 de novembro.

A Constituição dos Estados Unidos concede ao presidente o poder de nomear os magistrados da Suprema Corte, órgão que conta com nove membros de cargos vitalícios. O Senado precisa aprovar a indicação do presidente.

O Partido Republicano do presidente Trump detém uma maioria de 53 das 100 cadeiras do Senado. Seu líder, o também republicano Mitch McConnell, já anunciou que organizaria uma sessão plenária para votação, se o presidente fizesse uma indicação para preencher a vaga deixada por Ginsburg.

Em 2016, McConnell se recusou a realizar uma audiência com um candidato indicado pelo então presidente Barack Obama, alegando que tal decisão não deveria ser tomada durante a campanha eleitoral.

Alguns legisladores republicanos moderados podem se sentir desconfortáveis com essa mudança de opinião. Um duro embate político para convencê-los se anuncia pela frente.

Os democratas querem evitar a todo custo que Trump indique um novo juiz para a Suprema Corte. Seria o terceiro em seu mandato, contribuindo para tornar o perfil da instituição ainda mais conservador.

O presidente da República, Jair Bolsonaro, encaminhou mensagem ao Congresso Nacional solicitando providências para o senador Marcos Rogério (DEM-RO) exercer a função de vice-líder do governo no Congresso. A mensagem está publicada no Diário Oficial da União desta quinta-feira (3).

Conforme o Broadcast Político (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado) noticiou em 19 de agosto, o senador foi convidado pelo presidente para assumir o posto de vice-líder do governo no lugar do deputado Ricardo Barros (PP-PR), que assumiu a liderança do governo na Câmara.

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Marcos Rogério preside a Comissão de Infraestrutura, responsável por dar aval para as indicações do governo em agências reguladoras.

O presidente americano, Donald Trump, criticou na quinta-feira (27) o "fraco" Joe Biden, seu rival democrata na disputa pela reeleição, ao aceitar a indicação republicana em um país que sofre as consequências da Covid-19 e das tensões raciais.

Trump voltou a combinar patriotismo e retórica antissocialista para traçar um apocalipse caso Biden, que chama de "marionete da esquerda radical", chegue ao poder em 3 de novembro.

"Esta eleição decidirá se salvamos o sonho americano ou se permitimos que uma agenda socialista derrube nosso precioso destino", disse o presidente, ao lado de bandeiras americanas em um imponente palanque montado nos jardins da Casa Branca.

"Biden é fraco", declarou a respeito do ex-vice-presidente de Barack Obama. "Não é o salvador da alma dos Estados Unidos (...) e se tiver a oportunidade, ele será o destruidor da grandeza americana".

A segunda indicação do magnata republicano, de 74 anos, acontece em um cenário de crise de saúde, econômica e social sem precedentes, com quase 180.000 mortes provocadas pela covid-19, taxa de 10,2% de desemprego e grandes manifestações contra o racismo e a brutalidade policial.

Mas, em desvantagem nas pesquisas, Trump se apresentou como o único líder capaz de velar pelos americanos.

"Ninguém estará a salvo nos Estados Unidos de Biden", completou.

Trump também prometeu "acabar" com o coronavírus com uma vacina até o fim do ano.

"Produziremos uma vacina até o fim do ano, talvez antes", disse. "Derrotaremos o vírus, acabaremos com a pandemia e sairemos mais fortes do que nunca".

Um total de 58,2% dos americanos não aprovam a gestão de Trump na pandemia, de acordo com o site FiveThirtyEight.com.

A covid-19 quase não foi citada na convenção, exceto nas palavras de compaixão da primeira-dama, Melania, que reconheceu na terça-feira o impacto do "inimigo invisível" e a dor e angústia provocadas.

A outra voz que expressou a preocupação do presidente com a covid-19 foi a sua filha mais velha e assessora, Ivanka, que na quinta-feira apresentou o pai em um discurso repleto de elogios no qual pediu "mais quatro anos".

- "Otimismo ilimitado" -

"Com um coração repleto de gratidão e otimismo ilimitado" com a candidatura, o presidente encerrou uma Convenção Nacional Republicana celebrada em grande parte em formato virtual, mas que em nenhum momento deixou de ser um espetáculo sobre Trump.

Fogos de artifício e as estrofes da Ave Maria finalizaram o evento, marcado por quatro dias de elogios a Trump como um virtuoso da economia, defensor da vida e de Deus, além de firme na aplicação da lei.

Mas enquanto o presidente era a aplaudido em um ambiente de gala, sem distanciamento social ou máscaras, era possível ouvir o som dos manifestantes do movimento "Black Lives Matter" (Vidas Negras Importam), reunidos diante da Casa Branca para expressar revolta e pedir a saída de Trump.

Trump fez uma entrada triunfal, ao lado da primeira-dama, diante de mais de mil convidados e dois telões.

O cenário, que gerou críticas por confundir os limites tradicionalmente respeitados entre as funções do presidente e as ações do candidato, contrastou com os protestos que abalaram várias cidades americanas durante a semana.

Abaladas por atos de violência, as manifestações têm como alvo Kenosha, uma pequena cidade de Wisconsin, onde no domingo um policial branco atirou pelas costas em um jovem negro, Jacob Blake. Na quarta-feira, um adolescente branco, supostamente partidário de Trump, foi detido sob a suspeita de matar duas pessoas e ferir gravemente uma terceira durante confrontos na noite anterior.

"Senhor presidente, faça com que nos sintamos seguros de novo", afirmou o ex-prefeito Nova York e assessor de Trump, Rudy Giuliani, em um discurso.

- "Recordem", responde Biden -

Biden respondeu no Twitter às críticas de Trump. "Recordem: todos os exemplos de violência que Donald Trump denuncia aconteceram durante seu mandato. Sob sua liderança. Durante sua presidência".

O candidato democrata criticou o que considera uma exploração cínica de eventos trágicos por parte do presidente.

"Ao invés de tentar acalmar as águas, joga lenha na fogueira. A violência não é um problema para ele, é uma estratégia política", afirmou em um discurso mais cedo.

A candidata a vice de Biden, Kamala Harris, criticou o presidente por não ter cumprido o dever de proteger os americanos.

Ela disse que "sempre defenderá" os manifestantes pacíficos, mas não os que "saqueiam e cometem atos de violência". Também advertiu contra quem deseja fazer justiça com as próprias mãos, uma referência velada ao adolescente detido.

O presidente Jair Bolsonaro encaminhou ao Senado Federal, para apreciação, o nome do tenente-brigadeiro do ar Carlos Augusto Amaral Oliveira para exercer o cargo de ministro do Superior Tribunal Militar (STM), na vaga decorrente da transferência para a inatividade do ministro William de Oliveira Barros, a partir do dia 2 de outubro de 2020. A mensagem com a indicação está publicada no Diário Oficial da União (DOU) desta terça-feira (25).

Indicado oficialmente como candidato dos republicanos nesta segunda-feira (24), o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, acusou os democratas de quererem "roubar" as eleições. Apesar de seu rival democrata, Joe Biden, ser o favorito nas pesquisas, Trump se mostrou confiante na reeleição em 3 de novembro.

Para atiçar sua base eleitoral, ele apareceu de surpresa na convenção republicana em Charlotte, Carolina do Norte, logo depois que os delegados o confirmaram como candidato, e levantou a acusação, que ele já sustenta há semanas, de que o voto pelo correio pode abrir espaço para fraude.

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"Vão usar a COVID para roubar a eleição", disse. "A única maneira de eles nos privarem da vitória é por meio de uma eleição fraudulenta", declarou ele aos delegados do partido.

Como previsto, cerca de 300 delegados do Grand Old Party reunidos em Charlotte indicaram o presidente como seu candidato no primeiro dia da convenção republicana. Um a um, os representantes republicanos de cada um dos 50 estados americanos anunciaram seu apoio ao presidente.

"Esta é a eleição mais importante da história de nosso país", disse Trump no início de seu discurso em que relembrou seus anos na Casa Branca.

O presidente viajou até Charlotte para a convenção ansioso por se diferenciar de seu rival democrata Joe Biden, recluso em sua residência em Delaware devido à pandemia do novo coronavírus.

"Fizemos isso em respeito à Carolina do Norte e acho que eles se lembrarão disso em 3 de novembro", afirmou Trump.

Viciado em provocar, enquanto os presentes gritavam "mais quatro anos", o presidente respondeu: "se quiserem deixá-los loucos, digam mais 12 anos".

Trump está atrás nas pesquisas, que colocam Biden como favorito, em um momento em que seu governo enfrenta forte pressão pela gestão da pandemia, que deixa mais de 177.000 mortos no país e uma economia em crise, com milhões de desempregados.

Diferentemente do evento do Partido Democrata, que foi majoritariamente virtual, a convenção republicana será marcada por um peso maior das atividades presenciais.

- Um assunto de família -

O vice-presidente dos EUA, Mike Pence, que será novamente o colega de chapa de Trump, tomou a palavra durante a votação para defender a reeleição.

"Na semana passada ouvi dizer que a democracia estava em jogo", mas "sabemos que o que está em jogo é a economia; a lei e a ordem é que estão em jogo", disse o vice-presidente, referindo-se ao mantra repetido pelos democratas em sua convenção.

A programação da convenção do Partido Republicano conta com especial preponderância dos familiares de Trump. Além de sua esposa Melania, seus quatro filhos adultos estão entre os principais oradores do evento: Donald Jr, Eric, Tiffany e Ivanka.

O principal objetivo dos republicanos é defender a administração do 45° presidente da história dos Estados Unidos, muito questionado pela gestão da pandemia de COVID-19 e que não pode contar mais com o que sua campanha apresentava como seu principal ativo e eventual carta de triunfo: a boa saúde da economia.

Antes da pandemia, o desemprego era de 3,5%, mas agora está acima dos 10%. Trump, que promete uma convenção "otimista e positiva", destacou em seu discurso a nomeação de dois juízes conservadores para a Suprema Corte durante seu governo.

Sua principal mensagem é que a economia logo se recuperará e que a crise terá forma de V, com uma recuperação espetacular. Porém, ele também não abriu mão do tom sombrio, alertando em seu discurso que, se Biden vencer, "o sonho americano vai morrer".

- Os limites entre governo e campanha -

A convenção também reservou espaço para vários oradores afro-americanos, incluindo Tim Scott, o único senador republicano negro, em uma tentativa de chegar a uma comunidade majoritariamente hostil ao partido de Trump.

Do Oriente Médio, onde está para uma visita de cinco dias, o secretário de Estado Mike Pompeo deve ressaltar os avanços diplomáticos registrados durante a administração Trump, um discurso incomum neste tipo de evento.

Na quinta-feira, com um discurso no jardim da Casa Branca, o presidente aceitará oficialmente - pela segunda vez - a indicação do partido.

Mas antes ele já terá discursado em cada dia do evento, quando habitualmente os candidatos falam ao público apenas no ato de encerramento.

A utilização da Casa Branca gerou polêmica devido ao fato de romper com a tradição de separar as ações do governo das ações de campanha.

O secretário de Educação do Paraná, Renato Feder, que foi convidado pelo presidente da República Jair Messias Bolsonaro (sem partido) para ser ministro da Educação na anunciou, neste domingo (5), ter declinado o convite. O comunicado foi feito através do Twitter de Feder. 

“Recebi na noite da última quinta-feira uma ligação do presidente Jair Bolsonaro me convidando para ser ministro da Educação. Fiquei muito honrado com o convite, que coroa o bom trabalho feito por 90 mil profissionais da Educação do Paraná. Agradeço ao presidente Jair Bolsonaro, por quem tenho grande apreço, mas declino do convite recebido. Sigo com o projeto no Paraná, desejo sorte ao presidente e uma boa gestão no Ministério da Educação”, escreveu o secretário.

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Indicação ao cargo

Desde a exoneração de Abraham Weintraub, não houve posse de um novo titular no MEC. O primeiro nome indicado foi o de Carlos Alberto Decotelli, que pediu demissão por meio de carta cinco dias após ser escolhido pelo presidente, depois que seu currículo foi contestado inúmeras vezes. 

Renato Feder, que é secretário de Educação do estado do Paraná, foi convidado para ser ministro na última quinta-feira (2) e teve seu nome oficialmente anunciado na sexta (3). No entanto, seu nome enfrentou resistência.

Feder havia sido cotado ao cargo antes mesmo da escolha de Decotelli, mas foi preterido por Bolsonaro devido a uma doação de R$ 120 mil feita para a campanha de João Doria (PSDB), ex-aliado e desafeto do presidente, no ano de 2016 quando Feder era dono da empresa de tecnologia Multilaser.

Nas redes sociais, Feder também sofreu rejeição de apoiadores do presidente devido à doação feita a Doria no passado. Evangélicos como Silas Malafaia e deputados bolsonaristas como Bia Kicis (PSL-DF) também demonstraram descontentamento em relação ao nome de Feder, assim como alunos do guru do governo, o astrólogo Olavo de Carvalho.

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Neste sábado (4), o atual secretário da educação do Paraná, Renato Feder, tornou-se alvo de uma campanha no Twitter, através da hashtag ‘Feder Não Bolsonaro’.. Ele foi apontado como possível substituto de Abraham Weintraub no Ministério da Educação (MEC), segundo o jornal Estadão, no entanto a ocupação do cargo ainda não tem anúncio oficial.

A justificativa para a retaliação seria a doação de R$ 120 mil para a campanha de João Dória (PSD) para a Prefeitura de São Paulo, em 2016. Segundo o site do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), foi a sétima maior quantia entre os doadores daquele pleito.

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Outros internautas ainda ironizam por meio de memes, fazendo trocadilhos com o sobrenome do possível titular da pasta. “Até o sobrenome do cara é um sinal do que vai acontecer no MEC se ele assumir a pasta”, diz um rapaz. Até o momento, o MEC não realizou pronunciamento oficial sobre quem estará a frente da pasta. Se oficializado, Feder seria o quarto ministro da Educação da gestão.

Em mais um passo no loteamento de cargos públicos, o governo federal nomeou um executivo sem qualquer ligação ou experiência profissional com o setor ambiental para a superintendência do Ibama em Santa Catarina. O objetivo foi atender o Centrão. Segundo o Ministério do Meio Ambiente, a nomeação de Glauco José Côrte Filho, publicada ontem no Diário Oficial da União, atendeu ao general Luiz Eduardo Ramos, titular da Secretaria de Governo.

Côrte Filho admitiu que sua indicação partiu, de fato, da bancada de parlamentares de Santa Catarina. "Não tenho relação com o ministro Ramos. Tive contato com ele, mas não tenho relação de amizade", disse o novo superintendente do Ibama. Ramos não comentou o assunto.

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O administrador afirmou que conheceu o ministro Ricardo Salles por meio de empresários de Santa Catarina. "Ele esteve aqui na semana passada. Foi quando recebi o convite."

Formado em Administração de Empresas, Côrte Filho disse que, em trabalhos realizados para a empresa SC Parcerias, teve contato com a área ambiental por causa de portos que a empresa controla. "Os dois portos têm muita questão ambiental, então a gente acaba participando também dessas discussões", disse o executivo.

Por lei, a indicação para um cargo comissionado prevê que a pessoa deve possuir experiência profissional de, no mínimo, três anos em atividades correlatas às áreas de atuação do órgão ou em áreas relacionadas às atribuições e às competências do cargo ou da função.

Processo

Desde 2014, Côrte Filho está com seus bens pessoais bloqueados pela Justiça de Santa Catarina por causa de uma ação civil pública por ato de improbidade administrativa proposta pelo Ministério Público de Santa Catarina.

A razão do bloqueio se deve a irregularidades cometidas no recolhimento de ICMS da empresa GDC Alimentos, que teve negócios com a empresa SC Parcerias. O novo superintendente do Ibama confirmou que seus bens seguem bloqueados e que recorre da ação.

 

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Carlos Bolsonaro (Republicanos) parece que não está tendo tempo para focar no seu cargo de vereador do Rio de Janeiro em 2020. Até esta terça-feira (30), último dia do mês de junho, o filho 02 do presidente Jair Bolsonaro não apresentou nenhum projeto de lei, requerimento ou indicação à Prefeitura.

Segundo consta no portal da Câmara dos Vereadores do Rio, a única atividade do parlamentar foi um decreto legislativo propondo orçamento da Câmara para combater à Covid-19 na cidade - e mesmo assim o decreto não foi uma atividade única do Carlos -.

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O último trabalho registrado no site da Câmara, além do decreto da Covid-19, foi a indicação feita pelo vereador no dia 19 de novembro do ano passado, em que Carlos pede que a Secretaria Municipal de Infraestrutura Habitação e Conservação (SMIHC) efetue o serviço de tapa buraco em toda a extensão da Rua Mário Calderaro.

O vereador, que é bastante ativo nas suas redes sociais, não se manifestou sobre essa inatividade. No entanto, uma publicação feita nesta última segunda-feira (29) diz que ele sempre está presente na Câmara do Rio e votando.

Movimentos da sociedade civil enviaram uma carta a integrantes do Banco Mundial contra a nomeação do ministro Abraham Weintraub para o posto de diretor-executivo.

 No documento, os movimentos afirmam ter visto com perplexidade a indicação de Weintraub. A carta foi endereçada ao presidente do conselho de governantes do banco e às embaixadas dos países integrantes.

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Segundo a carta, Weintraub poderia causar "possíveis danos irreparáveis à posição de seu país no Banco Mundial". O texto acrescenta que ele é "a antítese de tudo que o Banco Mundial procura representar na política de desenvolvimento e no multilateralismo."

Os movimentos dizem que o ministro demissionário da Educação não possui qualificações éticas, profissionais e morais mínimas. 

 "Desde que assumiu o cargo, Weintraub sempre respondeu com desprezo, sarcasmo e agressividade a críticas ou mesmo recomendações de cidadãos comuns, jornalistas, legisladores e até juízes da Suprema Corte", relata a carta.

 O Banco Mundial informou em nota ter recebido do governo brasileiro a indicação de Weintraub. A instituição ressaltou que o nome dele terá que ser aprovado por um grupo de países e que o eventual mandato termina em 31 de outubro, quando ocorrerá uma nova nomeação e eleição.

Ao anunciar sua saída do Ministério da Educação (MEC), Abraham Weintraub afirmou que assumirá a direção do Banco Mundial. Na tarde desta quinta-feira (18), o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM), foi indagado sobre esse novo possível cargo do ex-ministro e respondeu: "É porque não sabem que ele trabalhou no Banco Votorantim, que quebrou em 2009 e ele era um dos economistas do banco". 

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A indicação de Weintraub para a diretoria-executiva do Banco Mundial depende da aceitação da Colômbia, Equador, República Dominicana, Panamá, Haiti, Suriname, Trinidad e Tobago e Filipinas. Essas nações podem representar o Brasil.

Segundo a Folha de São Paulo, o cargo está vago desde o ano passado, quando o economista Fábio Kanczuk voltou para o Brasil para atuar no Banco Central. O ministro da Economia, Paulo Guedes, é quem deve indicar Abraham para o posto, mas a posse só será possível se os países representados aceitarem.

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