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Foi só aos 19 anos que a carioca Gizelle Hashimura descobriu que existiam pilotas de avião. Acostumada, desde pequena, com idas e vindas ao Japão, onde morava com os pais, nunca havia visto uma mulher comandando os aviões em que viajava. Quis trabalhar com aviação e teve de entrar pela única porta que lhe pareceu aberta - a de agente de aeroporto. "Foi aí que eu vi uma mulher comandante passando pelo aeroporto pela primeira vez. Até então, nem sabia que existia."

Nesta semana, Gizelle, aos 29 anos, formou-se pilota na primeira turma exclusivamente feminina da aviação brasileira, em um projeto da Avianca para aumentar a presença de mulheres no comando de aviões. No fim do ano passado, havia 41 mulheres no País com licença para pilotar um avião comercial, ou 0,86% do total dos profissionais, segundo dados da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). Na Avianca, eram 18 antes do projeto "Donas do Ar", uma referência à personagem Mônica, de Mauricio de Sousa, a "dona da rua" das histórias em quadrinhos. Com a formatura realizada na quarta-feira (11), esse número saltou para 34.

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"Para o homem, é muito claro que ele pode ser piloto. Para a mulher, não é segredo que tem preconceito. Quando comecei no aeroclube, era a única mulher. Tudo intimidava, não estava em minha zona de conforto. É mais fácil você seguir profissões estereotipadas", diz Gizelle. "Ainda falta muito para ver outras mulheres em cargos ocupados por homens. Essa formatura é um marco, mas deveria ser normal."

Antes de chegar ao atual cargo, de copilota, Gizelle ainda trabalhou como comissária de bordo por um ano, em uma tentativa de se aproximar do setor. Fez, então, curso para ser pilota e concluiu a carga horária de voo mínima para atuar em companhias de aviação comercial em 2013. "Logo depois, veio a crise. Aí sobrou profissional no mercado", diz. Teve de esperar até 2017, quando foi chamada pela Avianca para participar da primeira turma feminina.

A formanda Paula Soffo, de 32 anos, também precisou esperar por uma oportunidade em uma cabine de pilotos. Antes, teve de trabalhar com prevenção de acidentes aéreos e instrutora de voo. Via dificuldade até para entrar em uma empresa de táxi aéreo: "A companhia pensa: se tiver uma mulher, em um deslocamento, vou ter de pagar dois quartos no pernoite. Se for homem, posso colocar os dois (piloto e copiloto) no mesmo quarto".

Além de questões financeiras como essa, piadas de mau gosto e preconceito são questões a ser enfrentadas diariamente. Rayanne Sousa, de 28 anos, conta que, recentemente, um passageiro entrou no avião, a viu na cabine de pilotagem e, com descrédito, perguntou ao comissário de bordo se ela era pilota. "Existe preconceito, sim, e a gente ainda escuta piadas como 'mulher não pilota nem fogão direito, imagina avião'", afirma a recém-formada.

Antes de iniciar o programa "Donas do Ar", a Avianca tinha 2% de seu quadro de pilotos formado for mulheres. Hoje, após a formatura, são 5%. A companhia se comprometeu com a ONU Mulheres em aumentar a presença feminina nas cabines de pilotagem em 10% ao ano. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Uma universidade japonesa reservada a mulheres anunciou nesta terça-feira que aceitará a partir de 2020 estudantes transgênero, uma decisão surpreendente em um país onde os direitos das minorias LGTB estão atrasados em relação a outros países desenvolvidos.

A decisão da Universidade Ochanomizu de Tóquio "provavelmente não tem precedentes" no Japão, afirmou à AFP uma fonte do ministério da Educação, que no entanto não confirmou se esta é uma novidade nacional.

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"É conveniente que várias universidades adotem dispositivos para uma compreensão melhor das necessidades das minorias sexuais, mas uma decisão assim depende de cada universidade", completou.

"É importante criar um entorno no qual o conjunto da sociedade aceite a diversidade e se mostre compreensiva a respeito das pessoas transgênero", declarou o ministro da Educação, Yoshimasa Hayashi.

A medida entrará em vigor em abril de 2020 e beneficiará os estudantes nascidos homens mas que identificam como mulheres, afirmou um porta-voz da Universidade de Ochanomizu.

Akane Tsunashima, secretária-geral da Aliança Japonesa para a Legislação LGTB, recebeu a iniciativa como "uma evolução positiva para um entorno de aceitação geral nas universidades de minorias sexuais tal e como são".

No Japão, quase 8% da população seria LGTB, segundo o Instituto de Pesquisas LGTB do país, mas nove em cada 10 pessoas não falam sobre o tema com a família. Apenas 13% conversariam sobre o tema com os amigos mais próximos.

Ao menos 500 mulheres, incluindo uma parlamentar, foram detidas nesta quinta-feira no complexo do Capitólio durante um protesto contra a política migratória de Donald Trump.

A Polícia do Capitólio disse que 575 pessoas fizeram um protesto sentadas no átrio de um edifício de escritórios do Senado e foram acusadas de manifestar-se ilegalmente, depois registradas no local e liberadas.

Muitas das detidas cantavam e gritavam palavras de ordem e usavam cobertores prateados de emergência similares aos utilizados pelas crianças nos centros de detenção.

A representante democrata Pramila Jayaoal foi uma das detidas.

"Acabo de ser presa com + 500 mulheres e @womensmarch diz que não continuará a política de tolerância zero de @realDonaldTrump. Não em nosso país. Não em nosso nome", escreveu no Twitter.

A atriz Susan Sarandon disse que também foi detida nesta quinta-feira em Washington, perto do Departamento de Justiça, onde também houve protesto.

"Presa. Permaneçam fortes. Se mantenham lutando. #WomenDisobey", disse no Twitter a atriz de Hollywood.

Trump e o Congresso estão em um embate para resolver a crise que separou mais 2.000 crianças de seus pais imigrantes desde que o governo anunciou, no começo de maio, uma política na fronteira de "tolerância zero".

A política exige o estrito cumprimento de leis que estabelecem que qualquer imigrante que atravesse a fronteira de modo irregular seja preso e processado.

Após protestos da comunidade internacional e de críticas feitas por democratas e republicanos, Trump pediu recentemente que seja interrompida a separação das famílias, mas o Congresso ainda não conseguiu resolver a crise.

Multinacional do segmento alimentício, a PepsiCo lançou um programa que promete dar ânimo ao mercado de trabalho brasileiro. O ‘Ready to Return’ tem o objetivo de oferecer oportunidades de experiência profissional a candidatos que, “por qualquer razão”, tenham parado de trabalhar por dois anos. 

De acordo com a companhia, o público principal da inciativa são mulheres que deram uma pausa na carreira profissional para se dedicarem às famílias, no entanto, candidatos de qualquer gênero podem participar da seleção. A princípio, o programa conta com quatro vagas direcionadas aos setores de vendas, Recursos Humanos, operações e finanças.

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Segundo a PepsiCo, durante a seleção, os concorrentes serão submetidos a entrevistas com o RH da empresa e gestores. “Os candidatos selecionados vão permanecer na companhia durante 10 semanas, com salários e benefícios correspondentes aos cargos ocupados. Eles terão a chance de trabalhar em projetos relacionados às suas áreas e de alta relevância para os resultados da companhia – desta forma, eles terão a oportunidade de recuperar o ritmo do mercado, de se desafiar e provar seu valor para a PepsiCo. No entanto, a participação no Ready to Return não é garantia de emprego; os profissionais podem receber ofertas para serem efetivados na companhia se apresentarem boa performance durante o programa”, informou a PepsiCo por meio do site oficial do programa.

A empresa promete, além da experiência profissional, atividades de qualificação. Os critérios de participação podem ser consultados no site do programa, onde também os interessados podem se inscrever para o processo seletivo enquanto as vagas estiverem abertas. Os selecionados deverão atuar nas unidades da empresa distribuídas no Brasil.

O desempregado no Brasil tem um perfil: é mulher, nordestina, e com idade entre 18 e 24 anos. Ela tem ensino fundamental incompleto e mora em regiões metropolitanas. É o que consta da seção Mercado de Trabalho, da Carta de Conjuntura, divulgada hoje (25) pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).

Tendo por base dados obtidos pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNADC) e do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), o estudo identifica um comportamento distinto da ocupação, dependendo da idade do trabalhador e de seu grau de instrução. De acordo com o Ipea, o recuo da taxa de desocupação ocorre “de modo disseminado em todas as categorias, sendo mais significativo nas regiões Norte e Centro-Oeste e no grupo de trabalhadores com idade entre 25 e 39 anos, com ensino médio incompleto e não residente nas regiões metropolitanas”.

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Na comparação com os números obtidos em 2017, os estados que registraram aumento da desocupação foram Piauí, Sergipe, Maranhão, Pernambuco e Rio de Janeiro. Já os estados que apresentaram queda mais acentuada no índice de desemprego foram Amazonas, Tocantins, Goiás e Mato Grosso do Sul.

Idoso

A população ocupada com idade superior a 60 anos aumentou em 8%, percentual bem acima ao do registrado na população de trabalhadores com idade entre 25 e 39 anos, que aumentou 0,9% no primeiro trimestre de 2018, na comparação com o mesmo período de 2017. Entre os com ensino médio incompleto, a ocupação aumentou 10%. Já entre os com ensino fundamental, a ocupação recuou 9%.

Na avaliação do Ipea, o crescimento dos mais idosos na força de trabalho tem ocorrido pelo fato de a parcela de idosos que decidem deixar a força de trabalho e ir para a inatividade vem recuando, e não devido ao aumento do número desses trabalhadores que estão saindo da inatividade e retornando ao mercado de trabalho.

Alguns fatores são citados pelos pesquisadores como relevantes para explicar a permanência dos mais velhos no mercado de trabalho. Um deles está relacionado à busca por um aumento na renda. O outro fator está relacionado ao aumento de expectativa de vida do brasileiro.

Desemprego

Citando números divulgados pelo PNADC, o estudo mostra que em abril o desemprego voltou a cair, após ter apresentado aumento no primeiro trimestre de 2018, na comparação com o último trimestre de 2017. Se comparado aos números de abril do ano passado, o recuo do desemprego ficou em 0,7 ponto percentual (p.p.). A construção civil apresentou saldos mensais positivos mas, no acumulado de 12 meses, o setor continua apresentando “destruição de empregos”, segundo o Ipea.

“Em maio de 2018, esse setor abriu mais de 3 mil vagas com certeira assinada, apresentando um resultado bem superior ao observado no mesmo mês de 2017”. O setor que apresentou maior dinamismo foi o de serviços, com um saldo positivo líquido próximo a 190 mil novos postos de trabalho nos 12 meses até maio.

Autora da pesquisa, Maria Andréia Lameiras avalia que apesar de o mercado ter apresentado sinais de melhora nos últimos trimestres, dados recentes apontam uma estabilidade que “coloca em dúvida o ritmo da recuperação”. Devido à desaceleração do crescimento da população ocupara, a taxa de desocupação vem se mantendo em torno de 12,5%. “Viemos de um período de retração muito grande. Nossa recuperação apresenta bases ainda frágeis, com muita informalidade, o que traz alta volatilidade para o setor, tanto em termos de ocupação, quanto de rendimento”, explicoua pesquisadora do Ipea por meio de nota.

No primeiro trimestre de 2018, o grupo instituído pelos chamados desalentados – pessoas que não procuram emprego por não acreditarem na possibilidade de conseguir uma vaga – voltou a avançar “de forma mais significativa, correspondendo a quase 3% do total da população em idade ativa”. De acordo com o Ipea, o aumento desse grupo “ocorreu por conta da migração de trabalhadores que até então estavam ocupados, mas ao perderem seus postos de trabalho transitaram diretamente para o desalento, ao invés de permanecerem na desocupação”, não estando, portanto, relacionado a pessoas que estavam sem emprego e desistiram de procurar emprego.

Lutar por um ideal, principalmente, quando de trata de política, nunca foi e não será fácil. Uma classe dominada por grupos que se perpassam no poder no Brasil, os obstáculos se tornam ainda maiores para quem pretende chegar lá. Em Pernambuco, na eleição de 2018, cinco mulheres decidiram enfrentar essas dificuldades e se uniram na tentativa de propor um projeto polêmico, mas inovador e que faz sentido: conquistar um mandato coletivo na Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe) pelo PSOL. 

A advogada trans Robeyoncé Lima, 29 anos; a ambulante Jô Cavalcanti, 36 anos; a produtora audiovisual Carol Vergolino, 39 anos; a estudante de Letras Joelma Carla, 20 anos; e a professora Kátia Cunha, 43 anos, possuem perfis bem diferentes, mas um mesmo propósito e ousaram no estado ao lançarem o projeto JUNTAS e, em pouco tempo, elas vêm ganhando cada vez mais espaço e reconhecimento. O grupo recebeu a equipe do LeiaJá onde, entusiasmadas, falaram sobre como funcionará o mandato coletivo, caso cheguem lá, objetivos, planos e, acima de tudo, o desejo que garantem ter de contribuirem com a melhoria da qualidade de vida dos pernambucanos por meio da política. 

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Como a urna não permite um registro único no qual apareça a foto das cinco, apenas uma teve que ser escolhida para representar todas nas urnas em outubro. Após análise e acordo entre elas, a escolhida foi Jô Cavalcanti. Será a foto dela que estará no dia da eleição, mas o compromisso firmado foi o seguinte: caso vençam a disputa eleitoral, qualquer decisão será realizada somente com o aval de todas, ou seja, um mandato coletivo. 

As candidatas a codeputadas lamentam o fato de que, em pleno 2018, o sistema eleitoral exija uma candidatura individual. “A gente sabe que, infelizmente, nosso sistema eleitoral exige uma candidatura personalíssima, então essa foi a forma que a gente encontrou de trazer essa proposta. Estamos unidas, não estamos separadas uma da outra, não são votos diferentes, não são candidaturas diferentes, a gente foca muito nisso para os eleitores porque vamos juntas. Nessa ideia de coletividade, de junção, a gente foca para que as pessoas não tenham dúvidas de que a foto de Jô representa a Juntas”, enfatizou Robeyoncé.  

A dúvida que fica para muitos é se isso é permitido por lei. Robeyoncé explica que na legislação não existe nada explícito em relação a isso. “Quando não há nada explícito ou proibindo, a gente entende que pode. Até então, só é proibido o que a lei diz explicitamente. Em Alto Paraíso, em Goiás, há um vereador que trabalha em um projeto coletivo, em Minas Gerais também. Caso haja obstáculos jurídicos, caso o tribunal venha a implicar de alguma forma, a gente pode apresentar esse casos onde não há nenhum empecilho legal”, ressaltou a advogada. 

Um dos principais objetivos do grupo é tema preocupante e já bastante discutido na sociedade: a inserção das mulheres na política. Segundo a Juntas, as mulheres são 52% da população brasileira e só ocupam 10% das cadeiras legislativas, atrás da Arábia Saudita, Iraque e da Síria. Na Alepe, mais especificamente, apenas seis deputadas ocupam a tribuna com 43 deputados.

As ativistas acreditam que só ocupando esses espaços políticos e institucionais de decisão é que vão conseguir transformar a sociedade a partir do olhar da mulher. O mandato também irá visar a luta pelos direitos das classes minoritárias como o movimento LGBT, negros, sem-teto e outros segmentos menos favorecidos na sociedade. 

O recado final deixado é o de esperança em uma renovação política. A Juntas ressaltam que acreditam em algo novo diante de “uma política velha fadada ao fracasso”. Também se mostram otimistas por ver o ânimo das pessoas e garantem que a vitória já foi conquistada independente do resultado de outubro porque afirmam que, de alguma forma, mostraram a possibilidade de algo diferente. Acham que, do modo delas, uma revolução foi feita. 

Elas ainda pediram a todos que torcem, para o mandato coletivo chegar na Alepe e mudar a atual estrutura vigente, façam uma reflexão no sentido de que cada um esteja consciente de seu protagonismo político dentro da sociedade. “Sim, é possível mudar, sim, é possível mudar”, reiteraram no final da entrevista em um grito coletivo. 

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Conheça as componentes do Juntas

Jô Cavalcanti, ambulante – Trabalhadora do comércio informal por escolha própria há seis anos. A decisão foi tomada por não achar justo o sistema patronal. Hoje, está na frente da luta dos ambulantes e também é integrante do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST). Acredita que as pessoas que compõem os dois segmentos são criminalizadas e que a pauta do trabalho e da moradia não é respeitada. Morou na comunidade dos Coelhos, na área central do Recife, e contou que viu de perto o que é morar na beira da maré.  Jô luta por representatividade. “Porque não tem ninguém que fale pelo comerciante informal e lá dentro [Alepe] não tem ninguém que veja a pauta da moradia como uma pauta humana. É tanta gente sem casa e tanta casa sem gente e, por isso que eu venho nesse projeto coletivo, horizontal porque eu acredito que um sonho só a gente não consegue nada, mas um sonho coletivo a gente pode conseguir muita coisa”.

Kátia Cunha, professora – Defensora da luta da classe dos professores, em 2017,  ela teve uma votação expressiva quando pleiteou o comando do Sindicato dos Profissionais de Educação em Pernambuco ao entender que o espaço precisava ser oxigenada por ter, há 27 anos, a mesma força política. Kátia também preside o diretório municipal do PSOL de Igarassu, no litoral norte do estado. Ela afirmou que a Juntas é formada por mulheres determinadas e com muita vontade de fazer a política realmente fazer dentro do estado de Pernambuco. “Resolvi emprestar meu corpo, meu nome, minha cara para bater”, ressaltou.

Robeyoncé Lima, advogada – Nascida e criada na periferia do Recife, na comunidade do Alto da Santa Terezinha, ela é a primeira advogada trans em Pernambuco. Apaixonada por dança e técnica administrativa na Universidade Federal de Pernambuco, sua militância iniciou no movimento estudantil. Também é componente das comissões de Direito da Família e de Diversidade Sexual e de Gênero. Robe, como é mais conhecida, acredita em um mundo mais justo. “Quando eu me formo e me torno a primeira advogada trans em Pernambuco, eu trago essa militância para fora da faculdade. A gente tenta participar nesse sentido para fazer um mundo mais justo de alguma forma. Estou nessa questão da política por ter consciência do ser político que a gente é, da capacidade de renovar e inovar a política”. 

Carol Vergolino, produtora audiovisual – Acredita que o cinema e a TV são “arma de luta” em prol da sociedade. É integrante do movimento Partida, que tem como foco a inserção de mais mulheres no poder público. Carol também luta por muitos direitos. “A gente acredita que a retomada da democracia tem que ser a partir do feminismo. Quando a mulher puder andar na rua sem medo, puder deixar na creche, quando ela parar de chorar pelos filhos mortos, o mundo vai ser melhor não só para as mulheres, mas para todo mundo”.

Joelma Carla, estudante de Letras – Se candidatou ao cargo de vereadora do município de Surubim, aos 18 anos, por acreditar que faltava representatividade na Casa. Estudante de Letras, na Universidade Federal Rural de Pernambuco, e aluna de um curso técnico de biblioteconomia, ela acredita que esse é o espaço que a juventude tem que estar. “Temos que ocupar todos os espaços necessários e construir essa política pública da juventude e estamos aqui para isso: uma construção juntas”.  


A Estação Brás da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) recebe a exposição “Sobreviver – O que acontece depois do estupro” que retrata a vida da mulher após ser vítima de violência sexual.

A mostra fotográfica reúne 16 painéis do coletivo feminista Capitu, com o objetivo de expor as emoções das vítimas e a diversidade de sentimentos e pensamentos que surgem depois do trauma da agressão.

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As imagens ficarão disponíveis para a visita do público até o dia 12 de junho no Espaço Cultural da estação.

Serviço:

Exposição “Sobre(viver) – O que acontece depois do estupro”

Data: Até 12 de junho

Local: Estação Brás (10-Turquesa, 11-Coral, 12-Safira)

Grátis para usuários da CPTM.

 

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O júri popular de Gildo da Silva Xavier, 35 anos, acusado de agredir, dopar, estuprar e assassinar a enteada Maria Alice Seabra, será formado por sete mulheres. A escolha aconteceu após um sorteio entre 16 jurados presentes nesta terça-feira (22) na Câmara de Vereadores de Itapissuma, na Região Metropolitana do Recife. 

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O crime aconteceu em julho de 2015. Gildo responde por homicídio qualificado - por motivação torpe, uso de asfixia e meio cruel-; sequestro e cárcere privado; destruição, subtração e ocultação de cadáver; e estupro. O júri será presidido pela juíza Fernanda Vieira Medeiros.

Após a oitiva das testemunhas, será interrogado o réu. Em seguida, haverá o debate entre o promotor e a defesa. Cada um tem até 1h30 para expor seus argumentos. Depois, poderá haver a réplica para o promotor, que dura até 1h, e a tréplica para a defesa, com a mesma duração. Após isso, haverá o julgamento pelo conselho de sentença formado pelas sete mulheres sorteadas. A pena máxima prevista é de 48 anos de reclusão.

TESTEMUNHAS

Dez testemunhas do Ministério Público de Pernambuco (MPPE) foram selecionadas para o julgamento. Dessas, até cinco poderão ser ouvidas pelo júri. O réu não tem nenhuma testemunha de defesa.

Uma das testemunhas do MPPE para o julgamento de Gildo Xavier é a delegada Gleide Ângelo, que investigou o caso. “O meu depoimento vai trazer a verdade. Porque eu comecei desde o desaparecimento e a gente que encontrou o corpo. A gente tem toda a cronologia do crime e está tudo provado. Eu tenho tudo gravado, ele narrando tudo”, afirmou a delegada.

Ao chegar à Câmara de Vereadores de Itapissuma na manhã desta terça-feira, Gleide Ângelo afirmou que esse foi um dos casos mais cruéis investigados por ela. “O que mais me chamou atenção foi a maldade dele. Eu passei três dias nos canaviais procurando. Então, eu senti junto com a mãe dela, toda a dor de procurar e acreditar que Alice poderia estar com vida. O que me impressionou foi a frieza e a forma que ele justificou toda a barbárie que ele fez”, explicou.

Gildo da Silva Xavier convivia com Alice Seabra desde quando a garota tinha 4 anos de idade. “Ele tinha um desejo sexual, e para ter esse desejo ele fez qualquer coisa, inclusive matar. Não interessa se eu [Gildo] criei ela a partir dos quatro anos, não interessa se eu [Gildo] criei como pai por 15 anos, mas o meu [Gildo] desejo é maior do que tudo”, detalhou a delegada Gleide Ângelo.

“Ele é mau, cruel, frio. É uma pessoa que não teve nenhum sentimento de pai, nem pela mãe [de Alice]. A vítima não foi só Alice, foi a família toda de Alice. Porque todo mundo acreditava e confiava nele”, desabafou. 

A delegada Gleide Ângelo, a mãe de Maria Alice Seabra, Maria José Seabra, e a irmã, Maria Angélica Seabra, foram as selecionadas entre as dez testemunhas para serem ouvidas pelo júri. “Foi tudo premeditado. Ele tinha intenção desde o começo de matar da forma que matou e ele vai ter que pagar por tudo que ele fez dentro da lei. A minha esperança hoje é que seja feita a justiça. A gente sabe que essa dor nunca vai ser reparada, Alice não volta. Mas pelo menos é uma resposta”, finalizou a delegada Gleide Ângelo.

DEFESA

Gildo Xavier tinha um advogado de defesa, que se afastou do processo. Após isso, o defensor público Jânio Bianco foi designado a defender o acusado. Segundo Bianco, a linha de defesa é a de tentar retirar as qualificações do crime.

“Sabemos que ele confessou que matou, mas vamos seguir uma linha técnica para provar que não ouve sequestro, porque realmente o sequestro não está caracterizado, o estupro também não está caracterizado. Existem perícias que foram feitas que concluem que não houve estupro”, explicou o defensor.

Ainda segundo Bianco, o uso de rupinol também não foi comprovado pela perícia. “Também não houve ocultação de cadáver”, acrescentou.

DEPOIMENTO

Durante o depoimento, Gildo Xavier acusou a delegada Gleide Ângelo de mudar a cena do crime. O acusado também afirmou que foi agredido pelos policiais e que, após a prisão, não foi examinado pelos peritos. 

Gildo também negou ter estuprado e matado Maria Alice Seabra, e disse que “apenas deu três murros" nela.

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Será realizado neste sábado (19) o primeiro Encontro Caldeirão das Deusas no Centro de Cultura Freire, em Olinda. 

O encontro promove saúde da mulher por meio de terapias no CCLF, e terão seminários, vivências e um show da cantora Joanah Flor. Mulheres terapeutas de três Estados do Nordeste - Pernambuco, Ceará e Paraíba - comandarão a programação. 

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O nome do evento “Caldeirão das Deusas”, que tem inspiração no modelo da visão do psicanalista Carl Gustav Jung, surgiu nas vivências anteriores e decidiram promover atividades em melhoria à saúde física e mental das mulheres por meio de terapias integrativas. Neste sentido, tendo base na Organização Pan-americana a Saúde (OPAS), vinculada à Organização Mundial da Saúde (OMS), as atividades abrangem diferentes áreas de conhecimento.

A finalização do evento será com a cantora Joanah Flor que recentemente lançou o single “Deixa ela”, dedicada as mulheres, dentre elas a vereadora carioca Marielle Franco. O público-alvo serão mulheres e meninas. No entanto, também serão bem-vindos homens e meninos que tenham interesse no assunto.

Serviço

Obs: os ingressos podem ser retirados até às 20h desta sexta (18) no site Caldeiradão das Deusas e é preciso chegar às 8h30 no dia do evento para pegar a pulseira do evento 

Centro de Cultura Luiz Freire. Rua: 27 de Janeiro – 181 – Varadouro – Olinda

9h às 20h

Por Dayvson Barros

Anitta realmente não pára. Depois de lançar a música Ao Vivo e a Cores com a dupla Matheus e Kauan e revelar uma nova parceria com Silva, lá fora a cantora continua divulgando seus singles cantados em espanhol. Em sua visita ao México para promover Indecente, ela conversou com o canal de música RMS e falou sobre feminismo e o momento latino da música pop.

Depois de cantar com nomes como Maluma e J Balvin, ela confessou que tem vontade de fazer um dueto com Luis Miguel. A estrela também aproveitou o momento para falar mais uma vez sobre as desigualdades entre artistas mulheres e homens na música, mas é otimista quando o assunto é o futuro das cantoras femininas no mercado latino:

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- Na cena musical é verdade, há mais homens, mas isso já está mudando e temos Becky G, Sofia Reyes, Kartol G, há muitas meninas que começaram e eu acho que é um bom momento para a música latina, onde as garotas cantam e enfrentam os palcos com coragem.

Ela também defendeu o conteúdo mais sensual de suas canções:

- Eu canto sobre sensualidade, porque vejo que as mulheres precisam se unir e falar sobre muitos assuntos sem medo. Quero dizer para elas se livrarem desses tabus e falar e fazer o que quiserem.

Anitta ainda relembrou a polêmica quando lançou o clipe Vai Malandra, em que aparecia sem retoques no bumbum:

- Não tenho medo, e faço isso para provocar o pensamento, eu faço isso para além de uma diversão e sim para que as pessoas olhem e tenham algo para discutir. E ao fazer o vídeo, sim, eu apareci com minha celulite e pensaram que não eram minhas pernas, mas são. - disse a cantora, que confessou ter feito cirurgias no nariz e no rosto, mas brincou porque não fez nenhum tratamento estético para as celulites:

- Porque requer dietas e eu adoro comer!

Antes da atriz americana Meghan Markle, com quem subirá ao altar em 19 de maio, houve outras mulheres na vida do príncipe Harry da Inglaterra.

O primeiro amor: Chelsy Davy

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Harry conheceu Chelsy Davy, filha de um operador de safáris milionário, nascida no Zimbábue, durante uma viagem à África do Sul em 2004. Davy estudou na Cidade do Cabo antes de cursar uma pós-graduação em Direito na cidade inglesa de Leeds.

Loira, divertida e sociável, parecia aproveitar as festas tanto quanto o jovem príncipe, para felicidade da imprensa sensacionalista, que não lhes dava espaço, algo que ela, segundo admitiu depois, achou "difícil".

Romperam a relação e voltaram em várias ocasiões durante sete anos e ela chegou a comparecer a grandes atos reais, como o casamento do irmão mais velho de Harry, o príncipe William, com Kate Middleton, em 2011, gerando especulações que nunca viraram realidade.

Naquele ano terminaram definitivamente, embora tenham continuado amigos e, ao que parece, foi convidada ao casamento de seu ex.

Davy trabalhou em um importante escritório de advogados antes de criar sua empresa de joalheria.

Natalie Pinkham, velha amiga

A apresentadora esportiva que é oito anos mais velha que Harry, agora ele tem 33, chamou a atenção do público quando o jornal The Sun divulgou uma foto na qual o príncipe agarrava seu seio e lhe dava um beijo.

A imagem foi feita em uma festa em 2003, mas foi revelada três anos depois.

Os dois são amigos, mas existem boatos, nunca confirmados, de que tiveram uma breve aventura.

Florence Brudenell-Bruce, amor de verão

Acredita-se que Harry tenha tido uma relação com a aristocrata Florence Brudenell-Bruce - "Flee" para seus amigos - após romper com Davy.

Esta ex-namorada do piloto de Fórmula 1 Jenson Button, modelo de passarela e lingerie, também acabava de viver um rompimento com o bilionário Henry St George, com quem acabou se casando.

Cressida Bonas, quase noiva

Harry ficou por quase dois anos com a bailarina e atriz Cressida Bonas, mas a relação acabou porque ela não lidava bem com a atenção do público.

Dizem que ela foi apresentada à prima de Harry, a princesa Eugenie, e foram vistos juntos pela primeira vez em julho de 2012.

Sua mãe é Lady Mary-Gaye Curzon, uma figura popular na cena social londrina dos anos 1960.

Houve especulações de casamento quando os dois foram juntos a um noivado oficial, mas romperam pouco depois.

Ela nunca quis falar publicamente da relação, alegando que queria se concentrar na carreira. Acredita-se que também tenha sido convidada ao casamento de seu ex.

O sambista Martinho da Vila concorda que a música Mulheres, um de seus maiores sucessos, pode representar o discurso de um homem gay. Após a youtuber Jout Jout chegar a esta conclusão em uma análise da letra do samba, o cantor falou, em entrevista, que esta interpretação pode estar totalmente correta.

Em um vídeo publicado em seu canal no YouTube, Jout Jout fez uma análise de Mulheres e chegou à seguinte conclusão: "Não é que ele não procurou em muitas mulheres a felicidade, ele procurou em todas, mas não encontrou. Ou seja, ele se apaixonou por um humano, por um homem. ele tentou com mulheres, mas não conseguiu e encontrou nesse cara a felicidade. Note que não é a lua, é o sol".

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A interpretação da youtuber chegou ao conhecimento de Martinho, intérprete da canção, e ele prontamente concordou com ela. Em entrevista ao Jornal Extra, o sambista revelou que esta teoria já havia sido cogitada à época do lançamento da música, em 1995, e revelou que agora, tem voltado a ouvir sobre isso, inclusive de casais homossexuais que disseram ter escolhido Mulheres para o seu casamento. "A poesia é para ser interpretada. É como um quadro de arte: cada um vê de um jeito. Acho bem legal essa nova leitura. Não pensei nessa interpretação quando gravei a música, mas acho bem bacana".

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A Polícia Civil divulgou nesta sexta-feira (11) o retrato falado dos suspeitos de estuprar duas mulheres após invadirem o apartamento em que elas estavam em Vitória de Santo Antão, na Zona da Mata Sul do Estado. O crime aconteceu no dia 11 de abril no bairro da Matriz, no centro do município. 

A polícia pede que a população ajude para que os criminosos possam ser identificados e presos. Quem tiver qualquer informação deve ligar para o Disque Denuncia, através do telefone (81) 3421 9595. Não é preciso se identificar.

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Segundo a delegada da Mulher de Vitória de Santo Antão, Bruna Falcão, o crime foi premeditado.  "A gente acredita pela dinâmica que a gente desenhou, com câmeras de segurança e com depoimentos de testemunhas, que os dois criminosos se dirigiram ao prédio com a intenção de entrar naquele apartamento específico", detalhou. A delegada informou, ainda, que os equipamentos que os criminosos usavam tinham o tamanho suficiente para chegar ao segundo andar, onde estavam as estudantes.

"A janela tinha sido forçada cerca de três semanas antes da execução do crime. Então, a gente acredita que os dois criminosos já tinham premeditado a ação e já tinham preparado a entrada no apartamento por meio dessa janela", afirmou a delegada.

A Polícia Civil informou, também, que há a possibilidade dos criminosos serem conhecidos da vítima. "Não descartamos nenhuma hipótese. Os suspeitos tinham informações sobre as rotinas das vítimas e sobre quem elas eram", explicou a delegada Bruna Falcão.  

O Departamento Geral de Trânsito da Arábia Saudita determinou nesta terça-feira (8) que as mulheres poderão dirigir no país a partir do dia 24 de junho deste ano.

"Todos os requisitos foram estabelecidos para que as mulheres, possam começar a dirigir no Reino", disse Mohammed Al-Basami, diretor da agência, vinculada ao ministério do Interior.

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Segundo Al- Basami, o decreto real entrará em vigor no dia 24 de junho e autoriza as mulheres com idade a partir de 18 anos a passarem por testes para obter a carteira de motorista.

A iniciativa a favor da classe feminina foi emitida em setembro de 2017, como parte de uma política. Desde então, várias escolas de condução foram abertas em cinco cidades da Arábia Saudita.

Na Arábia Saudita, a restrição de liberdade às mulheres é grande. O país é comandado por uma vertente ultraconservadora do Islã. Contudo, medidas recentes propostas pelo príncipe herdeiro Mohammad bin Salman visam a estabelecer reformas sociais e econômicas na região. 

O Dia Mundial do Câncer de Ovário é 8 de maio. Criada em 2013, a data é difundida por uma ONG sem fins lucrativos chamada Coalizão Mundial de Câncer de Ovário, que tem a parceria de mais de 130 organizações ligadas a essa doença. Em 2017, mais de 400 mil pessoas, em quase 50 países, receberam informações que podem salvar a vida de milhares de mulheres.

O câncer de ovário é o sétimo câncer mais comum e a oitava causa de morte por câncer em mulheres no mundo. Anualmente, 230 mil novos casos são diagnosticados. No Brasil, o Instituto Nacional do Câncer (INCA) estima a ocorrência de 6.150 casos novos em 2018. Dos 270 casos esperados para a região Norte, 110 serão no Pará – 60 em Belém.

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Embora o câncer de ovário não tenha uma incidência tão alta quanto o de mama e o de colo de útero, por exemplo, entre os chamados cânceres ginecológicos é o mais letal. São 150 mil mortes por ano. O fato de o câncer de ovário não estar entre os mais frequentes faz com que ele seja negligenciado e subfinanciado - no entanto, todas as mulheres correm o risco de desenvolver essa doença.

“O problema é que, ao contrário de outros tumores, que podem ser rastreados, o câncer de ovário é uma doença silenciosa. A mamografia anual é indicada para as mulheres, a partir dos 40 anos, para detectar precocemente o câncer de mama. O Papanicolau, que é um exame simples e barato, é indicado para todas as mulheres, também anualmente, a partir do início da atividade sexual. Para o câncer de ovário não há indicação de exames de rastreamento”, lamenta a médica oncologista Paula Sampaio.

Se uma mulher experimenta um ou mais dos seguintes sintomas freqüentemente, é importante que ela os discuta com seu médico: 

Aumento do tamanho abdominal / inchaço persistente (não inchaço que vem e vai)

Dificuldade em comer / sentir-se cheia rapidamente

Dor abdominal ou pélvica

Necessitando de urinar com mais urgência ou mais frequência

 Embora esses sintomas sejam frequentemente associados a condições mais comuns e menos graves, é melhor examiná-los. A falta de conhecimento sobre essa doença e seus sintomas faz com que cerca de 3/4 dos cânceres de ovário estejam em estágio avançado no momento do diagnóstico. Foi o caso da cabelereira Ana Lúcia Magalhães, de 44 anos. Ela não dava muita importância para os sintomas que tinha: inchaço do abdômen e pelve, perda de apetite, cansaço constante. Foram meses acreditando que o mal-estar era relacionado ao excesso de trabalho, até precisar de atendimento médico.

Em setembro de 2015, Ana Lúcia passou uma semana internada. Os exames confirmaram a existência de tumores no ovário direito e no estômago e havia indicação cirúrgica. Foi necessário fazer uma histerectomia total, com retirada de útero, ovários e trompas, seguida de quimioterapia.

Mesmo assim, a doença voltou nove meses depois. Na recidiva, foram afetados o fígado e o peritônio. “A metástase me fez descobrir que tenho uma mutação genética com mais de 95% de chances de ter esse tipo de câncer. Faço quimioterapia via oral sem prazo para concluir o tratamento. Minha vida agora é manter o controle do câncer”, conta Ana Lúcia. “A gente nunca imagina ter uma doença como essa, e sabe pouco a respeito. Mas não adianta ter arrependimento, precisamos aproveitar a lição e fazer diferente, cuidar da saúde e não se deixar entregar, porque o câncer se alimenta disso também”, conclui.

Prevenção primária - A médica Paula Sampaio orienta sobre prevenção. “Um maior número de ciclos ovulatórios aumenta o risco de câncer de ovário e, inversamente, um número menor de ciclos (por exemplo, durante a gravidez e a amamentação) reduz o risco. A pílula anticoncepcional pode reduzir quase pela metade o risco de câncer de ovário, se tomada por cinco anos ou mais.”

Prevenção secundária – “Quando o câncer de ovário é detectado em um estágio inicial - quando a doença permanece confinada no ovário - até 90% das mulheres são propensas a sobreviver por mais de cinco anos. Isso se compara a 17% sobrevivendo cinco ou mais anos quando o câncer se espalhou para outras partes do corpo. Uma mulher que tenha sintomas sugestivos de câncer de ovário deve ser encaminhada diretamente a um especialista para obter um diagnóstico preciso”, finaliza a médica.

Por Dina Santos, especialmente para o LeiaJá Pará.

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O Tribunal Penal Central de Bagdá, no Iraque, condenou à prisão perpétua oito mulheres estrangeiras por se filiarem ao grupo terrorista Estado Islâmico. O anúncio  foi realizado pelo Conselho Supremo de Justiça Iraquiana.

Três das mulheres são da Turquia, outras três do Azerbaijão, uma do Uzbequistão e outra da Síria. Todas serão deportadas após cumprir a condenação que no país iraquiano corresponde a um período de 20 anos.

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 Em dezembro de 2017, o primeiro ministro Haidar Al Abadi anunciou o fim da guerra contra o grupo terrorista no país, que durou três anos depois que eles conquistaram quase a metade do território iraquiano. Centenas de membros do grupo ou suspeitos de colaborar com a organização foram presos, dos quais muitos foram condenados à prisão perpétua ou a pena de morte.

A moda tem sido usada como meio de comunicação, demonstração de poder, questionamento e quebra de limites e limitações desde que o ser humano começou a cobrir o corpo com vestimentas. Os assuntos que fazem parte da agenda da sociedade também pautam a moda. Não é novidade ver o feminismo como mote para as passarelas e, sobretudo, para as ruas.

O tema vem sendo trabalhado por estilistas há um bom tempo e, recentemente, parece ter ganho maior vulto sobrepondo o ‘simples’ ato de vestir-se. A busca pelo empoderamento vem modificando o que as mulheres vestem e, para algumas, esta é uma maneira de tornar o feminismo mais inteligível para muita gente.

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No início do século 20, Coco Chanel revolucionou a moda colocando no guarda roupa das mulheres calças - até então exclusividade para homens - e bolsas a tiracolo, para que as mãos delas ficassem livres. Muito além disso, Chanel criou sua própria marca, inaugurou lojas e trouxe ao estilo de se vestir uma atitude de independência e altivez.

Décadas mais tarde, em 2016, a recém-contratada diretora criativa da Dior, Maria Grazia Chiuri - a primeira mulher a ocupar a posição -, surpreendeu ao levar para a passarela, na Semana de Moda de Paris, uma camisa branca com a frase "We should all be feminists" (Todos devemos ser feministas).

Um caminho sem volta 

No ano seguinte, Chiuri voltou ao tema, no mesmo evento, com uma coleção inspirada nas cores da artista feminista Saint Phalle; já em 2018, a estilista relembrou as manifestações feministas da década de 1960, nas passarelas. O designer Prabal Gurung também lançou mão das frases de efeito, na Semana de Moda de Nova York (2017), e desfilou camisetas estampadas com as máximas: “O futuro é feminino” e “É assim que uma feminista parece”, inspiradas na Marcha das Mulheres contra Trump, realizada naquele ano.

Também inspirada nas mulheres que marcharam contra o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que a designer Karina Gallon, de Curitiba, criou uma camiseta para ir para a Marcha das Mulheres, em sua cidade, no dia 8 de março de 2017. Da motivação pessoal da paranaense surgiu a Peita, uma marca que, segundo ela, expressa valores e que serve como gatilho para a discussão de certos temas. "Peita é fazer camisetas que sejam ferramentas de enfrentamento e expressão para peitar a sociedade no cotidiano", explica.

As frases 'Lute como uma garota', 'Depois do não tudo é assédio', 'Meu corpo é político' e 'Mulher, solta a tua voz', estão estampadas não só em camisetas, mas em bolsas e até bodies para bebês. "Vendemos roupas que todos possam usar, com frases em português, que todo alfabetizado possa ler e com letras grandes para que as pessoas leiam a mensagem de longe. Nossas peças são camisetas normais, em cores neutras, justamente para não ter gênero, onde a frase é a 'diva do rolê', o protagonismo na peça é todo dela."

Mas, apesar da estética simples, as peças são carregadas de significados que acabam sendo usados nos mais diversos contextos: "Nosso discurso não é vazio, a mulher e o empoderamento feminino são sempre a frente das nossas criações e nossas ações. As nossas camisetas falam tanto com ativista, como com simpatizantes e com quem não faz ideia do que é o feminismo, mas que de alguma forma concorda com o que tá ali. É a nossa luta diária e não é de hoje."

A resposta desta "luta" Karina tem recebido através das pessoas que usam as camisetas. "O maravilhoso disso tudo é pensar alguns cenários para as frases e depois, no feedback das pessoas, ver elas representando e significando em um contexto que eu não havia pensado ou que jamais pensaria. Aliada às experiências de quem veste a peita, a frase ganha força, ganha vida e o movimento ganha espaço", reflete.

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Esse retorno também é sentido pela estilista Thaissa Becho, do Rio de Janeiro. Ela faz moda praia em lycra, com o colorido néon e os cortes super cavados da década de 1980, e é para
todas as mulheres. "Desde a minha primeira coleção, em outubro de 2016, foi muito importante a troca das pessoas em relação ao meu material, muita gente agradeceu, muitas mulheres vieram me dizer o quanto se sentiram representadas e felizes vendo pessoas diferentes naquelas fotos". As fotos a que Thaissa se refere são as de seu portfólio, que traz mulheres com os mais diversos tipos de corpos, cor de pele, pêlos ou a ausência deles, tudo de modo a mostrar que qualquer uma pode caber naquelas peças. 

A ideia para este trabalho surgiu depois de Thaissa atuar por cerca de seis anos em uma indústria de moda repleta de padrões: "Me incomodava ter só mulheres altas, brancas e loiras no material gráfico da empresa e na conversa. Pensei em abrir esse leque de muitas possibilidades que temos na vida e fazer todas as pessoas se sentirem um pouco representadas em cima daquela estética", explica.

E a estilista queria mais que representação: "Eu queria que mulheres de todos os corpos pudessem ser abraçadas pela minha comunicação, pelo meu produto. Isso sempre fez parte do meu discurso, faz parte de quem eu sou". Dois anos após a estreia de sua marca homônima, Thaissa comemora o sucesso através da satisfação de quem usa suas peças: "Tenho uma troca muito visceral com os meus clientes, as maravilhosas que vestem minhas peças, todo mundo que veste de modo geral se sente ótimo com as cavas, se sente ótimo de ver que é possível aquilo ficar muito lindo no seu corpo".

Também embasadas no empoderamento e no feminismo estão as criações da Ada, marca de Porto Alegre. "O feminismo é objeto de estudo de uma das sócias desde 2010. Desde então o fato da indústria da moda se utilizar da fragilidade feminina para lucrar era algo que lhe trazia desconforto, o que acabou por gerar uma vontade de fazer diferente", explica Melina Amaro Knolow, uma das responsáveis pela marca que está no mercado desde 2016.

Para dar luz à luta das mulheres, geralmente negligenciadas pela história, e inspirar quem "lê" as roupas, a ADA batiza suas peças com nomes de figuras femininas - o próprio nome da marca homenageia a inventora do primeiro algoritmo a ser processado por uma máquina, Ada Augusta Byron King. Além disso, a empresa emprega diretamente apenas mulheres: "Acreditamos que pequenas ações podem desencadear grandes movimentos", diz Melina.

“Feminismo não é moda”

Muito embora o diálogo entre o feminismo e o que se veste, esteja cada vez mais fluente, as estilistas ouvidas pelo LeiaJá concordam que esta continua sendo uma causa, não uma tendência. "Moda simboliza um monte de padrão, 'o que está na moda', 'o que não está na moda'. É uma palavra que já feriu bastante gente, então prefiro dizer que minha marca é de vestuário. Ela reflete o que eu sou: eu sou feminista, quero uma vida mais inclusiva para todas as mulheres, que elas se sintam cada vez mais confortáveis. Acredito nisso. para mim, moda feminista não existe", diz Thaíssa.

A criadora da Peita, Karina, endossa: "Esse é um termo capitalista que trata toda a opressão que milhares de mulheres sofreram durante toda a história como moda passageira, só uma fase. O capitalismo é uma ferramenta do patriarcado para manipular. Nesse caso, tenta reduzir as mulheres a roupas e acessórios. Eles monetizam o movimento e o tratam como algo passageiro e fashion". Melina, da ADA, reforça o coro: "Não acreditamos que uma roupa pode empoderar as mulheres. O feminismo é um dos pilares da marca porque acreditamos na libertação das tendências da moda."

*Fotos: Reprodução/Facebook

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Após duas estudantes serem estupradas, moradoras de Vitória de Santo Antão, na Zona da Mata de Pernambuco, realizam um protesto na tarde desta terça-feira (17). A concentração do ato está marcada para às 16h na Praça do Anjo (Livramento), com saída prevista às 17h30 pelas ruas dos bairros, com encerramento na Praça da Matriz.

O ato promovido pelo Coletivo Feminista Celeste (CFC) cobra providências sobre o caso ocorrido na última quarta-feira (11). Duas jovens, uma de 20 anos e outra de 21, foram estupradas após dois bandidos invadirem o apartamento onde elas residem.

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Os suspeitos, além de praticarem a violência sexual contra as universitárias, ainda roubaram os pertences de duas amigas que estavam na casa e aparelhos eletrônicos como computadores e televisão.

De acordo com Claudia Oliveira, professora e uma das organizadoras da manifestação, o ato é um movimento social de comoção e de luta contra o machismo, e tem como base chamar a atenção dos governantes, já que - segundo ela - Vitória é uma das cidades mais violentas no estado de Pernambuco.

“Como ativista e feminista, tenho a obrigação de alimentar a ideia da justiça, indo para as ruas e defendendo a classe feminina, porque nós mulheres vivemos o tempo todo correndo perigo”, ressaltou Claudia.

O caso que assustou os moradores da localidade está sendo investigado pela titular da delegacia da mulher de Vitória de Santo Antão, delegada Bruna Falcão. Até o momento, nenhum suspeito foi preso.

Por André Cabral

O aplicativo de transporte FemiDriver, concorrente do Uber, começou a operar nesta sexta-feira (13) na Região Metropolitana do Recife (RMR), Caruaru e Petrolina. Diferente de outros serviços do tipo, o FemiDriver é oferecido exclusivamente às mulheres e só aceita atrás do volante motoristas do sexo feminino.

Segundo a empresa, o valor mínimo da corrida do FemiDriver é de R$ 6 para todas as cidades e o pagamento poderá ser feito em dinheiro ou cartão de crédito. A viagem também poderá ser compartilhada com outras pessoas, garantindo trajeto monitorado e, caso a passageira deseje sair acompanhada de homem, poderá colocar como opção de companhia em ícone disponível no aplicativo.

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Segundo a presidente-executiva da empresa, Claucione Lemos, a ideia de criar o serviço surgiu por causa do alto número de reclamações de assédios em corridas de transporte por aplicativo vindas de motoristas do gênero masculino. "Entendi que a maioria das mulheres se sente mais segura quando são atendidas por outras mulheres", afirma, em nota. O aplicativo FemiDriver possui versões para Android e iPhones.

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Por conta da final do Campeonato Pernambucano entre o Náutico e o Central, marcada para o próximo domingo (6) às 16h na Arena de Pernambuco, a Prefeitura do Recife lançou uma cartilha de combate ao assédio contra as mulheres nos estádios de futebol. O "Pequeno manual prático de como não ser um babaca no campo de futebol" traz diversas atitudes machistas que podem e devem ser evitadas pelos torcedores. 

A cartilha virtual, elaborada pela Secretaria da Mulher do Recife em parceria com o Gabinete de Imprensa, foi lançada nesta sexta-feira (6) nas redes sociais da Prefeitura do Recife. Com duas versões - cada uma com as cores dos times que concorrem na final do campeonato -, o manual traz jargões típicos do esporte e apela ao bom senso dos torcedores para evitar que as mulheres continuem sendo assediadas e agredidas verbalmente, estejam elas nas arquibancadas, nas zonas mistas para fazer reportagem ou atuando no campo como juízas ou bandeirinhas.

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“Fizemos campanhas preventivas nas grandes festas populares e agora estamos lutando contra o machismo no futebol, um esporte que é marcado pela forte exaltação ao masculino. Precisamos romper essa cultura de que mulher não entende de futebol, que precisa se vestir desse ou daquele jeito para frequentar o campo", explicou a secretária da Mulher do Recife, Cida Pedrosa. 

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