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O deputado estadual Edilson Silva (Psol) foi um dos políticos que fez uma breve passagem na posse dos presidentes estadual e municipal do Partido dos Trabalhadores (PT), Bruno Ribeiro e Osmar Ricardo, respectivamente, que aconteceu nesta semana. Em entrevista concedida ao LeiaJá, o parlamentar declarou que o Psol não tem a ilusão nem tampouco a pretensão de ter “o monopólio de luta”. “Nós somos parte da esquerda brasileira. O PT também é parte desta esquerda e, com seus erros e acertos, nós queremos é que o PT cada vez acerte mais para que a gente possa ter mais força na luta. Temos lutas para encaminhar conjuntamente”, declarou. 

Questionado se o PT pode recuperar sua força perdida no contexto envolvendo denúncias de corrupção, já que o foco atual é a crise política envolvendo o presidente Michel Temer (PMDB), o psolista declarou que as histórias são distintas. “A história não se repete. O PT viveu um momento único na história brasileira. Nós estamos vivendo um outro momento com uma série de fatores”, respondeu. 

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Edilson também disse que deseja que a militância petista, a qual chamou de “importantíssima”, se “recomponha”. “Eu desejo que essa militância se recomponha, volte a ocupar o espaço das lutas porque a gente acredita, nós do Psol, que a democracia não acontece apenas no processo eleitoral. A militância do PT tem serviços prestados para a democracia brasileira. O PT, a partir de sua história, foi responsável pela formação política de várias gerações de militantes”, afirmou, o também ex-petista. 

“A democracia acontece nos movimentos sociais, na sociedade civil e não é só os militantes do PT, mas os militantes de outros partidos importantes do campo democrático, progressista, republicano, que também são fundamentais”, acrescentou. 

O parlamentar chamou o presidente do PT em Pernambuco de “companheiro de lutas”. “É um companheiro da gente. Temos um conjunto de pautas para tocar juntos”, concluiu. 

Com o cenário nacional político cheio de incertezas, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM), tem dado indícios de articulações com a base aliada e até mesmo com partidos de esquerda, para uma possível sucessão em eleição indireta, caso Michel Temer deixe o Planalto. Informações de bastidores apontam para uma tentativa de aproximação de Maia com partidos de oposição, inclusive buscando um diálogo mais aberto com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Na manhã desta sexta-feira (2), após participar de uma reunião no Palácio do Campo das Princesas, o senador Armando Monteiro (PTB) comentou as primeiras articulações de Rodrigo Maia. Para Armando, ainda não há clareza sobre o que o presidente da Câmara pretende. "O fato dele se movimentar já é uma indicação de que acha o seu governo frágil", declarou o senador.

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De acordo com Armando, principal nome da oposição para disputar o Governo de Pernambuco em 2018, as informações que circulam nos bastidores é que essa aproximação com a esquerda culmine possivelmente com a indicação de Maia para suceder o atual presidente do Brasil.

"Eu acho que não há clareza sobre a preferência por nomes, o presidente da Câmara, a meu ver, vem fazer uma articulação precipitada que vai dando indicações de fragilidade do governo", disparou. 

O senador pernambucano também entende que no momento de instabilidade política é preciso pensar numa saída que respeite rigorosamente a Constituição e permita o fim da crise no país. "Para mim, o desfecho desse momento é a substituição do atual presidente e existem vários caminhos para isso. A partir daí podemos construir um entendimento dessa eleição indireta", concluiu.

Liderados pelo PSB, que até a semana passada fazia parte da base do governo Michel Temer, presidentes de seis partidos de esquerda vão se reunir segunda-feira (29), no Senado, para criar um Comitê Pró-Eleições Diretas. Além do PSB, confirmaram presença dirigentes do PT, PC do B, PSOL, Rede e Podemos (antigo PTN).

O autor da convocação é o senador João Capiberibe (PSB-AP), que foi designado pelo presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira, para articular a criação do comitê.

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A ideia, segundo ele, é criar uma grande frente nacional, incluindo partidos políticos, movimentos sociais, entidades da sociedade organizada e, depois, personalidades das áreas política, artística e acadêmica. "O objetivo é criar um movimento amplo sob uma bandeira única de diretas já", disse Capiberibe.

Na segunda-feira, 22, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em reuniões com governadores, parlamentares e dirigentes do partido, pediu que o PT procurasse outras siglas para ampliar o leque de partidos e movimentos favoráveis às diretas.

Segundo fontes petistas, o partido não quer tomar frente nas articulações para não afugentar outros partidos, principalmente o PSOL, que rejeita o "hegemonismo" petista. Lideranças de partidos de direita, como o senador Ronaldo Caiado (DEM-GO), também foram procurados. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Após a vitória de seu candidato Roberto Cláudio (PDT) à prefeitura de Fortaleza, o ex-governador do Ceará Ciro Gomes (PDT) afirmou que a saída para a esquerda é se juntar a forças de centro. Ciro prevê que a criação de uma "frente de esquerda" no Brasil, cogitada por algumas lideranças políticas, não é viável. Para ele, o País "não cabe na esquerda". "O Brasil precisa de um projeto nacional de desenvolvimento, com começo, meio e fim, e que, audaciosamente, busque construir um grande entendimento entre quem produz e trabalha. Este é o projeto que estou montando", disse. Segundo ele, o mais viável é a união de políticos de "centro-esquerda".

Ciro adiantou cálculos de seu terceiro projeto como presidenciável. O ex-ministro dos governos Luiz Inácio Lula da Silva e Itamar Franco não prevê, por exemplo, o apoio do PT à sua campanha no primeiro turno das eleições de 2018.

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"Acho que não acontecerá no primeiro turno esse ajuntamento", afirmou Ciro em entrevista ao Broadcast Político, serviço de notícia em tempo real da Agência Estado. "É a natureza do escorpião. A natureza do PT é essa", disse, em referência à fábula de Esopo sobre a rã e o escorpião. Segundo o ex-ministro, Lula já disse, nos bastidores, que poderá apoiá-lo, mas ele não acredita. "Ele me disse isso antes da Dilma também. O candidato é você. O tempo todo. E eu dizendo: você não tem como bancar isso".

O ex-governador do Ceará acredita que somente em um eventual segundo turno o partido do ex-presidente Lula poderia vir a apoiá-lo. Para Ciro, há um "lado bom" nisso. "Vou tentar apresentar um projeto. E quero ver se comovo a opinião com esse projeto", diz. No primeiro turno, o pedetista acredita que o PT tem nomes para lançar, como o prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, e o ex-ministro Jacques Wagner.

Na avaliação de Ciro, Lula não deve se candidatar novamente. "A melhor hipótese seria ele ganhar e não conseguir governar e prorrogar essa crise", afirmou o ex-ministro, que foi candidato a presidente em 1998 e 2002. "Tem horas que você tem de entender que seu papel é dar passagem generosamente, recuperar seu justo nome na história, desmobilizar esses ódios e tentar com alguma generosidade dar passagem".

Candidatos

Ciro prevê que o pleito de 2018 terá um quadro semelhante ao de 1989, primeiras eleições diretas para presidente após a ditadura militar. Segundo ele, a disputa deverá ter de cinco a seis candidatos competitivos. "O (Geraldo) Alckmin, se quiser, será candidato", afirma o pedetista, em referência ao governador de São Paulo, considerado o grande vitorioso do último pleito municipal por eleger João Doria (PSDB) prefeito de São Paulo no primeiro turno.

Na visão dele, o PMDB deverá lançar ou o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, atualmente filiado ao PSD, ou o próprio presidente Michel Temer, caso haja alguma melhoria na economia brasileira. Os outros três candidatos seriam ele, a ex-senadora Marina Silva, que tem o "recall" das últimas duas eleições presidenciais, e o deputado federal Jair Bolsonaro (PSC). "De 10% para cima, todos. Com 30%, nenhum", afirma.

A direita foi a grande vencedora da eleição municipal de 2016. Dos 5.482 prefeitos que ganharam no primeiro turno, partidos de direita elegeram 3.292; no segundo turno, foram 28 prefeitos em 57 cidades.

Nas capitais, 16 candidatos se elegeram com propostas consideradas conservadoras.

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O resultado se deve, principalmente, ao desempenho do PSDB e do PMDB. Foram eleitos 1.039 peemedebistas e 805 tucanos. Juntas, as siglas elegeram 33,5% do total de prefeitos no País. Outros três partidos alinhados à direita obtiveram resultados expressivos nas urnas: PSD (538), PP (492) e DEM (264). 30 partidos concorreram em 2016.

Ao mesmo tempo, houve enfraquecimento da esquerda, sobretudo do PT. Nas 19 capitais em que concorreram, petistas chegaram ao segundo turno em sete, mas perderam em todas. Ao todo, elegeu 254 prefeitos e apenas um em capital (Marcus Alexandre, em Rio Branco, no primeiro turno).

O PSOL teve crescimento tímido em relação a 2012. Chegou ao segundo turno em três cidades, uma a mais do que há quatro anos, mas elegeu apenas dois prefeitos, ambos em cidades do interior do Rio Grande do Norte. O PCdoB, por sua vez, elegeu apenas 80 prefeitos, o que corresponde a apenas 1,45% dos municípios.

A aprovação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 241/2016 – mais conhecida como a PEC do Teto – contou com o apoio de deputados federais aliados do PT. Um deles é o vice-líder da minoria, Silvio Costa (PTdoB), que votou a favor do texto. A postura do pernambucano tem sido observada por petistas como incoerente já que o parlamentar foi um dos defensores ferrenhos do mandato da ex-presidente Dilma Rousseff (PT). O deputado, entretanto, não considerou ter ido de encontro aos interesses do país com o alinhamento e ponderou que não fará o mesmo papel executado pelos partidos da atual bancada governista quando Dilma ainda estava no poder: “o do quanto pior melhor”. 

“Fui profundamente coerente. Não é verdade que este projeto tira direito dos trabalhadores. Agora reconheço que os servidores públicos federais perderam os direitos. Mas era aquela escolha: ou você ficava com os 2,2 milhões de servidores federais ou com os 204 milhões de brasileiros que não tem este privilégio, estão desempregados por causa da situação econômica do país e não conseguem manter as suas famílias”, justificou em conversa como Portal LeiaJá. Silvio Costa explicou que os salários da categoria serão corrigidos pela inflação ao longo de 20 anos, podendo ser revistos em 10 anos, dependendo do momento da economia brasileira.

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Sob a ótica dele, o que a política nacional necessita hoje é uma reavaliação da postura dos partidos de esquerda. “A esquerda perdeu a oportunidade de se reciclar e abrir um novo diálogo com a população. Cheguei a me reunir com deputados da nossa base para dizer que deveríamos votar a favor e mostrar a atual bancada governista que, diferente de vocês, nós temos responsabilidade. É preciso que a esquerda brasileira reveja alguns valores. É preciso acabar com este corporativismo”, salientou, garantindo ter dormido tranquilo após o voto dessa segunda-feira (10). “Afinal de contas, o que é ser de esquerda no Brasil? É defender a democracia? Eu defendo. É defender o estado de bem-estar social? Eu defendo. É  defender as políticas de inclusão social implantadas pelos governos dos presidentes Lula e Dilma? Eu defendo”, emendou.

Para o pernambucano, o estabelecimento de um teto para os gastos públicos com base na inflação do ano anterior já deveria ter sido implantado desde quando a petista governava o país. “Lula sempre quis colocar [Henrique] Meireles como ministro de Dilma, não conseguiu. O [Antônio] Paloci sempre pensou em uma proposta neste molde, mas lamentavelmente não conseguíamos construir apoio no Congresso. Em função disso, não houve um projeto semelhante já no governo Dilma. Não tínhamos força congressual”, salientou Silvio Costa, que acusa PSDB, PMDB e DEM de teremtrabalhado de acordo com o interesse deles pelo poder e não pela população. 

Silvio Costa também deixou claro que se mantém contrário ao governo do presidente Michel Temer. “Vou fazer oposição, não gosto deste governo, é um governo golpista, não respeito este governo porque violou a constituição, mas tenho responsabilidade com o meu país”, frisou.  Em textos divulgados antes da votação, Silvio Costa também desmistificou a tese de que a saúde e a educação seriam prejudicadas com a PEC. 

Líder do PT no Senado, Humberto Costa afirmou, nesta quarta-feira (7), que a atuação dos partidos de esquerda no Congresso Nacional a partir de agora, com a destituição do mandato da ex-presidente Dilma Rousseff (PT), será unificada. De acordo com o petista, que participou da manifestação que uniu o Grito dos Excluídos e o “Fora Temer” no Recife, os argumentos dos parlamentares serão norteados pela proposta de novas eleições gerais e a manutenção dos direitos dos trabalhadores.

“Estamos discutindo com os partidos de esquerda sobre uma bandeira que nos unifique e hoje isso pode ser a pauta das eleições gerais. Acredito que esse governo não aguenta uma grande campanha de mobilização do povo, para que tenham condição de votar e escolher livremente o presidente, seus governantes”, salientou.  “Outra questão também relevante é que esse movimento [de unificação] significa uma resistência a uma possibilidade de perda de direitos que foram duramente conquistados nos últimos anos. Vamos impedir que passem essas propostas de reformas trabalhistas, de uma reforma da previdência que venha a prejudicar os mais pobres”, acrescentou.

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O deputado federal Silvio Costa (PTdoB) corroborou a postura do petista e garantiu que não votará as pautas do governo do presidente Michel Temer (PMDB). “Lamentavelmente parte da elite paulista e nordestina consolidou o golpe parlamentar... Garanto, não vou votar nenhum projeto do governo Temer, nenhum. Ele não tem legitimidade. Sei que o Brasil precisa de reformas, mas só existe reforma se existir democracia. Eles rasgaram a constituição”, cravou o parlamentar, também presente no ato da capital pernambucana.

“Dilma vai ajudar o país”                        

Com a saída do Palácio da Alvorada, residência oficial da presidência, há uma expectativa diante do papel que a petista terá a partir de agora. Segundo o líder do PT no Senado, a ex-presidente “vai ajudar o país”. “Dilma é uma liderança importante e deve assumir um papel de protagonismo. O partido deverá conversar com ela no sentido de como vai ajudar o Brasil”, afirmou.

Humberto disse ainda que estão com a fase de campanha eleitoral entrando na reta final, já que o pleito será no dia 2, e a expectativa do PT é de que seja organizado um ato para endossar o palanque do candidato a prefeito do Recife, João Paulo (PT), com a possível presença dela e do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Já passava da meia-noite quando o deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ) sentou-se pela primeira vez na confortável cadeira que foi de Eduardo Cunha (PMDB-RJ) no centro da Mesa Diretora no plenário da Câmara.

Depois de se emocionar e chorar ao citar o pai no discurso da vitória (o ex-prefeito do Rio de Janeiro, César Maia), o novo presidente da Câmara fez questão de ressaltar a importância do apoio dos líderes da "esquerda" ao seu nome.

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No começo da fala, fez até uma revelação inusitada. "Quero agradecer duas pessoas que acreditaram nesse projeto desde o inicio. Foram eles que estiveram na minha casa há 40 dias e inventaram isso que era uma loucura; os deputados Carlos Sampaio (PSDB-SP) e Orlando Silva, meu grande amigo", disse.

Maia terminou o discurso dizendo que vai "governar com simplicidade, dialogar com a maioria e a minoria e pacificar a Casa". Em seguida, concedeu uma entrevista coletiva na qual voltou a exaltar os aliados da esquerda. "Sem a esquerda não venceríamos essa eleição".

O deputado minimizou a celebração com gritos contra Eduardo Cunha feita no plenário após a votação. "Ajudei a eleger Cunha contra um candidato do PT. No plenário talvez ele tenha sido o melhor presidente que tivemos. Teve méritos. Não sou daqueles que só pisa"

Maia também prometeu "voltar ao debate" sobre a reforma política e disse que está disposto a votar uma agenda negativa. "Os deputados estão eleitos não apenas para ser aplaudidos. Estamos aqui para votar o que pode ser impopular".

O novo dirigente da Câmara, por fim, garantiu que não houve acordo com oposição para pautar temas contra o governo. E concluiu prometendo que votará a cassação de Cunha quando houver quórum. "Votação da cessação do Cunha, para ser legítima, precisa de um quórum elevado", disse.

Com o debate contra o impeachment surgindo entre diversos setores da sociedade, o líder do governo no Senado, Humberto Costa (PT), defendeu que a presidente Dilma Rousseff (PT) invista no diálogo com os movimentos sociais, a juventude e as mulheres brasileiras depois que o processo em tramitação na Câmara dos Deputados for arquivado. Na avaliação do senador, se o povo permanecer antagônico ao que ele chama de “golpe contra a democracia", o impeachment não passará na Câmara.

“Temos de ter coragem e perseverança para continuarmos na luta. A presidente tem plena consciência de que, depois de todo esse processo, deve fazer amplo chamamento ao diálogo, incluindo a classe média e os empresários. Vamos apresentar uma proposta mínima de ações para fazer o Brasil crescer e gerar empregos, sem perseguir ninguém. O objetivo é tentar trazer todos, sem exceção, para esse diálogo”, afirmou. 

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O senador ressaltou a importância da participação do ex-presidente Lula para ajudar o governo da presidenta Dilma a retomar completamente as conversas e o apoio das bases sociais e no Legislativo - a partir de bastante diálogo e propostas concretas a fim de se alterar o rumo das políticas. 

“As mudanças serão feitas com a liderança dessas duas grandes figuras da política brasileira. Temos condições de superar esse impasse cumprindo a lei, respeitando a democracia e seguindo a Constituição Federal. Tenho certeza que o Brasil vai retomar o seu rumo de crescimento”, disse.

No discurso, o parlamentar também contestou a ideia aventada por parte da oposição e setores da imprensa da renúncia de Dilma. Segundo ele, a sociedade já reconhece que nem o impedimento nem a renúncia da presidenta resolveriam os problemas do país.

“O impeachment subiu no telhado. Dificilmente vai se consolidar. Ora, por que insistem agora que uma presidenta eleita democraticamente renuncie junto com o vice para termos eleições gerais? Defendem que o governo não tem mais condições de governar, que não tem legitimidade. E existe legitimidade para esse Congresso Nacional aqui? Existe respeitabilidade para a Câmara?”, questionou.

Humberto acredita ser impossível que haja eleições para presidente da República e vice sem a mudança da atual legislatura do Congresso Nacional. "Como é possível isso existir? A ideia da eleição é falha. Teríamos que ter, então, eleição geral”, comentou.

O líder do governo também falou sobre o clima político hostil contra a presidente. Segundo ele, nem Jesus Cristo governaria com essa agressividade, essa campanha de parte da mídia e com o boicote de agentes econômicos a ações do governo. “Ninguém consegue governar com o clima que existe no país. Na verdade, a saída para a crise é os derrotados e contrários à política do Governo deixar a presidenta governar”, afirmou.

As declarações do Papa Francisco em sua passagem pela América do Sul foram elogiadas nesta quarta-feira (15) pelo líder do PT no Senado, Humberto Costa. Para o petista, a postura do líder católico tem um forte viés social e vem ao encontro das esquerdas latino-americanas, que se sentiram encorajadas pelas palavras do Pontífice.

Costa lembrou que os governos de esquerda do continente tiveram diversas políticas elogiadas nos discursos de Francisco, que demonstrou estar de mãos dadas com a inclusão dos mais pobres, com o diálogo permanente e contra a intolerância e o consumismo. “Disse ele, com toda a razão, que os pobres são a dívida que a América Latina tem. De fato, a luta pela inclusão no nosso continente é algo que só foi verdadeiramente assumido quando governos de esquerda, compromissados com as causas sociais, chegaram ao poder nesses países”, destacou.

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Na visão do parlamentar, a própria escolha do roteiro feita pelo Santo Padre, passando por Equador, Bolívia e Paraguai, já foi revestida de uma enorme simbologia política, tendo em conta o quadro de pobreza, desigualdade social, espoliação dos povos indígenas pelas elites brancas e dos sanguinários regimes autoritários que marca a história desses países. “O Papa reconheceu - num gesto de imensa significação, que incomodou muitas forças reacionárias - os esforços feitos pelos presidentes do Equador, Rafael Correia, e da Bolívia, Evo Morales, em favor do desenvolvimento inclusivo nos países que governam”, afirmou. 

Segundo Humberto Costa, o Papa Francisco fez críticas pontuais e necessárias sobre a desigualdade econômica. “Não foram poucos os que receberam com imenso desconforto as suas palavras, incomodados pelas críticas elegantes, mas extremamente afiadas do Pontífice a um modelo de que muitos ricos se locupletam em prejuízo dos mais pobres”, frisou.

Outro assunto lembrado pelo parlamentar foi a condenação feita por Francisco à idolatria ao capital e ao fato de o dinheiro dirigir as opções dos seres humanos. O senador acredita que a avidez pelo dinheiro tutela todo o sistema socioeconômico e, como diz o Papa, “arruína a sociedade, condena o homem, transforma-o em escravo, destrói a fraternidade inter-humana, coloca povo contra povo e, como vemos, até põe em risco esta nossa casa comum”.

Humberto Costa também aproveitou o pronunciamento para enaltecer o ex-presidente Lula e comentar os avanços do país. “Quantos ainda não lamentam, neste país, não poderem mais dispor de empregados domésticos em regime praticamente de semiescravidão. Quantos não foram os que reclamaram, com toda a carga de racismo e preconceito, que os aeroportos tinham virado rodoviárias, em razão do espetacular acesso a que os mais pobres tiveram às viagens de avião?”, disparou. 

Respondendo de forma indireta às críticas da oposição, o petista disse que as ideias do Papa são infinitamente mais avançadas e iluminadas do que muitas das que circulam hoje no Brasil, principalmente no que diz respeito à regulação econômica dos meios de comunicação e as sugestões de mudança no setor que “se propõem a acabar com esse monopólio nefasto e carcomido, usado escandalosamente para a defesa de interesses de grupos políticos e econômicos”, pontuou, pedindo as pessoas uma reflexão sobre as palavras de Francisco, considerado por ele um grande líder espiritual e político.

 

Com a justificativa de se unirem contra o conservadorismo, o “Grupo Brasil” formado por dirigentes dos partidos do PT, PSOL e PCdoB e das centrais sindicais pretende fortalecer os partidos de esquerda no País. Instalada no último sábado, a equipe terá a primeira reunião no próximo dia 25 de julho na capital paulista.

Segundo o secretário Nacional de Comunicação do PT, José Américo Dias, a “aglutinação de forças” torna o Grupo Brasil uma iniciativa importante para a história do país. “A ideia é fazer defesa de teses em comum e lutar pelo o que une os partidos”, esclareceu.

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À frente pretende proteger também as conquistas sociais importantes e algumas bandeiras que são comuns a todos. No entanto, o secretário afirma que não há qualquer viés eleitoral ou partidário no Grupo Brasil.

Para o primeiro encontro marcado para julho, a política econômica será o tema principal, mas entrarão na pauta ainda os setores críticos da economia. No mesmo dia serão elaboradas as diretrizes do grupo.

De acordo com informações divulgadas no site oficial do PT, a iniciativa partiu de movimentos sociais e sindicatos, e revela a preocupação das forças sociais e dos partidos, que mesmo com posições políticas diferentes, se uniram em torno da ideia de defesa de conquistas sociais, reformas sociais e defesa da democracia. “Há uma escalada conservadora na política brasileira e uma ameaça por parte da direita às conquistas sociais e políticas importantes, por isso precisamos defender os pontos de vistas comuns, o direito de livre expressão sexual, direito das minorias e acabar com os ataques racistas”, ressaltou Américo Dias.

Além da reunião do próximo mês o grupo também denominado de “Frente da Coalizão de Esquerda” realizará uma conferência nacional nos dias 5 e 6 de setembro, com a presença esperada do ex-presidente Lula (PT).

Nos últimos 25 anos o Partido Socialista Brasileiro (PSB) foi marcado por mudanças de lideranças e ideologias. Este ano, a agremiação está prestes a protagonizar mais uma modificação estrutural e pragmática com a fusão (ou incorporação) ao Partido Popular Socialista (PPS). O “novo PSB”, como vem sendo denominado por alguns líderes, deve estar oficializado em setembro, no entanto, até lá muitas águas devem rolar sob a ponte PSB-PPS. Entre elas, as marcas históricas da legenda socialista que integram uma “metamorfose ambulante” de ideologias, aliados, ascensão e queda.

Criado para seguir uma linha política à esquerda e com uma carga mais acadêmica, a primeira grande mudança da legenda desde a redemocratização veio a partir de 1990, com o ingresso do ex-governador de Pernambuco, Miguel Arraes. Ele atraiu consigo uma carga de ideais políticos mais populares, quebrando o retrato elitizado da sigla. “Com a chegada dele que o partido começou a escrever a formação da sua base, Arraes foi o encontro do PSB diretamente com o povo. Foi nessa época que o partido criou os segmentos sociais e populares”, lembrou o presidente do PSB estadual de Pernambuco, Sileno Guedes, em entrevista ao Portal LeiaJá

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Sob a presidência nacional de Arraes (1993 a 2005) o PSB, apesar de pequeno, tinha uma identidade mais definida e no hall de aliados estavam apenas legendas como o PT, PCdoB e PDT. O quadro começou a mudar em 2005, quando o ex-governador Eduardo Campos passou a comandar a agremiação. Naquele ano foi autorizada a adesão dos socialistas aos palanques do PSDB e PMDB, principais aliados da legenda atualmente. 

De acordo com uma fonte socialista com influência durante o comando de Arraes e Campos, o PSB registrou nos últimos anos um crescimento mais amplo e uniformizado em todo o país, entretanto ficou descaracterizado. “O partido se tornou o quarto maior do Brasil, mas ficou com uma menor identidade de esquerda e passou a ser mais centro-esquerda. Esse foi o preço do crescimento”, observou em reserva, à reportagem do Portal.

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Com a abertura, a legenda passou a se portar com mais flexibilidade, abandonando algumas teses de esquerda. “Com a liderança de Arraes, por exemplo, dificilmente a bancada do PSB votaria a favor do Projeto de Lei 4330, que regulamenta a terceirização no Brasil”, contextualizou a fonte. 

Para conquistar a colocação de quarta maior sigla, o PSB precisou alçar voos mais ousados. O primeiro aconteceu com o lançamento da candidatura de Antony Garotinho à presidência da República em 2002. Já o segundo, foi justamente protagonizado por Campos ao desembarcar da base aliada do PT, em 2013, e se lançar na disputa pelo Palácio do Planalto contra a afilhada política do ex-presidente Lula (PT), a presidente Dilma Rousseff (PT). 

A alternativa foi sem sucesso, com a morte do pernambucano em agosto do ano passado. Episódio que também acarretou o início de uma queda do partido e uma nova reorganização interna. A presidência da legenda, por exemplo, passou a ser ocupada pelo também pernambucano Carlos Siqueira. A escolha, segundo Sileno Guedes, foi na expectativa de que sejam forjados, sob a liderança de Siqueira, novos protagonistas nacionais como Campos. "A escolha de Siqueira foi para o amadurecimento de outros quadros, para que se possam inaugurar novas lideranças. Eles (Paulo Câmara, Rodrigo Rollemberg, Geraldo Julio e Beto Albuquerque) podem se firmar como lideranças, apesar das incertezas, e colocar o partido para frente", observou. 

Carlos Siqueira é quem tem conduzido o processo de fusão junto ao PPS. A mudança é vista, por alguns, como uma forma de recuperar forças e o protagonismo. “Nosso compromisso é com o Brasil, que está numa situação grave. A fusão vai agregar força política capaz de oferecer uma alternativa diferente, de esquerda e democrática. Talvez os grandes partidos não tenham tantos bons nomes para lançar candidatos como nós temos”, salientou o dirigente.

O posicionamento, no entanto, não é unanime já que o processo não é tão positivo para muitos diretórios, inclusive, o de Pernambuco. “É uma posição que pode avançar e vá recebendo argumentos ou até mesmo ser modificada, mas agora o nosso sentimento é de muita preocupação em garantir a identidade do partido e a capilaridade que o partido tem hoje no país inteiro”, destrinchou Sileno Guedes. 

Ao que se aparenta, o posicionamento do dirigente pernambucano seria possivelmente acompanhado por Miguel Arraes, caso tivesse vivo. “Não creio que Arraes fosse discutir uma fusão com o PPS, este assunto já foi tratado e ele esteve contra. Isto porque na visão dele, o PPS havia nascido para ser um braço do PSDB e de lá para cá ele continua com o mesmo perfil”, afirmou reservadamente uma fonte pessebista.

A decisão concreta sobre a fusão entre o PPS e o PSB só será consolidada em junho, durante o Congresso Nacional das duas legendas. Até lá estão agendadas diversas reuniões para definirem o espaço de cada agremiação no novo contexto político. 

 

 

Eduardo Galeano, falecido nesta segunda-feira aos 74 anos de idade em Montevidéu, era um jornalista, cronista e escritor uruguaio, um contador de histórias que se tornou referência intelectual para a esquerda com sua obra "As Veias Abertas da América Latina".

Eduardo Hughes Galeano nasceu em 3 de setembro de 1940 em Montevidéu, tendo adotado o nome materno para assinar seus textos.

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Ensaísta comprometido com as causas da esquerda, explorou em suas obras as profundidades e os contrastes da América Latina.

"As Veias Abertas da América Latina" é a sua obra mais emblemática, na qual denunciou, em 1971, a opressão e amargura do continente em meio às ditaduras em toda a região. Traduzido para mais de 20 idiomas, o livro tenta - de acordo com as palavras do próprio Galeano - "explorar a história para impulsionar a fazê-la".

Esse livro foi o presente dado pelo já falecido presidente da Venezuela Hugo Chávez ao presidente americano Barack Obama na Cúpula das Américas de 2009, em Trinidad Tobago, um gesto que voltou a estimular as vendas da obra.

Mas, com uma amostra de autocrítica pouco comum, Galeano comentou há um ano numa coletiva de imprensa em Brasília que "não seria capaz de lê-lo novamente. Cairia dormindo. Para mim, essa prosa da esquerda tradicional é chatíssima. Meu físico não aguenta mais. Teria que ser internado no hospital".

O escritor, cuja educação formal não passou do primeiro ano do Ensino Médio, afirmou ter aprendido a arte de contar histórias nos antigos cafés de Montevidéu, dos quais era um cliente assíduo.

"Eu tive a sorte de conhecer Scheherazade; não aprendi a arte de contar histórias nos palácios de Bagdá, minhas universidades foram os antigos cafés de Montevidéu; os contadores de histórias anônimos me ensinaram o que eu sei", disse o autor em outubro de 2009, em Madri.

"Nos cafés descobri que o passado estava presente e que a memória poderia ser contada de forma a deixar de ser ontem para tornar-se agora", acrescentou o mágico das palavras, que cativou com suas letras e sua voz.

Galeano começou sua carreira de jornalista aos 14 anos, quando publicou sua primeira caricatura no jornal El Sol, do Partido Socialista do Uruguai, sob a assinatura de "Gius", onomatopeia irônica de seu sobrenome de origem galesa.

Entre 1961 e 1964 ele foi editor da prestigiada revista Marcha, dirigida por Carlos Quijano e que era reduto de intelectuais latino-americanos, para qual também escrevia Mario Benedetti. Em seguida, foi diretor do jornal independente de esquerda Época (1964-1966).

O romance "Los días seguientes" (1963) e o livro de contos "Los fantasmas de los días del león y otros relatos" (1967) revelaram a sua veia literária entre cenários de Montevidéu, conflitos existenciais e atmosferas sutis.

"Vagamundo" (1973) e "La canción de nosotros" (1975, que lhe rendeu o prêmio Casa das Américas) confirmaram suas habilidades como narrador, misturando uma história social com mitos e lendas, ficção e testemunhos.

Com a instauração da ditadura em 1973 no Uruguai, que durou 12 anos, Galeano, vinculado a correntes marxistas, exilou-se na Argentina, onde fundou e dirigiu a revista literária Crisis.

Dois anos mais tarde mudou-se para Espanha, Calella (norte de Barcelona), onde escreveu para publicações deste país e colaborou com meios de comunicação na Alemanha e no México.

Na espetacular trilogia "Memória do fogo" (I - Os nascimentos, 1982, II - As caras e as máscaras, 1984, e III - O século do vento, 1986), Galeano revive o passado indigenista latino-americano, onde a história passada e o presente se entrelaçam, em relatos breves de uma potência sem par.

Com o retorno à democracia em 1985, Galeano regressou ao Uruguai, onde residiu desde então e manteve uma prolífica produção.

Em 1989 editou "O livro dos abraços", que o próprio autor definiu como "um livro sobre os vínculos com os demais".

Seguiram coleções de crônicas e artigos, e até mesmo um livro sobre o futebol, esporte que era fanático: "O Futebol ao Sol e à Sombra" (1995).

Fiel a sua política, continuou a publicar histórias de povos indígenas, da luta pelos recursos naturais e questionamentos sobre a guerra no Iraque, os Estados Unidos, os grandes bancos ou multinacionais internacionais.

Ganhou o Prêmio Casa das Americas duas vezes (em 1975 e 1978) e sua trilogia "Memória do fogo" recebeu o American Book Award de 1989, uma distinção atribuída pela Universidade de Washington.

Em 2010, recebeu o prêmio sueco Stig-Dagerman por "sua escrita que apoia inabalavelmente todos aqueles que são marginalizados e condenados".

A direção do PT do Recife divulgou uma resolução política que vai orientar o partido até as eleições municipais em 2016. No texto, a legenda declara que fará oposição ao prefeito Geraldo Julio (PSB) e vai retomar o diálogo com os movimentos sociais da cidade. As medidas, de acordo com a resolução, servirão para realinhar o PT às suas origens. Essa resolução política deve orientar o posicionamento de todos os seus dirigentes, parlamentares, militantes e filiados.

Na resolução, aprovada em reunião no último sábado (31), os petistas fazem uma avaliação do governo de Geraldo Julio e apontam a atual administração como "conservadora". "O perfil conservador da atual gestão, revelado de forma mais clara no segundo turno das eleições de 2014, tem se evidenciado no conjunto de ações que representam uma tentativa de desmonte das políticas públicas construídas ao longo de 12 anos de governos petistas", diz. 

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Veja o texto na íntegra:

RESOLUÇÃO POLÍTICA DO DIRETÓRIO MUNICIPAL DO RECIFE

Reunido no Sinttel – Sindicato dos trabalhadores em Telecomunicações de Pernambuco, o Diretório Municipal do Partido dos Trabalhadores em Recife, aprovou por ampla maioria uma resolução que deverá orientar sua ação política neste próximo período.

Este Diretório reconhece os desafios que estão colocados para o governo Dilma, tanto pela conjuntura mundial quanto pelas forças de oposição no país e se coloca na sua defesa, de forma intransigente e nas lutas pelas Reformas Política e das Comunicações, importantes passos para que o país possa retomar seu desenvolvimento em novas bases políticas. 

O debate central desse Diretório tem como foco a cidade do Recife e as condições de vida do seu povo. É fundamental reatar os laços com os movimentos sociais no Recife é estar presente em suas lutas travadas na cidade.

O perfil conservador da atual gestão, revelado de forma mais clara no segundo turno das eleições de 2014, tem se evidenciado no conjunto de ações que representam uma tentativa de desmonte das políticas públicas construídas ao longo de 12 anos de governos petistas. 

Para atuar dentro desse contexto e considerando o caráter conservador do projeto político implementado na Prefeitura do Recife, que representa um conjunto de ataques à classe trabalhadora, este Diretório delibera que, no município, o PT vai fazer OPOSIÇÃO ao Governo Geraldo Júlio/PSB, dialogando com a decisão já tomada no Diretório Estadual. Essa resolução política deve orientar o posicionamento de todos os seus dirigentes, parlamentares, militantes é filiados.

Essas tarefas devem ser planejadas e realizadas, considerando a conjuntura, tanto no âmbito estadual, quanto nacional e até internacional, com as quais devem interagir. 

Nesse sentido, propomos:

• Organizar o debate político interna e externamente, de forma ampla e generosa;

• Disputar o imaginário da população e atrair militantes sociais, na perspectiva da construção de uma sociedade mais igualitária e mais justa;

• Criar as condições para intervir, enquanto partido, na conjuntura eleitoral em 2016;

• Se reaproximar daqueles que ajudaram a reeleger Dilma no segundo turno, na perspectiva de voltar a se constituir um relevante ator coletivo, propor uma agenda que unifique os partidos de esquerda, Movimentos Sociais, Juventude, Sindicais, Academia e Movimentos Populares.

Esse reposicionamento do PT Recife deve ter como orientação política o seguinte Plano de Lutas:

• Mobilizar os setores ligados à luta pela moradia, para pressionar pela retomada da política habitacional do governo Municipal, bem como a retomada da construção dos habitacionais não concluídos nas gestões petistas;

• Cobrar da PCR ações para melhorar a questão da mobilidade urbana, que passa pela conclusão da Via Mangue, retomar a construção dos corredores de transportes e de ciclovias.

• Retomar as ações de valorização da cultura do Recife, Multicultural, descentralizado e participativo. 

• Por um desenvolvimento e planejamento urbano que resgate o grau de pertencimento da população por sua cidade.

• Por uma política efetiva de participação popular, tendo como referência o programa do Orçamento Participativo.

• Por melhorias na qualidade da educação e cumprimento das Metas do PNE;

• Reafirmar a importância do SUS e retomar importantes políticas públicas como o Programa de Saúde da Família. Este Diretório também se posiciona contrário ao modelo de privatização da saúde pública, implantado pela atual gestão.

• Pelos Direitos Humanos; ( Igualdade Racial, Gênero, LGBT é Juventude)

• Pelo resgate de uma política efetiva de Esporte e Lazer.

• Pela valorização e respeito aos trabalhadores da Prefeitura, nas diversas áreas do governo.

Defender nossos sonhos de uma sociedade mais justa e igualitária, de uma cidade ambientalmente sustentável e socialmente mais justa, em respeito à natureza, em respeitos às pessoas que lhe emprestam sua alma e alegria, dando ao Recife toda uma identidade. 

Essa é nossa utopia. Essa é nossa luta. 

Recife, 31 de janeiro de 2015.

Cerca de 40 líderes de movimentos sociais, centrais sindicais e partidos como PT, PSOL, PC do B e PSTU começaram a articular a criação de uma frente nacional de esquerda e já preparam uma série de atos e manifestações para 2015. O objetivo dessa mobilização é o de se contrapor ao avanço de grupos conservadores e de direita não só nas ruas, mas no Congresso e no governo federal.

A primeira reunião do grupo ocorreu na semana passada, em um salão no Largo São Francisco, no centro de São Paulo. Participaram lideranças do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), Central de Movimentos Populares (CMP), Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), Levante Popular da Juventude, Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST), Via Campesina, Central Única dos Trabalhadores (CUT), Consulta Popular, Intersindical e Conlutas, além de representantes dos quatro partidos e integrantes de pastorais sociais católicas.

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A iniciativa partiu de Guilherme Boulos, do MTST, que no sábado havia feito elogios ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva na inauguração de um conjunto habitacional gerido pelo movimento, na Grande São Paulo. Dias depois, Lula, que é cotado para disputar o Palácio do Planalto em 2018, divulgou vídeo no qual diz que é preciso "reorganizar" a relação com os movimentos e partidos de esquerda se o PT quiser "continuar governando o Brasil". Boulos não quis comentar a criação da nova frente. "Isso ainda não foi publicizado", disse.

Participantes da reunião negam que a frente tenha caráter eleitoral. Segundo eles, a frente popular de esquerda (ainda sem nome definido) vai agir em duas linhas. A primeira é atuar como contraponto ao avanço da direita nas ruas e no Congresso. Após os protestos contra a reeleição da presidente Dilma Rousseff, esses grupos também preparam maior articulação.

A segunda é buscar espaço dentro do governo Dilma para projetos que estejam em sintonia com a agenda da esquerda, como reforma agrária e regulação da mídia. "Vamos fazer a disputa dentro do governo", disse Raimundo Bonfim, da CMP. Os movimentos que participaram da reunião preparam um cronograma de manifestações que começa com atos pela convocação de uma constituinte exclusiva para a reforma política na posse de Dilma, no dia 1.º.

Em 1º de fevereiro, quando tem início a nova legislatura, um ato no Congresso vai pedir a cassação do deputado Jair Bolsonaro (PP-RJ) por quebra de decoro. "Em torno destas atividades deve se buscar uma unidade. O primeiro semestre deve ser de muita instabilidade política", disse o deputado Renato Simões (PT-SP). Segundo ele, outra missão da frente de esquerda será enfrentar na rua o "golpismo" representado, segundo ele, por grupos que pedem o impeachment de Dilma.

A previsão de instabilidade tem base nos desdobramentos da Operação Lava Jato. No ano que vem a Procuradoria-Geral da República deve se pronunciar sobre políticos citados no caso.

Segundo o deputado Ivan Valente (PSOL-SP), que também participou da reunião, os grupos e partidos sem ligação com o governo vão cobrar apuração e punição dos desvios, mas sem estímulo à venda do patrimônio estatal. "Não vamos permitir que os escândalos sejam usados para privatizar a Petrobras."

Intelectuais de esquerda e representantes de movimentos sociais que tiveram papel decisivo na reeleição de Dilma Rousseff criaram um abaixo-assinado online no qual cobram da presidente coerência entre o discurso de campanha e as práticas de governo. Os principais alvos são a senadora Kátia Abreu (PMDB-TO), possível indicada para o Ministério da Agricultura, e o ex-secretário do Tesouro Joaquim Levy, virtual ministro da Fazenda. Com mais de 2500 adesões até a tarde desta terça-feira, o texto da petição diz que as escolhas "sinalizam uma regressão".

"Os rumores de indicação de Joaquim Levy e Kátia Abreu para o Ministério sinalizam uma regressão da agenda vitoriosa nas urnas. Ambos são conhecidos pela solução conservadora e excludente do problema fiscal e pela defesa sistemática dos latifundiários contra o meio ambiente e os direitos de trabalhadores e comunidades indígenas", diz a petição, que também exige a participação social na escolha dos novos ministros.

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Nenhum dos dois nomes foi oficializado pelo governo federal. O anúncio dos novos ministros deve ocorrer na semana que vem. A indicação de Kátia Abreu sofre resistências do próprio PMDB, que prefere um nome ligado à bancada do partido na Câmara e contabiliza a possível nomeação da senadora na cota pessoal da presidente. "As propostas de governo foram anunciadas claramente na campanha presidencial e apontaram para a ampliação dos direitos dos trabalhadores e não para a regressão social. A sociedade civil não pode ser surpreendida depois das eleições e tem o direito de participar ativamente na definição dos rumos do governo que elegeu". Segundo o texto, no "terceiro turno" das eleições iniciado pela oposição, Dilma é acusada pela falta de diálogo com as forças que a elegeram.

"A oposição não deu tréguas depois das eleições, buscando realizar um terceiro turno em que seu programa saísse vitorioso. A presidenta eleita parece levar mais em conta as forças cujo representante derrotou do que dialogar com as forças que a elegeram", subscrevem os descontentes com as indicações feitas pela presidente.

O manifesto conta com apoio de nomes e entidades que tiveram papel importante na campanha como o teólogo Leonardo Boff, o economista Luiz Gonzaga Belluzzo, o coordenador do Movimento dos Sem Terra João Pedro Stédile e o cientista político André Singer, porta-voz da Presidência no governo Luiz Inácio Lula da Silva.

O WhatsApp lançou mais um recurso nesta quarta-feira (5). A partir de agora, os usuários vão poder identificar se a mensagem enviada foi lida pelo contato, e ainda checar a hora exata na qual o destinatário leu a mesma. 

Duas marcas cinzas significam que a mensagem foi enviada, enquanto duas marcas azuis simbolizam que ela foi lida. A mudança também é válida para grupos, onde é possível ver a hora em que cada membro leu a mensagem.

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A atualização está sendo aplicada de forma gradual para todos os sistemas que possuem o aplicativo. No iOS, ao receber a mensagem, o usuário pode ver quando ela foi lida ao deslizar o dedo para a esquerda por cima dela, enquanto no Android, basta selecionar o conteúdo e apertar o botão de informações. 

Nas redes sociais, usuários já perceberam a mudança e a reação é uma mistura de reclamações com piadas.

 

O governo federal vai fundar, no primeiro trimestre de 2014, a Universidade do Trabalhador, plataforma de ensino à distância que oferecerá cursos de qualificação profissional tendo como principal meta a "politização" dos trabalhadores. As aulas incluem "marxismo, socialismo e capitalismo", antecipou o ministro do Trabalho, Manoel Dias.

Para o representante do PDT no Ministério de Dilma Rousseff, os trabalhadores de hoje precisam de uma maior compreensão política. "Estamos vivendo um período de despolitização geral no Brasil, em todas as áreas. Os trabalhadores são peça fundamental na discussão política. Eles são os agentes que constroem com seu esforço, com seu trabalho...", explica.

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A Universidade do Trabalhador vai usar a expertise do Centro de Difusão de Tecnologia e Conhecimento, projeto sob a tutela, desde 2004, da Casa Civil, com cerca de 100 mil matrículas. A ideia, porém, é aumentar exponencialmente o atendimento na nova plataforma online de ensino, que terá capacidade técnica de atender simultaneamente até 250 mil pessoas e cerca de 1 milhão de trabalhadores por dia.

"Vai ser um negócio grandioso", garante o ministro. Discute-se, até mesmo, uma internacionalização do programa, que poderia ser acessado em países do Mercosul, como Argentina, Uruguai e Venezuela.

O primeiro convênio foi firmado com a Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), onde o catarinense Manoel Dias concluiu o curso de Direito. Segundo o professor João Arthur de Souza, do Departamento de Engenharia e Gestão do Conhecimento da UFSC, a universidade vai receber R$ 2,5 milhões pelo contrato de dois anos, dinheiro que será usado para pagar bolsas a estudantes e contratar técnicos para o projeto. A equipe responsável pela definição dos novos cursos tem 30 a 40 alunos bolsistas e profissionais de várias áreas, como Psicologia, Pedagogia, Estatística, Computação, Letras, Economia, Sociologia e Administração.

Cursos sem partido. O professor da UFSC disse que os cursos serão "apartidários", embora admita que abordarão o contexto no qual estão inseridas as tecnologias. "O trabalhador precisa entender o impacto do que ele está fazendo na sociedade." A próxima da fila será a Universidade de Brasília (UnB), que fechará convênio com o governo ainda em 2013. Mais três instituições virão em 2014.

Na visão do ministro do Trabalho, a Pasta deve passar a desempenhar, em 2014, o papel de "intermediadora" na relação entre os trabalhadores e as empresas. "Hoje o mundo mudou, há de ter mais negociação. Isso ajuda no crescimento, na geração de empregos. O trabalhador bem tratado produz mais, trabalha com mais prazer."

De acordo com o especialista José Pastore, professor de Relações do Trabalho da Faculdade de Economia e Administração (FEA) da Universidade de São Paulo (USP), a qualificação profissional é, de fato, uma questão crucial, mas ter como foco "politizar" os trabalhadores é uma medida "defasada", que não resolve o problema da baixa produtividade do mercado de trabalho brasileiro.

"Uma economia globalizada exige competência, eficiência e produtividade. Muito mais conhecimento das tecnologias e do sistema de produção do que propriamente de ciência política." Para o professor, o foco deve estar na qualidade da educação básica. Ele conta que conhece um recrutador que faz testes de ditado com candidatos a vagas para profissionais com curso superior completo porque sempre tem os que são reprovados nessa fase.

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou na noite desta sexta-feira que um partido que chega ao poder não pode cometer o erro de perder sua relação com o povo. A explícita autocrítica do PT, repetida por Lula desde que eclodiram as manifestações de junho, foi feita em discurso no 19º Encontro do Foro de São Paulo. O petista afirmou também que os partidos de esquerda da América Latina ainda fazem política "da forma antiga".

"O poder é uma coisa mágica (...) Há uma tendência de chegar ao poder e o povo que antigamente era bonito e extraordinário já não é mais", afirmou o ex-presidente. Lula criticou os partidos de esquerda europeus que, segundo ele, "estão definhando" e perderam o discurso porque ficaram semelhantes à direita. Sobre a esquerda na América Latina, afirmou que seus dirigentes foram "ficando velhos" e, agora, se perguntam 'cadê a juventude dos nossos partidos?'.

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O Foro de São Paulo reúne organizações de esquerda latino americanas e caribenhas, em sua grande maioria partidos políticos. Cerca de 1,1 mil pessoas se inscreveram para participar da 19ª reunião do Foro, que este ano ocorre em São Paulo.

Lula fez diversas críticas aos países ricos, muitos elogios ao ex-presidente da Venezuela Hugo Chávez - morto neste ano -, afirmou que o Foro foi a melhor coisa criada na América Latina, e disse que sem ele os partidos de esquerda não teriam chegada ao poder no continente. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O líder de esquerda mexicano Andres Manuel Lopez Obrador, que perdeu a eleição para a presidência no pleito de julho, disse neste domingo que ele quer criar seu próprio partido político, um passo que pode fragmentar anda mais o cenário político do país.

A decisão marca o rompimento definitivo entre Obrador, um carismático político de 58 anos que já concorreu duas vezes para presidente, e o principal partido de esquerda do México, o Partido da Revolução Democrática. "Eu vou me separar dos partidos progressistas. Nós vamos criar um novo começo", disse em uma passeata organizada na principal praça da Cidade do México, realizada para protestar contra o que ele chama de negociatas na eleição de julho.

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Obrador disse que vai usar o novo partido, chamado Movimento da Regeneração Nacional (Morena) para protestar pacificamente nas ruas contra o governo "ilegítimo" do presidente eleito Enrique Pena Nieto, que deve assumir o cargo em dezembro. O partido Morena deve ser criado oficialmente no congresso de delegados marcado para 19 e 20 de novembro.

A relação entre Lopez e o partido ficou tensa desde que ele foi para as ruas depois de perder a eleição de 2006, dizendo que ele era o presidente legítimo. A mais recente discordância entre Obrador e o seu partido veio depois que o presidente eleito Pena Nieto, do Partido Revolucionário Institucional, anulou uma frente unida de esquerda dirigida por Obrador. As informações são da Dow Jones.

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