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O deputado Marcelo Calero (Cidadania/RJ) protocolou representação no Ministério Público do Distrito Federal contra o ex-secretário especial da Cultura de Bolsonaro, Roberto Alvim, "pelo discurso com apologia nazista" - ao divulgar em canal institucional do Youtube, o Prêmio Nacional das Artes de 2020, na último dia 16.

Na representação, Calero, ex-ministro da Cultura no governo Temer, requer apuração dos fatos e responsabilização penal e civil administrativa de Alvim - "o que inclui as sanções por improbidade, a reparação decorrente dos gastos com a inadmissível publicidade e a condenação à reparação ao dano moral coletivo existente".

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Na semana passada, Alvim foi demitido depois que postou vídeo em que parafraseou Joseph Goebbels, ministro da Propaganda de Hitler.

"O ato do ex-secretário é incompatível com a sociedade brasileira, e o Estado deve responder de forma exemplar, enérgica e pedagógica para que isso jamais volte a acontecer em nosso País", declarou Calero.

Ainda segundo a representação protocolada nesta quinta-feira (23), no Ministério Público, "as referências ao nazismo, ainda mais quando feitas por uma alta autoridade pública encarregada da cultura nacional, não podem em hipótese alguma ser toleradas".

O deputado assinala, ainda, que "nesse cenário, a indiferença é algo que não cabe, devendo haver o uso de todas as formas possíveis de responsabilização do autor do fato ilícito para que se sinalize a todos os cidadãos brasileiros e demais Estados Soberanos da Comunidade Internacional que os compromissos históricos brasileiros com a dignidade humana continuam sólidos, íntegros e que não houve e nem haverá qualquer guinada na forma do país em se posicionar contra os horrores do nazismo".

Calero argumenta que "o momento inspira diálogo, busca de convergência e entendimento". "A tradição brasileira é de harmonia nas relações entre os povos e de respeito à pluralidade. Não vamos deixar que ações como esta nos tirem do caminho de fazer um Brasil melhor", disse.

No dia 17, em entrevista à Rádio Gaúcha, Roberto Alvim pediu perdão e disse que não houve "associação intencional com o nazismo". Segundo ele, houve "uma infeliz coincidência retórica".

Pode ter sido há muito tempo, em uma galáxia distante... mas Star Wars se tornou um campo de batalha em questões como diversidade de gênero, raça e sexualidade, que seu elenco considera um debate vital. 

"Star Wars: A Ascensão Skywalker", que estreia esta semana, traz o elenco mais variado até agora, embora o público exija ainda mais representação.

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A atriz negra britânica Naomi Ackie, como a guerreira Jannah, se une à atriz asiática-americana Kelly Marie Tran, que em 2017 se tornou a primeira mulher não-branca a estrelar a franquia com "Star Wars: Os Últimos Jedi" e foi alvo de ataques racistas e sexistas nas redes sociais.

"Fazer parte de uma equipe de pessoas um pouco diferentes, de diferentes lugares - seja qual for a forma, gênero, raça ou qualquer outra coisa - é um legado do qual se orgulhar", disse Daisy Ridley, que interpreta a heroína Rey, em uma coletiva de imprensa perto de Los Angeles.

É uma questão que, em meio a espetaculares batalhas espaciais e confrontos entre o bem e o mal que caracterizam a franquia, o diretor JJ Abrams não queria deixar passar.

"Vivemos em um mundo louco, um tempo de loucura. (A mensagem) é sobre comunidade, os desamparados, sobre reunir pessoas e ver todos as diferenças representadas", apontou.

"E no caso da comunidade LGBTQ, era importante para mim que as pessoas que vão assistir a este filme se sintam representadas".

Mas os fãs do filme e os membros da comunidade LGBTQ reclamaram da falta de personagens gays ou trans nos filmes.

"Não acredito que devemos aceitar o mínimo absoluto de representação da Disney", afirmou à AFP a escritora de cultura pop Kayleigh Donaldson.

- "Química flagrante" -

Billy Dee Williams, que retorna como Lando Calrissian, incendiou brevemente as redes depois de dizer em uma entrevista que se vê como feminino e masculino, e que usa "ele mesmo" e "ela mesma", mas depois esclareceu que não era não-binário e não sabia o que o termo significava.

"Muitas das reações positivas vieram dos fãs mais jovens de Star Wars", disse Donaldson. "Temos toda uma geração de consumidores em potencial, para usar esse termo horrível, cujo nível básico de expectativa é: diversidade total ou nada".

Devido à química entre o renegado Stormtrooper Finn (Jon Boyega) e o piloto desonesto Poe (Oscar Isaac), muitos fãs estão em campanha desde 2015 com "O Despertar da Força" para que os dois personagens encarnassem o primeiro relacionamento homossexual de Star Wars.

Isaac, porém, derrubou essas esperanças em uma entrevista à Variety no início deste mês. "Pessoalmente, esperava e desejeva que isso tivesse acontecido nos outros filmes, mas não tenho controle", afirmou. "Parecia uma progressão natural, mas infelizmente é uma época em que as pessoas têm muito medo... não sei do quê".

É uma guinada que pode ser demais para a tradicionalmente conservadora Disney, mas Abrams deu a entender que o filme terá alguma representação LGBTQ, expressando seu desejo de que o elenco pareça "mais parecido com o que vemos no mundo".

Mas muitos fãs se recusam a alimentar suas expectativas.

James Whitbrook, colunista do Gizmodo, lamentou as "migalhas" que a comunidade queer teve em "Vingadores: Ultimato", por exemplo, dado que o primeiro personagem gay dos filmes da Marvel apareceu apenas por alguns segundos.

Outros rotularam a Disney de "covarde" nas redes sociais, acusando a empresa de agradar os censores dos mercados mais conservadores, como a China.

Na entrevista coletiva, Boyega e Isaac brincaram que seus personagens compartilhavam um suculento "bromance" (termo em inglês para se referir a um intenso vínculo afetivo, não sexual, entre dois homens, maior que o da amizade). Boyega acrescentou que "a química é flagrante".

Pode demorar um pouco para ver algo assim na tela, mas a Força parece apontar para a mudança.

"Se Star Wars não pode fazer isso, não sei quem poderia", disse Abrams.

A Rede Sustentabilidade apresentou representação cobrando a perda de mandato do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), um dos filhos do presidente Jair Bolsonaro, por "militar de forma contrária" à democracia e demonstrar "desprezo pela vontade do povo" ao falar sobre "novo AI-5". A manifestação foi encaminhada nesta segunda-feira (4) à Mesa Diretora da Câmara para ser apreciada pelo Conselho de Ética e Decoro Parlamentar.

O caso envolve a fala de Eduardo Bolsonaro na última quinta-feira (31), na qual defendeu a edição de um "Novo AI-5" para conter manifestações de rua semelhantes às que ocorrem no Chile. Segundo o filho do presidente, a medida seria para enfrentar uma "radicalização da esquerda". No mesmo dia, após ser desautorizado pelo pai, o deputado voltou atrás e pediu desculpas pelo comentário.

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Em manifestação, a Rede afirma que a declaração de Eduardo caracterizaria abuso de imunidade material e "danos incomensuráveis ao Poder Legislativo. O partido também acusa o deputado de "violar o interesse público, a vontade popular e a Constituição Federal".

"Apesar de ter sido o deputado federal mais votado nas eleições de 2018, as suas ações militam de forma contrária a uma ideia mínima de democracia, demonstrando desprezo pela vontade do povo", afirma a sigla.

Anos de chumbo

O Ato Institucional Número 5 (AI-5) foi o mais duro instrumento de recrudescimento da ditadura militar (1964-1985). Baixado durante o governo do general Costa e Silva 13 de dezembro de 1968, o decreto vigorou por uma década garantindo poderes de exceção do Executivo, o que possibilitou perseguição, prisões, tortura e morte de adversários políticos do regime.

Foi por meio do AI-5 que a ditadura fechou o Congresso Nacional, cassando mandatos de parlamentares e suspendeu a garantia de direitos individuais, como o habeas corpus.

A Rede cita que se manifestar a favor da edição de um novo decreto que debilitou o Poder Legislativo viola a imunidade parlamentar, garantia de deputados e senadores em cargo, além de atentar contra o decoro da Casa.

"O discurso a favor de um AI-5 é uma apologia a tudo que este instrumento previu, servindo de incentivo a outras pessoas agirem nesse mesmo sentido, sobretudo pelo discurso ser amplamente divulgado e ter origem não nas palavras de um deputado federal qualquer, mas um dos filhos do presidente da República", afirma a Rede. "Ao defender abertamente o uso de instituto similar ao AI-5, o deputado federal Eduardo Bolsonaro ofende diretamente diversos preceitos constitucionais".

Se a representação for aceita, o pedido da Rede pode parar no Conselho de Ética da Câmara dos Deputados. Lá, Eduardo tem cenário desfavorável com três das quatro vagas do PSL pertencerem à ala ligada ao presidente da sigla, Luciano Bivar, desafeto da família Bolsonaro. O "Centrão", por sua vez, tem 24 das 42 cadeiras.

Defesa

A reportagem entrou em contato com o gabinete do deputado Eduardo Bolsonaro. O espaço está aberto para manifestações.

A declaração do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), filho do presidente da República, Jair Bolsonaro, em entrevista a jornalista Leda Nagle tem repercutido na classe política nesta quinta-feira (31). Pelas redes sociais os senadores estão fazendo suas críticas a postura do parlamentar. Na entrevista, Eduardo afirma que o governo pode recorrer a “um novo AI-5”, se “a esquerda radicalizar”.

Os senadores classificam a declaração do deputado como um "ataque a democracia" e prometem representar contra o parlamentar junto ao Supremo Tribunal Federal (STF) e ao Conselho de Ética da Câmara dos Deputados. 

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Em sua conta no Twitter, o líder do PT no Senado, Humberto Costa (PE) cobrou punição para o deputado.

“As instituições da democracia não podem continuar a tratar o deputado Eduardo Bolsonaro como inimputável. Ele é totalmente responsável por seus atos e palavras e precisa ser processado pelos crimes repetidos que comete contra a ordem democrática do país”.

A senadora Simone Tebet (PMDB-MS) considerou “estarrecedor” o posicionamento do deputado Eduardo Bolsonaro: “Estarrecedor e inaceitável. Qualquer um que tenha vivido, ou tenha conhecimento mínimo, do que foram os atos institucionais, em especial o AI-5, não pode aceitar uma declaração como esta, não importa se de filho de presidente da República, ou não”.

O senador Renan Calheiros (MDB-AL) também condenou as declarações do deputado. Em sua opinião, a democracia não comporta “comichões autoritárias, retrocessos e enxovalhamento institucional” e o AI-5 foi a expressão “mais aterradora, opressiva e fascista” da História.

O líder da Rede, senador Randolfe Rodrigues (AP), informou que irá representar contra o deputado junto ao Supremo Tribunal Federal (STF) e ao Conselho de Ética da Câmara.

“O filho do presidente, representante da política 'filhocrata' desse governo irresponsável, ameaçou retomar o ato mais violento da ditadura militar. O AI-5 cassou mandatos, suspendeu direitos, instituiu censura! Não vamos permitir esse insulto à democracia! Não pode ficar impune!”.

Para Eliziane Gama (Cidadania- MA) trata-se de um “atentado à democracia”. Ela completa a postagem na internet afirmando que o deputado está recorrendo ao “receituário de ditadores”. “O Brasil não é uma republiqueta ou uma propriedade de família”, concluiu.

Até o fim da tarde desta quinta-feira, os senadores Paulo Paim (PT-RS), Paulo Rocha (PT-PA), Veneziano Vital do Rego (PSB-PB), Rogério Carvalho (PT-SE), Alessandro Vieira (Cidadania-SE) e Rogério Carvalho (PT-SE) também se manifestaram nas redes sociais contrários às declarações do deputado.

AI-5

Como instrumento de exceção, o Ato Institucional é vedado pela Constituição Federal de 1988, que destaca nos seus princípios fundamentais a República Federativa do Brasil como Estado democrático de direito. Fere também direitos e garantias fundamentais previstos no texto constitucional.

O Ato Institucional nº 5, conhecido como AI-5, foi emitido pelo então presidente, general Artur da Costa e Silva, no dia 13 de dezembro de 1968. Naquele ano, em todo o país crescia a pressão pela redemocratização do Brasil, que vivia sob regime militar desde a destituição do presidente João Goulart, no golpe de 1964.

Considerado o mais duro dos Atos Institucionais nos governos do regime militar, o texto dava poder ao governo para suspender os direitos políticos de qualquer cidadão brasileiro pelo período de 10 anos e cassar mandatos de deputados federais, estaduais e vereadores; fechar o Congresso Nacional; e nomear interventores para estados e municípios. O AI-5 também proibiu manifestações populares de caráter político; suspendeu o direito de habeas corpus em casos de crime contra a segurança nacional e impôs censura prévia para jornais, revistas, livros, peças de teatro e músicas.

O AI-5 vigorou até dezembro de 1978, sendo extinto no governo do general Ernesto Geisel, que deu início à abertura democrática.

*Com Agência Senado

 

O deputado estadual do Rio de Janeiro Chicão Bulhões (Novo) afirmou, em sua página no Twitter, que entrou, no sábado, 24, com uma representação no Conselho de Ética do partido junto com os membros Marcelo Trindade e Ricardo Rangel contra o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles. Segundo o deputado, os três solicitaram que Salles seja suspenso do quadro de filiados enquanto a sigla analisar a possibilidade de expulsão definitiva.

"A postura inadequada e o histórico de constrangimentos causados pelo ministro Salles, que tem gerado dano à imagem e à reputação do Novo, são alguns dos motivos para os pedidos", escreveu.

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Chicão Bulhões acrescentou que o grupo entende que Salles tem atuado de forma divergente aos programas do partido no tema ambiental, "desdenhando de dados científicos e revogando políticas públicas sem debate prévio". "Atitudes como essa reduzem a capacidade de interlocução do País com seus pares internacionais e geram instabilidade", destacou, reforçando que isso viola os princípios e valores do partido, que, segundo ele, prega a atuação ética e profissional dos agentes públicos.

O deputado ainda disse que o requerimento incluiu também a solicitação para que seja reinterpretada a resolução 27/2019 do partido, de 31 de maio, que trata do afastamento de filiados que ocupam cargos no primeiro escalão do governo sem indicação do partido.

A reportagem não conseguiu contato com o ministro. Procurada, a assessoria do Novo não respondeu os questionamentos da reportagem sobre o pedido de Chicão Bulhões.

Na quinta-feira passada, o Novo publicou uma nota afirmando que a indicação de Salles para o ministério não foi feita pela sigla e que, portanto, não representa a instituição. O partido ainda esclareceu que não tem efeito retroativo a resolução de 31 de maio que determina que qualquer filiado que participar de cargo público relevante sem ter sido indicado pelo Novo deve solicitar a suspensão de sua filiação.

A legenda comunicou ainda que não tem qualquer participação ou interferência na gestão do Ministério do Meio Ambiente.

Na sexta-feira, o ex-candidato à Presidência pelo Novo João Amoêdo publicou no Twitter que usar a pauta do meio ambiente para o "embate ideológico e político" não produzirá "nada de bom" para o País.

"Condeno e lamento as atividades ilegais praticadas no patrimônio natural brasileiro", escreveu Amoêdo na rede social. "Temos um compromisso com as próximas gerações. Quero viver em um País com florestas conservadas, biodiversidade protegida, rios recuperados, esgoto tratado, que use de forma inteligente e produtiva os recursos naturais".

Improbidade

No dia 17 de agosto, o Ministério Público de São Paulo abriu inquérito para apurar suspeita de enriquecimento ilícito de Salles entre 2012 e 2017. O promotor Ricardo Manuel Castro destaca que a evolução patrimonial suspeita ocorreu no mesmo período em que Salles foi acusado de fraudar o plano de manejo de uma área de proteção ambiental quando foi secretário do Meio Ambiente de São Paulo. Ele foi condenado por improbidade administrativa em dezembro de 2018. Salles nega irregularidades e diz que vai recorrer da decisão.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE) entrou com uma representação na Procuradoria-Geral da República (PGR) contra o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), Dias Toffoli. O parlamentar quer que a PGR investigue Toffoli por improbidade administrativa após o CNJ decidir alugar um novo prédio em Brasília com custo anual de R$ 23,3 milhões.

O movimento do CNJ foi relevado pelo jornal O Estado de S. Paulo no último dia 28. A principal justificativa do órgão é a necessidade de dar mais "espaço" aos funcionários e garantir maior "proximidade" com o Supremo Tribunal Federal. O atual prédio fica a dez minutos da Corte e custa R$ 16,8 milhões por ano. Mesmo tendo optado por alugar um novo prédio, o CNJ ainda vai precisar de parte das atuais instalações para abrigar a área de processamento de dados, a um custo de R$ 2,4 milhões ao ano.

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"É uma decisão administrativa absolutamente descabida, que ofende a moralidade, valor da mais alta relevância constitucional", comentou Alessandro Vieira por meio de nota. "Não se pode permitir que qualquer autoridade venha a se valer de sua posição para usar de maneira irresponsável e desproporcional recursos públicos que estão sob sua tutela."

A representação pede que a PGR apure potenciais infrações de Toffoli e adote sanções cabíveis posteriormente.

Outras autoridades já criticaram a atitude do CNJ. Na segunda-feira, 29, o presidente do Banco do Brasil, Rubem Novaes, classificou a decisão como a expansão do "monstro estatal".

A seccional de Pernambuco da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-PE) entregou à Secretaria de Defesa Social (SDS), na sexta-feira (5), uma representação disciplinar contra um policial militar acusado de agredir um advogado em Jaboatão dos Guararapes, na Região Metropolitana do Recife (RMR). O PM João Batista Calaça Neto teria dado socos e pontapés no advogado Guilherme Interaminense em via pública no dia 21 de março.

O documento foi entregue pelo presidente da OAB-PE, Bruno Baptista, acompanhado por membros da Comissão de Assistência, Defesa e Prerrogativas da OAB-PE (CDAP) e da própria vítima. “Nós não podemos aceitar que um advogado, em pleno exercício da sua profissão, seja hostilizado e agredido da forma como foi. E se este policial foi capaz de fazer algo assim com um advogado, que dirá com um cidadão carente e que não tenha acesso aos seus direitos básicos”, comentou Bruno Baptista.

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O secretário da SDS, Antônio de Pádua, afirmou que a corregedoria tem investigado o caso com celeridade. “Nós estamos, cada vez mais, buscando identificar maus policiais para tomarmos as medidas necessárias. A secretaria se compromete em conversar com o comando da PM para averiguar o andamento do processo”, afirmou. Pádua disse ter interesse em disponibilizar um módulo à OAB, dentro do curso de formação de novos policiais civis e militares, para abordar a questão das prerrogativas.

O presidente da CDAP, Carlos Barros, informou que solicitou um tratamento diferenciado em razão da gravidade do caso. “Visando afastar qualquer tipo de conduta que possa atrapalhar o decorrer das investigações, solicitamos que seja acompanhado de perto por um delegado especialmente designado para o caso”, comentou.

O caso

Segundo o advogado Guilherme Interaminense, duas viaturas da Polícia Militar foram até a casa do cliente do advogado. O defensor diz que os policiais estavam pressionando o seu cliente para que informasse quais eram os líderes de uma organização criminosa.

O cliente teria se recusado a dar informações por temer represálias. Em seguida, o policial João Batista Calaça Neto teria começado a fazer ameaças, afirmando que iria agredir o homem.

“Nesse momento eu disse ‘ninguém vai bater em ninguém, a gente está conversando’. Aí o policial disse ‘eu bato até em tu, advogado de m*, advogado de bandido. Advogado aqui não vale nada’”, narrou o advogado. Após isso, o policial teria desferido socos e chutes, além de pressionar uma arma contra o estômago do defensor. Outros sete policiais que estavam na ocorrência não interviram.

Com informações da assessoria

O senador Flávio Bolsonaro afirmou nesta terça-feira (19), que as representações apresentadas pelo Partido Social Liberal (PSL) contra o Ministério Público fluminense foram motivadas por arbitrariedades e ilegalidades supostamente cometidas por procuradores na condução da investigação sobre a movimentação atípica de R$ 1,2 milhão em uma conta de seu ex-assessor na Assembleia Legislativa do Rio Fabrício Queiroz.

"Estou só separando o joio do trigo. Pessoas do Ministério Público não podem manchar o nome numa situação tão importante como essa, cometendo as mais absurdas ilegalidades e arbitrariedades, só isso", declarou Flávio Bolsonaro à imprensa, após participar da solenidade de abertura da 53ª Convenção Abras, da Associação Brasileira de Supermercados, no Rio.

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O diretório do PSL do Rio de Janeiro apresentou à Corregedoria Geral do Ministério Público fluminense representações disciplinares contra o procurador-geral de Justiça do Estado do Rio, Eduardo Gussem, e o promotor Cláucio Cardoso da Conceição. Tanto Gussem quanto Conceição repudiaram as acusações.

Um relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), produzido em investigações da Operação Furna da Onça, sobre corrupção no Legislativo fluminense, identificou as movimentações suspeitas realizadas de janeiro de 2016 a janeiro de 2017. Funcionários do gabinete de Flávio, cujo mandato de deputado estadual acabou em janeiro, faziam depósitos regulares para Fabrício Queiroz, geralmente em datas próximas ao pagamento de salários na Alerj. O MP suspeita da prática de "rachadinha", na qual os funcionários repassam a maior parte ou a totalidade de seus salários aos parlamentares.

Queiroz afirmou por escrito ao MP - depois de faltar a quatro depoimentos - que recolhia os salários para redistribuí-los pelos funcionários e por outros servidores "informais", sem conhecimento de Flávio. O parlamentar nega irregularidades e, questionado sobre a justificativa de Queiroz ao MP, ele se recusou a responder, alegando não ter conhecimento sobre o assunto.

"Eu não conheço o processo dele (Queiroz), não posso falar sobre isso", respondeu Flávio Bolsonaro.

As representações do PSL contra o MP foram assinadas por nove deputados federais e oito estaduais, além do próprio Flávio. Os documentos acusam Gussem e Conceição de praticar "sistemática e recorrente antecipação e divulgação pública de informações sigilosas sob seu domínio"; instituir "processo penal 'paralelo' operado na mídia com o claro objetivo de comprometer a reputação de pessoa presumida inocente" (o atual senador Flávio Bolsonaro); de promover "indevida e ilícita espetacularização" da investigação; e de "afronta a garantias constitucionais, manchando e jogando em lamaçal inescrupuloso a imagem do Ministério Público".

Os integrantes do MP são acusados de cometer seis irregularidades: "negligência no exercício de suas funções", "descumprimento de dever funcional", "infringência de vedação", "procedimento reprovável", "conduta que denotou desrespeito às leis vigentes e à própria instituição" e "revelação de segredo que detinha em razão do cargo". O partido requer que seja instaurado procedimento para que Gussem e Conceição respondam por essas condutas.

O diretório do PSL do Rio apresentou à Corregedoria-Geral do Ministério Público fluminense representações disciplinares contra o procurador-geral de Justiça do Estado, Eduardo Gussem, e o promotor Cláucio Cardoso da Conceição. O motivo é a suposta atuação irregular dos dois na investigação aberta a partir da descoberta da movimentação atípica de R$ 1,2 milhão em uma conta de Fabrício Queiroz, ex-assessor do senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ) na Assembleia Legislativa do Rio. Gussem e Conceição disseram repudiar as acusações.

Um relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), produzido em investigações da Operação Furna da Onça, sobre corrupção no Legislativo fluminense, identificou as movimentações, de janeiro de 2016 a janeiro de 2017. Também descobriu que funcionários do gabinete de Flávio, cujo mandato de deputado estadual acabou em janeiro, faziam depósitos regulares para Queiroz, geralmente em datas próximas ao pagamento de salários na Assembleia. A Promotoria suspeita da prática de "rachadinha", na qual funcionários repassam parte ou totalidade de seus salários a parlamentares.

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Queiroz afirmou por escrito ao Ministério Público do Rio - depois de faltar a quatro depoimentos - que recolhia os salários para redistribuí-los entre funcionários e outros servidores "informais", sem conhecimento de Flávio. O parlamentar nega irregularidades.

As representações foram assinadas por nove deputados federais e oito estaduais, além do próprio Flávio. Os documentos acusam Gussem e Conceição de praticar "sistemática e recorrente antecipação e divulgação pública de informações sigilosas sob seu domínio"; instituir "processo penal 'paralelo' operado na mídia com o claro objetivo de comprometer a reputação de pessoa presumida inocente" (Flávio Bolsonaro); de promover "indevida e ilícita espetacularização" da investigação; e de "afronta a garantias constitucionais, manchando e jogando em lamaçal inescrupuloso a imagem do Ministério Público".

Nas representações, os parlamentares afirmam ainda que Conceição e Gussem agiram juntos com o objetivo de "apresentar ao Brasil, com tintas vermelhas de sangue, as figuras transfiguradas como culpadas e condenadas" de Flávio e Queiroz. "Nota-se a veiculação (pela imprensa) de informações sigilosas, oriundas do Coaf, que (sic) só o representado Gussem tinha acesso, como chefe da instituição e responsável pelas investigações", prosseguem.

Aos integrantes do Ministério Público são atribuídas seis irregularidades: "negligência no exercício de suas funções", "descumprimento de dever funcional", "infringência de vedação", "procedimento reprovável", "conduta que denotou desrespeito às leis vigentes e à própria instituição" e "revelação de segredo que detinha em razão do cargo". O PSL requer que seja instaurado procedimento para que ambos respondam por essas condutas.

'Dever'

Em nota, o procurador-geral de Justiça do Estado do Rio, Eduardo Gussem, afirmou que ainda não foi formalmente notificado da representação apresentada pelo PSL à Corregedoria do Ministério Público do Rio. Ele disse que "no momento oportuno prestará as devidas informações, certo de que em momento algum faltou com o dever ético-institucional inerente ao cargo".

A nota afirma ainda que "o Conselho Nacional do Ministério Público e a Corregedoria Nacional do Ministério Público já arquivaram representações anteriores acerca dos mesmos fatos, que foram devidamente esclarecidos". As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O PSOL informou que vai entrar, ainda nesta quinta-feira (10), com uma representação na Comissão de Ética Pública, da Presidência da República, contra a nomeação de Antônio Hamilton Rossell Mourão, filho do vice-presidente da República, Hamilton Mourão, para o cargo de assessor especial da presidência do Banco do Brasil.

O caso foi revelado pela Coluna do Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado.

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"A nomeação do filho do vice-presidente, uma semana depois da posse do novo governo, não foi apenas inadequada ou extemporânea. Ela fere princípios que devem orientar a administração pública. Diante da indignação popular com a nomeação, o governo deveria voltar atrás. Sem isso, não nos resta alternativa senão provocar a Comissão de Ética Pública da Presidência da República", afirmou o presidente do PSOL, Juliano Medeiros, por meio da assessoria de imprensa do partido.

A representação, de acordo com o PSOL, se baseia em decreto sobre o nepotismo.

A pressão para que o senador Aécio Neves (MG), eleito deputado federal, saia do PSDB cresceu após a segunda fase da Operação Ross, da Polícia Federal (PF), que cumpriu mandados de busca e apreensão em endereços ligados à família do tucano nessa quinta-feira (20). A primeira representação pedindo a expulsão de Aécio do PSDB já foi protocolada na Executiva Nacional do partido e deverá seguir para o Conselho de Ética.

Endereçada ao presidente do PSDB, Geraldo Alckmin, a representação é assinada pelo deputado Wherles Fernandes da Rocha (AC), sob alegação de quebra de decoro parlamentar por parte do senador. O documento foi redigido antes mesmo da operação deflagrada nessa quinta.

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"Nós temos de preservar o PSDB, que está pagando uma conta muito alta por causa do desgaste do Aécio", disse Rocha à reportagem. "Queremos que o partido se posicione: ou Aécio sai ou vamos ter uma debandada no PSDB. Mas achamos que quem tem de sair é ele, e não nós."

A Operação Ross investiga denúncia de que a JBS teria pago propina de R$ 128 milhões a Aécio e a seus aliados, de 2014 a 2017, tendo parte desse valor servido para alimentar a compra de apoio político na campanha eleitoral de quatro anos atrás. Delações do empresário Joesley Batista e de outros executivos do grupo J&F também indicaram o pagamento de uma "mesada" de R$ 50 mil ao senador.

"As gravações são mais do que cristalinas e mostram a quebra do decoro. Não estou nem me prendendo à questão criminal", argumentou Rocha. Oficial da Polícia Militar, o deputado foi eleito vice-governador do Acre no primeiro turno da eleição, em outubro.

Na representação a que a reportagem teve acesso, com 31 itens, Rocha afirma que, após Aécio ter sido obrigado a se licenciar da presidência do PSDB, em 2017 - na esteira do escândalo envolvendo a gravação de uma conversa na qual o senador pede R$ 2 milhões a Joesley -, houve perseguição àqueles que pediram o seu afastamento.

O deputado lembrou, por exemplo, que, "em pleno exercício de sua 'licença'", Aécio destituiu o Diretório do PSDB no Acre. À Executiva do partido, Rocha disse, porém, que o pedido de expulsão de Aécio nada tem a ver com esse episódio. "Durante todo escândalo envolvendo seu nome, o senador não se importou com a história do partido, levando-o de roldão, na esteira das gravações e filmagens de recebimento de recursos de origem ilícita", escreveu o deputado na representação.

"Nosso PSDB é um corpo orgânico, cada um de nós é apenas uma célula dentro desse universo e, infelizmente, quando uma célula está doente, ela deve ser removida, sob pena de colocar em risco a própria existência do organismo."

Escolhido recentemente para a presidência do Conselho de Ética do PSDB, o deputado Samuel Moreira (SP) garantiu que nada será engavetado sob sua gestão. "Todas as representações que chegarem ao Conselho de Ética terão prosseguimento. Nada ficará parado. Tudo terá começo, meio e fim", afirmou ele. "As instâncias partidárias têm de funcionar e decidir. O Conselho de Ética vai emitir um parecer, seja ele favorável ou não."

Aécio nega todas as acusações e tem chamado os delatores de "criminosos confessos". Em seu último discurso como senador, no dia 12, o tucano disse que estava vivendo dias "extremamente difíceis" e admitiu ter cometido um "erro" ao aceitar ajuda de Joesley. Na sua versão, houve ali uma "história armada" para incriminá-lo. "Mas eu não perco a minha fé", afirmou Aécio, em discurso na tribuna.

O Exército confirmou nesta terça-feira (23) que o homem que divulgou um vídeo na internet insultando e ameaçando a presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministra Rosa Weber, é o coronel Carlos Alves, militar da reserva. Em nota, a instituição diz que as declarações do coronel não representam o pensamento do Exército Brasileiro e que o Comandante do Exército encaminhou uma representação ao Ministério Público Militar solicitando que fosse investigado o cometimento de possível ilegalidade. 

“O referido militar afronta diversas autoridades e deve assumir as responsabilidades por suas declarações, as quais não representam o pensamento do Exército Brasileiro.”

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Em vídeo que está circulando nas redes sociais, o militar critica Rosa Weber e a adverte, caso o Tribunal acate a denúncia de que a campanha de Jair Bolsonaro (PSL) tenha patrocinado de forma ilegal o impulsionamento de mensagens falsas pelo whatsapp.

“Como eu ,outros coronéis, generais, comandantes da Marinha, brigadeiros, almirantes, nós não aceitaremos fraudes, Rosa Weber. Primeiro, se você aceitar essa denúncia ridícula e tentar tirar Bolsonaro por crime eleitoral, nós vamos derrubar vocês aí sim, porque aí, acabou”, diz o militar.

No vídeo, o coronel que critica Rosa Weber por ela ter recebido integrantes do PT e do PDT que ingressaram com uma ação na instituição para que sejam investigadas as denúncias de fraude na campanha. O militar chega a proferir palavras ofensivas contra a magistrada.

“O PT por um lado acusando e a Rosa Weber aceitando essa denúncia absurda de que o Bolsonaro está patrocinando ou promovendo fraudes bilionárias com o pessoal do Whatsapp para plantar fake news. E esta salafrária, corrupta, essa ministra incompetente. Se ela fosse séria, patriótica, se não devesse nada pra ninguém, ela nem receberia essa cambada no TSE, ela nem ouviria esse absurdo”, diz.

Intitulando-se como militar da alta cúpula do Exército, ele também ataca o candidato Fernando Haddad (PT) e intimida a presidente do TSE para que ela ignore a ação impetrada pelo candidato petista para investigar a possibilidade de crime de caixa 2 na campanha de Bolsonaro.

“Não te atreve a ousar a aceitar esta afronta contra o povo brasileiro, essa proposta indecente do PT de querer tirar o Bolsonaro do pleito eleitoral acusando-o de desonestidade, acusando-o de ser cúmplice de uma campanha criminosa, bilionária e fraudulenta com Whatsapp para promover notícias falsas”.

Também em tom de ameaça ao TSE e ao Judiciário, Alves insinua que o sistema de votação eletrônico não é seguro e afirma que integrantes da alta cúpula das Forças Armadas estão exigindo que a ministra “se vire” para garantir “eleições dignas e limpas para que não paire nenhuma dúvida” sobre o resultado das eleições.

A Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu hoje (23) mandar para a Procuradoria-Geral da República (PGR) um pedido de investigação contra Alves.

O Gabinete de Segurança Institucional (GSI) não vai se manifestar sobre as declarações.

 

A bancada sindical na próxima legislatura, que começa no dia 1º de fevereiro de 2019, será menor do que na atual. Foram eleitos somente 33 representantes de sindicatos na última eleição para a Câmara Federal, contra os 51 que atualmente exercem mandato.

O levantamento foi feito pelo Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap), com base nos dados oficial da Justiça Eleitoral. A partir do próximo ano serão 18 deputados a menos no debate dos interesses dos trabalhadores, como direitos previdenciários e trabalhistas.

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A queda segue uma tendência que já vinha se verificando desde as eleições de 2014, quando a bancada sindical caiu de 83 para 51 membros. Segundo o analista político Antônio Augusto de Queiroz, diretor do Diap, um conjunto de fatores levou à redução da bancada sindical, que já foi uma das mais atuantes e representativas na Câmara.

Primeiro, as reformas trabalhista e sindical enfraqueceram as entidades que perderam poder para investir nas campanhas eleitorais. “Além disso, houve um erro de estratégia do movimento sindical, lançando muitas candidaturas, o que pulverizou os esforços”, afirmou.

Queiroz prevê momentos de dificuldades na atuação da bancada. “Com um ambiente hostil, de desregulamentação de direitos trabalhistas, e uma bancada menor, as dificuldades serão enormes”, disse.

Dos 33 deputados da bancada sindical, 29 foram reeleitos e quatro são novos. Com 18 eleitos, o PT é o partido com maior número de deputados sindicalistas, seguido do PCdoB (quatro), do PSB (três) e do PRB (dois). PDT, Pode, PR, PSL, PSol e SD elegeram um integrante cada.

O ator Vin Diesel anunciou na segunda-feira (1º), por meio da sua conta no Instagram, que a franquia 'Velozes e Furiosos' ganhará filme estrelado por mulheres. O ator agradeceu a Universal Studios por abraçar sua ideia em dar continuidade a saga focando no público feminino.

Em 2017, após a estreia de 'Velozes e Furiosos 8', a atriz Michelle Rodriguez, que faz parte da saga desde o seu início, ameaçou deixar a produção caso as mulheres não fossem tratadas com mais respeito e amor.

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"F8 está sendo lançado digitalmente hoje e eu espero que eles decidam mostrar mais amor às mulheres da franquia no próximo filme ou então terei que dizer adeus à amada série. Tem sido um bom passeio e sou grata pela oportunidade que o estúdio e os fãs têm me dado ao longo dos anos...", escreveu a atriz em sua conta no Instagram.

As produções cinematográficas vêm investindo cada vez mais na representação e empoderamento da mulher. 'Mulher Maravilha' e 'Os Incríveis 2' foram sucesso de bilheteria e têm como foco a força da mulher.

Por Lídia Dias

A Ordem dos Advogados do Brasil seção São Paulo (OAB-SP) entrou nesta terça-feira (19) com representação no Ministério Público Federal questionando a atuação do promotor de Justiça Frederico Liserre Barruffini e do juiz Djalma Moreira em dois casos de esterilização de mulheres em Mococa, no interior paulista. A OAB-SP também acionou o Conselho Nacional de Justiça e estuda levar o debate à Organização dos Estados Americanos (OEA) - audiência pública na semana que vem deve decidir a questão.

Para o coordenador de Direitos Humanos da OAB-SP, Martim de Almeida Sampaio, as duas decisões tomadas pelo juiz de Mococa Djalma Moreira Gomes, com base em pedidos do promotor de Justiça Federico Liserre Barruffini, para fazer a laqueadura em duas mulheres - uma dependente química e outra mentalmente incapaz -, ferem a Convenção de Nova York, de proteção a pessoas com deficiência, e a Lei Brasileira de Inclusão, nascida após o acordo. "A lei brasileira diz que a pessoa deficiente, e isso pode ser uma incapacidade mental temporária ou permanente, tem assegurado seus direitos sexuais e reprodutivos", diz. "Essas decisões foram uma violência, baseadas em discernimentos morais."

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Procurado, o Tribunal de Justiça de São Paulo informou que o juiz não se manifestaria, conforme estabelece a Lei Orgânica da Magistratura. A reportagem também acionou o Ministério Público de São Paulo (MP-SP), que também disse que não se pronunciaria sobre os casos.

O segundo caso em que uma jovem teve a laqueadura determinada pela Justiça em Mococa foi em março de 2017, segundo informou nesta terça o jornal Folha de S.Paulo. Tatiana Monique Dias, de 24 anos, que já havia sido alvo de decisão judicial que a declarou mentalmente incapaz em 2013, quando tinha 19, teve a laqueadura tubária pedida pela mãe, diz o processo. "A requerida é incapaz e já teve dois filhos. Ademais, mantém relacionamento afetivo com um homem, pai de seus dois filhos, e, portanto, tende a ter nova prole, pois não tem condições, em razão de sua incapacidade, de avaliar as consequências da gestação", escreveu Barruffini no pedido.

O promotor diz que tanto a "curadora quanto os órgãos da rede de proteção de Mococa entendem ser imprescindível que a requerida seja submetida à esterilização (...)". Ele ingressou a ação judicial, com pedido de liminar, no dia seguinte ao segundo parto de Tatiana. Mesmo com a declaração de incapacidade, o promotor anexou na ação um termo de declaração assinado pela jovem em que ela diz consentir com o procedimento. Tatiana tem o diagnóstico de portadora de "retardo mental moderado" desde 2012.

A jovem foi defendida pelo advogado Luiz Antônio Converso Júnior, por meio de um convênio entre a Defensoria Pública e a OAB. No documento, Converso Júnior citou pareceres do Conselho Regional de Medicina (Cremesp) e legislação federal que vedam esterilização cirúrgica em períodos pós-parto, salvo algumas exceções. A defesa foi apresentada nove meses após a laqueadura.

Em sua decisão, o juiz afirmou que "restou provado que a representada não possui condições de cuidar e educar seus filhos, tanto que o primeiro está sob a guarda e responsabilidade de terceiros", e citou que Tatiane havia consentido com o procedimento.

A reportagem tentou, sem sucesso, localizar Tatiana e a mãe, Inês Martins Oliveira, em dois endereços de Mococa que constam no processo. Elas haviam se mudado do primeiro, segundo vizinhos, e não estavam no segundo - um sítio na área rural.

Moradora de rua

O primeiro caso, revelado na semana passada, envolve a laqueadura de Janaina Aparecida Quirino, cuja decisão foi baseada no fato de ela ser moradora de rua, dependente química e ter sete filhos. A Defensoria disse que ela foi esterilizada sem ser ouvida e que o procedimento não poderia ter sido feito após o parto. Após o caso vir à tona, a OAB disse que ela havia autorizado. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Em alguns meses, estará aberta oficialmente a corrida eleitoral no Brasil. Em 2018, as eleições tendem a ser polêmicas, disputadissímas e incertas pelo panorama político atual do país. Em Pernambuco, as pré-candidaturas já estão se firmando e entre os nomes que surgem não há nenhum homossexual assumido. Apesar de partidos políticos se apropriarem da luta LGBTTT para tentar fazer propaganda e marketing, ainda é pouco ou quase nulo a participação efetiva desse segmento na política eleitoral. Cargos como governadores, deputados estaduais e federais são distantes e quase uma utopia ser ocupado por um representante LGBTTT.

Nesta quinta-feira (17), o mundo celebra o Dia Internacional contra a Homofobia e Transfobia. Em 1990, a Organização Mundial da Saúde (OMS) retirou a homossexualidade da Classificação Internacional de Doenças. Desde então, ao longo dos anos, a população de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais e Transgêneros (LGBTTT) já conquistaram alguns direitos e ganharam mais visibilidade, principalmente no setor artístico.

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Apesar dos avanços,  a prática da homofobia não é tipificada como crime no Brasil. Projetos de leis nesse sentido foram apresentados no Congresso Nacional e buscam criminalizar as manifestações de homofobia e os crimes de ódio contra os homossexuais.

Na última eleição nacional, em 2016, 377 candidatos ligados à comunidade LGBT disputaram o pleito. Esse foi o maior número de candidatos já registrado pela Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais (ABGLT), que faz o levantamento. Em 2012, 110 candidatos LGBTs ou apoiadores participaram do pleito, deles 29 conseguiram se eleger. Quando o levantamento foi iniciado, em 1996, o número total de candidatos não chegava a 10.

Para entender o que afasta a população de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais e Transgêneros da representação política no estado, o LeiaJa.com conversou com especialistas em política e representantes do movimento social LGBTTT.

De acordo com Cleyton Feitosa, doutorando em Ciência Política pela Universidade de Brasília (UnB), não é apenas um único fator ou variável que contribui para afastar a população LGBT dos espaços de poder. "No Brasil, a causa  gay é entendida como algo de cunho privado e íntimo e a sexualidade é algo que não merece uma agenda pública, um debate ou políticas públicas de estado. É como se essa representação democrática não fosse relevante. Geralmente, esses espaços institucionais são ocupados por homens, brancos, heteressexuais, donos de terra e pessoas com um alto poder aquisitivo. Observe a composição do nosso parlamento e vai perceber o perfil de empresários, latifundiários. Porque é preciso dinheiro para bancar uma campanha política, além de tempo livre. Essa não é um problemática só de homossexuais, as mulheres também passam por isso, as pessoas mais pobres, negras", explicou o pesquisador.

Em Pernambuco, Cleyton atribui a problemática a força da base evangélica nos espaços de poder. “É uma bancada forte que o tempo inteiro faz chantagens com o governador, no sentido de não avançar as políticas públicas porque na concepção deles desenvolver essas políticas é gastar dinheiro com pessoas que escolheram ser gays”. O LeiaJá procurou o PSDB, PT, PSOl e PSB de Pernambuco. Os partidos afirmaram que regionalmente não há um representante LGBT legislando. 

Para ele, a violência LGBTfóbica opera impedindo que se crie uma agenda pública voltada para o segmento e porque no imaginário de muitos, debater sobre isso é estimular a sociedade a se tornar um LGBT. “Além disso, essas instituições não atuam para reverter essa situação ou estimular a participação, recrutar, convidar ou desenvolver ações para tentar diminuir essas desigualdades. Muitos partidos possuem uma cultura interna machistas, conservadora e preconceituosa. Isso também contribui para o afastamento dos LGBTs porque eles não encontram uma forma de expressar as demandas coletivas”. Cleyton também explicou que além da violência simbólica, ao se expor o segmento enfrenta os perigos físicos, de agressão e morte. 

Sem recurso, mas com a cara e a coragem Paulette foi a primeira travesti eleita em Pernambuco

Paulette Gonçalves (PEN), 39, nasceu em Murici (AL) e passou a morar em Palmares com sete anos de idade. Atualmente, está no segundo mandato consecutivo na Câmara dos Vereadores de Palmares, na Mata Sul de Pernambuco. Ela foi a primeira travesti eleita vereadora no estado, em 2013. Sem recurso financeiro, mas com a cara e a coragem, Paulette apareceu em comícios, foi motivo de piada e arrancou risadas de muitos dos que assistiam.  

Ela conta que sempre trabalhou em projetos sociais e apesar de achar que ocupar um cargo político fosse uma utopia, não pensou duas vezes e decidiu investir no sonho. "A primeira vez que fui eleita, eles diziam que era um voto de protesto porque me queriam ocupando esse espaço. Mas, agora fui reeleita. Isso mostra que o que estou fazendo deve agradar sim. Dos 15 vereadores, apenas seis foram reeleitos e estou entre eles pelo que fiz", contou a vereadora. 

Em entrevista ao LeiaJa.com, Paulette contou que os dias na Câmara de Vereadores não são fáceis e ainda enfrenta muito preconceito, ainda mais por morar ocupar esse cargo no Nordeste. "A barreiras nunca acabam, mesmo sendo vereadora. Consigo aprovar projetos, mas um ou outro sempre geram uma discussão no espaço de poder, já que muitos políticos não me aceitam aqui", lamentou. 

Ela relembrou que escreveu uma requerimento para agradecer a uma pessoa por colocar em um evento um banheiro para mulheres transexuais. "Um vereador não gostou e disse que a mulher dele nunca usaria o mesmo banheiro que eu", disse. 

Para Paulette, a sua candidatura é muito mais do que uma vitória pessoal. "Sempre que eu subia nos palcos, era motivo de piada porque todo mundo queria sorrir. Mas, minha postura séria e minha luta pela aceitação dos LGBTs na política fez com que muitos outras travestis e transexuais criasse coragem e entrassem na disputa eleitoral", afirmou. Na última eleição, a vereadora conta que só em Palmares foram mais 14 candidatos LGBTs na disputa e embora não tenham ganho, a tentativa pode influenciar ainda mais em outras eleições. "Eu abri as portas". 

Apesar de ocupar a Câmara dos Vereadores, Paulette entrou para as estatísticas também foi vítima de transfobia, em 2017. Ela foi agredida e xingada em praça pública por desavenças financeiras com um homem, que preferiu não citar o nome. "Ele me encontrou e já veio para cima de mim. Até hoje, em 2018, não foi preso, mesmo eu prestando uma queixa e ter imagens que comprovam a agressão. A Justiça é lenta, ainda mais para a gente LGBT", complementou.

Apesar dos diferentes percalços, a primeira vereadora travesti de Pernambuco acredita que nas próximas eleições mais homossexuais, lésbicas, travestis e transexuais vão entrar na política para ocupar os cargos. "Eu acredito muito nisso, tinha que ter muito mais gente no parlamento brasileiro. Imagina uma prefeita travesti, um deputado federal. Estamos avançando, mas sempre tem um ou outro querendo nos derrubar", finalizou.

As dificuldades de Jean Wyllys num país homofóbico

Deputado federal diz que é vítima de homofobia há 6 anos na Câmara.  Foto: Luis Macedo / Câmara dos Deputados

Jean Wyllys de Matos Santos, único deputado federal assumidamente homossexual do Brasil, venceu o Big Brother Brasil e se tornou ícone na luta das minorias e dos direitos humanos. O político foi  eleito  deputado federal pelo PSOL-RJ para os mandatos 2011-2014 e 2015-2018. Em 2011, Jean foi homenageado com o Prêmio Trip Transformadores, foi o segundo mais votado nas categorias “Melhor deputado” e “Parlamentar de futuro” em seu ano de estréia no Prêmio Congresso em Foco, foi eleito, pela revista Época, um dos 100 brasileiros mais influentes em 2011.

"Um dos únicos representantes do Brasil. Mesmo quando você supera todas as barreiras para a entrada no partido, ser eleito e quando se chega no espaço representativo, acontece uma dificuldade interna de ser ouvido, de ter os projetos apoiados. São inúmeras expressões de violência aberta e ataques homofóbicos. A gente precisa de mais LGBTs nesses espaços de poder", explicou Cleyton.

Em 2017, a implantação do Conselho Municipal LGBT no Recife foi barrada na Câmara de Vereadores e o Projeto de Lei nº 60, de 2013, não saiu do papel. Ao todo, foram 16 votos a favor e 13 contra. Eram necessários no mínimo 20 votos para o pleito sair vencedor. Pesaram contra a proposta a bancada evangélica. 

A ideia do conselho seria debater políticas públicas para a comunidade LGBT e fiscalizar a prática de homofobia e bullying, por exemplo, em escolas e hospitais. O projeto foi escrito pelo poder executivo municipal. Um dos motes dos defensores do conselho se referem às mortes de pessoas LGBT no país. De acordo com dados do Grupo Gay da Bahia, 2017 foi o mais violento da história para a comunidade gay, contabilizando 445 vítimas da homotransfobia: 387 assassinatos e 58 suicídios no país, sendo 27 dessas mortes registradas em Pernambuco.

Ainda de acordo com o especialista, uma saída para enfrentar as barreiras da política institucional do segmento é investir em movimentos sociais porque não existem essas limitações e há liberdade para se organizar e desenvolver ações, como por exemplo, a parada do orgulho LGBT.

De acordo Symmy Larrat, presidenta da Associação Brasileira de Gays, Lésbicas, Bissexuais, Travestis e Transexuais (ABGTL), para as eleições de 2018, ainda não há um mapeamento feito porque as candidaturas não foram efetuadas oficialmente. “Os partidos não têm coragem de se comprometer no nível que a gente precisa da pauta e mesmo permitindo a candidatura, na imensa maioria o candidato não recebe muito financiamento por conta do preconceito. Por isso, são campanhas de muita garra, muito esforço mas de pouco recurso. A realidade é de pauperização da população LGBT. A maioria não são bem sucedidos e os que conseguiram esse espaços não financiam as campanhas dos outros”, informou.

Em 2018, a ABGLT se une ao coletivo VOTELGBT e participa da campanha que se chama “Vote LGBT” para tentar mapear no campo dos direitos humanos os candidatos e candidatas que já assumiram compromissos na plataforma política do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). O coletivo atua que desde 2014 e busca aumentar a representatividade de travestis, transexuais, lésbicas, bissexuais e gays na política institucional brasileira.

Casais se beijam e cobram mais respeito durante Parada da Diversidade do Recife. Foto: Rafael Bandeira/LeiaJáImagens

Conheça alguns direitos conquistados pelos LGBT brasileiros nos últimos vinte anos:

Casamento gay:

O Brasil regulamentou o casamento civil gay. Por 14 votos a 1, uma resolução aprovada em 2013 pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) obriga todos os cartórios do país a celebrar casamento entre pessoas do mesmo sexo e a converter união estável em casamento. Desde então, 15.000 uniões homossexuais foram registradas, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Adoção por casais homoafetivos:

A ministra Cármen Lúcia, do Supremo Tribunal Federal (STF), considerou que uma união estável homoafetiva é equivalente à entidade familiar e garantiu a um casal de homens do Paraná o direito de adotar duas crianças. Os ministros salientaram que o Estatuto da Criança e do Adolescente, de 1990, o Código Civil Brasileiro, de 2002, e a Constituição Federal de 1988 não definem quaisquer restrições quanto ao sexo, estado civil ou orientação sexual do adotante.

Mudança de nome civil e social:

Em 2018, em uma decisão histórica, o Supremo Tribunal Federal (STF) garantiu a possibilidade de que transgêneros alterem o sexo e o nome presentes no registro civil, sem precisar obter autorização judicial. O processo poderá ser realizado em cartório. A decisão do STF foi aprovada por dez votos a zero e responde a duas ações distintas, agregadas em 2017 no mesmo processo.

Cirurgia de mudança de sexo e de reprodução assistida feita pelo SUS:

Desde o ano de 2008, o Sistema Único de Saúde (SUS) oferece a cirurgia de mudança de redesignação sexual de homem para mulher. Em 2013, mulheres também foram incluídas. Além dos procedimentos, o SUS também oferta acompanhamento ambulatorial com equipe multiprofissional, incluindo psicólogos, como parte do tratamento. Também em 2013, o Conselho Federal de Medicina (CFM) determinou que casais homoafetivos estão incluídos em processos de reprodução assistida, podendo, portanto, realizar fertilização in vitro se desejarem.

A presidente nacional do PT, senadora Gleisi Hoffmann (PR), anunciou nesta quarta-feira, 2, que irá entrar com uma representação no Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) contra a procuradora-geral da República, Raquel Dodge, pela denúncia apresentada contra ela, seu marido, o ex-ministro do Planejamento Paulo Bernardo, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o ex-ministro Antônio Palocci.

A denúncia foi encaminhada na última segunda-feira, 30, ao ministro Edson Fachin, relator da Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF). Segundo a PGR, o PT teria à disposição US$ 40 milhões (o equivalente a R$ 64 milhões na época dos fatos), em uma conta mantida pela Odebrecht, para cobrir uma série de despesas indicadas pelos petistas, como a campanha de Gleisi ao governo do Paraná em 2014, em troca de decisões políticas que favorecessem a empresa. A senadora também foi denunciada por lavagem de dinheiro. Ela nega os crimes.

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Gleisi disse que a denúncia contra ela é "absolutamente falsa" e pediu que Raquel seja responsabilizada pelo que avalia ser "leviandade, irresponsabilidade e má-fé". Ela considerou que a acusação foi elaborada com "fragilidade e incompetência". "A nosso ver, são acusações inventadas como meio de implicar Lula, com quem Marcelo Odebrecht não tinha qualquer conversa. Isso no rastro de um amplo movimento político e social para liberar o ex-Presidente. Eles não deixam o Lula em paz", declarou a petista.

Segundo ela, a procuradora-geral distorceu seus depoimentos de "forma vil". No discurso, Gleisi admitiu que ela e o marido, então ministros, receberam o ex-executivo da Odebrecht, Marcelo Odebrecht, em reuniões oficiais, mas negou qualquer ato ilícito.

"Inclusive, a PGR distorce, de maneira vil, declarações que dei ao ser ouvida no inquérito. Respondendo à pergunta que me foi feita, eu disse que conhecia Marcelo Odebrecht. Na denúncia apresentada, minha declaração é mencionada como se eu tivesse dito que conhecia apenas Marcelo Odebrecht da empresa Odebrecht. Uma interpretação maliciosa, mentirosa, para tentar me desqualificar", continuou.

Segundo a petista, no caso de seus encontros com Marcelo Odebrecht, a procuradora geral fez uma interpretação "maliciosa, mentirosa" para tentar desqualificá-la. "Essa falsificação das minhas declarações é grosseira e até infantil. Por que que eu iria negar que recebi empresários em agendas públicas e nas quais tratamos de interesses do Brasil, que além de tudo eram divulgadas no site da Casa Civil, com fotos muitas delas? Mas isso é só uma amostra do que há nessa denúncia agora apresentada. Há trechos muito piores, que demonstram a fragilidade e a incompetência com que foi elaborada a denúncia", discursou Gleisi.

A presidente petista também acusa Dodge de ter "inventado" a denúncia de crime de lavagem de dinheiro para evitar que seu processo fosse enviado para a Justiça Eleitoral por suspeita de caixa 2, que também nega ter praticado, como aconteceu com o pré-candidato do PSDB a presidente, Geraldo Alckmin.

"Essa denúncia é um desvario completo. A PGR, evidentemente, sabe disso. Não posso crer que me acuse, sem sequer examinar as contas. Ignoram deliberadamente, porque, se considerassem a dívida declarada, as contas fechariam, só que as acusações que queriam fazer ficariam sem pé nem cabeça. Então, se os fatos contradizem a nossa versão, que se danem os fatos. O importante é a versão. Forçaram para tirar o caso da Justiça Eleitoral. Estou certa de que, se a avaliação das minhas contas tivesse sido feita pelo procurador que avaliou o caso do Geraldo Alckmin, essa denúncia teria sido remetida ao Tribunal Superior Eleitoral."

O ministro da Educação Mendonça Filho (DEM) está sendo processado por supostamente ter ferido a liberdade de cátedra do professor Luis Felipe Miguel e a autonomia da Universidade de Brasília (UnB) ao solicitar que órgãos públicos de controle investigassem a universidade por oferecer a cadeira “o golpe de 2016 e o futuro da democracia no Brasil”.

Há duas ações sendo movidas contra o ministro: uma no Conselho de Ética da Presidência da República, pela qual ele já foi notificado na última segunda-feira (26) e tem um prazo de até 10 dias para apresentar sua defesa, e outra na Procuradoria Geral da República (PGR), que também já notificou o ministro. Confira a representação e a notificação da Comissão de Ética Pública. O LeiaJá procurou a Procuradoria Geral da República (PGR) para solicitar cópias dos documentos contra o ministro, mas não obteve resposta.

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De acordo com o despacho assinado pelo conselheiro-relator e presidente da Comissão de Ética Pública do Conselho de Ética da Presidência da República, Mauro de Azevedo Menezes, “É pertinente ao crivo da ética pública a verificação de possíveis abusos no exercício do poder por autoridades abrangidas pela competência da CEP [Comissão de Ética Pública], inclusive no que concerne à suposta violação de garantias constitucionais asseguradas a servidores públicos”.

As representações contra mendonça são assinadas pelo ex-reitor da UnB José Geraldo de Souza Júnior, pelo líder do PT na Câmara, Paulo Pimenta (RS), o deputado Wadih Damous (PT-RJ), o advogado Patrick Mariano Gomes e o ex-procurador-geral do Estado de São Paulo Marcio Sotelo Felippe. Nos documentos, eles solicitam a instauração de processo contra o ministro por improbidade administrativa e que sejam sustados os efeitos de ofícios e outras manifestações do Ministério da Educação (MEC) que tenham a intenção de constranger o professor Luís Felipe Miguel, que coordena o curso. 

“Cortina de fumaça para intimidar uma apuração democrática”

Procurada pelo LeiaJá, a assessoria do ministro informou que ele foi notificado a respeito das duas representações e que elas mostram “a inversão de valores típica do modo petista de operar”, deixando clara a “tentativa do PT de criar uma cortina de fumaça para intimidar uma apuração democrática sobre a probidade do uso dos recursos públicos neste caso”. 

No que diz respeito às universidades que, após a UnB, também decidiram oferecer cursos semelhantes, e à própria UnB, a assessoria de Mendonça Filho afirmou que o assunto está sendo tratado pela consultoria jurídica do ministro. 

Confira a nota da assessoria de Mendonça Filho na íntegra

A representação junto ao Comitê de Ética da Presidência da República contra o fato de o ministro da Educação, Mendonça Filho, solicitar a órgãos de controle uma apuração sobre possível uso da máquina pública na Universidade de Brasília para doutrinação política e ideológica mostra a inversão de valores típica do modo petista de operar. Essa denúncia deixa clara a tentativa do PT de criar uma cortina de fumaça para intimidar uma apuração democrática sobre a probidade do uso dos recursos públicos neste caso. O ministro da Educação está cumprindo o papel constitucional de solicitar apuração do bom uso de recursos públicos, sob pena de, se não fizer, responder por omissão. 

A consulta aos órgãos de controle visa apurar possível prática de improbidade administrativa por parte dos responsáveis pela criação da disciplina “O golpe de 2016 e o futuro da democracia no Brasil”, no curso de Ciência Política da UnB, sem base científica e por fazer possível proselitismo político e ideológico do PT e do lulismo. A disciplina, em seu conteúdo, apresenta indicativos claros de uso da estrutura acadêmica, custeada por todos os brasileiros, para benefício político e ideológico de determinado segmento partidário em pleno ano eleitoral, algo que pode desrespeitar o artigo 206 da Constituição Federal, que estabelece, em seu inciso III, sobre o direito de aprender dos estudantes respeitando o pluralismo de ideias. 

O ministro Mendonça Filho reafirma o respeito à autonomia universitária, à liberdade de cátedra e à UnB ou qualquer outra universidade brasileira. Assim como também reafirma a crença de que a universidade pública deve ser um ambiente plural, democrático e onde o recurso público seja usado com probidade. E lamenta que o drama da educação brasileira com indicadores como o da Avaliação Nacional de Alfabetização que mostra que 54% das crianças brasileiras terminam o terceiro ano do fundamental sem estarem alfabetizadas adequadamente não mobilize esses setores das universidades federais preocupados exclusivamente com a doutrinação ideológica”.

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O deputado federal Paulo Pimenta (PT-RS) e o senador Lindbergh Farias (PT-RJ) entraram nesta segunda-feira (8) com uma representação no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) contra a TV Globo e os apresentadores da casa Fausto Silva e Luciano Huck por praticarem, em tese, abuso dos meios de comunicação e de poder econômico. Embora tenha negado que seja candidato à Presidência em 2018, Huck é alvo do processo por supostamente ter se beneficiado da participação no programa Domingão do Faustão deste domingo (7).

No documento, os líderes do PT na Câmara e no Senado pedem à Corregedoria-Geral Eleitoral que seja declarada a caracterização de abuso de poder econômico e dos meios de comunicação com a aplicação das penalidades de inelegibilidade de Huck ou da cassação do possível registro de sua candidatura. Além disso, requerem ainda pagamento de multa por parte dos três acusados.

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Os parlamentares alegam que, durante o programa, houve uma "demonização da atual política, dos políticos que a representam, dos pré-candidatos que ostensivamente já se apresentaram para a sociedade como postulantes ao cargo presidencial e, de forma subliminar, a exaltação da pré-candidatura de Luciano Huck".

Os petistas ressaltam que boa parte do programa foi destinada a discutir a questão política, colocando Huck como uma figura "capaz de mudar a realidade vigente (...), diferente de tudo e de todos que aí se encontram". Para os parlamentares, a emissora promove a pré-candidatura do apresentador de forma objetiva e direta, o que causa "interferência antecipada na lisura e na igualdade da disputa presidencial".

Em novembro, Huck afirmou em um artigo no jornal Folha de S. Paulo que não participaria das eleições de 2018 como candidato à Presidência. No entanto, no último domingo, ele não descartou a possibilidade de se candidatar no futuro.

Durante o programa, Huck e a mulher, a apresentadora Angélica, responderam a perguntas do público e, depois, foram questionados sobre política pelo apresentador Fausto Silva. "Minha missão esse ano é tentar motivar as pessoas a que votem com muita consciência e que a gente traga os amigos que estão a fim para ocupar a política, senão não vai ter solução. Eu nunca, jamais, vou ser o salvador da pátria e o que vai acontecer na minha vida eu também não sei. Eu amo o que eu faço, eu amo estar todo sábado na televisão, eu gosto muito de estar com as pessoas, de contar as histórias. Então, o que o destino e o que Deus espera para mim, vou deixar rolar", respondeu.

O PSOL e o PSB afirmaram nesta quarta-feira, 20, que vão entrar com representação no Conselho de Ética da Câmara por quebra de decoro parlamentar contra o deputado federal Paulo Maluf (PP-SP), que se entregou à Polícia Federal nesta quarta, e Celso Jacob (PMDB-RJ), que também cumpre pena em regime fechado. No entanto, as ações só devem ser apresentadas em fevereiro, depois do recesso, que começa oficialmente nesta sexta-feira, 22.

Deputados desses partidos dizem que devem protocolar os pedidos de cassação caso a Mesa Diretora da Câmara não der encaminhamento à perda de mandato, como determinou o Supremo Tribunal Federal (STF), no caso de Maluf.

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"Se a Mesa Diretora não tomar as providências, em fevereiro, caso haja a tradicional inércia e omissão corporativa, aí a gente vai pedir", disse o deputado Chico Alencar (PSOL-RJ).

O regimento interno da Câmara prevê que, em casos de condenação criminal com sentença sem direito a recurso, como é o caso de Maluf, a representação para decretação de perda do mandato deve ser conduzida pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), o que em tese pode ocorrer mais rapidamente, dependendo da vontade do colegiado.

O presidente da Casa, Rodrigo Maia (DEM-RJ), disse que a Mesa Diretora ainda vai analisar quais benefícios devem ser retirados de Maluf. "Assim que a Mesa for comunicada (da prisão), vamos tomar a decisão sobre o que cabe ou não manter (de benefícios) ao deputado Paulo Maluf", afirmou.

Além do salário, os deputados federais têm direito a uma série de benefícios, como cota parlamentar, apartamento funcional e automóvel oficial. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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