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A população de bairros periféricos da cidade de Belém vem sofrendo com problema de iluminação pública. Muitas ruas têm ficado no escuro ou com uma iluminação precária. Isso acaba sendo um risco para moradores, pedestres ou motoristas, saírem às ruas.

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Rafaelle Navegantes, de 22 anos, reclamou do serviço precário de energia em seu bairro. “Tenho percebido piorar ao longo dos anos. Ano passado eu acho que foi quando mais faltou energia por aqui. A minha mãe trabalha com encomenda de bolos, doces e salgados. Não ter energia significa perder materiais que precisam de refrigeração constante e até mesmo perder o produto final”, relatou a graduanda em Arquitetura e Urbanismo.

“Além da questão de trabalho, meu irmão fazia tratamento oncológico, tinha câncer no pulmão, todos os dias ele fazia aerossol (que precisa de energia), a única diversão era a internet/tv e quando faltava energia ele ficava muito chateado. Também não dava pra utilizar ventilador, ar-condicionado, etc”, continuou Rafaelle.

Perguntada sobre a sensação de insegurança, ela respondeu: “A minha rua não é muito movimentada. Cada vez que ficamos sem energia ou mesmo quando algum poste fica sem luz (o que acontece sempre) a gente fica mais apreensivo, com certeza”, repondeu sobre o bairro de Águas Negras.

O estudante de Psicologia Mailson Alves também relatou as dificuldades por que passa no seu bairro, Tapanã, por causa da precariedade do serviço de iluminação. “Em determinadas ruas isso é frequente, principalmente nas ruas que não têm asfalto e são próximas de pequenas invasões no bairro, o que também colabora para o aumento da violência”, disse.

Mailson relatou que a insegurança é constante, principalmente em ruas do bairro que facilitam o acesso à sua residência. “Muitos moradores às vezes optam por caminhos mais longos pelas ruas principais por conta da movimentação e iluminação”, relatou.

O jovem de 21 anos falou sobre as dificuldades encontradas por ele. “Dificuldades de locomoção e segurança são as maiores. É visível o aumento de violência devido ao aumento de assaltos constantes tanto pela manhã quanto à noite, o que afeta as pessoas que estão indo ou voltando do trabalho.”

Félix Negrão, diretor do Departamento de Iluminação Pública da Secretaria Municipal de Urbanismo (Seurb), diz já ter sido iniciado na última semana um sistema de ronda noturna, no qual é feito um levantamento do sistema de iluminação da cidade. “A intenção é que essa ronda chegue a todos os bairros. Em nossa primeira ronda o resultado já foi alarmante, pois identificamos que 12% dos pontos verificados estavam com problemas. Diante disso, solicitamos à empresa contratada, a Endicon, que atuasse para restabelecer o serviço.”

O diretor diz também contar com a participação da população. “Precisamos melhorar nossos canais de comunicação com a população para que as demandas possam chegar de maneira mais rápida e eficaz. A Seurb quer modernizar esses canais, criar um aplicativo da iluminação pública, implantar um serviço de atendimento via whatsapp e fortalecer o já existente call center”, afirmou.

“Estamos implantando ferramentas de gestão para poder ter indicadores que retratem a qualidade dos serviços prestados à população”, disse Félix sobre o informativo que foi lançado no Instagram da Seurb no dia 12 de fevereiro e registrou 2.320 entendimentos. O serviço ocorre 24 horas por dia.

Sobre atendimento, o diretor da DIP recomendou o call center, pelo número 0800 400 0300, que funciona de segunda a sexta, de 8 às 21 horas, e aos sábados de 8 às 12 horas. “Também recebemos pedidos que são levados diretamente até a Seurb, seja por ofício ou solicitações diretas do cidadão."

Negrão, ao falar pela Seurb, se colocou à disposição para receber todas as demandas de moradores que estão sofrendo com a iluminação precária. “Temos muitos desafios pela frente e muito a melhorar, mas queremos pautar essa administração pela atenção e cuidado com o nosso povo”, finalizou.

Por Maria Rita Araújo e Yasmin Seraphico.

 

A nova cepa da covid-19, originária do Estado do Amazonas, - considerada pelos pesquisadores como mais contagiosa - foi encontrada, agora, em Belém. Oito pacientes foram diagnosticados na capital paraense com a variante P.1. Diante da descoberta, medidas mais severas de isolamento social poderão ser adotadas nos próximos dias. No entanto, está afastada a hipótese de lockdown até o momento.

Das oito pessoas que testaram positivo para a P.1, cinco são de Manaus. Um manauara morreu, dois belenenses tiveram sintomas leves e outros cinco apresentaram o estágio mais grave da doença.

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Os casos foram confirmados pelos pesquisadores do Laboratório de Genética Humana e Médica (LGHM), da Universidade Federal do Pará (UFPA), em parceria com o Instituto Vale. Os especialistas que acompanham o estudo da evolução do novo coronavírus garantem que a variante achada no começo do ano, em Manaus, tem potencial para infectar pessoas que já tiveram a covid-19. Contudo, a análise aguarda um laudo mais conclusivo.

A nova variante já responde por cerca de metade das novas infecções na capital do Amazonas. Casos da nova cepa também foram detectados em São Paulo em pacientes com histórico de viagem ou residência em Manaus.

Segundo os pesquisadores, a genotipagem do vírus foi realizada em estudo que colheu amostras de 80 pacientes na capital paraense. Ou seja, por essa amostragem, ao menos, 10% dos pacientes com covid-19 em Belém, podem estar com a infecção pela P.1. Do total, 14 pacientes foram diagnosticados com a cepa P.2, que é proveniente do Rio de Janeiro.

Na próxima semana, os pesquisadores partirão para a segunda fase do estudo, com uma amostragem de mil pacientes que estiveram em contato com as pessoas diagnosticadas com a variante. A transmissão comunitária da nova cepa foi confirmada pela Secretaria Municipal de Saúde de Belém (Sesma), isso quer dizer que, mesmo que a pessoa não tenha tido contato com alguém do Estado vizinho, pode ter sido infectada por um belenense.

Prefeito descarta novo bloqueio total

Em coletiva à imprensa no início da tarde desta sexta-feira, 5, o prefeito de Belém, Edmilson Rodrigues (PSOL), falou dos casos e também descartou um novo bloqueio total das atividades na cidade. No entanto, ele reconhece que a decisão será tomada em conjunto com o governo do Estado e com especialistas em saúde pública. Para Edmilson, até agora, não há necessidade de ser decretado lockdown, porém, ele pede que as medidas já impostas no decreto estadual publicado na semana passada sejam respeitadas para garantir a prevenção da população.

"Esta decisão não pode ser só minha. Vamos conversar com a equipe técnica de saúde. Espero que não tenhamos que endurecer as medidas, mas não posso garantir ainda", disse o prefeito. "Não vou me acovardar se avaliarem que medidas mais rígidas são necessárias, mas da minha parte, não tem (o bloqueio total)", declarou Edmilson.

Secretaria estadual emite recomendações

A Secretaria de Estado de Saúde Pública do Pará (Sespa), por meio da Diretoria de Vigilância em Saúde (DVS), emitiu nota técnica com recomendações para ações de prevenção, em portos e aeroportos do Pará, indicadas a passageiros oriundos de Manaus e da região Oeste do Estado. A partir desta sexta-feira, 47 profissionais da Vigilância Sanitária cumprirão revezamento para fazer a barreira sanitária no Aeroporto Internacional de Belém pelos próximos 30 dias. Esse será o primeiro momento da ação, que ainda será extensiva aos portos.

A medida foi necessária após a confirmação de dois casos da nova cepa da covid-19, identificados pelo Instituto Evandro Chagas, no município de Santarém, no último dia 29 de janeiro. A variante, que circula no Amazonas, foi apontada como uma das razões para o colapso no sistema de saúde do Estado vizinho. Os objetivos dessas medidas sanitárias são garantir a preservação de vidas e impedir o avanço da covid-19 em território paraense.

No Aeroporto Internacional de Belém, os passageiros oriundos do Amazonas e da região do Baixo Amazonas passaram a ser submetidos à entrevista pelas equipes da Sespa, em que esclarecerão se tiveram contato prévio com pessoas suspeitas e/ou doentes e se apresentaram sintomas nos últimos sete dias.

Os dois primeiros casos da variante brasileira da covid-19 no Pará foram confirmados no dia 29 de janeiro, em Santarém, na região do baixo-amazonas. A região está em lockdown desde o dia 1º de fevereiro. Os pacientes são um homem de 58 anos e uma mulher de 26 anos.

Na manhã da última quinta-feira (5), um coveiro foi morto a tiros no Cemitério de Belém de Maria, no bairro da Batateira, na Zona da Mata Sul de Pernambuco.

De acordo com relatos, quatro homens chegaram ao local em duas motos e efetuaram os disparos contra a vítima, de 28 anos, que trabalhava no local. A polícia civil investiga o caso.

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A prefeitura de Belém começou a vacinar, nesta terça-feira (4), idosos com idade acima de 85 anos. A imunização contra o novo coronavírus ocorre em unidades de súde e postos espalhados pela capital paraense. Boletim epidemiológico da Secretaria de Estado de Saúde (Sespa) informa que o Pará tem 334.704 casos de covid-19 e 7.695 mortos.

Segundo o secretário de saúde de Belém, Maurício Bezerra, essa etapa é mais um avanço na campanha de vacinação na capital. “Hoje estamos avançando na vacinação da população, dando continuidade à segunda etapa da primeira fase, e respeitando as principais prioridades. Estamos vacinando os idosos acima de 85 anos, além de imunizar a totalidade da comunidade quilombola de Mosqueiro e dos indígenas da etnia Warao, que vivem no bairro do Tapanã”, informou.

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A prefeitura abriu 13 postos de vacinação, sendo quatro em formato de drive-thru, para receber e imunizar mais de 12 mil idosos, além de distribuir mais de 600 servidores para atuarem na aplicação da vacina e na organização das filas.

Pontos de vacinação também foram montados nos Distritos de Belém. Em Outeiro, o auditório da Fundação Escola Bosque (Funbosque) foi o local escolhido como posto de vacinação. Já em Icoaraci, a Paróquia de São João e Nossa Senhora das Graças, na praça Pio XII, recebeu os idosos do distrito para a imunização. 

A vacinação para idosos acima de 85 anos segue até domingo, dia 7 de fevereiro. Os postos funcionam das 9 às 18 horas. Para receber o imunizante, os idosos devem apresentar o RG, CPF e comprovante de residência. Já os idosos acima de 85 anos com dificuldade de mobilidade serão vacinados em casa, após um cadastro realizado por qualquer familiar na unidade básica de saúde mais próxima.

Pontos de vacinação

1) Universidade Federal do Pará (UFPA - Campus Guamá) - Rua Augusto Corrêa, 01. Guamá;

2) Universidade do Estado do Pará (UEPA - Escola de Enfermagem Magalhães Barata) - Av. José Bonifácio, 1289. Guamá;

3) UNIFAMAZ - Av. Visc. de Souza Franco, 72. Reduto (Drive Thru);

4) FIBRA - Av. Gentil Bitencourt, 1144. Nazaré (Drive Thru);

5) Aldeia Amazônica - Av. Pedro Miranda, S/N. Pedreira (Drive Thru);

6) Mangueirinho - Av. Augusto Montenegro, 524. Castanheira (Drive Thru);

7) Outeiro: FUNBOSQUE - Av. Nossa Sra. da Conceição. Outeiro;

8) Mosqueiro: Maracajá - Tv. Siqueira Mendes, 1132. 

9) Mosqueiro: Carananduba - Praça Carananduba, S/N.

10) Colégio do Carmo  - Tv. Dom Bôsco, 72. Cidade Velha;

11) Escola Rotary - Rua Lauro Malcher, 279. Condor;

12) Cassazum - Av. Duque de Caxias, 1375. Marco;

13) Icoaraci: Paróquia de São João e Nossa Senhora das Graças - Praça Pio XII, 148. Icoaraci.

Com informações da Agência Belém e Sespa.

O município de Santa Izabel, em Belém do Pará, teve seus quase 40 bares fechados nesta quinta-feira (14) após um estabelecimento realizar uma festa com adolescentes. Três meninas chegaram a ser gravadas nuas no local. O pedido partiu da Promotoria da Infância. 

A cena das adolescentes dançando sem roupa aconteceu nas margens da PA-140, em um bar, e rapidamente tomou conta das redes sociais e do conhecimento público. O Conselho Tutelar de Santa Izabel denunciou o caso ao Ministério Público. 

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O promotor da Vara da Infância e Juventude assim que soube da situação tomou uma atitude, mas a decisão do fechamento não só do bar em questão, mas de outros 40 bares, de acordo com o UOL, partiu do MP em pedido enviado à Prefeitura. 

As adolescentes têm entre 12 e 16 anos de idade e, segundo uma delas relatou, o incentivo partiu do DJ da festa que ofereceu um balde de cerveja para quem dançasse funk e mais um para quem tirasse a roupa. 

"Recomendei à Prefeitura que só libere o alvará depois da fiscalização de várias secretarias, como a do Meio Ambiente, da vigilância sanitária e dos Corpo de Bombeiros. Somente após isso que o proprietário irá à Polícia Civil para também solicitar a autorização da Polícia Administrativa. Concluído todo o procedimento e de posse de toda documentação, o estabelecimento estará apto a funcionar", afirmou o promotor Daniel Menezes.

A ocupação dos leitos de unidade de terapia intensiva (UTI) para covid-19 na rede pública terminou 2020 e começou 2021 acima de 80% em nove capitais brasileiras. O dado é referente ao período de 21 de dezembro a 4 de janeiro e consta no boletim especial divulgado nesta quarta-feira (13) pelo Observatório Covid-19 da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), que faz um balanço da pandemia no Brasil ao longo de 2020.

O índice de 80%, ou mais, é considerado zona de alerta crítica pela Fiocruz. A situação foi constatada entre 21 de dezembro e 4 de janeiro em Manaus (89,4%); Boa Vista (83,3%); Macapá (94,4%); Belém (100%); Belo Horizonte (80,5%); Vitória (80,1%); Rio de Janeiro  (99,8%); Curitiba (80%) e Campo Grande (100%). Recife, com77,5%, e Porto Alegre, com 73,8%, também apresentaram taxas superiores a 70%. 

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Quando analisada a ocupação das UTIs por estado, Amazonas (89,2%), Amapá (81%), Mato Grosso do Sul (85,6%), Pernambuco (83%) e Espírito Santo (80,7%), além do Distrito Federal (88,7%), enquadraram-se na zona de alerta crítica entre 21 de dezembro e 4 de janeiro.

Números de 2020

O Brasil identificou o primeiro caso de covid-19 em 26 de fevereiro, em um cidadão de São Paulo que chegou da Itália. Em março, o número de casos chegou a 4.579, e o de mortes, a 159.

O país atingiu 1 milhão de casos em junho, mês em que o número de mortes chegou a 58.314. A partir daí, o número de infecções confirmadas saltou cerca de 1 milhão por mês até dezembro, quando fechou o ano em 7,68 milhões. Já o número de óbitos pela doença no país em 2020 chegou a 195.742.

No mundo inteiro, foram confirmados 83,43 milhões de casos de covid-19 ao longo do ano passado, com 1,82 milhão de mortes.

Evolução da pandemia

O boletim destaca que a pandemia se espalhou no Brasil de forma inicialmente mais lenta que na Europa e Ásia e formou um "extenso patamar de transmissão" desde junho, com ligeira queda em setembro e retorno a níveis altos no fim do ano. Segundo os pesquisadores, Brasil, Reino Unido, Itália e Espanha apresentam padrão semelhante de alta incidência e mortalidade, destacando-se dos outros países.

Já os Estados Unidos "representam um caso trágico e particular, com as maiores taxas de incidência e mortalidade e a sobreposição de três ondas epidêmicas, que não mostram sinais de arrefecimento", diz o boletim.

No Brasil, os estados com maior incidência de casos por 100 mil habitantes ao longo de 2020 foram Roraima, Amapá, Tocantins e Santa Catarina, além do Distrito Federal. Quanto às mortes por 100 mil habitantes, as taxas foram mais altas no Amazonas, em Roraima, no Pará, Ceará, Rio de Janeiro, em Mato Grosso e no Distrito Federal.

"Outro grupo de estados apresenta uma evolução mais próxima ao que se conhece como segunda onda, com picos em meados do ano de 2020 e outro mais recente, em dezembro, como Bahia, Paraíba, Espírito Santo e Rio de Janeiro", acrescenta o estudo da Fiocruz.

Diferente da mortalidade, que é o número de vítimas por 100 mil habitantes, a letalidade é o percentual de casos que geraram óbitos. Essa taxa caiu ao longo de 2020, "provavelmente devido a ações de saúde como o aumento da cobertura de testes, a melhoria e ampliação das ações da Atenção Primária em Saúde, o aumento no número de leitos e o aprendizado no tratamento hospitalar de casos graves", avaliam os pesquisadores.

A taxa de letalidade terminou o ano entre 2% e 3% na maioria dos estados, com apenas Rio de Janeiro e Pernambuco acima de 5%, o que "revela graves falhas no sistema de atenção e vigilância em saúde nesses estados", já que um nível alto de letalidade está relacionado à subnotificação dos casos.

O estudo alerta que o Brasil encerrou 2o ano passado com patamar de casos comparável aos valores de junho a agosto, quando havia cerca de 40 mil casos e 1 mil mortes por dia. Em dezembro, foram registrados novamente 40 mil casos diários, com 600 vítimas por dia. "As perspectivas para o verão não são alentadoras, uma vez que o sistema hospitalar apresenta sinais de saturação e grande parte das medidas de distanciamento físico e social e uso obrigatório de máscaras vêm sendo apenas parcialmente adotadas nos estados e municípios."

SRAG

Um dos principais indicadores de tendência da pandemia ao longo de 2020 foi a evolução dos casos de síndrome respiratória aguda grave (SRAG). A incidência de SRAG chegou a mais de 10 casos por 100 mil habitantes no Brasil no pico da transmissão, com Amazonas, Pará, Ceará e Distrito Federal alcançando 20 casos por 100 mil habitantes nos primeiros meses da pandemia.

É contabilizado como SRAG todo caso de doença respiratória com hospitalização ou óbito, em que sejam registrados os seguintes sintomas: tosse ou dor de garganta, dispneia ou saturação de oxigênio abaixo de 95%, ou dificuldade respiratória.

Ao longo do ano, mais de 640 mil casos se enquadraram nesses critérios no país. Entre eles, mais de 350 mil tiveram alguma confirmação de vírus respiratório, sendo o SARS-CoV-2 o causador da infecção em 97%.

Além disso, o boletim informa que foram mais de 150 mil óbitos por SRAG no Brasil. Entre aqueles causados por vírus respiratórios, o coronavírus foi o agente infeccioso em 99%.

Desigualdades

A Fiocruz destaca que a desigualdade social e regional do Brasil acentua os riscos trazidos pela pandemia para grupos mais vulneráveis, com impactos tanto imediatos, quanto de médio e longo prazos. "As desigualdades sociais fazem mal à saúde, colocando alguns grupos em grande desvantagem para cumprir as medidas de higienização, distanciamento físico e social, isolamento e quarentena, bem como no acesso aos serviços de saúde, incluindo exames diagnósticos, tratamento e reabilitação".

O problema afeta pessoas com condições de vida e trabalho mais precárias e dificuldade de acesso a bens e serviços essenciais, como alimentação, moradia, saneamento básico, educação, transporte e outros. Os pesquisadores incluem ainda nesse grupo mais exposto pessoas que sofrem injustiças por questões de gênero, raça e etnia.

"Embora a pandemia afete a população do país como um todo, seus impactos não afetam do mesmo modo todas as pessoas", diz o boletim, que recomenda a adoção de medidas de reparação através de políticas públicas pró-equidade", afirma o boletim.

 

A Faculdade UNINASSAU Belém abriu processo seletivo para a contratação de docentes para a graduação em Educação Física. Os interessados devem enviar o currículo lattes, atualizado e comprovado, até às 21 horas de quarta-feira (13). As avaliações serão todas virtuais, monitoradas por uma comissão técnica, por meio das plataformas Forms e Microsoft Teams.

Os candidatos precisam ter graduação em Educação Física e Sociologia, conforme orientação em edital. Além disso, é necessário ter título de doutor ou mestre, disponibilidade para ministrar aulas no período matutino e noturno ou em horários estabelecidos pela coordenação e ter experiência mínima de três anos em docente no ensino superior.

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O processo seletivo terá avaliação curricular, provas didáticas e entrevistas de 20 minutos com cada candidato. A contratação para a vaga será feita de acordo com a classificação obtida. Todos os testes são avaliados por uma comissão composta por três integrantes, ligados à área acadêmica da UNINASSAU Belém e pela gerência dos cursos. O currículo deve ser enviado para o e-mail edfisica.bel@mauriciodenassau.edu.br.

Da Ascom UNINASSAU Belém.

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Depois do sucesso da exposição “Belém, Viva Belém” no ano passado, o Castanheira Shopping realizará a segunda edição da grande mostra para comemorar o aniversário da capital paraense. Intitulada “Belém Viva Belém 405 anos: Praças e monumentos”, a exposição será aberta no dia 12 de janeiro, com programação paralela que envolve palestras virtuais, via redes sociais do shopping, e apresentações musicais para celebrar a cidade.

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A curadoria é da professora Rosa Arraes, que há mais de 30 anos realiza trabalhos voltados para a valorização do patrimônio histórico de Belém. Ela explica que a escolha por destacar praças e monumentos deve-se ao fato de que Belém tem uma vocação especial que, ao longo dos anos, foi consolidada como a Cidade das Praças. “Talvez porque as praças representam um ideal urbano de melhor qualidade de vida, um espaço democrático de convivência, sendo referências coletivas e lugares de trocas simbólicas da população.”, ressalta.

A exposição será realizada nos quatro pisos do shopping, e o destaque será a cenografia de uma praça contemplando um belo coreto na Praça Central do Shopping, onde os músicos convidados farão suas apresentações. Também no primeiro piso, haverá uma sala com projeção audiovisual, onde os visitantes poderão fazer um passeio virtual por diversas praças de Belém.

Nos corredores do shopping estarão as belas imagens de praças de Belém, registradas pelo fotógrafo Fernando Sette, com réplicas de alguns dos mais famosos monumentos presentes em logradouros da cidade, como os coretos da Praça Batista Campos e da Praça da República; do General Gurjão ( Praça D. Pedro II);  Vênus (Praça da República); Pedro Teixeira (Escadinha do Porto);  Monumento ao Jornaleiro (na Rua 25 de Setembro); entre outros.

Rosa Arraes explica que os coretos tradicionais de Belém, também chamados de pavilhões harmônicos ou pavilhões de música, em estilo art nouveau, são lembranças de um passado em que a música estava muito presente na vida social da população de Belém. Já as esculturas, localizadas nas praças e logradouros da cidade, segundo a curadora, são hoje chamadas de “Arte Urbana” e representam momentos marcantes da história brasileira.

“Observamos tanto o caráter cívico de se homenagear alguns heróis, como General Gurjão e Pedro Teixeira, como também homenagens a marcos importantes da história do Brasil, como a imagem de Marianne, na Praça da República, que homenageia a República Brasileira em 1889, e o Chafariz da Sereia, no Largo das Sereias, cuja história está  ligada à política de abastecimento de água da cidade em 1876”, conta.

A exposição “Belém, Viva Belém 405 anos: Praças e monumentos” será uma grande oportunidade para que o público conheça um pouco mais sobre a história e peculiaridades da capital paraense, por meio das esculturas e dos espaços públicos de lazer que tanto contribuem para a interação e qualidade de vida da população, bem como para o embelezamento da cidade.

Durante o período da exposição, que vai até o final de janeiro, haverá palestras virtuais e apresentações musicais sempre às terças-feiras. As palestras virtuais serão transmitidas pelas redes sociais do Castanheira Shopping (You Tube, Instagram e Facebook) e serão ministradas por professores estudiosos da história de Belém em seus diversos aspectos.

Confira a programação

Dia 12/01

17h - Palestra virtual “Belém: Cidade Monumento” (via YouTube, Instagram e Facebook)

·         Palestrante: Prof. Dr. Aldrin Moura Figueiredo - UFPA

18h – Música ao vivo na Praça Central – 1º piso

Dia 19/01

17h - Palestra virtual – “Paisagem e Patrimônio nas Praças de Belém” (via YouTube, Instagram e Facebook)

18h – Música ao vivo na Praça Central – 1º piso

Dia 26/01

17h - Palestra virtual – “Praças e Espaços Públicos Urbanos” (via YouTube, Instagram e Facebook)

18h – Música ao vivo na Praça Central – 1º piso

·         Atração: Alba Mariah

Local: Castanheira Shopping (BR-316 – Km01 –S/N). Visitação das 10h às 22h.

Da assessoria do evento.

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Ao andar pelas ruas de Belém não é incomum encontrar lixo descartado de forma inadequada. Eles podem variar desde papéis até sofás e eletrodomésticos danificados, os quais entopem bueiros e canais, causando prejuízos para a população. Segundo dados do Panorama 2020 feito pela Associação Brasileira de Empresas de Limpezas Públicas e Resíduos Especiais (Abrelpe), a geração per capita (kg/hab/ano) de resíduos sólidos na região Norte saltou de 286,9 kg, em 2010, para 322,7 kg por habitante, em 2019. E conforme matéria do jornal O Liberal, em agosto de 2020, a Secretaria de Saneamento Municipal (Sesan) afirmou que são retiradas, por mês, cerca de 200 toneladas de resíduos sólidos nos canais da capital paraense.

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O prefeito Edmilson Rodrigues (PSOL) tem como uma das prioridades resolver a questão do lixo em Belém. Em entrevista ao G1 Pará, na época ainda candidato, Edmilson Rodrigues apresentou como propostas para destinação do lixo a criação de aterro sanitário com técnicas modernas, através de diálogos com os municípios e o Governo do Estado, bem como estimular a coleta seletiva e fortalecer as cooperativas para geração de renda e proteção do meio ambiente.

Para viabilizar a coleta seletiva, a engenheira sanitarista Miroslawa Luczynski, professora dos cursos de engenharia da faculdade UNINASSAU Belém, acredita que o primeiro passo é explicar à população o que é a coleta seletiva, assim conscientizando sobre a sua importância. A professora Miroslawa também chama atenção para a necessidade de informar através de projetos e ações, dar estrutura adequada às cooperativas e incentivar novas. Também aumentar os Pontos de Entrega Voluntária (PEV) e realização de parcerias com empresas e/ou órgãos que queiram participar como PEV.

“Sempre mostrando à população os resultados e informando, pois não adianta só falar em implantação ou dizer que existe PEV se não se explica o que é de fato. Não se pode alcançar resultados começando pelo final, ou seja, apresentar o produto e só depois dizer para que serve. A população precisa ser informada de todo o processo, pois só assim poderá entender, participar e colaborar”, reforça a engenheira.

Miroslawa Luczynski explica que o termo “periferia” significa o contorno, os arredores, locais afastados dos grandes centros e lembra que, devido ao crescimento desordenado da cidade, a periferia e o centro misturaram-se. Nas áreas periféricas, ela conta que o problema do lixo está além do serviço de coleta regular, passa pela necessidade de informar, de conscientizar a população sobre a importância do descarte adequado dos resíduos sólidos. “Volta-se à questão da informação: a população (principalmente destes locais) tem que ter consciência de que eles já não são 'periferia' e sim parte de um todo e fazer a sua parte, pois a realidade que se vê quando se passa por esses locais é lixo na rua. E a realidade é que a população não quer o lixo dentro de casa. Vai muito além de se ter uma coleta regular ou não”, afirma.

O descarte inadequado do lixo pode causar diversos prejuízos tanto para o meio ambiente quanto para a população em termos de saúde. A engenheira dá destaque para a formação de lixões ao redor de onde os resíduos são jogados, e a poluição dos canais e rios que prejudica a sobrevivência da fauna e da flora. Ela explica que muitas vezes as pessoas não percebem que estão poluindo os rios com ações que parecem inofensivas. “Sabe aquela garrafa plástica ou latinha de refrigerante jogada na rua? Pois é, ela pode entupir bocas de lobo, chegar aos canais e rios, ou seja, a população é responsável pelo lixo que descarta de forma inadequada sim”, afirma.

Miroslawa Luczynski esclarece que descartar o lixo incorretamente pode entupir as galerias pluviais, acarretando grandes problemas de saneamento, infraestrutura, enchentes e saúde pública, pois ao alcançar os canais e rios esses resíduos causam ainda mais transtornos. Ela afirma que outro problema é a proliferação de insetos vetores de doenças como o Aedes aegypti, que causa a dengue, a Zica e a Chikungunya. “Isso ocorre devido ao acúmulo de água parada no lixo, formando o criadouro ideal para esse mosquito, acarretando um problema diretamente ligado à saúde pública”, diz a engenheira.

Miroslawa Luczynski esclarece que a educação é um processo, por meio do qual o indivíduo e a coletividade possam construir valores sociais, conhecimentos, habilidades, atitudes e até competências voltadas para a conservação do meio ambiente, uso comum do povo, qualidade de vida e sustentabilidade. Mas ela ressalta que é necessário discutir primeiro sobre conscientização ambiental. “Antes de falar em educação ambiental deve– se falar primeiro em conscientização ambiental, principalmente aqui em Belém, onde a população precisa entender que a participação dela é essencial para o processo dar certo. Porém é preciso que a mesma tenha os subsídios necessários para isso”, diz.

A engenheira sanitarista destaca a importância de ações que visem pontos como: não geração – redução – reutilização – reciclagem – tratamento e disposição final. Estes são indicados na Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), Lei nº 12.305/2010, que organiza como o país deve lidar com o lixo, exigindo transparência dos setores públicos e privados para administração dos resíduos. Essa mesma lei também prevê a necessidade de substituir os lixões a céu aberto por aterros sanitários como forma de proteger o meio ambiente.

A engenheira explica que Belém é uma cidade rodeada por rios e que alguns bairros foram aterrados, surgindo a necessidade dos canais. Porém o crescimento da população não foi acompanhado pela infraestrutura necessária e hoje a cidade está “inchada”, principalmente no centro. Em relação às pessoas que moram ao redor desses canais, Miroslawa afirma que mudar a realidade seria promover condições salubres a elas. Ao fazer o planejamento de macrodrenagem, melhoraria a qualidade de vida, acesso à água, coleta de esgoto, de resíduos sólidos e drenagem.

“Porém mais uma vez a população precisa se conscientizar de que ela também é responsável pelo local onde mora e pelos benefícios que ali são realizados”, acrescenta.

Em entrevista para o jornal “Bom Dia Pará”, da TV Liberal, o prefeito Edmilson anunciou um novo projeto que visa à abertura de uma nova avenida, em Belém, paralela ao canal São Joaquim. Quanto a isso, Miroslawa Luczynski diz que é possível abrir avenidas em qualquer lugar contanto que haja necessidade, planejamento, projetos adequados e a população seja informada antes para que tenha consciência colaborativa, participação e principalmente responsabilidade. “De nada vai adiantar abrir uma avenida se a população não for conscientizada do porquê. Irá cair nos mesmos erros que culturalmente há anos vem acontecendo em nossa região/cidade: começa pelo final, ou seja, se entrega a obra e só depois se 'pensa' em informar a população, chamando isso de 'educação ambiental'”, analisa a engenheira.

Miroslawa Luczynski cita os fatores que contribuem para o problema do lixo em Belém. Um dos principais é a falta de informação, associada à ausência de planejamento e ações com as comunidades. Também salienta que o aterro sanitário não resolve essa questão sozinho. “A população tem que participar fazendo a parte dela através da conscientização que tem que ser feita pelo poder público (gestão) através deações que faça com que a população possa ter os subsídios necessários para colaborar”, enfatiza.

Por Carolina Albuquerque e Isabella Cordeiro.

 

 

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Nesta terça-feira, dia 12 de janeiro, a cidade de Belém completa 405 anos, repletos de história e muita cultura. A capital paraense tem muita vozes. Algumas, por diferentes motivos, quase sempre ignoradas.

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Um dos projetos que merecem ter visibilidade ocorre no bairro Tapanã. O Coletivo Articulado do Tapanã (CARTA) promove ações voltadas exclusivamente para a periferia, englobando questões raciais e científicas de maneira que seja acessível para todos da comunidade compreenderem os problemas da sociedade, além de realizar atividades sociais nas áreas de necessidade dentro do bairro.

A tesoureira do Coletivo, Jaqueline Oliveira, falou sobre a importância das ações para a comunidade. "Esse tipo de ação é importante no bairro, pois é uma forma de garantir acesso às informações e também politizar os moradores de periferia para que eles possam se empoderar no seu lugar de fala e luta por seus direitos", afirmou.

Os coordenadores do CARTA defendem o fortalecimento de políticas que visam priorizar questões culturais que nascem dentro das periferias, em especial nas escolas do bairro, do ensino fundamental ao médio.

"Hoje, nas escolas de ensino fundamental e médio é possível observar um grande crescimento de expressões artísticas, como por exemplo o rap, hip hop e o grafite. Essas formas de arte não são valorizadas dentro da escola, chegando a ser reprimidas em muitos dos casos. Acredito que uma política que vá valorizar essas formas de expressões nascidas da periferia dentro das escolas seja o caminho que tem muito a acrescentar", disse o estudante de Psicologia e atual secretário do Coletivo, Mailson Alves.

O projeto, que foi idealizado em maio de 2020, tem dificuldades financeiras. Segundo os coordenadores do CARTA, a falta de verbas e o espaço de funcionamento são os maiores problemas. Apesar de que no bairro existem várias associações de moradores, esses lugares acabam não sendo acessíveis tanto por falta de recursos quanto pela depredação.

"Quanto à questão financeira, para que haja um fortalecimento, você precisa de um investimento de capital. Existem algumas instituições privadas que oferecem esse tipo de ajuda, mas com valores muito limitados para grupos já pré-selecionados, o que torna ainda mais difícil para grupos que estão crescendo agora ", declarou Mailson Alves.

Em relação ao apoio governamental, o Coletivo espera uma melhoria com o novo governo municipal. "Acredito que vai ter mais o fortalecimento de políticas culturais tanto pelo caráter político ideológico quanto pelas propostas que foram postas dentro do processo eleitoral", destacou o secretário do projeto.

Incentivo à leitura

Outra ação que atende à comunidade periférica de Belém é o projeto lítero-musical  “Bom é ler de porta em porta”, fundado em julho de 2020 pelo coletivo de mediadores de leitura da Biblioteca Comunitária Itinerante BombomLER, que atua no bairro da Marambaia e tem como principal objetivo levar a literatura para crianças, jovens, adultos e idosos sem a necessidade de sair de casa. Rita Melém, cofundadora e mediadora de leitura na Biblioteca Comunitária Itinerante BombomLER, explicou que que o compromisso das bibliotecas itinerantes é viabilizar e democratizar o acesso à literatura como um direito humano fundamental. “Uma equipe de mediadores de leitura da Biblioteca realiza, periodicamente, um colorido cortejo lítero-musical pelas ruas do seu entorno, parando de porta em porta, contando histórias, cantando, poetando, distribuindo livros e máscaras. Tudo isso respeitando os protocolos sanitários em função da pandemia do coronavírus, mantendo distanciamento social, usando máscaras e álcool em gel para garantir a segurança tanto dos mediadores quanto dos moradores do bairro da Marambaia”, disse.

Rita também ressaltou as principais dificuldades para manter o projeto em funcionamento. ”A maioria não possui espaço próprio ou adequado às suas necessidades de atendimento ao público, não possui mobiliário suficiente e recursos para ampliar, qualificar ou restaurar seu acervo literário, a fim de garantir a circulação dos livros nas comunidades", afirmou. Segundo ela, também faltam recursos e parcerias para investir na formação de mediadores de leitura.

Cris Rodrigues, também cofundadora e mediadora de leitura da BombomLER, destacou que tipo de apoio espera da nova prefeitura de Belém. “Nossa maior expectativa e luta junto ao poder público é a criação e aprovação do Plano Municipal do Livro, Leitura, Literatura e Bibliotecas junto à Câmara Municipal e do Plano Estadual do LLLB (livros, leitura, literatura e bibliotecas) na Assembleia Legislativa, com dotação orçamentária para a implementação de políticas públicas de Estado que contemplem escritores, livreiros, editores, sebos, ilustradores, mediadores de leitura e bibliotecas comunitárias, escolares e públicas, que concorram para a democratização do acesso ao livro e à literatura como um direito humano essencial à formação de sujeitos críticos e participativos, transformando Belém numa cidade de leitores”, assinalou.

Apesar das dificuldades enfrentadas pelo projeto “Bom é ler de porta em porta”, Cris conta como a ação é recebida pelo público, de forma lúdica e cativante. “Aos poucos vamos sendo recebidos com afeto, sorrisos e olhares de alegria. A rua fica animada, ganha um colorido especial com as palavras que saltam das histórias, músicas e poesias.Uma atmosfera de encantamento vai se formando e contagiando quem está por perto. Ouvimos até gente grande dizendo que a emoção foi tanta que queria voltar a ser criança, que sentiu saudade da infância. Nós costumamos dizer que é uma ação para almas crianças de todas as idades”, relatou.

Música para todos

Idealizado no bairro do Guamá em 2019, pela professora Glaucia Freire, o projeto social “Toca Guamá” tem como proposta levar a música para a periferia, com a musicalização através da flauta doce e percussão. A professora ofereceu 20 vagas, sendo 10 para cada tipo de instrumento. Ela também recebeu ajuda de uma amiga que se voluntariou para dar aula de violão. Ambas ministram aulas para as duas turmas.

Glaucia ressalta como a música tem um poder muito grande de desenvolvimento para crianças que não possuem tantos privilégios. “A gente sabe que a educação musical é um poderoso instrumento de desenvolvimento social e desenvolvimento cognitivo", disse. Segundo ela, relatos de famílias que participam do projeto comprovam a mudança de comportamento dessas crianças, que ficavam durante muito tempo na rua e hoje otimizaram esse tempo com o estudo de um instrumento e de um determinado repertório.

“Hoje eu peço que os governos possam olhar com mais carinho para os nossos centros comunitários. Existem muitos centros desativados aqui no bairro do Guamá, que poderiam estar recebendo projetos sociais, projetos educacionais que vão fazer toda diferença no desenvolvimento social das famílias. A gente precisa começar a desenvolver e movimentar essa comunidade da periferia”, falou a professora sobre a falta de atenção que o bairros de periferia sofrem pela parte do governo.

“A nossa principal dificuldade é com relação ao espaço físico. Se o nosso centro comunitário estivesse ativado, provavelmente nós estaríamos lá, recebendo muito mais que vinte alunos”, relatou Glaucia, que ministra aulas em sua residência.

Ela também ressaltou a importância das doações de instrumentos. “Quero abrir uma nova turma de violão para adolescente. Conto com esse apoio para trazer profissionais para dentro da comunidade que possam estar trabalhando dentro desses centros comunitários que estão dentro e próximo da nossa comunidade”, completou.

Por Maria Rita Paiva, Sabrina Avelar e Yasmin Seraphico.

 

 

 

 

 

 

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apresentou, no dia 16 de dezembro, o estudo feito sobre o Produto Interno Bruto (PIB) dos municípios brasileiros em 2018. A pesquisa coloca Belém na 13 pªosição, em comparação com PIB de outras capitais.

No entanto, quando se fala em PIB per capita — considerado um indicador do desenvolvimento econômico do município, por fazer a proporção do PIB municipal pelo número de habitantes — a capital aparece na última colocação do país, com R$ 21,2 mil. Brasília, Vitória e São Paulo são as três primeiras.

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Realizado pelo IBGE em colaboração com os órgãos estaduais de estatística, as Secretárias Estaduais de Governo e a Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa), esse estudo também mostra que Belém é município com maior PIB absoluto (R$ 31,5 bilhões), no Pará, embora a capital paraense contribua com apenas 19,5% para o PIB do Estado. Belém está entre as doze capitais com PIBs que representam menos de 30% do agregado dos Estados, atrás de Palmas (TO), 26,4%; e Recife (PE), 28,1%.

Segundo o mestre em Economia pela UNAMA - Universidade da Amazônia, e professor da instituição, João Claudio Tupinambá Arroyo, o PIB é  a soma geral de tudo que é produzido de bens e serviços. “A partir de 2016, a queda da renda das famílias deu-se pela interrupção da política de correção do salário mínimo acima da inflação e da reforma previdenciária e trabalhista. Assim reduziu direitos dos trabalhadores assalariados, os quais formam a massa dos consumidores”, disse o economista quando perguntado sobre os fatores que levaram a baixa do PIB per capita. Ele explicou que em um mercado capitalista a produção está ligada com a perspectiva de vender e lucrar sobre o produto.  “O que orienta a produção é o consumo e não a necessidade. Como o consumo é proporcional à renda disponível das famílias, e esta vem caindo forte desde 2016, o principal fator de estímulo à produção induziu a queda da produção, portanto do PIB”, aponta.

Na prática, a baixa do PIB per capita significa para o cidadão o agravamento das desigualdades socioeconômicas, aumento do desemprego e redução da renda. “Representa aumento das desigualdades socioeconômicas e o retorno a políticas que favorecem apenas o setor exportador, voltando a um quadro econômico colonial prejudicial os empresários. Estes dependem da economia interna e precisam que os brasileiros tenham renda para consumir”, explicou o professor Arroyo.

O município de Vitória do Xingu ficou em primeiro lugar, com R$ 292 mil de PIB per capita, devido ao alto valor monetário da energia produzida pela Usina de Belo Monte e a reduzida população do município. O mesmo ocorre com Canaã dos Carajás (R$ 197 mil) e Parauapebas (R$79 mil), em virtude da extração mineral. Enquanto Terra Alta (R$ 6,1 mil) e Cachoeira do Piriá (R$ 5,4 mil) ficaram nas duas últimas colocações.

O professor João Arroyo lembra que os setores não são afetados da mesma forma, por exemplo, se há crise no setor interno, no geral o setor externo está bem. Ele diz também que a economia é um processo sistêmico, o qual depende de políticas federais. Porém é importante os governos estaduais e municipais reduzirem as perdas de renda. “Acontece que quando a economia interna cai, a qualidade de vida da grande maioria também cai. E se ainda não há investimento em educação, principal processo de internalização de riqueza, o quadro se agrava depreciando as oportunidades, a saúde e a segurança pública”, conta.

Há medidas que podem ser tomadas para mudar esse quadro. Segundo o professor Arroyo, a principal delas é o retorno da política de correção do salário mínimo acima da inflação. Também são ações relevantes: “Forte investimento em educação e tecnologia local para fixação local da riqueza. Oferta de microcrédito/crédito popular para aquecer a produção de baixo para cima. Dirigir as compras governamentais para empresas locais, com prioridade para as comunidades e empresas médias e pequenas onde mais se gera trabalho e emprego”, diz o economista.

Por Carolina Albuquerque.

 

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Uma das fontes de economia da ilha do Combu, na Região Metropolitana de Belém, são os bares e restaurantes. O polo turístico, localizado em frente à capital paraense, amarga dificuldades. Abaixo, ouça podcast sobre a atividade econômica do Combu.

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O restaurante Saldosa Maloca foi inaugurado 22 de junho de 1982. A ideia surgiu dos irmãos José e Waldemar, que perceberam o aumento de lanchas pela ilha aos finais de semana e logo viram que seria bom fazer um restaurante onde essas pessoas pudessem almoçar. 

“Viram então a oportunidade de ter uma renda extra, já que o seu José tinha como fonte de renda apenas cacau, açaí e outros produtos oriundos da floresta, já seu irmão Waldemar que morava no continente se dedicava ao comércio de cerâmicas e também a corretagem de imóveis”, contou a atual proprietária do Saldosa Maloca, Prazeres Quaresma. 

Hoje, o seu José está aposentado e o seu Waldemar é falecido. Além do restaurante, os proprietários têm outra fonte de renda, que é o sítio, de onde tiram o extrativismo. As pessoas que trabalham no restaurante são preferencialmente moradores da ilha e também do continente. 

Prazeres diz que no trabalho com os restaurantes, que movimenta a economia da ilha do Combu, eles não têm nenhum tipo de apoio governamental. “Não temos nenhuma ajuda governamental, a não ser durante a pandemia que fizemos uso dos incentivos do governo federal”, explicou.

Durante o isolamento social, por causa da covid-19, eles precisaram diminuir o quadro de funcionários e suspender o salário, já que o restaurante não estava abrindo e redução salarial. 

A proprietária do restaurante Saldosa Maloca fez um apelo. “Gostaria, se possível, que o plano de manejo de nossa ilha saia do papel e que as autoridades consigam enxergar que, se a ilha já é boa para os visitantes, ela precisa, antes, ser boa para os ribeirinhos que ao longo de tantas gerações cuidaram com tanto zelo por esse pequeno pedaço de paraíso”, finalizou. 

Outro restaurante que é antigo na ilha e tem os proprietários moradores do Combu é o Boá Na ilha, inaugurado em meados de 2006. O dono, Boaventura Júnior, percebeu que o Turismo de Experiência (turismo que vai além de dias de descanso em determinado local, e propõe a vivência no local) estava ficando forte. Segundo Boaventura, ainda há muita deficiência, pois não há investimentos. 

“As pessoas que vêm de fora buscam esse tipo de turismo, querem ter experiência do local e querem vivenciar o que é nosso, o que é daqui. Quando elas veem o açaí, elas querem ter a experiência de como apanha e foi com base nessas experiências que o restaurante acabou surgindo”, explicou Boaventura.

 Boá contou que, além do restaurante, eles também trabalham com o extrativismo do açaí e que as pessoas que ajudam no restaurante são moradores da Ilha. “Nós não temos nenhuma ajuda governamental e durante a pandemia nós vivemos à base do açaí, da pesca e da taberna, onde vendemos mantimentos”, disse.

Boaventura frisou que não há saneamento básico, que a situação é precária e que nunca nenhum poder público fez algo para mudar a realidade das pessoas da ilha do Combu. “Como moramos em um núcleo familiar, temos uma média de 130 famílias. Essas famílias não têm um atendimento do governo para vir a ajudá-las a recolher o lixo. Nós do restaurante, levamos o lixo pra Belém, mas essas famílias não têm esse atendimento e nem todas conseguem fazer o mesmo”, explicou.

Um dos restaurantes mais recente é o Kakuri, com três anos de funcionamento e que foi projeto de um morador da Ilha, junto com sua esposa, segundo um dos sócios, Wladmir Miranda.

Além do sustento vir do restaurante, eles trabalham também com a extração do açaí, serviços de carpintaria e trabalhos que surjam na área de construção. A maioria dos seus colaboradores são moradores da ilha do Combu, apenas dois são do continente. 

Wladmir aproveita a oportunidade para deixar a sua indignação com a falta de incentivo, vinda principalmente da Prefeitura de Belém. “Ausência do poder público municipal por não dar infraestrutura alguma, serviço de fornecimento de energia elétrica precário, inexistência de água tratada, elevando nossos custo com água mineral comprada no continente. Cobrança de taxas administrativas por parte dos 3 poderes públicos, como se tivéssemos em pé de igualdade com restaurantes do continente em relação a infraestrutura oferecida pela prefeitura, principalmente”, reclamou.

Segundo o Ideflor-Bio, mais de 20 estabelecimentos, entre bares e restaurantes, estão localizados às margens da APA da ilha do Combu. Ao longo dos anos o turismo tem aumentado na ilha. Levados por grandes e pequenas embarcações fretadas, principalmente de Belém, os visitantes desfrutam da culinária local, e, também, realizam passeios locais através das trilhas ecológicas. Esses estabelecimentos dispõem de banheiros e áreas de lazer de banho, como chuveiros, e até hospedagem. Alguns destes necessitam de reserva prévia e também podem disponibilizar transportes ao visitantes.

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Com a chegada das festas de final de ano, a prefeitura de Belém tem reforçado as medidas de proteção junto à população, empresários, órgãos públicos e demais instituições neste período em que há uma tendência a aglomerações para as comemorações de Natal e Ano-Novo.

Segundo a Secretaria de Estado de Saúde (Sespa), em todo o Pará já são 287.535 os casos de covid-19, com 7.069 mortes. O detalhamento está disponível aqui.

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A prefeitura de Belém publicou no Diário Oficial do Município (DOM) alterações no decreto que dispõe sobre as medidas de distanciamento social controlado, de acordo com parecer da Secretaria Municipal de Saúde (Sesma). 

Entre as recomendações estão o horário especial de funcionamento de centros comerciais no período do dia 15 até 30 de dezembro. Para os shoppings centers fica autorizado o funcionamento das 10h às 23 horas. Nos dias 24 e 31 poderão funcionar até às 18 horas.

Já o comércio em geral poderá funcionar no período do dia 15 até 30 de dezembro, das 8h às 22h. No dia 24 de dezembro, os estabelecimentos poderão funcionar das 8h às 18h, e no dia 31 até às 18h. Os estabelecimentos comerciais deverão divulgar amplamente informações sobre a possibilidade de realizar compras antecipadas por meio de canais não presenciais.

O decreto estabelece que a partir das 18 horas do dia 24, até 11 horas do dia 25, e 18 horas do dia 31 até às 11 horas do dia 01 de janeiro, ficam proibidas as atividades de bares, restaurantes, lanchonetes, barracas, casas noturnas, boates e similares, assim como a realização das festas de Natal, réveillon e confraternizações de qualquer natureza em clubes, condomínios, espaços públicos, hotéis, além de shows musicais e pirotécnicos, em ambientes abertos ou fechados, com ou sem cobrança de ingresso. Também fica proibido o consumo de alimentos e bebidas em estabelecimentos comerciais autorizados a funcionar ininterruptamente, como conveniências e supermercados.

Todas as medidas estão embasadas nos dados epidemiológicos, que apontam a evolução da doença na capital e estão disponíveis no portal da Covid-19, aqui.

Com informações da Agência Belém e Sespa.

Passadas duas semanas do segundo turno das eleições municipais, o PSOL deu início à estratégia de nacionalizar a figura de Guilherme Boulos, segundo colocado na disputa pela Prefeitura de São Paulo. Boulos viajou nesta segunda-feira (14) para Belém acompanhado do presidente nacional do partido, Juliano Medeiros, para encontros com o prefeito eleito da capital paraense, Edmilson Rodrigues (PSOL), e lideranças da esquerda. Uma agenda de viagens pelo Brasil está prevista para início do ano que vem, a depender das condições sanitárias em função da pandemia do novo coronavírus.

No Pará, o líder do MTST participou de um encontro com representantes dos partidos que compuseram a aliança que levou Rodrigues à vitória. Único prefeito de capital eleito pelo PSOL em 2020, ele foi um dos poucos candidatos de esquerda que conseguiu reunir um amplo arco de alianças ainda no primeiro turno com o apoio do PT, PDT, PC do B, Rede e UP.

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A composição da frente que elegeu Rodrigues reforça a intenção anunciada por Boulos de aproveitar a visibilidade conquistada na eleição paulistana para trabalhar pela unidade da esquerda na disputa pela Presidência em 2022. O PSOL estuda dar um cargo formal a Boulos na direção partidária para facilitar a estratégia.

Um dos objetivos da viagem a Belém é conhecer as primeiras medidas a serem adotadas pela nova administração e difundir as mesmas pelo restante do País. Na reunião de ontem com representantes dos demais partidos de esquerda, Boulos lembrou que, apesar de ter perdido em várias capitais, o campo teve bom desempenho em cidades como São Paulo, Porto Alegre, Recife e Fortaleza.

"Eu lembro que quando acabou a eleição de 2018 e o (Jair) Bolsonaro ganhou teve um monte de gente que se apressou para dizer que a esquerda estava morta, que não tinha espaço para as ideias de esquerda e que a gente viveria um período longo de hegemonia dessa visão autoritária, intolerante. Passaram só dois anos e a esquerda ganhou aqui em Belém com o Edmilson, a esquerda foi ao segundo turno em São Paulo, mobilizou, encantou a juventude. A esquerda disputou valores, porque não disputamos só votos. Nossa disputa é cultural¨, disse Boulos.

A ideia inicial do PSOL era iniciar o giro pelo país logo depois do segundo turno mas Boulos foi diagnosticado com a covid-19 três dias antes da eleição e precisou cumprir quarentena.

No próximo dia 13 de dezembro, Rayanne Amanda tem mais um desafio no MMA. Pelo peso palha, para lutadores de até 52 quilos, a representante do Pará vai encarar a amapaense Maiara Amanajás, no Shooto Brasil 106, que será disputado no Rio de Janeiro. A lutadora conta com o apoio da Secretaria de Estado de Esporte e Lazer (Seel).

Com um cartel geral de cinco vitórias e quatro derrotas, Rayanne vem treinando diariamente. Ela faz parte da academia Marajó Brothers e treina com os irmãos Iuri e Ildemar Marajó.

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“Venho treinando bastante e com muito foco. Apesar da pandemia que estamos passando, eu nunca parei, continuei empenhada para dar o máximo nos treinos. Será uma grande luta e com certeza irei mais uma vez representar bem aqueles que acompanham e torcem pelo meu trabalho”, conta a lutadora.

Vindo de uma família de lutadores, Rayanne iniciou sua trajetória no mundo das lutas com 10 anos, praticando o jiu-jítsu. A lutadora embarca para o Rio nesta sexta-feira (11), para a pesagem da última edição de 2020 do Shooto, que será no sábado (12).

“O Pará é um verdadeiro celeiro de atletas em várias modalidades esportivas e sempre que for possível a Seel estará apoiando estes grandes atletas que encaram grandes desafios”, declarou Arlindo Silva, titular da Seel.

Da assessoria da Seel.

 

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Belém foi a quarta capital brasileira que mais leu em 2019, com 61% da população sendo considerada leitora, segundo ranking divulgado pela 5ª edição da pesquisa Retratos da Leitura no Brasil, do Instituto Pró-livro. João Pessoa, capital da Paraíba, está em primeiro, com 64% da população, seguida por Curitiba, com 63%, e Manaus, com 62%. A pesquisa foi realizada entre outubro de 2019 e janeiro de 2020, com 8.076 entrevistas em 208 municípios.

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O brasileiro lê, em média, cinco livros por ano, sendo aproximadamente 2,4 livros lidos apenas em parte e 2,5, inteiros. A Bíblia é apontada como o tipo de livro mais lido pelos entrevistados e também como a leitura mais marcante.

Ainda segundo a pesquisa, a maior parte começou a se interessar por obras literárias por causa de indicações da escola, professores, amigos, ou porque viu filmes baseados em livros. Os autores preferidos citados no estudo são Machado de Assis, Monteiro Lobato, Jorge Amado, Carlos Drummond de Andrade e Paulo Coelho, e 60% dos leitores de literatura afirmam ler mais de um livro do mesmo autor.

O gênero preferido do brasileiro que lê literatura é o conto, seguido pela poesia, as crônicas e os romances. A maioria do grupo prefere comprar livros em livrarias físicas (48%), pela internet (24%) ou em sebos (15%).

Para a estudante de jornalismo Érica Castro, 24 anos, a paixão pela literatura surgiu quando seus pais estavam enfrentando uma crise no casamento, em processo de separação, na época ela tinha 12 anos. "Eu encontrei um refúgio nos livros, desde então não parei, deixou de ser gosto e virou minha paixão’’, disse a estudante. Ela também conta que a literatura pôde ajudá-la a escrever bem, a ter um pensamento mais crítico e mais conhecimento sobre o mundo.

Érica tem guardados aproximadamente 200 livros. Ela diz que lê livros de todos os gêneros, mas gosta mais de romances e de terror. Por causa da pandemia do novo coronavírus, ela passou a ler mais. "Eu me via isolada em casa, sem ter contato com outras pessoas, vendo muitos noticiários que não me faziam bem, então comecei a reler meus antigos livros e livros novos. Durante a pandemia, comecei a comprar mais livros, porque como as lojas físicas estavam fechadas, as lojas virtuais estavam com muitas promoções, então aproveitei e renovei a minha estante’’, conta a estudante de jornalismo.

Internet e biblioteca

A internet e as redes sociais são razões para a queda no percentual de leitores. A internet e o whatsapp ganharam espaço entre as atividades preferidas no tempo livre entre todos os entrevistados, leitores e não leitores. Em 2015, 47% disseram usar a internet no tempo livre. Esse percentual aumentou para 66% em 2019. Já o uso do whatsapp passou de 43% para 62%. 

Ainda conforme a pesquisa, 5% dos leitores disseram que não leram mais porque acham os livros caros. Um dos fatores que influenciam a leitura é o incentivo de outras pessoas. Um de cada três entrevistados disse que alguém o estimulou a gostar de ler.  Uma boa parte desses eleitores é estimulada por projetos que atuam na comunidade, sejam em escolas, bibliotecas públicas ou associações de moradores, que incentivam o hábito de ler e o direito à educação.

Promover a leitura para crianças e adolescentes, estimular a democratização do livro e o aumento do número de leitores, por meio da oferta de rodas de diálogo, círculos de leitura, oficinas de teatro, dança, música e popular paraense, é objetivo do Espaço Cultural Nossa Biblioteca (ECNB), localizado no bairro do Guamá, em Belém. "Nós queremos transformar a leitura num ato de pertencimento à vida cultural da nossa cidade. Queremos que os moradores sejam conhecidos como cidadãos leitores’’, disse Raimundo Rodrigues, coordenador do Espaço Cultural Nossa Biblioteca.

O projeto atua desde 1977 com a iniciativa de irmãs da Sociedade das Missionárias Médicas que realizavam ações com crianças em situação de rua, por meio de atividades de apoio, pedagógico e lúdico, no bairro do Guamá. Atualmente o ECNB atende aproximadamente 300 jovens e crianças.

Para Raimundo Rodrigues, a educação não é possível sem a leitura. "Uma pessoa que não lê hoje ela está fora da sociedade. Faz com que você tenha a possibilidade de se desenvolver integralmente, de conseguir acessar os outros níveis de saberes, os tempos da humanidade, o seu passado, o seu futuro e entender o seu presente’’, explica o coordenador.

Devido à pandemia do novo coronavírus, a Nossa Biblioteca segue fechada ao público. Com o isolamento social, o espaço realizou transmissões ao vivo nas redes sociais, tendo contação de histórias, entrevistas, discussões de livros. No período pandêmico, o espaço cultural continuou exercendo seu papel social, arrecadando cestas básicas para doação no Guamá e região. "Conseguimos arrecadar aproximadamente de 1.400 a 1.500 cestas básicas, grande parte foi entregue com livros para fazer companhia às pessoas no isolamento. Estamos tentando trabalhar para construir uma campanha chamada Natal Sem Fome, porque mais do que dar comida, queremos também trabalhar a esperança das pessoas’’, disse Raimundo.

Por Amanda Lima.

 

A árvore de Natal de Belém foi excepcionalmente iluminada mesmo sem público na noite deste sábado (5), devido às restrições impostas na Cisjordânia para combater a pandemia do novo coronavírus.

As autoridades palestinas anunciaram na semana passada um toque de recolher durante 14 dias na tarde e no fim de semana na Cisjordânia, para tentar conter a "propagação preocupante" do vírus.

Tradicionalmente, palestinos e peregrinos comemoram o início das festas de Natal em Belém com a iluminação da árvore. A multidão assiste ao show reunido na Place de la Mangeoire em frente à Igreja da Natividade, construída onde Jesus teria nascido.

Mas este ano, apenas alguns jornalistas foram capazes de testemunhar a iluminação, observou um fotógrafo da AFP.

"A iluminação da árvore começou em 2008 e desde então fazemos todos os anos", informou à AFP Carmen Ghattas, chefe de relações públicas da cidade.

Por causa do toque de recolher, foi o primeiro-ministro palestino Mohammed Shtayyeh quem iluminou a árvore a partir do seu escritório em Ramallah, graças a um dispositivo implementado pelo município, disse o oficial.

A Cisjordânia, território palestino de 2,8 milhões de habitantes ocupado por Israel desde 1967, registrou 71.703 casos do novo coronavírus e 678 mortes.

Na tarde deste domingo (19), Edmilson Rodrigues (PSOL) foi eleito prefeito de Belém (PA), na disputa contra o Delegado Eguchi (Patriota), por 51,76% a 48,24% dos votos.

Em apuração rápida, a capital paraense já tem 98, 56% das urnas apuradas. Até o fechamento desta reportagem, Belém tinha 1,98% dos votos brancos e 3,66% nulos. A porcentagem de abstenção foi de 20,74%.

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O racismo está presente na sociedade brasileira, em diversos espaços, desde o período da colonização até os dias atuais. Porém, nos últimos anos, a representatividade preta ganha cada vez mais relevância. Um exemplo foi a eleição de quatro vereadoras negras para a Câmara Municipal de Belém, na última eleição, realizada dia 15 de novembro.

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A vereadora mais votada de Belém, mulher negra e LGBTQI+, Vivi Reis ressaltou  o aumento do número de vereadoras eleitas, mulheres negras, LGBTs e pessoas trans. "Isso mostra que a gente vem avançando no processo de organização, de construção e de luta, mas ainda temos muita coisa pela frente”, disse.

Ela destaca também a importância das mulheres negras em espaços políticos. “Nós, enquanto mulheres negras, temos muito a contribuir, pois somos nós que vivemos a realidade da cidade e sentimos na pele tudo isso. Por isso que o poder de decisão também precisa ser nosso”, destacou.

A recém-eleita vereadora aponta que continuará lutando pelo lugar das mulheres negras na política. “Hoje, eu sou uma das poucas que estão nesse espaço da política institucional, mas eu tenho certeza que futuramente nós seremos muitas e que nós vamos conseguir, de fato, mover as estruturas porque é a nossa força de trabalho que move o mundo e que hoje, através da nossa luta, nós vamos transformar toda essa realidade. Então vamos à luta pelas nossas vidas, pelo nosso povo. Vamos virar essa mesa do poder e mostrar que, sim, vidas negras importam e é a luta das mulheres que muda o mundo”, afirmou.

Beatriz Caminha, eleita a vereadora mais jovem de Belém, com 21 anos, falou sobre a representatividade preta na política. “Ser uma mulher negra na política não é fácil, mas é necessário porque, quando a gente entra para a política, a gente entra lutando e defendendo um primeiro direito, que é o direito mais fundamental de todos, o direito de existir, o direito de viver”, ressaltou. “Essa mensagem é a mensagem mais forte, é a mensagem também de esperança, de ver que a gente chegou em três mulheres eleitas nas eleições em Belém e que a gente pode chegar em muito mais, é fundamental, então que a gente esteja nesses espaços.”

Beatriz destaca também a relevância que a candidatura de mulheres pretas. “Se existe uma radicalização do lado de lá, do ódio, do fascismo, daqui existe também um significado que representa a nossa candidatura, que a gente não aceita mais não nos ver nos espaços de poder, que a gente não aceita mais não se ver representado nas Câmaras legislativas da nossa cidade, e é um significado que me traz muita esperança que novos dias virão para a nossa cidade, para o nosso Estado e para o nosso país”, comentou.

Carla Reis, professora de literatura, redação e ativista na luta antirracista, observou como o racismo se apresenta. "Eu olho ao redor e não vejo professoras e professores negros em sua maioria, não vejo o meu igual naquele ambiente”, afirmou. “Trabalhar em locais em que eu talvez seja a única ou uma das únicas professoras negras faz toda a diferença dentro do meu grupo social, dentro da questão de ser mulher, de ser negra e de estar em locais em que a sociedade tenta a todo custo nos tirar faz toda diferença.”

“Antes de qualquer coisa, para as pessoas pretas, a nossa cor se apresenta antes da gente abrir a boca, então por muitas vezes as pessoas estranhavam quando eu dizia que eu era professora, foi um olhar de espanto, não parecia comum, não é comum ter uma professora negra”, comentou Carla.

A professora discutiu também a questão da criação de um componente curricular específico para tratar das relações étnico-raciais. “Eu abordo, por exemplo, a questão da literatura, eu sempre gostei de ler, sempre fui apaixonada pela literatura, mas nunca me sentia representada. Porque o povo preto era sempre subalterno ou quando não era subalterno, era o vilão da história”, afirmou. “A minha monografia na faculdade fala sobre o protagonismo da mulher preta dentro da obra da Conceição Evaristo, 'Olhos D'água', que foi a primeira obra que eu li e eu me vi do início ao fim como protagonista. Eu li e vi os meus pares eu vi os ‘meus’, e fez toda diferença. Então mais do que nunca a gente precisa da criação de um componente curricular específico para tratar das questões étnicos-raciais, embora exista uma lei que diz que as escolas, as faculdades devem trabalhar isso e de forma transversal mas sabemos que isso é totalmente negligenciado.”

Carla ressalta o poder que a educação possui de mudar esse cenário. ”A educação é capaz de mudar tudo sempre, dentro da minhas aulas é muito importante que os alunos reconheçam isso. Se eu eu vou falar de literatura eu trato sempre de autores negros, embora fale de outros brancos, mas autores negros não faltam, eu sempre trato essa questão para que eles possma nos ver, para que eles possam ter a semente da reflexão que as coisas estão erradas”, relatou a professora. “Talvez se eu não fosse professora eu não pudesse fazer isso de forma tão ativa e tão abrangente. Ou seja, o total apoio à educação pode mudar tudo, até esse olhar diante dessa situação extremamente horrível que infelizmente a gente tem que viver todos os dias.”

A psicóloga e professora Bárbara Sordi também debateu sobre o mito da democracia racial no Brasil e o motivo de algumas pessoas proferirem falas ilusórias. “Uma das imagens do povo brasileiro é de fingir que somos um povo alegre amistoso e que não há conflito entre nós. Esse mito da democracia racial faz pensar que no Brasil não tem racismo. O racismo se estabeleceu de formas diferentes em vários lugares do mundo.  No Brasil ele se institucionaliza a partir do mito da democracia racial[...] é uma forma de se camuflar e invibilizar e se fazer com que o racismo continue presente”, afirmou.

A violência contra as pessoas negras tornou-se parte da normalidade do país. O último caso de grande repercussão foi o de João Alberto Freitas, assassinado por seguranças brancos do supermercado Carrefour, de Porto Alegre. Bárbara ressalta essa violência contra a população preta e explica por que ela continua tão presente. “Há uma banalização e uma naturalização da violência contra as pessoas negras, que em sua grande parte é periférica, isso é um processo histórico sociocultural que vem desde o período de colonização”, afirmou. “É importante que a gente comece falar mais para tirar da esfera da naturalização e pra implicar a sociedade nos seus feitos, que são cotidianos, porque essa violência é uma violência que foi publicizada, mas quantas dessas violências não acontecem todo dia, toda hora, perto de nós, muitas vezes cometidas por nós, dentro das nossas casas? A gente precisa começar a debater de forma política e responsabilizar (os autores desses) esses crimes.”

A psicóloga comenta também sobre a importância de pessoas brancas se posicionarem antirracistas. “A maior parte das pessoas acreditam que não precisam se posicionar nesse debate justamente por essa não implicação de não se reconhecer como um corpo político e não reconhecer o outro como um corpo político. Se eu não me reconheço eu não compreendo também os privilégios que eu tenho”, ressaltou. “A autora Grada Kilomba coloca o racismo como algo psicológico, as pessoas são socializadas pelo racismo, são objetivadas pelo racismo e ela coloca o quanto é um trabalho psíquico você conseguir fazer desconstruir o racismo em pessoas brancas, porque é um processo de negação, de projeção, que é muito difícil entrar em contato.”

Bárbara Sordi assinala que a sociedade precisa começar a questionar e a compreender história, política. "Estamos falando de pessoas, todos somos pessoas humanas, mas que infelizmente não somos iguais, porque a sociedade não nos faz iguais, nós somos afetados de formas diferentes e a gente precisa entender onde é que a gente está nessa dinâmica social, que é perversa e que ainda se estabelece hoje”, disse, sobre o ato de reconhecer seus privilégios e lutar contra eles.

Clique no ícone abaixo e ouça podcast com as entrevistadas.

Por Yasmin Seraphico e Sabrina Avelar.

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Com a pandemia de covid-19, o Círio 2020 não teve as grandes procissões. A Diretoria da Festa de Nazaré elaborou uma série de programações on-line para manter os fiéis mais próximos de Nossa Senhora de Nazaré. Um desses trabalhos foi a produção do documentário “Círio de Nazaré - 228 anos de história em imagens”. 

O trabalho do produtor paraense Eduardo Souza reúne um vasto material com momentos raros e inéditos da festa, recolhidos de cinematecas, filmotecas, bibliotecas, acervos públicos e particulares do Brasil, da Europa e dos Estados Unidos. “Como já vinha trabalhando algumas questões com a Diretoria da Festa, como projetos ligados a audiovisual, eu tive a idéia de pegar o material de acervo e montar um documentário histórico, de contar a história do Círio desde o início até os dias de hoje”, comenta Eduardo.

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O produtor avaliou a importância da realização desse documentário em um ano tão difícil como 2020. “Considerando que não houve Círio presencial, eu considero o documentário de total importância agora mais do que nunca, tanto que a maioria dos relatos que ouvi foram emocionados. E é um filme que mostra muitas épocas, fazendo com que pessoas jovens e idosas consigam ver imagens da sua época no Círio.”

“Círio de Nazaré - 228 anos de história em imagens” pode ser visto gratuitamente no Facebook na página “Cine Darcy”, e também no canal do Youtube da produtora “Mekaron Filmes”. O filme tem direção, roteiro, pesquisa e edição de Eduardo Souza, produção executiva de Júlia Garcia, trilha sonora de Leonardo Venturieri e apoio da Diretoria da Festa de Nazaré (DFN).

Assista ao filme aqui.

Por Henrique Herrera.

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