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Três homens foram baleados durante um confronto de torcidas perto do estádio dos Aflitos, na Zona Norte do Recife. Na noite dessa quarta-feira (28), Sport e Náutico se enfrentaram na Ilha do Retiro pela série B.

A confusão após o Clássico dos Clássicos deixou um rastro de destruição nos arredores do campo do Náutico, com vitrines quebradas e veículos depredados. Duas vítimas têm 22 e 30 anos e outra não teve a idade informada. A Polícia Militar (PM) socorreu os feridos ao Hospital da Restauração (HR), onde deram entrada conscientes e orientadas.

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Pela distância do estádio do Sport, local do jogo, a PM indicou a probabilidade de o confronto já ter sido marcado pelos envolvidos. Informações preliminares apontam o envolvimento de quatro atiradores, que fugiram após os disparos. Mais cedo, o ônibus da delegação do Náutico já havia sido apredejado na chegada à partida.  

A ocorrência foi registrada pela Equipe de Força Tarefa de Homicídios da Capital como tentativa de homicídio. As investigações já iniciaram para identificar os suspeitos. 

Uma jovem de 13 anos foi assassinada por outra adolescente, de 12 anos, no Jardim Paulista, em Taubaté, no Vale do Paraíba, na manhã da última terça-feira, 27. A vítima foi atingida por um disparo de arma de fogo na nuca.

O crime aconteceu por volta das 11h30 e os policiais do Departamento Especializado de Investigações Criminais (Deic) foram acionados por volta das 15h. A garota foi encontrada pela mãe, quando ela voltou do trabalho no início da tarde.

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Após checar câmeras de segurança próximas ao local do crime, a polícia identificou como suspeita uma adolescente de 12 anos, que era amiga da vítima. Ela foi apreendida em uma escola municipal da cidade.

Segundo a polícia, a adolescente confessou o crime durante interrogatório na delegacia. Ela estava acompanhada do pai e afirmou aos policiais que, após o disparo, voltou para casa, escondeu a arma calibre 380 e foi para a escola. A adolescente pegou a arma de fogo na residência de um parente no domingo, 25. Agora os policiais trabalham para identificar o proprietário do armamento.

Na casa da vítima foram encontrados bilhetes que demonstravam afeto entre as duas adolescentes. Conforme a investigação policial, um desentendimento entre as garotas foi a motivação do assassinato. A adolescente foi encaminhada para uma unidade da Fundação Casa, em São José dos Campos.

De acordo com uma familiar da vítima, foi um choque quando descobriu quem matou a jovem, já que as duas adolescentes eram amigas e sempre estavam juntas. Além disso, ainda segundo a familiar, na manhã do crime, a adolescente que estava sozinha em casa, pediu à mãe permissão para receber a amiga. O velório ocorreu manhã desta quarta-feira, 28.

Uma adolescente de 13 anos foi assassinada com um tiro na nuca disparado por uma amiga, de 12 anos, nessa terça-feira (27). O crime ocorreu dentro da casa da vítima, no bairro Jardim Paulista, em Taubaté, no interior de São Paulo e a atiradora apreendida pela Polícia Civil.

A Delegacia Especializada em Investigações Criminais apontou que a adolescente foi à casa da amiga e fez o disparo de pistola 380. Imagens de câmeras de segurança foram analisadas e indicaram a visita da suspeita.

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A vítima, identificada como Ana Lívia, foi encontrada morta horas depois e a atiradora apreendida na escola, onde estudava com a amiga.

A adolescente confessou o crime e disse que foi motivado por um desentendimento com Ana Lívia. Ela também informou que pegou a pistola na casa de um parente no último domingo, segundo o G1.

O velório ocorre nesta quarta (28), na funerária Sagrada Família e o sepultamento é previsto para o fim da manhã, no cemitério municipal.

O diretório estadual do PSDB em São Paulo foi alvo de um disparo de arma de fogo na noite desta quinta-feira, dia 1º. Em nota, o partido afirmou "que sua sede foi alvo de um tiro" e que "o caso está sob investigação pela Polícia Civil."

Segundo reportagem do portal G1, o autor do disparo seria o deputado estadual Roque Barbiere (Avante), que foi flagrado por câmeras de segurança dentro do diretório na Rua Estados Unidos, nos Jardins, no início da noite desta quinta.

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Ninguém ficou ferido. O Avante, sigla do parlamentar, integra a coligação do governador Rodrigo Garcia (PSDB), candidato à reeleição.

As câmeras de segurança do partido registraram o momento em que o deputado conversou com outro homem na porta do diretório. Em seguida, uma pessoa saca a arma e dispara para cima.

Segundo a Polícia Militar, houve um chamado na Rua Estados Unidos no número 662 por volta das 19h. Os policiais constataram que o tiro atingiu um vidro.

De acordo com a TV Globo, o deputado teria uma reunião com o presidente do PSDB paulista, Marco Vinholi, e teria havido um atraso no encontro. Barbieri teria então ficado nervoso e disparado. A ocorrência foi registrada no 78º Distrito Policial.

O brasileiro que realizou o atentado com arma de fogo contra a vice-presidente argentina, Cristina Kirchner, na noite dessa quinta-feira (1º), foi identificado como Fernando Andrés Sabag Montiel, de 35 anos. Segundo a imprensa local, ele é motorista de aplicativo e já possui antecedente criminal no país. 

Cristina voltava para casa e atendia apoiadores quando foi surpreendida com uma pistola 3.8 a centímetros do seu rosto. A arma estava carregada, mas não funcionou mesmo com brasileiro puxando o gatilho. Na sequência ele fugiu, mas foi alcançado metros à frente por cinco pessoas e capturado pelas autoridades.  

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De acordo com o Clarín, Fernando nasceu em São Paulo e mora na Argentina desde 1993. No ano passado, ele foi processado por contravenção após policiais encontrarem uma faca de 35 centímetros em sua posse.

Na ocasião, o brasileiro dirigia sem a placa traseira, no bairro de La Paternal, e foi abordado. Ele informou que a placa havia caído dias antes por conta de um acidente e, ao descer do veículo, a faca caiu no chão. Fernando disse que usava a lâmina para se defender, mas não evitou que fosse autuado por porte de arma. 

O jornal La Nación encontrou o perfil nas redes sociais com o nome Fernando Salim Montiel e atribuiu ao estrangeiro. A conta segue diversos grupos radicais e propaga mensagens de ódio.

Um funcionário de um restaurante localizado na Vila Planalto, no Distrito Federal, identificado como Raimundo Eduardo Pereira Silva, de 29 anos, levou um tiro no rosto após se desentender com o candidato a deputado distrital, Rubens de Araújo Lima (PTB), mais conhecido como Rubão, e sua equipe.

Segundo Ana Paula de Carvalho, esposa da vítima, por volta das 15h do último sábado (27), o candidato parou o carro com som alto em frente a churrascaria Tchê Garoto, onde fez algumas "provocações políticas". Ana Paula comentou ao G1 que um idoso teria reclamado e acabou sendo empurrado por Rubão.

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Neste momento, o proprietário do restaurante e Raimundo foram até o local, quando começou o desentendimento e Marco Antônio Leal da Silva, 55 anos, que acompanhava o candidato distrital, atirou e fugiu em seguida. Ele é ex-bombeiro militar e foi expulso da corporação em 2003 após ser acusado de tentativa de homicídio, em 2002.

A vítima foi atingida nas proximidades dos olhos. A bala atravessou a boca e foi parar no seu pulmão. O garçom passou por uma cirurgia na maxila e, segundo os parentes, a equipe médica ainda avalia se vão tirar, ou não, a bala que está alojada em seu pulmão, por se tratar de uma cirurgia delicada e invasiva.

Rubão afirmou que ninguém reclamou do som alto e que não sabia da existência da arma de fogo. Ele também diz que foi agredido na ocasião. O candidato foi autuado em flagrante por porte ilegal de munição, que foi encontrada no seu veículo. A polícia confirmou ao G1 que Rubão não tem permissão para portar qualquer tipo de arma. 

Com a repercussão do caso, Rubão compartilhou um vídeo contando a sua versão da história.

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De acordo com o relatório semestral divulgado pelo Instituto Fogo Cruzado, o número de mortes por tiro no Grande Recife no primeiro semestre de 2022 foi quase 50% maior que no Rio de Janeiro. Foram 708 mortes entre janeiro e junho deste ano. Com indignação, o deputado Romero Albuquerque (União Brasil) diz que os dados revelam “uma guerra sem fim, reflexo da falta de investimento na segurança pública do estado”.

“Há anos, o Governo do Estado trata a segurança pública com desdém. Não há vencedor nesta guerra: policiais fazem parte desta estatística, assim como criminosos e vidas inocentes como a da menina Heloysa”, diz o parlamentar. 

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Heloysa Gabrielle, 6 anos, morreu vítima de uma bala perdida enquanto brincava no terraço de sua casa, em Ipojuca, no dia 30 de março. Outras 32 pessoas no Grande Recife morreram na mesma circunstância da criança. Duas também foram fatais. No Grande Rio de Janeiro, o número de mortes no período foi 499. Desses, 54 foram atingidos por bala perdida e 10 não resistiram. 

“É um número impressionante e revoltante. Mais uma vez, batemos um recorde negativo e, infelizmente, sabemos que se repetirá neste segundo semestre. Há outros dados aqui: mulheres, crianças, jovens, vítimas baleadas dentro da própria casa, brigas por acerto de contas ou sem motivo algum. Infelizmente, as forças de segurança pública do estado foram abandonadas à própria sorte, e a população é quem sofre”, Romero concluiu.

Da assessoria

Um menino de 8 anos matou com um tiro acidental o cunhado de 27, quando manuseava a arma dele, no início da noite desta segunda-feira (8), em Jacareí, interior de São Paulo. O homem, que tinha licença de colecionador, atirador esportivo e caçador, o chamado CAC, tinha ido buscar seu filho de 5 anos e o menino, seu cunhado, em uma escola particular, no bairro Jardim Leonídia. A arma de fogo estava no banco traseiro do automóvel. As crianças entraram no carro e o menino pegou a arma, e aconteceu o disparo acidental.

A pistola estava carregada com 12 projéteis. A bala atingiu a cabeça da vítima e, quando o socorro chegou, o homem já estava morto. Conforme a Polícia Civil, a arma estava com a documentação em dia. O caso foi encaminhado à Delegacia Seccional de Polícia Civil e a apuração será feita pelo 3o Distrito Policial. A ocorrência foi registrada como omissão de cautela e morte acidental.

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A vítima, o corretor de imóveis Wanderson dos Santos, deixou mulher e dois filhos - além do menino de 5 anos, uma criança de 2 anos. Seu corpo está sendo velado nesta terça-feira (9), em Jacareí.

De acordo com o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), em vigor desde 13 de Julho de 1990, menores de 12 anos são considerados crianças e são inimputáveis penalmente, ou seja, não podem sofrer nenhum tipo de penalidade. As medidas socioeducativas como a internação na Fundação Casa podem ser aplicadas apenas para adolescentes, que são os menores de 12 a 18 anos.

Conforme mostrou o Estadão, graças à política do governo de Jair Bolsonaro que facilitou a aquisição de armas, o total de CACs registrados no País saltou de 117.467 em 2018 para 673.818 este ano. O número é superior ao de policiais militares da ativa que atuam no Brasil, que são 406 mil, e supera o efetivo das Forças Armadas, de 360 mil soldados.

O policial militar Henrique Otávio Oliveira, suspeito de atirar no campeão mundial de jiu-jítsu Leandro Lo, de 33 anos, na madrugada deste domingo (7), em São Paulo, se entregou à polícia no final da tarde. De acordo com o delegado Osvaldo Nico Gonçalves, ele se apresentou à 17ª Delegacia Policial, no Ipiranga, na Zona Sul, após ter sua prisão preventiva decretada pela Justiça.

A Secretaria de Segurança Pública do Estado confirma que ele prestou depoimento e deverá ser conduzido ao presídio militar Romão Gomes.

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Leandro Lo foi baleado na cabeça durante um show de pagode no Clube Sírio, também na zona sul de São Paulo, na madrugada deste domingo, por Oliveira, que estava de folga.

O atleta teria sido atingido após um desentendimento com o autor dos disparos. De acordo com o advogado de Lo, Ivã Siqueira Júnior, ele teve a morte cerebral confirmada pelo Hospital Municipal Dr. Arthur Ribeiro de Saboya, para onde foi levado.

A Secretaria de Saúde de São Paulo disse à reportagem que Leandro Lo foi levado para o hospital municipal, mas não divulgou detalhes do estado de saúde do lutador a pedido dos familiares da vítima.

O Clube Sírio, onde o show aconteceu, respondeu ao jornal O Estado de S. Paulo que está colaborando com as investigações, mas frisou que a apresentação, embora tenha sido realizada nas dependências do clube, foi organizada e administrada por outra empresa.

Por meio de nota divulgada no início da tarde deste domingo, o clube reforçou que "colabora com as autoridades responsáveis", e se solidariza com a família de Leandro Lo "pelo lamentável incidente ocorrido em um evento realizado por terceiros".

Trajetória

Oito vezes campeão mundial de jiu-jítsu, o paulistano Leandro Lo é tratado como um dos principais nomes da modalidade. No currículo, o atleta também acumula títulos de Copa do Mundo, Campeonato Brasileiro e Pan-Americano. O último campeonato foi conquistado em junho. Nas redes sociais, o lutador descreveu a conquista como uma das mais importantes da carreira e afirmou que vencê-la foi tão marcante quanto a primeira vez em que foi campeão, em 2012, há 10 anos.

"As duas conquistas mais importantes da minha carreira, o primeiro é a sensação de conseguir ser campeão mundial, esse foi eu ainda consigo ser campeão mundial, as duas melhores sensações da minha vida. Obrigado todos que estão sempre comigo na alegria na tristeza", escreveu o atleta em uma de suas redes sociais.

O atleta estava em meio à preparação para outro campeonato que disputaria na próxima sexta-feira, 12, em Austin, Texas, nos Estados Unidos.

Lo nasceu no dia 11 de maio de 1989, na zona oeste da capital e iniciou em seu esporte preferido com 14 anos, sob a tutela do professor Cicero Costha, no Projeto Social Lutando pelo Bem. Foi ali que alcançou a sua faixa preta, mas já competia antes mesmo da especialização.

O cartel de Leandro é incrível: 268 vitórias e apenas 39 derrotas, sendo somente dez delas por finalização. Na Copa Pódio, manteve uma invencibilidade por dois anos, entre 2011 e 2013.

Um homem de 24 anos e uma adolescente foram mortos e outras três pessoas ficaram feridas após serem baleadas na madrugada desta segunda-feira (1º), na avenida Dois Rios, Ibura, Zona Sul do Recife. O crime ocorreu nas proximidades da Unidade Pública de Atendimento Especializado (Upae) Professor Fernandes Figueira

 Segundo a Polícia Civil, o jovem de 24 anos estava conduzindo uma moto e, na garupa, levava uma mulher de 20 anos e a adolescente. Testemunhas relataram que um carro se aproximou das vítimas e o suspeito, ainda não identificado, fez disparos.

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Em seguida, o veículo teria ido atrás de dois homens, de 19 anos e 26 anos, que também foram atingidos. Com exceção do homem de 24 anos que foi a óbito no local, todas as vítimas foram socorridas para uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA).

A adolescente não resistiu aos ferimentos e morreu após receber os primeiros socorros. A Polícia Civil informou que as investigações foram iniciadas e continuarão até a elucidação dos fatos.

Uma menina, de nove anos, foi morta por um disparo de arma de fogo em um sítio na Zona Rural de Igarassu, na Região Metropolitana do Recife (RMR), nesse sábado (2). Ela e a irmã, de oito anos, teriam encontrado a arma em casa e estavam brincando no momento do tiro. 

A Força Tarefa De Homicídios Da Região Metropolitana Norte da Polícia Civil abriu investigação e não deu detalhes sobre o caso. A reportagem do LeiaJá questionou sobre os esclarecimentos e a eventual autuação dos responsáveis, mas a PC se limitou a pontuar que os fatos estão sendo apurados.

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"Todas as circunstâncias e dinâmica do fato estão sendo apurados e serão repassados em momento posterior à investigação", indicou em nota.

 

Um menino de 8 anos matou um bebê e feriu outra criança neste fim de semana no estado da Flórida, enquanto brincava com a arma de seu pai, uma tragédia comum nos Estados Unidos.

O pai, Roderick Randall, 45, foi preso e acusado de negligência culposa, posse ilegal de arma de fogo e ocultação de provas, informou Chip Simmons, xerife do condado de Escambia.

O drama ocorreu em um motel onde o homem, que possuía ficha criminal, havia se encontrado com a namorada. Ele havia ido até o local com o filho, e ela, com filhos gêmeos de 2 anos e um bebê de 1.

Em um determinado momento, Randall se ausentou e deixou a arma em um armário, informou o xerife em entrevista coletiva. Sabendo disso, "seu filho a pegou e começou a brincar com a mesma. Ele atirou na criança de 1 ano e a matou. Depois de atravessar o corpo do bebê, a bala feriu uma das outras crianças."

Segundo o xerife, a mãe das vítimas dormia no momento do ocorrido. Quando Randall retornou, retirou a arma e algumas substâncias, provavelmente drogas, do quarto, antes da chegada da polícia.

“A cada ano, centenas de crianças nos Estados Unidos têm acesso a armas carregadas sem segurança em armários e gavetas, mochilas e bolsas, ou, simplesmente, deixadas expostas", aponta um relatório da ONG Everytown For Gun Safety.

"Com uma regularidade trágica, crianças encontram essas armas e, sem intenção, atiram em si mesmas ou em outra pessoa", acrescenta a ONG, que defende um aumento da regulação das armas de fogo e estima que esses "disparos não intencionais" efetuados por menores causem cerca de 350 mortes por ano.

De forma geral, as armas de fogo causam cerca de 40.000 mortes por ano nos Estados Unidos, incluindo suicídios, segundo o site Gun Violence Archive.

Segundo a PF, nos próximos dias, trabalho de perícia se concentrará na identificação completa dos remanescentes e compreensão da dinâmica dos eventos. (Reprodução)

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Os assassinos do Dom Phillips e do Bruno Pereira dispararam pelo menos quatro tiros contra os dois. Enquanto o jornalista foi morto com tiro no tórax, o indigenista foi atingido na cabeça. As informações sobre divulgadas pela Polícia Federal do Amazonas na manhã deste sábado (18). 

Segundo o exame médico-legal realizado pelos peritos da PF, a causa da morte de Phillips foi causada por traumatismo toracoabdominal por disparo de arma de fogo com munição típica de caça. Foram identificados “múltiplos balins” (múltiplos projéteis de arma de fogo), que provocaram lesões na região abdominal e torácica. Ele levou um tiro.

Já a morte de Bruno Pereira foi causada, segundo os peritos, por traumatismo toracoabdominal e craniano por disparos de arma de fogo com munição típica de caça, “que ocasionaram lesões no tórax/abdômen (2 tiros) e face/crânio (1 tiro).”

Segundo a PF, nos próximos dias, os trabalhos dos peritos do Instituto Nacional de Criminalística (INC) ficarão focados nos exames de genética forense, antropologia forense e métodos complementares de Medicina Legal, para identificação completa dos remanescentes e compreensão da dinâmica dos eventos. A corporação informou ainda que “não existem indicativos da presença de outros indivíduos em meio ao material que passa por exames.”

Um atendente da Unidade do McDonald's foi baleado por um cliente na madrugada desta segunda-feira (9), na Zona Oeste do Rio de Janeiro. O uso de um cupom de desconto teria motivado o desentendimento que resultou no disparo.

Por volta das 2h da manhã, após concluir o pedido no drive-thru da unidade em Taquara, o suspeito disse que tinha um cupom de desconto. Testemunhas contaram que o funcionário identificado como Mateus Domingues Carvalho, de 21 anos, explicou que a informação deveria ter sido repassada no início da compra e que o cupom não poderia ser validado no pedido.

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A informação irritou o homem, que passou a ameaçar o jovem. “O cliente começou a gritar na pista do drive. Que se não tratasse ele bem, ele invadia o estabelecimento e daria um tiro no funcionário. E ele aplicou um disparo de arma de fogo à queima-roupa dentro do estabelecimento”, relataram outros funcionários da lanchonete à TV Globo.

Ele sacou a arma, quebrou a barreira de acrílico e deu um soco no atendente. Em seguida, entrou na unidade, deu um tiro na barriga de Mateus e fugiu.

O jovem foi socorrido para o Hospital Municipal Lourenço Jorge, na Barra da Tijuca, onde é observado em quadro estável. A Polícia Civil colheu informações para investigar a identidade do suspeito.

A Unidade do McDonald's lamentou o ocorrido em nota. “A empresa está acompanhando e dando todo o suporte para seus familiares e já está colaborando com as investigações sobre o caso”, destacou.

Uma arma do ex-ministro da Educação, o pastor Milton Ribeiro, disparou acidentalmente no Aeroporto Juscelino Kubitschek, em Brasília, na tarde desta segunda-feira (25). Ele foi levado para prestar depoimento na Superintendência da Polícia Federal (PF).

Na espera do voo para São Paulo, onde volta a morar após ser demitido em virtude da divulgação de áudios que revelaram o comando de outros líderes evangélicos na negociação de repasses federais do MEC com prefeituras, Milton estava no balcão da Latam quando houve o disparo, registrado por volta das 17h.

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A bala não atingiu ninguém, mas deixou uma funcionária da Gol ferida por estilhaços, informou a companhia ao Uol.

Ex-ministro se explica

Em seu depoimento, o ex-líder do governo federal disse que o tiro foi provocado por "excesso de cuidado", quando tentou remover o cartucho da arma dentro da pasta de documentos. A bala transpassou o coldre e a pasta.

"Como havia outros objetos dentro da pasta, o local ficou pequeno para manusear a arma", justificou.

Em nota, a defesa de Milton Ribeiro amenizou o caso e informou que, apesar do risco, a arma foi devolvida. Acompanhe na íntegra:

 "A arma já foi devolvida pelo delegado da Polícia Federal ao ex-ministro Milton Ribeiro porque prevaleceu o entendimento de que tudo não passou de um acidente provocado por um cuidado excessivo de não tirar a arma de dentro do bolso em público, a fim de não expor nem constranger as pessoas presentes —e também devido ao zelo de não circular com sua arma carregada.

Trata-se de um incidente passado, que não afetou ninguém e que ocorreu enquanto ele deixava seu apartamento funcional, em Brasília, durante processo de mudança para São Paulo."

Após atirar na esposa, um homem, já cercado pela polícia, fez uma transmissão ao vivo para explicar o motivo de ter realizado o disparo: porque “mulher é folgada”. O caso aconteceu no Guarujá, litoral de São Paulo, na última segunda-feira (18). Ele também ameaçava explodir a própria casa. A situação iniciou como uma briga de casal, mas escalou para a tentativa de feminicídio. A vítima foi atingida no braço, mas conseguiu fugir e passa bem. 

Segundo informações da polícia obtidas pelo G1, o suspeito foi identificado como Diegliton Farley, conhecido como Clayton. De acordo com as autoridades, o homem demonstrava, o tempo todo, estar com raiva da mulher. Farley também realizou outros disparos pela rua em que morava, no bairro Vila Zilda, e ateou fogo em uma cadeira de plástico. Após a chegada de agentes no local, ele tentou se esconder. As negociações duraram cerca de sete horas, até ele se entregar. 

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“Valeu pessoal, obrigado por tudo. Tentei ser o melhor, mas a mulher é folgada, entendeu? Mulher é folgada. Aí, Wellington, a sua estava guardada, hein? Tu deu sorte, hein?”, disse no vídeo (assista abaixo). 

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Testemunhas informaram que o homem citado no vídeo, Wellington, seria um antigo amigo com interesse na vítima, mas que não houve relacionamento amoroso entre os dois. Ainda segundo o G1, outras ameaças já haviam sido denunciadas pela vítima à Delegacia de Defesa da Mulher (DDM), há cerca de um ano, mas as queixas foram retiradas. Em uma delas, é dito que Diegliton teria ameaçado a esposa com uma faca. 

Após a rendição, Clayton foi encaminhado para prestar depoimento na Delegacia Sede de Guarujá. Depois, o caso foi levado à Delegacia de Defesa da Mulher, onde foi registrado. 

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A Polícia Civil investiga o assalto a uma residência que resultou na morte de um adolescente de 13 anos e deixou duas pessoas baleadas na noite dessa quarta-feira (6), na Rua Barão de Ladário, no bairro do Barro, Zona Oeste do Recife. Testemunhas disseram que o menor reagiu à invasão de dois homens armados.

O adolescente teria esfaqueado um dos assaltantes, que respondeu com o disparo que o matou. A mãe, de 31 anos, tentou defender o filho e foi atingida com um tiro na cabeça e o padrasto, de 24, levou um tiro no braço.

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"Segundo relatos, desconhecidos teriam invadido a casa e anunciado assalto. Uma das vítimas teria reagido e atingido um dos autores com uma arma branca, momento em que teria sido alvejado e falecido no local", confirmou a Força Tarefa de Homicídios da Capital, que busca os suspeitos de homicídio e tentativa de homicídio.

O casal foi socorrido para a UPA dos Torrões e, em seguida, a mulher deu entrada no Hospital da Restauração, na área Central da capital. Ela passou por cirurgia e apresenta quadro estável.

Uma menina de seis anos foi morta por uma bala perdida enquanto brincava no terraço da casa da avó, no fim da tarde dessa quarta-feira (31), em Porto de Galinhas, no município de Ipojuca, no Grande Recife. A Polícia Civil vai investigar uma troca de tiros entre o Batalhão de Operações Especiais (Bope) e suspeitos de tráfico na comunidade Salinas que ocorria no momento em que ela foi atingida.

A criança identificada como Eloíza foi socorrida por agentes do Bope e moradores da comunidade com um tiro no peito. Ela foi levada para a Unidade de Pronto Atendimento de Porto de Galinhas e depois seguiu para a UPA do centro da cidade, onde a morte foi confirmada.

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Moradores denunciaram que o tiro partiu do Bope

Durante o socorro, moradores saíram às ruas em protesto contra a violência policial na região e chamaram o Bope de 'assassino'. O ato foi transmitido ao vivo nas redes sociais e percorreu algumas ruas do município antes de encerrar por volta das 20h30.

O caso será investigado pela 15ª Delegacia de Polícia de Homicídios, da Delegacia de Homicídios Metropolitana Sul (DPH/DHMS), que tem a missão de descobrir a origem do disparo.

Um pai de aluno foi baleado nesta quinta-feira, 17, durante um arrastão em frente a uma escola particular na região do Morumbi, na zona Sul de São Paulo. Logo cedo pela manhã, quatro criminosos em duas motos passaram pela rua Olavo Leite para roubar as pessoas que estavam levando as crianças na escola.

Informações preliminares dão conta de que o homem teria reagido ao assalto e foi baleado com dois tiros. Ele foi socorrido e levado ao Hospital Municipal do Campo Limpo, mas ainda não se tem informação sobre o estado de saúde dele. O caso foi registrado no 89º Distrito Policial do Portal do Morumbi.

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A direção da Escola Mais divulgou nota dizendo-se consternada com o que ocorreu em frente a sua unidade Vila Andrade, no bairro do Morumbi. "Este é um momento de tristeza para nossa comunidade e estamos empenhados em dar todo o suporte necessário à família, às crianças, a todos os nossos estudantes e colaboradores", disse.

"Nossa maior preocupação neste momento é com a o estado de saúde da vítima, que teve atendimento de emergência e foi levado ao hospital - imediatamente após à ocorrência, acionamos ambulância, polícia e protegemos nossos alunos dentro da escola, prestando apoio psicológico a eles e aos nossos funcionários", continuou a escola, lembrando que a vítima é pai de dois alunos.

A Escola Mais reforçou que vinha pedindo mais policiamento na região, por causa do aumento da criminalidade. Na quarta-feira, 16, o Estadão mostrou em uma reportagem que pais e mães de alunos de colégios tradicionais do Morumbi estão apreensivos com os assaltos que estão ocorrendo nos horários de entrada e saída dos estudantes.

"Lamentamos que as ocorrências de violência sejam frequentes no entorno de escolas do bairro do Morumbi, o que demonstra um problema grave de segurança pública na região. A Escola Mais informa que já havia procurado a Polícia Militar e solicitado reforço da ronda escolar no entorno da unidade. Estamos contribuindo com a polícia com todas as informações disponíveis e para ajudar na investigação e reconhecimento dos criminosos", disse a escola.

O aumento da criminalidade na região foi provocado por bandidos que aproveitam as filas de carros que se formam nas ruas próximas de escolas particulares para assaltar motoristas e passageiros. Como o fluxo de veículos é intenso, e muitas vezes provoca congestionamento, os bandidos aproveitam para assaltar as pessoas que estão à espera dos filhos.

O 89º Distrito Policial, na região conhecida como Portal do Morumbi, registrou 1.699 roubos em 2021. É o patamar mais elevado desde 2014. Já no 34.º DP, na Vila Sônia, foram registrados 1.439 roubos, maior número desde 2019.

Abby abandonou a Guarda Municipal de Jaboatão em razão de transfobia praticada por chefe e colegas. (Júlio Gomes/LeiaJáImagens) 

Todos os clientes foram embora depois que Abby Silva Moreira, agora com 45 anos de idade, decidiu iniciar o processo de transição de gênero.Sua pequena gráfica, localizada no bairro de Boa Viagem, no Recife, fechou há 10 anos. “A única coisa que existe para trans no Brasil é se prostituir ou ser cabeleireira", constata. O tempo dedicado aos estudos para concurso público, aparente solução para seus problemas financeiros, passou a ser disputado pelo curso profissionalizante da Embelleze. “Eu não queria me prostituir de forma compulsória. Foram três anos de penúria entre fechar a gráfica e ser chamada para o concurso em Jaboatão dos Guararapes”, conta. Em julho de 2017, Abby tornou-se a primeira mulher transgênero do Brasil a ser admitida para uma Guarda Municipal. O feito, contudo, não a impediu de sofrer com a transfobia na corporação.

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“Meu primeiro dia de trabalho foi terrível. Me senti uma verdadeira macaca de circo em um picadeiro. As pessoas saíam de seus postos para me ver. A Guarda Municipal de Jaboatão passou 20 anos sem concurso, então me deparei com uma guarda velha, de maioria evangélica e conservadora, que nunca conviveu com uma pessoa trans na vida. Não houve renovação ou capacitação desse pessoal. Ninguém me aceitava, as pessoas me olhavam com olhos de reprovação”, relata Abby.

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De acordo com a servidora, foi a proteção dos primeiros comandantes a quem respondeu que garantiu que o ambiente de trabalho se mantivesse suportável. “Os primeiros comandantes tinham muito cuidado com os locais onde me colocavam para trabalhar. Atuei na Patrulha Maria da Penha, que era formada por jovens, por exemplo, e um posto onde ficava sozinha com outra mulher. Até aí, sempre com todas as gratificações”, coloca. Apesar do acolhimento da chefia, Abby precisava lidar com a pressão dos colegas. “Meu chefe recebia telefonemas de pessoas antigas revoltadas porque eu recebia gratificação e eles não. Eu integrava um grupamento e isso incomodava muita gente. Sempre houve perseguição”, acrescenta.

A servidora já convivia com depressão e transtorno bipolar quando Admilson de Freitas foi nomeado para o comando da corporação. “A Guarda foi inevitavelmente um gatilho, mas eu conseguia trabalhar, manter meu tratamento e as medicações. O meu inferno verdadeiro começou há um ano, quando Admilson assumiu a Guarda, tendo como primeiro ato o corte de todas as minhas gratificações”, lamenta. O salário que passava dos R$ 3 mil logo caiu pela metade. “Ele não deu justificativa e ainda disse que ninguém que trabalhava de segunda a sexta recebia gratificação, o que é mentira, pois temos centenas de casos que provam o contrário. Por que apenas a minha gratificação foi cortada? Não consegui mais arcar com minhas medicações, que eram muito caras, e tive que recorrer à farmácia do estado”, lamenta Abby.

Corte repentino das gratificações diminuiu o salário de Abby pela metade. (Júlio Gomes/LeiaJáImagens)

Com a posse de Admilson, as grosserias e os deboches cotidianos passaram a partir da chefia. “Ele me tratava mal sempre que podia, nunca teve educação comigo. Fazia questão de não respeitar meu gênero e sempre me tratava com pronomes masculinos. Tudo pelo fato de eu ser quem sou”, desabafa. Em junho de 2021, a servidora foi internada pela primeira vez na ala psiquiátrica do Hospital das Clínicas (HC). “Ao invés de o comandante se preocupar com meu estado de saúde via junta médica, conseguiu o telefone da minha ex-companheira e disse que eu seria exonerada. Claro que isso não poderia acontecer, ele fez pela satisfação de me ameaçar”, lembra.

“Evangélico radical”

Fontes ouvidas pela reportagem descrevem Admilson de Freitas como um “evangélico radical”, que assumiu o comando da corporação graças à indicação do vereador Pastor Ginaldo (PSC), grande aliado político do prefeito Anderson Ferreira (PL). O LeiaJá teve acesso ao ofício 01/Fevereiro/2022 expedido pela Associação dos Guardas Municipais de Jaboatão dos Guararapes (ASGUAJG) para o Ministério Público. No documento, Admilson é acusado de utilizar-se do efetivo para oferecer segurança particular a igrejas evangélicas.

Comandante Admilson veste farda da Guarda Municipal em culto da Assembleia de Deus. (Reprodução/Whatsapp)

"Fica, portanto, evidente que o Sr. Ademilson Freiras utilizou-se do efetivo da Guarda Municipal de Jaboatão dos Guararapes como meio de segurança privada, tendo, inclusive, colocado guardas para ficar de segurança dentro da Igreja. Tal atitude caracteriza claro desvio de finalidade [...] A utilização da Guarda Municipal para fins de segurança privada é inconstitucional e fere o Estatuto dos Guardas Municipais ( Lei Federal 13.022/2014)”, diz trecho da denúncia.

Ademilson é acusado ainda de coagir guardas municipais a frequentar cultos religiosos da Assembleia de Deus. A CI Circular Nº 017/2021, expedida por ele em 27 de outubro de 2021, convoca todo o efetivo para participar do ato de entrega do documento de Identificação Funcional da Guarda, a ser realizado às 20h do dia 27 do mesmo mês, no pátio da Escola Municipal Nossa Senhora do Loreto, localizada na Rua Arão Lins de Andrade, 380, Piedade. “De frente para essa escola, há uma Assembleia de Deus. O pessoal teve que assistir ao culto para depois pegar o documento de identificação na escola. Foi um evento para fazer palanque para o vereador que ele apoia. Ele se utilizou do poder que tinha para ferir o estado laico”, comenta Erick Dayvson de Freitas, presidente do Sindicato dos Guardas Municipais de Jaboatão.

Guardas municipais em culto anterior à entrega do documento de identificação. (Reprodução/Whatsapp)

Fotos dos guardas fardados dentro da Igreja foram divulgadas pelo próprio vereador Pastor Ginaldo. Quando soube que a entrega da identificação ocorreria na Assembleia de Deus, Abby abriu mão do documento. “Eu já estava muito fragilizada, muito deprimida”, resume.

Intensificação do processo depressivo

Preocupado com o estado de saúde de Abby, um dos psiquiatras do HC, então, pediu a readaptação da trabalhadora na área administrativa da Guarda Municipal. “A solicitação aconteceu para me deixar mais tranquila para continuar o tratamento. Eu nunca imaginei que isso viraria o maior inferno da minha vida, que sofreria tanta humilhação e tanta transfobia em cima dessa portaria”, relata a servidora.

Ao ser comunicado da recomendação médica, Admilson alegou que não havia nenhuma vaga administrativa disponível na corporação e despachou a demanda para o setor de trânsito do município. “Até dá vontade de chorar. Todo servidor é readaptado na sua própria secretaria. São concursos diferentes, servidores diferentes. Ele simplesmente me expulsou da Guarda e disse que eu ‘me resolvesse’ com o trânsito”, lamenta. Seguindo a ordem de Admilson, Abby se apresentou no novo setor assim que recebeu alta. “O comandante do trânsito leu a portaria e disse: ‘só quem pode estar no administrativo do trânsito é quem é do trânsito, quem te mandou pra cá não procurou nem saber se tinha vaga pra você’. Volto para a Guarda e o comandante se recusa a me receber. Voltei para casa chorando, porque fui impedida de trabalhar”, acrescenta.

Em meio ao vaivém entre as pastas da prefeitura e a ameaças de exoneração praticadas por Admilson, Abby conta que a superintendência de Ordem Pública mandou que ela permanecesse em casa até que “uma solução” fosse encontrada. Com o agravamento do quadro psicológico, em novembro, Abby volta à Guarda em busca de uma resposta. “Disseram que estavam pensando em me colocar na secretaria de Direitos Humanos, mas não fizeram nada. Eu mesma tomei a iniciativa de procurar a secretária de Direitos Humanos [Cláudia Freire], que ficou horrorizada com a situação e escreveu um ofício me solicitando para a equipe dela. Mesmo assim, nada mudou”, prossegue.

Sem retorno, Abby tentou tirar a própria vida em dezembro. “Fui novamente internada, depois de quatro meses de humilhação e idas e vindas. Me pergunto de onde vem tanto ódio, se nunca fiz mal a ninguém. Por que fazem isso comigo? Porque eu sou trans. Eu não sou gente, eu deixei de ser gente. Eu não sangro, eu não sofro, eu não sinto nada. Me senti uma merda, uma coisa indesejada. Acabaram com a minha existência”, afirma.

Denúncia

"Acabaram com minha existência", diz Abby. (Júlio Gomes/LeiaJáImagens)

No dia 8 de fevereiro deste ano, a servidora denunciou o comandante Admilson de Freitas ao Ministério Público de Jaboatão dos Guararapes, por transfobia. No documento, endereçado à promotora de Direitos Humanos Isabela Bandeira, Abby solicita que órgão promova uma audiência pública com a presença do acusado, da presidência do Conselho LGBT Municipal, de um representante do Centro Estadual de Combate à Homofobia, de um representante da Comissão de Diversidade Sexual da OAB e da presidência do Sindicato dos Guardas Municipais de Jaboatão (Sindguardas).

No dia 11 de fevereiro, o Diário Oficial de Jaboatão dos Guararapes registrou a exoneração de Admilson de Freitas. Um dia depois, a prefeitura divulgou a realocação de Abby da Secretaria Executiva de Ordem Pública e de Mobilidade para a Secretaria Executiva de Direitos Humanos. “Eu tinha orgulho de vestir a farda da Guarda. Eu saía na rua e as pessoas me respeitavam, me tratavam por ‘ela’, por ‘senhora’. Quando eu tiro a farda, viro escória. Agora, se eu puder ficar em Direitos Humanos, prefiro. Essa ferida que fizeram em mim não vai fechar. Destruíram minha auto estima emeu único orgulho, que era minha farda”, lamenta.

Por meio de nota, o MP confirmou o recebimento da manifestação por meio da 6ª Promotoria de Justiça de Defesa da Cidadania de Jaboatão dos Guararapes (Direitos Humanos).  “Segundo a Promotoria, já foi instaurado o respectivo procedimento e, como medida preliminar, foi marcada uma audiência, para a primeira semana de março, com a vítima, o suposto agressor, o Conselho LGBTQI+, a Secretaria de Direitos Humanos e com o Sindicato dos Guardas Municipais de Jaboatão dos Guararapes”, diz o posicionamento.

No Brasil, a transfobia é crime desde 2019, quando o Supremo Tribunal Federal (STF) passou a enquadrar a prática no crime de racismo. A pena prevista para tais condutas discriminatórias é de um a três de detenção, além de multa. Assim, embora o comandante tenha sido exonerado, Abby frisa que sua luta está longe de acabar. “Esse é só o começo. Quero ir até o fim para que o Ministério Público realize a denúncia e ele seja condenado por transfobia. Isso não pode ficar impune. O respeito pra mim é algo tão difícil que se tornou um sonho”, ressalta.

O Centro de Valorização da Vida (CVV) realiza apoio emocional e prevenção do suicídio, atendendo voluntária e gratuitamente todas as pessoas que precisam conversar, de forma totalmente sigilosa. Para obter informações sobre o atendimento, basta ligar para o número 188.

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