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A Comissão de Cultura da Câmara dos Deputados aprovou o Projeto de Decreto Legislativo 510/20, do Senado Federal, que suspende os efeitos de portaria da Fundação Cultural Palmares que excluiu 27 personalidades negras do rol de homenageados pela instituição. A proposta ainda será analisada pela Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania antes de seguir para o Plenário. Caso seja aprovada, as homenagens serão restabelecidas.

A aprovação foi recomendada pela relatora, deputada Alice Portugal (PCdoB-BA). Ela acusa o presidente da Fundação Palmares, Sérgio Camargo, de perseguir as lideranças negras de campo ideológico contrário ao do governo. "Ao negar a relevância e a contribuição histórica das personalidades negras excluídas da lista, a atual gestão da Fundação Palmares dá mais um passo na trajetória de desmonte do órgão e desvirtuamento de sua função", lamentou.

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Vivos

A Portaria 189/20 passou a admitir apenas homenagens póstumas. Com isso, foram retiradas as homenagens da Fundação Cultural Palmares a personalidades ainda vivas.

Na lista de excluídos estão:

- oito músicos: Alaíde Costa, Elza Soares, Gilberto Gil, Leci Brandão, Martinho da Vila, Milton Nascimento, Sandra de Sá e Vovô do Ilê;

- seis atletas: Ádria Santos, Janeth dos Santos Arcain, Joaquim Cruz, Servílio de Oliveira, Terezinha Guilhermina e Vanderlei Cordeiro de Lima;

- seis políticos: Benedita da Silva, Janete Rocha Pietá, Jurema da Silva, Luislinda Valois, Marina Silva e Paulo Paim;

- três educadoras: Givânia Maria da Silva, Petronilha Beatriz Gonçalves e Silva e Sueli Carneiro;

- duas atrizes: Léa Garcia e Zezé Motta;

- a escritora Conceição Evaristo; e

- o museologista Emanoel de Araújo.

Alice Portugal nota que, posteriormente ao ato, a Fundação Cultural Palmares também excluiu homenagens a outras personalidades negras que já haviam falecido: a ex-ministra da Secretaria de Políticas Públicas da Igualdade Luiza Helena de Bairros e a médica Maria Aragão. A alegação era que não tinham relevância histórica.

Com a mesma justificativa, três personalidades tinham sido excluídas antes da publicação da Portaria 189/20, mas hoje estão na lista por força de decisão judicial: Madame Satã, Marina Silva e Benedita da Silva.

*Da Agência Câmara de Notícias

O Google abre inscrições para o programa de estágio 'Next Step' em engenharia. A iniciativa é destinada a pessoas negras para atuação no Centro de Engenharia da empresa, localizado em Belo Horizonte. Além da capital mineira, a plataforma ofertou vagas em São Paulo para a área de negócios, mas as candidaturas já foram encerradas. 

Para as vagas em engenharia de software, os candidatos precisam ser graduandos em cursos relacionados aos segmentos de tecnologia, como ciência da computação, engenharia da computação, entre outros, com previsão de término para o primeiro semestre de 2024. Além disso, os participantes precisam ter noções básicas de linguagem de programação, como C, C ++, Java, JavaScript ou Python, assim como, inglês básico.

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O processo seletivo conta com as seguintes etapas: seleção de perfil e participação em enventos informativos. Nessa fase, os estudantes serão apresentados à Cultura Google. As inscrições seguem até 24 de setembro. 

 

 

Um negro tem 2,6 vezes mais risco de ser assassinado no Brasil do que as outras pessoas. Na maior parte dos casos de homicídio, a vítima também é jovem. Os dados constam do Atlas da Violência 2021, estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, em parceria com o Instituto Jones dos Santos Neves (IJSN), divulgado nesta terça-feira, 31.

A análise foi feita com base em registros reunidos pelo Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM), do Ministério da Saúde. Por ter metodologia e abrangência nacional, o banco de dados é historicamente considerado a principal fonte para medir indicadores de violência no País e avaliar o perfil das vítimas. Como a pesquisa retroage dois anos, os resultados trazidos nesta edição do Atlas são referentes aos dados de 2019. A discrepância entre o risco de morte de negros e brancos vem em um patamar elevado ao menos desde 2008, segundo os dados. Em 2018, por exemplo, o indicador estava em 2,7.

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Naquele ano, o SIM apontou 45.503 assassinatos praticados no Brasil, o equivalente a uma taxa geral de 21,7 mortes por 100 mil habitantes. O índice representa um recuo de 21,4% em relação às 57.956 ocorrências do ano anterior. Pesquisadores alertam, no entanto, sobre a queda na qualidade desse banco de dados a partir de 2018, quando começou a haver aumento importante de mortes violentas registradas com "causa indeterminada".

Na prática, isso pode reduzir artificialmente o número de homicídios e prejudicar comparações com a série histórica. Foi a primeira vez, por exemplo, que o índice da Saúde ficou abaixo do total de casos registrados pelas polícias -- a outra forma de medir homicídios. Em 2019, as delegacias notificaram 47.742 mortes violentas.

Ainda assim, os assassinatos continuam como a principal causa de mortalidade entre jovens, sendo responsável por 39 a cada 100 óbitos notificados. Ao todo, 23.327 vítimas da violência tinham entre 15 e 29 anos, ou 51,3% dos registros, o que representa uma média de 64 casos por dia, de acordo com o balanço.

"Nos últimos 11 anos, 333 mil adolescentes e jovens foram assassinados, é uma geração inteira que a gente está jogando fora. Além do custo emocional, da tragédia humana que isso representa, há o impacto econômico para o País", analisa Samira Bueno, uma das coordenadoras do estudo.

O Atlas indica, ainda, que 75,7% das vítimas de homicídio em 2019 eram negras (a soma de pretos e pardos, de acordo com a definição do IBGE). Para medir a exposição do grupo à violência, os pesquisadores calculam a taxa de casos em relação à população específica e comparam os resultados. Dessa forma, o cálculo desfaz possíveis distorções provocadas por diferenças demográficas.

Segundo o levantamento, a taxa de assassinatos entre negros chegou a 29,2 para cada 100 mil habitantes em 2019, índice menor se comparado a anos anteriores, mas acima da média nacional. Já para brancos, indígenas e amarelos, os "não negros", o indicador ficou em 11,2 casos por 100 mil.

A presença do que os pesquisadores chamam de "viés racial entre as mortes violentas" é um fenômeno observado pelo menos desde a década de 1980 no País. Foi nesse período que o Brasil começou a vivenciar aumento das taxas de homicídios. Em geral, a tendência de assassinatos passou a se inverter a partir dos anos 2000, com o envelhecimento da população, a introdução de políticas públicas em alguns Estados e o Estatuto do Desarmamento.

Os impactos do recuo global, entretanto, reflete menos entre negros. Entre 2009 e 2019, as taxas de homicídio caíram 20,3% no Brasil, mas para pretos e pardos a queda na última década foi de 15,5%. Enquanto isso, os assassinatos diminuíram 30,5% entre brancos, amarelos e indígenas. "Embora a violência letal tenha um arrefecimento, fica claro que o benefício se traduz apenas para um parcela da população", afirma Samira.

O comportamento da violência também tem resultados distintos nos Estados. Ao longo da última década, 11 das 27 unidades federativas estiveram na contramão nacional e viram a taxa de homicídios de negros subir - todas das regiões Norte e Nordeste. No Acre (de 18,7 para 40) e no Rio Grande do Norte (de 27,7 para 55,6), os índices mais do que dobraram. Já Distrito Federal (-59,3%), São Paulo (-53,1%) e Espírito Santo (-46,7%) tiveram as maiores quedas.

O estudo usa, ainda, o exemplo de Alagoas para demonstrar os impactos da diferença racial na letalidade violenta. "Apesar de pretos e pardos representarem 73% da população, eles são 99,2% das vítimas de homicídio", descreve a coordenadora do Atlas. "Isso deixa mais evidente a existência de dois Brasil."

Em número absolutos, o País testemunhou aumento de 1,6% dos homicídios entre negros de 2009 a 2019, passando de 33.929 vítimas para 34.446. Por outro lado, para os não negros houve redução de 33%, de 15.249 mortos para 10.217 na década.

Entre os fatores, analistas ligam o mau resultado a fatores socioeconômicos e à ausência de políticas específicas voltadas para essa parcela da população. "É preciso ter clareza de quem são as maiores vítimas para traçar estratégias de prevenção à violência", afirma Samira.

Piora na qualidade dos dados preocupa

Também preocupa os pesquisadores o crescimento de ocorrências notificadas no SIM como "morte violenta por causa indeterminada" (MVCI), observado em 2018 e 2019. Essa nomenclatura é usada para mortes com sinais de violência em que o Estado diz não saber se é um homicídio, suicídio ou acidente. Foram 16.648 registros assim em 2019, ou 69,9% a mais comparado aos 9.799 casos de 2017.

Com o boom, a proporção de registros que não informam a causa da morte em relação aos homicídios saltou de 6,2% para 11,7% no período. Segundo os cientistas, esse comportamento estatístico pode causar distorções sobre a realidade da violência no Brasil, ocultar casos de homicídio e prejudicar a análise de cenários.

Um estudo anterior estima que 73,9% de mortes informadas sem a causa no sistema, na verdade, correspondem a assassinatos no Brasil. "Tomando essa estimativa como referência (...), haveria cerca de 5.338 homicídios a mais registrados em 2019", afirma a pesquisa.

De acordo com o Atlas, o problema é mais acentuado em alguns Estados. "Merecem destaque os casos de São Paulo e do Rio de Janeiro, em que as taxas de MVCI (9,0 e 28,3 respectivamente) superam as de homicídios (7,3 e 20,3)", descreve o Atlas. "No Rio de Janeiro, os dados de homicídios do SIM são 40,6% menores que os registros de mortes violentas intencionais dos órgãos de segurança pública, e em São Paulo, 17,5%."

Para cada nova aba aberta no navegador, a extensão Something Spaces oferece uma obra de artistas negros. Entre fotos, ilustrações e colagens, o projeto idealizado pela agência britânica Something e a organização Where are the Black Designers? (“Onde estão os designers negros?” em tradução livre) apresenta ao usuário cerca de 60 criações diferentes. 

Na direção oposta do preconceito que invisibiliza artistas negros de todo o mundo, a extensão acrescenta significado inédito a um espaço virtual subutilizado, mas que faz parte do cotidiado dos internautas. Assim que as abas são abertas, os navegadores costumam exibir uma barra de pesquisa e atalhos para as páginas mais acessadas pelo usuário. É esse o espaço usado de maneira criativa pelo Something Spaces para mostrar imagens inesperadas.

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As obras divulgadas são acompanhadas pela autoria e por links que levam aos portfólios e redes sociais dos artistas. No acervo, representantes dos Estados Unidos, da África do Sul, da Inglaterra e também do Brasil, por meio de composições da artista Amanda Lobos. O plugin pode ser instalado gratuitamente no Google Chrome, Firefox e Edge.

Em 2021, Rebeca Andrade conquistou a medalha prata nos Jogos Olímpicos de Tóquio e se tornou a primeira medalhista olímpica da ginástica feminina brasileira. Em 2005, Daiane dos Santos se tornou a primeira brasileira a conquistar uma medalha de ouro em Campeonatos Mundiais da modalidade.

Embora separados por quase duas décadas, as duas realizações levam para um ponto único: o aumento da representatividade dos negros em uma modalidade que ainda luta para se popularizar. Esse é o principal consenso entre estudiosos da questão racial no Brasil.

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A relação de continuidade entre os feitos das duas ginastas foi observada pela própria Daiane. Em um discurso emocionado, logo após a conquista de Rebeca, ela destacou a importância das duas realizações para as mulheres negras do País.

"A primeira medalha de ouro do Brasil em Mundiais foi negra. E agora a gente tem a primeira medalha olímpica da ginástica artística brasileira também com uma negra. Isso é muito forte", disse Daiane, chorando durante a transmissão. "Durante muito tempo, disseram que as pessoas negras não poderiam fazer alguns esportes. A primeira medalha foi de uma negra. Existe uma representatividade muito grande atrás disso", completou.

É preciso lembrar que, além das conquistas de Daiane e Rebeca, está o feito de Daniele Hypolito, que foi a primeira brasileira a conquistar uma medalha em Mundiais, uma prata no solo de 2001.

"A Rebeca se inspirou na Daiane para ser campeã. Ela quis chegar aonde a Daiane chegou. Aí entra a questão da representatividade e a importância de mostrar para as crianças negras que elas podem chegar aonde elas quiserem. Durante muitos anos, a comunidade negra brasileira teve certa carência de exemplos. É importante perceber o significado dessa vitória", opina o pesquisador Marcelo Carvalho, presidente do Observatório da Discriminação Racial.

Essa é a mesma visão do professor Amailton Azevedo, da Pontifícia Universidade Católica (PUC/SP). "O discurso de Daiane emite uma mensagem positiva para uma parcela significativa da população, em especial, para as meninas adolescentes das camadas populares e mais vulneráveis, socialmente", observa o autor do livro As micro-áfricas em São Paulo.

Um dos autores do curso "Esporte Antirracista", oferecido pelo Comitê Olímpico do Brasil para os atletas, o professor Tiago Vinícius André dos Santos lembra o racismo estrutural. "Daiane se refere ao fato de que os negros eram supervalorizados para determinados papéis relacionadas ao esforço físico. No esporte, o atletismo seria o seu lugar mais apropriado. Enquanto é possível praticá-lo mesmo descalço, a esgrima, natação, tênis ou vela exigem a inscrição em um clube ou algo assim", explica o professor de Direito da Universidade Estadual do Mato Grosso do Sul.

A questão racial é delicada na ginástica, como lembra o cientista social e historiador Marcel Tonini, que cita um caso de repercussão nacional. O ginasta Ângelo Assumpção, que já foi uma das promessas da modalidade, está desempregado há quase um ano. Em novembro do ano passado, ele foi demitido do Esporte Clube Pinheiros e afirma que foi alvo de racismo dentro do clube.

"Esta medalha de Rebeca também é do Ângelo Assumpção, que, embora campeão de salto na Copa do Mundo de Ginástica em 2015, foi banido pelos poucos clubes, em torno de 20 apenas, do Brasil por denunciar o racismo sofrido ao longo de anos. Por esse motivo, também, o feito de Rebeca é ainda maior", afirma. "Não nos esqueçamos que este esporte é elitista, com presença pobre e negra sendo contada nos dedos, em sua maioria fomentada pelo programa Bolsa Atleta, do Governo Federal", completa o doutor em História Social pela USP.

Para o estudioso, a manutenção de políticas de incentivo ao esporte e a adoção de outras de ação afirmativa, como cotas raciais, sociais, de inclusão, vai diminuir a desigualdade de acesso, permanência e resultados nas mais diferentes modalidades. "Quando tivermos dirigentes negros, a estrutura será abalada. Casos como os de Aline Pellegrino, no futebol, são ainda raríssimos e muito pontuais", completa.

Na tarde dessa quarta-feira (7), três jovens negros foram impedidos de entrar no Golden Square Shopping, localizado na Avenida Kennedy, em São Bernardo do Campo, na Grande São Paulo. Seguranças barraram a entrada dos adolescentes, que têm entre 13 e 16 anos de idade, associando injustamente um caso de furto em uma das lojas do centro comercial, mas que em nada tinha a ver com os menores. O caso, que pode ser enquadrado como injúria racial, foi compartilhado nas redes sociais pelo Padre Júlio Lancelotti.

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Lancelotti compartilhou a postagem do analista jurídico Luís Fernando Moreira, que presenciou a situação. Fernando representou os garotos judicialmente e foi o responsável pela abertura do boletim de ocorrência. Nas redes, ele relatou sobre a repercussão do caso em todo o país e também comentou sobre uma reunião relâmpago, realizada posteriormente com a administração do Golden.

“Hoje estive com dois jovens que sofreram ataques racistas. O outro amigo deles disse que também sofre com a patrulha dos seguranças. Mas hoje, depois da repercussão do ocorrido, eles disseram que os seguranças até deram boa tarde para eles. Ainda há muito o que fazer e nós faremos juntos”, escreveu na ferramenta de stories do Instagram.

Ainda segundo o analista, após a reunião com a gestão do centro comercial, ficou acertado que o shopping passará a adotar treinamentos e reeducação dos colaboradores com foco na diversidade e entendimento das diferentes vulnerabilidades sociais.

“Estive hoje pela manhã em uma reunião relâmpago com a administração do Golden Square Shopping. Conversamos sobre as atitudes racistas dos seguranças do shopping, a despeito dos três jovens negros que foram impedidos de entrar em suas dependências. Eles disseram que estão abertos a fomentar ações afirmativas para capacitar os jovens em situação de vulnerabilidade da cidade de São Bernardo do Campo, bem como irão investir em treinamentos e formações da segurança terceirizada do shopping Golden”, finalizou Moreira.

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Ouvidos pela CPI da Covid nesta quinta-feira (24), Jurema Werneck, diretora-executiva da Anistia Internacional Brasil e representante do Movimento Alerta, e o epidemiologista Pedro Hallal, da Universidade Federal de Pelotas (RS), apresentaram números sobre a pandemia de Covid-19 no Brasil a partir de suas pesquisas que dão um retrato da resposta do país desde março de 2020, quando foi registrada a primeira morte pelo coronavírus. Ao comentar os resultados, os pesquisadores deixaram claro que a população indígena, a população negra (pretos e pardos), e a população pobre são as mais afetadas pela pandemia.

Durante o testemunho, dado na condição de convidado, Hallal também mostrou dados do seu grupo coordenado e que mostram que o Brasil poderia ter poupado quatro em cada cinco das mortes ocorridas por Covid nacionalmente. O número também pode ser lido da seguinte forma: 400 mil mortes evitadas, se o país tivesse conseguido, ao menos, entrar para a média mundial.

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Para os especialistas, o posicionamento anticiência e a falta de comunicação unificada por parte do Ministério da Saúde foram decisivos para que o Brasil chegasse à triste situação atual. Atualmente, o Brasil é o quarto país em número absoluto de doses aplicadas, o 78º que mais aplicou primeiras doses e o 85º que mais aplicou segundas doses ou primeiras doses da vacina Janssen. O Brasil também é, geograficamente, o segundo pior da América do Sul no índice de mortalidade, atrás apenas do Peru.

Entre os dez países mais populosos do mundo, a nação brasileira, novamente, ocupa a pior posição. O mesmo se repete entre os países do BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul). Entenda os dados por pesquisa:

Grupo Alerta de Jurema Werneck

— A pandemia provocou, em um ano (março de 2020 a março de 2021), 305 mil mortes acima do esperado no Brasil. Essas mortes ocorreram direta ou indiretamente por Covid-19 (99% de confiança);

— Se medidas eficientes de distanciamento social e controle tivessem sido adotadas, haveria uma redução de 40% no potencial de transmissão do vírus;

— Com política efetiva de controle baseada em ações não farmacológicas (uso de máscara, álcool em gel, distanciamento e isolamento, entre outros) 120 mil vidas poderiam ter sido poupadas no primeiro ano da pandemia no Brasil;

— Menos de 14% da população brasileira fez testes de diagnóstico para a Covid-19 até novembro de 2020. Pessoas com renda maior do que quatro salários mínimos consumiram quatro vezes mais testes do que pessoas que receberam menos de meio salário mínimo;

— Desigualdades estruturais tiveram influência sobre as altas taxas de mortalidade, atingindo principalmente negros e indígenas, pessoas com baixa renda e baixa escolaridade;

— 20.642 pessoas morreram em unidades de atendimento pré-hospitalares, sendo 20.205 em unidades públicas;

— Pessoas mais pobres tiveram o dobro do nível de infecções;

— População negra (pretos e pardos) tiveram o dobro da infecção dos brancos, enquanto a população indígena teve cinco vezes mais casos de infecção do que a população branca;

—Durante a fase três do estudo, no final de junho de 2020, o índice apontava 7,8% para os indígenas, enquanto 1,7% para brancos.

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Estudo Epicovid de Pedro Hallal

— Brasil tem 2,7% da população mundial e concentra quase 13% das mortes no mundo; Nesta quinta-feira (24), 33% das mortes mundiais por covid-19 aconteceram no Brasil;

— 4 de cada 5 mortes teriam sido evitadas se o Brasil estivesse na média mundial de óbitos pela covid-19, ou seja, 400 mil mortes não teriam ocorrido. No país, 2.345 pessoas morreram pelo coronavírus para cada um milhão de habitantes; média mundial é de 494 pessoas;

— Em março de 2020 havia seis vezes mais casos de contaminados por covid-19 que números oficiais. Hoje, seriam de 3 a 4 vezes mais que as estatísticas oficiais;

— Em comparação com os dez países com maior população, o Brasil tem o pior resultado de mortes por milhão de habitantes, assim como na comparação dos países que compõem o Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul);

— Na América do Sul, Brasil é o segundo país com mais mortalidade de covid-19 por milhão de pessoas, atrás do Peru;

— Em todas as fases do Epicovid, estudo realizado em 133 cidades, os mais pobres tiveram o dobro de risco de infecção na comparação com pessoas mais ricas;

— Na terceira fase (21 a 24 de junho), 7,8% dos indígenas tiveram contato com o coronavírus, contra 1,7% dos brancos, 4,5% dos pardos, 3,6% dos negros e 3,6% dos amarelos;

— Com relação à vacinação, o Brasil é o 4º em número absoluto em doses aplicadas, o 78º país que mais vacinou com uma dose e o 85º com a população imunizada;

— A demora em compras de vacinas anticovid teria causado entre 95,5 mil e 145 mil mortes.

Censura

À CPI, Hallal afirmou ainda que um recorte étnico apresentado através dos resultados do Epicovid-19 foi censurado em evento no Palácio do Planalto, em junho de 2020. Na apresentação, seria exibido o alto grau de contágio dos indígenas do país, além do índice de mortalidade nessa população, junta à população negra (considerando pretos e pardos), e à população pobre. O slide foi retirado arbitrariamente do material. Segundo Hallal, a atitude pode ter sido do ex-secretário-executivo Elcio Franco. 

*Dados das pesquisas via Agência Senado

O epidemiologista Pedro Hallal, da Universidade Federal de Pelotas (Ufpel), afirmou nesta quinta-feira (24) à CPI da Covid que um recorte étnico apresentado através dos resultados do Epicovid-19 foi censurado em evento no Palácio do Planalto, em junho de 2020. Na apresentação, seria exibido o alto grau de contágio dos indígenas do país, além do índice de mortalidade nessa população, junta à população negra (considerando pretos e pardos), e à população pobre. O slide foi retirado arbitrariamente do material. Segundo Hallal, a atitude pode ter sido do ex-secretário-executivo Elcio Franco.

Hallal coordenou o Epicovid, programa financiado pelo Ministério da Saúde que tinha como meta monitorar o avanço do novo coronavírus no Brasil. O projeto foi a campo entre maio e junho do ano passado, e acompanhou moradores de 133 cidades. Segundo artigo publicado na revista científica The Lancet, considerando os 300 melhores projetos ativos de acompanhamento, o Epicovid ficou entre os oito que atingiram nota máxima, sendo o estudo de maior credibilidade em vigor no país, à época.

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Sem aviso prévio ou justificativa técnica, o Ministério da Saúde decidiu descontinuar o monitoramento. Desde junho do ano passado até março de 2021, o Brasil ficou sem esse tipo de mapeamento epidemiológico.

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O epidemiologista contou que o estudo descobriu que o número de indígenas infectados em junho de 2020 era cinco vezes maior do que a quantidade de infectados na população branca. "Pegando a fase 3 do estudo, [vimos que] 7,8% dos índios já tinham tido contato com o vírus, e entre os brancos esse percentual era 1,7%. Esse abismo de diferença foi o que o Epicovid mostrou", disse Hallal.

"Esse slide que apresentava a diferença entre os grupos étnicos foi censurado na coletiva de imprensa do Palácio do Planalto na qual apresentei os resultados dessa pesquisa. Faltando 15 minutos, fui avisado pela assessoria de comunicação do Planalto de que o slide tinha sido retirado da apresentação”, continuou o professor da Ufpel.

Questionado pelo senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) se sabia dizer de quem partiu a censura, Hallal respondeu que não poderia ter certeza que a ordem tenha saído de pessoas do evento ou de uma autoridade superior.

"Mas quem estava lidando com a questão da coletiva e participou dela foi o secretário executivo do ministério à época, Elcio Franco, que acho que até esteve aqui na CPI. Então, antes que se tenha outra informação, foi dele a decisão de que aquele slide mostrando a desigualdade étnico-racial não poderia ser apresentada no Palácio do Planalto".

A Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) realizará, a partir de 26 de junho, o curso de extensão “Formação pré-acadêmica afirmação na pós”, direcionado à preparação para seleção de programas de mestrado. O objetivo é ajudar pessoas em vulnerabilidade social, com dificuldades de acesso ao ensino superior, assim como cidadãos atuantes em movimentos e organizações sociais.

Com inscrições gratuitas de 7 a 9 de junho pelo e-mail afirmacaonapos2021@gmail.com, o curso apresentará disciplinas e seminários acerca de estratégias de formação, além de detalhes sobre os programas de pós-graduação. Durante as aulas, os participantes receberão dicas que vão da elaboração dos projetos de pesquisa até as inscrições nos processos seletivos.

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“Podem concorrer a uma das 40 vagas (além de cinco remanescentes), pessoas com experiência em movimentos sociais e culturais, em ações coletivas ou em atividades relacionadas ao desenvolvimento de sua comunidade ou grupo social. A preparação também é aberta a estudantes oriundos de famílias com poucas oportunidades econômicas e educacionais ou que se identificam como negros e indígenas”, informou a UFMG.

Ciências Humanas e Ciências Sociais são as áreas em que os alunos, ao final do curso, poderão ingressar, a exemplo de programas de linguística, ciências políticas, formações interdisciplinas, economia e educação. No total, as aulas terão duração de 60 horas, tudo de maneira on-line.

A iniciativa é do Programa Ações Afirmativas da UFMG. Mais detalhes sobre o processo de inscrições e dos coumentos exigidos podem ser obtidos no edital do preparatório.

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Você já deve ter lido nos livros de História sobre o 13 de Maio, dia da abolição da escravatura no Brasil, quando foi assinada a Lei Áurea. Entretanto, a data também é o Dia Nacional de Denúncia contra o Racismo. A mudança, iniciada na década de 1970 pelo Movimento Negro, resiginificou a data para torná-la um marco de luta e protesto.

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“A sociedade brasileira achava, e alguns ainda acham, que não existia racismo aqui. Que racismo era nos Estados Unidos. Que aqui era uma perfeita democracia racial. Então nós utilizamos o 13 de Maio para denunciar a existência do racismo”, explicou a professora emérita da Universidade Federal do Pará (UFPA) Zélia Amador de Deus, membro fundadora do Grupo de Estudos Afro-Amazônico (GEAM) e assessora de Diversidade e Inclusão Social da UFPA.

A mudança no significado ocorreu também porque a data não representava a população preta. Segundo o professor de História Diego Pereira Santos, da UNAMA Universidade da Amazônia, quando foi assinada a Lei Áurea “houve uma apropriação do 13 de Maio como uma data monárquica, que passava a ideia de que a monarquia teria sido a grande responsável pela abolição, esvaziando a luta dos negros”.

As pessoas pretas são as mais afetadas pela pobreza, mostrou a Sínteses dos Indicadores Sociais (SIS), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgada em 2019. De acordo com a SIS, entre os que se declararam pretos e pardos, 32,3% eram pobres e 8,9% eram extremamente pobres.

Eles também são os mais atingidos pela violência policial, apontou o estudo realizado em 2020 pela Rede de Observatórios de Segurança Pública. Em cinco Estados, a maioria dos mortos pela polícia são pretos e pardos. São eles Bahia, onde 96,9% das, Ceará (87,) Pernambuco (93,2), Rio de Janeiro (86,0) e São Paulo (62,8).

Eles também são minoria nas universidades: segundo o Censo de Educação Superior realizado em 2019 pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), apenas 7,12% dos universitários são pretos.

Para Marcelina Pinto, assistente social da Secretaria de Estado de Assistência Social, Trabalho, Emprego e Renda (Seaster), tudo isso dificulta o acesso de pessoas pretas a posições de liderança, na política e pesquisa acadêmica, por exemplo. E quando pretos conquistam isso, causa espanto. A servidora contou que, durante um evento de trabalho, uma secretária municipal disse a ela que nunca tinha visto uma assistente social preta.

“Ela estava abismada porque eu estava ocupando um espaço de poder, fazendo a palestra, passando conhecimento para aquele público e eu era uma pessoa preta. Normalmente, quem ocupa esses espaços de poder são pessoas brancas”, disse. "No mesmo evento, uma menininha preta me disse: ‘Quando eu crescer, eu quero ser poderosa igual a senhora'. Quando as pessoas percebem que a gente tem potencial, uns ficam frustrados (como ela está aí e eu não?) e outros se sentem representados (se ela conseguiu, eu consigo).”

Segundo a assistente social, formada pela UNAMA, muitas escolas não trabalham a questão racial de forma eficaz. “Na escola, o que a gente diz? É bullying. Utiliza-se o termo para encobrir o racismo. Eu estou sendo xingada por ser preta, pelo meu cabelo ser ‘cri-cri’, pelo meu nariz ser chato, pelos meus lábios serem grossos. A gente tem que falar sobre o racismo, sobre essa forma de nos negar determinados espaços pelo simples fato de sermos pretos”, afirmou.

É isso que o Coletivo Casa Preta faz: debate a questão racial e identidade das pessoas negras, explicou Anderson Ferreira, mais conhecido como Don Perna, coordenador da entidade social que já atendeu cerca de dois mil jovens pretos na capital paraense e quilombos no interior. “Tinham discussões políticas, rodas de conversa, rodas de tambores, atuação junto com grupos culturais. Foram diversas ações nos últimos 12 anos. A gente procura incentivar a questão da identidade negra, que elas recuperem seus vínculos familiares ancestrais”, contou.

De acordo com o coordenador, o trabalho em bairros como a Terra Firme, onde moram muitas pessoas pretas, ajuda a despertar um olhar crítico para a desigualdade racial. “Uma juventude que passa a pensar politicamente sobre a questão racial, social e cultural, assume o protagonismo de fazer melhores escolhas”, afirmou.

Por Sarah Barbosa.

 

 

 

 

 

 

Consultura de gestão e tecnologia, a Falconi promove processo seletivo de estágio exclusivo para pessoas negras, declaradas pardas ou pretas. Podem participar da seleção candidatos de qualquer área do conhecimento com previsão de formação no período que vai de junho de 2022 até julho de 2023, bem como é necessário que eles residam na região metropolitana de São Paulo.

Primeiramente, os selecionados farão trabalho remoto e, sem seguida, passarão para atividades híbridas em São Paulo. Entre as etapas da seletiva estão entrevista em vídeo, testes de lógica, exame de inglês e entrevista final.

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A Falconi promete vários benefícios aos estagiários, tais como bolsa auxílio, incentivo ao estudo da língua inglesa, plano de saúde, vale refeição, vale transporte e convênio com academias.

A previsão de início das atividades é para julho deste ano. Para mais informações, confira o site do programa de estágio.

O resultado dos recursos contra as decisões das Comissões de Validação de Heteroidentificação e de Verificação para Pessoas com Deficiência (PcD), referente ao ingresso na Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) por meio do Sistema de Seleção Unificada (Sisu), foi divulgado nesta terça-feira (27). Ao LeiaJá, a instituição de ensino informou que 264 candidatos entraram com recurso; 140 tiveram os pedidos indeferidos.

De acordo com a UFPE, os candidatos com recursos negados já foram informados sobre a decisão por e-mail. A Universidade reforça que não cabe mais recurso em seu âmbito. “As Comissões de Heteroidentificação possuem competência deliberativa para validação da autodeclaração dos candidatos, de acordo com resolução do Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão (Cepe). Cada comissão é composta de três membros da comunidade universitária e membros externos que, preferencialmente, deverão possuir vínculo com grupos de pesquisa ou núcleos de estudo ou movimentos sociais organizados ligados à questão étnico-racial, além de terem participado do curso de formação”, detalhou.

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Em decorrência da pandemia da Covid-19, as avaliações não foram feitas presencialmente, como ocorreu em edições passadas. Os estudantes tiveram que enviar digitalmente vídeos e documentos para que fossem analisados pelas comissões. “Para validar a autodeclaração de candidatos às vagas reservadas aos candidatos pretos ou pardos, foram considerados unicamente os aspectos fenotípicos do candidato, tendo sido vedado qualquer outro critério, inclusive as considerações sobre a ascendência. Entende-se por fenótipo o conjunto de características físicas do indivíduo, predominantemente a cor da pele, a textura do cabelo e os aspectos faciais, que, combinados ou não, permitem validar ou invalidar a autodeclaração”, informou a UFPE.

Responsável pela análise da documentação enviada digitalmente pelos candidatos, a Comissão de Verificação para PcD considerou como referência os laudos médicos circunstanciados com letras legíveis, além das cópias dos exames para atestar o grau da deficiência e categorias.

No total, a Universidade ofertou 6.992 vagas por meio do Sisu, em que dessas, 3.492 são para estudantes cotistas. Outros detalhes podem ser obtidos no site da UFPE.

De acordo com as Secretarias de Segurança Pública dos estados brasileiros, em 2020, 78% das pessoas mortas pela Polícia Civil e Militar eram negras (pretos e pardos). Ao longo do ano, o país registrou 5.660 pessoas mortas em decorrência de conflitos com as autoridades de segurança ou lesões não naturais com intencionalidade. Desse total, em 3.596 casos foi informada a cor da pele da vítima; 2.815 eram negros.

Onze estados brasileiros não divulgaram a situação racial dos mortos por ambas as polícias: Alagoas, Amazonas, Espírito Santo, Goiás, Maranhão, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Pará, Paraíba e Rondônia. Assim, 2.064 casos foram registrados pelas Secretarias de Segurança Pública com ausência de clareza da condição racial da vítima.

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O estado da Bahia foi o que mais registrou mortes de negros pela polícia em 2020 com 98%. Em segundo lugar está o Amapá, com 96,5%, seguido do Piauí, com 90,3%.

A classificação racial do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) tem as opções branca, preta, parda, indígena e amarela. Assim pôde ser feita a análise da taxa de mortos a cada 100 mil habitantes, em cada estado. A primeira região com maior concentração é o Amapá, com taxa de 12,8%, seguido de Sergipe (8,5%), Bahia (7,6%), Rio de Janeiro (7,1%) e Pará (5,5%). O Rio Grande do Norte é o último estado brasileiro na lista de regiões com índice em vermelho, com 4,1% na taxa de mortes.

Cursos de capacitação presencial serão oferecidos em quatro cidades de Pernambuco, por meio de iniciativa da Secretaria do Trabalho, Emprego e Qualificação (Seteq). As oportunidades ocorrerão no âmbito do programa “Fortalece a Igualdade”, idealizado pela própria pasta e com foco no atendimento exclusivo de alunos autodeclarados negros ou pardos.

Itaquitinga, Floresta, Ibimirim e Salgueiro são as cidades que receberão as qualificações a partir do dia 26 deste mês. De acordo com a Seteq, cada turma terá 25 estudantes e os cursos terão, no total, duração de 75 horas.

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O programa pretende diminuir o racismo e aumentar o número de pessoas negras e pardas no mercado de trabalho e no universo do empreendedorismo. A previsão é que mais de 20 municípios sejam beneficiados com a iniciativa que promete cursos gratuitos.

“O foco é dar acesso ao mercado de trabalho, ao empreendedorismo e ao combate à violência a partir do empoderamento das pessoas negras”, destacou a coordenadora de qualificação da Seteq, Rafaela Toscano, conforme informações da assessoria de comunicação da Secretaria.

Os interessados devem se inscrever pela internet. Confira, a seguir, os cursos oferecidos em cada municípios e seus respectivos cronogramas de aulas:

Itaquitinga

Curso: Vendas de alta performance e ferramentas de mídias sociais

Aulas presenciais: 26/04 a 31/05

Horário: 9h às 12h

Local: Escola Manoel Gonçalves de Moraes, na Rua José Paulinho Tavares, SN, Loteamento Gutiuba II - Itaquitinga/PE.

Floresta

Curso: Maquiagem e cabelos afro

Aulas presenciais: 26/04 a 31/05

Horário: 17h às 20h

Local: Escola Diocesano de Floresta, na Av Audomar Ferraz,120, Centro - Floresta-PE

Ibimirim

Curso: Culinária Básica Aulas presenciais: 26/04 a 31/05

Horário: 8h às 11h

Local: Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos, na Rua Presidente Castelo Branco, 388, Centro - Ibimirim - PE

Salgueiro

Curso:  Vendas de alta performance e ferramentas de mídias sociais

Aulas presenciais: 26/04 a 31/05

Horário: 14h às 17h

Local: Associação das Mulheres de Salgueiro - Rua Cel.Vital Barros, 50,  Bairro Augusto Alencar Sampaio - Salgueiro - PE 

Segundo informações da Folha de S.Paulo, microdados compilados do Ministério da Saúde mostram que é desigual a vacinação contra a Covid-19 no país. O levantamento mostra que 38% das doses (3,9 milhões) foram aplicadas em pessoas brancas. O número é quase o dobro em relação a negros e padros, que receberam 21% da imunização (2,2 milhões). Amarelos representam 12% dos que tiveram acesso à vacina, 2% corresponde aos indígenas, e 27% não tiveram a cor da pele informada. Os números são do balanço feito em 22 de março.

De acordo com o Ministério da Saúde, até a segunda semana de março, o índice de profissionais que trabalham na área da saúde e que receberam o imunizante corresponde a 82,8%. Neste segmento, segundo o último levantamento de dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatistica (IBGE) em 2010, apenas 15% dos médicos e 38% dos funcionários de enfermagem em geral são negros ou pardos.

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A desigualdade entre brancos e negros também apresenta uma taxa desproporcional no número de idosos no país. Segundo o grupo de estudos sobre envelhecimento da Fiocruz, cerca de 60% das pessoas entre 80 e 99 anos são brancas. Assim como os profissionais da saúde, este foi um dos grupos considerados como prioridade no plano emergencial de vacinação.

A proporção irregular também é presente na taxa de mortalidade. De acordo com a ONG Instituto Polis, a cada 100 mil habitantes, 250 óbitos pelo coronavírus são de homens negros, enquanto 157 são de brancos. O número de mulheres negras também é desproporcional: a cada 100 mil habitantes, 140 mortes pertencem ao grupo de negras, e 85 são brancas. Os dados foram coletados no início da pandemia, entre o começo de março e final de julho de 2020.

A busca pelo termo “militância”, no Google, cresceu nas últimas semanas, e o motivo, são alguns acontecimentos dentro do reality show mais popular do país, o Big Brother Brasil (BBB). Para falar sobre o assunto, e esclarecer alguns conceitos relacionados ao tema, o coordenador e pesquisador do Núcleo de Estudos Afrobrasileiros da Universidade Estadual do Pará (UEPA), Aiala Colares, é o convidado do podcast Na Pauta. Clique no ícone abaixo e ouça.

Por Douglas Santos e Allam William.

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As proposições de deputados federais tramitam com velocidade e efetividade distintas na Câmara, a depender do grupo racial que ele faz parte. Mesmo com grandes semelhanças nos temas de que tratam, e no volume de proposições apresentadas, a efetividade na tramitação de proposições de pretos é significativamente mais baixa, segundo levantamento do Observatório do Legislativo Brasileiro (OLB), produzido pela Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ), a partir do monitoramento do legislativo brasileiro em 2019 e 2020.

De acordo com o levantamento, os projetos dos deputados pretos entram nas comissões em proporção semelhante à dos brancos, mas têm menos relatores designados e pareceres emitidos. Os pesquisadores usaram a celeridade e o andamento de propostas para calcular uma nota de "efetividade na tramitação". Para deputados pretos, a nota é 5,4, diante de 6,5 para brancos. "Há barreiras institucionais e políticas importantes a serem enfrentadas na Câmara por parlamentares negros, mas especialmente por aqueles que se autodeclaram pretos", conclui o estudo.

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Segundo os autores, não é a temática ou a quantidade de projetos apresentados que explica a diferença de tratamento. O porcentual de proposições de autodeclarados pretos tratando do tema "Direitos Humanos e Minorias", por exemplo, é 22%. Entre brancos e pardos, sobre o mesmo tema, é 17%.

"O vigor de sua atividade legislativa individual, cujo padrão é semelhante à dos brancos é incapaz de garantir que a produção desse grupo chegue a termo com a mesma velocidade empregada em propostas de outros grupos raciais", dizem os cientistas políticos no documento. Os negros (pretos e pardos), que compõem cerca de 55,9% da população, são apenas 24,4% dos deputados federais eleitos em 2018.

Recursos

No ano passado, o Supremo Tribunal Federal (STF) determinou que a partir das eleições de 2020 os partidos deverão dividir os recursos do Fundo Eleitoral e do horário de propaganda no rádio e na TV segundo a quantidade de candidatos brancos e negros de cada sigla. O entendimento do ministro Ricardo Lewandowski antecipou a vigência da decisão do plenário do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que havia determinado a aplicação das novas regras somente a partir das eleições de 2022.

 

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Reconhecido pela incoerente aversão à cultura negra brasileira, o presidente da Fundação Palmares, Sérgio Camargo, afirmou que esta edição do Big Brother Brasil prova que há pretos racistas no país. Na madrugada desta terça-feira (2), o gestor auto classificado como 'negro de direita' avaliou o reality e disse que as desavenças do programa trazem benefícios inegáveis.

Expectador ligado nas confusões da Casa, sem citar a briga que isolou o participante Lucas Penteado, Camargo aproveitou o sucesso do BBB para criticar a esquerda e o movimento negro no Brasil em mais uma oportunidade. “É inegável que essa edição do BBB tem um benefício. Mostra, em tempo real, que há pretos racistas no Brasil. E são todos crias do esquerdismo que tenta nos dividir. Finalmente a máscara caiu”, publicou.

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Antes, ele já havia feito uma série de posts sobre o programa e chegou discordar de uma matéria em que Boninho explica que a pauta da edição 21 é o racismo estrutural. “Não existe racismo estrutural (onipresente) no Brasil! O racismo, no nosso País, é circunstancial e episódico. A narrativa da esquerda tem um só objetivo: disseminar o ódio, o rancor e a divisão. É preciso combater a agenda do mal incansavelmente!”, criticou.

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Após a realização de um processo seletivo com reserva de vagas no fim do último ano, a empresa de telecomunicações Vivo anunciou que, em 2021, 30% de seus trainees são negros. Os candidatos selecionados vão trabalhar por 18 meses em São Paulo a partir de fevereiro. 

O processo seletivo contou com 41 mil inscritos para um total de 30 vagas. De acordo com Niva Ribeiro, vice-presidente de Pessoas da Vivo, o número de profissionais negros recrutados ultrapassou o número de vagas reservadas em 13%. 

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“Superamos nosso compromisso e esse número foi para 43%. Nós encontramos excelentes profissionais. Somos uma marca inclusiva, com a diversidade em nosso DNA, e entendemos a importância de estimular uma cultura com mais pluralidade e representatividade na companhia. Jovens talentos serão nossos líderes do futuro e esse é um dos nossos movimentos para estimular a diversidade racial na liderança”, disse ela, conforme informações da assessoria de imprensa da empresa.

Além do critério racial, a empresa afirma que buscou dar mais diversidade ao processo seletivo através de sua estratégia de comunicação nas redes sociais para atingir candidatos com perfis diferentes e garantir diversidade geográfica, de gênero, raça, curso de formação e universidade. Como resultado desse esforço, segundo a Vivo, quase metade dos candidatos mora fora de São Paulo. 

Um deles é Rafael Amorim, 27 anos, que mora em Salvador e se mudará para trabalhar na empresa. Ele é formado em engenharia química e conta que precisou se preparar bem para a seleção. “Tive que estudar e me preparar para as dinâmicas. Já participei de outras seleções para trainee, mas essa foi a que eu mais aprendi. Mesmo que não conseguisse a vaga, já teria um conhecimento adquirido (…) Trainee é uma posição em que você é preparado para ser um líder e eu tenho esse desejo”, disse ele.

*Com informações da Vivo

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