Um traficante de drogas condenado pela morte de cinco pessoas, incluindo duas meninas, foi executado por injeção letal nesta sexta-feira (17). Ele é o terceiro preso federal a ser morto nesta semana nos Estados Unidos.
Dustin Lee Honken, de 52 anos, natural de Britt, em Iowa, foi declarado morto às 16H36 no horário local na prisão de Terre Haute, no estado de Indiana, informou o Departamento de Justiça.
Em 2004, ele foi condenado em Iowa pelos assassinatos de dois traficantes de drogas, ocorrido em 1993. A dupla havia se tornado informante do governo, e iria testemunhar sobre o tráfico de metanfetaminas liderado por Honken.
Ele também foi condenado por assassinar a namorada de um dos dois homens e suas filhas, de 10 e seis anos.
"Não havia motivo para o governo matá-lo, às pressas e por tudo", declarou Shawn Nolan, advogado de Honken, em comunicado.
"O homem que eles mataram hoje era um ser humano, que poderia ter passado o resto de seus dias ajudando os outros e se redimindo ainda mais", acrescentou.
Como suas palavras finais, Honken recitou um poema do poeta inglês Gerard Manley Hopkins chamado "Heaven-Haven". Ele foi o terceiro preso federal executado na prisão de Terre Haute apenas nesta semana, depois que o Departamento de Justiça anunciou na última semana que retomaria as execuções federais.
Uma quarta execução federal está marcada para 28 de agosto. Nela, Keith Dwayne Nelson será morto por estupro e assassinato de uma menina de 10 anos.
Daniel Lewis Lee, de 47 anos, ex-supremacista branco condenado pelos assassinatos de uma família de três pessoas em 1996, foi executado na última terça-feira.
Wesley Ira Purkey, de 68 anos, foi morto na quinta por estupro, assassinato e desmembramento de uma menina de 16 anos de idade.
Todos os três homens apresentaram recursos de última hora, em uma tentativa de impedir suas execuções, mas foram rejeitados pelos tribunais inferiores ou pelo Supremo Tribunal.
Em 1988, a pena de morte foi retomada no nível federal, mas havia sido usada apenas três vezes antes das execuções desta semana, e a última vez havia sido em 2003.
O presidente Donald Trump, que enfrenta uma dura batalha para ser reeleito em novembro, tem defendido o uso da pena de morte, especialmente para traficantes de drogas e assassinos de policiais.
No nível estadual, apenas alguns estados americanos ainda realizam execuções de forma ativa, principalmente no Sul conservador. Em 2019, 22 pessoas foram mortas.
Em sua maioria, os crimes são julgados sob âmbito estadual, mas os tribunais federais lidam com alguns dos crimes mais graves, incluindo ataques terroristas, crimes de ódio e casos de extorsão.
Uma das execuções federais com maior repercussão recentemente foi a de Timothy McVeigh, morto por injeção letal em 2001, condenado pelo atentado a bomba em um prédio federal em Oklahoma - que matou 168 pessoas - em 1995.