Mesmo sem aulas presenciais, estudantes de todo país seguem com a preparação para o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Dentre as disciplinas, a redação tende a ter peso maior na pontuação final. O LeiaJá, em parceria com o projeto multimídia Vai Cair No Enem, reuniu dicas que podem ajudar os estudantes a alcançarem a pontuação máxima e terem a sonhada aprovação no Exame, que pode ser definitivo para o acesso ao ensino superior.
O país atravessa um momento de crise, ocasionado pela pandemia do coronavírus. Em análise a esse cenário, o professor de Linguagens e redação, Diogo Xavier, aponta que as políticas de isolamento social têm dificultado a dinâmica de produção de redações e os respectivos feedbacks, gerando uma quebra da rotina dos estudantes.
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Para tentar reverter a situação, o professor ressalta a importância de estabelecer uma rotina. “É importante que tenham um horário fixo, dois dias na semana para a redação, a fim de ‘forçar a produção’, recomenda Xavier. Apesar da incerteza sobre o adiamento do Exame, o professor reforça que os estudantes “devem se preparar para a prova como se não houvesse chance de mudanças nas datas, assim estará pronto para qualquer situação.” Cotada como alternativa mais viável, neste período a internet participa de forma mais incisiva na educação.
Partindo deste ponto, a professora de Linguagens Ana Luiza entende que esta é a oportunidade dos estudantes ressignificarem sua relação com os estudos preparatórios para o Enem e revela um olhar mais otimista para estimular os estudantes. Observando de forma positiva, mesmo com as implicações da pandemia, o aluno “vai ter mais autonomia, ele [o estudante] vai colocar em prática o estudo eficiente e não apenas assistir aulas. O vestibulando terá que colocar a ‘mão na massa’, isso provavelmente vai acelerar o desempenho e o aprendizado dele”, explicou a professora.
Com todas essas mudanças na dinâmica de ensino, a docente, idealizadora do canal Poxa Lulu, no YouTube, traz dicas que orientam os participantes do Enem em como aplicar corretamente as cinco competências cobradas na redação. Como principal dica, a leitura e análise de redações nota mil ajuda o aluno a perceber os pontos chave para obter a pontuação máxima no Exame. Confira, abaixo, algumas dicas que podem ajudar na preparação:
Domine as competências cobradas na redação
Como premissa, é necessário que o estudante conheça e domine de forma aprofundada as cinco competências cobradas na redação do Enem, são elas: domínio da escrita formal da língua portuguesa; compreender o tema e não fugir do que é proposto; selecionar, relacionar, organizar e interpretar informações, fatos, opiniões e argumentos em defesa de um ponto de vista; ter conhecimento dos mecanismos linguísticos necessários para a construção da argumentação; e respeito aos direitos humanos.
O estudante que aprende de forma aprofundada as competências cobradas, já deu um passo importante rumo à aprovação. Nas redações produzidas no Enem 2019, analisadas pela professora Ana Luiza, notamos que a estrutura do texto é composta por quatro parágrafos, sendo um para introdução, dois parágrafos para desenvolvimento e o último para a conclusão.
Dica de ouro: estruturação
Comece o texto apresentando repertório sociocultural. Em 39 de 44 provas analisadas pela professora, iniciaram a redação desta forma. Nesta etapa, o estudante pode trazer informações de alguma área do conhecimento, em forma de dado estatístico, alusão histórica, filme, livro, série, gibi, citação filosófica, dentre outros.
Outra forma de começar o texto é usando a Constituição Federal. Este repertório foi utilizado em 27 das 44 provas verificadas. É importante reforçar que na introdução o estudante deve reapresentar o tema da redação, apresentar o repertório, além de uma tese explícita, dividida em dois argumentos.
Do total de 44 provas analisadas, 39 usaram repertório sociocultural nos três primeiros parágrafos, ou seja, na introdução, no primeiro e no segundo desenvolvimentos. A orientação é colocar repertório sócio-cultural no segundo período do desenvolvimento da redação.
Seguindo as boas práticas, no primeiro desenvolvimento, a maioria apresentou o tópico frasal com retomada do argumento da tese. Além disso, o repertório também deve reaparecer, desta vez contextualizado, para justificar o motivo de ter sido utilizado no texto. Por último, no segundo desenvolvimento, é necessário finalizar com um desfecho crítico, que demonstre o pensamento do participante.
Chegando no parágrafo da conclusão, a maioria dos estudantes retomou o repertório exposto durante o texto. Nesta parte, em que deve ser feita a proposta de intervenção, foi observado que em 30 das 44 provas do Enem 2019 houve o resgate de repertório. Não é recomendado apresentar novos argumentos ou repertórios. E, para fechar a redação de forma correta, o estudante deve a atender a elementos - agente interventor, ação interventiva, modo meio, detalhamento e finalidade - que tornam a proposta de intervenção completa.Dessa forma, aumentam as chances dos estudantes obterem 200 pontos na quinta competência do Enem.
Conectivos
É preciso ter atenção aos conectivos. O corretor do Enem também examina, com minúcia a utilização dos conectivos conclusivos, através do repertório do estudante. Os conectivos, que ligam um período ao outro, são conjunções, advérbios e pronomes. O participante pode usar “assim, portanto, logo, dessa forma”, dentre outras. A professora, Ana Luiza, indica que os conectores textuais conclusivos sejam aplicados, também, em todos os desfechos no decorrer do texto. Confira a análise das provas:
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