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O ser humano ingere e respira dezenas de milhares de partículas de plástico a cada ano - revela uma pesquisa publicada nesta quarta-feira (5).

Estes microplásticos procedentes da degradação de produtos diversos, como roupas sintéticas, pneus e lentes de contato, são encontrados nas superfícies aquáticas do planeta, desde as maiores geleiras até o fundo dos oceanos.

Pesquisadores canadenses cruzaram centenas de dados sobre essa contaminação com a dieta e os modos de consumo dos americanos.

Resultado dessas estimativas: um homem adulto ingere uma média de 52.000 micropartículas plásticas por ano. Se adicionarmos as partículas que estão no ar, o número aumenta para 121.000.

Os autores do estudo publicado na revista Environmental Science and Technology salientaram que os dados variam muito dependendo de onde as pessoas vivem e o que comem.

O impacto na saúde humana ainda precisa ser determinado, de acordo com os pesquisadores. As partículas mais finas "podem potencialmente atingir os tecidos humanos (e) gerar uma resposta imune localizada", acrescentam.

Para Alaistair Grant, professor de Ecologia da Universidade de East Anglia, que não esteve envolvido no estudo, nada prova que as partículas de plástico representam um "perigo significativo para a saúde humana".

Segundo Grant, é provável que apenas uma pequena parte dos elementos inalados atinja os pulmões.

Os autores defendem o fortalecimento da pesquisa sobre a quantidade de matéria que chega aos pulmões e ao estômago e seus efeitos sobre a saúde.

Enquanto isso, "a maneira mais eficaz de reduzir o consumo humano de microplásticos é, sem dúvida, reduzir a produção e o recurso" a esse material, acrescentam eles.

Os efeitos da poluição do ar à saúde humana já são conhecidos. Uma pesquisa do Instituto de Biociências (IB) da Universidade de São Paulo (USP) identificou agora que as árvores também sofrem esses efeitos, o que interfere nos benefícios ambientais prestados por elas. Os pesquisadores utilizaram como modelo a tipuana (Tipuana tipu) – uma das espécies de árvores mais comuns em São Paulo – e mostraram que os poluentes atmosféricos restringem o desenvolvimento desse tipo de planta.

Diminuir temperatura, produzir vapor de água, mitigar o escoamento da água da chuva e, inclusive, filtrar a poluição são alguns dos benefícios das árvores no ambiente urbano que estão prejudicados. “Vamos precisar muito desses serviços ambientais para a gente se adaptar aos impactos das mudanças climáticas. É muito importante ter árvores na cidade. Quanto mais saudáveis elas forem, mais rapidamente a gente vai ganhar esse serviço [ambiental]. As árvores que estão crescendo neste momento estão, provavelmente, sofrendo com o efeito da poluição”, disse Marcos Buckeridge, professor do IB-USP e responsável pelo projeto.

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Foram analisadas 41 tipuanas localizadas em diferentes distâncias do Polo Industrial de Capuava, em Mauá, uma das áreas mais industrializadas da região metropolitana de São Paulo. De acordo com os pesquisadores, o bairro é composto por áreas residenciais e comerciais e um polo industrial, formado por refinarias de petróleo e fábricas de cimento e fertilizantes, por onde circula grande quantidade de caminhões e carros.

Estudo

Com um instrumento semelhante a uma broca de furadeira, mas com o interior oco, chamado de sonda Pressler, os pesquisadores retiraram amostras das cascas e dos anéis de crescimento. Eles analisaram a composição química e o tamanho dos anéis e conseguiram medir a variação dos níveis de poluição do ar por diversos elementos químicos a que as plantas foram expostas durante o desenvolvimento e como esse fator influenciou o crescimento delas.

“Nós pegamos árvores que estão em posição onde há uma poluição muito forte e comparamos com árvores onde a poluição não é tão forte”, afirmou Buckeridge. Quando os anéis são muito grandes ou largos, isso indica anos de bom crescimento, ou seja, foram anos de menores níveis de poluição. Os anéis de crescimento menores ou mais estreitos, por sua vez, representam anos de crescimento ruim, quando os níveis de poluição foram maiores.

“As árvores mais próximas às vias de tráfego e expostas a concentrações mais altas de alumínio, bário e zinco, gerados pelo desgaste de peças de automóveis, tiveram menor crescimento ao longo dos anos”, mostra o estudo, que teve apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp).

De acordo com a pesquisa, o material particulado (partículas muito finas de sólidos ou líquidos suspensos no ar) com tamanho de até 10 micrômetros (PM10), emitido pelo polo industrial, reduziu em até 37% a taxa de crescimento do diâmetro das árvores mais próximas à área.

Os resultados das análises da composição química das amostras das cascas foram confirmadas com dados obtidos por meio de séries temporais de emissões de material particulado na região de Capuava por cerca de 20 anos, elaboradas pela Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb).

O estudo revela que os metais pesados e o material particulado influenciam o desenvolvimento das árvores ao mudar as propriedades ópticas da superfície das folhas. “Dessa forma, aumentam a temperatura e reduzem a disponibilidade de luz para a fotossíntese da planta. Além disso, podem reduzir as trocas gasosas das árvores ao acumular nos estômatos foliares – um conjunto de células nas folhas da planta que permitem a troca de gases com o ambiente e a transpiração do vegetal”.

Buckeridge destaca que a pesquisa mostrou o impacto da poluição no desenvolvimento das tipuanas e, agora, em novas etapas do trabalho, será possível calcular os impactos para a cidade como um todo. “Agora vamos ter que integrar, fazer a modelagem da arborização em São Paulo e ver, no caso da tipuana tipu, quais são esses efeitos no nível macro, mas nós não temos esse número ainda”, explicou.

Um quarto das mortes prematuras e das doenças que existem no mundo estão relacionadas à poluição e a outros danos ao meio ambiente provocados pelo homem. É o que alerta a Organização das Nações Unidas (ONU) em um relatório divulgado hoje (13) em Nairóbi, no Quênia.

O documento aponta que a poluição atmosférica, os produtos químicos que contaminam a água e a destruição acelerada dos ecossistemas vitais para bilhões de pessoas estão provocando uma epidemia mundial.

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Anualmente, a poluição do ar mata entre 6 e 7 milhões de pessoas. Já a falta de acesso à água potável mata 1,4 milhão a cada ano por causa de doenças que poderiam ser evitadas, como diarreias.

Ainda segundo o documento, os produtos químicos despejados no mar tem causado efeitos negativos na saúde de várias gerações e, atualmente, 3,2 bilhões de pessoas vivem em regiões destruídas pelo desmatamento e pela agricultura intensiva.

Além disso, a utilização irregular de antibióticos na produção alimentar pode levar ao surgimento de bactérias resistentes, que podem se tornar a primeira causa de mortes prematuras até 2050.

A boa notícia é que a situação não é irremediável, mas necessita, sobretudo, da redução das emissões de dióxido de carbono e do uso de pesticidas. Há uma ação prevista no Acordo de Paris de 2015, que pretende limitar o aquecimento global a +2°C até 2100.

No entanto, os cientistas lembram que não há nenhum acordo internacional sobre o meio ambiente e os impactos da poluição e do desmatamento sobre a saúde humana. E que o desperdício de alimentos também precisa ser reduzido, dado ao fato de a população mundial jogar no lixo um terço da comida produzida, principalmente nos países ricos, que respondem por 56% do desperdício.

O presidente Jair Bolsonaro (PSL) disse, neste domingo, que o Ministério do Meio Ambiente usará uma armação de metal em formato de tubarão-baleia como símbolo de uma campanha de combate à poluição marinha. O tubarão, com 15 metros de comprimento, será preenchido com lixo retirado do mar.

"No Dia Mundial da Água, 22 de Março, o ministro do Meio Ambiente Ricardo Salles, lançará a primeira etapa da Agenda Ambiental Urbana: Combate ao Lixo no Mar, em Santos e em Ilhabela", escreveu o presidente, no Twitter.

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Também no Twitter, o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, disse que o lançamento do programa será às 9h, em Santos, e às 14h, em Ilhabela.

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O Ministério Público Federal (MPF) moveu ação civil pública, com tutela de urgência, solicitando medidas para impedir maiores danos ambientais após o vazamento de esgoto nas praias de Arraial do Cabo, na Região dos Lagos (RJ). Esse é o segundo pedido de urgência encaminhado à Justiça Federal relacionado ao lançamento de esgoto na região e foi motivado pelo recente rompimento na tubulação de esgoto na Prainha, causando enorme poluição na areia e no mar e o descarte de esgoto diretamente na praia dos Anjos, com reflexos na Praia do Forno, agravando o dano ao ecossistema em Arraial do Cabo, bem como pondo em risco a saúde humana dos frequentadores da área.
 

Veja a íntegra da petição.

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Na ação, o MPF solicita que se determine ao Instituto Estadual do Meio Ambiente (Inea) a abstenção imediata de concessão e renovação de futuras licenças ambientais ao município de Arraial do Cabo, relativas ao sistema de esgotamento sanitário, sem que se estabeleçam metas obrigatórias progressivas trimestrais, até o prazo máximo de 2 anos, para a eliminação do sistema “tempo seco”, que não funciona quando há chuvas.

Em relação à licença ambiental vigente e as futuras, o MPF requer que seja determinado ao Inea que fiscalize, por meio do uso de poder de polícia adequado (multa, embargo, entre outros), as medidas adotadas pelo município no que tange à correção dos defeitos de operabilidade. As ações estão sob pena de multa diária pessoal ao agente público responsável no valor de R$ 5 mil, devendo, para tanto, haver intimação também pessoal para o cumprimento da medida.

Danos ambientais - O MPF requisitou ao município de Arraial do Cabo que apresente relatório sobre os danos ambientais causados pelo rompimento da tubulação na Prainha, apontando os responsáveis pela manutenção e o estado de conservação da rede como um todo, devendo ser tomadas todas as medidas para impedir novos rompimentos. Também foi pedido que se instale, imediatamente, placas informativas nas praias sob sua gestão e também no seu site eletrônico, informando periodicamente sobre as condições de balneabilidade e eventuais riscos para a saúde humana, no prazo de 5 dias.

Em até 60 dias, o município deve ainda apresentar e executar proposta e cronograma com as ações que serão realizadas para a completa descontaminação e preservação da faixa de praia e do mar da Praia da Prainha,dos Anjos e da Lagoa de Araruama, no que concerne aos danos causados por seu sistema de esgoto, bem como para a obtenção de Licença Ambiental de Operação (LAO). A medida tem pena de multa diária pessoal ao prefeito de R$ 5 mil, devendo, para tanto, haver intimação também pessoal para o cumprimento da medida.

O MPF soclicitou ainda que o município de Arraial do Cabo, o Inea, a Empresa de Saneamento de Arraial do Cabo (Esac) e a Concessionária de Serviços Públicos de Água e Esgoto (Prolagos S/A) promovam a análise periódica mensal dos efluentes lançados diretamente nos corpos hídricos destinatários finais do esgotamento sanitário do município, especialmente em relação aos níveis de nitrogênio e fósforo, devendo-se adotar, ainda, as medidas de adequação aos requisitos e padrões técnicos vigentes. O MPF quer também que os órgãos adotem, no prazo de 60 dias, as medidas necessárias para colocar a Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) e suas respectivas Elevatórias (EEE1; EEE2; e EEE3) em condições de operabilidade, promovendo-se a sua reparação e manutenção, além de colocarem em operação, no prazo de 30 dias, o laboratório existente na ETE.

Em até 2 anos, deve ser solucionado tecnicamente o problema de extravasamento nas estações das EEEs e da ETEs, dotando o sistema, de acordo com as melhores técnicas em saneamento e com as condicionantes típicas do licenciamento ambiental, de todos os equipamentos, bombas e procedimentos de controle que se façam necessários, apresentando, findo tal prazo, declaração ou outro documento oficial do órgão ambiental acerca da eficácia e da segurança (saúde pública) das providências adotadas. Essas medidas também apresentam pena de multa diária pessoal ao agente público responsável de R$ 5 mil devendo, para tanto, haver intimação também pessoal para o cumprimento da medida.

Por fim, para instrução da ação e demais medidas cíveis e criminais cabíveis, o MPF também requereu a intimação do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) para manifestação técnica sobre os prejuízos causados à unidade de conservação federal Reserva Extrativista Marinha do Arraial do Cabo.

Histórico - Em 2016, o MPF em São Pedro da Aldeia já havia ajuizado a ação civil pública de nº 0500248-54.2016.4.02.5108, com pedido de tutela de urgência, contra o município de Arraial do Cabo, Inea, Esac e Prolagos S/A, pedindo a imediata paralisação do lançamento de esgoto diretamente nas praias da Prainha e dos Anjos, ambas localizadas em Arraial do Cabo. Na época, o pedido de medida liminar para as imediatas medidas não foi concedido pela Justiça.

O procurador da República Leandro Mitidieri ressalta que “as medidas já haviam sido requeridas judicialmente em 2016 e agora, mais do nunca, elas devem ser deferidas para se pôr fim a esse descaso com um meio ambiente tão valioso como o de Arraial do Cabo”.

Uma mistura de neblina com uma fumaça densa e acinzentada alertou a população de Nova Déhli, capital da Índia, em relação ao índice de poluição, que atingiu um nível “grave” e “emergencial”, na manhã desta quinta-feira (3). As autoridades deram poucos indícios de ter encontrado alguma solução para o descaso ambiental.

A Comissão Central de Controle da Poluição apontou que a concentração de partículas tóxicas, conhecidas como PM 2,5, progrediu de 430 nessa quarta-feira (2) para 440, aproximadamente 12 vezes o nível recomendado pelo governo americano, que é de 35.

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Em algumas áreas do norte indiano e da própria capital, lar de mais de 20 milhões de pessoas, o nível de poluição chegou a 500, dificultando a visibilidade dos populares. No ano passado, o pico atingiu 450 no dia 23 de dezembro. "As condições climáticas contribuíram para a crise, mas temos que admitir que a maioria das medidas anunciadas em 2018 fracassou terrivelmente", disse a ativista do Greenpeace Sunil Dahiya.

A situação foi agravada por uma série de fatores como a queda brusca da temperatura e na velocidade dos ventos, aliada às emissões industriais e de veículos, ao pó de canteiros de obras e à fumaça advinda da queima de lixo. Nem o governo federal do primeiro-ministro, Narendra Modi, nem o governo municipal de Arvind Kejriwal quiseram se pronunciar, e ainda não anunciaram medidas para combater a poluição neste ano.

A poluição do ar provoca a morte de 600.000 menores de 15 anos ao ano, em razão de graves infecções respiratórias, alertou a OMS nesta segunda-feira (29).

A poluição do ar é o "novo cigarro", afirmou o diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS) Tedros Adhanom Ghebreyesus no site da organização, que realiza entre hoje e quinta-feira a primeira conferência mundial sobre "a poluição do ar e a saúde".

A OMS publicou um relatório em que alerta que 93% dos menores de 15 anos no mundo (1,8 milhão de crianças) respiram diariamente um ar contaminado que prejudica sua saúde e crescimento.

Em 2016, a poluição do ar causou a morte de 543.000 crianças menores de 5 anos e de 52.000 crianças com entre 5 e 15 anos em razão de infecções respiratórias, aponta o relatório.

Uma das razões que explicam a maior vulnerabilidade das crianças à poluição é que elas respiram mais rapidamente que os adultos e, por isso, absorvem mais poluentes, explica a OMS.

Segundo a OMS, 91% dos habitantes do planeta respiram ar contaminado, o que provoca 7 milhões de mortes a cada ano.

"Esta crise de saúde pública deve receber maior atenção, há um aspecto crítico que tem sido negligenciado: o fato que a poluição do ar afeta principalmente as crianças", ressalta a OMS no relatório.

Segundo a organização, as mulheres grávidas expostas ao ar poluído são mais propensas a dar à luz prematuramente.

Se os níveis de poluição continuarem como estão, até 2025 mais de 51 mil pessoas poderão morrer na Grande São Paulo. É o que aponta o estudo realizado pelo Instituto de Saúde e Sustentabilidade e pela Escola Paulista de Medicina.

O número corresponde a 6,4 mil mortes por ano, o equivalente a 18 mortes em decorrência da má qualidade do ar por dia.

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Apesar de a chuva limpar o ar possibilitando que as pessoas respirem melhor, na capital paulista a fumaça que sai dos escapamentos prejudica a qualidade do ar e agrava doenças respiratórias, nas quais os gastos podem chegar a R$ 22 bilhões nos próximos oito anos.

Até 2025, de acordo com o estudo, 11 pessoas devem dar entrada em hospitais diariamente com doenças respiratórias, cardiovasculares e câncer de pulmão. Para os pesquisadores, a poluição em São Paulo mata duas vezes mais do que acidentes de trânsito, cinco vezes mais do que câncer de mama e sete vezes mais que a AIDS.

Diante dos números, a Associação Paulista de Medicina elaborou um manifesto para que os padrões de qualidade de ar e os limites de emissão de poluentes sejam revistos pelos governos municipais, estaduais e federal. O documento “Um minuto de ar limpo” tem como objetivo chamar a atenção da população de todo o país para o problema.

 “O que os médicos estão fazendo aqui hoje é um apelo aos gestores ambientais responsáveis pelas mudanças, que se sensibilizem com essa questão da saúde que é real, mais que provada cientificamente e nos atendimentos que temos no SUS e nos gastos públicos para isso”, destacou a diretora da associação, Evangelina Vormitagg.

Em Petrolina, no Sertão de Pernambuco, uma empresa de fabricação têxtil estava despejando resíduos químicos em um canal que tinha como destino o Rio São Francisco. A tubulação de concreto estava camuflada com madeira e vegetação, o que dificultava a visualização e identificação de origem.

A Agência Municipal do Meio Ambiente, com apoio da Guarda Municipal, constatou a irregularidade após denúncia feita através da Ouvidoria de Petrolina. Foi aplicada uma multa de mais de R$ 16 milhões por crime ambiental.

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A empresa também não possuía licença ambiental. O local foi interditado e as atividades da empresa foram suspensas. 

Segundo a Amma, a empresa tem 20 dias, a partir da data de notificação, para regularizar as atividades. A penalidade se baseou no Artigo 66º do Decreto Federal 6514/2008, que determina multa entre R$ 5 mil a R$ 50 milhões para o crime ambiental. Outras denúncias podem ser feitas através do telefone da ouvidoria no número: 156.

Interessados em reconstruir o histórico das concentrações de chumbo e outros metais pesados na poluição atmosférica paulistana, pesquisadores foram procurar os dados que precisavam nos arquivos da Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb). Não encontraram. Então, resolveram perguntar às árvores.

Elas contaram uma boa história: que as concentrações de chumbo no ambiente decaíram rapidamente a partir de 1989, com a proibição do uso dessa substância na gasolina. E também caíram as concentrações de cádmio, cobre, níquel, sódio e zinco, conforme a cidade foi se "desindustrializando" nos últimos 30 anos. Um relato fidedigno com a história, segundo os especialistas.

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Não se trata de nenhuma pesquisa esotérica, mas de um trabalho publicado por cientistas da Universidade de São Paulo (USP) e da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) na revista Environmental Pollution. As árvores, de fato, guardam nas células um registro histórico das substâncias químicas que estavam presentes no ambiente ao longo do seu crescimento. Dessa forma, funcionam como "arquivos naturais" da qualidade do ar na cidade.

Para acessar esse arquivo, os cientistas recolheram amostras do tronco de árvores às margens da Avenida Doutor Arnaldo, zona oeste de São Paulo, uma das mais movimentadas da capital. As amostras, chamadas baquetas, são pequenos cilindros de madeira, extraídos com um broca.

"É como se tirássemos uma biópsia da árvore", explica o pesquisador Giuliano Locosselli, pós-doutorando do Instituto de Biociências da USP.

A espécie escolhida como doadora foi a tipuana, uma árvore muito comum na paisagem urbana de São Paulo - apesar de ser originária da Bolívia -, que tem anéis de crescimento muito bem definidos.

Cada anel corresponde a um ano de vida da árvore, e guarda uma amostra dos elementos químicos que ela "respirou e bebeu" naquele período, por meio de suas folhas e raízes.

Análises

As baquetas coletadas na Doutor Arnaldo foram enviadas para o laboratório do pesquisador Marco Aurelio Zezzi Arruda, do Instituto de Química da Unicamp, onde foi possível detectar e quantificar a presença desses seis metais nas células de cada anel.

São substâncias que não são monitoradas regularmente pela Cetesb, porque as análises são caras e não é possível fazê-las de forma automatizada, como ocorre com outros poluentes.

Confirmada a eficácia da técnica, os cientistas vão agora vasculhar os arquivos de outras tipuanas, de diferentes regiões da cidade, para comparar os resultados e entender melhor a história desses poluentes na vida da metrópole, incluindo suas origens, persistência e impacto na saúde pública. "São lições do passado que podemos usar para nos preparar melhor para o futuro", diz o orientador da pesquisa, Marcos Buckeridge, da USP. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O arquiteto francês Benoît Lecomte, que iniciou a primeira travessia do Pacífico a nado para alertar sobre a poluição dos oceanos com o plástico, teve que renunciar temporariamente a seu desafio em consequência das tempestades.

Desde o início da missão em uma pequena praia do leste do Japão em 5 de junho, Lecomte nadava oito horas por dia, escoltado por um veleiro.

"Dois tufões, Jongdari e Wukong, interromperam seu avanço e obrigaram o barco a retornar ao Japão", informou o site Seeker, que acompanha a expedição.

Lecomte, que mora há mais de 25 anos nos Estados Unidos, se preparou física e mentalmente para o desafio durante sete anos, período em que deixou de lado sua atividade profissional.

Ele pretendia alcançar o destino, San Francisco, a quase 9.000 km do Japão, em um prazo de seis a oito meses.

Apesar do contratempo, o francês de 51 anos afirmou que está "mais determinado do que nunca para continuar com sua histórica travessía transpacífica", indicouio Seeker, que não anunciou uma data para uma nova tentativa.

O francês já havia percorrido 800 km quando um temporal forçou a sua parada.

Entre os itens essenciais que a nutricionista Fernanda Bezerra, de 29 anos, sempre carrega está a carteira, o celular e, sim, um canudo de aço inox. O utensílio de metal ela ganhou de presente, após ter relatado a uma amiga sobre o impacto de ter visto muito lixo no mar em uma viagem às Filipinas. "Isso me chocou."

Atitudes como a de Fernanda estão mais comuns e podem virar regra. No Rio, a prefeitura iniciou na semana passada a fiscalização da lei que obriga estabelecimentos alimentícios a oferecerem canudos de papel e proíbe a versão em plástico (com multa de até R$ 6 mil). Projeto de lei semelhante tramita na Câmara Municipal de São Paulo e de outras cidades.

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Nas redes sociais, chamam a atenção imagens de animais atingidos. Um dos mais assistidos é um vídeo em que um canudo é retirado da narina de uma tartaruga. "Sou apaixonada por animais, já vinha vendo esse tipo de coisa e pesquisado na internet, procurando alternativas", conta a advogada Georgia Moraes, de 25 anos.

Há cerca de um mês, ela comprou dois canudos reutilizáveis, de vidro e de aço inox. Para ela, o uso da versão em plástico era tão comum que dispensar causa estranhamento. "Já aconteceu de a garçonete oferecer e eu quase pegar, esquecer que tinha na bolsa", conta.

Para outros, o canudo é só um dos itens abandonados. "A gente evita comprar bobeira que tem muito plástico, leva bolsa para fazer compra, opta pelo mercado que a balança fica no caixa", conta a comerciante Rebeca Simões, de 21 anos. Como não encontrou os canudos reutilizáveis em sua cidade, Silva Jardim (RJ), de 21 mil habitantes, ela improvisou com um copo térmico, que já vem com um canudo removível.

O fenômeno também se repete na indústria alimentícia. Só nas últimas semanas, o McDonald's do Reino Unido e a rede Starbucks anunciaram que pretendem abandonar o canudo de plástico em breve. A tendência chegou ao Brasil e não apenas em restaurantes de comida natural. Nas casas do Grupo Maní, liderado pela chef Helena Rizzo, o canudo não é levado para a mesa desde março e, caso solicitado, é enviada uma versão de plástico oxibiodegradável.

Já o Bar Frank, no Maksoud Hotel, na zona sul, repete a proposta com um modelo de papel. "A gente fez o cardápio atual já pensando que não iria usar canudo", conta o bartender Spencer Amereno Jr. Segundo ele, a mudança inclui evitar copos longos e prender a decoração. "Para não cair ao virar", explica.

Na Companhia de Gastronomia e Cultura (CGC), a solução veio de uma das oito casas do grupo: o Bar Quintana, na zona sul, que servia bombas de chimarrão no lugar dos canudos. "É uma alternativa que já existia", diz o fundador, o chef gaúcho Marcos Livi, de 45 anos. De seus estabelecimentos, só a hamburgueria C6 precisou recorrer a outra alternativa, o canudo de macarrão, pela consistência dos milk-shakes.

Empreendedores. A busca por produtos mais sustentáveis também se torna oportunidade de negócio. Por três anos, Patricya Bezerra, de 33 anos, e Jéssica Pertile, de 30, lideraram eventos pelo meio ambiente em Curitiba. Em 2016, tomaram um caminho mais amplo e lançaram a BeeGreen, marca de itens domésticos sustentáveis. "Percebemos que o ativismo não era suficiente, faltava dar ferramentas. Muito do que a gente via só tinha fora do Brasil", conta Patricya, que é engenheira de produção.

Dentre os produtos, o "carrochefe" são os quatro modelos de canudo inox. A produção mensal gira em torno de 20 mil unidades. A maior demanda se concentra no Rio e em São Paulo, mas há aumento também no Distrito Federal e no Nordeste.

Cenário parecido é apontado pela fundadora da Mentah!, Helen Rodrigues, de 34 anos, farmacêutica que criou um canudo de vidro borosilicato, tipo mais resistente e tradicionalmente usado em laboratórios. "Vendemos em um mês agora o que vendemos em todo o ano passado (desde o lançamento, em junho)." Há pontos de vendas em dez Estados e produção de 4 mil unidades por mês. Entre os modelos reutilizáveis no mercado, também há opções de bambu de trigo e até comestíveis.

Solução. Calcula-se que o canudo de plástico possa permanecer cerca de 400 anos na natureza, diz Cláudio Gonçalves Tiago, professor de Biologia Marinha da Universidade de São Paulo (USP). Além de ferir animais, solta substâncias químicas no ambiente. "A chance de parar no mar é quase 100%." Para ele, mais do que vetar o item, a solução passa por manejo e reciclagem. "Se acabar totalmente, prejudica pessoas de mobilidade reduzida (que não conseguem segurar o copo, por exemplo)." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Após autorizar o uso de ovelhas para cortar a grama de parques, a Prefeitura de Roma quer utilizar abelhas para preservar a qualidade do ar da cidade.

O projeto foi criado pelas Forças Armadas, em colaboração com apicultores italianos, e permite que, a partir da análise do mel, da cera e do estado de saúde do inseto, seja possível determinar a presença de poluentes no ar.

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Segundo um comunicado dos Carabinieri, o programa prevê "desenvolver pequenas, mas numerosas criações de abelha que existem em Roma, criando uma rede de 10 postos para o centro histórico ou instalações próximas".

O apiário "Número Zero" é o da Federação de Apicultores Italianos, ativo desde 1980 e que está no Palazzo della Valle, sede da Confederação Geral da Agricultura Italiana (Confragricoltura).

Já na central das Forças Armadas, foram instaladas três colmeias para ativar o "Laboratório Número 1".

De acordo com o secretário de Ambiente de Roma, Edagr Meyer, o "'Apincittà' será útil do ponto de vista ambiental, mas também será interessante para a sensibilização e educação dos cidadãos sobre a biodiversidade urbana".

Da Ansa

A empresa Norsk Hydro Brasil – Hydro Alunorte permanecerá com suas atividades parcialmente suspensas. Em reunião colegiada realizada na segunda-feira (11), os desembargadores da Seção de Direito Penal do Tribunal de Justiça do Pará (TJPA), por unanimidade, negaram Mandado de Segurança no qual a empresa requeria a cassação da decisão do Juízo de Barcarena que determinou a suspensão parcial das atividades. A empresa foi denunciada pelo Ministério Público do Pará, em fevereiro deste ano, por crimes ambientais ocasionados pelo vazamento de resíduos tóxicos nos rios da região, provocando danos à saúde das comunidades de Barcarena.

A defesa da empresa alegou a falta de fundamentação para a decisão. Ressaltou, ainda, a violação do princípio da legalidade, uma vez que a medida de suspensão não estaria prevista legalmente como medida cautelar. Alegou também o cerceamento de defesa e a desnecessidade da investigação penal, uma vez que o fato já estava sendo investigado na esfera administrativa pelos órgãos atuantes na área ambiental.

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Em voto fundamentado, acompanhado pelos demais julgadores, o relator do Mandado de Segurança, desembargador Leonam Gondim da Cruz Júnior, afirmou não existir razão à empresa. Conforme explicou, as medidas cautelares previstas no Código de Processo Penal poderão ser aplicadas observando-se a sua adequação à gravidade do crime, circunstâncias do fato e condições pessoais do indiciado ou acusado. Dentre as medidas previstas no artigo 319 do CPP está a de “suspensão do exercício de função pública ou de atividade de natureza econômica ou financeira quando houver justo receio de sua utilização para a prática de infrações penais”.

O relator afirmou que “a medida cautelar está legalmente prevista e o que ocorreu foi a suspensão parcial das atividades da empresa Norsk Hydro Alunorte e decorrentes de seu efeito natural legitimou as outras medidas”. Esclareceu ainda o relator que “as esferas penal, cível e administrativa são independentes e não criam óbices uma para a outra de apurar um fato dentro de suas atribuições legais; por isso, ainda que a infração esteja sendo apurada pelo Ibama, Semas e MP, não afasta a persecução criminal para o reconhecimento de uma responsabilidade penal”.

Em sua decisão, o relator ressalta que “não se despreza que a suspensão parcial das atividades da Norsk Hydro Alunorte resulta em seu prejuízo financeiro tanto quanto tais atividades eventualmente também resultariam em dano ao meio ambiente e à comunidade da área". 

“Para minimizar o dano, a medida cautelar deve ser mantida. É preciso que se esclareça que as atividades da empresa não foram encerradas, mas apenas uma parte de suas atividades foi suspensa com os efeitos dela decorrentes, não havendo com isso violação ao seu direito líquido e certo de explorar seu negócio, desde que não prejudique direito alheio”, asseverou o magistrado.

Com informações da assessoria do TJPA.

O presidente Michel Temer aprovou hoje (5) as metas anuais de redução de emissões de gases causadores do efeito estufa para os próximos dez anos. Dessa forma, o governo espera um maior uso dos biocombustíveis, como o etanol e o biodiesel, menos poluentes, para alcançar a meta. Isso traria, segundo o presidente, menor dependência do mercado externo de petróleo e consequente redução no preço dos combustíveis.

“Vamos reduzir de 11,5% para 7% a dependência externa de combustíveis. O Brasil estará menos exposto à variação internacional do preço do petróleo e às flutuações cambiais. Portanto, quem sabe, num futuro muito próximo, consigamos evitar acontecimentos como este que se verificou na semana passada”, disse o presidente, referindo-se a greve dos caminhoneiros, deflagrada por conta dos elevados preços do diesel. O movimento provocou uma crise no abastecimento no país, inclusive com falta de combustíveis e longas filas em postos. 

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As metas propostas pelo Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) compõem a Política Nacional de Biocombustíveis (RenovaBio). Elas reduzem 10% nas emissões de carbono na matriz de combustíveis do país, passando dos atuais 74,25 gramas de gás carbônico por megajoule (g CO2/MJ) para 66,75 g CO2/MJ, o que corresponde à retirada de 600 milhões de toneladas de carbono da atmosfera até 2028.

Segundo o Ministério do Meio Ambiente (MME), o estabelecimento da meta provocará investimentos de R$ 1,3 trilhão em expansão da produção de biocombustíveis nos próximos dez anos e redução de, pelo menos, 0,84% do preço dos combustíveis ao consumidor ao final do período.

“[A aprovação das metas são] exatamente para dar o testemunho do compromisso do governo brasileiro com a qualidade de vida no mundo, com a possibilidade de baixar o preço do combustível, que às vezes nos captura, como recentemente nos capturou. São medidas que não terão efeito amanhã, mas nos próximos dez anos”, disse o ministro de Minas e Energia, Moreira Franco.

Áreas de Preservação

O presidente também aproveitou o Dia Mundial do Meio Ambiente, celebrado hoje, para anunciar a criação de duas áreas de preservação ambiental, uma na Amazônia e outra na Bahia. “Acabo de assinar duas novas áreas de preservação: a Reserva Extrativista do Baixo Rio Branco, na Floresta Amazônica, e um refúgio de vida silvestre para a ararinha azul, na Bahia. Antes extinta em seu habitat, estamos reintroduzindo a ararinha na natureza.”

Uma baleia morreu depois de ter engolido mais de 80 sacolas de plástico na Tailândia, anunciaram as autoridades que tentaram, em vão, salvar o cetáceo.

A Tailândia é um dos países do mundo onde mais se usa sacolas plásticas, causando todos os anos a morte de centenas de criaturas marinhas que vivem perto das populares plaias do sul do país.

A baleia, um jovem macho, é a mais recente vítima achada entre a vida e a morte perto da fronteira com a Malásia, segundo informou o ministério da Marinha este sábado no Facebook.

Uma equipe de veterinários tentou salvar a baleia, mas não obteve sucesso.

Segundo a necropsia, ela tinha em seu estômago mais de 80 sacolas pesando cerca de oito quilos.

A baleia chegou a vomitar algumas sacolas durante a tentativa de salvamento.

As sacolas impediram que ingerisse qualquer outro alimento nutritivo, segundo Thon Thamrongnawasawat, biólogo da Universidade Kasetsart, de Bangcoc.

Ao menos 300 animais marinhos, entre baleias, tartarugas e golfinhos, morrem todos os anos nas águas tailandesas por engolir resíduos plásticos, explicou Thon Thamrongnawasawat à AFP.

Nove em cada dez pessoas em todo o mundo respiram ar poluído, de acordo com alerta da Organização Mundial da Saúde (OMS). Os níveis de poluição no ar, segundo a entidade, permanecem perigosamente altos em diversas partes do mundo.

Estimativas da OMS indicam que 7 milhões de pessoas morrem todos os anos em razão da exposição a partículas presentes no ar poluído e que comprometem pulmões e sistema cardiovascular, provocando doenças como derrame, câncer de pulmão e infecções respiratórias.

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“A poluição do ar ameaça todos nós, mas as pessoas mais pobres e marginalizadas suportam o fardo mais pesado”, disse o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus. “É inaceitável que mais de 3 bilhões de pessoas – a maioria mulheres e crianças – ainda respirem fumaça mortal causada pelo uso de fogões e combustíveis poluidores em suas casas”, completou.

De acordo com a entidade, cerca de 3 bilhões de pessoas – mais de 40% da população global – ainda não têm acesso a combustíveis limpos e tecnologias que mantenham o ar puro dentro de suas próprias casas.

“Se não tomarmos medidas urgentes, nunca chegaremos perto de alcançar o desenvolvimento sustentável”, concluiu o diretor-geral da OMS.

Os panfletos de tamanhos e formatos diferentes colados em postes, muros, edifícios públicos e locais semelhantes no Centro do Recife, os famosos lambe-lambes, chamam a atenção pela variedade de informações desde o aviso de que “Jesus está voltando”, ofertas de emprego, até mesmo empréstimo para os endividados. O que muitos ainda desconhecem é que esse tipo de divulgação de forma aleatória é proibida pela Lei de Publicidade Municipal 17.521/08.

O texto da legislação municipal diz que fica vedada a instalação de anúncios em vias, parques, praças, logradouros públicos, viadutos, túneis, postes, pontes, árvores, imóveis e passeios públicos. Quem descumprir a lei pode ser multado em R$ 5,4 mil, por cada cartaz divulgado. Apesar da insistência dos lambe-lambes que enfeiam a área central da capital pernambucana, atualmente, o cenário é bem diferente do que visto há um pouco mais de cinco anos no qual, a cada esquina, a poluição visual causada por esse tipo de divulgação era uma verdadeira “praga”.

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O termo "praga" para se refefir à quantidade de anúncios colados e espalhados no centro foi definido pelo próprio secretário de Mobilidade e Controle Urbano do Recife, João Braga. Foi em 2013 que a Secretaria de Mobilidade e Controle Urbano do Recife decidiu: os lambe-lambes seriam extintos no Recife, apesar da lei ser datada de 2008. O contraste forte desses tipos de colagens, que se confundia com a rica arquitetura histórica dessa área do Recife, foi fator determinante para iniciar uma forte fiscalização de modo que a lei fosse cumprida.

“Quando assumimos a secretaria, essa questão do lambe-lambe era uma verdadeira praga no Recife como um todo. A lei antiga não estava sendo respeitada. Tinha nos grandes corredores, nos postes, eram fotos e todos os tipos de materiais de anúncios de festas e até de cartomante. Tinha até anúncio em gelo baiano. Era uma praga. Temos as fotos do passado que mostram como a situação melhorou”, afirmou João Braga.

O trabalho de fiscalização, de acordo com Braga, tem parceria da Polícia Civil, é intenso, diário, e exige um esforço muito grande. No entanto, na avaliação do secretário, ainda falta educação da parte da população e de empresários para acabar com esse problema. “É um trabalho que parece que num dia você faz e no outro refaz. É aquele trabalho que não para, contínuo. Mas a gente tem feito. Não está no nível que a gente quer ainda, mas infelizmente a falta de educação contribui muito, como também por falta de cultura e desleixo de algumas pessoas no sentido de enxergar a cidade com olhos diferentes. Parece que só cuidam quando a gente faz um confronto”, alertou.

Braga lamentou o fato de que, apesar do avanço, foi verificada uma presença recente desses cartazes colados em locais irregulares. “Há tido um aumento da presença desse tipo de material nos postes e a gente tem tentado dar uma freada notificando e denunciando, muitas vezes, à própria polícia”, garantiu.

“É uma luta grande. Temos um grupo específico apenas para isso que sai com um roteiro pré-determinado para combater essa poluição visual. A equipe sai em uma camionete e vai parando, arrancando e notificando no que for possível. Também alertamos para as pessoas que são contratadas, que são pagas para colarem, que muitas vezes não sabem que não podem fazer aquilo. Elas ficam assustadas porque não possuem noção do ponto de vista da legislação. Mas apesar disso tudo, acho que o Recife ganhou outra cara, melhorou muito”, declarou.

MPPE no combate à poluição visual

Poluição visual vai muito além dos famosos lambe-lambes, é coisa muito séria. Dessa forma, há órgãos que fazem esse combate embora uma boa parte da população desconheça. O Ministério Público de Pernambuco (MPPE), que atua de modo que os direitos da população sejam respeitados pelas empresas, agentes públicos e pelos próprios cidadãos, na fiscalização do cumprimento das leis, tem atuado nesse sentido.

A promotora de Justiça Gilka Maria Almeida explica que a poluição visual pode atingir diretamente a qualidade de vida do ser humano. “Alguns não tem noção do risco e até, às vezes, acha que é normal a quantidade de propagandas, mas não entendem muitas vezes o risco que pode ocasionar o excesso dessas informações. A gente vê também uma parcela que tem essa consciência, que sabe o quanto enfeia a cidade, que traz uma poluição visual, que traz um aspecto para a sociedade que não é favorável”.

A promotora também falou que o excesso, por exemplo, de placas de publicidade como outdoors podem prejudicar a atenção dos motoristas de trânsito provocando acidentes. “Esse excesso também prejudica, sobremaneira, os motoristas porque essas imagens podem distraí-los de alguma forma a sua precisão ao volante. A gente pensa que não, mas isso causa um certo distúrbio, uma certa confusão tanto aos motoristas como também aqueles que circulam em geral”, pontuou.

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Afora isso, outro ponto citado pela promotora é que a poluição visual pode ocasionar uma ausência de embelezamento da cidade trazendo toda uma conotação que desfavorece a disposição urbanística do município. Gilka contou que na área que atua, em Caruaru, no Agreste de Pernambuco, foi instaurado um procedimento de modo a acompanhar as atividades de fiscalização e reprimir esses excessos. Ela também esclareceu que há dispositivos legais que coíbem os exageros como os estabelecidos na Política Nacional de Meio Ambiente, na Lei de Crimes Ambientais e no próprio Código de Trânsito Brasileiro.

“Tendo em vista isso, a gente tem atuado de forma a coibir e acompanhar. Foram retiradas diversas propagandas e placas luminosas que tinham em Caruaru, notadamente nas áreas mais centrais do município. Eu também acho que tem crescido a conscientização da população acerca desse assunto”, disse.

A promotora ainda contou que, recentemente, instaurou outro procedimento investigativo solicitando que a Secretaria de Urbanismo de Caruaru realize uma fiscalização nesses pontos centrais. O exemplo pode e dever ser seguido no Centro do Recife. “Em ações anteriores havia notícias de placas em locais estratégicos, em fachadas e edificações. Em algumas dessas edificações os proprietários alugavam para colocarem anúncios, cartazes e até outdoors com placas luminosas. Pedimos para que a fiscalização fosse intensificada e demos um prazo para que isso possa ser verificado de forma a ter uma fiscalização efetiva coibindo, reprimindo e também trazendo um lado educativo visando uma melhor qualidade de vida para todos os habitantes e visitantes”, detalhou.

Sem respeito à lei 

O arquiteto e urbanista César Barros ressalta que o problema da poluição visual no Recife não se resume aos lambe-lambes e, sim, diz respeito a todo tipo de publicidade que é colocada nos vários meios de comunicação não atendendo à lei. “Eu fiz parte, junto com outro grupo, para valer a lei de publicidade no Recife e a conclusão que chegamos é que se a legislação for totalmente executada, ela diminuiria em 75% a poluição visual no Recife. Então, o problema é que a lei não é executada”.

“Por exemplo, você vê o caso dos outdoors. A lei não permite outdoors próximo a viaduto e a curso d’água e o que você mais vê nas mediações do Santa Joana o que só tem é outdoor em viaduto, outdoor na beira da bacia do Pina, tudo em desconformidade com a lei. Então, isso que é um problema que se acumula e vai se repetindo em várias partes da cidade. Não é só o lambe-lambe em si que deve ser o alvo dessa questão da poluição visual, que se dá de vários formatos”, salientou.

 

 

Poluição é um assunto que há um bom tempo anda pautando os noticiários pelo mundo inteiro. São diversas campanhas de conscientização, ações promovendo a reciclagem, reutilização de recursos básicos de uso habitual no dia a dia das pessoas, além de investimentos em energias renováveis. Mas para que todas essas medidas surtam algum efeito no futuro, algo já precisa estar sendo feito para que a saúde ambiental do nosso planeta não chegue à um estado irreversível. 

Pensando nisso, a China resolveu inovar. Buscando alternativas para combater a poluição em suas metrópoles, os chineses instalaram um purificador de ar gigante na cidade de Xian, em meio aos arranha-céus, medindo 60 metros de altura. O aparato ainda está em fase de testes, mas a expectativa, segundo os especialistas, é de que com 100 unidades do exemplar, toda área da cidade possa ser contemplada. Confira:

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Entre os sete barcos da Volvo Ocean Race há um que deixa o seu desempenho na competição em segundo plano. Não que seus velejadores estejam na disputa a passeio, a vitória também é um objetivo a ser alcançado. Mas, por trás da participação na regata de volta ao mundo, há uma causa maior: a de combate a poluição dos mares.

O veleiro é patrocinado pela Organização das Nações Unidas (ONU) e chama-se Clean Seas - Turn The Tide On Plastic (na tradução livre, algo como Limpeza dos Mares - Vire a Maré contra o plástico). Pelas regras, a embarcação segue todos os padrões das demais no que se refere a tamanho, peso, velas... Porém, existe uma pequena diferença.

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Há um dispositivo a bordo que recolhe amostras de água durante todo o percurso. Essa água é analisada com o objetivo de saber a quantidade de microplástico na água. O veleiro da ONU está preocupado em ver a poluição que já não conseguimos observar a olho nu.

"O que vemos é uma parte pequena da poluição que realmente existe. O plástico já está tão inserido na água que está dentro de nossa cadeia alimentar. Nesta competição encontramos uma forma de estudarmos isso e passarmos a mensagem de parar de utilizar plástico", informou o velejador português da embarcação Bernardo Freitas, em entrevista à reportagem do Estado.

De acordo com ele, os peixes confundem o microplástico com plâncton e acabam comendo o mesmo. "Ao recolher peixes no mar, cada vez mais se encontram essas amostras nas barrigas deles", prosseguiu.

As amostras retiradas das águas de Itajaí, no litoral de Santa Catarina, foram para análise e os resultados ainda não saíram. Mas Bernardo informou que, ao longo das sete etapas disputadas, os números são alarmantes.

Desde 1964, a produção de plástico aumentou 20 vezes, chegando a 322 milhões de toneladas em 2015, segundo números da ONU. Se essa crescente se mantiver, a expectativa é que em 2050 haja mais plástico do que peixe no mar. Uma das formas de acabar com isso é fazer alertas.

A estrutura da Volvo Ocean Race montada em Itajaí e nos portos por onde passa ao redor do mundo demonstra preocupação com esse problema. Não há produtos com embalagens plásticas e também não há copos plásticos disponíveis. Todos são aconselhados a usar o próprio copo para consumir água, por exemplo.

A cada parada, os organizadores também escolhem uma praia para recolher o lixo na areia. Em Itajaí, a ação aconteceu na Brava e contou com a participação de voluntários da cidade. Todo o lixo recolhido foi para análise e será reciclado. Os óculos escuros dos tripulantes, por exemplo, são feitos com restos de rede de pesca. Há também produção de meias e chaveiros com o que foi recolhido dos mares.

Outro veleiro que também carrega a bandeira da sustentabilidade é o Vestas 11th Hour Racing. A embarcação é dinamarquesa e norte-americana. A empresa que patrocina a equipe e dá nome ao barco é de soluções de energia sustentável. Em entrevista ao Estado, o capitão norte-americano Charlie Enright falou sobre a preocupação com a sustentabilidade.

"Tentamos consumir de maneira consciente. Evitamos ao máximo produzir lixo, utilizar plástico e materiais que agridam ao meio ambiente. Acredito que levantar essa bandeira é fundamental para alertar a população por onde passamos de que é necessário mudar nossos hábitos", ressaltou.

Neste domingo, às 14 horas, haverá a largada da oitava etapa da Volvo Ocean Race. Os sete veleiros que estão na disputa deixarão Itajaí rumo a New Port, nos Estados Unidos.

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