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O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) decidiu aumentar o número de urnas eletrônicas auditadas antes das eleições. A mudança foi aprovada em sessão administrativa nesta quinta-feira, 3, e representa mais um esforço para ampliar a transparência do pleito em meio aos ataques ao sistema de votação.

A resolução aprovada mantém o percentual anterior, de 3% das urnas, como o mínimo dos aparelhos a serem auditados e passa a estabelecer um limite de 6% do contingente preparado para cada zona eleitoral.

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A escolha da amostra é feita aleatoriamente por entidades que se cadastram para fiscalizar o processo eleitoral. Normalmente são representantes de partidos políticos, Ministério Público, Polícia Federal, Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e até dos departamentos de Tecnologia da Informação das universidades.

Outra mudança aprovada é que, em caso de inconsistência, a auditoria deve seguir até que não seja encontrada nenhuma inconformidade. O procedimento passará a ser transmitido ao vivo, preferencialmente no canal oficial de cada Tribunal Regional Eleitoral no YouTube.

A preparação das urnas é feita em duas etapas: inserção do cartão de memória com as informações dos candidatos, cargos e eleitores que votam na seção e testagem dos dispostos.

O TSE ainda aprovou um ajuste na etapa de totalização dos votos. A disponibilização dos Boletins de Urna, que eram compartilhados em até três dias após o encerramento da contagem, passarão a ficar disponíveis quase em tempo real na portal da Corte Eleitoral.

O rol de mudanças também inclui o novo prazo de registro das federações partidárias. Por decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), a aglutinação das siglas poderá ocorrer até 31 de maio.

Entre as publicações no Facebook com um milhão de interações ou mais, e cujos temas de discussão foram a fraude nas urnas e o voto impresso, a maior parte foi realizada no tráfego de contas de representantes eleitos, como a do presidente Jair Bolsonaro (PL). 12 contas na rede social foram apontadas como as líderes em espaço para esse tipo de debate, segundo o relatório mais recente da Diretoria de Análise de Políticas Públicas da Fundação Getulio Vargas (FGV DAPP), divulgado nesta terça-feira (22). 

O perfil que mais proporcionou a discussão, sem base científica ou documental, foi o da deputada federal e bolsonarista Carla Zambelli (PSL-SP), com 1.576 publicações em 15 meses. 

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Ao todo, 23 contas postaram mais de mil vezes sobre tais temas ligados à desconfiança eleitoral no Facebook. A figura de Jair Bolsonaro é referência – em apoio ou oposição – a todas essas páginas e grupos públicos, com destaque para “Movimento Brasil”, com 11.856 posts, e “Bolsonaro 2022”, com 7.413 publicações. Outras centenas de contas parecidas também apresentam índices altos de publicação sobre as temáticas. 

Média de 888 posts diários 

Ainda de acordo com a pesquisa, os temas voto impresso e fraude nas urnas eletrônicas mobilizaram uma média de 888 posts por dia no Facebook, entre novembro de 2020 e janeiro de 2022. No total, foram monitoradas pelo DAPP 394.370 postagens sobre os assuntos, mostra o levantamento recém-lançado “Desinformação on-line e contestação das eleições”. 

Os períodos das eleições municipais de 2020 e de discussão da PEC do Voto Impresso, em agosto de 2021 foram os destaques em volume de publicações. O pico de menções, por exemplo, ocorreu no dia 10 de agosto de 2021, com 10.619 mensagens em apenas um dia. O mês de novembro — mês eleitoral — também se destaca com 50.574 postagens. 

Um total de 40 postagens pró-fraude nas urnas são as mais populares, gerando 6.809.193. Entre as 20 primeiras mensagens desse subconjunto, 13 (32,5%) são da página de Jair Bolsonaro, atraindo quase metade das interações (3.227.981, ou 47%). 

Mais de 130 mil postagens continham links internos e externos ao Facebook, tipo de conteúdo que representou 23,9% das interações. Esses links estiveram em circulação por até 435 dias. A maior parte dos links externos com mais interações convoca para a consulta pública de uma sugestão legislativa para inserção de 100% de voto impresso nas urnas e material de mobilização sobre a PEC do Voto Impresso – esse link do Senado esteve em 8.412 publicações no Facebook. 

Além disso, o estudo mostra que a temática é frequente em volume de publicações, pelo menos, desde 2014. O ano de 2021 chama atenção pela quantidade de postagens e interações, que, em alguns meses, chega a ultrapassar o ano eleitoral de 2018, referência na temática no contexto recente. 

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso, afirmou que o presidente Jair Bolsonaro (PL) terá que aceitar o resultado das urnas e eventual derrota na disputa pela reeleição que tentará em outubro deste ano.

“Se ele (Bolsonaro) ganhar, os que perderem têm de respeitar a vitória dele. Se ele perder, os derrotados têm de respeitar a vitória dos vencedores. A democracia significa que quem perde hoje pode tentar ganhar amanhã e quem ganha hoje pode perder amanhã. Portanto, essa história de que se perder houve fraude não combina com democracia”, disse Barroso em entrevista ao site Metrópoles.

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O ministro, que atualmente ocupa a cadeira de presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), deve passar o cargo para o também ministro do STF, Edson Fachin, no dia 22 de fevereiro deste ano.

A gestão de Barroso no TSE foi marcada pelo embate entre o órgão e o presidente Bolsonaro, que desde que foi eleito em 2018 faz ataques diretos à confiabilidade das urnas eletrônicas.

Na última quinta-feira (10), por exemplo, o mandatário usou as suas redes sociais para afirmar que recebeu das Forças Armadas questões de natureza técnica sobre o funcionamento do sistema eleitoral.

"Nosso pessoal do Exército, da guerra cibernética, buscou o TSE e começou a levantar possíveis vulnerabilidades. Foram levantadas várias, dezenas de vulnerabilidades. Foi oficiado o TSE para que pudessem responder às Forças Armadas. Passou o prazo e ficou um silêncio", disse Bolsonaro em uma live.

O TSE chegou a responder, afirmando que "as declarações que têm sido veiculadas não correspondem aos fatos nem fazem qualquer sentido".

 

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) reagiu nesta sexta-feira, dia 11, a mais uma tentativa do presidente Jair Bolsonaro de lançar suspeitas sobre a confiabilidade das urnas eletrônicas. O TSE afirmou que recebeu do Exército questões de natureza técnica sobre o funcionamento do sistema eleitoral, como antecipou o Estadão nesta quinta, 10. A resposta da corte contradiz Bolsonaro, segundo quem as Forças Armadas encontraram "dezenas de vulnerabilidades". O presidente cobrou uma resposta.

"Nosso pessoal do Exército, da guerra cibernética, buscou o TSE e começou a levantar possíveis vulnerabilidades. Foram levantadas várias, dezenas de vulnerabilidades. Foi oficiado o TSE para que pudessem responder às Forças Armadas. Passou o prazo e ficou um silêncio", disse Bolsonaro nesta quinta-feira, dia 10, durante transmissão ao vivo nas redes sociais.

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A resposta da corte foi direta, porém sem citar o presidente da República. "As declarações que têm sido veiculadas não correspondem aos fatos nem fazem qualquer sentido", diz comunicado oficial do TSE. "Cabe destacar que são apenas pedidos de informações, para compreender o funcionamento do sistema eletrônico de votação, sem qualquer comentário ou juízo de valor sobre segurança ou vulnerabilidades."

O TSE informou que recebeu "dezenas de perguntas de natureza técnica, com certo grau de complexidade". Em nota, a Justiça Eleitoral disse que o representante das Forças Armadas na Comissão de Transparência Eleitoral protocolou pedidos de informação "próximo do recesso" de fim de ano, "quando os profissionais das áreas técnicas fazem uma pausa". "Após este período, o conteúdo começou a ser elaborado e será encaminhado nos próximos dias", informou o TSE. "Tudo está sendo respondido, como foi devidamente comunicado ao referido representante."

O Estadão apurou junto a oficiais da ativa que o Exército fez questionamentos técnicos ao TSE sobre o funcionamento e a cadeia de custódia das urnas eletrônicas, para tentar subsidiar com melhorias de segurança. Os quesitos foram enviados por escrito, elaborados pelo Centro de Defesa Cibernética. O teor é sigiloso. Entre eles, há algumas perguntas como onde ficam armazenadas as urnas antes da distribuição aos locais de votação, que tipo de conectividade elas têm, que pessoas têm acesso, e como e onde é feita a totalização dos votos.

A participação das Forças Armadas na preparação das eleições, desta forma na Comissão de Transparência, é inédita. Ela se dá a convite do TSE. Os militares sempre prestaram apoio logístico e segurança à votação, mas não participaram, no ano passado, de uma rodada de testes das urnas. Politicamente, o tribunal tentou aplicar uma vacina para se antecipar aos reiterados questionamentos à legitimidade das urnas difundidos por Bolsonaro, à ameaça de não reconhecer o resultado caso seja derrotado. Essa participação, porém, já dá margem para distorções por parte do presidente e até questionamentos de pesquisas de intenção de voto, que indicam cenários com probabilidade de derrota do atual mandatário.

Com a direita muito próxima nas pesquisas, o primeiro-ministro de Portugal, o socialista António Costa, luta por sua permanência no cargo nas eleições legislativas antecipadas deste domingo (30), nas quais a extrema-direita pode avançar consideravelmente.

Os locais de votação permanecerão abertos das 8h GMT (5h de Brasília) até 19h GMT (16h de Brasília). Uma hora depois serão divulgadas as pesquisas de boca de urna.

"Vencemos a austeridade e a estagnação, estamos no caminho para vencer a pandemia e no domingo também venceremos esta crise política para dar estabilidade ao país", disse na sexta-feira, no ato de encerramento da campanha, o primeiro-ministro Costa, que está no poder desde 2015.

O chefe de Governo, de 60 anos, expressa orgulho por ter "virado a página da austeridade orçamentária" aplicada pela direita após a crise financeira mundial com a aliança histórica formada em 2015 com os partidos da esquerda radical, Bloco de Esquerdas e os comunistas.

Mas, quando o governo minoritário também almejava "virar a página da pandemia" com uma taxa de vacinação recorde e a liberação dos fundos de estímulo econômico europeus, seus aliados rejeitaram o projeto de orçamento para 2022, o que provocou a convocação de eleições antecipadas.

Quando a data da votação foi anunciada há três meses, o Partido Socialista (PS) tinha 13 pontos de vantagem nas pesquisas sobre a principal formação de oposição, o Partido Social-Democrata (PSD).

- "Desencanto" -

Mas a vantagem praticamente evaporou nas últimas semanas. O PS oscila entre 35-36% das intenções devoto nas pesquisas, contra 33% para o PSD, liderado por Rui Rio, ex-prefeito da cidade do Porto. A diferença é tão pequena que os institutos de pesquisa apontam um "empate técnico".

Com um a cada 10 portugueses em quarentenas, o nível de participação nas eleições, as terceiras organizadas em Portugal durante a pandemia, é outro fator de incerteza.

"O avanço de Rui Rio nas pesquisas demonstra que a população quer mudança", disse À AFP Paulo Faria, 49 anos, dono de restaurante.

"O balanço do governo não é muito bom, mas com a covid não se pode esperar muito mais", afirmou Isabel Rodrigues, moradora de Lisboa, de 50 anos.

"Apesar de um certo desencanto com o Partido Socialista, a maioria dos eleitores considera que Costa tem mais competência e experiência para governar que Rio, um economista de 64 anos elogiado por sua sinceridade e autenticidade", explica a cientista política Marina Costa Lobo.

- Alianças "complicadas" -

Depois das eleições, o futuro político de Portugal deve ser "instável", afirma o analista Antonio Costa Pinto, do Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa.

"A viabilidade de um governo do PS ou do PSD dependerá da abstenção do outro grande partido partido, especialmente para a aprovação rápida de um orçamento de estímulo econômico", prevê.

Tanto para a esquerda como para a direita será complicado para os partidos moderados negociar o apoio dos extremos de um Parlamento mais fragmentado, onde o partido de extrema-direita Chega, liderado por André Ventura, pode ser a terceira força com 6% dos votos.

Se Costa for reeleito, ele poderá tentar reconstruir a aliança das esquerdas, apesar do fracasso do último orçamento, provocado segundo ele pela "irresponsabilidade" de seus antigos aliados, que exigiam mais ações a favor do serviço público e da recuperação do poder aquisitivo.

E se o Rio vencer a disputa, ele terá que contar com o apoio dos liberais que esperam, como o Chega, confirmar a forte progressão prevista pelas pesquisas.

Com apenas um deputado no atual Parlamento, os liberais seriam mais fáceis de convencer para Rio que o partido Chega, um possível sócio de coalizão muito volátil e com um discurso antissistema.

A Polícia Federal concluiu que o presidente Jair Bolsonaro (PL) agiu deliberadamente para promover desinformação sobre o sistema eletrônico de votação.

A afirmação consta no relatório final do inquérito sobre a live realizada por Bolsonaro no dia 29 de julho, transmitida simultaneamente pelas redes sociais e pela TV Brasil, para questionar a segurança das urnas. O documento foi enviado ao Supremo Tribunal Federal (STF) pela delegada federal Denisse Dias Rosas.

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"Este inquérito permitiu identificar atuação direta e relevante do Exmo. Sr. Presidente da República Jair Messias Bolsonaro na promoção da ação de desinformação", diz um trecho do relatório.

A PF sugere que o presidente seja investigado no inquérito das milícias digitais - o mesmo que pegou o blogueiro bolsonarista Allan dos Santos e o ex-deputado Roberto Jefferson (PTB). A delegada ainda propõe o envio do caso para a Controladoria-Geral da União e para o Ministério Público Federal.

Depois de ouvir os envolvidos na organização da live, incluindo o ministro da Justiça e Segurança Pública, Anderson Torres, o ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Luiz Eduardo Ramos, e o diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Alexandre Ramagem, a PF entendeu que o processo de preparação foi feito de 'maneira enviesada' para promover uma 'teoria conspiratória'.

"Houve vontade livre e consciente dos envolvidos em promover, apoiar ou subsidiar o processo de construção da narrativa baseada em premissas falsas ou em dados descontextualizados", aponta.

A Polícia Federal diz que o grupo investigado atua 'com dolo, consciência e livre vontade' na produção e na divulgação de 'narrativas sabidamente não verídicas ou sem qualquer lastro concreto, com o propósito de promover mais adesão de apoiadores e outros difusores aos interesses dessa organização'.

"Restou caracterizado pelas narrativas das pessoas envolvidas que a chamada live presidencial foi um evento previamente estruturado com o escopo de defender uma teoria conspiratória que os participantes já sabiam inconsistente", segue a PF.

Shoma Motegi votará pela primeira vez nas eleições gerais do Japão no domingo (31), mas o jovem de 19 anos é uma minoria em sua faixa etária, algo que deseja mudar.

Líderes veteranos que agradam uma população que envelhece, táticas de campanha desatualizadas e falta de educação política levam a índices de participação cronicamente baixos entre os jovens, afirmam eleitores e políticos.

A abstenção no Japão, onde o partido no governo conservou o poder quase continuamente durante décadas, é a quinta mais alta entre as 41 economias desenvolvidas acompanhadas pela OCDE.

A diferença nos padrões de voto por idade foi muito acentuada nas últimas eleições gerais: apenas um terço dos eleitores com aproximadamente 20 anos participou, contra 72% na faixa de 60-69.

"É um desperdício do direito ao voto em eleições que determinam o nosso futuro", disse Motegi à AFP.

Se os jovens não votarem, "as políticas favorecerão a geração atual que está trabalhando ou os idosos", acrescentou este estudante de economia de Yokohama.

Os analistas dizem que o resultado das eleições legislativas é muito previsível, com uma vitória quase certa do novo primeiro-ministro Fumio Kishida, de 64 anos.

Depois de se tornar líder do Partido Liberal Democrata, Kishida apresentou seu Executivo com uma média de idade de 62 anos e apenas três mulheres.

"Não parece muito estimulante", comenta Misha Cade, uma estudante de 24 anos que também quer ir às urnas no domingo.

Em sua opinião, as japonesas geralmente não se sentem representadas na política.

"Acreditam que é um mundo de homens, como se fosse um lugar onde não podemos entrar", explica Cade, que cresceu nos Estados Unidos antes de voltar ao Japão quando era adolescente.

E ela? Entraria na política?

"Nunca poderia (...). Há muito assédio sexual e um machismo descarado, não acho que seja algo que pudesse tolerar diariamente", argumenta.

Para tentar atrair as jovens gerações, o governo reduziu a idade mínima para votar de 20 para 18 há cinco anos.

Mas Motegi afirma que alguns de seus amigos ainda evitam o debate político, especialmente em questões que dividem a opinião pública, como a energia nuclear e a segurança nacional.

Este estudante é membro da Conferência da Juventude do Japão, uma ONG que recentemente realizou dois debates nos quais os jovens eleitores perguntavam aos deputados sobre questões importantes para eles, como as condições trabalhistas, o custo da educação ou as políticas de gênero.

"A juventude japonesa tem muito interesse em questões sociais, incluindo a igualdade de gênero, a desigualdade de renda e a mudança climática", explica Yuki Murohashi, um dos organizadores.

Mas "os estudantes muitas vezes nem sabem a diferença entre os partidos políticos", acrescenta este ativista de 32 anos.

Isso acontece parcialmente devido à falta de educação eleitoral nas escolas ou porque "os partidos não se esforçam o suficiente para chegar até os jovens", opina.

Os eleitores de 19 municípios, em seis estados, voltam às urnas neste domingo (3) para escolher seus novos prefeitos. Isso é necessário porque a Justiça Eleitoral acabou por impedir que a chapa eleita em 2020 exercesse o mandato.

Isso pode ocorrer por razões que levam a um indeferimento tardio do registro de candidatura, por exemplo. Nesses casos, muitas vezes, o candidato vencedor em 2020 disputou o pleito por força de uma liminar (decisão provisória) judicial que acabou não se confirmando.

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Esse foi o caso, por exemplo, de Antônio José de Oliveira (PT), que venceu a eleição para prefeito de Juazeiro do Piauí, mas acabou tendo o registro de candidatura indeferido posteriormente por ser responsável por uma rádio clandestina.

Outras razões são a cassação do mandato pela Justiça Eleitoral, por alguns dos motivos previstos na legislação eleitoral.

As cidades que voltam às urnas neste domingo são: Firmino Alves (BA); Juazeiro do Piauí (PI); Goianésia do Pará (PA); Capoeiras e Palmeirina (PE); Paranhos (MS); Mendonça (SP), São Lourenço da Serra (SP), Mineiros do Tietê (SP), Guaíra (SP), Apiaí (SP), Campina do Monte Alegre (SP), Itaoca (SP), Piacatu (SP), Santo Antônio do Jardim (SP), Trabiju (SP), Anhembi (SP), Cajati (SP)e Angatuba (SP).

Os candidatos vencedores nas eleições suplementares devem ocupar o cargo até dezembro de 2024.

O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Luís Roberto Barroso, anunciou nesta quinta-feira, 12, quatro novas medidas para tornar o processo eleitoral mais transparente e confiável em meio à onda de desinformação que cerca o assunto.

A ação ocorre dois dias após a derrota do presidente Jair Bolsonaro na votação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) do voto impresso na Câmara dos Deputados. Apesar de ter fracassado ao encampar o discurso contra a urna eletrônica, Bolsonaro continua colocando em xeque a segurança do sistema e a realização de eleições em 2022.

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Diante dos constantes ataques que o sistema de votação eletrônico tem sofrido, a Justiça Eleitoral tornará público o acesso a alguns mecanismos de auditabilidade da urna, como a inserção dos programas, a inspeção do código-fonte, o teste de integridade do dispositivo e ainda vai estimular a presença de fiscais independentes no TSE para atestarem a confiança em cada uma das etapas.

"No início da sessão, expliquei às pessoas de boa-fé que o TSE é contra o voto impresso porque ele faria mal à democracia e ao sistema eleitoral. Anunciei providências para aumentar a transparência e o acompanhamento por parte dos partidos e da sociedade", escreveu Barroso em uma rede social.

Dentre as medidas anunciadas, o tribunal eleitoral apresentou a possibilidade de partidos políticos, técnicos e especialistas inspecionarem os códigos-fonte (programa instalado na urna que permite a computação do voto e a totalização do resultado) um ano antes da realização das eleições. A partir de 1º de outubro deste ano, os interessados poderão comparecer ao tribunal para acompanhar o processo desde o início. Anteriormente, a inspeção só podia ser realizada seis meses antes do pleito.

Outra novidade apresentada pela Justiça Eleitoral na tentativa de despistar os boatos e notícias falsas que envolvem a votação eletrônica é a possibilidade de os partidos políticos participarem como fiscais do processo de inserção dos programas computacionais na urna. O convite aos dirigentes e filiados partidários tem a intenção de garantir que os envolvidos verifiquem que o software utilizado é o mesmo que foi assinado digitalmente e lacrado.

"A realidade é que os partidos não compareciam, nem indicavam seus técnicos. Assim foi nas Eleições de 2016, nas Eleições de 2018, nas Eleições de 2020: nenhum partido compareceu para fiscalizar. Alguém poderia imaginar que é desídia dos partidos, mas não. Era a confiança que tinham no sistema e, por isso, nem se sentiam obrigados a vir aqui ver como estava sendo feito", disse Barroso.

O conjunto de medidas inclui também um estudo em desenvolvimento pela Secretaria de Tecnologia do TSE, cujo objetivo é aumentar o número de urnas eletrônicas auditadas às vésperas das eleições no teste de integridade. O procedimento consiste na escolha de cem urnas aleatoriamente para serem submetidas a uma simulação de votação em que são coletados os votos dos eleitores também em cédulas de papel para contrastar com os registros contidos na urna. O presidente do TSE frisou que o processo é realizado em ambiente controlado, com uso de câmeras, e que nunca houve divergência entre o resultado das urnas e dos registros em papel.

Por fim, o tribunal eleitoral anunciou a criação de uma comissão fiscalizadora formada por instituições públicas e cidadãos que terá o papel de acompanhar dentro do TSE cada etapa da preparação das urnas. O objetivo é que os envolvidos entendam como funciona o processo eleitoral em suas variadas fases de execução.

Com a sinalização de que a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) do voto impresso deve ser rejeitada pelo plenário da Câmara dos Deputados, representantes dos Três Poderes articulam uma saída para "esfriar" o clima de atrito institucional causado pelo presidente Jair Bolsonaro, que tem feito sucessivos ataques a ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) tentando emplacar o projeto.

Na quinta-feira, 5, no mesmo dia em que a PEC foi rejeitada pela comissão especial da Câmara, uma reunião foi realizada para tentar amarrar um acordo de "meio termo". Participaram do encontro o presidente da Câmara, Arthur Lira (Progressistas-AL), o ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira, os ministros do Supremo Alexandre de Moraes e Gilmar Mendes, e o deputado Aécio Neves, ex-presidente do PSDB e candidato do partido na eleição presidencial de 2014.

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Já com a avaliação de que o texto da deputada Bia Kicis (PSL-DF) não tem apoio para ser aprovado pelo Congresso, o acordo seria deixar a proposta ser rejeitada para, depois, encarregar o TSE de apresentar uma nova iniciativa de aperfeiçoamento do sistema das urnas, que não valeria para as eleições de 2022.

O presidente da Câmara disse nesta segunda-feira, 9, que vai trabalhar "para que nesse tema não haja vencidos e vencedores, porque é preciso pacificar o País".

Lira reforçou a ideia de que o TSE e o STF precisam apresentar nova proposta caso o voto impresso seja derrotado no plenário da Câmara. "Não legislar é também legislar. Essa discussão passou de todos os limites. Após o resultado, se for de não aceitar o seu prosseguimento, é importante que o STF e o TSE possam encontrar uma maneira administrativa para serenar as dúvidas mais firmes", afirmou em entrevista à Rádio CBN.

A mudança debatida pelo Congresso com ministros do STF seria ampliar o número de urnas que passam pelo chamado teste de integridade, que é uma votação paralela à oficial feita em algumas urnas para comprovar que o voto digitado é o mesmo que foi recebido pelo sistema. O Estadão apurou que o presidente do TSE, Luís Roberto Barroso, ofereceu resistência para a solução, mas que a ideia foi bem aceita por Alexandre de Moraes, que comandará o Tribunal durante o pleito do ano que vem.

O governo ainda tenta reverter o cenário desfavorável da análise em plenário do voto impresso - a maioria dos partidos na Câmara tende a rejeitar a PEC. Uma das ideias defendidas pelo líder do governo, Ricardo Barros (Progressistas-PR), é fazer com que apenas uma amostragem do total de urnas adote o dispositivo que imprime o voto.

O próprio presidente Jair Bolsonaro, no entanto, reconhece que o acordo é difícil de ser feito. "Se não tivermos uma negociação antes, um acordo, vai ser derrotada a proposta porque o ministro Barroso apavorou alguns parlamentares", disse nesta segunda-feira, 9, em entrevista à rádio Brado, da Bahia.

Em uma ação coordenada com ministros do Supremo, o TSE decidiu, por unanimidade, determinar duas medidas contra o presidente Jair Bolsonaro. Além do inquérito sobre as denúncias falsas feitas por Bolsonaro contra o sistema eleitoral, o TSE pediu ao Supremo que o investigue no caso das fake news. Trata-se de um inquérito conduzido pelo ministro do STF Alexandre de Moraes que já tem provas de participação de aliados de Bolsonaro em ataques orquestrados às instituições. Moraes acatou a solicitação para incluir o presidente.

O desfecho dessas investigações pode tornar Bolsonaro inelegível, caso ele seja responsabilizado criminalmente, além de levar à impugnação de eventual registro de sua candidatura a um segundo mandato.

O ministro da Defesa, Walter Braga Netto, também disse que só haverá eleições em 2022 com voto impresso. Como revelou o Estadão, o presidente da Câmara, Arthur Lira, recebeu esse recado de Braga Netto, por meio de um interlocutor político, no dia 8 de julho. Naquele mesmo dia, Bolsonaro afirmou: "Ou fazemos eleições limpas no Brasil ou não temos eleições".

Desde 29 de julho, o presidente Jair Bolsonaro repete com insistência uma afirmação feita por ele ainda quando era candidato ao Palácio do Planalto, sempre sem provas: a de que as urnas eletrônicas usadas no Brasil não são confiáveis e foram usadas para fraudar as últimas eleições. Desta vez, porém, as informações falsas veiculadas na transmissão ao vivo pelas redes sociais do dia 29 tiveram consequências. Após a "live bomba" com ameaças golpistas, Bolsonaro enfrentou a mais dura reação, além de se tornar investigado no Supremo Tribunal Federal (STF) e no Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

A polêmica do voto impresso e os ataques do presidente a magistrados mobilizaram o debate nos últimos dias e ofuscaram um momento que poderia ser considerado positivo para o governo. A semana nervosa viu a Câmara aprovar a privatização dos Correios, uma das principais pautas econômicas do Planalto; a vacinação contra a covid avançou no País e Bolsonaro divulgou detalhes sobre o novo Bolsa Família. Com valor maior, o programa se chamará agora Auxílio Brasil. Nenhum destes assuntos, porém, foi tão comentado quanto o voto impresso e as investidas do chefe do Executivo contra a democracia.

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Embora tenha fracassado na tarefa de apresentar provas de fraude nas eleições, Bolsonaro conseguiu triplicar, na última live de julho, a média de visualizações em relação às transmissões ao vivo que faz toda quinta-feira. Foram 900.717 visualizações até o momento no canal oficial do presidente no YouTube, que registra, em média 258 mil a cada aparição desse tipo. No Facebook, a "live bomba" com retransmissão da TV Brasil, uma emissora pública, alcançou a marca de 1,2 milhão de visualizações, quando normalmente tem entre 250 mil e 400 mil.

Depois desse episódio, no qual Bolsonaro e um coronel da reserva apresentaram vídeos antigos com acusações inverídicas para sugerir, sem qualquer evidência, que houve adulteração nas urnas, em 2018 e 2014, as ameaças feitas pelo presidente contra as eleições ganharam ainda mais destaque. O TSE abriu inquérito administrativo contra Bolsonaro, que também foi incluído pelo Supremo na investigação das fake news. Empresários e intelectuais divulgaram manifesto a favor das eleições, assim como a cúpula do Ministério Público.

A proposta do voto impresso foi rejeitada na comissão especial da Câmara, mas na sexta-feira o presidente da Casa, Arthur Lira (Progressistas-AL), puxou a emenda para o plenário. A previsão é de que o texto seja votado até quarta-feira. Lira avisou Bolsonaro, porém, que, se o governo for novamente derrotado, e ele não respeitar a decisão, o Centrão deixará de ser aliado. Citou até mesmo um "botão amarelo" a ser acionado, sinal de que tem às mãos a possibilidade de abrir caminho para o impeachment.

Para o líder do governo na Câmara, Ricardo Barros (Progressistas-PR), o País precisa "se acostumar" ao comportamento do chefe do Executivo. "O presidente Bolsonaro é o presidente Bolsonaro. Precisamos nos acostumar com isso. Já é presidente há dois anos e meio, e todo mundo sabe o jeito dele. Ele reage. Está tudo dentro do que era esperado que fosse. Não consigo ver como isso estaria fora do padrão do comportamento dele", disse Barros ao Estadão.

O deputado também minimizou a importância do manifesto de empresários em defesa das eleições e as respostas do Judiciário ao presidente. "Quantos empresários são? Isso tudo é narrativa. Todo mundo quer pegar uma carona cada vez que isso surge como assunto. Isso não é um movimento consolidado, organizado. São os que querem fazer média (...). No Judiciário também tem muita gente querendo fazer média", afirmou Barros, alvo da CPI da Covid.

A resposta do líder do governo é contestada pelo cientista político e professor da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) Leonardo Avritzer. "É bom o Brasil não se acostumar ao jeito Bolsonaro de ser. O melhor é que Bolsonaro se acostume com a democracia no Brasil, e não que o Brasil se acostume com os seus arroubos autoritários", afirmou Avritzer, um dos principais pesquisadores sobre democracia no País.

Na sua avaliação, o discurso de Bolsonaro é muito mais do que bravata. "A gente vive um processo de erosão das instituições democráticas. O presidente está questionando a segurança do voto e, com isso, erodindo a confiança de um conjunto grande da população acerca da lisura do processo eleitoral, que é um dos fundamentos principais, se não o principal, da democracia brasileira", disse o professor. Para Avritzer, as declarações do presidente podem "ser o ponto de partida para um questionamento do resultado eleitoral de 2022, o que pode gerar muita turbulência política e até mesmo violência".

Cálculo político

Trata-se de um comportamento calculado, no diagnóstico do cientista político Bruno Carazza. Há a percepção de que Bolsonaro age assim para "energizar" sua base à medida que se vê acuado por fatores como pandemia de covid e crise econômica, além de desafiado pela liderança do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva nas pesquisas de intenção de voto.

"Ao questionar as eleições e o Judiciário, Bolsonaro dá elementos para essa base de apoio, que não é desprezível, e soma hoje de 20 a 25% do eleitorado", observou Carazza, professor do Ibmec e da Fundação Dom Cabral. Autor do livro Dinheiro, Eleições e Poder: as engrenagens do sistema político brasileiro, ele observou que, ao decidir entregar a "alma do governo" ao Centrão, com a nomeação do senador Ciro Nogueira (Progressistas) para a Casa Civil, Bolsonaro sofreu cobranças de seus apoiadores. "Isso é mais um motivo para ele tensionar, desviar a atenção da base dessa composição que fez com o Centrão no Congresso".

A reação às investidas de Bolsonaro contra a democracia têm se ampliado cada vez mais. "Não acho que bravatas levem a golpe. Eu acredito fielmente nas instituições e vamos continuar solidificando a democracia", disse o ministro do STF Alexandre de Moraes, que conduz o inquérito das fake news.

Subprocuradores da República cobraram uma ação do procurador-geral, Augusto Aras, visto hoje como aliado de Bolsonaro. Um manifesto assinado por 29 subprocuradores diz que o chefe do Ministério Público Federal deve agir em "defesa do STF e do TSE, de seus integrantes e de suas decisões, não lhe sendo dado assistir passivamente aos estarrecedores ataques àquelas Cortes e a seus membros".

Diante dos ataques de Bolsonaro, o presidente do Supremo, Luiz Fux, cancelou a reunião entre os Poderes e também cobrou de Aras uma posição enérgica. Ele manteve o silêncio. Bolsonaro não recuou. Ao contrário: chamou Barroso de "filho da p..." , anteontem, numa conversa com apoiadores, em Santa Catarina. O vídeo com o xingamento foi postado em suas redes sociais e apagado em seguida. "Querem decidir as coisas no tapetão", disse ele ontem, após "motociata" em Florianópolis. Dessa forma, Bolsonaro vai pautando a agenda política do País. Até quando? "O botão amarelo continua apertado. Segue com a pressão do meu dedo. Estou atento, 24 horas atento", avisou Lira. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Depois de fazer acusações sucessivas de fraude das urnas eletrônicas sem apresentar provas, todas amplamente desmentidas pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o presidente Jair Bolsonaro classificou como "vital" para a democracia a abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para apurar indícios de irregularidades que ele aponta nos equipamentos. No entanto, o chefe do Executivo ponderou que não sabe se obterá assinaturas no Parlamento para a abertura da comissão.

Em entrevista à Rádio 93 FM RJ, compromisso que não consta da agenda oficial do presidente, Bolsonaro voltou a pedir transparência e a defender o voto impresso nas eleições do País. Em acusações ao TSE, Bolsonaro reafirmou que a urna eletrônica não é auditável. A afirmação, no entanto, já foi rebatida pelo próprio órgão eleitoral, que afirma que todo o processo eleitoral é auditável e seguro. Além das auditorias internas, cidadãos, partidos políticos, fiscais de partidos, candidatos, OAB e Ministério Público podem realizar a fiscalização durante as etapas do processo.

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Bolsonaro voltou a acusar o TSE de acobertar a invasão ao sistema eleitoral da Corte que continha os códigos usados nas urnas eletrônicas, como fez na noite de quarta-feira (4), e de ter apagado "as pegadas" deixadas pelo hacker. Conforme justifica, um hacker teve acesso às chaves criptografadas das urnas eletrônicas. Segundo ele, a comprovação da ação do TSE é que o órgão rebateu o presidente "com mentiras e fake news" às suas declarações em transmissão ao vivo nas redes sociais na última quinta-feira (29). "Mas não rebateu inquérito da PF sobre invasão hacker". Na noite desta quarta-feira, 4, o TSE disse que o programa da urna eletrônica "simplesmente não roda" se for adulterado.

Bolsonaro alega que a tecnologia da urna eletrônica é a mesma desde 1996 e, por isso, precisa ser modernizada. "Se um banco utilizasse a mesma tecnologia desde 1996, ninguém iria confiar", compara. "Eleições democráticas têm que ser igual à história de mulheres certas: não basta ser mulher, tem que parecer honesta".

Agora investigado no inquérito das fake news do Supremo Tribunal Federal (STF), o presidente reforçou também os ataques contra o presidente da Corte, o ministro Luís Roberto Barroso. "Por que o ministro Barroso joga todas as fichas contra o voto auditável, contra o voto impresso, contra o voto democrático? Obviamente que tem algum interesse que eu não consigo entender ou decifrar qual seja", afirmou. Bolsonaro repete que a articulação do ministro a favor do voto eletrônico tem como objetivo eleger o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em 2022.

Nas acusações, o presidente disse ainda que "Barroso chegou ao STF porque defendeu um terrorista, o Battisti". Cesare Battisti foi condenado à prisão perpétua na Itália, que pediu a extradição para que ele cumprisse pena naquele país. Na época, Barroso atuou de forma a favor de Battisti. Em 2009, o STF entendeu que a decisão sobre extraditar ou não o italiano cabia ao presidente da República. Em 2010, o então presidente Luiz Inácio Lula da Silva negou a extradição.

Nas críticas feitas ao ministro, o chefe do Executivo sugeriu novamente uma manifestação da população em São Paulo para um apelo contra Barroso. "Não podemos ter eleições duvidosas em 2022. É preciso contagem pública dos votos", afirmou.

Nesta quinta-feira (5), o ministro do Supremo Tribunal Federal, Luís Roberto Barroso, respondeu à acusação feita pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) de que teria atuado a favor do Partido dos Trabalhadores (PT) ao conceder suposto perdão da pena ao ex-ministro petista José Dirceu. Barroso usou as redes sociais para declarar que quem dá o indulto é o presidente da República e o Judiciário apenas aplica o decreto.

“Um esclarecimento: quem concede indulto é o presidente da República. O Judiciário apenas aplica o decreto presidencial. Nas execuções penais do mensalão, deferi o benefício a todos que se adequaram aos requisitos”, disse o ministro em seu Twitter.

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No início da manhã, o chefe do Executivo compartilhou pela rede uma foto da notícia em que Barroso concede o indulto ao ex-ministro da Casa Civil no governo Lula (PT). Na legenda, o presidente usou, mais uma vez, o versículo bíblico: “conhecerão a verdade, e a verdade os libertará”.

No caso do esquema de corrupção que ganhou o nome de Mensalão, Dirceu foi condenado a 7 anos e 11 meses de prisão. Ele passou a cumprir pena em novembro de 2013, após se esgotarem todos os recursos. Apesar disso, em outubro de 2016, Barroso concedeu o indulto ao ex-ministro, acatando um pedido da defesa e seguindo um parecer favorável da Procuradoria-Geral da República pela extinção da pena. No mesmo período, o ministro era o relator responsável pelos processos do Mensalão no STF.

Bolsonaro e os ataques ao Judiciário

O ministro Barroso, que também desempenha a função de presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e é um enérgico defensor da urna eletrônica, tornou-se o principal alvo das ofensas de Bolsonaro durante esta semana.

Barroso atuou para a Corte abrir um inquérito administrativo no intuito de apurar os ataques sem provas que o mandatário vem fazendo ao sistema eletrônico de votação. Além disso, os ministros pediram que Bolsonaro seja investigado em um outro inquérito já aberto no STF.

Na quarta-feira (4), o presidente afirmou que não aceitará “intimidações” e que sua “briga” é com o presidente do TSE. No turno da noite, o mandatário voltou a ameaçar o sistema democrático brasileiro, elevando o tom ao dizer que iria atuar fora “das 4 linhas da Constituição”.

"Ao meu lado, o analista de inteligência Eduardo." Apresentado sem nenhuma credencial por Jair Bolsonaro, o "analista Eduardo" foi peça-chave na live em que o presidente admitiu não ter provas de fraude na eleição passada, mas usou da emissora pública, a TV Brasil Gov, para disseminar dúvidas e informações falsas sobre as urnas eletrônicas.

Apesar do traje civil, terno e gravata, trata-se de mais um oficial verde-oliva a se envolver na pressão do governo por mudanças no sistema de votação, a pouco mais de um ano das eleições de 2022. Como o Estadão revelou, o ministro da Defesa, general de Exército da reserva Walter Braga Netto, mandou recado à cúpula do Congresso de que não haveria eleições sem voto impresso. Conhecido como "coronel Eduardo", o analista disse na live que as urnas têm "problemas" e precisam de "melhorias". Sem apresentar dados, referendou o discurso do presidente.

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Coronel de Artilharia da reserva do Exército, Eduardo Gomes da Silva, de 54 anos, goza da confiança do ministro Luiz Eduardo Ramos, hoje na Secretaria-Geral da Presidência. Foi levado por Ramos para o Planalto em 2020, com outros oficiais com experiência na área de Inteligência do Exército. À época, Ramos estava prestigiado e chefiava a Secretaria de Governo (Segov).

Primeiro, Eduardo atuou como secretário adjunto na Secretaria Especial de Relações Institucionais. Participava da interlocução direta com parlamentares no Congresso. Ramos montou um esquema na Segov para monitorar a fidelidade de deputados e senadores em votações e declarações nas redes sociais, atrelando a ficha de cada um cargos de indicados e verbas liberadas. Em abril, quando o ministro foi deslocado para a Casa Civil, Eduardo acompanhou o chefe e passou a ter atuação mais discreta, com o cargo de assessor especial. São quase R$ 37 mil brutos de salário por mês.

Em uma rede dedicada a experiências profissionais, ele se apresenta como "assessor de inteligência" no governo federal. Eduardo foi oficial de inteligência do Centro de Inteligência do Exército (CIE), quando o general Eduardo Villas Bôas era o comandante-geral. O CIE faz parte do gabinete do comandante-geral, no Quartel-General do Exército em Brasília.

Eduardo é da turma de 1990 da Academia Militar das Agulhas Negras. Segundo oficiais contemporâneos, em 2018 ele já demonstrava simpatia por Bolsonaro enquanto estava na ativa. Em grupos virtuais de militares, "patrulhava" os críticos da partidarização. "É complicado um oficial que serviu no CIE ter esse tipo de postura como a de ontem (anteontem). É revelador de que, talvez, a política partidária já seja um assunto bem acompanhado pelo Centro", disse o coronel da reserva Marcelo Pimentel, que era amigo de Eduardo e colega de mestrado. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Após condicionar as eleições de 2022 ao interesse do presidente Jair Bolsonaro pelo voto impresso, o ministro da Defesa, general Walter Braga Netto, foi chamado de "elemento perigoso" pelo relator da CPI da Covid-19, o senador Renan Calheiros (MDB-AL). Em uma série de publicações em seu perfil no Twitter, nesta quinta-feira (22), o parlamentar pediu a exoneração do militar para proteger a democracia.

De acordo com o senador, a ameaça contra o direito constitucional ao voto foi confirmada pela posição do Ministério da Defesa, que se apoia no ‘terror’ para amedrontar a população.

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“As declarações de Braga Netto, irresponsáveis e inconsequentes, ofendem a Constituição e o povo. Ele tem que ser exonerado o quanto antes, removido do posto que ocupa [...] O Brasil não pode se sujeitar ao capricho de mantê-lo onde está”, recomendou.

Nas publicações, Calheiros chega a apontar que o general foi alçado ao comando da pasta mais próxima das Forças Armadas como intenção do presidente da República em ameaçar as instituições democráticas, já que sua popularidade despenca a cada nova divulgação de pesquisas de intenção de voto.

"Bolsonaro quer manter a sociedade refém de sua obsessão continuísta. A população não o quer mais", advertiu.

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Em meio ao clima de atentado contra as eleições revelado pelo Estadão, o ministro assinou um comunicado oficial em que trata a situação como 'desinformação' e classifica como 'narrativa' para gerar instabilidade. No entanto, ele não desmentiu as articulações da Defesa pela obrigatoriedade do uso de urnas eletrônicas com voto impresso em 2022.

Também no Twitter, o presidente da Câmara Arthur Lira (PP-AL), que teria sido pressionado para que a proposta seja tocada com pressa na Casa, reiterou que o povo vai julgar seus representantes em outubro do próximo ano com ‘voto popular, secreto e soberano’, mas também não comentou sobre o perigo da suspensão da eleição criado por Braga Netto.

Calheiros seguiu a posição de Lira e afirmou que "o Congresso não deve admitir isso. O Senado, a Câmara dos Deputados e o Judiciário não podem ser ameaçados", escreveu.

O deputado federal Aécio Neves (PSDB) disse que não houve fraude nas eleições de 2014, quando disputou a presidência da República com Dilma Rousseff (PT), que foi reeleita.  O posicionamento do tucano acontece após o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) ter afirmado, em entrevista, que Aécio foi quem saiu vitorioso na disputa, mas que houve fraude. A afirmação do presidente não apresenta provas.

"Eu não acredito que tenha havido fraudes nas urnas em 2014. Tampouco acredito que nós estejamos fadados a viver eternamente com as urnas eletrônicas de primeira geração", disse o deputado ao UOL.

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A conta oficial do PSDB no Twitter também se colocou contra a afirmação de que houve fraude em 2014.  "O jogo de Bolsonaro é claro. No risco de perder as próximas eleições, alega fraude - sem evidências, sem apresentar provas. Flerta com um extremo minoritário. O PSDB considera as eleições de 2014 limpas e confia nas urnas eletrônicas. Estará sempre na defesa da democracia", pontuou. 

O ministro da Economia, Paulo Guedes, defendeu a atuação do presidente Jair Bolsonaro na crise provocada pela pandemia de coronavírus, mas disse que não gosta de falar muito sobre o assunto, pois a avaliação sobre a liderança de Bolsonaro vem nas urnas, assim como de seus detratores, em referência à eleição presidencial de 2022.

"A atuação de Bolsonaro na crise foi decisiva. Toda vez que eu levava algo, ele me apoiou." O ministro ainda disse que Bolsonaro é uma "liderança forte", que defende a democracia, mas que é criticado "dia e noite".

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As afirmações do ministro foram dadas nesta quarta-feira (7) em audiência pública na Comissão de Fiscalização Financeira e Controle da Câmara dos Deputados. Guedes também respondeu críticas dos deputados sobre sua declaração de que o Brasil está de pé mesmo com mais de 500 mil mortes por Covid-19 no País. "Eu concordo que a situação é trágica na saúde, mas estamos vacinando em massa e a economia está de pé", disse

Guedes relembrou as discussões sobre a vacina e o argumento do presidente de que havia uma "cláusula leonina" na importação da Pfizer, sobre a responsabilização por eventuais efeitos do imunizante. "Se querem um impeachment porque a cunhada falou que o gato subiu no telhado, imagina com cláusula leonina de vacina."

O ministro ainda disse que, como liberal, defende comprar todas as vacinas e que as pessoas se responsabilizam por eventuais efeitos.

Guedes também afirmou que, na avaliação dele, não há corrupção na administração atual. "Não estou vendo nenhuma troca de dinheiro por baixo da mesa, dinheiro na cueca", disse Guedes, em referência a episódios ocorridos em governo anteriores.

O ministro procurou marcar uma diferença entre os escândalos de corrupção vistos em governos como os do PT e as suspeitas que recaem atualmente sobre o governo de Jair Bolsonaro. Guedes reforçou que, no governo, não tem visto corrupção.

O ministro afirmou ainda que a democracia brasileira está se aperfeiçoando. "Quero acreditar que a democracia nos permita ter um governo de quatro anos", disse. "Alguém que foi eleito presidente da República merece respeito", acrescentou.

Guedes defendeu aos deputados que a Presidência da República não pode ser descredenciada. Ao mesmo tempo, afirmou que o presidente Jair Bolsonaro precisa respeitar a mídia e o Congresso. "Está havendo antecipação do período eleitoral. Não tivemos um dia de trégua ao chegar aqui (no governo)", disse.

De acordo com uma pesquisa divulgada nesta segunda-feira (5) pela Confederação Nacional do Transporte (CNT), a maioria dos brasileiros confia na eficiência das urnas eletrônicas utilizadas no país. A pesquisa foi realizada em parceria com o Instituto MDA entre os dias 1° e 3 de julho, e entrevistou 2.002 pessoas presencialmente, em 137 municípios de 25 cidades brasileiras.

Com margem de erro de 2,2 pontos percentuais, os dados apontam que 32% dos participantes afirmaram ter “confiança elevada” no sistema eleitoral conduzido pelas urnas, enquanto 30,8% disseram concordar “moderadamente” com os resultados eletrônicos.

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Na contracorrente, 15% dos participantes da pesquisa manifestaram insegurança com as urnas e consideraram o nível de confiança “baixo”. Outros 18,7% declararam-se “sem confiança” no sistema eletrônico.

A pesquisa também questionou sobre a proposta que pretende implementar a impressão dos votos nas urnas, como forma de permitir a conferência física em casos de questionamentos.

Para 58% dos entrevistados, a possível impressão do comprovante irá gerar mais confiança no processo eleitoral. Já outros 34,7% posicionaram-se contra a proposta, alegando que o “sistema atual já funciona bem”.

A segurança do sistema eleitoral com a utilização das urnas eletrônicas vem sendo questionada pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido). Nos últimos dias, ele reforçou a tese e chegou a dizer que só deixaria o cargo de presidente após uma eleição com a possibilidade dos votos também impressos. 

Em uma portaria assinada nesta segunda-feira (21), o corregedor-geral da Justiça Eleitoral, ministro Luís Felipe Salomão, concedeu 15 dias para que o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) apresente as provas que afirma possuir sobre uma suposta fraude no sistema eletrônico de votação nas eleições de 2018, quando foi eleito.

“Considerando o teor das manifestações indicadas no anexo da portaria, que sugerem haver inconformidades no processo eleitoral, oficie-se às autoridades que as tenham produzido para que apresentem, no prazo de 15 dias, evidências ou informações de que disponham, relativas à ocorrência de eventuais fraudes ou inconformidades”, determinou o Salomão.

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Além de citar Bolsonaro nominalmente, o magistrado do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) reproduz seis declarações nas quais o chefe do Executivo alega ter vencido a disputa ainda no primeiro turno. Segundo o texto, a determinação vale para qualquer autoridade que tenha relatado ou que venha a relatar ocorrência de inconformidades no processo eleitoral brasileiro, a exemplo de Cabo Daciolo (Patriota) e o deputado estadual Oscar Castello Branco (PSL-SP), também notificados para que comprovem suas críticas às urnas.

Salomão também solicitou a instauração de um procedimento administrativo para apurar a existência ou não de elementos concretos que possam ter comprometido as eleições de 2018 e 2020. De acordo com o ministro, a iniciativa tem o objetivo de, se for o caso, reconhecer eventuais falhas no sistema e aperfeiçoá-lo para 2022. Ainda segundo o corregedor, a denúncia sobre a suposta existência de fraudes nas eleições, sem a apresentação de provas, pode macular a imagem da Justiça Eleitoral.

 

 

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) realizou nesta sexta-feira (16) uma audiência pública para confirmar a intenção de comprar até 176 mil urnas eletrônicas para as eleições de 2022, quando os eleitores votarão para os cargos de presidente, governador, senador, deputado federal e deputado estadual.

Segundo o TSE, a compra é necessária para substituir urnas que são utilizadas desde 2009 e estão obsoletas. Além disso, a troca será feita para garantir a segurança dos equipamentos. A vida útil de uma urna é de dez anos. 

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Segundo o secretário de Tecnologia do TSE, Giuseppe Janino, as empresas interessadas na licitação deverão ter a responsabilidade de manter o nível de excelência de qualidade dos equipamentos. A urna eletrônica foi utilizada pela primeira vez em 1996. 

“Qualidade e confiabilidade são valores essenciais nessa futura próxima parceria”, afirmou em nota. 

Em julho do ano passado, o TSE homologou um outro contrato, no valor de R$ 799 milhões, com a empresa Positivo, para a compra de 180 mil urnas eletrônicas, ao preço de R$ 4,4 mil cada. Nesse caso, a licitação havia começado em 2019, mas atrasos provocados por contestações entre os concorrentes inviabilizaram a utilização dos equipamentos já nas eleições municipais de 2020.

 

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