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Em casa, Eduardo passa por readaptação. (Cortesia)

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“Onde é que eu estou?”. Quando finalmente os efeitos dos primeiros sedativos deram uma trégua, o autônomo Eduardo Silva não ouviu a voz da esposa ou o choro dos filhos. Ao abrir os olhos, a solidão do teto branco do Hospital de Campanha dos Coelhos, no centro do Recife, conforme explicou um vizinho de leito, só era preenchida pelo vaivém apressado de médicos e enfermeiros. Em pensar que uma simples distribuição solidária de marmitas para moradores de rua, regada a justos abraços e fotografias, poderia ter colocado sua vida nas mãos de um inimigo invisível. O novo coronavírus, que lhe parecia tão distante na tevê, então aparentava vencer a batalha a cada inspiração. “A médica ligou para minha esposa, disse que meu quadro estava muito difícil”, lembra Eduardo. Em 30 dias de internação, entre UTI e enfermaria, ele deixou partir, em seu lugar, um outro homem. “Nasci de novo, com valores diferentes”, completa.

Morador do pequeno bairro do Porto da Madeira, localizado entre Beberibe e Cajueiro, na Zona Norte do Recife, Eduardo admite que demorou a levar os sintomas a sério. Primeiro a tosse seca, que evoluiu para falta de ar, acompanhada por incômodas dores no corpo e febre. “Procurei um hospital perto de casa, a [Policlínica e Maternidade Professor] Barros Lima, em Casa Amarela, mas tinha muita gente na minha frente, aí fui na ‘upinha’ da Praça do Trabalho. Lá, passaram uma medicação e me mandaram voltar para casa”, lembra. Os medicamentos em questão, Dipirona e Tilenol, não melhoraram o quadro. “Procurei a upinha de Linha do Tiro, onde me receitaram azitromicina e amoxicilina, que também não adiantaram, e me mandaram voltar para casa”, completa Eduardo.

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Por meio de sua assessoria de imprensa, a Secretaria de Saúde do Estado de Pernambuco (SES-PE) informou que o médico tem autonomia para escolher o tratamento do paciente. “O paciente pode ou não ter comorbidades e as medicações variam de acordo com esta gravidade”, informa a nota.

Depois da sucessão de medicamentos infuncionais, Eduardo passaria a desenvolver a forma grave da Covid-19. “Voltei para a upinha quando já estava ‘nas últimas’. Me colocaram em uma maca e transferiram para o hospital de campanha de Campina do Barreto, onde passei apenas um dia. No final da tarde, fui transferido para o Hospital de Campanha dos Coelhos, ainda em abril”, lembra.

 Experiência no Hospital de Campanha

São muitas as razões que mantém qualquer noção de tempo bem distante das portas de um hospital de campanha. Médicos e enfermeiros trabalham por até seis horas sem ir ao banheiro ou beber água, para não descartar máscaras e outros equipamentos de proteção. Pressa e paciência convivem juntas no esforço para salvar vidas. Cada instante pode ser o último de alguém ou, em outros casos, durar uma eternidade. “Passei 17 dias apagado, entubado na UTI e o restante [do total de 30 dias] na enfermaria. Acho que fui o paciente que deu mais trabalho aos enfermeiros. Eu estava muito nervoso, ficava tentando puxar meu tubo. A médica ligou para minha esposa e perguntou: ‘ele é brabo assim mesmo?’”, conta Eduardo.

Eduardo elogia atendimento dos profissionais de saúde do Hospital de Campanha dos Coelhos. (Júlio Gomes/LeiaJá Imagens)

Era por telefone, aliás, que os profissionais de saúde atualizavam a família de Eduardo a respeito de seu quadro. “É muito difícil, porque a gente está acostumado a acompanhar um paciente no hospital, mesmo dentro de uma UTI podemos ver nossos familiares por alguns minutos. Apesar disso, para mim foi muito reconfortante receber diariamente ligações dos médicos que acompanharam ele, me passando todos os detalhes”, lembra a dona de casa Marcela Moreira, esposa de Eduardo. De acordo com ela, a equipe de saúde também demonstrava preocupação com a situação da família. “Perguntavam se eu estava mentalmente bem, porque essa é uma doença que afeta não só o paciente, mas também a família. Foram muito atenciosos”, completa. 

Distante da família durante um mês, Eduardo lembra que, diante das mortes ao redor, não havia outra opção que não fosse se concentrar na própria sobrevivência. “Vi o corpo de um senhor de cerca de 60 anos sendo carregado em uma maca. Tive uma sensação de impotência, poxa, o cara estava ali na mesma situação que eu e morreu. Eu só pedia a Deus proteção para sair daquele hospital e cuidar da minha família”, lamenta.

Por telefone, Marcela acompanhava diariamente o quadro do marido. (Cortesia)

“Um milagre”

“A primeira ligação que recebi quando Eduardo saiu da UTI e foi para a enfermaria foi a da nova médica que iria acompanhar o caso dele. Ele chorava enquanto lia o prontuário: ‘ele é um milagre’, me disse”, relata Marcela. Quando o tratamento na enfermaria foi concluído e dois exames apontaram para a cura clínica de Eduardo, ele recebeu alta do hospital, de onde saiu aplaudido de pé pelos profissionais de saúde. No dia 22 de maio, o retorno ao lar também foi festejado por vizinhos, amigos e familiares. “Estou me acostumando a estar fora do hospital ainda com dificuldades para dormir e tomando dois remédios, com acompanhamento médico. Para as pessoas que não acreditam na gravidade dessa doença, peço que se resguardem. Eu não desejo o que passei para ninguém”, alerta Eduardo.

Em recuperação e sem poder trabalhar, ele agora está recebendo o Auxílio Emergencial do governo federal, além da ajuda financeira de parentes para sustentar a esposa e um dos três filhos. Apesar disso, ele evitar pensar no futuro. “Vivo um dia de cada vez e procuro não pensar na dificuldade. O que eu tenho para dizer é que a gente deve se apegar mais com as coisas que são importantes na vida, como a família, que, por muitas vezes, a gente deixa de dar atenção. Ganhei uma nova chance de viver”, conclui.

Salles ainda disse que o governo deveria "ignorar" o congresso. (Marcelo Camargo/Agência Brasil)

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As falas do Ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, sobre aproveitar a “tranquilidade no aspecto da cobertura da imprensa” para flexibilizar as normas de proteção ao meio ambiente, na reunião ministerial do dia 22 de abril, liberadas pelo Supremo Tribunal Federal na última sexta (22), repercutiram negativamente na imprensa internacional. "Enquanto estamos nesse momento de tranquilidade no aspecto de cobertura de imprensa, porque só fala de Covid, (podemos) ir passando a boiada e mudando todo o regramento e simplificando normas. De Iphan, Ministério da Agricultura, Ministério de Meio Ambiente”, declarou o ministro.

A agência Reuters lembrou que, nos últimos 11 anos, o desmatamento no Brasil atingiu sua maior alta em 2019, quando cresceu 55% nos primeiros quatro meses do ano em comparação com 2018. “O ministro do Meio Ambiente do Brasil, Ricardo Salles, pediu ao governo que adote maior desregulamentação da política ambiental, enquanto as pessoas se distraem com a pandemia do coronavírus”, publicou a agência. Já o britânico The Guardian destacou a proposição do ministro de desconsiderar o congresso nacional, onde o governo não teria mais forças para aprovar suas demandas. “No vídeo, Salles reclamou dos desafios legais às mudanças propostas nas regras ambientais, de que o governo precisava de ‘artilharia’ legal para defender as mudanças e deveria ignorar o Congresso”, divulgou o veículo.

A também inglesa BBC pontuou que “o vídeo também revelou atitudes de seu ministério, como o ministro do Meio Ambiente sugerindo que o coronavírus seria uma boa oportunidade- com a imprensa olhando para o outro lado- para simplificar regulamentações na Amazônia".

General disse que pedido do STF é tentativa de "comprometer harmonia entre os poderes". (Antonio Cruz/Agência Brasil)

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Na tarde desta sexta (22), o general Augusto Heleno, Ministro de Estado Chefe do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República publicou, em suas redes sociais, uma nota em defesa da não apreensão do celular do presidente Jair Bolsonaro. Em tom ameaçador, Heleno disse que o pedido feito pelo Supremo Tribunal Federal (STF) é "inacreditável" e ainda acrescentou que "tal atitude" poderia ter "consequências imprevisíveis para a estabilidade nacional". O posicionamento foi rechaçado por parlamentares, membros da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e até pelo próprio STF.

“Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República alerta as autoridades constituídas que tal atitude é uma evidente tentativa de comprometer a harmonia entre os poderes e poderá ter consequências imprevisíveis para a estabilidade nacional”, escreveu Heleno.

O presidente da OAB, Fernando Santa Cruz reagiu à publicação. “General Heleno, as instituições rechaçam o anacronismo de sua nota. Saia de 64 e tente contribuir com 2020, se puder. Se não puder, #fiqueemcasa", escreveu.

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Segundo a Folha de São Paulo, o STF tomou a postura como uma atitude de “desespero”. A mesma interpretação está sendo feita por parlamentares da oposição. “Essa nota desesperada do General Heleno revela as faces autoritárias desse governo. Uma postura inadequada, um verdadeiro papel de ‘Xeleléu’. A ditadura não voltará. E logo esse governo sairá de cena pelo bem dos brasileiros”, afirmou o senador Humberto Costa (PT-PE).

O deputado Alessandro Molon (PSB-RJ) anunciou, em suas redes sociais, que irá representar contra o General Heleno por crime comum, com base na Lei de Segurança Nacional, e por crime de responsabilidade. “A nossa democracia não pode se curvar neste momento, sob o risco de cruzarmos a última barreira que nos distingue de um regime totalitário. Basta”, comentou.

Documento denuncia a participação do presidente em manifestações "antidemocráticas". (Chico Peixoto/LeiaJá Imagens)

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Nesta quinta-feira (21), sete partidos de oposição protocolaram, na Câmara dos Deputados, o primeiro pedido coletivo de impeachment do presidente Jair Bolsonaro. Assinado por mais de 400 personalidades, juristas e entidades, a exemplo do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (APIB) e da Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj), o documento denuncia a participação de Bolsonaro em manifestações políticas de “índole antidemocrática e afrontosas à Constituição” e destaca a possível interferência de Bolsonaro na Polícia Federal, bem como seus pronunciamentos em contrariedade às recomendações do Ministério da Saúde.

Em coletiva de imprensa realizada nesta quinta, a deputada Gleisi Hoffman, presidente nacional do Partido dos Trabalhadores (PT), disse que o presidente não possui condições de coordenar a crise pela qual passa o Brasil. “Bolsonaro não tem condições humanas e políticas de presidir o país. Não consegue se colocar no lugar do outro, sentir a dor do outro”, declarou. O pedido de impeachment alega que o presidente ataca os governos estaduais e “ameaçou e constrangeu publicamente o STF”.

O abaixo assinado também argumenta que Bolsonaro demonstra “postura de caráter substancialmente atentatório ao bem-estar e à proteção da vida e da saúde de brasileiros e brasileiras, no sentido de perpetrar intencional sabotagem das cautelas sociais e medidas governamentais indispensáveis à contenção dos efeitos devastadores de uma catástrofe sanitária em pleno estágio de avanço”.

Flagra de policial apontando arma para camponês, nesta quarta (13). (Reprodução/ Instagram)

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Para os moradores do Engenho Fervedouro, em Jaqueira, na Mata Sul de Pernambuco, cumprir com o isolamento social preventivo ao novo coronavírus recomendado pelo governo de Pernambuco tornou-se impossível nas últimas semanas. Nesta quarta (13), agricultores residentes do Engenho Fervedouro, registraram a presença de policiais na região, tendo um deles sido flagrado apontando uma arma de grosso calibre para um morador. De acordo com a Comissão Pastoral da Terra (CPT), os agentes afirmam estar no Engenho por determinação judicial e dar cobertura para o cercamento de uma área de suposta posse da empresa Agropecuária Mata Sul S/A.

Segundo os agricultores, o local a ser cercado contém plantações comunitárias e uma cacimba de água, utilizada para subsistência da população. No dia 7 de maio, representantes da comunidade registraram Boletim de Ocorrência, relatando que o camponês Ernande Vicente Barbosa da Silva, de 52 anos, está ameaçado de morte em decorrência de sua permanência no Engenho Fervedouro, em que reside há décadas.

No local, vivem 70 famílias de posseiros que enfrentam conflito fundiário com a empresa Agropecuária Mata Sul S/A, arrendatária de parte das terras da antiga Usina Frei Caneca. Outras ameaças de homicídio foram relatadas. Fontes do LeiaJá informaram que um usineiro tentou atropelar um dos posseiros, que conseguiu escapar. A população está deixando a quarentena na tentativa de se manter nas terras.

De acordo com a advogada da CPT, Luísa Duque, o juiz responsável pela inspeção das terras, não delimitou quais áreas seriam consideradas antigas- isto é, dos posseiros- e quais seriam as áreas novas de plantio. “A empresa tem se valido disso, dessa ausência de marcos geográficos, para avançar sobre posses antigas dos posseiros, consideradas antigas pelo próprio juiz. Então, já que não há nada marcado, a empresa vai e escolhe o que ela considera antigo ou novo”, explica. A advogada comentou ainda que o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) chegou a realizar um levantamento detalhado acerca das posses. "Esse documento foi ignorado", completa.

Ela ressalta ainda que a própria caracterização das terras não foi orientada por um técnico, mas decorrente da avaliação do próprio juiz. "Ele delimitou a partir do que achou que era área de uso novo e antigo. Nesse processo, a comunidade já havia perdido muitas áreas antigas", conclui.

Prefeito frisou que decisão foi tomada em conjunto com o governo estadual, tendo por base estudos científicos sobre a curva de crescimento local da Covid-19. (Reprodução)

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Por meio de coletiva de imprensa realizada na tarde desta segunda (11), a Prefeitura do Recife detalhou algumas das medidas do isolamento social rígido que será adotado na cidade entre os dias 16 e 31 de maio, com o objetivo de diminuir as contaminações pela Covid-19. O secretário de Planejamento e Gestão, Jorge Vieira, informou que os motoristas de aplicativos também estarão sujeitos ao rodízio veículos. A fiscalização será apenas presencial e observará se há correspondência entre a numeração do final da placa (ímpar ou par) com a do dia semana. Os novos protocolos foram anunciadas pelo Governo de Pernambuco nesta segunda (11) e também valem para os municípios de Olinda, Camaragibe, São Lourenço da Mata e Jaboatão dos Guararapes, que, junto com a capital, concentram a maior partes dos casos no estado. 

“Ônibus e táxis têm circulação liberada, assim como os veículos que prestam serviços essenciais. Aos demais, não serão aplicadas multas de trânsito para quem desobedecer as regras, mas essas pessoas serão orientadas a voltar para casa. Os que insistirem terão seus veículos apreendidos”, alertou Vieira.

O secretário informou que o Recife terá bloqueios para proibir a entrada de veículos de outras cidades. “Os bloqueios serão montados pelo governo do Estado, nas entradas dos cinco municípios envolvidos na regra nova”, destacou.

Embasamento científico

O prefeito Geraldo Júlio frisou que a decisão pelo formato e período do isolamento social rígido foi tomado em conjunto com o governo de Pernambuco, levando em consideração análises científicas do comportamento da curva de crescimento da Covid-19 na cidade e no estado. “Os dados científicos apontam, nessa segunda quinzena de maio, para uma aceleração muito rápida [do número de casos], então esse passou a ser o melhor período. Esse esforço adicional pode salvar muitas mães, pais, avós e filhos, essa é a coisa mais importante que a gente tem a fazer”, comentou.

De acordo com secretário de Saúde, Jailson Correia, o período de 15 dias de isolamento social foi o tempo de isolamento social rígido identificado como sendo o mais adequado às condições econômicas da população. “Essa dose é a máxima possível na conjuntura do Brasil, um país extremamente desigual. Em relação à duração da mesma maneira, o suficiente para garantir uma desaceleração da curva num tempo que é socialmente sustentável para as populações de baixa da renda da cidade. Nada disso vai funcionar se não houver um maciço engajamento social”, concluiu.

Desde 22 de março, 40 mil trabalhadores estão fora dos canteiros de obra. (Divulgação)

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 Depois de cinco anos acumulando resultados negativos, a construção civil em Pernambuco finalmente pôde respirar aliviada com o fechamento de seu PIB em 1,1%, em 2019. Com a pandemia do novo coronavírus, contudo, a alegria durou pouco: o setor já espera um prejuízo de aproximadamente R$ 6 bilhões para os próximos dois meses deste ano, segundo estima o Sindicato da Indústria da Construção Civil em Pernambuco (Sinduscon-PE). Em Pernambuco, a covid-19 motivou o decreto 48.834, que paralisou 70% das atividades de construção civil em andamento no Estado.

Desde 22 de março, 40 mil trabalhadores estão fora dos canteiros de obra. “Ou seja, apenas 30% dos trabalhadores estão atuando, de forma excepcional, mas nem essas obras estão a pleno vapor. Estamos com dificuldades para conseguir os materiais, os trabalhadores estão com medo e se atrasam ou faltam. O ritmo está menor em todas as obras”, lamenta o presidente do Sinduscon-PE, Érico Furtado.

O setor espera a volta às obras para esta sexta (17), data em que, até então, se encerra o prazo estipulado pelo governo para suspensão das atividades. “O que nós precisamos é que o Governo do Estado nos deixe trabalhar. Sabemos que a saúde do trabalhador precisa ser mantida e estamos tomando todas as medidas de prevenção para garantir essa segurança. Orientamos e afastamos das obras todas as pessoas que estão em grupos de risco e temos como conservar a saúde dos demais dentro dos nossos canteiros”, defende Furtado. O presidente do Sinduscon-PE acredita que, caso o decreto seja prorrogado, medidas como a adesão à redução de carga horária ou à suspensão de contratos, elencadas na MP nº 927, poderão ser tomadas para evitar demissões do setor.

“Existem relatos de demissões, mas não estão sendo contabilizadas porque o Governo Federal parou de divulgar os dados. O que ocorre é que muitos empresários não gostam das inseguranças jurídicas causadas pelas medidas provisórias, uma vez que o Congresso Nacional pode alterar o texto. Entendemos que o momento é de crise, mas, para superá-la, precisamos de ponderação”, completa.

O Governo de Pernambuco decretou, nesta sexta-feira (3), o fechamento de praias e parques como medida de combate à propagação do novo coronavírus. A determinação proíbe circulação na faixa de areia, mas as caminhadas nos calçadões ainda serão permitidas, desde que sejam obedecidas as determinações de não-aglomeração e de distanciamento mínimo de 1 metro entre as pessoas. A determinação será válida até a próxima segunda (6).

Por meio de nota, a assessoria de imprensa da Secretaria de Defesa Social (SDS) explicou que as Polícia Militar, o Corpo de Bombeiros e as guardas municipais de cada cidade estarão a postos para orientar os transeuntes. “Os servidores apostarão no diálogo e na conscientização, e somente em caso de recusa, haverá a condução até uma unidade da Polícia Civil. Nesse caso, o infrator poderá ser autuado no artigo 268 do Código Penal, por não adotar medidas sanitárias de prevenção à disseminação de doenças infectocontagiosas. A pena é de 1 mês a um ano de prisão, além de multa”, informou a SDS.

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A Prefeitura do Recife (PCR) detalhou quais parques estarão fechados: 13 de Maio, da Jaqueira, Santana, Arnaldo Assunção, Robert Kennedy, Apipucos, Caiara, Arraial do Forte Novo do Bom Jesus, Dona Lindu, Macaxeira e Sítio Trindade. Outra medida para desestimular as idas à praia é o fechamento das 543 vagas de estacionamento do calçadão de Boa Viagem, Zona Sul do Recife.

Nesta terça (31), a Secretaria Estadual de Saúde (SES-PE) confirmou 10 novos casos da covid-19 em Pernambuco. Outra novidade é que uma mulher de 97 anos se curou da doença. Com a atualização, o estado chegou a 87 casos da covid-19, seis óbitos e 14 recuperações.

Até o momento, os casos estão distribuídos em 11 municípios: Recife, Jaboatão dos Guararapes, Olinda, Camaragibe, São Lourenço da Mata, Palmares, Belo Jardim, Caruaru, Petrolina, Ipubi e Goiana), além do Arquipélago de Fernando de Noronha e da ocorrência de pacientes em outros Estados e países. Dentre as pessoas acometidas pela doença, 23 estão internadas, sendo 12 em UTI/ UCI e 11 em leitos de isolamento. Outros 44 estão em isolamento domiciliar.

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Dois casos em Noronha

Na última sexta (27), foi confirmado que um homem de 48 anos, que mora em Fernando de Noronha, está acometido pelo novo coronavírus. Com isso, o arquipélago registrou seu primeiro caso. Enquanto o paciente segue em isolamento domiciliar, todas as pessoas que tiveram contato com ele foram monitorados e seguem em quarentena, em quartos isolados e diferentes. Uma das pessoas do grupo testou positivo para a covid-19 e permanece em isolamento.

Israel testou negativo para a doença. (Reprodução/Facebook)

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Secretaria de Saúde do Distrito Federal disse que houve erro no atestado de óbito de Israel Martins; unidade federativa segue, portanto, sem óbitos em decorrência do coronavírus A Secretaria de Saúde do Distrito Federal retificou a informação de que o indígena Israel Martins faleceu em decorrência da covid-19. Na verdade, ocorreu um erro no atestado de óbito, que apenas registrava suspeita da doença. Israel testou negativo para a covid-19.

Assim, o Distrito Federal segue sem nenhuma morte causada pelo coronavírus. Leia a nota da Secretaria de Saúde da unidade federativa na íntegra:

“ A Secretaria de Estado da Saúde do Distrito Federal, informa que o caso amplamente divulgado na noite de ontem (27), como sendo a primeira vítima do Covid-19 no DF, *testou negativo* em exame definitivo realizado pelo Laboratório Central (Lacen) segundo teste molecular para detecção de SAR-COV2 por reação de PCR em tempo real utilizando o protocolo Berlim. O desencontro de informações se deu, em virtude da indicação de suspeita da doença no atestado de óbito que, em si só, não confirma a causa morte. Portanto, o Distrito Federal continua sem nenhum óbito registrado até o momento”.

Denúncias motivaram abertura de 220 inquéritos. (Camila Domingues/Palácio Piratini)

 O Ministério Público do Trabalho (MPT) divulgou que já registrou, até o dia 25 de março, mais de 2,4 mil denúncias de violações trabalhistas relacionadas à covid-19, em todo o país. A balanço revela que a quantidade de queixas ligadas à doença já corresponde a quase 30% do total de registros sobre todos os temas em março de 2019, em que foram notificadas 8.161 denúncias. O MPT criou a categoria “covid-19” para poder registrar as demandas relacionadas à pandemia.

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Dentre as violações, o MPT destacou os relatos de abusos cometidos por empresas de call center, que estariam submetendo funcionários ao uso coletivo de equipamentos não higienizados e à falta de distanciamento mínimo entre as estações de trabalho. “Em estados como o Piauí, Sergipe, Rio Grande do Norte, Paraíba, São Paulo e Goiás, as empresas foram fiscalizadas e notificadas a adotarem providências para garantir a saúde e a segurança dos empregados”, informou o órgão.

Assim, as irregularidades já motivaram a abertura de mais de 220 inquéritos civis, considerando as 24 unidades regionais do MPT. “Além disso, a instituição emitiu diversas notas técnicas nacionais e regionais, assim como expediu recomendações a diferentes setores da economia, alertando para as medidas a serem adotadas a fim de evitar o contágio de trabalhadoras e trabalhadores, assim como da população em geral”, completou a instituição.

Saiba como denunciar

As denúncias de irregularidades trabalhistas podem ser feitas através do aplicativo MPT Pardal, disponível para Android e IOS, ou oor formulário online disponível no site de cada região, no caso de Pernambuco, clique aqui. Apenas se não conseguir efetuar o procedimento por tais plataformas, o interessado deve buscar o plantão de denúncias nas unidades regionais, que funcionam em horários específicos e podem ser contactados através dos telefones divulgados pelos sites de cada estado. O contatos disponíveis para Pernambuco são: (81) 2101.3281 e (81) 2101.3218, em Recife; (81) 3046.1700, em Caruaru; e (87) 3983.4800, em Petrolina.

 

O Esperantivo Casa Comida e Cultura, localizado na Vila Nazaré, no Cabo de Santo Agostinho, se prepara para receber o espetáculo teatro Mulheres de Sol e Sangue, que será apresentado às 21h deste sábado (24), em apresentação única. Trata-se de um monólogo interpretado e dirigido pela atriz Daniela Câmara, concebido através de textos de escritoras pernambucanas, lembrando a obra de artistas como a cabense Celina de Holanda. A contribuição mínima para acesso ao evento é de R$ 10. 

“São textos que falam de um Pernambuco feminino que ri com a generosidade da vida e chora as secas das mulheres nordestinas, mas também a chuva que cai sobre um Capibaribe urbano, difícil e poluído”, destaca Câmara. O espetáculo foi lançado na Feira Literária de Serra Talhada (FLIST), no ano de 2018, desde quando vem circulando dentro e fora do estado.

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SOBRE DANIELA CÂMARA

Daniela Câmara é atriz, poetisa e jornalista. Começou sua carreira jovem, aos 17 anos, no teatro e no backing vocal de bandas da cena manguebeat. Acumula trabalhos e reconhecimentos, tendo passado por festivais Brasil afora e participado de filmes dos mais destacados cineastas pernambucanos, como Kleber Mendonça Filho, Marcelo Gomes e Camilo Cavalcante. Seu monólogo Mulheres de Sol e de Sangue usa a literatura para dar voz a autoras pernambucanas e denunciar a violência física e simbólica pela qual, infelizmente, ainda passam as mulheres no país.

SOBRE O ESPERANTIVO - CASA, COMIDA E CULTURA

O Esperantivo - Casa, Comida e Cultura, como o nome sugere, é um espaço cultural localizado na Vila de Nazaré, entre as praias de Calhetas e Suape, no Cabo de Santo Agostinho/PE, Região Metropolitana do Recife. O espaço, que fica em um conjunto arquitetônico de proteção municipal e foi inaugurado no dia 26/11/2017, abre aos sábados à noite e em eventos, com dias alternados, com eventos artísticos, bebidas e uma visita guiada pelo espaço que resguarda e divulga a história da Vila de Nazaré e a obra do cordelista cabense Esperantivo, autor de centenas de títulos e imortal pela Academia Cabendo de Letras, Academia Caruaruense de Literatura de Cordel e Academia de Cordel do Vale da Paraíba.

Serviço// Monólogo Mulheres de Sol e Sangue

Quando: 17 de agosto, às 21h

Quanto: R$ 10 (contribuição mínima)

Onde: Esperantivo Casa Comida e Cultura - Rua do Sol, S/N (ao lado do Museu do Pescador), Vila de Nazaré (entre as praias de Calhetas e Suape), Cabo de Santo Agostinho/PE.

 

Crianças são público cativo da brincadeira que surgiu junto com a comunidade. (Chico Peixoto/LeiaJá Imagens e Arthur Souza/LeiaJá Imagens)

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Contra todos os impeditivos, o mar é democrático em sua soberania. Ignorando todas as barreiras humanas e naturais impostas, ele avança rumo aos arranha-céus da luxuosa Boa Viagem da mesma maneira que desafia as pedras de contenção da praia do Buraco da Véia, em Brasília Teimosa, na Zona Sul do Recife. Para os residentes da comunidade, contudo, a maré alta é sinônimo de diversão. Diante do inevitável futuro marinho de todo litoral, mulheres, meninos e velhos enfileiram-se à barreira e aceitam de bom grado o sobressalto da água que lhes trará uma peculiar sensação de cachoeira. A curiosa brincadeira, não se sabe desde quando, é chamada pelos moradores de “Banho de Choque” e, segundo relatam os mais mais velhos, acompanha Brasília Teimosa desde os primórdios de sua ocupação urbana, mesmo antes da tomada da costa do Recife pelos tubarões na década de 1970, que impossibilitou o banho em mar aberto.

Em sua infalível memória, o aposentado Antônio Manuel da Silva, de 90 anos, guarda a lembrança do dia em que pisou pela primeira vez em seu lar. “Dezoito de maio de 1958. Eu morava na Rua Carneiro Pessoa, no Pina, quando começou a invasão aqui. Meu irmão veio e construiu uma casa para mim”, conta. Caracterizada por uma contínua linha de recifes paralela à costa, a região estava destinada a receber a edificação do Parque de Inflamáveis, que nunca foi construída. As ruas da então ocupação de Areal Novo eram basicamente o resultado da inconsistente mistura entre areia fofa, palha de coqueiro e restos de cascas de marisco.

“Primeiro, começaram a fazer aquelas casinhas ‘arrodeadas’ de papelão, depois as pessoas compraram madeira. Com o tempo, saímos da tábua, para a alvenaria. Mas começamos foi na luta: a gente construía de manhã, de noite a polícia vinha e derrubava, por isso demos o nome de Brasília Teimosa, porque foi construída na teima”, orgulha-se. Já àquela época, Antônio, relata ter presenciado os moradores se divertindo com os “banhos de choque”. “Aqui era uma ilha, cheia de pescadores. Quando o governo quis mudar o nome do bairro para Brasília Formosa, a gente disse: ‘não, deixa Teimosa mesmo’”, conta.

Morador de Brasília Teimosa há 60 anos, Antonio Manuel da Silva lembra de uma comunidade repleta de pescadores e conta que banho de choque sempre fez parte da rotina do local. (Chico Peixoto/LeiaJáImagens)

Com o primeiro nome em homenagem à capital federal, também construída na década de 1950, Brasília Teimosa só teve as palafitas removidas da beira-mar no ano de 2003, durante o governo Lula (PT), que realocou seus antigos moradores para pelo menos novas 504 residências. Com nova orla e avenida, o Bairro enfim se urbanizou e a praia do Buraco da Véia passou a receber moradores de outras comunidades do Recife. “Boa Viagem gosto não. O Pina já é mais agitado, mas aqui é mais familiar. Venho faz tempo, relaxar e tomar um banho de choque”, diz o lavador de veículos Ronaldo Delmiro, conhecido como “Batata”, que vai, de bicicleta, da comunidade dos Coelhos ao Buraco da Véia.

Embora possa parecer imprevisível, o movimento das ondas propícias a desencadear o “choque” parece ter sido desvendado pelos moradores da comunidade. “Quando a gente vê logo de longe ela mais alta, é porque é mais perigosa. Eu acho que desde os quatro, cinco anos tomo esse banho praticamente todo dia”, conta a estudante Tâmara Patrícia dos Santos, de 13 anos, que saiu da escola direto para a praia, acompanhada das amigas. A garota relata que os finais de semana e feriados costumam ser de praia lotada, com espaço disputado entre os banhistas por um lugar para receber as pancadas do mar. “Já é uma tradição. Quando fui morar em Piedade só vivia aqui. Desde pequena apegada, aí é difícil sair”, confessa Tâmara.

De acordo com o tio da garota, o produtor audiovisual Dilson Rodrigues, conhecido como “Madrone”, as ondas, em sua época de menino, costumavam ser mais fortes. “As ondas estão mais fracas desde que colocaram mais pedras na arrebentação. Era onda que batia e carregava a gente dois, três metros para a frente. Isso aqui é patrimônio da Brasília”, comenta. De acordo com ele, até hoje é possível reconhecer os melhores dias para o banho de choque. “Em dias de maré alta, quem mora numa casa um pouco mais alta consegue escutar e ver quando a onda bate no paredão. As coisas aqui mudaram muito, quando eu era criança a praia era cheia de palafitas. Agora, temos essa orla bonita, cheia de quadras, e os meninos têm outras opções de lazer, se não estariam todos aqui”, acrescenta.

Quem é a velha do Buraco da Véia?

Ai de quem disser o contrário. Em mais de uma ocasião, a reportagem foi corrigida pelos moradores de Brasília Teimosa: “não é velha, é véia”, cravam. Natural da comunidade, Dilson conta que está produzindo um filme sobre as lendas do bairro. “Uma delas é a de que o Iate (Clube do Recife) fez um muro e ninguém tinha acesso à praia. Aí uma senhora muito corajosa fez um buraco no muro e vinha tomar banho aqui. Dizem que a origem do nome do Buraco da Véia é por conta disso”, conta. A professora aposentada Maria Valença, conhecida como Celeste, de 63 anos, frisa que a tese da população é mais do que uma lenda. “Tudo era praia, inclusive a parte da qual o Iate Clube se apossou dizendo que havia comprado. Sempre ouvimos que as terras não eram nossas, mas da Marinha. Então como eles podem ter comprado? Antes a gente tinha todo o espaço da orla, de uma ponta a outra, até o Pina”, lamenta.

"Isso aqui é patrimônio da Brasília", diz o morador Dilson Rodrigues. (Rafael Bandeira/leiaJá Imagens)

Celeste afirma ter testemunhado a existência de um muro construído pelo Iate Clube. “Queriam fechar a entrada da Rua Badejo (uma das principais do bairro) e o Buraco da Véia como uma praia particular. Só que a população, na época em que Brasília Teimosa era Brasília Teimosa, um bairro aguerrido e politizado, derrubou o muro, que ainda ficou um bom tempo de pé. Tiraram todo e qualquer vestígio do muro”, garante. Como o mar, a população, majoritariamente descendente de pescadores e egressos do êxodo rural dos anos 1950, avançou contra a especulação imobiliária. “A gente brigava por transporte, água, moradia, pela questão do lixo...O teatro estava na rua conscientizando a população dos problemas e os moradores se articulavam em associações”, lembra Celeste, que assistiu à transformação de sua excepcional Brasília em uma das poucas comunidades brasileiras a ter elaborado o próprio projeto de urbanização, batizado de “Teimosinho” e executado com recursos do Banco Nacional de Habitação (BNH).

Celeste celebra conquista da urbanização da orla da comunidade por parte dos moradores. (Rafael Bandeira/LeiaJá Imagens)

Tratamento de choque

Celeste garante que, no passado, era comum que médicos prescrevessem aos moradores da comunidade o banho de choque como medida terapêutica. “Eles aconselhavam, a quem sofria de questões nervosas, tomar o banho de choque, porque ele funcionaria como uma massagem. Muita gente, cedinho, acordava para vir se encostar no paredão”, conta. De acordo com ela, no entanto, não se sabe quem criou o termo “banho de choque” ou ainda quem inventou a brincadeira. “Acredito que a palavra ‘choque’ se deve ao impacto, à surpresa. É a sabedoria popular, alguém foi ,encostou, gostou e passou pro outro. E hoje, se não é trazido pelos mais velhos, hoje, os que chegam aqui em Brasília descobrem o prazer de tomar esse banho”, conclui.

No mesmo dia em que foi realizada uma carreata em apoio ao candidato a presidente Jair Bolsonaro (PSL), neste domingo (16), a avenida Boa Viagem recebeu a 17ª Parada da Diversidade de Pernambuco. O tema do evento deste ano remete ao período eleitoral: "Qual é a sua plataforma? Defenda a democracia e os direitos LGBT”.

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Ao todo, 12 trios elétricos percorreram a avenida com apresentações de artistas nacionais e locais, além do palco principal, montado no Parque Dona Lindu. A previsão é que o evento acabe por volta das 17h30. Já durante o início da saída dos trios elétricos a reportagem do LeiaJa.com presenciou algumas cenas de tumulto. Houve confronto com a Polícia e alguns indivíduos foram detidos.

Entre os artistas mais aguardados, a cantora Michelle Melo foi uma das primeiras a cantar em cima de um dos trios mais badalados, o Selva Nua, do Clube Metrópole, considerada uma das maiores casas de festa do público LGBT.  

Também é muito aguardada a presença da cantora Wanessa Camargo. Alguns moradores da avenida Boa Viagem, nas janelas, gravavam a passagem dos trios e pareciam animados com a festividade.

Os clientes do Banco do Brasil devem ficar atentos. Através de uma nova forma de golpe, bandidos estão enviando mensagens de texto com a informação bloqueio da conta, seguida de um link através do qual supostamente seria possível efetuar o desbloqueio. Basta um clique no endereço eletrônico para que os criminosos obtenham dados pessoais dos usuários. A informação é da TV Jornal. 

O LeiaJá contatou a assessoria de imprensa do banco, que comunicou que a instituição "não liga ou envia mensagens ou links solicitando senhas dos clientes e também orienta a não fornecer, informar ou digitar senhas em ligações ou links recebidos. Caso o cliente receba uma ligação telefônica e nela sejam solicitadas suas senhas, deve desligar o telefone e procurar uma agência ou caixa eletrônico para alterá-las, mesmo que não as tenha informado. Outra opção é ligar, a partir do seu próprio telefone, para o número 4004-0001 para confirmar a veracidade da ligação anterior". O banco reforça ainda que, ao ao receber um SMS, e-mail ou qualquer mensagem, o cliente deve atentar para o seu remetente e repassar a mensagem para o e-mail abuse@bb.com.br.   

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O presidente russo, Vladimir Putin, assinou neste sábado (1º) uma polêmica lei que autoriza a demolição de milhares de edifícios em Moscou e que prevê a realocação de seus moradores.

Em maio passado, o projeto já havia deflagrado importantes manifestações em protesto contra sua sanção. Aprovada em 14 de junho pela Duma e, no dia 28, pelo Conselho da Federação, a lei entrou em vigor após sua publicação, divulgada neste sábado (1º).

Segundo o plano de urbanismo anunciado em fevereiro deste ano pelo prefeito de Moscou, Serguei Sobianin, mais de 4.000 imóveis construídos no período comunista serão demolidos a partir de setembro. Milhares de cidadãos de Moscou terão de ser realocados.

No lugar desses prédios de poucos andares, o texto prevê a construção de edifícios mais altos, que permitam alojar mais famílias. A capital conta com 12 milhões de habitantes e, segundo o governo, em termos de moradia, não há espaço suficiente para abrigar essa quantidade de pessoas.

Os residentes atingidos pela lei devem receber do Estado um apartamento do tamanho equivalente - e não do mesmo valor - no mesmo bairro.

Construídos entre os anos 1950 e 1960, esses prédios são emblemáticos para os subúrbios de Moscou.

Servidores públicos que protestam em frente à Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj) e policiais militares responsáveis pela segurança do prédio acabam de entrar em confronto, após mais de cinco horas de manifestação pacífica.

Os manifestantes soltaram fogos de artifício, ao que os policiais responderam com bombas de gás lacrimogêneo imediatamente, dando início a uma correria que já se estende pelas ruas próximas à Alerj, como a São José e Assembleia, vias de grande circulação de pessoas e veículos no centro da cidade.

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Os servidores têm como principal bandeira o afastamento do governo Luiz Fernando Pezão (PMDB), que ontem teve o mandato cassado pelo Tribunal Regional Eleitoral do Rio de Janeiro (TRE-RJ). O governador, no entanto, ainda poderá recorrer da decisão no Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Os manifestantes ainda são contrários à venda da Companhia Estadual de Águas e Esgoto (Cedae), como previsto no termo de compromisso firmado pelos governos do Estado e federal. A privatização está sendo analisada hoje pelos deputados fluminenses.

Cientistas anunciaram nesta quarta-feira a descoberta de um planeta habitável orbitando a estrela mais próxima do Sol, abrindo a tentadora perspectiva de uma exploração futura com sondas espaciais robóticas.

O recém-batizado 'Proxima b' tem aproximadamente a mesma massa da Terra e está em uma zona temperada compatível com a presença de água em estado líquido, um ingrediente-chave para a vida. Os resultados, baseados em dados recolhidos ao longo de 16 anos, foram relatados na revista científica Nature.

"Finalmente, conseguimos mostrar que um planeta com pouca massa, provavelmente rochoso, está orbitando a estrela mais próxima do nosso sistema solar", declarou Julien Morin, um astrofísico da Universidade de Montpellier, no sul da França, e coautor do estudo.

"'Proxima b' provavelmente será o primeiro exoplaneta visitado por uma sonda feita por seres humanos", disse à AFP. Um exoplaneta é qualquer planeta localizado fora do nosso Sistema Solar. O principal autor e coordenador do projeto, Guillem Anglada-Escude, um astrônomo da Universidade Queen Mary de Londres, descreveu a descoberta como a "experiência de toda uma vida".

Trabalhando com telescópios do Observatório Europeu do Sul no deserto chileno do norte, sua equipe utilizou o chamado método Doppler para detectar 'Proxima b' e descrever suas propriedades. Sabendo que um planeta - se houvesse um - seria muito pequeno para ser visto diretamente, os profissionais observadores de estrelas passaram 60 dias consecutivos à procura de sinais de força gravitacional sobre sua estrela hospedeira, a anã vermelha 'Proxima Centauri'.

Descoberta em 1915, a 'Proxima Centauri' é uma das três estrelas no sistema Alpha Centauri, uma constelação visível principalmente a partir do hemisfério sul. Mudanças regulares no espectro de luz da estrela - repetidas a cada 11,2 dias - revelaram que se moveu alternadamente em direção e para longe do nosso sistema solar em ritmo vagaroso, cerca de cinco quilômetros por hora.

Depois de realizar uma verificação cruzada dos resultados com um conjunto de dados inconclusivos de 2000-2014 e de eliminar outras causas possíveis, os pesquisadores perceberam que apenas a presença de um planeta invisível poderia provocar a "oscilação" invariável da estrela.

Zona "cachinhos dourados"

"Estatisticamente, não há dúvida", declarou Anglada-Escude aos jornalistas. "Encontramos um planeta perto de 'Proxima Centauri'". A apenas quatro anos-luz do Sistema Solar, 'Proxima b' tem uma massa de 1,3 em relação à da Terra e orbita a cerca de sete milhões de quilômetros de sua estrela.

Um planeta tão próximo do nosso Sol - 21 vezes mais próximo que a Terra, oito vezes mais próximo do que Mercúrio - deveria ser uma inabitável bola incandescente de fogo. Mas devido ao fato de 'Proxima Centauri' queimar a uma temperatura mais baixa, o planeta recém-descoberto, assim como o nosso, está em uma zona chamada "cachinhos dourados": nem tão quente que faça a água evaporar, nem tão frio que a congele.

Mas a água líquida não é o único ingrediente essencial para o surgimento da vida da forma como a conhecemos. Uma atmosfera também é necessária, e nesse ponto os pesquisadores ainda estão no escuro. Tudo depende, segundo eles, em como 'Proxima b' evoluiu como um planeta.

"Você pode cogitar cenários de formação que terminam com uma atmosfera semelhante à da Terra, uma atmosfera como a de Vênus" - 96% de dióxido de carbono - "ou nenhuma atmosfera", declarou o co-autor Ansgar Reiners, um especialista em estrelas "frias" do Instituto de Astrofísica da Universidade de Gottingen.

Se 'Proxima b' tiver atmosfera, sugerem os modelos de computador, a temperatura do planeta pode variar "no intervalo de menos 30 graus Celsius no lado escuro, e 30C no lado da luz", disse Reiners aos jornalistas. Assim como a Lua em relação à Terra, 'Proxima b' tem uma "trava gravitacional", com uma face sempre exposta a sua estrela e a outra perpetuamente na sombra.

Mesmo com a presença de água e de uma atmosfera, há um outro desafio para o surgimento de formas de vida. 'Próxima Centauri' é constantemente bombardeada por radiação de alta energia na forma de raios-x e ultravioleta, cerca de 100 vezes mais em relação aos que atingem a Terra.

Busca de vida

Uma atmosfera ajudaria a desviar estes raios, assim como um forte campo magnético. Mas mesmo altas doses de radiação não impedem a vida, especialmente se pensarmos fora da caixa, afirmam os cientistas. "Temos que ter a mente muito aberta para o que chamamos de 'vida'", afirmou Jean Schneider, especialista em exoplanetas no Observatoire de Paris.

"Poderia muito bem existir uma forma de vida que se adaptou aos raios X", disse à AFP. Cerca de 3.500 exoplanetas foram descobertos desde a primeira observação confirmada, em 1995. Mas muitos destes mundos distantes - como os nossos próprios Júpiter e Netuno - são compostos de gás, um ambiente inóspito para a vida.

Mesmo os 10% que têm superfícies rochosas são, em sua maioria, muito frios ou quentes demais para conter água na forma líquida. E - até hoje - os poucos que estão em uma zona temperada estão efetivamente fora de alcance. No ano passado, por exemplo, a Nasa descobriu o Kepler 452b, um planeta cerca de 60% maior do que a Terra que poderia ter vulcões ativos, oceanos, gravidade, luz do sol como a nossa, e um ano com duração de 385 dias.

Mas, a uma distância de 1.400 anos-luz, a humanidade tem poucas esperanças de alcançar este irmão gêmeo da Terra em breve. Em comparação, 'Proxima b' está a poucos passos de distância, embora ainda muito longe para os seres humanos visitarem com os foguetes existentes atualmente. "Este é um sonho para os astrônomos se pensarmos em observações de acompanhamento", disse Reiners.

Ele também terá um enorme impacto na agenda de pesquisas de cientistas que buscam planetas como a Terra fora do nosso Sistema Solar, acrescentou. "O campo de exoplanetas percebeu recentemente que buscar planetas em torno de anãs vermelhas" - de longe o tipo mais comum de estrela na Via Láctea - "é o que vai ser mais espetacular, já que você pode encontrar planetas com água líquida mais facilmente".

Em meio ao estrondo das bombas e aos gritos estridentes, os recém-nascidos, em suas incubadoras cobertas por escombros, chegam de forma brutal à vida, escapando da morte após um ataque próximo a um hospital da cidade síria de Aleppo.

Na quarta-feira, três hospitais na área controlada pelos rebeldes da cidade arrasada pela guerra foram "atacados" em um intervalo de três horas, segundo a Unicef. Entre eles o hospital Al Hakin, um dos últimos serviços de pediatria que permaneceram na parte leste de Aleppo.

Todos os bebês sobreviveram e o correspondente da AFP em Aleppo pôde ver ao menos 10 recém-nascidos em incubadoras colocadas a salvo no porão do edifício. Alguns choravam, outros eram alimentados com mamadeiras pelas enfermeiras que verificavam com regularidade o batimento cardíaco dos pequenos. "Um barril explosivo foi lançado ao lado (do hospital) na quarta de manhã. Felizmente, somente as portas e algumas incubadoras sofreram danos, mas tivemos que transferir os bebês para um local seguro", narrou nesta quinta-feira um médico à AFP.

"Foi um momento horrível", contou o médico Hatem, pediatra encarregado pelo hospital, citado pelo The Syria Campaign, uma ONG a favor da oposição síria na luta contra o regime de Bashar al-Assad. Aterrorizados com a ideia de os bebês respirarem a poeira causada pelo bombardeio, as "enfermeiras pisavam umas nas outras para evacuá-los para o porão, enquanto muitos deles começavam a chorar".

Além do Al Hakim, outros dois hospitais, como o Al Bayan em frente, sofreram danos pelos bombardeios. Estes hospitais se encontram na área controlada pelos rebeldes em Aleppo, cidade dividida desde 2012 entre a zona oeste, comandada pelo regime, e a zona leste, nas mãos dos insurgentes. Esta grande cidade do norte da Síria, uma das cidades habitadas mais antigas do mundo com seus 4.000 anos de história, foi arrasada pelos combates e bombardeios que deixaram milhares de mortos.

Nos combates, o regime ataca lançando sobre as zonas rebeldes de Aleppo barris explosivos destruidores e os insurgentes respondem com mortíferos lançamentos de foguetes. Os bombardeios de quarta-feira deixaram 15 vítimas mortais, segundo o Observatório Sírio de Direitos Humanos (OSDH), a maioria no estouro do barril explosivo.

Condições sanitárias alarmantes

Segundo o doutor Hatem, "apenas 18 incubadoras se mantém no leste de Aleppo", onde a população varia, segundo as estimativas, entre 100.000 e 200.000 pessoas. "Gostaria que todos os chefes de Estado imaginassem que um desses bebês é seu", destacou o médico Hatem. "O que fariam por seus filhos em um bombardeio, devem fazer por esses recém-nascidos".

O hospital de Al Hakim foi criado no verão de 2012, mas foi transferido em vários ocasiões por causa dos bombardeios, indicou um porta-voz da Independent Doctors Association, que o financia. Aleppo, antiga capital econômica agora devastada, pagou um alto preço na guerra que arrasa a Síria desde 2011 e que já deixou mais de 280.000 mortos e milhões de desabrigados.

As condições sanitárias na área rebelde da cidade são alarmantes, segundo os médicos que trabalham lá, e os constantes bombardeios não perdoam os médicos. Em abril, o doutor Hatem lamentava o desaparecimento de seu amigo e companheiro Mohamed Wassim Maaz, morto em um ataque aéreo contra um hospital do leste de Aleppo que acabou também com a vida de um dentista, três enfermeiros e 22 civis.

Com a única estrada que ainda une os bairros do leste com as áreas rebeldes da província de Aleppo bombardeada quase diariamente, "os aleppinos não têm opções" especialmente no terreno médico, explicou a médica Samah Basas.

"Estamos acostumados às bombas. Mas se nos cercam, a fome e as doenças se instalarão ainda mais rápido e a morte será mais inevitável", assegurou a diretora da Syria Relief Network, um órgão que reagrupa em torno de sessenta associações humanitárias ativas na Síria.

Uma mulher foi condenada, nos Emirados Árabes Unidos, a pagar uma multa e a ser expulsa do país, depois de ser considerada culpada de violar a privacidade do marido - segundo a imprensa local.

A mulher foi processada por ter tido acesso ao celular do marido, sem a permissão dele, por suspeitar que ele teria um caso com outra mulher. Depois de uma queixa apresentada pelo marido, um tribunal de Ajman, um dos sete membros da Federação Emirados, deu seu veredicto em 12 de maio, recorrendo à lei sobre cibercriminalidade, de acordo com o jornal Gulf News.

A mulher admitiu ser culpada e foi condenada a pagar uma multa de 150.000 dirhams (US$ 40,9 mil), além de ser expulsa dos Emirados, completou o jornal. Ambos são cidadãos árabes, informou o advogado da ré.

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