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A Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji) se posicionou hoje (24) sobre o vazamento da conversa entre o jornalista Reinaldo Azevedo e a irmã de Aécio Neves. De acordo com a entidade, a Procuradoria Geral da República (PGR) violou o sigilo de fonte, garantido constitucionalmente. Em nota oficial a Abraji ressaltou que a divulgação se deu em um momento em que o jornalista publica críticas ao trabalho do órgão, o que sugere uma retaliação.

Outro argumento utilizado foi o de que, na reportagem veiculada pelo BuzzFeed News, a Polícia Federal não encontrou nenhum indício de crime, portanto, caberia a PGR cuidar da destruição do material, já que ele não serve como evidência. “A Abraji considera que a apuração de um crime não pode servir de pretexto para a violação da lei, nem para o atropelo de direitos fundamentais como a proteção ao sigilo da fonte, garantido pela Constituição Federal”, afirmou a organização.

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Todos os acontecimentos se dão em meio aos pedidos de demissão de Reinaldo Azevedo da Rádio Jovem Pan e da revista Veja. Profissionais da própria Jovem Pan, da Rádio CBN, Record, DCM e outros veículos de comunicação se solidarizaram com a situação do jornalista, enfatizando que o caso abre um precedente perigoso para o exercício da profissão.

No dia 28 de abril celebra-se o Dia Internacional da Educação. A data foi instituída em 2000, durante a realização do Fórum Mundial da Educação, que reuniu 180 países em Dakar, Senegal. No decorrer do encontro, os países participantes assinaram um acordo se comprometendo a não pouparem esforços, políticos e financeiros, para que a educação chegasse a todas as pessoas do planeta até o ano de 2015.

O Fórum foi considerado um marco para a educação global, mas, o que mudou desde então? Infelizmente, o objetivo não foi atingido totalmente. No Brasil, especificamente, boa parte da população ainda não tem acesso à educação, desde o ensino infantil. Erradicar o analfabetismo é uma meta que o País ainda não alcançou e ainda temos o analfabetismo funcional, que afeta uma parte da população.

A Constituição Federal de 1988 garante, em seu artigo 205 e 206, que a educação é direito de todos e dever do Estado e da família. Além disso, a CF assegura que ela deve ser ministrada com igualdade de condições para o acesso e permanência na escola. É de conhecimento comum que, se as pessoas têm oportunidade de acesso a uma educação de qualidade, aumentam as chances de elas terem uma vida digna e de exercerem a cidadania de forma plena. Além disso, a educação abre portas para outros direitos, como saúde, trabalho e lazer.

Além da Constituição Federal, o artigo 26 da Declaração dos Direitos Humanos diz que toda pessoa tem direito ao acesso à educação. E o artigo 7 da Declaração Universal da Criança explica que: ‘A criança tem direito a receber educação que será gratuita e obrigatória, pelo menos nas etapas elementares’.

No Brasil, o desenvolvimento da educação enfrenta os prejuízos relacionados ao desvio e a má aplicação do dinheiro público, além da ineficiente fiscalização dos órgãos responsáveis, tanto da aplicação dos recursos públicos, quanto no cumprimento das normas e diretrizes ditadas pelo Ministério da Educação (MEC) para o funcionamento das instituições de ensino superior.

Muitas pessoas associam a palavra "educação" unicamente com o ambiente escolar, porém não deve ser apenas a escola o único instrumento importante de educação de uma criança ou jovem. Não podemos esquecer que a família também é a base da formação educacional das nossas crianças e jovens. Os pais ou responsáveis devem estar atentos e participar da formação dos valores sociais, éticos e morais.

Fato é que a educação é a base para promovermos o consumo consciente e um dos meios mais eficazes para construir uma sociedade ambientalmente mais equilibrada e socialmente mais justa. Ainda existe um longo caminho a ser percorrido até que sanemos todos os problemas ou, ao menos, melhoremos muito as condições do nosso ensino.

Ainda não é possível comemorar uma conquista completa. Dessa forma, o Dia Internacional da Educação pode ser utilizado como uma data para que todas as esferas governamentais - Federal, Estadual e Municipal -, bem como, as iniciativas privadas repensem as estratégias e prioridades sobre a Educação, que necessita formar e eleger líderes que levem o Brasil ao desenvolvimento. 

O projeto da terceirização, que permite o trabalho de terceirizados até mesmo nas atividades fins das empresas, foi aprovado pela Câmara dos Deputados e sancionado pelo Presidente da República, Michel Temer. Além do surgimento de muitas críticas ao projeto, existem dúvidas relativas à lei no que diz respeito à terceirização na administração pública, bem como há diversas visões entre especialistas em Direito do Trabalho sobre o que diz a Constituição Federal. Há inclusive uma hipótese de redução do número de editais de concursos públicos diante da possibilidade de contratações indiretas no serviço público.

Para o procurador do Ministério Público do Trabalho, Cláudio Gadelha, a lei sancionada por Michel Temer não pode afetar a administração devido a garantias legais que proibiriam a extensão do projeto à administração pública direta ou indireta. “Não é possível fazer o entendimento de que esse projeto poderia alterar a norma constitucional posta sobre concursos no artigo 37 inciso II, que é explícito ao estabelecer que só é possível ascender a cargo público por concurso. Reconhecemos que há níveis de terceirização nas empresas públicas, mas não há nenhum tipo de afirmação no projeto que faça alusão a isso”. 

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Sobre empresas públicas e Sociedades de Economia Mista, o procurador afirma que apesar de elas se inserirem no contexto do artigo 170 da Constituição, quando busca-se paridade com a iniciativa privada, “esse artigo não pode conflitar com o que diz à Constituição sobre o assunto, então princípios como publicidade, equidade e impessoalidade estão assegurados e não restam dúvidas de que nenhuma lei ou emenda que viesse a autorizar a terceirização mexeria nisso”. Quando perguntado a respeito do posicionamento do Ministério Público do Trabalho sobre a questão, Cláudio Gadelha afirma que qualquer tentativa de estender a terceirização à administração pública direta ou indireta, além de esbarrar no Supremo Tribunal Federal, enfrentaria resistência do MPT.

 

“O Ministério Público do Trabalho tem ações sobre terceirização no serviço público, mas qualquer interpretação extensiva sobre o tema será sôfrega, devido ao texto que em nada aborda e nem poderia abordar a administração pública. Essas empresas de capital misto não fogem aos preceitos constitucionais do serviço público e o Ministério vai combater qualquer iniciativa extensiva", afirmou o procurador. 

"Mudei meu foco"

Brenda Vanessa Gomes é concurseira com foco em certames de polícias e acredita que o projeto aprovado não a afetará. “Na área policial não tem como mexer, não pode privatizar a parte de segurança”, declarou. No entanto, antes de pensar na carreira policial, Brenda queria lutar pela aprovação em concursos de bancos públicos, mas desistiu devido a acontecimentos recentes como a aprovação da terceirização, planos de demissão, Reforma da Previdência e ameaças de privatização. 

O temor em relação à redução do número de editais também foi um fator que levou Brenda a desistir de prestar concurso para bancos públicos. “Acho que vai demorar muito para ter concurso para bancos públicos, que deveriam abrir a cada dois anos e o edital do concurso da Caixa Econômica Federal atrasou. Em empresas que têm parte privada eu acho que pode atrasar ainda mais, por causa do baixo custo do empregado terceirizado, que recebe um salário menor que o concursado", analisou Brenda. 

Perguntada sobre os impactos dessa medida na vida dos concurseiros que passam muito tempo estudando, Brenda destaca, além do atraso dos editais e diminuição de vagas, um cenário de mudanças na concorrência para certos certames. “Acredito que vai haver uma mudança na concorrência de concursos de outras áreas, pois as carreiras em órgãos que tenham muitos terceirizados se tornarão menos interessantes”.

"Visão Pragmática do Direito"

Isabele Moraes D'angelo é professora universitária, mestre e doutora em Direito Trabalhista, além de coordenar grupos de pesquisa. Na sua visão, as garantias do artigo 32 da Constituição Federal não impediram que a terceirização e o abuso de contratos temporários acontecessem antes da aprovação da nova. Segundo ela, a situação deve piorar. “Eu tenho uma visão pragmática do direito, de fato a Constituição já não permitiria algumas coisas, inclusive a sanção dessa lei, ela é inconstitucional, mas foi sancionada. Para fazer valer o que diz o artigo 32 é preciso uma demanda judicial que, em última instância, passa pelo Supremo Tribunal Federal, e a gente já percebeu que o direcionamento político do Supremo Tribunal Federal está todo voltado a blindar as atitudes do presidente”, declarou a doutora. Para Isabele, o projeto de lei vem para “tentar legalizar uma situação que ao meu ver não é legal e também não é constitucional”.   

Isabele vê a permissão à terceirização na atividade fim como um fator que tornará economicamente interessante para a administração pública contratar terceirizados. “Por que a administração pública vai seguir fazendo concurso público, gastando com certame e aumentando a folha de gastos com pessoal, inclusive com aposentadoria de servidor no futuro, se pode terceirizar e deixar essa responsabilidade a encargo da empresa prestadora de serviços?”, indagou. Além disso, a não obrigatoriedade de arcar com a responsabilidade pelo funcionário em caso de fraude trabalhista também fragiliza o trabalhador. “A confirmação de que a administração pública só tem responsabilidade nos casos de terceirização quando o trabalhador conseguir provar que não houve a devida fiscalização é um encargo muito grande para o trabalhador", comentou. 

Outra preocupação da doutora é com o princípio impessoalidade na seleção para o serviço público, que determina que a escolha deve ocorrer por concurso, para que entrem as pessoas mais preparadas para o cargo e não funcionários indicados por conhecimento pessoal ou questões políticas, por exemplo. “Como eu vou aplicar o princípio da impessoalidade se não tem o concurso e a iniciativa privada é quem vai indicar as pessoas que vão trabalhar? Me faz pensar que de repente os donos das empresas prestadoras de serviços serão amigos dos gestores públicos e só o pessoal protegido desses gestores vai trabalhar nesses órgãos”.

Sobre empresas que funcionam como Sociedades de Economia Mista, Isabele afirma que a situação funciona da mesma maneira, mas afirma que o cenário também já era de terceirização antes da aprovação e sanção do projeto de lei e vê a possibilidade da criação de planos de demissão voluntária para servidores que seriam substituídos por terceirizados. “Pela minha ótica, vão criar programas de demissão para os servidores e contratar terceirizados, que é algo que você nota na Caixa e no Banco do Brasil, então acho que essa legislação vem pra aprofundar uma realidade que já era muito negativa, inclusive na administração pública indireta, como sociedades de economia mista e empresas públicas”.

"Susto para o candidato" 

Tiago Erhardt é diretor do curso preparatório de candidatos para concursos públicos ‘Espaço Jurídico’ e afirma não se preocupar com nenhuma redução na frequência de abertura de editais. “Acredito que é mais um alarde, um susto para o candidato, do que uma redução do número de vagas e editais, porque cargos que precisam de concurso público não podem ser terceirizados”. 

Na visão de Tiago, além das proteções previstas na Constituição Federal, há, também, outros fatores que farão com que a oferta de vagas em concursos se mantenha intacta ou até aumente. “Também acredito que com a iminência da Reforma da Previdência, haverá muito pedido de aposentadoria e vai surgir muita vaga de cargo efetivo”. 

O presidente declarou hoje, em conversa com o ministro do Trabalho, Ronaldo Nogueira, que a modernização da CLT possui pontos que apenas reforçam a Constituição. Durante o anúncio do calendário do pagamento de valores de contas inativas do FGTS, Michel Temer disse que o acordo e as convenções coletivas de trabalho já estão amparados legalmente e que não substituem as leis em vigor, que garantem as condições mínimas para os empregados.

A observação faz referência ao inciso 26 do artigo 7º da Constituição, que diz que a convenção coletiva celebrada entre trabalhadores urbanos e rurais, quando trouxer mais benefício a ambas as partes, será sobreposta a CLT, desde que não afete nenhum direito do trabalhador, e não exima o empregador de nenhuma responsabilidade prevista nela. “Direito não se revoga, se aprimora”, disse Ronaldo Nogueira.

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Pontos criticados por centrais sindicais estão no texto do projeto de modernização da CLT, como a equiparação dos direitos de funcionários temporários e efetivos. Por outro lado, algumas reivindicações que são pauta desde a promulgação da Constituição de 1988, como o pagamento do banco de horas com adicional de 50% sobre o valor da hora trabalhada, também serão regulamentadas, caso o projeto seja aprovado.

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A Universidade da Amazônia (Unama) iniciou na noite de quinta-feira (10) o 2º Congresso Brasileiro de Processo Constitucional. O evento foi realizado no Hangar Centro de Convenções da Amazônia, em Belém. O pronunciamento de abertura foi proferido por José Janguiê Diniz, reitor da Universidade da Amazônia (Unama).

Nos dias 11 e 12 de novembro, centenas de estudantes e profissionais participam de conferências que vão abordar diversas questões da área do Direito. No primeiro dia de programação os congressistas participaram da conferência sobre o "Enfraquecimento do Direito Material e a Concretização da Constituição pelo Processo", ministrada por Georges Abboud, doutor e mestre em Direitos Difusos e Coletivos pela Pontifícia Universidade Católica de São (PUC-SP).

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Em entrevista ao LeiaJá, Georges Abboud explicou que a Concretização da Constituição pelo Processo é um assunto atual no Direito brasileiro. "A temática da conferência é extremamente importante numa democracia. Se a gente parar para pensar, todos esses temas polêmicos que envolvem a sociedade brasileira passam pela jurisdição constitucional, no caso o Supremo Tribunal Federal. Então o que instrumentaliza, controla e como se organiza essa atividade é mediante o processo constitucional, daí a importância de se discutir o assunto", disse.

Segundo Georges Abboud, por meio do congresso os estudantes terão a oportunidade de aprofundar seus conhecimentos. "Acho que quando um aluno participa de um evento desse, além de ter a oportunidade de estudar uma temática que é paradidática a respeito de aspectos gerais sobre o conceito do processo constitucional, é uma forma do aluno aumentar seu leque de conhecimentos e poder se aprofundar no que ele já conhece", informou.

De acordo com José Janguiê Diniz, reitor da Unama, mestre e doutor em Direito, realizar a 2ª edição do Congresso Brasileiro de Direito Constitucional é uma satisfação muito grande para a Universidade da Amazônia. "É um evento em que vamos debater os mais diversos temas de Direito Processual, de Direito Constitucional e de processo constitucional. Teremos a participação de vários juristas do Brasil e ministros do Superior Tribunal de Justiça. Temos certeza que os alunos sairão com mais conhecimento acerca do direito processual constitucional", afirmou.

Para Edil Montelo, acadêmico do 4º semestre de Direito, o congresso vai agregar conhecimento para sua vida profissional e pessoal. "Sabemos que o Direito Constitucional é a base de todas a disciplinas do curso de Direito; então acredito que nesse segundo congresso vamos ter uma grande experiência que vai contribuir muito para minha vida pessoal e para meu crescimento profissional", contou.

Jeferson Bacelar, diretor do Instituto de Ciências Jurídicas da Unama (ICJ), informou que o congresso pode ser considerado o maior encontro jurídico da Região Norte. "Ultrapassando a marca de 2 mil inscritos, isso faz com que nós possamos colocar esse congresso como maior encontro jurídico da Região Norte do Brasil. Então é uma satisfação imensa poder chegar com êxito nesse segundo congresso", disse.

Para mais informações acesse o site do congresso: <https://eventos.sereduc.com/Evento.aspx?EventoId=37>

A presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Carmen Lúcia, afirmou nesta quinta-feira, 20, que o Brasil caminha para ter sua 100ª emenda à Constituição, o que não é bom. "Vamos para a 100ª emenda. Não é a melhor coisa do mundo, mas pelo menos mudam a Constituição para ter outra norma, em vez de simplesmente descumprir", afirmou durante palestra no X Fórum da Associação Nacional de Editores de Revistas (Aner), em São Paulo.

A ministra não foi explícita em sua referência. Segundo o website do Palácio do Planalto, atualmente existem 93 emendas à Constituição. Atualmente, o projeto com maior destaque na imprensa e no Congresso é a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 241, a chamada PEC do Teto, que zera o crescimento real dos gastos federais por até 20 anos. O projeto já foi aprovado em primeiro turno pela Câmara dos Deputados.

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Ao mencionar as mudanças na Carta Magna, a ministra falava sobre a importância desse documento e como ele estabelece as diretrizes para o Brasil, especialmente nos seus quatro primeiros artigos. Ela fez menção especial ao artigo 3, que diz serem objetivos fundamentais da República construir uma sociedade livre, justa e solidária; garantir o desenvolvimento nacional; erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais; além de promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação.

"Os governantes não escolhem esses objetivos. Foi o deputado constituinte, eleito pela sociedade, que fez com que se estabelecessem esses objetivos, que são do Estado, não de governo", comentou. Nesse ponto, Carmen Lúcia contou uma história, ocorrida com um ex-aluno seu. Após concluir os estudos, esse rapaz foi trabalhar como assessor de um prefeito em uma cidade interiorana e, querendo demonstrar seus conhecimentos, falou para o chefe do Executivo municipal sobre o artigo 3 da Constituição. O prefeito então acabou baixando um decreto regulamentando o referido artigo e declarando que estava erradicada a pobreza naquela cidade. "Eu liguei correndo para o meu aluno, assustada sobre como o prefeito erradicou a pobreza. Será que mandou matar todos os pobres?", brincou.

A presidente do STF disse que não são poucas as vezes em que poderia ser levada ao desânimo no exercício das suas função, já que em muitas ocasiões ao longo de sua carreira se deparou com histórias muito duras. "Entretanto, se aumentou a minha dor, aumentou também muito a minha esperança. Como dizem os chineses, qualquer caminho, longo ou curto, começa com o primeiro passo, e nós temos dado muitos passos", afirmou.

No discurso em que abriu nesta terça-feira (20) a 71ª Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), o presidente Michel Temer reiterou o compromisso “inegociável” do Brasil com a democracia, citando, inclusive, o processo que resultou no impedimento da presidenta Dilma Rousseff, feito, segundo ele, “dentro do mais absoluto respeito à ordem constitucional”.

Temer abordou também alguns conflitos internacionais, como o entre Israel e Palestina e a guerra da Síria. Segundo o presidente, em um mundo “ainda tão marcado por ódios e sectarismos, os Jogos Olímpicos e Paralímpicos do Rio mostraram que é possível o encontro entre as nações em atmosfera de paz e harmonia”.

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O presidente elogiou também o restabelecimento das relações diplomáticas entre Cuba e os Estados Unidos e criticou o protecionismo agrícola patrocinado por diversos países.

Sobre a atual situação política brasileira, pós-afastamento de Dilma, Temer disse trazer às Nações Unidas uma mensagem de compromisso inegociável do país com a democracia. “O Brasil acaba de atravessar processo longo e complexo, regrado e conduzido pelo Congresso Nacional e pela Suprema Corte brasileira, que culminou em um impedimento. Tudo transcorreu dentro do mais absoluto respeito à ordem constitucional.”

“Temos clareza sobre o caminho a seguir: o caminho da responsabilidade fiscal e da responsabilidade social”, afirmou o presidente, ressaltando que a confiança já começa a se restabelecer-se e que um horizonte mais próspero começa a se delinear.

Temer aproveitou a oportunidade para convocar investidores estrangeiros a fazerem negócios com o Brasil. “Nosso projeto de desenvolvimento passa, principalmente, por parcerias em investimentos, em comércio, em ciência e tecnologia. Nossas relações com países de todos os continentes serão, aqui, decisivas."

O presidente enfatizou que o Brasil tem um Judiciário independente, um Ministério Público atuante e órgãos do Executivo e do Legislativo que cumprem seu dever. “Não prevalecem vontades isoladas, mas a força das instituições, sob o olhar atento de uma sociedade plural e de uma imprensa inteiramente livre”, disse Temer, pouco antes de apontar como tarefa atual do país a retomada do crescimento econômico, a fim de restituir empregos aos trabalhadores brasileiros.

Tradição

Ter uma autoridade brasileira abrindo a série de pronunciamentos de chefes de Estado e de governo na assembleia geral é uma tradição na ONU, iniciada em 1947 pelo diplomata brasileiro Osvaldo Aranha. A exemplo de discursos feitos anteriormente por outros presidentes brasileiros, Temer reiterou a posição brasileira em defesa de uma reforma do Conselho de Segurança da entidade.

“As Nações Unidas não podem resumir-se a um posto de observação e condenação dos flagelos mundiais. Devem afirmar-se como fonte de soluções efetivas. Os semeadores de conflitos reinventaram-se. As instituições multilaterais, não. O Brasil vem alertando, há décadas, que é fundamental tornar mais representativas as estruturas de governança global, muitas delas envelhecidas e desconectadas da realidade. Há que reformar o Conselho de Segurança da ONU. Continuaremos a colaborar para a superação do impasse em torno desse tema”, disse Temer.

A necessidade de se fazer uma revisão na Constituição de 1988 como uma das formas de resolver a crise brasileira encontra eco em representantes de setores da sociedade. A série de reportagens que o jornal O Estado de S. Paulo começou a publicar no domingo (11) sobre os desafios de reconstrução do País mostra como o texto constitucional está na raiz de boa parte dos problemas, sobretudo na questão fiscal. Contudo, as eventuais mudanças podem enfrentar entraves se apresentadas ao Congresso.

Deputado constituinte e atualmente ministro das Relações Exteriores, José Serra (PSDB) acredita que as normas precisam se ajustar à realidade do País. Ele lembra que a forte descentralização de receitas não correspondeu a uma descentralização de encargos. "É evidente que boa parte do problema fiscal brasileiro surgiu da Constituição de 1988."

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Outros problemas, segundo Serra, foram o aumento dos encargos trabalhistas e a concessão de estabilidade no emprego para funcionários públicos que não haviam passado por concurso. Para ele, a Carta padece de um "defeito básico", por ter sido confundida com um programa de governo.

Na avaliação do presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Robson Andrade, o debate é importante para jogar luz sobre essa reflexão. Ele destaca que o governo não tem condições de arcar com a carga de responsabilidades colocadas sobre ele. "O Estado tem seus limites. É preciso contar com o apoio do setor privado neste momento." Andrade avalia, entretanto, que o Congresso não está preparado para conduzir essas mudanças.

O recente processo de afastamento da presidente Dilma Rousseff atrapalha essa retomada e a realização de reformas, na opinião da economista e colunista do jornal O Estado de S. Paulo, Monica de Bolle. Para ela, ainda há uma "ferida aberta após o impeachment" e um "grau de polarização muito grande". "O Congresso ainda está confuso", afirmou.

Na mesma linha, o presidente do Sebrae, Guilherme Afif Domingos, que foi deputado constituinte, disse que promover ajustes na Constituição é uma tarefa muito difícil de ser cumprida com o presidencialismo de coalizão. "Não acredito que o presidente tenha condições políticas, com esse Congresso de 'toma lá, dá cá', de fazer as reformas que se quer no País."

Ele defende a reforma política como a mais importante neste início de governo. Ao mudar a forma como se elege o Congresso, o governo estaria em linha com o sentimento presente nas manifestações de rua e criaria um ambiente melhor para alterar pontos da Carta, segundo Afif. "Se ele não fizer essa conexão com as ruas, a crise vai consumir o governo", alertou.

Na opinião do senador Agripino Maia (DEM-RN), presidente nacional do partido e também senador constituinte, a Constituição não é 'o' problema, mas há problemas que têm de ser pontualmente removidos. "É preferível trabalhar com a eliminação de pontos de sangria", o que, para ele, está em linha com o que vem sendo feito pelo governo de Michel Temer. A segurança institucional proporcionada por esses ajustes, diz o senador, seriam "instrumento de venda" do País para investidores estrangeiros.

As mudanças que venham a ser feitas na Constituição teriam de passar primeiramente por amplo debate da sociedade, a fim de identificar os pontos que devem ser alterados, diz o coordenador do Laboratório de Política e Governo da Unesp, Milton Lahuerta. Para ele, as alterações têm de reforçar o que ele chama de "espírito" da Constituição, ou seja, a ideia de cidadania e a ampliação de direitos de uma boa parte da população que antes se encontrava marginalizada pelo Estado. "A Constituição pode ter excessos, principalmente no que se refere ao papel do Estado, mas ela privilegia a cidadania e aumenta direitos, e exatamente por isso o ideal é seu aperfeiçoamento, mas não sua mutilação."

A comissão eleitoral da Tailândia informou que foi aprovada a nova constituição proposta pela Junta Militar, que está no poder há dois anos, desde o golpe que derrubou a então primeira-ministra Yingluck Shinawatra.

O referendo aconteceu neste domingo e 61,5% dos eleitores votaram "sim", enquanto 38,44% votaram "não".

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De acordo com Somchai Srisutthiyakorn, da comissão eleitoral, 91% dos votos foram contabilizados, mas apenas 55% das 50 milhões de pessoas compareceram às urnas.

No referendo, duas questões foram feitas para os eleitores. A primeira era se aceitavam a nova constituição e a segunda se permitiam a intervenção do Senado na eleição do primeiro-ministro.

O governo militar diz que a nova constituição acabará com alguns problemas do país, como a corrupção. Muitos tailandeses, por outro lado, acreditam que irá minar com a democracia, tornando mais fácil novos golpes militares.

O comandante-chefe do exército real da Tailândia e chefe da Junta Militar, Prayuth Chan-ocha, reiterou que o referendo determinará "o futuro da Tailândia". Na sexta-feira, ele havia dito que tenta levar o país de volta para a democracia. Eleições legislativas estão previstas para 2017. Fonte: Associated Press.

A venda das edições de bolso da Constituição dos Estados Unidos subiu depois que o pai de um muçulmano americano morto na guerra do Iraque disse, na Convenção Democrata, que Donald Trump desconhecia a Carta Magna.

Khizr Khan, um advogado educado em Harvard, cujo filho faleceu em um ataque a bomba no Iraque, desafiou o candidato republicano à Casa Branca e criticou suas declarações antimuçulmanas e contra os imigrantes, balançando um exemplar da Constituição.

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Na lista dos mais vendidos da Amazon, a versão de bolso da Constituição está em segundo lugar, apenas atrás do lançamento "Harry Potter and The Cursed Child", e o número um mais vendido na categoria de história dos Estados Unidos.

A US$ 1 na Amazon, o texto, de 52 páginas, não parece ser a mesma edição que Khan tirou do paletó em um dos momentos mais importantes da Convenção Nacional Democrata, semana passada, na Filadélfia. Os editores de outra edição - "A Constituição dos Estados Unidos e outros fascinantes dados sobre ela", disseram à AFP que estava esgotado e que nunca viram algo assim em 23 anos no mercado.

"Hoje era o dia mais ocupado, definitivamente, está se acelerando", afirmou Keir Walton, presidente da Oak Hill Publishing Company, fundada em 1993 em Chicago. Walton disse que enviou 150.000 novas cópias para abastecer os estoques diante do aumento das vendas, após a aparição de Khan na Convenção.

O texto da 13ª emenda da Constituição americana, assinada em 1865 por Abraham Lincoln, que aboliu a escravatura nos Estados Unidos, foi adquirido por 2,41 milhões de dólares em um leilão da Sotheby's, em Nova York.

O documento, leiloado na quarta-feira, foi assinado por Lincoln em 1º de fevereiro de 1865, algumas semanas antes de seu assassinato em 14 de abril, e pouco mais de dois meses antes do final da Guerra da Secessão.

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Trata-se de um dos catorze exemplares assinados pelo presidente americano da época. Foi colocado à venda pelo Instituto de História Gilder Lehrman, em Nova York, que tem duas cópias da emenda.

O organismo, que ficará com um exemplar do valioso documento, espera arrecadar fundos adicionais para comprar outros documentos, segundo a Sotheby's.

"Não haverá nos Estados Unidos, nem em nenhum lugar sob sua jurisdição, nem escravidão, nem servidão involuntária, salvo como castigo por um delito do qual o acusado tenha sido devidamente condenado", diz a emenda.

Outro documento assinado por Lincoln foi vendido, também na quarta-feira, por 2,17 milhões de dólares. Trata-se da Proclamação de Emancipação, que ordenava que todas as pessoas em estado de escravidão deviam ser reconhecidas como livres.

O texto não tinha valor constitucional, mas representou um primeiro passo para a abolição da escravatura, concretizada pela 13ª emenda.

O documento, do qual restam 27 exemplares, esta datado de 22 de setembro de 1862, embora tenha sido efetivado em 1º de janeiro de 1863.

Em 2009, o manuscrito de um discurso de Lincoln, pronunciado imediatamente depois de sua reeleição em novembro de 1864, foi vendido por 3,44 milhões de dólares na casa de leilões Christie's, um recorde.

O ex-ministro da Advocacia-Geral da União, José Eduardo Cardozo, disse nesta quinta-feira (12) que vai continuar como advogado no processo de impeachment da presidenta afastada Dilma Rousseff. Ele deu a declaração no Palácio do Planalto após afastamento de Dilma do cargo.

“O Conselho de Ética da Presidência da República disse que tem uma quarentena, mas que na causa específica relativa ao impeachment da presidenta Dilma Rousseff não haveria nenhum conflito para que eu pudesse continuar, não só para não prejudicar a defesa, mas como também é uma situação em que eu já atuava como advogado dela. Houve uma liberação específica para esta causa: atuar no caso do impeachment”, afirmou Cardozo, que vai comandar uma equipe de advogados na defesa de Dilma.

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De acordo com a regra, os ministros exonerados devem cumprir uma quarentena de 180 dias e eles não podem exercer outros empregos, porque são considerados pessoas com informações estratégicas para o país.

O Senado aprovou, no início da manhã, por 55 votos a favor e 22 contra, a admissibilidade do processo de impeachment da presidenta Dilma Rousseff. Com isso, o processo será aberto no Senado e Dilma será afastada do cargo por até 180 dias, a partir da notificação. Os senadores votaram no painel eletrônico. Não houve abstenções. Estavam presentes 78 parlamentares, mas 77 votaram, já que o presidente da Casa, Renan Calheiros, optou por não votar.

O presidente da França, François Hollande, decidiu abandonar um projeto de lei que pretendia revogar a cidadania de terroristas condenados e reforçaria o estado de emergência. Em um raro discurso a jornalistas depois da reunião semanal do gabinete, Hollande afirmou que não teve escolha.

As duas casas do Parlamento discordaram do projeto e um compromisso "parece fora de alcance", disse o presidente. "Eu lamento muito essa atitude." Hollande apresentou as duas propostas dias depois dos ataques terroristas de 13 de novembro em Paris, que deixaram 130 mortos.

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A proposta do presidente socialista de revogar a cidadania de terroristas condenados que tenham duas nacionalidades gerou um intenso debate político, com a extrema direita aplaudindo a ideia e alguns da esquerda criticando a medida como divisora.

Os oponentes da medida dizem que ela não poderia ser aplicada a cidadãos franceses, já que pela legislação internacional ninguém pode ficar sem nenhuma cidadania. Com isso, seriam criadas duas classes de cidadãos: pessoas com duas nacionalidades que poderiam perder a cidadania francesa e cidadãos franceses que não teriam como perdê-la.

O mesmo projeto de lei pretendia alterar o estado de emergência na constituição francesa para adaptá-la para ameaças de longo prazo. Pela lei atual, de 1955, o estado de emergência dura 12 dias e pode ser estendido por um período indefinido por meio de voto do Parlamento.

"A ameaça continua maior do que nunca", disse Hollande, acrescentando que está comprometido a "garantir a segurança do país e proteger a França do terrorismo". O estado de emergência foi declarado na noite de 13 de novembro e recentemente foi estendido até 26 de maio. A medida amplia alguns poderes da polícia para busca e prisão e limita encontros públicos, entre outras coisas. Fonte: Associated Press.

O esporte é, talvez, a melhor forma de inclusão social que existe. Essa afirmação pode ser considerada verdadeira se levarmos em consideração a sociedade em que vivemos, onde o grande ídolo, para parte da população, não é mais um escritor, um professor ou um cientista. Mas, sim, um jogador de futebol, o vencedor do Big Brother ou uma modelo de passarela.

Falar sobre educação e esporte nos possibilitam dissertar inúmeras teorias, isso porque ambos são temas amplos, que compreendem diferentes campos do conhecimento e que podem se completar em determinados aspectos. A prática do Esporte é de extrema importância para a inclusão social, mas como alguém pode ser incluído socialmente praticando esporte sem uma educação de qualidade?

A Constituição Federal de 1988, no seu artigo 217, inovou ao elencar a prática desportiva como direito de cada indivíduo, sendo um dever do Estado o seu estímulo. Já a declaração do Direito à Educação aparece no artigo 6º: “São direitos sociais a educação, [...] na forma desta Constituição”, onde pela primeira vez em nossa história Constitucional explicita-se a declaração dos Direitos Sociais, destacando-se, com primazia, a educação.

O mundo globalizado tem levado as pessoas a uma competição cada vez mais acirrada, seja para atingir o sucesso ou para ter melhores condições e possibilidades de vida. Em contra partida, ainda é alto o índice de crianças e adolescentes que vivem em situação de risco e apresentam problemas de aprendizado e relacionamento nas escolas que frequentam. Como consequência, ainda apresentamos altos números de repetência, evasão e os processos disciplinares a essas crianças.

Infelizmente, não é incomum que jovens e adolescentes nessas situações acabem se relacionando com traficantes e viciados em drogas, passando, inclusive, a consumi-las. E é neste momento que o esporte tem sido um grande aliado da educação, principalmente em comunidades carentes. Projetos esportivos têm evitado que jovens fiquem com tempo ocioso e corram o risco de serem aliciados por criminosos, proporcionando a eles um futuro diferente do que tantos outros tiveram.

A importância da prática esportiva tem benefícios comprovados pela ONU (Organização das Nações Unidas). A instituição observou que além do princípio do desenvolvimento físico e da saúde, o esporte contribui também para a aquisição de valores necessários para coesão social e mundial. A prática regular do esporte, além de uma vida mais saudável, proporciona ao praticante, uma forte inclusão social, que inclui a criação e manutenção de ciclos de amizades e diversão.

É preciso entender o esporte, acima de tudo, como um instrumento pedagógico capaz de agregar valor à educação, ao desenvolvimento das individualidades, a formação pessoal para a cidadania e a orientação para a prática social. Já a educação propriamente dita, através da escrita, da leitura, da sala de aula, tem a capacidade de formar o indivíduo para participar da vida política, econômica e social das cidades, estados e do país. Precisamos entender que o papel decisivo do esporte, junto à educação, é a busca por princípios e valores sociais, morais e éticos.

Ao aliarmos esporte e educação de qualidade é possível que nossas crianças e jovens se sintam participantes da sociedade. O setor de educação particular incentiva os esportes nas instituições através da distribuição de bolsas estudantis e isso se reflete no alto nível dos atletas que participam dos Jogos Universitários, por exemplo. Cabe, também, ao poder público investir mais nesta área, melhorando a relação existente entre esporte e educação como elementos básicos para a melhoria da qualidade de vida da sociedade como um todo.

Educação e esporte precisam andar juntas, no entanto apenas e somente a educação básica de qualidade é capaz de garantir uma inclusão social completa e permanente. O acesso ao mercado de trabalho e as vagas de emprego bem remuneradas estão disponíveis para aqueles que buscam e possuem qualificação de mão de obra. Este é o grande desafio.

A Promotoria de Patrimônio Público, braço do Ministério Público de São Paulo, abriu um inquérito para investigar eventual prática de improbidade administrativa por parte de cinco secretários do governo Geraldo Alckmin (PSDB). O Ministério Público decidiu abrir o procedimento após o jornal O Estado de S. Paulo revelar que os secretários Saulo de Castro (Governo), Arnaldo Jardim (Agricultura), Aloísio de Toledo César (Justiça), Duarte Nogueira (Logística e Transporte) e João Carlos Meirelles (Energia) acumularam pagamentos cujo valor total extrapolava os tetos remuneratórios previstos pela Constituição.

Servidores estaduais são obrigados a respeitar os tetos previstos pela Constituição. Funcionários ligados ao Executivo não podem receber valores acima do salário do governador - estipulado em R$ 21,6 mil. Os vinculados ao Judiciário estão submetidos ao salário dos desembargadores do Tribunal de Justiça - R$ 30,4 mil. E os do Legislativo, ao salário de um deputado estadual, que é 75% do que recebe um parlamentar da Câmara federal (R$ 33,76 mil). Os seis secretários em questão somam importâncias que excedem os valores dos tetos a que estão sujeitos por lei.

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A Promotoria argumenta que há notícias de que houve "atentado aos princípios da administração pública, de eventual lesão ao erário e de possível enriquecimento indevido".

"Havendo notícia de possível atentado aos princípios da administração pública, de eventual lesão ao erário, e de possível enriquecimento indevido a configurar - em tese - a prática, de atos de improbidade administrativa, sendo a necessária coleta de outras informações para orientar a eventual tomada de providências legais e pertinentes", escreveu o promotor de Justiça, Otávio Ferreira Garcia, que assinou o texto de abertura do inquérito. Os secretários terão até a semana que vem para se manifestarem sobre a instauração do procedimento.

Arnaldo Jardim, Saulo de Castro, Duarte Nogueira e João Carlos Meirelles ultrapassam o valor dos tetos quando são somados aos seus vencimentos o que recebem a título de jetons - pagamentos feitos aos servidores pela participação em reuniões de conselhos de administração de estatais, fundações e autarquias. Os secretários enfatizam que jetons não podem ser contabilizados no cálculo do teto salarial, pois alegam que não é o Estado quem faz o pagamento dos jetons.

Saulo é procurador de Justiça licenciado e possui um salário de R$ 26,58 mil pago pelo Ministério Público Estadual. No total, ele recebe R$ 34,97 mil. O teto, na carreira de Saulo, é de R$ 30,4 mil. A secretaria de Governo encaminhou ao Estado um parecer da Procuradoria-Geral e outro da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), nos quais o pagamento de jetons a secretários é tratado como regular.

Meirelles tem um salário de R$ 19, mil e recebe pagamentos no valor de R$ 12,34 mil a título de jetons. No total, o secretário de Energia recebe R$ 31,30 mil, enquanto, pela lei, poderia receber até R$ 21,6 mil. Ele disse à reportagem que não há irregularidade nos vencimentos que recebe, pois afirma presidir "compulsoriamente" dois conselhos (Cesp e EMAE). "Eu recebo salário de secretário e presido dois conselhos que são empresas vinculadas às secretarias. É compulsório. Não tem irregularidade", disse Meirelles. "São conselhos de empresas não dependentes do tesouro. Não é dinheiro do orçamento ou coisa parecida".

Nogueira e Arnaldo Jardim são secretários, mas recebem seus salários da Câmara dos Deputados - ambos foram reeleitos ao cargo no ano passado. Cada um deles recebe R$ 33,76 mil como parlamentar, valor que já é o teto remuneratório do Legislativo previsto pela lei. Nogueira, no entanto, recebe mais R$ 5,5 mil por integrar o conselho administrativo da Companhia Docas de São Sebastião, enquanto Jardim, mais R$ 5,34 mil pela participação do conselho da Codasp. Os parlamentares responderam aos contatos feitos pela reportagem, mas na ocasião em que o Estado revelou o caso, Nogueira e Jardim afirmaram estar de acordo com a legislação.

Já Aloísio de Toledo Cesar recebe R$ 30,4 mil de aposentadoria do Tribunal de Justiça de São Paulo, onde era desembargador. Além disso, ele acumula o salário de secretário, que é de R$ 14 mil. "A constituição é clara: diz que não pode ter cumulação de proventos, salvo nas hipóteses de cargos em comissão, que é o meu caso. O artigo 20 da Constituição autoriza proventos com cargos em comissão", disse. "Não há violação nenhuma ao princípio do teto".

Após a reportagem, em junho deste ano, Alckmin determinou que o secretário da Fazenda, Renato Vilela, fizesse um pente-fino na folha de pagamento dos funcionários estaduais. O tucano exigiu também que a remuneração de Aloísio de Toledo César fosse adequada aos critérios do teto constitucional.

Caberá ao plenário do Senado decidir sobre a prisão do líder do governo na Casa, senador Delcídio Amaral (PT-MS). De acordo com a Constituição Federal, desde a expedição do diploma, deputados federais e senadores não poderão ser presos, salvo em flagrante de crime inafiançável.

Nesses casos, os autos serão remetidos no prazo de 24 horas à Casa Legislativa respectiva - no caso de Delcídio, o Senado - para que, por voto da maioria dos membros, seja resolvida a prisão. Caberá ao presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), outro alvo da Operação Lava Jato, conduzir a sessão que decidirá o futuro de Delcídio.

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Às 9 horas desta quarta-feira, 25, a Turma do Supremo Tribunal Federal que decide questões da Operação Lava Jato se reúne em sessão extraordinária e, provavelmente, deve discutir medidas referentes à prisão do senador petista.

A legislatura apoiada pelos militares da Tailândia rejeitou, neste domingo (6), o projeto de uma nova constituição considerado impopular, retardando o retorno da democracia na sequência de um golpe de Estado realizado no ano passado.

A junta responsável pela redação da nova carta esperava que o projeto tirasse o país do sudeste asiático de quase uma década de conflitos políticos, mas a proposta foi recebida por forte oposição por quase todos os principais componentes da cena política da Tailândia.

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A rejeição do documento pelo legislativo, que foi nomeado pela junta militar e tem o nome de Conselho Nacional de Reformas, foi comemorada por muitos. No entanto, é considerada um passo atrás no plano preliminar na transição da Tailândia para um regime de democracia eleitoral, já que os militares vão manter um poder substancial até que uma nova carta seja redigida.

Um novo comitê de redação de 21 membros vai agora ser nomeado com um mandato para escrever uma nova constituição no prazo de 180 dias. O novo conjunto de leis também precisa de aprovação pelo legislador e será submetido a um referendo. Com isso, o país não deve ter eleições pelo menos até 2017, se a proposta for aprovada, segundo analistas. O governo havia dito anteriormente que as eleições poderiam ser realizadas no final de 2016.

"O exército não mostra comprometimento desde o início do processo, mas é muito importante ter uma rejeição nesta fase, ao invés de uma rejeição no referendo", disse Ambika Ahuja, analista do Eurasia Group, empresa de análise de risco político. "Agora ficou ainda mais claro que o atual regime prefere prolongar a ditadura militar direta ao invés de arriscar ir às urnas antes, mesmo com uma constituição que daria aos militares muitos poderes", disse ela.

Uma das disposições mais controversas do projeto é a inclusão de um painel de 23 membro, entre eles militares, que teria poderes para assumir o lugar do primeiro-ministro e do parlamento em tempos de "crise nacional". Quase todos os partidos criticaram esse ponto, e o projeto tinha o risco de ser derrubado por um referendo, que seria realizado no começo do próximo ano.

O projeto de constituição também previa uma casa legislativa superior que seria parcialmente eleita - 123 dos 200 membros seriam nomeados. Um primeiro-ministro também poderia ser nomeado sem ter de ganhar um assento parlamentar, como era no passado. Embora a rejeição do documento atrase o retorno à democracia, ainda é melhor do que uma "eleição sem sentido", que seria realizada se a carta fosse aprovada, disse Chaturon Chaiseng, um crítico aberto da junta nomeada pelos militares. Fonte: Associated Press

O acesso à internet pode ser incluído entre os direitos sociais previstos na Constituição Federal. A proposta de emenda à Constituição (PEC) com esse objetivo foi aprovada nesta quarta-feira (19) pela Comissão de Constituição e Justiça do Senado. Para se tornar realidade, a PEC precisa passar por dois turnos de votação nos plenários do Senado e da Câmara dos Deputados.

Na justificativa da emenda, o ex-senador Rodrigo Rollemberg (PSB), atual governador do Distrito Federal, disse que muitos direitos previstos na Constituição, como o direito à informação, à educação, ao trabalho e à remuneração digna, dependem cada vez mais do acesso a novas tecnologias. “A inclusão desse novo direito em nossa Constituição Federal contribuirá decisivamente para a superação das desigualdades brasileiras e dará um amplo horizonte de oportunidades aos nossos cidadãos hoje inexoravelmente excluídos de um futuro melhor”, ressalta.

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“A elevação do direito de acesso à internet ao patamar constitucional terá o condão de exigir o estabelecimento, pelo Estado brasileiro, de políticas públicas que minorem ou eliminem a exclusão digital, que marginaliza um contingente significativo da população”, disse a relatora da PEC, senadora Ângela Portela (PT-RR), que deu parecer favorável à proposta. Segundo Ângela, relatório recente da União Internacional de Telecomunicações coloca o Brasil na 65º posição entre 166 avaliados no acesso a novas tecnologias de informação e comunicação.

A Anistia Internacional pediu às autoridades paraguaias para eliminar os obstáculos jurídicos que impedem o aborto após uma garota de 11 anos ter dado à luz uma menina, provavelmente fruto de estupro.

"A trágica história desta menina ilustra o que está errado no que diz respeito aos direitos humanos das mulheres e das meninas e pobres marginalizados no Paraguai", disse a organização em um relatório publicado em seu site. O caso é um "lembrete trágico da necessidade urgente de o Paraguai revogar sua rigorosa lei antiaborto", completou.

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O senador Carlos Filizzola, da coalizão de oposição Frente Guasú - de esquerda - disse que é "impossível implementar a lei do aborto preventivo porque a Constituição proíbe a interrupção da gravidez, exceto quando a mãe está em perigo".

Ele acrescentou que "para mudar a Constituição é necessária muita mobilização social e força política porque o Congresso precisaria convocar a assembleia Nacional Constituinte para fazer as mudanças". O suposto autor do estupro, que foi reconhecido como o parceiro da mãe da vítima, está preso no presídio de Assunção e aguarda o julgamento.

O Departamento de Estatísticas do Ministério da Saúde do Paraguai informou que em 2014 houve 648 casos de gravidez resultante de estupro de meninas entre 10 e 14 anos. Fonte: Associated Press.

O Congresso Nacional promulgou, em sessão solene realizada nesta quinta-feira (26), a Emenda Constitucional (EC) 85, que estimula o desenvolvimento científico, tecnológico e a inovação.

O texto visa impulsionar a pesquisa nacional e a criação de soluções tecnológicas que melhorem a atuação do setor produtivo, com a melhoria da articulação entre o Estado e as instituições de pesquisa públicas e privadas. A emenda é proveniente da PEC 290/13, da deputada Margarida Salomão (PT-MG), aprovada no ano passado pela Câmara e pelo Senado.

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Com a emenda, por exemplo, além das universidades, instituições de educação profissional e tecnológica poderão receber recursos do poder público para a realização de pesquisas. O Estado também passa a ser responsável pelo estímulo à articulação entre os entes do setor, tanto públicos quanto privados, na execução das atividades de pesquisa, capacitação científica e tecnológica e inovação.

Com o objetivo de tornar mais maleável a busca das metas científicas estabelecidas, a emenda concede ainda maior liberdade na administração dos recursos destinados a pesquisas, ao permitir seu remanejamento ou transferência de uma categoria de programação para outra sem a necessidade da autorização legislativa prévia.

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