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A senadora Soraya Thronicke (PSL-MS) foi diagnosticada com Covid-19 e confirmou a contaminação em uma postagem no Twitter.

“Informo que testei positivo para o covid-19 nesta terça-feira, após apresentar sintomas leves como tosse e estado febril”, disse a senadora.

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Ela está em casa, isolada, por recomendação médica. Thronicke também afirmou que continuará participando das sessões remotas do Senado. Até o momento, os senadores Arolde de Oliveira, José Maranhão e seu colega de partido, Major Olímpio, já faleceram por complicações oriundas do vírus.

 

Destino desejado por turistas para curtir o Réveillon, na noite dessa terça-feira (29), Fernando de Noronha confirmou mais três casos de Covid-19 entre moradores. Ao todo, o arquipélago totaliza 328 registros da infecção.

De acordo com a Administração, os novos contaminados apresentam sintomas leves e já cumprem quarentena em isolamento domiciliar. O boletim também informa que outras três pessoas conseguiram se curar do novo coronavírus, enquanto 30 seguem em recuperação.

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Com 328 notificações, Noronha divide os casos entre 247 locais e 81 importados. Sem óbitos em razão da pandemia, a ilha calcula 298 curas clínicas.

A gestão da ilha seguiu a determinação do Governo de Pernambuco e estipulou o funcionamento de bares e restaurantes até às 20h da véspera de Ano Novo, nesta quinta (31). O Porto de Santo Antônio também será fechado a partir das 12h do dia 31 até às 12h do dia 1º de janeiro. Dessa forma, passeios turísticos e de mergulho estarão suspensos durante o período.

A atriz Danielle Winits participou de uma live para o GShow, na última quinta-feira (11), e contou alguns detalhes de sua vida atualmente com o marido, André Gonçalves. Danielle revelou que o casal tem usado máscara, inclusive em casa, por causa do risco de contaminação do coronavírus.

A atriz e o marido estão competindo no quadro 'Dança dos Famosos', no programa Domingão do Faustão, que já está em sua reta final. Danielle e André estão entre os finalistas da atração semanal.

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"A gente resolveu ficar de máscara em casa já que tiveram novos casos. Dorme cada um para um lado da cama, de porta aberta. Estamos nesse nível. É uma realidade, não tem jeito. Estamos na mesma casa e no mesmo compromisso, é mais uma coisa para gente se preocupar", explicou ela na live. De acordo com a atriz, a preocupação do casal é se precaver de uma possível contaminação, já que ambos estão participando da mesma atração.

"Começou naturalmente, meio que na brincadeira colocar a máscara em casa e aí virou uma questão importante. É o pouco que se faz, 100% não existe, infelizmente. É se resguardar de alguma forma", comentou Danielle.

A atriz ainda comentou que é necessário o afastamento socia do casal: "O namoro pode esperar um pouquinho, né? Calma! A gente está junto há quatro anos. É em prol de uma causa mesmo, não é só uma competição, é uma batalha, é para fazer dar certo até o fim. Estamos imbuídos desse sentimento. Foi um susto para todo mundo essa segunda onda. Agora é quarentenar mesmo".

A Rússia bateu mais um recorde de infecções por coronavírus neste domingo (6), quando as autoridades do país registraram 29.039 novos casos confirmados, o maior aumento diário da pandemia. O país é o quarto maior em número de contaminações, com mais de 2,4 milhões de casos, e já registrou 43.141 mortes relacionadas ao vírus.

Na quarta-feira, o presidente Vladimir Putin ordenou uma vacinação em grande escala com a vacina Sputnik V, desenvolvida internamente, que ainda está passando por estudos avançados necessários para garantir sua segurança e eficácia. Médicos e professores serão os primeiros na fila para serem vacinados, disse Putin. O ministro da Saúde, Mikhail Murashko, disse na quarta-feira que mais de 100.000 pessoas na Rússia já receberam as vacinas.

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A Coreia do Sul vai endurecer ainda mais as regras de distanciamento social, após constatar que as recentes restrições não conseguiram conter um ressurgimento do vírus. O ministro da Saúde, Park Neung-hoo, disse que o país pode enfrentar uma falta de leitos em unidades de terapia intensiva, se o nível atual continuar por uma a duas semanas. O país registrou 631 novos casos no domingo, elevando o total para 37.546, com 545 mortes.

A partir de terça-feira (8), novas restrições serão impostas por três semanas, com o fechamento de salas de karaokê, academias de ginástica, academias internas e a maioria dos cursinhos na região metropolitana de Seul. Alguns estabelecimentos considerados de alto risco, como boates, já foram fechados.

Os eventos devem ter menos de 50 pessoas, e as partidas esportivas serão realizadas sem torcida. Park diz que a Coreia do Sul relatou uma média de 514 novos casos de vírus por dia na semana passada, 375 deles na região de Seul.

No Reino Unido, a vacina contra o coronavírus desenvolvida pela farmacêutica americana Pfizer e pela BioNTech, da Alemanha, foi enviada para hospitais em todo o Reino Unido em contêineres refrigerados neste domingo, dois dias antes do início do maior programa de imunização dos ingleses.

Espera-se que cerca de 800 mil doses da vacina estejam prontas para lançamento na terça-feira (8), dia que o secretário de Saúde britânico, Matt Hancock, apelidou de "Dia V", em alusão à vitória na Segunda Guerra Mundial.

Neste domingo, o Papa Francisco declarou que o Natal é motivo de esperança em meio às dificuldades da pandemia do coronavírus. Durante sua bênção tradicional aos domingos, Francisco disse que os símbolos da época, a árvore de Natal e o presépio, "são sinais de esperança, especialmente neste período difícil".

Ele exortou os fiéis a recordar o verdadeiro sentido do Natal, o nascimento de Jesus Cristo, e apoiar os mais necessitados. "Não há pandemia, não há crise que possa apagar esta luz", afirmou. Os serviços litúrgicos do Vaticano estão sendo realizados sem a presença do público em geral por causa da pandemia.

(Com Associated Press)

Índios da etnia mundurucu que vivem no Médio Tapajós, no Pará, foram contaminados por mercúrio proveniente do garimpo na região. Estudo multicêntrico coordenado pela Escola Nacional de Saúde Pública (ENSP) da Fiocruz revelou a exposição crônica dos indígenas ao metilmercúrio. O motivo é a ingestão frequente de peixes contaminados pelo elemento. A contaminação por mercúrio pode causar problemas neurológicos graves.

O objetivo da pesquisa entre habitantes de três aldeias da região era investigar o impacto na saúde e no ambiente causado pela atividade garimpeira. O trabalho foi feito depois de uma denúncia de lideranças locais aos pesquisadores da Fiocruz. Pesquisadores trabalharam na terra indígena Sawré Muyubu, em fase de identificação e delimitação pela Funai. Localizada entre os municípios de Itaituba e Trairão, a terra é ocupada pelo povo mundurucu.

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"Resolvemos fazer esse trabalho depois de recebermos uma denúncia da Associação Indígena Pariri, que representa o povo mundurucu do Médio Tapajós. Nossa intenção era buscar evidências científicas para comprovar que o problema existe e está presente na Amazônia", explicou o médico e pesquisador Paulo Cesar Basta, da ENSP/Fiocruz, coordenador do estudo. "De fato, reunimos evidências inequívocas dos efeitos deletérios da contaminação entre os habitantes das aldeias avaliadas." O Pará concentra as maiores reservas de ouro do País. Na região da bacia do Tapajós há uma confluência de terras indígenas e jazidas. Ali, há registros de atividade garimpeira desde a década de 50. O mercúrio é amplamente utilizado na extração de ouro, para separar o metal precioso dos sedimentos . Depois que é liberado no ambiente, o metal contamina os peixes e entra na cadeia alimentar humana. O pescado é a principal fonte de proteína animal dos índios.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Nova York, a maior cidade dos Estados Unidos, obrigará os bares e restaurantes a fechar às 22h a partir desta sexta-feira (13) para enfrentar a segunda onda de Covid-19, que afeta com força o país, assim como a Europa.

O número de pacientes do novo coronavírus hospitalizados nos Estados Unidos é o mais elevado desde o início da pandemia, com mais de 65.000 pessoas, de acordo com o Covid Tracking Project. O vírus já provocou 242.621 mortes no país, de acordo com o balanço da Universidade Johns Hopkins.

Diante da ausência de regras nacionais do governo federal de Donald Trump, as autoridades locais começam a impor restrições em seus territórios.

No estado de Nova York, o governador Andrew Cuomo anunciou que todos os estabelecimentos autorizados a vender bebidas alcoólicas, incluindo bares e restaurantes, terão de fechar às 22h.

Alguns estados e cidades começaram a recomendar a seus habitantes que permaneçam em casa.

Este é o caso de Chicago - terceira maior cidade dos Estados Unidos em termos de população -, que pediu a seus 2,7 milhões de moradores que permaneçam em suas residências, com algumas exceções: seguir para o trabalho, escola, ou alguma atividade atividade considerada essencial. A medida é recomendada, mas não coercitiva.

"Cada um de nós deve dar um passo adiante e 'Proteger Chicago' agora mesmo, ou 2020 pode ir de mal a pior", afirma um comunicado divulgado pelo site oficial da cidade.

Mais de 10.000 pessoas infectadas pelo novo coronavírus morreram nas últimas 24 horas no mundo, segundo um balanço de quinta-feira (12) da AFP. Quase metade (4.961) dos óbitos (10.010) foi registrada na Europa; 1.868, na América Latina e Caribe; e 1.330, nos Estados Unidos.

No início da semana, surgiram notícias promissoras sobre o desenvolvimento de uma vacina dos laboratórios Pfizer e BioNTech, mas a possível solução não chegará a tempo de evitar outras dezenas de milhares de mortes.

As previsões apontam que as primeiras vacinas devem estar disponíveis, talvez, no fim do ano nos Estados Unidos, e no primeiro trimestre de 2021 na Europa, de acordo com a diretora do Centro Europeu para o Controle de Doenças (ECDC), Andrea Ammon.

- Hotéis para pacientes na Itália -

A covid-19 matou pelo menos 1.292.200 pessoas em todo planeta desde que o escritório da Organização Mundial da Saúde (OMS) na China informou o início da doença no fim de dezembro de 2019, segundo um balanço da AFP atualizado nesta sexta-feira com base em números oficiais.

Mais de 52,6 milhões de casos de infecção foram diagnosticados desde o início da pandemia, com 33,9 milhões considerados curados.

Na Europa, um sinal de esperança veio da Alemanha, onde o instituto de vigilância sanitária Robert Koch mencionou na quinta-feira os "primeiros sinais" de melhora na curva de infecção.

"A curva está sendo achatada", disse o diretor do instituto, Lothar Wieler, ao mesmo tempo que advertiu contra qualquer relaxamento no comportamento dos cidadãos.

Outros países continuam com números alarmantes e, durante toda a semana, anunciaram novas medidas para tentar conter o avanço da pandemia.

Confinada desde sábado, a Grécia decretou um toque de recolher adicional a partir desta sexta-feira, entre 21h e 5h. Os deslocamentos serão autorizados apenas por razões de trabalho, ou de saúde.

Portugal ampliou na quinta-feira a área afetada pelas restrições. A Eslovênia proibiu quase todas as reuniões durante duas semanas, e a Hungria anunciou um confinamento parcial durante ao menos 30 dias.

Na França, onde um paciente com coronavírus é hospitalizado a cada 30 segundos, o primeiro-ministro descartou uma flexibilização do confinamento durante ao menos outros 15 dias.

O aeroporto Roissy-Charles-de-Gaulle de Paris abriu um centro de testes para passageiros procedentes de países classificados como de "zona vermelha", que precisam de resultado negativo no exame para entrar na França.

Na Itália, que superou a marca de um milhão de casos, o governo reservou 15.000 camas de hotel para pacientes de covid-19 em todo país.

O Reino Unido, país mais afetado da Europa, superou na quarta-feira 50.000 mortes. Espanha e França superaram 40.000 vítimas fatais.

Em um planeta que multiplica as restrições de viagens, uma figura está isenta: Papai Noel usa máscara e pode viajar pelo mundo inteiro, graças a sua permissão de deslocamento, afirmou na quinta-feira o primeiro-ministro italiano em sua página do Facebook, para tranquilidade das crianças de seu país que temiam pelos presentes de Natal.

A retomada do aumento dos casos da Covid-19 em Pernambuco, acendeu o alerta da população quanto à disponibilidade de leitos de UTIs. Nesse domingo (8), o boletim divulgado pela Secretaria Estadual de Saúde (SES) indicou que 82% das unidades de terapia intensiva estão ocupadas no estado.

O levantamento confirma mais 411 casos, desses 3% são considerados Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG). Desde o início da pandemia, o estado já notificou 166.333 infectados e segue com os registros em alta, resultado do relaxamento da população com os cuidados necessários para evitar a proliferação.

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Diante da elevação dos contaminados, parte dos 1.611 leitos destinados aos pacientes da doença voltou a ser preenchido. Dos 780 de UTI, 82% já estão ocupados, enquanto 55% dos 831 leitos de enfermaria têm pacientes. Somados os níveis de ocupação, 68% das áreas de recuperação já alocam contaminados pela doença.

Em junho, a SES informou que chegou a zerar a espera por leitos de UTI, após um pico de 300 pacientes suspeitos aguardando por vagas.

Assim como em países europeus, o crescimento dos números deixa os pernambucanos em alerta quanto à possibilidade de uma segunda onda de contaminação, que poderia culminar no retorno do isolamento total.

Apesar dos 147.778 recuperados, a preocupação estende-se ao índice de óbitos, que também avança aos poucos. Embora a maioria dos diagnósticos seja de casos leves, 8.732 pessoas já morreram em decorrência do vírus.

O secretário de Saúde de Pernambuco, André Longo, informou durante coletiva online desta quinta-feira (5) que, na última quarta-feira (4), se reuniu com os representantes das unidades de saúde públicas de Pernambuco e confirmou que houve uma “pequena” elevação nas internações nesta última semana. “Mas esse aumento não tem sido motivado necessariamente pela Covid-19. São quadros de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), mas temos encontrado diagnósticos de diversas outras manifestações de repercussão respiratória", diz.

Sobre as taxas de ocupação dos leitos, Longo ressalta que, no decorrer dos últimos meses, com a desmobilização de alguns leitos por conta da baixa ocupação no estado, é possível que haja algumas variações. "Chegamos a contar com mais de 1.500 vagas de UTI no pico da pandemia, juntando com os leitos do governo e da Prefeitura do Recife. Hoje, são 786 (leitos), mesmo assim a ocupação se encontra num patamar de controle", analisa.

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O secretário garantiu que o estado continua monitorando os indicadores hospitalares, fazendo reuniões com as unidades de saúde e unidades de pronto atendimento. Além disso, ele reforçou que o Plano de Contingência de Pernambuco prevê que se forem alcançadas taxas sustentadas superiores a 80% de ocupação, Pernambuco irá desbloquear leitos e alocá-los para o atendimento dos infectados pela Covid-19.

Contaminação e óbitos

Longo analisou que Pernambuco terminou o mês de outubro “melhor do que começou”. "Com uma queda de 9,1% nas notificações dos casos graves e 25,8% nos óbitos, isso quando comparamos com a semana 41 e 44", explicou.

O secretário disse que, mesmo com algumas "flutuações" percebidas, outubro registrou os menores índices da doença desde abril. "Quando comparamos a setembro, tivemos uma redução de 15,6% nos casos. Quando olhamos os casos graves confirmados [em outubro], houve queda de 14% em relação a setembro".

Em relação aos óbitos, André Longo garante que também houve uma queda nos números do estado. Ele salientou que os 533 óbitos por Covid-19 confirmados em outubro representam uma queda de 39,7% em relação a setembro.

O secretário afirmou que as variações dos casos confirmados da Covid-19 no estado estão dentro do esperado e, até este momento, estão em um patamar de estabilidade, sem uma tendência clara de aumento e sem grandes repercussões na análise por macrorregião e Gerência Regional de Saúde (GERE). 

"Para evitar um novo aumento nos índices de contaminação pela Covid-19, dependemos somente de nossas próprias atitudes. O vírus continua circulando e, para não termos mais mortes, aumento na ocupação dos hospitais, cada um precisa fazer a sua parte usando as máscaras, lavando as mãos, usando álcool e evitando as aglomerações", complementou o secretário de Saúde de Pernambuco.

Segundo o Comitê Científico do Nordeste, a flexibilização das medidas de isolamento social e as eleições para renovação de Prefeituras e Câmaras municipais marcadas para novembro podem precipitar uma segunda onda de Covid-19 na região nos próximos meses. O fenômeno, que já preocupa países da Europa, pode ter uma influência no recrudescimento da pandemia no Nordeste em função do fluxo de turistas europeus que costumam vir para as praias nordestinas nas festas de fim de ano.

Por conta disso, o Comitê Científico publicou nesta sexta-feira (23), a recomendação de implantação de estandes sanitários em todos os aeroportos. Também está sendo recomendado equipes nesses estandes para aferir a temperatura e kits de testagem rápida de passageiros provenientes do exterior.

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Além disso, orienta a adoção de quarentena de 14 dias para os turistas que não apresentarem atestados que comprovem a ausência de infecção pelo Sars-cov-2. “Já passamos por essa situação de ver os acontecimentos primeiro na Europa e depois se reproduzindo aqui. Temos uma oportunidade, desta vez, de não deixar isso se repetir”, alerta Miguel Nicolelis, neurocientista e um dos coordenadores do comitê.

O Boletim 12 mostra através de previsões matemáticas e dados das Secretarias de Saúde que a pandemia atingiu seu pico em todos os Estados do Nordeste. “Isso fez com que, em vários locais, as medidas de isolamento social fossem diminuídas além do necessário, resultando em alta probabilidade de uma possível segunda onda”, constata Sérgio Rezende, ex-ministro da Ciência e Tecnologia e, também, coordenador do Comitê Científico do Nordeste. 

Rezende frisa a “premência de se adotarem as medidas sugeridas pelo Comitê porque uma nova onda de Covid-19, obviamente, poderá trazer sérias consequências econômicas, sanitárias e sociais, complicando ainda mais o cenário delicado que já vimos enfrentando neste ano”.

O comitê destaca que a campanha eleitoral que tem gerado aglomerações em todos os municípios pode contribuir para o aumento da reprodução do vírus. Em geral, as campanhas criam eventos “onde pessoas desprezam todas as normas sanitárias indicadas pela Organização Mundial de Saúde”, diz o boletim. Invariavelmente, nas aglomerações o risco desse tipo de contaminação aumenta consideravelmente, gerando a expectativa de que, no período pós-eleição, possa ocorrer uma segunda onda da epidemia. 

“Infelizmente, a maioria dos candidatos coloca sua eleição como prioridade, desconsiderando a vida de seus eleitores e as suas próprias”, criticam os cientistas. Eles pedem que a sociedade redobre os cuidados, principalmente com o aumento da flexibilização.

Em meio a incertezas em todo o mundo sobre o risco de reabrir escolas, um estudo publicado nessa terça (20) indicou o caminho da contaminação em uma sala de aula. Por simulação computacional, a pesquisa apontou que, mesmo com distância de mais de 2 metros entre os estudantes, partículas minúsculas suspensas no ar podem circular entre eles. Medidas como abrir janelas e instalar barreiras de vidro ou acrílico nas carteiras são capazes de reduzir os riscos.

Conduzida por cientistas da Universidade do Novo México (EUA), a simulação considera uma sala com janelas e um sistema de ar-condicionado central, que filtra e faz a renovação do ar - algo incomum no Brasil, onde se vê o sistema comum de refrigeração. No modelo estudado, até a posição do aluno na classe tem influência na quantidade de partículas que ele recebe.

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Em julho, a Organização Mundial da Saúde (OMS) reconheceu o risco de transmissão do novo coronavírus pelo ar. Isso significa que, além do contato com superfícies contaminadas ou com gotículas de saliva, é possível ter contato com o vírus por partículas que ficam suspensas (os aerossóis) e podem ser carregadas por correntes de ar. Essas podem permanecer no ambiente por algumas horas, o que eleva a preocupação com lugares fechados. O papel da contaminação por aerossóis no total de infecções ainda não está bem descrito.

Os pesquisadores fizeram a análise considerando uma sala de aula de 81 metros quadrados de área e 3 metros de altura. Pelo modelo, os alunos estão dispostos em três fileiras, com o professor à frente. Mesmo a uma distância de 2,4 metros entre os alunos (superior à adotada em escolas brasileiras), os especialistas verificaram que pode ocorrer o transporte de partículas de um estudante para outro, o que indica a necessidade de adaptação das salas, uso de máscaras e higienização das mãos. "Mesmo com 9 estudantes na sala e 2,4 metros de distância entre eles, aerossóis são transmitidos em quantidades significativas entre estudantes e de um estudante para a mesa de outro", indica o trabalho, publicado nesta terça na revista Physics of Fluids, do Instituto Americano de Física.

Partículas liberadas por um aluno podem ficar, por exemplo, sobre o caderno ou estojo de outro, o que, segundo os autores, eleva a necessidade de higienização constante das mãos, mesmo que não se tenha tocado nos pertences dos colegas. O risco de contaminação diminui se as janelas da sala de aula forem abertas. De acordo com a simulação computacional, abrir as janelas (mesmo com o ar-condicionado ligado) aumenta a fração de partículas que saem da sala em 38% em comparação com o modelo de janelas fechadas. Também reduz a deposição de aerossóis nos estudantes em 80%.

Já o uso de barreiras nas carteiras, como as telas de vidro ou de acrílico, pode ser ainda mais eficiente: elas não são capazes de "blindar" por completo os estudantes, mas chegam a reduzir em 92% a transmissão de aerossóis de um mícron (milésima parte do milímetro). No modelo estudado - e considerando o sistema de ar-condicionado central da sala de aula - o aluno posicionado no meio da sala transmite mais partículas. Já aqueles localizados nos cantos de trás do espaço seriam mais poupados dessas partículas.

Segundo os autores, essas informações podem ser levadas em consideração na hora de planejar o posicionamento dos alunos. No modelo descrito, seria interessante, por exemplo, eliminar a posição do estudante do centro e colocar estudantes do grupo de risco nos cantos.

A pesquisa não considerou, necessariamente, que os estudantes estivessem usando máscara, mas os resultados se aplicariam para ambos os cenários, segundo os autores. "As máscaras têm duas principais funções: prendem algumas das partículas exaladas e potencialmente inaláveis e diminuem a velocidade do ar exalado que contém partículas de aerossol. Não presumimos especificamente que os alunos estejam usando máscaras, mas isso não afeta de forma significativa a aplicabilidade do estudo", explicou ao Estadão Khaled Talaat, do Departamento de Engenharia Nuclear da Universidade do Novo México (EUA).

Os pesquisadores afirmam ainda que mais estudos são necessários e os números obtidos se referem ao modelo de sala de aula considerado. No entanto, os resultados podem ser qualitativamente aplicados para outras salas de aula.

Brasil

Parte das escolas particulares de São Paulo contratou a assessoria de hospitais para elaborar seus protocolos de retomada. E há uma indicação geral de que as escolas desliguem o ar-condicionado e abram janelas e portas (Mais informações nesta página). Pesquisa da Confederação Nacional dos Municípios (CNM) indicou que 3.275 municípios brasileiros ainda não veem condições sanitárias para retomar as aulas presenciais na rede básica de ensino neste ano. O número equivale a 82% das prefeituras consultadas. Segundo o presidente da entidade, Glademir Aroldi, até mesmo o clima é considerado nessa decisão.

"Na flexibilização de um bar, vai a um bar quem acha que pode ir. Na escola, quando abrir, você faz com que os alunos acabem frequentando, permaneçam por um período longo e voltem para a casa, convivam com pais, avós. É uma situação mais complexa. Em algumas regiões, precisa do ar-condicionado ligado o tempo todo", disse ele. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O risco de contaminação por coronavírus em um avião é muito baixo se todos os passageiros usarem máscaras, revelou um estudo realizado a bordo de aeronaves Boeing pelo exército americano e publicado nesta quinta-feira (15).

Os pesquisadores usaram sensores e rastreadores fluorescentes para medir o volume de matéria contagiosa no ar emitida por um manequim que simulava a respiração normal de uma pessoa infectada.

Os passageiros mais expostos - aqueles que estão na frente, atrás ou ao lado do manequim - foram representados por sensores.

Cerca de 300 testes em solo e em voo foram realizados em oito dias consecutivos durante o mês de agosto, em cooperação com a United Airlines a bordo de aeronaves Boeing 767 e 777.

O estudo concluiu que 99,7% das partículas contaminadas com coronavírus foram removidas pelos sofisticados sistemas de ventilação da aeronave antes de chegarem aos passageiros mais próximos do manequim.

Ao expandir para os 40 assentos mais próximos da "pessoa" infectada, a taxa de eliminação do vírus no ar foi de 99,99%, de acordo com o estudo.

Os resultados levaram os funcionários militares de transporte a concluir que mesmo com o avião cheio, o nível de contágio em 12 horas de voo é insignificante.

No entanto, os testes avaliaram apenas um cenário, no qual só havia um único passageiro infectado e todos os outros passageiros usavam máscaras. Também não considerou a possibilidade do passageiro caminhar pela aeronave.

"Embora os testes tenham limitações, os resultados são encorajadores", disse o comandante Joe Pope, representante do Comando de Transporte (USTRANSCOM) para o estudo.

"Para as aeronaves 777 e 767, os cálculos mostram que leva cerca de 54 horas de voo para uma inalação cumulativa de uma dose infecciosa", disse Pope.

Desde o início da pandemia, os militares dos EUA suspenderam a maior parte do movimento de suas tropas e suas famílias.

Depois das aglomerações vistas em Pernambuco no feriado prolongado do Dia da Independência, e com a chegada de mais um feriadão - devido ao dia de Nossa Senhora Aparecida, padroeira do Brasil, o secretário de Saúde de Pernambuco, André Longo, afirma que a falta de cuidado pode colocar tudo a perder.

"A falta de cuidado e as aglomerações, como vimos em outro feriado, podem colocar a perder tudo o que conquistamos, porque aumentam a possibilidade de contágio e nos tornam mais susceptíveis à contaminação pelo vírus", avaliou Longo, durante coletiva on-line realizada nesta Quarta-feira (7). 

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Longo reforça ainda que o fato de não ter acontecido um aumento dos casos da Covid-19 no estado depois das aglomerações do dia sete de setembro, "não nos autoriza a sermos displicentes nesse próximo feriado. Aproveitem o feriado, descansem e celebrem a vida, mais com o uso correto da máscara, mantendo o distanciamento social e reforçando a higiene das mãos", pontuou.

Neste sábado (12), Pernambuco completa seis meses desde que os primeiros casos da Covid-19 foram confirmados. O que começou com um casal que testou positivo quando veio da Itália, se multiplicou para 136.413 pessoas contagiadas e 7.852 mortes, tudo provocado pelo novo coronavírus. 

A técnica de enfermagem Edvane Márcia de Lima, 35 anos, que atua no combate à Covid-19 desde o início da pandemia, lembra que os casos confirmados do novo coronavírus cresceram muito rápido, principalmente na capital pernambucana que, por conta das dificuldades do sistema de saúde do Estado, acaba sendo responsável pelo atendimento de diversas pessoas que chegam de outros municípios de Pernambuco.

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Atuando no hospital de campanha do Recife, localizado no bairro dos Coelhos, localizado na região central da cidade, desde o dia 20 de abril, Edvane relembra como era trabalhar contra o que, na época, ainda era desconhecido. “Quando começou mesmo foi que veio o impacto, e quando a gente foi para o hospital de campanha, a gente passava na enfermaria tinha dez pacientes, no outro dia tinha 20, e só vendo os casos aumentando. Chegou uma época em que a gente pensou que iria chegar a 100% de lotação do hospital porque foram muitos casos”, descreve a profissional da saúde.

“Teve um dia que a gente se assustou porque foram 13 óbitos de uma vez só. Chegou um momento que a gente estava tratando o óbito como se fosse uma coisa natural. Quando tinham dois óbitos, a gente dava graças a Deus, quando na verdade a gente tinha que torcer para não ter nenhum. Infelizmente, aquilo começou a ser normal”, complementa Edvane.

Foto: Divulgação/Prefeitura do Recife

O pico de mortes e contaminação da Covid-19 aconteceu no mês de maio, quando 3.082 pessoas perderam a vida para o vírus. A evolução da Covid-19 em Pernambuco foi tão rápida que quase dois meses depois dos primeiros casos, no dia 31 de maio deste ano, o Estado totalizava 34.450 pessoas infectadas e 2.807 mortes provocadas pelo novo coronavírus.

A dificuldade foi tamanha que a técnica de enfermagem Lariza Rodrigues Lopes, 28 anos, que também atuou no hospital de campanha localizado nos Coelhos até o mês de agosto, precisou de um suporte psicológico para se manter firme no combate contra o novo coronavírus. “No início eu sofri muito de ansiedade por não poder ver a minha família e também por não saber o que fazer. Até hoje eu não vejo os meus pais porque são do grupo de risco. Eu chegava em casa e perguntava: ‘será que eu estou doente?’. Essa pergunta ainda vem à tona, porque a gente não faz o teste, porque o Governo só libera os exames para quem tem sintomas. Como eu nunca tive sintoma, nunca fiz o exame. Por isso, eu fico com receio de pegar em alguém ou conversar”, explana.

Pesquisadores da área de psiquiatria da Faculdade de Medicina da Universidade de Brasília e do Hospital Universitário de Brasília apontam que o medo intenso de se infectar, de contaminar e de serem estigmatizados como transmissores da doença por parte da população são fatores que aumentam os níveis de estresse desses profissionais da saúde. Dados preliminares da pesquisa apontam que, entre os três distúrbios analisados, a ansiedade é a que mais afeta os trabalhadores da saúde, sendo parte disso o medo de contaminar familiares que moram na mesma residência.

“Eu não consegui manter o meu psicológico, porque comecei a ter crises de ansiedade, sem saber o porquê. No hospital, eles disponibilizaram uma sala de psicologia para os pacientes e funcionários. Tinha dias que você pensava assim: ‘poxa, tanta quantidade de respiradores que foram usados, será que foram tantos óbitos que aconteceram?’ A gente começou a ficar em pânico em ver tanta gente morrendo”, aponta a técnica de enfermagem Edvane.

Mesmo diante de toda essa dificuldade dos profissionais e do número de contaminados e óbitos provocados pela Covid-19, Pernambuco avança nas fases de flexibilização para o convívio com o novo coronavírus. A última etapa anunciada pelo Governo de Pernambuco autorizou a retomada dos comerciantes nas praias da Região Metropolitana do Recife, nas vésperas do feriado da Independência do Brasil.

Foto: Júlio Gomes/LeiaJáImagens

Essa liberação colaborou para que as praias fossem tomadas por parte da população, que parece não se importar mais com a pandemia da Covid-19. De ponta a ponta da faixa de areia das principais praias da Região Metropolitana do Recife, o que não faltava era gente sem proteção, o que aumenta o risco da disseminação do vírus.

“A gente que está na linha de frente sabe que não é uma gripezinha qualquer e as pessoas estão saindo nas ruas sem máscara. As praias no dia 7 de setembro lotadas, com o povo perdendo a noção do perigo, porque o vírus ainda continua e a gente ainda não sabe como eliminar ele”, revela Edvane. “Eu perdi uma tia logmo no começo dos casos. O que me revolta é que ela ficava em casa, quem saíam era os filhos. Foram eles que trouxeram o vírus para dentro de casa. A revolta é porque deveria ser evitado”, complementa a profissional.

No dia 8 de setembro, um dia depois desse episódio das praias lotadas, o secretário de Saúde de Pernambuco, André Longo, revelou: “Se houver uma piora desses números, é natural que as primeiras atitudes sejam no sentido de restringir as atividades de lazer. A gente não quer fazer isso, mas estamos analisando os cenários”.

Longo reforçou que a população precisa se conscientizar. “Para voltar a conviver, precisa dosar o sentimento de busca de prazer com o sentimento de responsabilidade e ter o compromisso com o que temos pregado. A máscara tem sido descumprida, é grave isso. Precisa haver uma conscientização, e sem essa conscientização podemos ter a volta de indicadores negativos”, pontuou.

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--> Na pandemia, a saúde mental também pede socorro

Na quarta-feira (9), o prefeito do município de Natal, Álvaro Dias, autorizou o retorno das aulas presenciais nas escolas particulares. Um decreto publicado nessa quinta-feira (10) informa que pais dos alunos não poderão culpar a instituição de ensino ou o poder público em caso de contaminação pela Covid-19.

Com isso, os responsáveis pelos alunos deverão assinar um documento declarando estarem conscientes que podem exercer o direito de escolha entre as modalidades de ensino (remota ou presencial), sendo livre de qualquer coação ou induzimento a opção de enviar o filho à escola, não podendo responsabilizar a instituição de ensino  ou o Poder Público por eventual contaminação ou desenvolvimento da Covid-19. 

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“Declaro, ainda, que o meu (minha) filho(a) não apresentou, nos últimos 14 dias, nenhum sintoma de contaminação, tais como febre, tosse, dor de garganta, coriza e falta de ar ou outros sintomas como dores musculares, cansaço ou fadiga, congestão nasal, perda do olfato ou paladar e diarreia. Por fim, afirmo que caso haja contaminação de algum membro da minha família, todos os que convivem no mesmo núcleo familiar deverão ficar em isolamento pelo tempo recomendado pela Secretaria de Saúde do Município, além de informar à escola imediatamente”, diz o texto do termo. 

O decreto ainda reforça os cuidados que as escolas devem adotar, como por exemplo, demarcar e reorganizar os locais e espaços para filas e esperas com, no mínimo, um metro de distância entre as pessoas; higiene, ventilação, limpeza e desinfecção dos ambientes; promover a limpeza e desinfecção dos locais de aula e áreas comuns no intervalo entre turnos; aumentar a frequência dos procedimentos de limpeza e desinfecção de cantinas e banheiros, além de pontos de grande contato como mouses e teclados, corrimões, maçanetas, mesas, cadeiras etc; privilegiar a ventilação natural ou adotar medidas para aumentar ao máximo o número de trocas de ar dos recintos, entre outros.

Um estudo do Centro de Controle de Doenças Americano (CDC) aponta que nove em cada dez infectados pela covid-19 ainda sentem reflexos da contaminação. O trabalho é confirmado por relatos de pelo menos cinco médicos paulistas, que tratam pessoas que contraíram o novo coronavírus, ouvidos pelo jornal O Estado de S. Paulo. Eles apontam a ida ao consultório de pacientes que tiveram a doença nesse período de seis meses de pandemia e permanecem com sintomas como fadiga, dores no corpo, perturbação visual e perda de olfato e também do paladar por até três meses.

"Ainda tenho uma fraqueza, o corpo parece que está travado", conta o marceneiro João Soares Pereira, de 54 anos, que teve a doença em maio e ficou 25 dias no hospital, 12 deles entubado, em Ribeirão Preto. "Eu tinha obesidade, estava com 110 quilos, mas não tinha pressão alta", lembra.

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Já com a oxigenação recuperada, ele contou que ainda sente a fadiga. Quase três meses depois do diagnóstico, disse que, na época, foi surpreendido pela contaminação.

"Eu me assustei bastante, principalmente quando falaram da entubação. É bem preocupante", disse o marceneiro, que já voltou ao trabalho, apesar do sintoma persistente.

As queixas de sintomas crônicos deixados pela doença foram analisadas por hospitais americanos e citadas em trabalho compilado pelo CDC, organismo do governo americano que acompanha a evolução da pandemia. O CDC mostra que, de 292 entrevistados entre 14 a 21 dias após a data do teste que deu positivo, 94% (274) relataram sintomas persistentes.

Esse levantamento foi realizado nos EUA, durante o período de 15 de abril a 25 de junho de 2020, com entrevistas por telefone de uma amostra aleatória de adultos acima de 18 anos que tiveram um primeiro teste positivo de reação em cadeia da polimerase-transcrição reversa (RT-PCR, o padrão ouro dos testes) para Sars-Cov-2, em uma consulta ambulatorial em um dos 14 sistemas acadêmicos de saúde de 13 Estados.

Síndrome

A chamada síndrome da fadiga crônica, que tem sido relatada por pacientes convalescentes da covid-19, é uma manifestação encontrada também na recuperação de pessoas que tiveram outras infecções, aponta o infectologista Valdes Roberto Bollelo, da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo em Ribeirão Preto. "Isso não é só da covid-19, a dengue tem isso também", diz.

O médico afirma que ocorrem situações de recuperação nas quais o paciente fica por uma ou duas semanas "quebrado", com desânimo, embora a doença já tenha passado. "Isso ocorre também com chikungunya, mononucleose, toxoplasmose aguda e outras Sars (coronavírus), que apresentam quadro pós-infeccioso com mialgia e até sintomas neurológicos ou psicológicos", explicou. São reações imunológicas que estão sendo observadas também com a covid-19.

Esses casos de sintomas persistentes preocupam os profissionais de saúde, mas ainda não estão bem comprovados por pesquisas no Brasil.

Segundo Mirian Dal Ben, infectologista do Hospital Sírio-Libanês, não há estudos científicos no País sobre essa permanência mais duradoura dos sintomas da covid-19. O que há é a percepção, pela experiência de consultório, de casos de pacientes que permanecem com febre por mais de 30 dias, perda do olfato ou perda de paladar, comentou a médica.

"Há casos até de gente que relata queixas de fadiga por até três meses depois da infecção", explicou a especialista.

De acordo com a infectologista Daniela Bergamasco, do Hospital do Coração (HCor), de São Paulo, a prática tem mostrado que os sintomas crônicos podem permanecer por semanas. Mas a especialista ressaltou também que ainda não é possível comprovar cientificamente o fenômeno por falta de acompanhamento com parâmetros seguros de pesquisa, como foi feito pelo CDC, nos EUA, onde esses pacientes estão sendo chamados de long haulers, ou seja, pessoas que carregam os sintomas da doença por meses.

Para o pneumologista Bruno Guedes Baldi, também do HCor, é possível que pacientes com quadros graves da doença, por exemplo, continuem com os sintomas da covid-19 por até 70 ou 80 dias. "Quando a carga viral é muito alta, por exemplo, ou em casos nos quais a pessoa tenha ficado em UTI, com entubação", afirma.

Tempo de transmissão

O impacto da doença preocupa ainda por uma manifestação adicional. De acordo com a infectologista Adriana Coracini, há casos de pacientes da covid-19 que permanecem com PCR positivo por até 40 dias. Ela ressaltou, porém, que esses pacientes já não transmitem o vírus. A médica alertou também que há doentes que melhoram dos sintomas e voltam a sentir os efeitos da doença um mês depois, com PCR positivo novamente.

Um dos casos que chamou a atenção nas últimas semanas envolve um estudo da Universidade Federal do Rio (UFRJ) que encontrou uma paciente que ainda testou positivo para RT-PCR após cinco meses. O resultado foi uma surpresa para os próprios pesquisadores, mas a mesma pesquisa apontou resultados positivos para um quinto dos testados após um mês da infecção.

Adriana explica que há trabalhos científicos mostrando que, na maioria dos casos, a cultura viral fica positiva para a covid-19 durante nove dias e os exames de PCR positivos, a partir do nono dia, já não correspondem a vírus viável ou replicante. "Temos vírus positivos por 30 ou 40 dias, mas sem que isso signifique transmissão para outra pessoa", disse.

Coracini alertou, no entanto, que ainda não há dados científicos em quantidade necessária para a comprovação segura de que não haja contaminação no período. "Há estudos em andamento, ainda sem conclusões robustas." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O estado americano de Michigan concordou em pagar até 600 milhões de dólares para acabar com o escândalo da contaminação por chumbo da rede de água potável de Flint, após anos de espera pelos afetados.

Os recursos serão destinados principalmente às crianças desta antiga cidade industrial, informou a imprensa local, em um caso que se tornou um símbolo da injustiça social nos Estados Unidos.

Os detalhes do acordo, resultado de 18 meses de duras negociações, serão revelados no final da semana.

Mais da metade do valor total dos danos será pago em benefício das vítimas, que tinham 6 anos ou menos na época em que a água era nociva, disse o jornal The Washington Post.

A água contaminada com chumbo em Flint, uma cidade situada na região dos Grandes Lagos e muito atingida economicamente, é um dos piores escândalos sanitários nos Estados Unidos nos últimos anos.

A tragédia foi provocada pela decisão tomada em 2014 pelo então governador de Michigan, o republicano Richard Snyder, de mudar a fonte de abastecimento de água da cidade para economizar dinheiro.

A água ácida e contaminada do rio local, que substituiu a água pura do lago Huron, corroeu as tubulações do sistema de distribuição, expondo os moradores ao envenenamento por chumbo.

Entre 18.000 e 20.000 crianças viviam em Flint enquanto ocorria essa dramática contaminação.

Muitos moradores de Flint continuam bebendo água engarrafada até hoje, embora o sistema de distribuição já tenha voltado a ser abastecido pelo lago e as tubulações de chumbo tenham sido substituídas em sua maioria.

O envenenamento por chumbo de milhares de crianças de Flint ameaça ter consequências catastróficas para sua saúde por décadas.

Pelo menos 12 pessoas também morreram por causa da doença do legionário, uma forma grave de pneumonia causada pelo contato com uma bactéria encontrada nos sistemas de abastecimento de água.

Para muitos, o escândalo da água envenenada de Flint ilustra o "racismo ambiental" nos Estados Unidos. Isso significa que há uma exposição desproporcional dos afro-americanos aos poluentes do ar, água ou do solo.

Cerca de 57% dos 100.000 moradores de Flint são negros e mais de um terço vive abaixo da linha da pobreza.

É mais provável ser contaminado pela Covid-19 ao entrar em contato com uma pessoa doente do que ao ingerir um alimento que contenha traços do vírus, dizem especialistas. Após autoridades municipais chinesas terem afirmado que uma amostra de asa de frango brasileira testou positivo para o coronavírus, infectologistas questionam o caso pelas condições desfavoráveis de reprodução e sobrevivência do vírus e praticamente descartam a hipótese de infecção via alimento.

"No meio tempo em que você está engolindo a comida, o vírus teria que conseguir entrar em uma célula da garganta para te infectar. Teoricamente, isso é possível se houver uma carga viral muito grande, mas é improvável. Além disso, o ácido do estômago neutraliza o vírus", explicou o infectologista Max Igor Lopes, do Centro de Infectologia do Hospital Sírio Libanês. "O reservatório principal do vírus é a pessoa infectada. A infecção direta (ao ter contato com gotículas respiratórias de pessoas contaminadas) é mais perigosa que a indireta (por meio de objetos e alimentos)."

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Coordenador do Centro de Contingência da Covid-19 no Estado de São Paulo, o médico nefrologista José Medina também destacou que é o corpo humano que garante a multiplicação do coronavírus. "Para o vírus sobreviver, precisa da engenharia de dentro da célula humana. O vírus se multiplica ali, não dentro da célula de qualquer outro animal", disse.

Na mesma linha, está o Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos (CDC) que afirma que, ao contrário de bactérias, que podem se desenvolver em alimentos, o coronavírus precisa de um hospedeiro vivo para se multiplicar.

Fora do organismo, a covid-19 é relativamente frágil, pois medidas de higiene básica, como lavar as mãos com sabão ou álcool, são eficientes para inativar o vírus. O infectologista consultor da Sociedade Brasileira de Infectologia Marcelo Otsuka lembra que, por se tratar de um alimento industrializado, é difícil que o frango exportado estivesse contaminado. "A questão da presença do vírus é muito questionável, porque seria preciso que ele se mantivesse viável por 40 dias, considerando o período em que saiu do Brasil até chegar na China. O mais provável é que a presença do vírus tenha se dado pela manipulação do produto lá."

O que a China avalia não é a presença do vírus, explicou Lopes, mas sim o material genético do vírus. "Há uma diferença aí. É um rastro, significa que o vírus esteve lá. Pode inclusive ser o material genético de um vírus morto. Mesmo que estivesse vivo, não sei se haveria uma quantidade suficiente para causar uma infecção", disse.

O Estado de Pernambuco chega ao quinto mês, desde seu primeiro caso confirmado de coronavírus, com mais de 7 mil vidas perdidas e outros quase 106 mil infectados pela Covid-19, segundo dados atualizados pela Secretaria de Saúde até essa última terça-feira (11). Pernambuco conta com 868 leitos de UTI e 1.073 leitos de enfermaria disponíveis para atender a população - sendo a taxa de ocupação média de 54%.

A primeira notificação de suspeita do novo coronavírus aconteceu no dia 25 de fevereiro, quando cinco pessoas, que haviam retornado da Itália, apresentaram sintomas de febre e complicações respiratórias. No entanto, mesmo que o monitoramento tenha começado em fevereiro, apenas no dia 12 de março que os primeiros pacientes foram registrados como casos confirmados da Covid-19 em Pernambuco.

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Foi com a positividade dos testes de um casal de idosos, moradores do bairro de Boa Viagem, Zona Sul do Recife, que tinha histórico de viagem para a Itália, que toda a batalha contra o vírus começou a ganhar forças em Pernambuco. Nos primeiros dias, a Secretaria de Saúde apontava que apenas casos importados estavam surgindo no Estado, principalmente com pessoas que vinham de países europeus, como a Itália. Sem ter sido liberada, mesmo com os patrões infectados, a empregada que trabalhava na casa dos idosos acabou sendo infectada.

O primeiro caso de contaminação comunitária, que é quando não se sabe onde aconteceu o contágio, foi anunciado pela Secretaria de Saúde no dia 17 de março. A vítima do caso foi uma mulher de 63 anos, moradora do Recife. Ela tinha viajado para o Rio Grande do Sul e voltou com sintomas da doença. 

Com o passar dos dias, os casos só foram crescendo até ser confirmada a primeira morte causada pelo novo coronavírus. No dia 25 de março, um idoso de 85 anos, morador do bairro de Areias, Zona Oeste do Recife, não resistiu a doença e acabou vindo a óbito. 

Atualmente, com 7.008 mortes confirmadas por Covid-19, em um cenário de 105.982 infectados, Pernambuco ocupa a segunda maior taxa de letalidade da doença do Brasil, com o percentual de 6,61%. Perde apenas para o Rio de Janeiro, mas ganha para estados bem mais populosos como São Paulo, que é o Estado com mais casos confirmados do novo coronavírus, com 628.415 pessoas que testaram positivo para o vírus.

Afrouxamento das restrições

Quando Pernambuco registrava 34.900 casos confirmados, além dos 2.875 óbitos provocados pela Covid-19, o Governo de Pernambuco anunciou o plano de retomada da economia, com o afrouxamento das restrições que antes tinham sido impostas na tentativa de conter os casos. Na época, o secretário da Saúde André Longo apontava para uma diminuição dos números da Covid-19 e a indicação de estabilização. 

Atualmente, o Estado encontra-se na etapa sete, que permite que bares, restaurantes e shoppings possam funcionar até às 22h, desde que sigam alguns protocolos impostos pelos órgãos de saúde. Na época, a Secretaria de Saúde garantia que os possíveis novos casos seriam o fio condutor para determinar se os afrouxamentos continuariam ou teriam que regredir - mas parece que isso não está sendo colocado em prática, já que em dois meses desde que a flexibilização começou, os casos mais que dobraram em Pernambuco e a retomada segue.

Vacina

No final do mês de julho, diante da expectativa das pessoas para uma vacina eficaz contra o novo coronavírus, tendo em vista o avanço das testagens da vacina de Oxford, por exemplo, a Secretaria de Saúde de Pernambuco afirmou que não havia, até o momento, previsão de testagem da vacina no Estado

O secretário André Longo chegou a afirmar em coletiva que só seria possível falar em controle absoluto dos casos de Covid-19 com a chegada da imunização e, enquanto isso não ocorre, Longo disse que, dentro do plano de convivência organizado pelo Governo de Pernambuco, não poderia se passar a imagem de controle geral dos casos porque o vírus ainda está circulando. No momento, o Brasil tem três vacinas em vista: a russa, inglesa e a chinesa.

Recuperados

No dia 1º de agosto deste ano, Pernambuco alcançou a marca de 75,1% de pessoas infectadas que conseguiram se recuperar da doença. Na data, o Estado registrou 2.605 pacientes curados, contabilizando um total de 72.672 pessoas que se viram livres do vírus. Até está terça-feira (11), PE marca 85.731 pessoas que evoluíram para a cura. Destes, 13.591 eram pacientes graves, que necessitavam de internamento hospitalar, e 72.140 eram casos leves. 

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O esforço da maioria dos recifenses para evitar mais contaminações da Covid-19 não foi o suficiente para a cervejaria Vapor 82 respeitar as regras sanitárias e garantir a segurança dos funcionários. Sem o distanciamento ideal entre as mesas, o bar localizado no bairro do Cordeiro, Zona Oeste do Recife, recebeu clientes sem máscara e manteve as portas abertas até a madrugada deste sábado (8).

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O estabelecimento recebeu mais de 50% da sua capacidade e atendeu a clientela até, pelo menos, 1h, enquanto o limite é às 20h. Mesmo com a proibição de som alto, o karaokê foi a atração da noite e teve o microfone compartilhado por diversas pessoas.

Em total desrespeito às regras sanitárias especificadas no protocolo de convivência do Governo do Estado, o bar não intimidou-se com a agitação dessa sexta (7) e publicou as irregularidades nas redes sociais. De acordo com o último boletim da Secretaria de Saúde do Recife (Sesau), 2.171 pessoas morreram em razão da Covid-19 e quase 28 mil foram contaminadas apenas na capital pernambucana.

O LeiaJá tentou contato com os donos do estabelecimento, mas não obteve resposta até a publicação desta matéria. O espaço segue aberto para esclarecimentos.

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O Ministério da Agricultura divulgou na terça-feira (4) o relatório final sobre as ações fiscais realizadas na cervejaria Backer após casos de contaminação da bebida da empresa, informou a pasta em nota na noite de terça-feira (4). Segundo o ministério, o relatório confirma a ocorrência de contaminações por monoetilenoglicol (MEG) e dietilenoglicol (DEG) desde janeiro de 2019 em cervejas produzidas pela marca.

"Isso afasta a possibilidade de este ser um evento isolado no histórico de produção da cervejaria", informa a pasta.

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Além disso, o relatório ressalta que essas substâncias tóxicas não são produzidas pela levedura cervejeira em condições normais de fabricação da bebida.

A apuração indicou também que a Backer adotou "práticas irresponsáveis" ao utilizar líquidos refrigerantes tóxicos de forma deliberada em seu estabelecimento, em detrimento de alternativas atóxicas, como propilenoglicol e álcool etílico potável.

"A empresa também possui diversas falhas e lacunas em seus sistemas de controle e gestão internos, apresentando informações incompletas nos relatórios de produção e controles de rastreabilidade ineficientes", informou o relatório, acrescentando que "as contaminações por MEG e DEG não estão restritas a lotes que passaram pelo tanque JB 10, ocorrendo também em cervejas elaboradas anteriormente à instalação deste tanque na cervejaria".

Cita, além disso, que a cervejaria Backer seguirá interditada até que seja possível afirmar que não há riscos para a produção da bebida no local.

A companhia está fechada desde janeiro, por determinação do Ministério da Agricultura, e teve seus produtos recolhidos, tanto na empresa quanto no comércio de Minas Gerais, somando 79,48 mil litros de cerveja de várias marcas e diversos lotes, sendo 56,65 mil garrafas com riscos aos consumidores.

"No Espírito Santo, os resultados das análises indicaram 9.047 garrafas de cerveja contaminada retiradas dos mercados, totalizando 5,42 mil litros", diz a pasta.

Até o fechamento deste texto, a reportagem não havia obtido um posicionamento dos citados.

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