Tópicos | esquerda

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) fez um apelo para que partidos de esquerda cheguem a acordo para lançamento de candidatura única ao governo do Rio Grande do Sul. Como mostrou o Estadão/Broadcast Político, o grupo que apoia a pré-candidatura do petista à Presidência está sem nome para lançar ao Senado, após a ex-deputada federal Manuela D'Ávila (PCdoB) avisar que não disputará vaga no Legislativo neste ano. Todas as tentativas de unir PT e PSB no Estado para formar um palanque único fracassaram até o momento.

"Não custa nada sentar mais uma vez na mesa. não custa nada tentar e conversar um pouco mais e dar de presente ao povo a unidade dos setores que querem derrotar o Bolsonaro e o governo do Rio Grande do Sul", disse o ex-presidente durante evento em Porto Alegre, nesta quarta-feira (1º), Lula foi ao Estado para agendas de pré-campanha.

##RECOMENDA##

"Juntos, temos muito mais chance, somos mais fortes. Acho normal que cada partido queira ter um candidato a governador, a presidente, a senador. Eu penso que os partidos de esquerda, possivelmente todos separados, não tenham fôlego para encontrar um candidato a senador, a governador e a vice", avaliou Lula.

A divisão na esquerda gaúcha pode ser vista no fato de que o PSB, partido do pré-candidato a vice Geraldo Alckmin, decidiu não comparecer ao ato político sobre soberania brasileira organizado pela militância lulista.

Sem acordo por candidatura única, o PT lançou a pré-candidatura do deputado estadual Edegar Pretto ao governo do RS. Ele deve enfrentar nas urnas o ex-deputado federal Beto Albuquerque (PSB) e o vereador Pedro Ruas (PSOL). Na esquerda, além de PCdoB e PV, que formam federação partidária com o PT, nenhuma outra legenda fechou apoio aos petistas no primeiro turno da eleição para o Palácio Piratini. O PSB, por outro lado, tem se aproximado do PDT do presidenciável Ciro Gomes e pode dar palanque a ele no Estado.

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e a socióloga Rosângela Silva, conhecida como Janja, se casam nesta quarta-feira (18). A cerimônia acontecerá em uma casa de eventos de luxo de São Paulo, e será seguida por uma festa privada para os familiares e amigos do casal, que contabiliza cerca de 220 pessoas. No evento, deve-se esperar convidados próximos de “Lulanja”, como os noivos apelidaram, a exemplo de Chico Buarque, Daniela Mercury e Gilberto Gil. 

Nas redes sociais, o clima entre aliados do presidenciável é de muita celebração e amor. Prefeitos, deputados e senadores se manifestaram publicamente e parabenizaram o líder e a militante petista. A noiva já apareceu na sua conta pessoal do Twitter nesta quarta-feira (18), mostrando-se ansiosa pela cerimônia.  

##RECOMENDA##

“Ninguém mais feliz que eu e você. Hoje é dia de celebrar o nosso amor. Que o vento venha nos abençoar e carregar todo mal para longe de nós!”, escreveu Janja. Lula e Rosângela estão juntos desde 2018.

Confira a repercussão do casamento entre os políticos: 

[@#video#@] 

 

 

Provocados pela Coalizão Negra por Direitos, sete partidos políticos de esquerda pedem que Supremo Tribunal Federal (STF) reconheça "o estado de coisas inconstitucionais" caracterizados pela alta letalidade de pessoas negras, ocasionada pela violência do Estado e pelo desmonte de políticas públicas voltadas à população negra do país.

PT, PSOL, PSB, PCdoB, Rede Sustentabilidade, PDT e PV querem a implantação de um Plano Nacional de Enfrentamento ao Racismo Institucional. A Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) 973 foi apresentada na última sexta-feira (13), data que marca os 134 anos da abolição da escravatura

##RECOMENDA##

As legendas destacam, no entanto, que as pessoas escravizadas foram libertadas sem nenhuma perspectiva de inserção formal na educação, na economia e na cultura. 

"Pessoas negras foram marginalizadas e, sem trabalho ou terra, compulsoriamente transformadas nos principais alvos da repressão policial, uma das táticas executivas mais eficientes de controle social e vigilância de coletividades, grupos sociais e territórios vulnerabilizados historicamente", ressaltam os partidos.

As legendas querem que sejam reconhecidas e sanadas as lesões a preceitos fundamentais da Constituição praticadas pelo Estado brasileiro por ações e omissões que têm levado a uma violação sistemática dos direitos constitucionais à vida, à saúde, à segurança e à alimentação digna da população negra.

Os partidos políticos destacam o  crescente aumento da letalidade de pessoas negras em decorrência da violência institucional – sobretudo fruto da atuação policial –, bem como o desmonte de políticas públicas de atenção à saúde da população negra e de redistribuição de renda, que dificulta ou impossibilita o acesso às condições de vida digna, entre elas a alimentação saudável.

A ADPF foi distribuída para a ministra Rosa Weber, que deve se debruçar sobre o dever de impor aos Poderes Públicos a formulação e a promoção de medidas efetivas para que as violações de direitos sejam mitigadas.

Nesta terça-feira (12) faz 50 anos que ocorreu o primeiro conflito armado integrante da Guerrilha do Araguaia. Por mais que seja um episódio “recente” em nosso país, ainda é pouco divulgado e conhecido pelo público em geral.

A Guerrilha do Araguaia foi uma iniciativa de ação revolucionária comunista no Brasil, que ocorreu entre 1967 e 1974 na região do “Bico do Papagaio”. A região é situada na fronteira entre o Pará, Maranhão e Tocantins (na época Goiás). O nome deste período se origina no fato da região ser banhada pelo rio Araguaia.

##RECOMENDA##

Os membros da Guerrilha do Araguaia eram, em sua maioria, vinculados ao PCdoB (Partido Comunista do Brasil), revolucionários dissidentes do antigo PCB (Partido Comunista Brasileiro). As estratégias dos guerrilheiros eram derivadas da filosofia maoista, ou seja, a linha adotada por Mao-Tsé-Tung na China após a Segunda Guerra Mundial.

Para entender um período do país que ainda não foi completamente cicatrizado, preparamos uma lista com leituras essenciais para compreender a Guerrilha do Araguaia, segue a lista:

O Coronel Rompe o Silêncio (Luiz Maklouf Carvalho)

Neste livro, acompanhamos o relato de Lício Augusto Ribeiro Maciel, que era major-adjunto do Centro de Informações do Exército, quando atuou na linha de frente do combate à guerrilha do Araguaia. Após 30 anos do conflito, o ex-militar decidiu compartilhar suas memórias e informações com o jornalista Luiz Maklouf Carvalho. Os relatos, além de dramáticos e chocantes, nos ajudam a remontar um período tão sombrio na história recente do Brasil.

A Lei da Selva: estratégias, imaginário e discurso dos militares sobre a Guerrilha do Araguaia (Hugo Studart)

O livro de Hugo Studart realiza uma pesquisa mais aprofundada nas táticas de comunicação, implantação de notícias falsas, censura da mídia e manipulação realizadas por militares no período da Guerrilha do Araguaia.

Operação Araguaia: Os arquivos secretos da guerrilha (Taís Moraes e Eumano Silva)

O livro de Taís Moraes e Eumano Silva é resultado da análise de mais de 1.120 páginas de 112 documentos diferentes colhidos na época da Guerrilha. Não se sabia, mas a ditadura possuía dossiês completos sobre as atividades do PCB e PCdoB. Neste livro, Taís e Eumano remontam o conhecimento que a ditadura adquiriu sobre os grupos revolucionários no período de guerrilha.

Guerrilha do Araguaia - Esquerda em Armas (Romualdo Pessoa)

Este é um livro do historiador e professor da Universidade Federal de Goiás, Romualdo Pessoa Campos Filho. Em sua segunda edição, lançada em 1997, o livro sofreu atualizações com as informações obtidas nos últimos 15 anos de pesquisas sobre a Guerrilha do Araguaia. Além de debater sobre os desaparecidos no período, o livro também apresenta mapas, fotos e documentos relacionados ao período.

A Ditadura Escancarada (Elio Gaspari)

A Ditadura Escancarada é o segundo volume do livro publicado pelo jornalista Elio Gaspari. Na obra, o jornalista cobre o período entre 1969 até o extermínio da guerrilha do Partido Comunista do Brasil (PCdoB), nas matas do Araguaia.

Mata!: O major Curió e as Guerrilhas no Araguaia (Leonencio Nossa)

O livro de Leonencio Nossa é resultado de dez anos de pesquisas em documentos públicos e particulares, além de inúmeras viagens até a região do Bico do Papagaio. Com o depoimento de mais de 150 testemunhas, Mata! pode ser lido tanto como reportagem, relato histórico, pesquisa antropológica, reflexão política etc. Trazendo documentos inéditos sobre o período da Guerrilha, Mata! é com certeza um dos principais livros para quem busca conhecer mais sobre o período.

Por Matheus de Maio

 

A Igreja Universal do Reino de Deus, do bispo Edir Macedo, publicou um artigo em seu site que defende a ideia de que ser cristão e votar em candidatos da esquerda não são compatíveis. O artigo foi publicado no último domingo (23), sem assinatura.

O texto inicia dizendo que “esquerdistas” querem “repetir no Brasil fórmulas desgastadas e ineficazes, incluindo-se aí os regimes ditatoriais, e espalhar ainda mais o caos para que suas atitudes de desgoverno não sejam notadas”.

##RECOMENDA##

Segundo o texto, a esquerda prega contra o "casamento convencional" e incentiva o uso de drogas, além de manipular a sociedade usando um "assistencialismo manipulador". O texto diz ainda que quem é de esquerda "gosta de mentir que luta contra a ditadura" e persegue cristãos.

O artigo foi publicado após a perda de apoio ao presidente Jair Bolsonaro (PL) entre os evangélicos. O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) aparece com  34% dos votos entre os evangélicos, empatando tecnicamente com Bolsonaro, que apresenta 33%.

Mesmo sem assinatura, o texto finaliza com uma mensagem do bispo Renato Cardoso "Se você se diz cristão e ainda vota na esquerda, há apenas duas possibilidades: ou você não segue realmente os ensinamentos do cristianismo ou os segue e ainda não entendeu o que a esquerda é verdadeiramente”.

Apesar do posicionamento contra a esquerda, o bispo já apoiou os governos de Lula e de Dilma Roussef. O ex-senador Marcelo Crivella (Republicanos), que é sobrinho do bispo, foi ministro da Pesca e da Aquicultura de Dilma de março de 2012 a março de 2014.

Após mais uma rodada de conversas sem chegarem a um acordo, quatro partidos de esquerda decidiram ir ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para pedir uma prorrogação do prazo para a formalização de uma federação. PT, PSB, PC do B e PV devem apresentar um recurso até segunda-feira, 24.

O prazo para que todas as federações sejam registradas é até 2 de abril, seis meses antes das eleições. Na avaliação de dirigentes do PT e do PSB, a data é insuficiente. Um dos motivos é que a janela partidária - período em que parlamentares podem trocar de partido - termina na véspera, no dia 1º de abril. "Nós queremos fazer um recurso, porque o tempo da política não pode ser dado pelo tempo do processo burocrático do TSE", disse a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, após deixar reunião com dirigentes do PSB nesta segunda-feira, 17. "Tem definições na política que vão acontecer só depois da janela partidária, a partir de abril. O TSE está nos forçando a fazer uma discussão sem ter uma clareza."

##RECOMENDA##

As federações partidárias serão uma das novidades das disputas de 2022. Foram criadas pelo Congresso em setembro deste ano, e regulamentadas por uma resolução do TSE publicada em 14 de dezembro, sob a relatoria do presidente da Corte eleitoral, o ministro Luís Roberto Barroso. A exemplo das coligações, a federação permite que os partidos atuem em conjunto no período eleitoral, inclusive somando os votos para conquistar mais vagas na Câmara e nas assembleias. Mas as semelhanças acabam por aí: a federação exige que as siglas continuem juntas, por, no mínimo, mais quatro anos.

"(O prazo) cria uma dificuldade, é um instituto muito novo, muito complexo e é um tempo insuficiente", afirma o presidente do PSB, Carlos Siqueira.

Ele e Gleisi se reuniram nesta quinta-feira, 20, na sede nacional dos socialistas em Brasília para discutir as estratégias dos partidos. Participaram do encontro pelo PSB, o ex-governador de São Paulo Márcio França, o governador de Pernambucano, Paulo Câmara. Pelo PT, o secretário-geral do partido, Paulo Teixeira.

O encontro não definiu a entrada do ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin no PSB. Segundo o presidente da sigla, Alckmin foi convidado a entrar no partido e "tudo indica que ingressará", mas a sigla ainda está aguardando a definição se haverá a aliança formal com o PT. O nome do ex-tucano é cotado como vice na chapa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Uma nova reunião está marcada para a próxima quarta-feira para tentar chegar a um consenso. O principal entrave para as alianças são as candidaturas aos governos locais. Em São Paulo, por exemplo, França, do PSB, quer ser o candidato do grupo, enquanto o PT pretende lançar o ex-prefeito Fernando Haddad para o cargo. Situações semelhantes ocorrem em Pernambuco, Rio Grande do Sul e Espírito Santo.

Hoffmann afirmou que as escolhas de candidatos e da construção das chapas devem seguir os mesmo critérios em todos os Estados. "Com muito respeito entre nós, temos que chegar a um denominador. A competitividade da disputa lá vai se dar se nós conseguirmos unificar esse campo. Inclusive, eu sou daquelas que defende também trazer o PSOL para essa união", disse a dirigente petista.

A ministra da Mulher, Família e dos Direitos Humanos, Damares Alves, usou o Twitter para afirmar que deseja tornar o Brasil um país melhor para se nascer menina. Ao compatilhar um balanço publicado pelo presidente Jair Bolsonaro (PL) sobre a instalação da Casa da Mulher Brasileira e outras ações voltadas ao gênero, Damares disse também que está fazendo mais do que a esquerda. 

"Estamos fazendo tudo aquilo que a esquerda nunca fez, que é proteger a mulher de verdade. Nossa meta é tornar esse país o melhor do mundo para se nascer menina", escreveu finalizando com um agradecimento ao presidente.

##RECOMENDA##

[@#video#@]

De acordo com a publicação de Bolsonaro, o Governo Federal investiu R$ 60 milhões em ações voltadas à mulher. O valor, segundo o mandatário nacional, representa 98% de execução do orçamento previsto para o período.

"As ações de enfrentamento da violência e promoção de direitos alcançaram mais de 15 milhões de mulheres. Entre as principais iniciativas está a implementação de unidades da Casa da Mulher Brasileira (CMB) em todo o país", pontuou Bolsonaro nas redes sociais.

As eleições começam antes do encontro nas urnas e seus rumos já se definem a partir das pesquisas de voto. Até o momento, Lula leva vantagem em todos os cenários, o que indica a saudade do brasileiro da gestão do PT. O doutor em Ciência Política e professor da Asces-Unita Vanuccio Pimentel comentou sobre o cenário.

##RECOMENDA##

Ao prever o acirramento da polarização, o estudioso lembra que a liderança do petista não surpreende. Ele se apresentou como forte concorrente em 2018, mas teve a candidatura impossibilitada pela pena decretada pelo ex-juiz Sergio Moro, o que pavimentou o crescimento do então candidato Jair Bolsonaro.

Na visão de Vanuccio, além do “próprio desajuste que é o Governo Bolsonaro e da lembrança que as pessoas têm do Governo Lula”, a implosão do centro do antipetismo, sustentado pela Operação Lava Jato, justifica a reconciliação do eleitorado com o ex-presidente.

"Com a Lava Jato naufragando e as decisões de Moro sendo revertidas, isso sai do cenário real da Política, ou seja, já é um tema que não vai estar mais em discussão, o que beneficia muito o Lula pelo fato de que toda aquela estrutura se desabou e, queira ou não, justifica o discurso que sempre teve desde o começo da Lava Jato de que era uma operação política", afirma.

Eleito no 1º turno

Votado por aproximadamente 48% dos eleitores, as previsões possibilitam uma vitória ainda no primeiro turno. "Dependendo da quantidade de apoios que Lula possa vir a conseguir, ele tem uma possibilidade real de projetar uma vitória no primeiro turno. Ainda é muito cedo, mas é algo que pode ocorrer", comenta o professor.

Lula é maior que o PT

Como Fernando Haddad não foi suficiente em 2018 e Dilma Rousseff foi destituída pela pressão popular dos protestos de 2013, o cientista vê a popularidade do petista como o interesse fundamental ao invés da volta do PT em si.

"Dilma ainda mantém uma popularidade baixa comparada com Lula. Então, o eleitor soube diferenciar o que era o Governo Lula e o que era o Governo Dilma. Não sei se há esse arrependimento", considera.

Terceira via retraiu junto com a Lava Jato

Bem atrás, uma terceira via tímida se apresenta com Sergio Moro, que teve a credibilidade contestada quando assumiu o Ministério da Justiça a convite de Bolsonaro e, recentemente, se filiou ao Podemos para concorrer à Presidência. Como quarta força, Ciro Gomes (PDT) é ameaçado de ter que suspender a candidatura pelo baixo desempenho.

"A terceira via, no contexto de hoje, é muito restrita. Estamos falando de talvez, no máximo, 20% do eleitorado. Basicamente não impede uma polarização entre os dois principais atores. Então, acho muito difícil que esta terceira via ganhe fôlego eleitoral", complementa Vanuccio.

A deputada estadual Janaína Paschoal (PSL-SP) usou as redes sociais nesta terça-feira (21) para chamar a atenção da “pouca direita brasileira”. Para a advogada e figura importante no Impeachment de Dilma Roussef, seus aliados estão fazendo o trabalho para a esquerda ao não se reunir para “ganhar a guerra”.

“A esquerda está fazendo uma frente ampla e não é só para levar a Presidência da República. Sinal de inteligência. Enquanto isso, a pouca direita que há está se digladiando, se desmerecendo... em outras palavras, fazendo o trabalho para a esquerda. Sinal de burrice”, disparou Paschoal.

##RECOMENDA##

Já prevendo que seria atacada por bolsonaristas e lavajatistas, seus principais eleitores, a deputada fez questão de ressaltar que o elogio à esquerda não significa aproximação.

“Não, eu não estou flertando com a esquerda. Mas o primeiro passo para ganhar uma guerra é reconhecer as capacidades do adversário. O País está em uma situação muito delicada”, finalizou.

Retratado como o novo outsider da política brasileira, a pré-campanha do ex-juiz Sergio Moro (Podemos) já atrai ataques das alianças concorrentes à Presidência. Na manhã desta terça-feira (24), o ex-ministro do Meio Ambiente Ricardo Salles, que saiu do Governo Bolsonaro na investigação da Polícia Federal por indícios de facilitar a exportação ilegal de madeira, afirmou que Moro é "comunista" e "a favor de drogas".

Salles voltou a chamar seu ex-colega de Governo de traidor e fez uma avaliação da "política diferente" proposta por Sergio Moro que arrancou gargalhadas até mesmo dos apresentadores do Morning Show da Jovem Pan.

##RECOMENDA##

Após a exclusão de contas de blogueiros bolsonaristas que incitavam discursos de ódio e fake news nas redes sociais, a emissora foi inaugurada há menos de um mês e vem sustentando conteúdos em defesa da gestão federal.

Durante sua participação, o ex-ministro de Bolsonaro criticou a candidatura de Moro e disse que ele aceitou comandar o Ministério da Justiça "sabendo que não tinha nada a ver com o governo" e apontou: "Ele é de esquerda, ele é contra as armas, a favor de drogas. O Moro é comunista, lógico. Vai dizer que o Moro não é de esquerda?".

A fala foi recebida como chacota pelos apresentadores, que questionaram a declaração aos risos e compreenderam que Salles extrapolou na comparação. "De esquerda Salles?", "me ajude a te ajudar Salles", zombaram.

O discurso foi tão incoerente que ele chegou a ser corrigido ao vivo e se contradisse para concluir que Moro é um "tucano".

Confira

[@#video#@]

Uma professora de filosofia da Escola Estadual Thales de Azevedo, em Salvador, no estado da Bahia, recebeu uma intimação policial após uma aluna dar queixa na Delegacia de Repressão a Crimes contra Criança e Adolescente por conteúdo 'esquerdista' nas aulas. Temas como racismo, machismo, diversidade e questões de gênero, previstos na Lei de Diretrizes e Bases, seriam lecionados pela docente.

A Associação dos Professores Licenciados do Brasil (APLB) repudiou e denunciou a ação policial por meio de nota: “Infelizmente, as alegações de que os conteúdos curriculares das ciências humanas são de cunho ‘esquerdista’ e os conteúdos de linguagens são de ‘doutrinação feminista’ têm provocado o enviesamento dos conhecimentos historicamente construídos e dos fenômenos sociais, em silenciamento dos docentes”, diz um trecho da nota. “Essa situação, portanto, viola o direito profissional e o respeito ao trabalho docente em disposições da Lei de Diretrizes e Bases da Educação e do Plano Nacional de Educação”, pontuou a direção da escola em outro trecho.

##RECOMENDA##

Segundo a APLB e a direção do colégio, não é a primeira vez que ocorrem episódios de perseguição organizados por grupos de extrema-direta. Durante as aulas online de inglês, a mãe da estudante teria invadido o espaço da aula para questionar o tema abordado em sala por ser considerado, por ela, de cunho feminista. Em outro momento, pais e mães divulgaram uma nota criticando os temas de palestras e seminários online dado por professores convidados e docentes da mesma instituição. 

Após o ocorrido, a professora ficou abalada e chegou a ser atendida no hospital. “A direção da APLB-Sindicato lamenta profundamente as ocorrências e reitera o apoio jurídico e psicológico à professora, exigindo a apuração dos fatos ocorridos”, disse a APLB no seu comunicado. A associação também informa que irá procurar a Assembleia Legislativa e a Câmara de Vereadores da cidade para que se solidarizem com os professores vítimas de perseguição. Confira a nota da APLB e pronunciamento da escola na íntegra.

Um dia depois de suspender a cerimônia de filiação ao Partido Liberal (PL), o presidente Jair Bolsonaro disse, nessa segunda-feira (15), que existe a possibilidade de ingressar em outro partido do Centrão. Bolsonaro relatou manter ainda conversas paralelas e que segue vivo o interesse do Progressistas e do Republicanos em filiá-lo.

O presidente indicou estar disposto a esperar "pouquíssimas semanas" para concluir as negociações com o PL, comandado pelo ex-deputado Valdemar Costa Neto, condenado e preso no mensalão. "Eu tenho um limite. Espero, em pouquíssimas semanas, duas ou três no máximo, casar ou desfazer o noivado. Mas acho que tem tudo para a gente se casar e ser feliz", disse o presidente, durante entrevista na Expo Dubai, nos Emirados Árabes Unidos.

##RECOMENDA##

Segundo Bolsonaro, a conclusão das conversas somente irá acontecer se o PL desistir de apoiar adversários políticos dele, principalmente na esquerda, e de participar de palanques estaduais que possam beneficiar rivais como o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e João Doria (PSDB). "Nosso partido não pode estar flertando com a esquerda num ou outro Estado, se resolvermos isso aí eu assino essa filiação que me satisfaz e satisfaz em grande parte o nosso eleitorado, que quer a continuidade da minha política", afirmou.

O presidente afirmou ter conversado nos últimos dias sobre o assunto com os ministros da Casa Civil, Ciro Nogueira (Progressistas), das Comunicações, Fábio Faria (PSD), e do Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho.

ACORDOS

Os principais entraves nas conversas são as composições políticas do PL em São Paulo, Bahia, Pernambuco e Piauí. Na disputa pelo Palácio dos Bandeirantes, a ideia do Planalto é forçar o PL a desfazer o acordo para apoiar a candidatura do vice-governador Rodrigo Garcia (PSDB). "Tem alguns Estados que para mim, a possível reeleição, se eu vier (a ser) candidato, são vitais, como São Paulo. Ele (Valdemar) tem um compromisso com um candidato que vai apoiar o atual governador (Doria) se ele tiver o espaço lá no partido dele (para concorrer a presidente)."

O PL ainda não decidiu como vai atender as solicitações de Bolsonaro, mas trabalha para ajustar um acordo. O presidente do partido pediu um tempo a Bolsonaro para poder administrar internamente a questão. Uma reunião com a participação do comando da legenda e das bancadas na Câmara e no Senado está marcada para amanhã, na sede do PL em Brasília.

Integrantes do partido avaliam que um acordo só vai efetivamente começar a ser desenhado após uma conversa cara a cara entre Bolsonaro e Valdemar. O chefe do Poder Executivo volta ao Brasil na quinta.

Segundo o deputado José Rocha (PL-BA), que foi líder do partido e vice-líder do governo, não existe rompimento de Bolsonaro com o PL e ainda há chance de acordo para a filiação. "Valdemar disse que está tudo acertado, combinado, que vamos nos sentar, conversar. Não ficou nada estremecido, não", afirmou. Valdemar Costa Neto não foi localizado.

ESTADOS

Em relação ao palanque paulista, as prévias presidenciais do PSDB também pesam na decisão do PL. A definição da candidatura tucana ao Palácio do Planalto está marcada para o dia 21 e é citada como um dos motivos para que a cerimônia de filiação, antes marcada para o dia 22, fosse adiada.

Se Doria for escolhido, Garcia se torna o candidato natural do PSDB ao governo paulista, o que dificulta um acordo entre Bolsonaro e Valdemar. Já se Eduardo Leite for definido pré-candidato, o PL vê mais possibilidade de arranjar motivos para romper com o PSDB, já que haveria uma indefinição sobre a candidatura tucana no Estado.

No Nordeste, o PL também tem alianças que esbarram nos planos de Bolsonaro. No Piauí, o partido está aliado ao governador Wellington Dias (PT). Na Bahia, embora o PL planeje se aliar a ACM Neto (DEM) para o governo estadual, há ainda uma ala do partido que mantém proximidade com o governador Rui Costa (PT).

Bolsonaro disse que vai precisar lançar candidatos em quase todos os Estados, em especial São Paulo, por causa do eleitorado de 30 milhões de pessoas. "Valdemar é uma pessoa de palavra. Ele disse que está buscando a negociação e não conseguiu ainda a garantia de que possa desfazer o que fez no passado", afirmou, confirmando o adiamento da filiação. O nome preferido do presidente para a disputa no Estado é do ministro da Infraestrutura, Tarcísio Freitas.

O papa Francisco se reuniu neste sábado (13) com correspondentes no Vaticano e disse que a Igreja Católica não é de esquerda nem de direita.

Já chamado de "comunista" por extremistas de direita em função do teor social de seus discursos, o pontífice afirmou que a Santa Sé não é uma "organização política" nem uma "grande multinacional com gestores que estudam como vender melhor seu produto".

##RECOMENDA##

"A Igreja não é uma organização política que tem em seu interior direita e esquerda, como acontece nos parlamentos", afirmou Francisco para os correspondentes no Vaticano.

Segundo o Papa, a Igreja Católica "perde vigor" quando se comporta como um parlamento ou uma multinacional. "A Igreja, composta por homens e mulheres pecadores como todos, nasceu e existe para refletir a luz de outro, a luz de Jesus, assim como a Lua faz com o Sol", acrescentou.

Durante o encontro, Jorge Bergoglio também disse que a missão da imprensa é "explicar o mundo e torná-lo menos obscuro", mas cobrou que os jornalistas não cedam à "tirania de estar sempre online" e saiam às ruas para "gastar as solas dos sapatos".

"Há três verbos que podem caracterizar o bom jornalismo: escutar, aprofundar, contar. Escutar caminha lado a lado com o enxergar, com estar. Certas nuances, sensações e descrições só podem ser transmitidas se o jornalista as escutou e viu pessoalmente. Eu sei o quanto é difícil, no seu trabalho, subtrair-se à tirania do estar sempre online, nas redes sociais, na web. O bom jornalismo do escutar e do ver precisa de tempo, nem tudo pode ser contado por e-mails, pelo telefone ou em uma tela", disse.

O Papa também agradeceu aos jornalistas por "darem voz às vítimas de abusos", uma das maiores chagas da Igreja Católica, e pediu que a imprensa "se deixe atingir e ferir pelas histórias, para poder narrá-las com humildade aos leitores".

"Precisamos muito hoje de jornalistas e comunicadores apaixonados pela realidade, capazes de encontrar os tesouros frequentemente escondidos nas dobras de nossa sociedade e de contá-los, permitindo a nós aprender, ampliar nossa mente, ver aspectos que antes não conhecíamos", salientou.

Da Ansa

Após a unificação de 8 partidos da oposição na Câmara que repercutiu no anúncio de atos pelo impeachment do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) nos próximos dias 2 de outubro e 15 de novembro, Guilherme Boulos (PSOL) disse que as mobilizações da esquerda não possuem grandes financiamentos, como os atos favoráveis ao Executivo.

"Uma coisa é usar dinheiro público, ter grandes entidades patronais, outra coisa é você alugar um caminhão de som", comparou o ex-presidenciável e pré-candidato ao Governo de São Paulo em entrevista ao Uol.

##RECOMENDA##

“Não tem essa estrutura faraônica das manifestações do Bolsonaro. O que você tem para financiar uma manifestação? Eventualmente, um caminhão de som que precisa ser alugado e uma estrutura de deslocamento de pessoas que vem de uma região mais distante. Isso é financiado desde vaquinhas organizadas pelos próprios membros e entidades que organizam o ato até com apoio das centrais sindicais", descreveu Boulos.

Ao comentar sobre os protestos do último dia 12, convocados pelo Movimento Brasil Livre (MBL), ele definiu que o movimento tem pouca expressão diante da baixa adesão de manifestantes.

 "O MBL teve seu papel naquela onda de impeachment da Dilma, mas hoje está na inanição. É um movimento com pouca expressão social. A esquerda precisa se focar numa ampliação que seja capaz de derrotar Bolsonaro", criticou.

O representante do PSOL acrescentou que, assim como o MBL, o movimento Vem Pra Rua também tem pouca autoridade na luta pela destituição do presidente, pois "aplicaram as mesmas táticas bolsonaristas, de fake News, de tentativas de desmoralização, de ataques rasteiros à esquerda".

Nesta sexta-feira (30), o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP), voltou a defender a adoção do sistema semipresidencialista no Brasil. Por meses, esse debate vem ganhando força entre parlamentares. O cientista político Pedro Soares aponta que o sistema pode ser uma tentativa de barrar Lula e o retorno do populismo de esquerda no Brasil. 

Essa não é a primeira vez que tentam derrubar a forma de governo do Brasil, que vigora desde 1889, com o declínio da monarquia. Em 1993, houve um plebiscito que demandava a escolha da volta da monarquia, da república e parlamentarismo ou do presidencialismo. A consulta resultou na continuidade do nosso sistema atual de governo, que é presidencialista.

##RECOMENDA##

O semipresidencialismo é um sistema de governo que tem a divisão da gestão da máquina pública entre o primeiro-ministro e o presidente eleito pela população. O primeiro-ministro, no caso, é indicado pelo presidente e pela Câmara dos Deputados.

“Não existe apenas uma forma (única) de funcionar o semipresidencialismo. Existem países em que o presidente tem uma atuação igual à do primeiro-ministro, não exatamente as mesmas funções, mas uma atuação tão forte quanto. Mas existem países em que a atuação do presidente é quase nula, então depende do tipo de acordo que se estabelece a partir do momento da implantação do sistema”, detalha o cientista político Pedro Soares.

Na defesa do semipresidencialismo no Brasil, o presidente da Câmara afirmou: "Nós temos problemas que são taxados de governo de coalizão, temos problema de taxação de partidos de Centrão, quando, na realidade, os partidos do centro são os partidos que, em uma ideia mais clara de semipresidencialismo, poderiam ser a base de sustentação e não de apoio por apoio, apoio por cargos, mas apoio com responsabilidade com gestão, como é o caso do sistema semipresidencialista".

Lira chegou a salientar que o semipresidencialismo só valeria para as eleições de 2026 e que poderia ajudar para diminuir a "instabilidade crônica que o Brasil vive há muito tempo". Soares, no entanto, não concorda com essa afirmação do presidente da Câmara. Para o cientista político, não seria boa para o Brasil implantação desse sistema, uma vez que ele não resolveria os problemas do País.

“Qual seria o sentido de instalar um novo sistema de governo se não para resolver as nossas crises políticas, os nossos problemas políticos? Existe, na verdade, um problema crônico que é a pobreza, um problema social, político e econômico. Existe uma série de problemas que são derivados da pobreza. Se a prerrogativa que estão utilizando para defender o semipresidencialismo é acabar com as sucessivas crises políticas, esse sistema não vai conter essas crises”, garante Pedro.

O cientista acredita que esse debate esteja voltando agora porque “há uma tentativa de deslocar o caminho para que não haja a volta do ex-presidente Lula (PT)". Há uma questão temerosa em trazer Lula de volta (à presidência), justamente porque ele é muito popular e algumas pessoas temem essa volta do populismo de esquerda, essa retomada latinoamericana do populismo de esquerda”, complementa.

O semipresidencialismo é rejeitado por alguns pré-candidatos à presidência. Lula chegou a afirmar que o semipresidencialismo seria uma espécie de "golpe" para evitar que ele e seus aliados voltem a governar o país. "Distritão não é reforma política, é um jeito deles se perpetuarem no poder. E semipresidencialismo é outro golpe para tentar evitar que nós possamos ganhar as eleições. Não dá para brincar de reforma política, isso é coisa que tem que ser discutida com muita seriedade", disse o petista.

O governador de São Paulo, João Dória (PSDB), defende que qualquer mudança eleitoral deve ser feita " em um clima mais pacificado", e que a "véspera" eleitoral não é o momento para uma mudança como esta. "Defendo uma ampla reforma política estrutural. Essa, sim, precisa ser discutida em um clima mais pacificado do que encontramos hoje no País", afirma.

PEC 125/11

A Portal da Câmara publicou que, no último dia 10 de julho, questionado sobre a abertura do processo de impeachment contra o presidente da República, Jair Bolsonaro, Arthur Lira havia afirmado que o País não pode viver instabilidades políticas a cada eleição. Na ocasião, ele sugeriu que a Câmara dos Deputados comece a debater a possibilidade de instaurar, a partir de 2026, o sistema semipresidencialista, de forma a evitar crises institucionais de rupturas no País. Segundo Arthur Lira, a comissão especial que debate a reforma política (PEC 125/11) poderá analisar essa ideia. A previsão, segundo o presidente, é que o relatório seja votado pelo Plenário a partir do dia 4 de agosto.

O ex-senador petista Cristovam Buarque pautou, em entrevista nesta quarta-feira (7), o mesmo que muitas figuras progressistas têm comentado ao falar das eleições presidenciais de 2022: a unidade entre frentes da esquerda. Acreditando que o Brasil precisa de uma intervenção para impedir o “modelo” político de Jair Bolsonaro (sem partido), Buarque diz que vê como melhor saída a concentração de forças no ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, por ter maior amplitude política e melhor biografia. As declarações foram feitas aos jornalistas Luís Costa Pinto e Eumano Silva durante o programa Sua Excelência, O Fato.

“Bolsonaro está provocando uma decadência nacional. Decadência do ponto de vista político, obviamente, mas também do ponto de vista da infraestrutura e da economia. Isso é trágico. Em 200 anos que temos de história, desde o período da República, têm sido de ascensão. Tem saída? As saídas são duas, mas uma delas é a unidade. Unidade dos democratas, independente das suas visões específicas e prioridades, s enão, corremos o sério risco da reeleição. Se Bolsonaro for reeleito, não é apenas a reeleição de um presidente, é a opção por um modelo. O primeiro Bolsonaro foi eleito por falhas nossas, dos democratas. Agora não, quem votar por ele, está votando por esse modelo, é opção. A unidade deve impedir esta tragédia”, declarou, inicialmente.

##RECOMENDA##

Cristovam também foi governador do Distrito Federal pelo Partido dos Trabalhadores e ministro da Educação no início do primeiro governo de Lula, entre 2003 e 2004. Apesar de ter se retirado da sigla após conflitos, declara que ainda é amigo de membros do partido, como Fernando Haddad, e reconhece em Lula o candidato com maior potencial para um começo de recuperação nacional. Buarque explica: “Lula tem a melhor biografia, dentre os políticos brasileiros, para presidir o País nesse momento de transição”.

O ex-senador acha que unir personalidades da esquerda ao centro, neste momento, pode dar força a uma necessária e incontestável vitória já no primeiro turno a fim de se construir um governo capaz de restaurar a destruição do Estado e das instituições brasileiras que vêm sendo desmontadas por Bolsonaro e pelo bolsonarismo. “Bolsonaro é muito pior do que todos os militares, é muito pior do que o Collor”, crê.

Buarque espera, ainda, que “por ser um necessário governo de transição”, Lula deixe claro que cumprirá um mandato de quatro anos e depois devolverá o País à normalidade institucional. “Fazer isso até amplia a biografia dele”, acredita. “Só Lula tem grandeza política para assumir esta missão, neste momento”.

[@#video#@]

Com concentração iniciada às 9h deste sábado (19), na Praça do Derby, o ato 'Fora Bolsonaro' percorreu as ruas do Centro do Recife e encerrou as manifestações às 12h na Ponte Duarte Coelho. Os presentes pediram pela saída do presidente da República do poder, vacina de toda a população contra a Covid-19 e aumento do valor do auxílio emergencial para R$ 600.

Diferente do que aconteceu no mesmo ato realizado no dia 29 de maio, desta vez os manifestantes não foram surpreendidos pela Polícia Militar de Pernambuco com balas de borracha ou bombas de efeito moral. 

##RECOMENDA##

A PM, inclusive, já havia recebido recomendações da Secretaria de Defesa Social (SDS-PE) de como deveria se portar desta vez - o que foi seguido. Devido a pandemia da Covid-19, os organizadores proporcionaram equipes de biossegurança para a higienização das mãos dos presentes, além da distribuição de máscaras e a organização do distanciamento social - que não foi seguido pela multidão presente.

[@#video#@]

Em cima do carro de som, antes de encerrar a manifestação, os organizadores agradeceram a presença das pessoas e afirmaram que o ato deste sábado foi maior do que o realizado no dia 29 de maio. 

Integraram oficialmente o ato as Frentes Povo sem Medo e Brasil Popular, Rede Nacional de Médicas e Médicos Populares, integrantes do PT e do PSOL, Central Única dos Trabalhadores, União Nacional dos Estudantes e a União dos Estudantes de Pernambuco. 

LeiaJá também

-> Recife não terá motociata bolsonarista no final de semana

Após WhatsApp ter sido uma das principais plataformas usadas para disseminação de fake news na campanha presidencial de 2018, o Telegram deve ser um dos veículos de desinformação nas eleições de 2022. O alerta foi feito por especialistas do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Além do alerta do TSE, levantamento da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) aponta que 92,5% dos usuários da plataforma Telegram seguem temas políticos e estão em grupos e canais bolsonaristas - que somam 1.443 milhões de membros. A pesquisa diz que 1% dos usuários está em grupos e canais de esquerda, principalmente de apoio ao ex-presidente Lula (PT) e ao ex-ministro Ciro Gomes (PDT). 

##RECOMENDA##

A preocupação com o Telegram se dá porque o aplicativo não tem escritório no Brasil, não modera conteúdo e também não tem medidas para evitar as desinformações. De acordo com o TSE, o aplicativo também não coopera com o Tribunal para combater as campanhas de fake news. 

À Folha de São Paulo, Fabrício Benevenuto, professor de ciência da UFMG e coordenador do estudo, falou que "o Telegram facilita a disseminação de mensagens para grupos enormes e dados mostram que o aplicativo pode ser bastante explorado nas campanhas de desinformação na eleição de 2022".

Os grupos do Telegram podem ter até 200 mil pessoas e os canais de transmissão não têm limites de integrantes. O canal do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), por exemplo, tinha 145 mil membros em janeiro deste ano. Com o passar dos meses, o canal chegou a 705 mil pessoas. 

Entre os aplicativos com maior número de mensagens estão Bolsonaro presidente, Direita Rio de Janeiro, Revista DireitaBR, DeusAcimadeTodos.com e Contra Censura. 

Fortalecido após chegar ao segundo turno na disputa pela Prefeitura de São Paulo no ano passado, o líder do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), Guilherme Boulos, deve se consolidar como a principal liderança nacional do PSOL e isolar as correntes antipetistas da legenda em setembro, quando o partido vai realizar seu próximo congresso.

Pelas projeções de líderes do partido ouvidos pelo Estadão, a chapa articulada por Boulos deve vencer a corrente que é contra uma aliança com o ex-presidente Luiz Inácio da Silva na disputa presidencial do ano que vem - o petista, que recuperou os direitos políticos, lidera as pesquisas de intenção de voto à Presidência.

##RECOMENDA##

Fundado a partir de uma dissidência do PT, o partido lançou candidatura própria em todas as eleições presidenciais desde a sua criação, em 2005. Com um discurso de oposição sistemática à esquerda aos governos petistas, o PSOL caminha agora para uma nova correlação interna de forças. Batizada como "Revolução Solidária", a corrente criada por Boulos se uniu ao grupo "Primavera Socialista", liderado pelo deputado Ivan Valente, que também prega uma aproximação com o PT.

"Essa vai ser a principal disputa no congresso do PSOL: uma posição pública sobre 2022. Na nossa avaliação, não há um cenário que indique vitória do Bolsonaro no 1° turno. Não faz sentido o PSOL abrir mão de sua independência e programa", disse a deputada federal Sâmia Bomfim (SP).

Ela integra o grupo Movimento Esquerda Socialista (MES), que é contra o apoio a Lula a até "lançou" o deputado Glauber Braga (RJ) como pré-candidato ao Palácio do Planalto. "Desde que recuperou seus direitos políticos, o Lula sinaliza mais para o Centrão e a direita liberal do que à esquerda. Seria irresponsabilidade o PSOL não apresentar um nome próprio", disse.

Dissidente do PT e um dos fundadores do partido, Ivan Valente discorda. "Lula é muito competitivo e tem uma atração muito forte na base do eleitorado progressista. Ainda tem gente com a visão de que o PT pode cooptar o PSOL. Não vejo esse risco", afirmou.

Procurado, Boulos não se manifestou sobre a disputa interna, mas seus aliados dizem que ele vai entrar "com tudo" no congresso do partido após filiar militantes do MTST, do movimento estudantil e de movimentos sociais que o apoiaram na eleição. Alinhado com Boulos, o atual presidente do PSOL, Juliano Medeiros, deve ser reconduzido ao cargo.

Enquanto o PSOL se move para a órbita de Lula, o ex-ministro Ciro Gomes (PDT) adotou o antipetismo como uma estratégia em busca do eleitor de esquerda que se decepcionou com o ex-presidente. Esse discurso causou reações no PDT.

O primeiro a vocalizar a discordância foi o deputado federal Túlio Gadelha (PE), que se reuniu recentemente com Boulos e outras lideranças do PSOL em uma sinalização de que pode mudar de partido. Em entrevistas, Gadelha disse achar um "erro" os ataques de Ciro a Lula.

O ex-deputado Miro Teixeira (RJ), que deixou a Rede e voltou ao PDT este ano para coordenar a campanha de Ciro, disse que discorda "dessa linha radical contra Lula".

Ainda manchado por viajar à Paris após ser derrotado nas eleições de 2018, Ciro Gomes já deixou claro que sua campanha para a disputa de 2022 será montada contra PT. Ativo nas redes sociais em ataques que compara os dois protagonistas do próximo pleito - o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva -, o pedetista firmou parceria com o ex-marqueteiro do PT, João Santana, para arrancar votos da esquerda. No entanto, de acordo com o cientista político Pedro Soares, a postura radical o afasta cada vez mais do objetivo.

Até então isolado e sem alianças externas, o ex-ministro da Fazenda se coloca como a 3ª via para acabar com a polarização 'bolsolulista' e age sem receio de chamar Bolsonaro de "genocida" e classificar Lula como um "enganador profissional". "Membros do próprio lado, que estão muito próximos de Ciro enxergam isso como desnecessário. O momento é tão crítico, que uma grande coligação faria bem para a política brasileira", comenta o cientista político.

##RECOMENDA##

[@#video#@]

Para Soares, Ciro perde o status de 3ª via com o possível anúncio de uma chapa entre o ex-ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta (DEM), e o governador de São Paulo, João Doria (PSDB); ou se o ex-juiz da Lava Jato, Sergio Moro, firmasse uma união com o gestor paulista.

"Ele deixaria de ser imediatamente a terceira via, passaria para coadjuvante do coadjuvante. Se ele não se encaixar em uma grande aliança, vai ficar bastante apagado. Digo isso pelo último pleito em que ele concorreu, tanto é que nem foi para o segundo turno", avalia.

Velha figura da política nacional, Ciro busca ares de renovação e teve como última movimentação concreta o anúncio da parceria com o marqueteiro vitorioso nas campanhas do PT, João Santana, que chegou a ser preso quando foi condenado na Lava Jato por corrupção e organização criminosa.

Essa é a aposta de Ciro para fortalecer o PDT, mas para o cientista, o pré-candidato "deveria se encaixar como um braço direito, como um aliado fortíssimo de Lula" para afastar a extrema direita e o pensamento de "ódio, medo e incerteza" em que vivemos. "Ele deveria se encaixar por aí, mas no momento não se encaixa em lugar nenhum", considera o estudioso.

Ao mesmo tempo, Bolsonaro se fortalece com sua fiel base aliada, enquanto Lula está em Brasília, onde articula uma frente ampla com o MDB e o PSOL. "O comportamento político de Ciro em 2021 é um pouco precipitado. Os dois lados protagonistas do próximo pleito eleitoral ainda estão se movendo. Bolsonaro está em um momento extremamente crítico, apesar de ter um núcleo consolidado que o apoia. Ele viu muito das suas parcerias se desmontando. Já Lula está tentando montar uma grande coligação e, a partir do momento que Ciro estabelece uma fala, ele termina comprometendo sua aproximação com a esquerda”, destaca Pedro.

"Ciro poderia recorrer aos lados de esquerda que não estão do lado do PT. A única aliança que ele poderia recorrer seria essa", emenda, recomendando. Ainda é cedo para anunciar o candidato a vice, mas o panorama sugere que o PDT novamente vai formar uma chapa sem apoio, o que não seria muito inteligente do ponto de vista da capilaridade política.

Em 2018, a senadora Kátia Abreu (PDT-TO) foi a vice do partido, mas abandonou a sigla em 2020, quando fechou com o PP. Dentre os representantes internos do PDT, o cientista aponta que, apesar de discordar de Ciro em mais de uma oportunidade, o deputado pernambucano Túlio Gadêlha pode usar sua popularidade para surpreender na campanha.

Páginas

Leianas redes sociaisAcompanhe-nos!

Facebook

Carregando