Cinco jovens ficaram feridos em um tiroteio na Praça Maria Vitalina Gonçalves da Rocha, no bairro do Bongi, na Zona Oeste do Recife, por volta das 20h30 da terça-feira (8). O local divide a mesma propriedade que o terminal de ônibus do bairro, onde circula um grande número de pessoas até o encerramento das atividades do núcleo de transportes. O caso teria ocorrido durante um “rolêzinho”, evento periódico caracterizado pela reunião de adolescentes e jovens adultos em um local previamente marcado, e que já é frequente naquela área.
Segundo a Polícia Civil, as vítimas têm entre 16 e 21 anos. As autoridades também informaram que os feridos foram inicialmente encaminhados à Unidade de Pronto Atendimento dos Torrões, bairro vizinho. Em seguida, foram levados ao Hospital Getúlio Vargas, no Cordeiro, também na mesma região. Não há informações sobre o estado de saúde dessas pessoas.
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Um vídeo recebido pelo LeiaJá mostra o momento dos disparos. Dezenas de pessoas se dispersaram, enquanto outras se esconderam atrás dos veículos estacionados nas imediações. Segundo testemunhas, é comum que os encontros envolvam violência, uso de drogas e a presença de menores de idade.
Quem vive nas redondezas diz não se sentir seguro e se queixa da falta de policiamento no local. De acordo com uma confeccionista que trabalha na mesma rua onde houve o tiroteio, os rolêzinhos costumam acontecer todos os domingos, mas também podem ser realizados em outros dias. A mulher, que não quis se identificar, diz que há “muito som alto e jovens circulando o tempo todo, até tarde, e eles só saem quando a polícia chega, mas a polícia só chega quando alguém denuncia.”
Um comerciante de eletrônicos da mesma rua que também não quis se identificar fala que esses eventos costumam ser violentos e esse é o segundo episódio seguido com disparos de arma de fogo. “Só rolam drogas, brigas, desavenças e roubos. Como vem muita gente de outros bairros, quem é daqui acaba sendo assaltado. Também tem muito adolescente, até criança, bebendo, usando drogas e também tem tráfico. Incomoda muito a vizinhança, principalmente os idosos. Dentro de um mês, é a segunda vez que tem tiroteios aqui, nesse mesmo rolêzinho”, disse a testemunha.
Perguntado sobre a presença policial nesses eventos, já que são periódicos, o vendedor reforçou que as autoridades costumam aparecer somente quando a população denuncia. “Quando denunciam, aí a polícia aparece e consegue dispersar eles. Todos os domingos eles estão aqui, já era para a polícia estar ciente disso. Não tem força militar definitiva na praça e isso faz falta por aqui”, completou.
O LeiaJá buscou a Polícia Militar para entender como e com qual frequência acontece a ronda policial no Bongi. Até o momento desta publicação, não houve resposta.
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