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Quem nunca ouviu que a educação é capaz de mudar o mundo? No Brasil, a frase mais parece chavão, clichê, especialmente em ano eleitoral, quando as promessas de priorizar o ensino passam a fazer parte dos discursos políticos. Mas não para a professora pública Rosângela Moura, que resolveu colocar a máxima em prática ensinando português de graça a imigrantes venezuelanos. Isso em plena pandemia, sem estrutura e de forma online.

O projeto Esperança Venezuela surgiu bem antes da chegada do novo coronavírus ao Brasil. Coordenadora do Centro de Ensino de Línguas (CEL) de Osasco, do governo do Estado, Rosângela, que é formada em Letras pela USP, passou a debater a crise venezuelana de 2018 com os alunos durante as aulas de espanhol. Já naquele ano, eles resolveram arrecadar donativos aos refugiados que chegavam a São Paulo.

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"Os próprios alunos começaram a pensar em como ajudar, apesar de eles próprios serem de famílias carentes. Eu levei o que conseguimos juntar em roupas, bilhetes de metrô e alimentos para a Casa do Migrante da Missão Paz, em São Paulo, e lá percebi que eles precisavam de muito mais", contou.

Depois de alguns anos, em plena pandemia, a professora decidiu ajudar com o que mais sabe fazer: ensinar. "Para quem muda de País o idioma faz toda a diferença. Sem conseguir pronunciar o português fica difícil procurar emprego ou entender como se tirar documentos, por exemplo. É difícil para eles palavras com acento circunflexo, como avô, e também com ‘lh’", disse.

Determinada, Rosângela montou um currículo e foi atrás dos alunos por meio de uma página no Facebook. "Entrei nos grupos (de refugiados) e alertei sobre o curso que seria dado pelo google meet. Pensei que iria aparecer uns 30 e pronto. Mas vieram 100, 200, 500. De repente, numa única noite, tinham 600 interessados. Fiquei surpresa e preocupada porque não sabia como iria dar aulas para tanta gente", lembrou.

ADESÃO

A solução foi buscar ajuda e ali mesmo, no CEL. Eva Cristina Esteves e Daniela Cavalcanti, também professoras estaduais, aceitaram o convite e o trio então se dividiu para atender inicialmente quatro turmas, de cem alunos cada - quantidade máxima permitida pelo sistema online.

"E foi aí que descobrimos as outras tantas dificuldades. Tinha gente com problema de conexão para assistir às aulas, outros com urgência em aprender determinado vocabulário para trabalhar ou ainda em busca de ajuda para traduzir um currículo. Cheguei a ensinar receita de bolo para uma venezuelana com entrevista marcada em uma doceria."

O curso foi montado com 15 aulas de 1 hora e 2o minutos cada. O foco foi ensinar em grupo o básico de gramática e, especialmente, de pronúncia. Dúvidas individuais eram atendidas pelo WhatsApp. "Não pudemos avançar muito porque nos faltava recursos e mais gente para assumir esse compromisso."

Ainda assim, Rosângela conseguiu abrir outras três turmas, alcançado 650 alunos no total. "Ao final do curso, o que nós percebemos é que, com ajuda, eles melhoraram muito rápido a pronúncia e passaram a se sentir mais seguros para conversar e procurar emprego. Já a gente aprendeu muito também, como se colocar no lugar o outro. A educação faz isso."

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Em janeiro de 2022, a professora universitária Michelle Murta defendeu a tese de doutorado usando a Língua Brasileira de Sinais (Libras). Na ocasião, a docente contou com três intérpretes que traduziram as falas para a plateia virtual, que não dominam a linguagem, e pessoas com deficiência auditiva.

Após a defesa, em que foi aprovada, Michelle se tornou a primeira pessoa surda com o título de doutora na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). À Folha de São Paulo, a professora falou sobre a conquista. "Parece que estou num filme quando lembro a trajetória de vida que tive, escolar e pessoal. Penso como consegui chegar até aqui [...]o significado, para a minha vida, é gratidão", disse.

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Ao veículo, ele relembrou a trajetória escolar marcada por instituições em intérpretes ou acompanhamento especializado e, por isso, as reprovações no ensino fundamental. "Esses dias, eu conversei com uma professora que me deu aula e ela falou que nunca percebeu que eu era surda. Só fui ter atendimento em Libras na faculdade", relatou.

A finalização dos estudos só foi possível através da Educação de Jovens e Adultos (EJA), aos 23 anos. Após isso, Michelle foi aprovada no vestibular de Letras/Libras da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e, em 2016, tornou-se professora da UFMG, a primeira da instituição.

"Tomei posse como professora efetiva na UFMG. Sabe aquele sonho de criança? O meu foi realizado. Eu sempre desejei estudar ali e, quem sabe, trabalhar. E veja que realizei os dois. Ai que maravilha tudo isso", contou à Folha de São Paulo.

A professora do Departamento de Psicologia da Universidade de Brasília, Valeska Zanello, publicou em suas redes sociais um relato de revolta e insatisfação, acusando um estudante de psicologia de ter plagiado, por duas vezes, o seu trabalho. Segundo Valeska o primeiro plagio ocorreu no ano passado, sobre sua pesquisa a respeito de “Grupos Masculinos de WhatsApp no Brasil”, onde o estudante divulgou o conteúdo, no Instagram, como sendo de sua própria autoria.

No primeiro suposto plágio, muitas pessoas comentaram na postagem exigindo que o aluno fizesse a devida referência ao trabalho da autora. A segunda acusação de plágio aconteceu neste ano, onde ele supostamente usa de frases literais do livro da escritora, sem colocar os devidos créditos. Após a divulgação, o estudante de psicologia bloqueou comentários em suas postagens e restringiu o envio de mensagens.  

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“Novamente, ele se apropria do meu trabalho e de frases literais do meu livro, e recebe créditos por isso. Como, por exemplo, a frase de que homens aprendem a amar muitas coisas e mulheres aprendem a amar os homens”, criticou a docente. “Que absurdo. Além de misoginia, plágio e crime e para pessoas desse tipo não há outro caminho, tem que processar”, disse uma internauta sobre o caso.  

“Por que é tão difícil para o homem referendar o trabalho de uma mulher? Isso tem um nome: misoginia”, finalizou Zanello. A reportagem tentou contato com o estudante de psicologia, mas, até o fechamento desta matéria, não obtivemos retorno.

A reação da professora Flor Pinto ao saber da aprovação dos alunos no ensino superior viralizou nos últimos dias. A docente de Língua Portuguesa leciona na Escola Estadual Irmã Laura, em Canaã do Carajá, interior do Pará, e não conteve a emoção ao receber a notícia da entrada dos estudantes, que tiveram aula com ela, em cursos universitários.

O momento foi registrado em vídeo e mostra Flor pulando e  chorando durante a comemoração das aprovações. "Meus alunos estão passando e eu tô feliz para p@#! É escola pública, amiga! Só a gente sabe", desabafou a professora. Confira o registro:

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Faleceu, nesta quarta-feira (15), a escritora e ativista Gloria Jean Watkins, mais conhecida por seu pseudônimo bell hooks. Tendo escrito mais de 40 livros e sempre preocupada com causas como feminismo, racismo, cultura e política, ela acabou partindo aos 69 anos, após doença não revelada. A informação foi repassada pela sobrinha da escritora, Ebony Motley, que publicou nota nas redes sociais em nome da família.

“A família de bell hooks está triste em anunciar o falecimento de nossa irmã, tia, tia-avó e tia-avó. A autora, professora, crítica e feminista fez sua transição cedo, de casa, rodeada de familiares e amigos”, informou a parente da escritora.

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Segundo a nota divulgada pela família, a transição feita em casa foi um pedido de bell hooks. Nascida em 27 de setembro de 1952 e tendo 7 irmãos, ela publicou seu primeiro livro em 1978, aos 26 anos, tendo sido uma obra de poemas. “And There We Wept” foi lançada sobre o pseudônimo de bell hooks em homenagem a sua bisavó.

Ao todo são cerca de 40 livros, com 15 publicados em línguas diferentes. Além de escritora, foi ativista, professora de letras, professora sénior de Estudos Étnicos na Universidade do Sul da Califórnia e posteriormente professora de Estudos Afro-Americanos na Universidade de Yale em Connecticut.

Uma professora aposentada de 68 anos perdeu quase R$ 100 mil para um golpista, que a fez acreditar ser um empresário milionário, residente na Califórnia, Estados Unidos. O casal se conheceu no Facebook, a partir de uma abordagem do falso estadunidense, que enviou uma solicitação de amizade para a brasileira. O fake Gary Rone Wolfgang fingia ser um engenheiro químico californiano, do ramo de vacinas. As informações são do UOL. 

Wolfgang fingia estar em uma viagem de negócios à Austrália, em um navio, e prometia com frequência que iria visitar a namorada no Brasil. Usando dessa narrativa ao seu favor, afirmou que o capitão do navio alertou a tripulação sobre um possível assalto em alto-mar, uma abordagem por piratas, e que isso o fez enviar seus bens pessoais, incluindo dinheiro, em uma caixa endereçada ao Brasil. 

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Os bens teriam ficado presos na alfândega brasileira, ainda de acordo com a versão do golpista. Assim, ele pediu à professora que pagasse as taxas aduaneiras para que seus bens pudessem ser liberados. A professora fez quatro depósitos na conta indicada por ele, num total de R$ 98,9 mil. 

De acordo com seu depoimento feito à Justiça, a mulher somente começou a desconfiar de que caíra em um golpe quando ele indicou uma rota absurda para o seu navio. O filho também, ao usar o computador da mãe, percebeu que ela havia feito as transferências de dinheiro em grandes quantias. Ao questioná-la, descobriu a história e a levou para prestar queixa à polícia. 

A partir da quebra de sigilo bancário da conta que recebeu os depósitos, a polícia afirma que o milionário americano é, na verdade, Fidelis Isolor, um nigeriano residente no Brasil. 

Nas duas vezes em que foi interrogado, Fidelis optou pelo silêncio. A defesa apresentada por seus advogados à Justiça afirma que "as provas colhidas pela investigação não são aptas a ensejar uma sentença condenatória, pois não ficou clara qual foi a atuação do acusado". 

De acordo com a defesa, a professora aposentada não teve contato pessoal com os estelionatários, "o que traz dúvida insuperável quanto à autoria criminosa". "Não se sabe nem em que país o estelionatário se encontra. A investigação policial também foi inconclusiva, não se podendo afirmar com certeza qual foi a participação do acusado." 

Declarou ainda que a versão da acusação não é crível. "Não é lógico que um grupo de pessoas capaz de articular uma fraude tão bem desenvolvida forneça, para o depósito dos valores pelas vítimas, contas bancárias de titularidade de seus próprios integrantes." 

Fidelis foi condenado em primeira instância a devolver o valor à vítima, bem como a uma pena de reclusão de três anos e seis meses em regime inicial aberto. A pena foi substituída por prestação de serviços à comunidade. Damaris Pereira, titular da conta bancária para a qual a professora transferiu o dinheiro, recebeu a mesma condenação. 

Uma professora de filosofia da Escola Estadual Thales de Azevedo, em Salvador, no estado da Bahia, recebeu uma intimação policial após uma aluna dar queixa na Delegacia de Repressão a Crimes contra Criança e Adolescente por conteúdo 'esquerdista' nas aulas. Temas como racismo, machismo, diversidade e questões de gênero, previstos na Lei de Diretrizes e Bases, seriam lecionados pela docente.

A Associação dos Professores Licenciados do Brasil (APLB) repudiou e denunciou a ação policial por meio de nota: “Infelizmente, as alegações de que os conteúdos curriculares das ciências humanas são de cunho ‘esquerdista’ e os conteúdos de linguagens são de ‘doutrinação feminista’ têm provocado o enviesamento dos conhecimentos historicamente construídos e dos fenômenos sociais, em silenciamento dos docentes”, diz um trecho da nota. “Essa situação, portanto, viola o direito profissional e o respeito ao trabalho docente em disposições da Lei de Diretrizes e Bases da Educação e do Plano Nacional de Educação”, pontuou a direção da escola em outro trecho.

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Segundo a APLB e a direção do colégio, não é a primeira vez que ocorrem episódios de perseguição organizados por grupos de extrema-direta. Durante as aulas online de inglês, a mãe da estudante teria invadido o espaço da aula para questionar o tema abordado em sala por ser considerado, por ela, de cunho feminista. Em outro momento, pais e mães divulgaram uma nota criticando os temas de palestras e seminários online dado por professores convidados e docentes da mesma instituição. 

Após o ocorrido, a professora ficou abalada e chegou a ser atendida no hospital. “A direção da APLB-Sindicato lamenta profundamente as ocorrências e reitera o apoio jurídico e psicológico à professora, exigindo a apuração dos fatos ocorridos”, disse a APLB no seu comunicado. A associação também informa que irá procurar a Assembleia Legislativa e a Câmara de Vereadores da cidade para que se solidarizem com os professores vítimas de perseguição. Confira a nota da APLB e pronunciamento da escola na íntegra.

Há exatamente um ano, faleceu a professora Josefa Cecília dos Santos Lima, aos 49 anos, vítima de um acidente de carro na Estrada de Aldeia, em Camaragibe, no Grande Recife. À ocasião, um carro que vinha na direção oposta colidiu com o da família de Josefa, a tornando uma vítima fatal e deixando feridos o seu marido, Manoel Flávio de Lima, de 55 anos, e a amiga e irmã de criação, Joanita Barbosa, de 55 anos. O motorista do outro veículo, apontado como responsável pela colisão, é Francisco de Lima Filho, de 32 anos. O homem dirigia embriagado e chegou a negar socorro às vítimas, segundo a polícia, tendo fugido do local. 

Desde então, ambas as partes enfrentam um dilema judicial. De acordo com o processo aberto pelo Ministério Público de Pernambuco (MPPE), foram imputados os crimes de homicídio doloso e tentativa de homicídio, já que houve mais de uma vítima no caso. A versão é apoiada pelos familiares, mas a defesa de Francisco negocia a desqualificação dos crimes.

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Através de representantes, o acusado nega a versão da família da vítima e diz não ter fugido do ponto do acidente, apesar de imagens de câmeras de segurança pública mostrarem o contrário. Francisco Filho foi preso, a princípio, mas solto após pagar uma fiança de 200 salários mínimos, o que, no período, equivalia a cerca de R$ 209 mil. O homem responde pelos crimes em liberdade. Agora, o processo passa por análise da juíza responsável, Marília Falcone Gomes Lócio, da 1ª Vara Criminal da Comarca de Camaragibe, que deve concluir se aceita a denúncia do MPPE, que enquadra crime doloso e leva o caso a Júri Popular, ou se há uma interpretação alternativa.

Para Joanellys Lima, de 28 anos, e uma das filhas de Cecília, o sentimento é de tristeza, mas também de revolta. Segundo a também professora, não houve tentativa de contato de Francisco com a sua família desde o caso, tampouco pedido de desculpas ou suporte de outras naturezas. Ela diz discordar da postura da defesa do acusado.

"A defesa de Francisco está focada em negar todas as provas; nega a embriaguez, nega que não pediu socorro; nega que tentou fugir do local. Eles também tentam impor uma parcela de culpa a painho, que o acidente não foi cem por cento culpa de Francisco, que o meu pai também causou o acidente. Tudo isso que ele está fazendo a gente acredita que seja na tentativa de desqualificar a denúncia, já que desde o início o Ministério Público fez a denúncia como homicídio doloso e tentativa de homicídio, uma vez que ele apresentava a embriaguez. Ele quer desqualificar, quer que seja um acidente de trânsito, algo nesse sentido. Tirar o doloso e colocar o culposo", compartilhou a filha da vítima ao LeiaJá.

Durante todo este ano de caso em aberto, foram realizadas duas audiências, nas quais foram ouvidos Francisco de Lima Filho, acusado; Manoel e Joanita, familiares de Josefa Cecília; além do delegado e dos policiais que realizaram o flagrante e a constatação de embriaguez no dia do acidente.

Ainda segundo Joanellys, após essas duas escutas, a defesa de Francisco solicitou um documento da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) onde ele foi atendido antes de seguir à delegacia. O material é aguardado pela Polícia Civil.

"O que a gente espera é que a denúncia do Ministério Público seja aceita pela juíza, que ela também interprete dessa forma, que seja um homicídio doloso e uma tentativa de assassinato. Meu pai não é o outro responsável, ele também é vítima, assim como tia Joanita, que é comadre da minha mãe. Já não basta ele ter feito o que fez com a minha mãe, ele quer levar o meu pai também. A gente está bem triste, mas com um sentimento de revolta muito grande pela forma como ele está agindo, sem empatia pela nossa dor", finalizou Lima.

Na noite desta quinta-feira (28), será realizada uma missa por um ano da morte de Josefa Cecília. A solenidade acontecerá na Paróquia São Francisco de Assis, no bairro da Várzea, no Recife, às 19h30.

Relembre o caso

Em 28 de outubro de 2020, a professora Josefa Cecilia dos Santos Lima, de 49 anos, foi vítima fatal em um acidente entre dois carros na Estrada de Aldeia, em Camaragibe, no Grande Recife. Além de Ceci, como era conhecida, estavam no veículo da professora o seu marido Manoel Flávio de Lima, de 55 anos, e a amiga e irmã de criação, Joanita Barbosa, de 55 anos, que ficaram feridos, mas sobreviveram. Eles tinham passado o dia no sítio da família, no km 16 da Estrada, local onde Josefa tinha o sonho de morar permanentemente, segundo familiares.

Joanita foi socorrida para um hospital particular no Recife, apenas com escoriações, e foi liberada, logo em seguida. Manoel, marido de Cecília, foi internado em UTI, mas liberado em 31 de outubro de 2020. O velório da matriarca aconteceu em um cemitério particular, em Jaboatão dos Guararapes, também no Grande Recife.

No outro veículo, uma Hilux, estava Francisco de Lima Filho, de 32 anos e que, de acordo com as imagens do circuito de segurança de um condomínio, teria provocado o acidente, tentou fugir do local e apresentava sinais de embriaguez. Essa versão foi da Guarda Municipal, que também averiguou o caso.

Após audiência de custódia, o acusado teve fiança arbitrada em 200 salários mínimos, cerca de R$ 209 mil, e a liberdade provisória concedida. O caso foi denunciado pelo Ministério Público de Pernambuco (MPPE) e aguarda desfecho com a análise judicial, na Comarca de Camaragibe.

Recentemente, uma professora de Lima Duarte, no interior de Minas Gerais, passou por um sufoco ao receber uma mercadoria em sua residência. Maria Luiza comprou pela internet um celular de quase R$ 3 mil, mas o que ela não estava esperando era receber dentro da caixa uma barra de goiabada. A docente chegou a parcelar o produto em sete vezes.

De acordo com informações da TV Integração, afiliada da TV Globo em Minas, Maria contou que o problema da compra on-line começou já na entrega. O então aparelho telefônico demorou a chegar devido ao prazo que foi estipulado para a entrega. Quando a embalagem finalmente chegou no endereço, a educadora passou a desconfiar de tudo. Segundo ela, o pacote mais parecia com um embrulho de livro.

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Maria contou: "Minha reação foi de perplexidade". Depois de ter percebido que não era o celular adquirido pela web, Maria Luiza acabou procurando a plataforma para tirar satisfações sobre o caso, porém, não obteve respostas. Ela buscou ajuda de uma advogada para dar explicações mais precisas do assunto.

"Nós orientamos que ela registrasse uma ocorrência, para apurar uma possível prática delituosa, e depois entrar em contato com a empresa, com a loja on-line que ela efetuou a compra para tentar solucionar o problema primeiramente de forma administrativa", afirmou a advogada Jéssica Cosendey.

Caso o imbróglio não seja resolvido, todos os problemas deverão ser solucionados na esfera jurídica. "Já vai ter Boletim de Ocorrência (BO), os números dos protocolos das reclamações e isso tudo vai subsidiar a ação judicial. Lembrando que nesse caso é possível pedir, inclusive, uma indenização por dano moral, pela perda do tempo útil", disse Jéssica. Embora o processo do início da compra até a chegada no local envolva diversos pontos, até o momento fica complicado descobrir em que parte o produto foi corrompido. 

Uma professora encontrou, na última terça-feira (1), R$ 4 mil reais em um banco da cidade de Rio Verde, no Mato Grosso do Sul. A mulher, no entanto, devolveu para a dona, sem saber que ela era sua ex-aluna. “Meu anjo da guarda”, disse Shirley Rocha sobre sua heroína, após ter dinheiro de volta e agradecer a honestidade da ex-professora.

Segundo o G1, o caso aconteceu após uma confusão de Shirley Rocha, que pela manhã, foi ao banco sacar dinheiro, e separando em envelopes bancários, alguns sobraram vazios. Ela decidiu devolver os vazios para não ter que jogar fora e acabou descartando o envelope com o dinheiro, sem perceber. 

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“Quando achei, estava só eu e o guarda na agência. Fui até ele e pedi para puxarem nas câmeras. Eu deixei o dinheiro lá, sabia que a pessoa que tinha perdido iria voltar para procurar”, disse Rosilene Salazar ao G1.

Horas depois, ao perceber que havia perdido o dinheiro, Shirley ligou para o banco e o gerente anunciou que o envelope havia sido encontrado. "A Rosi não sabia que era eu que tinha perdido o dinheiro. Fui ao banco depois do trabalho, peguei o dinheiro e fui direto na casa da Rosi, agradeci muito ela. Sabe, acho, não tenho certeza, ela é meu anjo da guarda", disse em tom bem humorado.

A 2ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Acre (TJAC) manteve indenização a um aluno da rede pública de ensino que foi chamado de burro em sala de aula. O Estado do Acre havia entrado com recurso, mas para o relator, o desembargador Roberto Barros, o episódio ultrapassou a "esfera do mero aborrecimento, constituindo dano moral indenizável." O jovem deverá receber R$ 5 mil de danos morais.

Segundo os autos, o caso ocorreu em 2019. A professora teria chamado o estudante de 14 anos de burro, perante toda a sala de aula, porque ele não soube responder suas perguntas. Após o ocorrido, os colegas de classe também passaram a chamar o jovem de burro. Ele teria passado a sofrer bullying na escola, resultando em sua exclusão do convívio social.

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A sentença, expedida pelo Juízo da Fazenda Pública da Comarca de Brasileia, entendeu que restou configurada a responsabilidade do Estado do Acre em indenizar, uma vez que a professora se valeu de palavras pejorativas e ofensivas, "se utilizando de meios completamente antipedagógicos".

O Estado do Acre entrou com recurso buscando a reversão da decisão ou a diminuição do valor indenizatório. Segundo o relator Roberto Barros, ficou provado que a professora chamou o aluno de burro mais de uma vez.

"Os elementos trazidos aos autos demonstram com clareza que a professora pediu que uma (outra) aluna fizesse a leitura de um (outro) texto e que o autor estava conversando durante essa leitura, ou seja, não prestava atenção na aula", assinala o desembargador. De acordo com Barros, ao término da leitura, a professora fez perguntas aos alunos e não obeteve resposta, "momento no qual, após se irritar com a conversa do autor, o chamou de burro, questionando a inteligência deste, e que após este acontecimento outros alunos também passaram a chamá-lo de burro."

Os demais desembargadores acompanharam o voto do relator para rejeitar o recurso e manter a sentença de condenação.

Com informações da assessoria.

Uma professora do Ensino Médio no Alasca, nos Estados Unidos, foi afastada após dizer aos estudantes que George Floyd ainda estaria vivo se tivesse seguido as ordens da polícia. George Floyd foi estrangulado e morto por um policial branco em maio de 2020, o que culminou em uma série de manifestações nos Estados Unidos contra a violência direcionada à população negra do país. Em abril, o agora ex-policial Derek Chauvin foi condenado pelo assassinato de Floyd.

O vídeo com a declaração foi publicado no YouTube na última semana. Ela comenta que Derek Chauvin abusou de sua autoridade e foi cúmplice na morte de George Floyd.

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Em seguida, ela afirma: "Mas se George Floyd tivesse, no começo quando eles o tiraram do carro e foram colocá-lo no carro da polícia, se ele apenas tivesse entrado no carro e os deixado colocar suas pernas para dentro, ele ainda estaria vivo hoje e vocês sabem que é verdade."

A educadora continua: "Se os policiais vêm e dizem 'eu estou te levando preso', então você coloca suas mãos para trás, entra no carro da polícia e você vai e liga para seus pais quando eles derem teu telefonema. Isso é o que você faz para ficar vivo. Todo mundo, branco, preto, marrom. Eu não me importo com qual é a sua cor. Nada disso faz diferença. Você obedece, você faz o que eles dizem."

Mais à frente, a professora fala como se vestir para evitar atrair a atenção dos policiais. "Observem como vocês se vestem. Vocês se vestem bem. Vocês não se parecem com bandidos, não estão com as calças na altura dos joelhos".

A mulher é confrontada por uma pessoa que diz estar um pouco desconfortável com a insinuação de que a forma como as pessoas se vestem influencia na postura da polícia. "A polícia deveria ser treinada para não julgar pessoas baseadas nesses fatores e se alguém tem as calças na altura do joelho não significa que ela é criminosa", rebateu. A educadora, então, responde que "se as pessoas obedecerem a polícia, elas vão ter muito menos chance de ser morta pela polícia."

A diretora da escola classificou as declarações da professora como "racialmente insensíveis".  A professora foi colocada em licença administrativa após o ocorrido.

Começam a ser identificadas as vítimas do atentado ocorrido na manhã desta terça (4), na creche Aquarela Berçário, no município de Saudades, no oeste catarinense. A professora Keli Adriane Aniecevski, que dedicou 10 anos de seus 30 anos de vida ao trabalho na unidade de educação, foi uma das vítimas fatais do jovem de 18 anos que invadiu a instituição e matou pelo menos dois adultos e três crianças. Ele também matou a agente educativa Mirla Renner, de 20 anos.

Segundo a Polícia Militar, o rapaz entrou na creche armado com um facão, com o qual atacou professores e alunos. O corpo de Keli Adriane foi identificado pela família. Ainda não há informações sobre as demais vítimas.

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"Ela era uma pessoa alegre, sempre disposta, simpática, carismática sempre, ajudando o próximo quando ela podia. Então, assim, é uma tristeza que eu não sei explicar, eu não tenho explicação para isso", declarou a prima de Keli Adriane, Silvane Elfel, em entrevista no portal G1.

Por meio de nota, o Corpo de Bombeiros informou que suas equipes, ao lado das polícias Militar e Civil e do Instituto Geral de Perícias estão no local e a ocorrência ainda está em andamento. A governadora em exercício de Santa Catarina, Daniela Reinehr (sem partido), anunciou que, em razão do atentado, decretará luto de três dias no estado.

O juiz da 15ª Vara Federal de Brasília, Francisco Codevila, a pedido do Ministério Público Federal (MPF), arquivou o inquérito movido pelo Ministério da Justiça, a pedido do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), contra a professora da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE), e atual vice-presidente da Associação dos Docentes da UFRPE (Aduferpe), Erika Suruagy.

A professora foi responsabilizada pela campanha de outdoors, veiculada no ano passado, que associava o presidente aos altos índices de mortes causadas pela pandemia da Covid-19 no País. A defesa de Erika Suruagy, segundo a associação , “encarou o inquérito como 'intimidação aos adversários políticos do presidente Bolsonaro’, especialmente os dirigentes sindicais e professores das universidades públicas.”

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Em nota, a Aduferpe informou que a procuradora Melina Castro Montoya, que pediu o arquivamento da investigação, afirmou que esse processo contra a docente “configura verdadeira censura aos direitos e garantias relacionadas à liberdade de expressão, pensamento e manifestação das pessoas”.

Para Erika Suruagy, “a justiça foi feita”. “Com essa decisão, pelo exposto no despacho da procuradora e do juiz, esperamos que definitivamente o Presidente da República e o Ministro da Justiça parem de perseguir sindicalistas, professores, servidores públicos, artistas e intelectuais que discordam da política do governo", comentou a docente em entrevista ao LeiaJá.

A associação também comemora o arquivamento do inquérito e diz, por meio de nota, que isso “representa uma vitória da democracia contra os desmandos de um presidente inepto e autoritário, hoje consagrado como ‘o senhor da morte’ não só no Brasil, mas em todo o planeta.”

“A gestão Renova Aduferpe, reeleita para mais um mandato à frente da entidade, informa que vai continuar na luta em defesa da vida, da democracia e da liberdade sindical. E que não será intimidada por nenhum mandatário – sobretudo aqueles que desonram as instituições democráticas, como é o caso do atual presidente”, conclui a nota divulgada pela assessoria da Aduferpe.

Concebido em 2019 pelo Núcleo Docente Estruturante (NDE) do curso de Letras da UNAMA - Universidade da Amazônia, o projeto Rio de Nós terá nova edição nesta quarta-feira (24). O encontro on-line será com a professora, escritora e pesquisadora Josebel Akel Fares, do Núcleo de Pesquisa Culturas e Memórias Amazônicas (CUMA), da Universidade do Estado do Pará (Uepa). Ela debaterá sobre suas experiências com literatura de expressão amazônica, oral e escrita. Também vai falar sobre os livros que lançou e suas pesquisas sobre vaqueiros do Marajó.

O projeto Rio de Nós foi idealizado pelos professores Elaine Oliveira, Welton Diego Lavareda, Raimundo Tocantins e Paulo Nunes, sob a coordenação da professora Terezinha Barbagelata. O professor Paulo Nunes informou que todo mês um profissional é convidado para dividir experiências com colegas e alunos. Este ano, o evento tem adesão do Programa de Pós-graduação em Comunicação, Linguagens Cultura – PPGCLC da UNAMA.

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O primeiro encontro de 2021, em fevereiro, teve como convidado o escritor, poeta e professor João de Jesus Paes Loureiro. Ele falou sobre sua trajetória literária, o trabalho como gestor da Secretaria de Cultura do Pará na década de 1980, além de apresentar seu mais novo livro, informou a professora Elaine Oliveira, que também atua na coordenação do projeto.

O evento será na plataforma Google Meet e simultaneamente nas páginas do curso de Letras da UNAMA e no Facebook e Instagram, às 20 horas. Os participantes ganham diploma e têm direito a horas de atividade complementar. Os professores Paulo Nunes e Elaine Oliveira serão mediadores.

Por Valdenei Souza.

 

Pai, mãe e filho morreram de Covid-19 no intervalo de cinco dias em Cuiabá-MT. Jonas da Silva Moraes, de idade não informada, faleceu no sábado (13); a mulher dele, a professora aposentada Eliana Corrêa de Cerqueira Morais, 66 anos, morreu na terça-feira (16); e o filho, Jonas da Silva Moraes Junior, 42, nesta quinta-feira (18). As informações são do G1.

O filho ficou internado em estado grave, mas não resistiu à doença. Ele era diabético e deixa mulher e um filho recém-nascido.

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Não há informações se os pais de Jonas Júnior tinham alguma comorbidade. O Sindicato dos Trabalhadores no Ensino Público de Mato Grosso (Sintep-MT) lamentou a morte da professora. Segundo o sindicato, Eliana trabalhou por vários anos na Escola Estadual Professor Nilo Póvoas, na capital do Mato Grosso.

“O desafio de reduzir as desigualdades entre as regiões do Brasil” foi o tema da prova de redação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), versão digital. Além de elogiar o assunto cobrado neste domingo (31), a professora Lourdes Ribeiro, com exclusividade para o LeiaJá, produziu um exemplo de texto sobre a temática.

Ao analisar o tema proposto, a docente indicou referências que poderiam ser utilizadas pelos candidatos, a exemplo de filmes. Lourdes também formulou algumas propostas de intervenção que cabem no texto.

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A seguir, confira o exemplo de redação produzido pela professora:

Em 2019, um dos filmes mais relevantes da atualidade estreava nos cinemas nacionais e mundiais: Bacurau. O longa se popularizou devido a fidedigna retratação da invisibilidade que grande parte da sociedade vivencia de uma maneira sarcástica, com alguns tons de alívios cômicos. Essa desigualdade não existe de hoje e, alguns fatores tornam essa situação mais difícil de ser minimizada, entre elas está a concentração de renda nas mãos de poucos e o estigma que algumas regiões do país sofre.

Primeiramente, é de conhecimento da maioria que tais riquezas não são distribuídas de maneira equivalente. No filme da Netflix “O poço”, é mostrada uma “prisão” em que as pessoas são separadas por andares e uma plataforma desce com vasta comida. Se as pessoas de cada setor comessem apenas o que precisavam, todos se alimentariam bem. Mas, como esperado, não é isso que ocorre. Quem está acima, além de comer em excesso, ainda inutiliza o que fica para os demais. Segundo pesquisa de 2012 do Banco Mundial de Alimentos, o Brasil é o quarto maior produtor de alimentos, mas de acordo com o levantamento o Índice Global da Fome, o país ainda ocupa posição preocupante.

Além disso, na década de 30, a geração modernista brasileira sentiu a necessidade de tornar a região Nordeste vista, já que a mesma passava por uma severa seca. Apesar do serviço social feito pelos autores, o local ficou estigmatizado e seus moradores ganharam o rótulo de “lutadores e sobreviventes”. Durante anos essa imagem foi repercutida e os estados tanto do Norte quanto do Nordeste foram/são negligenciados. Um exemplo recente dessa conjuntura foi a situação dos hospitais na região Amazônica na pandemia, que foram assistidos por pessoas que não estão no poder público.

Diante dos fatos apresentados, é notório que existem inúmeros desafios para sanar as desigualdades do país. Uma das medidas necessárias para minimizar tais desigualdades, seria a união do Poder Legislativo e Executivo, focando na mudança dos critérios de enquadramento de estados e municípios nos programas integrados de combate à pobreza e a utilização integral dos recursos de emendas ao Orçamento individuais e de bancada em programas que visam à redução da miséria. Dessa maneira, a realidade trazida pelo filme Bacurau, ficaria apenas no âmbito da ficção.

Três professoras de redação apontaram sugestões de filmes que poderiam ser utilizados na prova de redação da versão digital do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), neste domingo (31). Em sua primeira edição, o modelo de prova trouxe o tema "O desafio de reduzir as desigualdades entre regiões do Brasil".

O Poço (Espanha, 2019)

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Filme de terror, presente no catálogo da Netflix, se passa dentro de uma prisão vertical. Apresenta uma separação entre ricos e pobres em um local onde a comida é distribuída de cima para baixo. "O filme O Poço retrata de forma metafórica essa ideia das camadas sociais, as que são privilegiadas e as que não estão nesse patamar e acabam sendo desprivilegiadas na sociedade", disse a professora de redação Beth Andrade.

Bacurau (Brasil, França, 2019)

Filme dos diretores pernambucanos Kleber Mendonça Filho e Juliano Dornelles aborda gêneros como drama, ficção científica, faroeste e terror. A história se passa em um povoado do sertão nordestino que está sendo invadido por estrangeiros. "Bacurau está aí para vencer o Oscar, esperamos, e também é uma referência muito boa para essa redação", afirma a professora Lourdes Ribeiro.

Parasita (Coreia do Sul, 2019)

Vencedor do Oscar de melhor filme em 2020, Parasita foi uma das grandes sensações do cinema estrangeiro nos últimos. Retrata as diferenças sociais ao contar a história de uma família desempregada, que vivia em um porão, e que começa a trabalhar para uma família rica. "Não tem filme melhor que fale sobre esse tema do que Parasita, ganhou um Oscar e aborda de todas as maneiras possíveis essa desigualdade que existe no Brasil", analisa a professora Amanda Batista.

Outras referências

As professoras também destacaram que Paulo Freire, Josué de Castro e Michel Foucault poderiam ser mencionados pelos candidatos. "Recomendo muito Paulo Freire, recomendo muito Foucault, com Vigiar e Punir, que dá para enlaçar nas relações com a escola e educação", acrescenta Batista.

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A prova de Ciências Humanas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2020, realizada neste domingo (17), tratou de questões sociais, destacou professora de história Thais Almeida. De acordo com ela, os estudantes precisavam ter se preparado para responder quesitos do gênero.

"O aluno que se preparou para não responder nenhuma questão que tocasse em situações relativas a minorias sociais, questões sociais, problema de gênero no mundo do trabalho, problema da terra, pecou, porque mais uma vez isso tudo foi abordado", disse a docente. 

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Segundo a professora, já era esperado que esses temas estivessem presentes. "Eu já havia dito que a banca de questões do Enem não mudou. O que a gente deve esperar é que questões que tragam palavras que são mais explicitamente sobre temas que o governo é contrário, como por exemplo tortura, machismo, racismo, LGBT, não cairiam, mas o teor da prova não iria sofrer mudança", disse. "Eu achei uma prova muito boa, como sempre é", resumiu Thais Almeida.

Neste domingo (17), primeiro dia do Enem 2020, os candidatos responderam, das 13h30 às 19h, questões de Ciências Humanas, Linguagens, além da redação. Já no dia 24 deste mês, os feras enfrentarão quesitos de matemática e Ciências da Natureza.

A versão digital está programada para o dia 31 de janeiro e 7 de fevereiro. De acordo com o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), órgão responsável pela organização do Enem, quase 5,8 milhões de candidatos se inscreveram no Exame, cujo resultado está programado para março.

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A professora de redação Lourdes Ribeiro escreveu um exemplo de texto com base na proposta do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2020, aplicado neste domingo (17). Nesta edição, o tema da redação foi 'O estigma associado às doenças mentais na sociedade brasileira'. Confira a redação modelo abaixo:

Em meados do século XIX, a histeria se tornou alvo de estudos, chegando a ser criado um hospital na França de nome La Salpêtrière. Jean Martin Charcot direcionou a análise da doença de um modo que a fez ser associada ao erótico, sendo inclusive, utilizada em ensaios e obras do surrealismo. Tendo em vista que há séculos as doenças mentais são estudadas e vistas de maneira distorcida é necessário que se analise as causas e consequências de tais atos, os quais, reverberam até o presente.

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Pode-se observar que existe uma visão equivocada e, até mesmo, negligente vinculada às doenças mentais. No Antigo Testamento existem algumas passagens que relatam como as pessoas que possuíam tais transtornos eram tratadas como “possuídas pelo demônio”. Esse ponto de vista foi sendo alterado ao longo dos anos, mas, na maioria das vezes, excluindo os doentes do ciclo social, estigmatizando, rotulando como incapazes, tratando de forma preconceituosa. A falta de informação sobre o assunto é um dos fatores mais relevantes para manter tais preconceitos.

Devido a isso, consequências graves são notadas na sociedade como um todo. No filme Coringa é retratado o que pode acontecer com alguém que é invisibilizado por possuir desorganização mental. O personagem chega ao ápice da revolta, tornando-se um assassino frio e instaurador do caos. O que é retratado no longa parece ser algo exagerado e irreal, mas quantas doentes mentais não acabam cometendo suicídio por não terem assistência e por não serem levados a sério? Sabe-se que o Brasil, segundo a OMS, é um dos países com maiores índices de ansiedade e depressão e, ambas são, também, doenças mentais. 

Em virtude dos fatos mencionados, é necessário que haja um trabalho voltado para a desconstrução dessas ideias enraizadas na sociedade brasileira. Uma parceria entre o Ministério da Saúde e a mídia para que, através das redes sociais, houvesse uma divulgação ampla com psicólogos esclarecendo o que, de fato, são as doenças mentais, seria um grande passo para iniciar a propagação de uma informação responsável. Dessa maneira, estigmas como os propagados por Jean Martin Charcot seriam desfeitos.

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