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A Prefeitura de Ouricuri, no Sertão de Pernambuco, foi alvo de duas operações da Polícia Federal, nesta sexta-feira (2), após indícios de corrupção passiva e desvio de dinheiro público na administração da gestão municipal. As operações Pergaminho, Ipuçaba e “Circus” emitiram 35 mandados de busca e apreensão, além de três mandados de prisão preventiva contra servidores, ex-servidores e empresários no estado. 

A ação aplicou as medidas nos municípios de Ouricuri, no estado, e Fortaleza e Juazeiro do Norte, no Ceará. De acordo com a Polícia Federal, as investigações apuram a ocorrência de crimes contra a administração pública, como peculato, fraude em licitações, corrupção passiva e consequente lavagem de dinheiro em contratos firmados pela Prefeitura de Ouricuri com empresas prestadoras de serviços sediadas nos dois estados. 

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Também foram emitidas medidas cautelares de indisponibilidade de bens e afastamento de cargos de servidores públicos investigados. As investigações contaram com o auxílio da Controladoria-Geral da União em Pernambuco. Estima-se que o prejuízo aos cofres públicos seja superior a R$ 61 milhões. 

As operações 

Uma das operações, nomeada Ipuçaba, apura contratações de empresas pela Prefeitura de Ouricuri para prestar serviços de transporte de alunos da rede pública de ensino e locação de veículos para atendimento de demandas das Secretarias de Saúde, Educação e Assistência Social. 

As diligências realizadas durante a investigação apontam para a existência de uma organização criminosa especializada em desviar recursos públicos por intermédio de empresas de fachada, constituídas especificamente para fraudar licitações e superfaturar contratos. 

Da mesma forma, a equipe de investigação apontou fortes indícios de que os serviços não teriam sido prestados, embora os pagamentos tenham sido integralmente realizados. Um relatório da Controladoria-Geral da União identificou que as empresas controladas pelo grupo criminoso receberam, desde 2012, mais de R$ 61 milhões somente da prefeitura. 

Com a operação Circus, a PF investiga uma suposta contratação irregular pela Prefeitura de Ouricuri de tendas e banheiros químicos, locadas com o objetivo de proporcionar maior conforto aos beneficiários do Auxílio Emergencial do Governo Federal durante a espera de atendimento pela Caixa Econômica Federal (2020). No decorrer da apuração, identificou-se sobrepreço na contratação dos serviços de aproximadamente 500%. 

 

A governadora eleita em Pernambuco, Raquel Lyra (PSDB), criticou a atual gestão do Governo de Pernambuco a partir de uma operação realizada pela Polícia Federal para apurar um possível caso de corrupção na Secretaria de Desenvolvimento Agrário de Pernambuco, a Operação Lácteos. A investigação apontou um possível desvio de verba de R$ 8,5 milhões, somente em 2020. “Isso tem que mudar. Meu compromisso é criar o Programa de Combate à Corrupção no primeiro ano de governo e reabrir a Delegacia de Combate à Corrupção”, afirmou a tucana, no Twitter. 

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A Operação Lácteos foi deflagrada pela Polícia Federal em conjunto com a Controladoria Geral da União, nesta quarta-feira (30), e apreendeu carros de luxo, dinheiro, laptops e celulares. O objetivo é desarticular uma organização criminosa relacionada a um laticínio do Estado. Os crimes investigados são de estelionato, peculato, organização criminosa, lavagem de dinheiro e crime contra saúde pública, cujas penas somadas ultrapassam 30 anos de reclusão.

De acordo com a corporação, empresários impossibilitados de terem as empresas contratadas por não atenderem os requisitos legais, obtiveram por meio de uma cooperativa de fachada, contratação milionária com a Secretaria de Desenvolvimento Agrário de Pernambuco, no âmbito do Programa Alimenta Brasil, na celebração de convênios para a execução do Programa Leite de Todos, que tem por finalidade incentivar a produção pecuária familiar local e reduzir os riscos de insegurança alimentar e nutricional. 

Parte dos recursos destinados à cooperativa e incorporado os valores desviados ao patrimônio dos integrantes, após atos de lavagem de dinheiro. A investigação teve início a partir do recebimento de Relatório de Fiscalização do Tribunal de Contas de Pernambuco, com indícios de desvio de verbas públicas que apontou, apenas em 2020, um prejuízo aproximado de R$ 8,5 milhões. Os convênios em que teriam ocorrido essas fraudes totalizam recursos da ordem de R$ 192 milhões, dos quais cerca de R$ 153 milhões são de origem do governo federal.

Foram cumpridos mandados de busca e apreensão nas cidades de Águas Belas/PE (2), Gravatá/PE (4), Garanhuns/PE (1), Itaíba (5), Passira (1), Pesqueira (1), Recife (17), Olinda (2), Belo Jardim (02) e Frei Miguelinho (01). E conta com a participação de 123 policiais federais e 9 auditores da CGU. 

O desvio de recursos por empresários relacionados a grandes laticínios prejudica o fortalecimento dos pequenos produtores de leite, privando-os da esperada transferência de renda e da geração de oportunidades. A atuação compromete o abastecimento de famílias em situação de vulnerabilidade social que deveriam ser beneficiadas com a distribuição gratuita de leite.

 

Uma operação deflagrada pela Polícia Federal em Pernambuco, nesta quarta-feira (30), investiga um desvio de dinheiro milionário em um programa do Governo do Estado e que prevê a distribuição de leite para pessoas em vulnerabilidade social. O Governo é alvo na ação, que também emitiu outros 36 mandados de busca e apreensão em 10 municípios. A investida foi coordenada pela polícia e em conjunto com a Controladoria Geral da União (CGU). 

Segundo a PF, o esquema consistia em uma cooperativa de fachada para a admissão de empresas que não atendiam aos requisitos legais de contratação. Toda a ação criminosa aconteceu dentro do Programa Leite de Todos (parte do Programa Alimenta Brasil) e foi facilitada pela Secretaria de Desenvolvimento Agrário de Pernambuco, que permitiu os convênios fraudulentos. 

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A suspeita é de que a organização criminosa teria desviado parte dos recursos destinados à cooperativa e incorporado esses valores desviados ao patrimônio dos seus integrantes após atos de lavagem de dinheiro. O programa de distribuição de leite deveria servir para incentivar a produção pecuária familiar local e reduzir os riscos de insegurança alimentar e nutricional.   

A investigação teve início a partir do recebimento de Relatório de Fiscalização do Tribunal de Contas de Pernambuco, trazendo indícios de desvio de verbas públicas e apontando, somente no ano de 2020, um prejuízo aproximado de R$ 8,5 milhões.  Os convênios em que teriam ocorrido essas fraudes totalizam recursos da ordem de R$ 192 milhões, dos quais cerca de R$ 153 milhões são de origem do Governo Federal.  

Os mandados de busca e apreensão foram emitidos nas cidades de Águas Belas (2), Gravatá (4), Garanhuns (1), Itaíba (5), Passira (1), Pesqueira (1), Recife (17), Olinda (2), Belo Jardim (02) e Frei Miguelinho (1).  Os crimes investigados são de estelionato, peculato, organização criminosa, lavagem de dinheiro e crime contra saúde pública, cujas penas somadas ultrapassam 30 (trinta) anos de reclusão. Na ação, foram apreendidos laptops, carros de luxo, dinheiro em espécie e celulares.

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A Polícia Federal cumpre, na manhã desta quinta-feira (17), 29 mandados de busca e apreensão no Rio e em São Paulo no bojo de uma investigação que mira suposta organização criminosa que "se utilizava de instituição de ensino e pesquisa de renome nacional", no caso, a Fundação Getúlio Vargas (FGV). Batizada Sofisma, a ofensiva apura um esquema de corrupção, fraudes a licitações, evasão de divisas e lavagem de dinheiro.

De acordo com a PF, o nome da Operação faz "alusão à figura grega dos Sofistas". "Filósofos que, através da argumentação, transvestiam de veracidade informações que sabiam ser falsas, com a intenção de manipular a população", afirmou a corporação.

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A etapa ostensiva do inquérito foi aberta pelo juízo da 3ª Vara Criminal Federal do Rio de Janeiro, que ainda deferiu ordens de sequestro e cautelares restritivas.

Cerca de cem policiais participam das diligências, cumprindo 26 mandados na capital fluminense e três na capital paulista.

Segundo a Polícia Federal, as investigações tiveram início em 2019, após informações de que a FGV "era utilizada por órgãos federais e por vários outros órgãos estaduais para fabricar pareceres". Os investigadores apontam que tais documentos "mascaravam o desvio de finalidade de diversos contratos que resultaram em pagamento de propinas" - "funcionando como um verdadeiro 'biombo legal'".

"Apurou-se que a entidade superfaturava contratos realizados por dispensa de licitação e era utilizada para fraudar processos licitatórios, encobrindo a contratação direta ilícita de empresas indicadas por agentes públicos, de empresas de fachada criadas por seus executivos e fornecendo, mediante pagamento de propina, vantagem a empresas que concorriam em licitações coordenadas por ela", afirmou a PF em nota.

A corporação informou ainda que, para 'lavar' o dinheiro, executivos sob suspeita não só usavam empresas de fachada nacionais como titularizavam offshores em paraísos fiscais como Suíça, Ilhas Virgens e Bahamas, o que indica possíveis evasão de divisas e ilícitos fiscais.

COM A PALAVRA, A FGV

A reportagem entrou em contato com a instituição. O espaço está aberto para manifestações.

E se a corrupção afetasse até mesmo o ar que você respira e a temperatura da sua cidade? Afeta. Estudo inédito da Transparência Internacional-Brasil mostra os efeitos dos desvios éticos e de função dos órgãos de Estado e empresas privadas nas mudanças climáticas. Batizado de Atlas de Clima e Corrupção, a pesquisa lançada nesta sexta-feira (11), durante a na Conferência do Clima da ONU, a COP-27, no Egito, aponta práticas de corrupção, exemplificadas em dez casos reais ocorridos nos últimos anos, no Brasil.

Fazem parte desse rol fraudes em projetos de crédito de carbono, em sistemas de controle de madeira, lavagem de dinheiro e de ativos ambientais, suborno, desvio de recursos em contratações emergenciais, influência indevida em políticas públicas, e favorecimentos em incentivos fiscais e desinformação.

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A definição de corrupção vai além do óbvio desvio de verbas ou pagamento de suborno para entes públicos. Entram nessa categoria o conluio, a obstrução e a coerção para obtenção de determinado fim. Para a Transparência Internacional, corrupção é "o abuso do poder confiado para a obtenção de ganhos privados". Esse ganho pode ser diretamente econômico ou não e está em linha, por exemplo, com a definição do Banco Mundial.

Se à primeira vista nem todos os casos parecem óbvios, as consequências são claras. De acordo com a pesquisa, a corrupção causa cinco grandes impactos no enfrentamento das mudanças climáticas: distorce a formulação de políticas e normas ambientais e climáticas; fragiliza mecanismos de financiamento climático e mercados de carbono; precariza os esforços de adaptação e a resposta aos eventos extremos; impede que a transição energética ocorra na velocidade necessária; e promove desmatamento, degradação florestal e violência contra defensores e defensoras ambientais.

EFEITO DIRETO

A lista é grande, mas ainda assim menor do que a dos exemplos de casos listados pela Transparência Internacional. "Fizemos uma análise da literatura, de outras pesquisas e buscamos casos que interferiram na luta contra as mudanças climáticas", diz Renato Morgado, Gerente de Projetos, da Transparência Internacional Brasil.

"Procuramos identificar casos recentes ou que tiveram repercussões recentes. São casos de corrupção em que já houve investigação do Ministério Público, da polícia e da imprensa investigativa. Não são acusações, são fatos a partir dos relatos de quem os viveu de perto", diz ele. Alguns são emblemáticos e outros menos conhecidos. Em comum o desvio de objetivo e danos causados ao meio ambiente.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Um ex-vereador de Ipojuca, na Região Metropolitana do Recife (RMR), é suspeito de desviar R$ 8 milhões através de um esquema de ‘rachadinha’ que está sendo investigado pela Polícia Civil e foi alvo de uma operação deflagrada nesta quinta-feira (10).

A "Operação Compartilhado", instaurada em setembro de 2020, chegou à fase de autuações com 20 mandados de busca e apreensão, além de sequestro de bens e bloqueios bancários. As medidas foram cumpridas nos municípios de Ipojuca e Gravatá, no Agreste de Pernambuco. 

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O objetivo da mobilização policial foi desmontar um esquema criminoso na Casa José Gomes de Vasconcelos, e que se dava pelos crimes de peculato (roubo ou desvio de recursos públicos) e lavagem de dinheiro. Cerca de 130 agentes da Diretoria Integrada Especializada (Diresp), da Delegacia de Combate à Corrupção e ao Crime Organizado (Deccor) e do Departamento de Repressão à Corrupção e ao Crime Organizado (Dracco) fizeram parte da operação conjunta.

As investigações contemplam indícios de corrupção da legislatura anterior da Câmara Municipal, correspondente ao período 2017-2020. De acordo com o delegado Diogo Victor, da Deccor, a atividade criminosa consistia em um esquema de "rachadinha", ou seja, desvio dos salários de assessores e servidores, e subtraiu cerca de R$ 8 milhões dos recursos públicos. O ex-vereador envolvido no crime não teve o nome divulgado, mas foi informado que 14 pessoas estariam envolvidas na ação.

“Se instaurou uma organização criminosa no gabinete de um ex-vereador. O chefe do gabinete e os assessores especiais faziam o recolhimento de grande parte do salário. Os servidores ficavam com apenas 10% e os outros 80% a 90% eram repassados à organização, que em seguida adquiria bens. Carros, terrenos, casas de praia. Então foi necessário cumprirmos esses mandados de busca e apreensão, e os bloqueios, no valor de R$ 8 milhões, que foi o prejuízo efetivamente causado ao patrimônio”, detalhou Diogo Victor. 

Ainda de acordo com o responsável pela operação, esses servidores eram funcionários fantasmas, que não registravam ponto de trabalho e nem compareciam à Câmara ou realizavam serviços de atendimento às demandas das comunidades em Ipojuca. Diogo esclareceu ainda que a autuação feita em Gravatá foi contra um empresário da região que financiou a campanha do vereador, e para ser “ressarcido” (o que não é legal), aceitou um cargo na Casa de vereadores. A função, porém, não era exercida.

No último debate entre os presidenciáveis, o ex-presidente Lula e o presidente Jair Bolsonaro, na noite desta sexta-feira (28), na TV Globo, o tema corrupção foi foco de um dos blocos. 

 Ao atacar o petista sobre "corrupção", o presidente Bolsonaro rememorou a prisão e as condenações do ex-presidente que não baixou o tom diante das provocações. O petista ressaltou que suas condenações foram revogadas e que o presidente deveria falar dos 51 imóveis que seus filhos compraram com dinheiro vivo. "Eu sou um cidadão idôneo", disse Lula. 

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"Lula você dizer que foi absolvido só se foi pelo Bonner (William), que vai repetir aqui que você foi absorvido. Eu acho que Bonner vai ser indicado para um possível governo teu, para seguir no Supremo Tribunal Federal. Você foi condenado Lula por um amigo no Supremo Tribunal Federal", disse Bolsonaro. 

Lula também mencionou a relação do presidente com o ex-deputado Roberto Jefferson que atingiu agentes da Polícia Federal que foram cumprir um mandato de prisão contra ele. "Ele sabe quem esconde. Ele acabou de querer esconder o Roberto Jefferson, pistoleiro, homem de confiança dele, homem que recebeu a polícia federal a tiros", cravou Lula.

   No entanto, o presidente quis se esquivar de aliar sua imagem a do ex-deputado que chegou a nomear o filho de Bolsonaro em seu gabinete. "Ele pegava grana de você para comprar apoio parlamentar. O Roberto Jefferson explodiu seu governo", retrucou o presidente.

O petista também citou o escândalo com o quarto ministro da Educação do presidente Bolsonaro, Milton Ribeiro, que foi preso em uma operação da Polícia Federal. Contra Ribeiro, pesam crimes de corrupção passiva, prevaricação, advocacia administrativa e tráfico de influência, na liberação de verbas do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE).

A candidata ao governo de Pernambuco, Marília Arraes (SD), questionou a adversária Raquel Lyra (PSDB), sobre se ela acha que existe corrupção no governo do presidente Jair Bolsonaro (PL), durante último debate entre as adversárias, promovido pela TV globo, nesta quinta-feira (27). 

No seu momento de fala, Raquel não respondeu diretamente o que pensa sobre o governo do atual presidente, mas afirmou que quem define o que é ou não corrupção é à justiça, e enfatizou “se existe ou não, tem que ser punido”. "É isso e ponto", frisou.

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No entanto, Marília ficou insistindo para a tucana responder diretamente o questionamento e a ex-prefeita ficou desconfortável, mas reafirmando a todo momento que a decisão é da justiça.   

O Ministério Público de Pernambuco (MPPE) instaurou um inquérito para investigar suposto esquema de enriquecimento ilícito que seria encabeçado pelo primo do prefeito de Barreiros, Carlinhos da Pedreira (PP), no município no Litoral Sul de Pernambuco. O principal suspeito estaria acumulando os cargos de secretário adjunto enquanto comandava ações da Secretaria de Obras, Transporte e Cultura, além de ter parte considerável da família dentro da gestão.  

Conforme a denúncia recebida pela Promotoria de Justiça de Barreiros, Raphael Henrique Belo Sanguinetti é dono de carros e caminhões agregados à Prefeitura e recebe valores junto à empresa que contrata os automóveis da gestão. 

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Raphael Belo Sanguinetti também é investigado por empregar parte da família na Prefeitura. "Todos recebem altos salários e as maiores gratificações do município", ressaltou o documento. 

A denúncia descreve que Raphael era conhecido como o verdadeiro prefeito da cidade. Com o pedido para não ser identificada, uma ex-funcionária da Prefeitura de Barreiros comentou a atuação da família Belo Sanguinetti ao LeiaJá. "Enquanto o prefeito faz pose para foto, o primo e a esposa do primo é quem manda e desmanda na cidade e perseguem quem não concorda com isso. A esposa não faz a mínima questão de esconder que ela quem manda e só trabalha quem ela quer", afirmou.

A criminação investigada pelo MPPE cita a secretária de Educação da cidade, Onilda Belo, e o secretário de Esportes e Eventos, Zonari Sanguinetti, que seriam parentes do prefeito Carlinhos da Pedreira. A acusação também cita a esposa Andreza Sanguinetti como secretária adjunta da Secretaria de Saúde; a prima da esposa Andralina, como coordenadora de regulação da mesma pasta; a prima, Pollyana Sanguinetti, tem contrato com a Secretaria de Ação Social; e o irmão, Onildo Sanguinetti, também tem negócios com a Prefeitura. 

A Prefeitura de Barreiros foi procurada, mas não se posicionou sobre o caso até o momento.

 

O Brasil caiu na avalição de como os governos têm implementado o tratado internacional de combate à corrupção da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), assinado em 2002. O levantamento feito pela Transparência Internacional mostra preocupação em relação ao descumprimento de diretrizes anticorrupção diante do desmonte de órgãos de fiscalização. 

A situação do Brasil fez com que a organização, através do Grupo de Trabalho Antissuborno (WGB), criasse pela primeira vez na história um subgrupo para acompanhar o país de perto. O estudo cita a interferência do Executivo nos órgãos de combate à corrupção, a perda da autonomia da Procuradoria-Geral da República e da Polícia Federal, o fim das Forças-Tarefa e a falta de transparência das gestões. 

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"Bolsonaro mudou o comando da Polícia Federal quatro vezes desde assumindo o poder, alegadamente com o objetivo de exercer mais controle sobre a agência de aplicação da lei. Em todos, pelo menos 18 funcionários em funções-chave na Polícia Federal têm sido o alvo do governo entre 2019 e 2022", aponta o documento. 

A queda de investigações abertas, de processos instaurados e de condenação em casos de suborno transnacional fizeram com que o Brasil deixasse de ser considerado um país "moderado" para "limitado" em relação a implementação de mecanismos anticorrupção. 

"O Brasil vinha em uma trajetória de melhoria significativa na classificação do relatório de 2018 (saltando duas categorias, de "nenhuma aplicação" para "aplicação moderada"), estabilização no de 2020 (se manteve como "moderado") e agora um retrocesso no relatório de 2022 (aplicação limitada)", complementa a análise, que caracteriza o atual PGR, Augusto Aras, por suas omissões e falta de vontade de investigar funcionários de alto nível do governo federal. 

A adesão à OCDE é um dos focos da política externa de Jair Bolsonaro (PL), mas, para isso, precisa provar que tem respeitado as orientações da Convenção contra o Suborno de Agentes Públicos Estrangeiros em Transações Comerciais Internacionais da organização. 

A Polícia Federal (PF) aponta caso de corrupção em estatal entregue por Jair Bolsonaro (PL) ao Centrão em troca de apoio político. De acordo com a PF, um gerente da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco (Codevasf), localizada no Maranhão, teria recebido R$ 250 mil de empresas sob investigação de fraudes em licitações.

Ao jonal Folha de São Paulo, a Polícia Federal disse que o dirigente da estatal foi alvo da segunda fase da operação 'Odoacro', deflagrada no dia 29 de setembro. Essa etapa da investigação teve a "finalidade de desarticular o núcleo da organização criminosa composto por servidores públicos que auxiliavam nas fraudes licitatórias e no desvio de recursos públicos envolvendo verbas federais da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf)".

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O ex-ministro da Educação do governo Bolsonaro, Abraham Weintraub, repercutiu novamente sua resposta dada quando questionado se o atual presidente roubava. Em um vídeo publicado na manhã desta sexta-feira (30), o ex-integrante da alta cúpula bolsonarista fez uma comparação jocosa com ingredientes de uma feijoada para apontar que Bolsonaro rouba.   

Abraham repetiu as palavras que disse em uma entrevista quando foi perguntado sobre a suspeita de peculato sobre seu ex-chefe. "Rabo de porco, orelha de porco, pé de porco, focinho de porco. Bicho, se não é porco, é feijoada", afirmou. 

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A fala sarcástica sugere que Bolsonaro tem fortes indícios de enriquecimento ilícito. Um dos ministros mais atuantes da linha ideológica bolsonarista, após romper com o presidente e ir morar nos Estados Unidos, Abraham Weintraub retornou ao Brasil e lançou campanha para deputado federal por São Paulo pelo PMN. Antes, o ex-ministro postulava disputar ao governo do estado, mas desistiu do projeto.  

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O Tribunal de Justiça do Distrito Federal (TJDF) determinou, nessa quinta-feira (22), a retirada do ar de matérias jornalísticas que abordam as compras de imóveis feitas pela família Bolsonaro em dinheiro vivo. Na listagem, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) foi o que fez mais compras milionárias com dinheiro em espécie. A decisão do desembargador Demetrius Gomes Cavalcanti atendeu a um pedido da defesa de Flávio. 

De acordo com o desembargador, as reportagens publicadas pelo UOL se basearam em uma investigação anulada pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ) e, por isso, devem sair do ar. 

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"Tais matérias foram veiculadas quando já se tinha conhecimento da anulação da investigação, em 30/08/2022 e 09/09/2022, o que reflete tenham os Requeridos excedido o direito de livre informar. A uma, porque obtiveram algumas informações sigilosas contidas em investigação sigilosa anulada e, a duas, porque vincularam fatos (compra de imóveis com dinheiro em espécie), cuja divulgação lhes é legítima, a suposições (o dinheiro teria proveniência ilícita) não submetidas ao crivo do Poder Judiciário, ao menos, até o momento", escreveu Cavalcanti, que determinou a imediata retirada do ar das reportagens sobre o tema, até o julgamento do caso. 

A liminar do desembargador está em segredo de justiça e revoga a decisão anterior da 4ª Vara Criminal de Brasília.    

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Ciro Gomes, candidato à Presidência da Republica do PDT, intensificou sua ofensiva aos adversários Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Jair Bolsonaro (PL), com o último episódio de "A Fábula dos Dois Ladrões". A série satírica, uma recriação da fábula do escritor Monteiro Lobato, apresenta dois personagens, homens jovens, inspirados na aparência física e discursos dos opositores.

O novo episódio encerrou a trilogia criada pela equipe de Ciro e foi exibido ao vivo em um evento de campanha nessa quinta-feira (22), quando o presidenciável também abordou seu plano de governo no âmbito da saúde. 

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No vídeo, os personagens estão sentados em um banco de praça, conversando sobre formas de ganhar a eleição. O homem que representa a imagem de Jair Bolsonaro, sinaliza que, caso perca, vai dizer que o sistema foi vítima de fraude. Já o que representa Lula rebate e diz que a fraude deve ser feita antes das eleições e que é "fácil enganar milhões de pessoas". "Basta colocar um cheiro de carne assada, tocar uma música e mostrar um filme do passado, que as pessoas dormem e sonham", diz o personagem. 

Ao divulgar a nova peça publicitária, Ciro reforçou o tom e disse que, no Brasil, a imagem de que o crime compensa prevalece. “Hoje nós estamos vendo Lula e Bolsonaro disputando pra ver qual dos dois é mais corrupto”, escreveu em uma rede social. 

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O Tribunal de Justiça do Rio manteve a prisão preventiva de Allan Turnowski, delegado e ex-secretário de Polícia Civil, preso na manhã de sexta-feira, 9. A decisão foi proferida em audiência de custódia realizada no sábado, 10, na Central de Custódia de Benfica, pelo juiz Rafael de Almeida Rezende.

Turnowski foi preso em casa na Operação Águia na Cabeça, comandada pelo Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público do Rio.

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O delegado é investigado por organização criminosa e envolvimento com o jogo do bicho. Ele havia se afastado do cargo no governo estadual para tentar uma vaga na Câmara dos Deputados nas eleições de 2022 pelo PL.

Outro policial que concorre às eleições, o ex-diretor da Divisão de Homicídios, Antonio Ricardo, candidato a deputado estadual pelo Podemos, foi alvo de busca e apreensão na mesma ação.

A prisão preventiva de Turnowski foi decretada pela 1ª Vara Criminal Especializada do Rio. Na audiência de custódia neste sábado, a defesa do ex-secretário pediu a substituição da prisão preventiva por cautelares diversas da prisão. O pedido foi indeferido pelo magistrado.

"Atentaria contra a lógica do razoável o fato de o juiz natural, reconhecendo o perigo da liberdade do sujeito da medida (periculum libertatis), decretar sua prisão temporária ou preventiva, e o juiz da Central de Audiência de Custódia revogar a decisão tão logo cumprida a ordem. Não se afigura razoável admitir que uma autoridade judiciária que desconhece por completo o procedimento venha a modificar a decisão do juiz que o conhece e adequadamente fundamentou sua decisão", justificou o magistrado, segundo nota do TJRJ.

Para Rezende, a prisão foi formalmente correta. "O mandado de prisão foi regularmente expedido e está dentro do prazo de validade, não se tendo notícias de que a decisão tenha sido alterada posteriormente pelo juízo natural ou em sede recursal", afirmou na decisão. "Consequentemente, a decisão do juízo natural deve ser mantida por seus próprios fundamentos."

O desembargador Joaquim Domingos de Almeida Neto, da 7ª Câmara Criminal do TJ do Rio, já tinha indeferido na própria sexta-feira, 9, o pedido de habeas corpus impetrado pela defesa de Turnowski. O desembargador entendeu que não houve ocorrência de flagrante ilegalidade e que a motivação do magistrado para decretar a prisão preventiva se baseou em dados concretos.

Além de Turnowski, também tiveram prisão decretada os delegados Maurício Demétrio (já preso por outra ordem da Justiça) e Marcelo José Araújo de Oliveira. Na Operação Águia na Cabeça, foram expedidos também 22 mandados de busca e apreensão. O MP acusa os delegados de participarem de um esquema criminoso junto a um grupo que explora o jogo do bicho.

"O robusto acervo probatório produzido no decorrer das investigações revelou que os delegados de polícia Mauricio Demétrio e Allan Turnowski integraram organização criminosa inserida no universo surgido da exploração do jogo do bicho, no cerne da disputa travada entre os grupos capitaneados por Fernando Iggnácio, executado em novembro de 2020, e Rogério de Andrade, pelo espólio do falecido Castor de Andrade", afirmou, em nota, o Ministério Público do Rio.

Segundo o telejornal RJTV, da TV Globo, a denúncia do MP mostra que Turnowski e Demétrio planejavam prejudicar uma possível candidatura do prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, ao governo do Estado.

Ouvido pela reportagem, o prefeito disse que a máquina do Estado foi usada num esquema mafioso. "Esse esquema mafioso que se utiliza de agentes do Estado para prejudicar adversários me derrotou em 2018. Tentaram o mesmo em 20 e de novo em 21. Como assim, o governador acha que nada tem a fazer?", questionou o prefeito Eduardo Paes (PSD), neste domingo, 11, ao reproduzir a reportagem do RJTV em sua conta no Twitter.

Já o atual governador, Cláudio Castro (PL), ex-chefe de Turnowski, disse que o prefeito deve cobrar investigações e respostas do Ministério Público e da Justiça.

O MP sustenta que, em meio à disputa pelo domínio de territórios e exploração de jogos de azar e outros crimes conexos, Demétrio se associou a Fernando Iggnácio. Este era genro do banqueiro de bicho Castor de Andrade, que morreu em 1997. Demétrio seria agenciador do bando na Polícia Civil, recrutando cúmplices na corporação, por meio de corrupção. Iggnácio foi morto em novembro de 2020, em uma "guerra" pelo espólio do bicheiro. Do outro lado está Rogério Andrade, sobrinho do contraventor.

Os denunciados vão responder pela prática de diversos delitos. São eles: integrar organização criminosa, corrupção ativa e passiva e violação de sigilo funcional. As penas somadas superam 30 anos de reclusão. A condenação leva à perda do cargo público.

Os delegados negam irregularidades. A defesa de Turnowski atribuiu a operação a motivos políticos. Ricardo ressaltou em nota que nada de comprometedor foi encontrado nas buscas. Também colocou em dúvida a ação policial contra o suposto grupo criminoso, pedida pelo Ministério Público e determinada pela Justiça.

Turnowski chefiou a Polícia Civil fluminense pela primeira vez entre 2010 e 2011. Foi no governo de Sérgio Cabral (MDB), quando a corporação era subordinada à Secretaria de Segurança. Ele deixou o cargo por causa de investigação da Polícia Federal sobre suposto vazamento de uma operação. O inquérito foi arquivado por falta de provas. O delegado alegou inocência.

Em 2020, Turnowski voltou ao cargo, elevado a secretário. A Secretaria de Segurança foi extinta no governo de Wilson Witzel (hoje no PSC), e as Polícias Civil e Militar viraram secretarias independentes. Cláudio Castro assumiu o governo em 2020, após o afastamento e posterior impedimento de Witzel.

O ex-estrategista e coordenador da campanha de Donald Trump, Steve Bannon, se rendeu nesta quinta-feira (8) às autoridades policiais de Nova Iorque, nos Estados Unidos. Lá, ele deve enfrentar acusações na justiça estadual, frente a um processo que investiga denúncias de corrupção na construção de um muro na fronteira entre os EUA e o México, durante a gestão do ex-presidente norte-americano. 

As acusações devem ser anunciadas pelo procurador do distrito de Manhattan, Alvin Bragg, e pela procuradora-geral de Nova York, Letitia James. Bannon, de 68 anos, e três outros homens foram acusados por promotores federais em agosto de 2020 de fraudar doadores em uma campanha privada de arrecadação de US$ 25 milhões (mais de R$ 130 mi), conhecida como "We Build the Wall”, para ajudar a construir o muro de assinatura de Trump. 

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De acordo com a CNN, na acusação consta que um dos associados de Bannon criou uma plataforma online de arrecadação de fundos para arrecadar dinheiro e construir um muro na fronteira. Para receber o dinheiro dos doadores, o organizador prometeu que "100% dos fundos" iriam para a construção. 

Os associados discutiram dizer ao público que ninguém envolvido no projeto "We Build The Wall" receberia um salário, segundo a acusação. Em uma mensagem de texto, um dos envolvidos disse a Bannon que a alegação "remove toda a mancha de interesse próprio nisso" e "dá ao CEO uma santidade". 

Bannon afirmou publicamente que estava agindo "como um voluntário" para o We Build The Wall, disseram os promotores na acusação. Nos bastidores, Bannon supostamente ajudou a canalizar centenas de milhares de dólares para ele e seus associados. O ex-assessor de Trump culpa sua situação por motivações políticas. 

"Isso é uma ironia, no mesmo dia em que o prefeito desta cidade tem uma delegação na fronteira, eles estão perseguindo pessoas aqui, que tentam detê-los na fronteira", disse ele a repórteres do lado de fora do escritório da promotoria nesta quinta-feira (8). 

 

O governador de Minas Gerais Romeu Zema (Novo), candidato à reeleição, admitiu nesta terça-feira, 6, que há corrupção no governo do presidente Jair Bolsonaro (PT), também candidato à reeleição, mas em escala menor, na comparação com os governos do PT, que o antecedera. Na avaliação do mandatário, "a praga da corrupção" é a pior situação que um país pode enfrentar.

"O governo Bolsonaro tem problemas? Tem. Mas numa escala muito menor. Para mim não tem nada pior para um país, para um povo, do que a corrupção. PT significa corrupção. Significa atraso. Significa que nada vai dar certo", afirmou o político do Novo. Os comentários de Zema foram feitos em entrevista da rádio CBN e dos jornais O Globo e Valor Econômico.

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Ainda durante a entrevista, o governador descartou apoiar a chapa encabeçada pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) num possível segundo turnos das eleições presidenciais contra a reeleição de Bolsonaro. Zema também rebateu críticas do seu principal adversário, o ex-prefeito de Belo Horizonte Alexandre Kalil (PSD) e afirmou conhecer o interior de Minas Gerais "como poucos".

Zema é amplo favorito nas pesquisas de intenção de votos dos mineiros. No último Datafolha, de quinta-feira da semana passada, ele tem 52% das intenções de voto ante 22% de Kalil, e pode vencer no primeiro turno.

O Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu arquivar parcialmente um inquérito que investigava denúncias de corrupção contra o senador Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE). A investigação foi analisada no plenário da Corte, em sessão virtual na sexta-feira (2), e a maioria do colegiado optou pelo arquivamento. No caso, FBC era suspeito de ter recebido cerca de R$ 10 milhões em propina de empreiteiras, durante as obras de transposição do Velho Chico, quando o parlamentar era ministro da Integração Nacional no governo de Dilma Rousseff (PT). 

Sete dos 10 ministros foram favoráveis ao recurso apresentado pela defesa de Coelho, contra uma decisão do ministro Luís Roberto Barroso, relator do caso. Em novembro do ano passado, Barroso rejeitou um pedido de arquivamento da apuração, feito pela Procuradoria-Geral da República, e enviou o caso para a Justiça Federal em Pernambuco. 

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O senador, que assumiu o primeiro mandato no Congresso em 2015, foi indiciado pela Polícia Federal pelos crimes de corrupção passiva, lavagem de dinheiro e falsidade ideológica. As atividades ilícitas, porém, teriam acontecido entre 2012 e 2014. No recurso, os advogados do senador pediram que fosse acolhida a proposta da PGR de arquivamento e contestaram o envio do caso para a Justiça Federal. 

A análise dos ministros não foi unânime. Na primeira sessão de julgamento, Barroso defendeu que o recurso da defesa de Bezerra fosse negado, mantendo o entendimento de que o trecho do inquérito que cita o senador deveria ser analisado pela Justiça Federal em primeira instância e que o juiz federal teria autoridade para decidir se o caso deveria ou não ser enviado à Justiça Eleitoral. Acompanharam o voto do relator as ministras Rosa Weber e Cármen Lúcia, além do ministro Edson Fachin. 

Já Gilmar defendeu que fosse acolhido parecer da Procuradoria-Geral da República e arquivado o feito contra o senador, assim, mantendo a decisão dentro da autoridade do Supremo; o último também foi defendido pelo ministro Alexandre de Moraes. No entanto, Mendes também mencionou a possibilidade de reabrir a apuração caso surjam novas provas. 

O voto de Gilmar Mendes foi acompanhado pelos ministros Dias Toffoli, André Mendonça, Nunes Marques e Luiz Fux. O sétimo voto favorável foi o de Ricardo Lewandowski, que acompanhou Moraes em sua defesa. Assim, o colegiado fechou a apreciação com sete votos contra quatro.

O ex-juiz da Lava Jato e atual candidato ao Senado Federal, Sergio Moro (União Brasil), acusou o Podemos, seu antigo partido, de corrupção. Além dos conflitos internos, que tomaram maior proporção no insucesso da candidatura do ex-ministro da Justiça à Presidência da República, o antes padrinho político de Moro, Álvaro Dias (Podemos), também se tornou seu principal concorrente para o Senado, no estado do Paraná. 

As acusações, porém, foram devolvidas pela legenda, que o chamou de “mentiroso” e acusou o candidato de já ter favorecido amigos com dinheiro público e que usou o fundo partidário para supérfluos.  

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"Quando estava no Podemos tomei conhecimento de algumas situações suspeitas envolvendo casos de corrupção e, em razão disso, solicitei a contratação de uma auditoria externa como condição para continuar filiado", disse Moro ao Estadão, tendo acrescentado que a “alta direção” da sigla tinha conhecimento da movimentação. 

De acordo com Moro, o assunto era conhecido também por Álvaro Dias. "Decidiram não tomar qualquer medida após o resultado preliminar. Essa é a principal razão que me levou a sair do partido", afirmou. A assessoria de Dias informou que o candidato do Podemos não integra a direção do partido e que a melhor pessoa para comentar a acusação de Moro seria Renata Abreu, deputada e presidente da legenda. 

Podemos responde 

O partido disse que o ex-juiz exigiu que o Fundo Partidário fosse usado para pagar estilista pessoal, alfaiataria, roupas, sapatos e óculos de grife, entre outros itens e “hábitos de luxo”. A legenda também insinuou que o atual aliado de Moro e suplente em sua chapa, Luís Felipe Cunha, teria tentado utilizar o Fundão para outros interesses. 

Cunha é dono da consultoria Bella Ciao, que recebeu R$ 60 mil do partido para colaborar na elaboração do programa de governo do então presidenciável. Segundo a legenda, o serviço não foi prestado. 

“A despeito de todo e qualquer pedido, o Podemos jamais aceitou pagar qualquer despesa pessoal do senhor Sérgio Moro. Além disso, não admite a manutenção de contratos que não tenham comprovação de execução. A não entrega de relatórios de prestação de serviços foi a razão da suspensão de pagamentos à consultoria do Bella Ciao, cujo sócio é Luis Felipe Cunha, indicado pelo senhor Sérgio Moro como seu assessor direto”, disse o Podemos, em nota. 

Por fim, o partido comentou sobre a suposta investigação solicitada por Sérgio Moro, que teve resultado negativo para ilicitudes, de acordo com a consultoria que realizou o processo. A conclusão da análise teria ocorrido em julho, na semana posterior à saída de Moro do Podemos.  

"Não houve, portanto, qualquer iniciativa exclusiva de Moro para pedido de auditoria. O resultado da auditoria é objetivo e conclui pela regularidade integral, sem qualquer prova contrária, atestando expressamente que nenhuma prova de ilícito foi identificada”, informou a direção. 

A Saud Advogados, responsável pela auditoria, afirmou que "não chegou a concluir pela ocorrência de atos ilícitos", mas que foram identificados pontos de atenção e melhoria para compliance”. O Podemos estuda, agora, a possibilidade de processar Moro por calúnia e imputação de crime não comprovado. 

 

O candidato à Presidência pelo PT, Luiz Inácio Lula da Silva, afirmou nesta terça-feira, 30, que fica "muito à vontade" para discutir corrupção por ter sido o presidente que mais criou instrumentos para combater o crime. "As pessoas preferem discutir corrupção porque a discussão você pode mentir, a discussão você pode falar o que quiser. Eu fico muito à vontade com essa discussão porque eu tenho orgulho de ter sido o presidente da República que mais criou instrumento de combater a corrupção", disse o candidato petista durante entrevista à Rádio Mais Brasil, de Manaus (AM).

O discurso foi feito após aliados reclamarem que o ex-presidente deveria ter sido mais enfático ao ser confrontado sobre escândalos de corrupção na era petista durante o primeiro debate presidencial na TV, realizado no último domingo (28).

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Como mostrou o Estadão/Broadcast, na abertura do debate, o presidente Jair Bolsonaro (PL) citou a delação do ex-ministro Antônio Palocci para trazer à tona a corrupção na Petrobras. Lula respondeu com conquistas de seu governo - mas de maneira "pouco emocionada", na avaliação de um correligionário - e só tentou "enquadrar" o candidato à reeleição ao final do debate, ao destacar o sigilo de 100 anos aplicado pelo presidente em documentos de Estado.

Para outro aliado, Lula estava nervoso e passou a imagem de quem se esquivou dos questionamentos sobre corrupção, um ponto nevrálgico para o eleitor de centro de classe média, segmento importante para consolidar o favoritismo do ex-presidente nas eleições. Já na sabatina ao Jornal Nacional, elogiada por membros da campanha, o petista admitiu casos de corrupção nos governos.

Na entrevista de hoje, ele voltou a criticar o atual governo. "Agora você tem um procurador que não processa o que tem que processar, o resultado da CPI está paralisado e ao mesmo tempo você tem um presidente que qualquer denúncia contra ele, ele decreta o sigilo de 100 anos", disse.

Zona Franca

Em outra crítica ao presidente Jair Bolsonaro, Lula disse que a Zona Franca de Manaus está sob ameaça com a possibilidade de perder incentivos fiscais que alavancam o desenvolvimento econômico da região.

"O que nós estamos assistindo é que o atual governo vive ameaçando a Zona Franca de Manaus, vive ameaçando tirar benefícios da Zona Franca de Manaus, quando ele deveria compreender o bem que a Zona Franca de Manaus faz para o Estado do Amazonas", afirmou o ex-presidente na entrevista.

Lula defendeu a entrada de novas empresas na região, sobretudo limpas e não poluentes, para fortalecer o parque industrial da região, gerar mais empregos e mais arrecadação para o Estado. "Eu defendo a Zona Franca de Manaus porque conheço o Estado do Amazonas e sei o benefício que a Zona Franca faz", disse.

Nesta terça-feira, o petista inicia agendas na região Norte e embarca para Manaus para assumir o compromisso de manter intactos os benefícios às indústrias locais. A estratégia visa reforçar um contraponto à política de Bolsonaro.

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