O Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome (MDS) oficializou, na última sexta-feira (24), o Acordo de Cooperação Técnica (ACT) com o Grupo Carrefour Brasil que possibilita a capacitação e contratação de pessoas inscritas no Bolsa Família para trabalhar na empresa de varejo e atacado.
No evento do dia 24, cinco mulheres entregaram seu cartão do Bolsa Família e tiveram sua carteira de trabalho assinada. Para muitas, era a primeira vez que conseguia um trabalho formal, como é o caso de Jackeline Dutra, que conseguia se sustentar apenas com bicos.
##RECOMENDA##“O Bolsa Família ajudou muito financeiramente durante esse tempo que recebi, porque eu nunca trabalhei de carteira assinada, sempre fazia bicos de diarista”, afirma Jackeline.
O ministro do MDS, Wellington Dias, explica que a iniciativa procura melhorar a renda dos inscritos no Cadastro Único (CadÚnico) e poder passar aquela vaga para outra pessoa que também precisa do Bolsa Família. A parceira também trabalha com uma qualificação da mão de obra para aperfeiçoar sua participação no novo emprego.
O executivo do Grupo Carrefour, Stéphane Maquaire, celebrou o acordo com o Governo Federal: “Nós precisamos de mais empregados, mais colaboradores e colaboradoras, e há pessoas que precisam de um trabalho. O governo sabe disso, então assinamos hoje com o Ministério do Desenvolvimento Social um acordo de cooperação. É uma nova forma de trabalhar juntos para também apoiar o governo no combate à fome”.
A estimativa é de 10 a 20 trabalhadores adicionais por estado ao mês na empresa varejista, com acesso ao CadÚnico o grupo poderá contratar pessoas a partir de 18 anos em situações de vulnerabilidade para seguir uma carreira profissional com direitos trabalhistas garantidos. Serão priorizadas mulheres negras e outros grupos desprotegidos.
O ACT tem vigência de doze meses durante esse primeiro período e prevê ao menos 10% das vagas de emprego ofertadas pelo Carrefour destinadas aos inscritos no CadÚnico. O ministro Wellington Dias afirma que a meta do projeto é alcançar um milhão de beneficiários do Bolsa Família e colocá-los atuantes no setor privado em diferentes áreas com acordos semelhantes ao realizado com o Grupo Carrefour.
“Agora nós vamos trabalhar toda essa parte de qualificação, ter uma meta em cada estado. No Piauí a meta é alcançarmos, no primeiro momento, 35 mil pessoas que deixaram o Bolsa Família, porque têm uma renda mais elevada e, assim, em todos os estados brasileiros, até completar um milhão ou mais de famílias”, comunica o ministro.
Segundo o MDS, o presidente Lula (PT) quer que o ministério, “além de cuidar dos mais pobres, abra oportunidade pelo emprego e pelo empreendedorismo”. Para garantir a inclusão, o MDS criou uma secretaria própria para se comunicar com a sociedade civil e os órgãos públicos e privados. Há, também, um trabalho do ministério para criação de um fundo de garantia para concessão de crédito a pessoas que desejam empreender e que não tenham renda ou nem patrimônio suficientes.
“Alguém quer montar uma lanchonete, quer abrir um mercadinho, quer produzir melancia, quer criar galinha, vender ovos, ou seja, ter um crédito barato, porque não tem patrimônio nem renda, o fundo é a garantia. Estamos pactuando com a rede bancária para rapidamente apresentarmos ao presidente Lula e levarmos ao Brasil”, detalha Wellington Dias.