Tópicos | partidos

A distribuição do dinheiro do fundo passou a ser mais pulverizada ao longo dos anos, acompanhando a própria fragmentação partidária no Legislativo brasileiro. Em 1996, quando 19 partidos tinham cadeiras na Casa, os cinco com maior porcentual do fundo representavam 82,7% do montante, número hoje reduzido pela metade.

O MDB, por exemplo, recebia naquele ano mais de 22% do dinheiro, quase um quarto do total. Em 2019, a fatia não chegará a 6%, fruto da baixa votação que obteve para a Câmara. Para além da crise dos partidos tradicionais, a diminuição se explica pela mudança na correlação de forças no parlamento brasileiro. Mais fragmentado a cada eleição, o Congresso da nova legislatura diminuiu ainda mais o abismo antes existente entre os grandes e os pequenos.

##RECOMENDA##

Isso não se deu por meio de um mero fortalecimento de legendas menores que já existiam, e sim a partir do surgimento de novas siglas, especialmente na década de 2010. Partidos como o PSD, dissidência do DEM, o PROS e o Solidariedade já surgiram com bancadas robustas ao herdar parlamentares que aproveitaram uma resolução do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que, na teoria, apenas regulamentava condições para migração partidária. Na prática, porém, ela incentivou a criação de novas legendas, já que os parlamentares não seriam punidos se aderissem a novas siglas.

"Se esses 41% (de concentração nos cinco mais ricos) significassem que o sistema se democratizou mais, com partidos mais competitivos e mais debates de ideias, estaria tranquilo. Mas o que aconteceu foi que tivemos uma multiplicação de partidos", disse Marco Antônio Teixeira, da FGV.

O grande fenômeno surgido com as eleições de 2018, porém, é a ascensão do PSL ao status de partido grande. Antes nanico e pouco conhecido do eleitorado, a legenda à qual Jair Bolsonaro se filiou para concorrer à Presidência terá dinheiro para se estruturar. A sigla foi, por anos, uma das que se enquadram na categoria de 'partido negócio', sem muitos holofotes. A partir de 2019, roubará o espaço - o dinheiro - que já foi de PT e MDB.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Sobre o possível “escanteio” do PT dentro da Câmara dos Deputados, após a união do PDT, PCdoB e PSB, o deputado federal eleito Carlos Veras (PT) foi enfático ao dizer que é impossível escantear um partido que fez 57 deputados federais - maior bancada da Casa.

“Nós temos deputados qualificados. O mesmo ministro da Saúde do governo Lula e Dilma é deputado federal (Eliseu Padilha); a (então) senadora Gleisi Hoffmann se elegeu deputada federal. Então nós temos uma bancada qualificada”, exclamou.

##RECOMENDA##

Em entrevista ao LeiaJá, Carlos salientou que todos que não são da base governista vão fazer oposição ao mesmo presidente. "Vamos fazer oposição a um programa de governo neoliberal, que atenta contra direitos da classe trabalhadora, que é reduzir o papel do Estado”, disse.

O petista afirmou também que todas as bancadas têm conversado bastante desde o segundo turno da corrida presidencial, para já definirem algumas posturas que serão adotadas no início do ano parlamentar, principalmente o agrupamento da oposição ao governo Jair Bolsonaro (PSL).

O deputado federal acredita que a união do PDT, PCdoB e PSB é mais uma forma de organização interna na Câmara. “Eles sozinhos não vão conseguir impedir, por exemplo, essas reformas ‘criminosas’ do governo Bolsonaro. Então na hora de impedir vamos ter que estar juntos”, acentua.

Carlos Veras apontou ainda que, de alguma forma, dependendo para que lado for, o governo do futuro presidente pode dar errado. “Se ele der certo para aqueles que o financiou, vai dar errado para os trabalhadores. Ele (Bolsonaro) tem uma agenda de entregar todo o patrimônio do povo brasileiro às multinacionais. Isso vai dar errado para o povo brasileiro se ele conseguir vender (as estatais)”, projetou.

Com os 57 deputados federais eleitos e com a união de alguns partidos, Veras afirma que o partido está entrando otimista para a próxima legislatura e que irão conseguir barrar muitos “ataques que virão para cima dos trabalhadores”. Tudo isso, segundo ele, com a “força de articulação do PT”.

Após reação irônica do presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) a criação do novo bloco de oposição ao seu governo na Câmara dos Deputados, o governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), retrucou alfinetando e disse que o grupo "jamais" apoiaria o capitão da reserva. 

"Jamais pensamos em tal apoio. Seria um disparate, uma vez que nosso compromisso é, de verdade, com o Brasil. E não com os Estados Unidos", argumentou Dino. A declaração do governador do Maranhão foi dada como resposta a declaração feita por Bolsonaro através de sua conta no Twitter. 

##RECOMENDA##

Após ser oficializada a união do PDT, PCdoB e PSB como oposição ao futuro presidente, o pesselista disse no microblog que se esses partidos o apoiassem "é que preocuparia o Brasil".

A composição desse novo bloco de oposição terá 69 deputados eleitos pelos três partidos em questão. Flávio Dino aproveitou as redes sociais para afirmar que não pretendem isolar o PT. "Isso seria um absurdo, considerando que se trata do maior partido do campo popular do nosso país", declarou Dino.

No segundo encontro com as bancadas realizado hoje (4), o presidente eleito, Jair Bolsonaro, disse ao PRB que os deputados aliados terão acesso aos ministérios para resolver as suas demandas. “Não terá mais isso de ministério do partido A ou partido B. Os ministérios são do governo e atenderão todos os deputados, dando condições de eles apoiarem o governo”, afirmou o presidente do PRB, Marcos Pereira.

Segundo Pereira, essas demandas incluem principalmente recursos federais para os estados dos parlamentares. “O que é normal na política”, afirmou.

##RECOMENDA##

Assim como no encontro com os emedebistas, Bolsonaro falou sobre a necessidade de aprovação de reformas estruturais para aquecer a economia brasileira e retomar a geração de empregos. O presidente eleito citou a reforma trabalhista, abordando os resultados já conquistados com o que foi feito no governo Michel Temer e a necessidade de aprofundar alguns temas.

O PRB, conforme Pereira, pediu que as medidas sejam amplamente discutidas antes de serem enviadas ao Congresso para votação. “O presidente disse que entende as dificuldades locais e as dificuldades pessoais de cada deputado. Por isso, não é porque votou contra que um deputado não será considerado da base” explicou.

Na reunião, o presidente do PRB disse que 80% da agenda do futuro governo coincide com as propostas do partido. “Vai haver apoio, sem alinhamento automático”, disse. 

Após reclamações de dirigentes partidários, que se disseram alijados da formação do novo governo, a equipe do presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) vai buscar aproximação das bancadas parlamentares dos principais partidos que poderão compor a base do próximo governo no Congresso.

Bolsonaro tem reuniões previstas com ao menos duas delas na próxima semana e o futuro ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni (DEM-RS), já deu início a reaproximação nos últimos dias.

##RECOMENDA##

Os encontros com as bancadas partidárias começaram a ser organizados depois que líderes de siglas da provável base aliada de Bolsonaro expressaram insatisfação com a forma com que o futuro presidente está organizando o seu governo.

O modelo de negociação política adotado por Bolsonaro para a formação do primeiro escalão tem causado desconforto entre os "caciques" dos partidos do chamado Centrão. Dirigentes ficaram de fora das conversas para a composição dos ministérios, o que foi tratado diretamente com deputados representantes de segmentos econômicos e sociais, reunidos em frentes parlamentares.

Agora, nessa reaproximação, o primeiro encontro de Bolsonaro será na terça-feira, dia 4, com o MDB, no Centro Cultural do Banco do Brasil (CCBB), onde se concentra a equipe de transição. O partido de Michel Temer ganhou a nomeação de um ministro na última quarta-feira (28), o deputado Osmar Terra (MDB-RS), para a Cidadania.

O nome do emedebista, no entanto, seguiu a estratégia bolsonarista e surgiu de uma indicação da Frente Parlamentar da Assistência Social e não do partido. A reunião de terça, no entanto, não deve servir para articulação e deverá ser apenas um espaço para Bolsonaro ouvir o partido.

Já na quarta-feira, 5, Bolsonaro conversará pela primeira vez com a bancada do PR. O encontro foi acertado na quarta-feira entre os deputados e Lorenzoni. O futuro ministro participou de uma reunião na sede do partido, onde fez um discurso para afagar os presentes, ressaltando a importância do Congresso para o Executivo e apresentando diretrizes do novo governo.

Não houve, porém, articulações sobre cargos ou questões como as presidências da Câmara e Senado. "Ele explicou como o governo deverá promover a interlocução com os deputados", disse José Rocha, líder do PR na Câmara. "Ele está convidando ex-parlamentares para compor essa interlocução".

O novo governo deve ainda realizar um encontro com a bancada do PRB, sem data definida até o momento.

Apesar da aproximação, restam agora poucas vagas no primeiro escalão e os partidos devem tentar negociar cargos nos Estados e posições no segundo escalão. Mesmo nas frentes suprapartidárias, há insatisfações.

Causou desconforto a indicação de Terra ao Ministério da Cidadania, depois que Bolsonaro ignorou as três indicações de nomes feitas pela bancada evangélica. Parte dos evangélicos defende agora que o grupo retire seu time de campo e não faça novas indicações, enquanto outros parlamentares da frente ainda querem pleitear uma das pastas restantes. "Acredito que a frente não foi feita para indicar ministros e tenho esperança de que a gente não caia mais nesse erro", afirmou o deputado Sóstenes Cavalcante (DEM-RJ), membro da frente evangélica.

Em meio ao debate sobre o projeto Escola sem Partido, o senador e ex-ministro da Educação no governo Lula, Cristovam Buarque (PPS), protagonizou nesta semana mais uma polêmica ao afirmar que grande parte dos universitários “sofrem lavagem cerebral”. A declaração aconteceu por meio de artigo escrito ao Correio Braziliense. 

“De fato, grande parte de nossos alunos universitários sofrem lavagem cerebral, acreditam em fantasmas históricos que seus partidos lhes ensinam, são intolerantes com ideias diferentes das que receberam como doutrina”, opinou. 

##RECOMENDA##

Apesar da polêmica afirmação, o pernambucano disse que o caminho não é proibir o debate e tampouco denunciar o professor que manifesta uma opinião. Ele avalia que uma escola sem partido levará alunos e professores a um “campeonato de denúncia contra ideias dentro da sala de aula. “Onde será implantado o terror: a ‘sem partido’ será escola aterrorizada”, alertou Buarque. 

Cristovam não parou por aí. “A solução não virá mais para os atuais universitários, já são geração perdida. A saída é investir na educação de base, com total liberdade para o debate de todas as ideias, todos os partidos — uma “escola sem censura” que defenda a necessidade de professores bem remunerados, bem preparados e bem dedicados", complementou o ex-aliado de Lula. 

O senador que buscou ser reeleito na disputal eleitoral deste ano, mas que foi derrotado, foi além ao afirmar que, no Brasil, houve a escola sem partido durante a ditadura.

“Muito mais do que escola sem partidos, o Brasil precisa de partidos e políticos que tenham passado pela escola, que conheçam história e saibam que houve tempo de 'escola sem partido' na Rússia Soviética, na Alemanha nazista, no Portugal salazarista, na Itália fascista, na Espanha franquista e no Brasil da ditadura. Não sabem e não percebem os danos decorridos na formação da juventude durante aqueles períodos; ou sabem e desejam aqueles tempos de volta”, ressaltou.

Partidos barrados pela cláusula de desempenho neste ano avaliam se juntar a outras siglas para sobreviver. Segundo um levantamento da Câmara dos Deputados, 14 dos 34 partidos não conseguiram votos suficientes para se adaptar às novas regras eleitorais e, portanto, ficarão sem recursos públicos para os próximos quatro anos.

Segundo o jornal O Estado de S. Paulo apurou, ao menos quatro siglas trabalham com a possibilidade de fusão ou incorporação - Rede, PRP, PHS e PRTB. Outras pretendem judicializar a questão no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e aguardam definição sobre candidaturas sub judice.

##RECOMENDA##

Com apenas uma deputada eleita, a Rede, partido de Marina Silva, avalia uma fusão com o PV. A possibilidade começou a ser aventada nos bastidores, uma vez que os verdes, coligados com a Rede na disputa presidencial, elegeram quatro deputados federais.

Apesar de não terem discutido detalhes, um porta-voz adepto desta iniciativa cita como exemplo a Frente Ampla do Uruguai, da qual o ex-presidente Pepe Mujica faz parte. A frente é uma coalizão de partidos e organizações da sociedade civil.

Quando decidiram se coligar nas eleições presidenciais, uma das propostas era criar um bloco parlamentar ambientalista na próxima legislatura do Congresso, em contraponto ao crescimento da bancada ruralista.

"Não há nada ainda formalizado, mas não se descarta (essa possibilidade). Temos uma pauta e agenda em comum. Não vejo nada contra", disse o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP).

O PRTB, legenda do vice de Jair Bolsonaro (PSL) na disputa pelo Planalto, general Hamilton Mourão, estuda unir a legenda à do presidenciável. Enquanto o PRTB elegeu 3 parlamentares, o partido de Bolsonaro emplacou a segunda maior bancada da Câmara, com 52 deputados.

O presidente do PRP, Ovasco Resende, que admite conversas com partidos como PHS, PTB e Patriota, faz uma analogia com empresas. "Tem que saber onde está dando lucro e onde está dando prejuízo, onde tal partido é mais forte etc", disse.

Já o PHS, que não conseguiu passar a cláusula de desempenho por 0,05 pontos porcentuais dos votos, também estuda fusões. O primeiro passo, contudo, é aguardar a decisão do TSE a respeito de candidaturas cujos votos não foram contabilizados.

Cálculos

O PCdoB, na chapa de Fernando Haddad (PT), também deve adotar a mesma estratégia. Segundo o deputado federal Orlando Silva (SP), o partido vai solicitar na Corte Eleitoral a contagem dos votos de um candidato na Bahia, que, segundo os cálculos da sigla, os faria passar a cláusula de desempenho.

"Nós consideramos que a cláusula é insuficiente para resolver os problemas do País. O PSL, que elegeu a segunda maior bancada da Câmara hoje, se tivesse valendo a regra há quatro anos, não existiria. O problema na política é a baixa participação popular, não os partidos", disse o parlamentar.

O TSE já deu decisão favorável no domingo da eleição determinando a contagem dos votos da chapa de João Capiberibe (PSB), candidato ao governo do Amapá, contrariando a justiça local. No Estado, haviam determinado que os votos não seriam computados, porque ele está coligado com o PT e o partido teve suas contas reprovadas. Com mais de 30% dos votos, Capiberibe disputará o segundo turno. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A Câmara dos Deputados começará o ano com o maior número de partidos representados desde a redemocratização do país. Serão 30 siglas com as quais o próximo presidente da República, a ser eleito no segundo turno, terá de negociar. Há quatro anos, foram eleitos deputados federais de 28 partidos diferentes. Em 2010, eram 22 legendas. Além do crescimento de bancadas atualmente com baixa representatividade como é o caso do PSL (um parlamentar), a eleição deste ano apresentou renovação superior às anteriores e diminuiu o número de grandes bancadas, com mais de 50 parlamentares.

Com 12 deputados a menos, o PT terá direito a partir de fevereiro de 2019 a 56 cadeiras. Em 2014, foram 68. Após a última janela partidária, a legenda já havia perdido parlamentares e conta, na legislatura atual, com 61 vagas.

##RECOMENDA##

Com crescimento de 550% em comparação com a composição atual, o PSL conseguiu o maior feito dessas eleições: impulsionados pela candidatura do presidenciável Jair Bolsonaro, 52 candidatos do partido foram eleitos. Na última janela partidária, que se encerrou em abril deste ano, a sigla já tinha crescido de dois para oito deputados, sendo um deles o próprio Bolsonaro. O filho dele Eduardo Bolsonaro foi o deputado mais votado do Brasil, com 1,84 milhão de votos.

Partido do atual presidente da Câmara, Rodrigo Maia, o DEM teve um aumento com relação às últimas eleições, mas começará o ano com menos representantes do que tem hoje. Com 21 deputados eleitos em 2014, o partido ganhou quadros nos últimos anos após o impeachment de Dilma Rousseff e recebeu novas filiações no início deste ano, chegando a 43 deputados. Nas eleições de ontem (8), 29 parlamentares foram eleitos pela sigla.

Essa também é a média numérica de partidos que antes eram consideradas grandes bancadas, como o PSDB e o MDB, do presidente da República, Michel Temer. As siglas ficaram com praticamente a metade do tamanho que tinham nas últimas eleições. Enquanto o PSDB tinha 54 deputados e vai manter 29 parlamentares na Câmara a partir do ano que vem, os emedebistas viram a sua bancada encolher cerca de 48%, de 65 para 34 parlamentares.

Conhecida pela oposição firme e radical em propostas do governo, a bancada do PSOL dobrou o número de representados eleitos. Em 2014, eram cinco. Após as trocas partidárias, o partido terá até o início do ano que vem seis deputados. Já a nova legislatura contará com 10 parlamentares.

Outras siglas mais à esquerda também vão ocupar mais cadeiras. É o caso do PDT, do presidenciável Ciro Gomes, que ficou em terceiro lugar na disputa. Antes, eram 20 deputados. Já o novo pleito elegeu 28 nomes do partido. Já o PSB e o PCdoB apresentaram baixas, ficando com 32 e nove parlamentares a partir do ano que vem, respectivamente.

Legendas de outros candidatos à Presidência também se saíram bem nas eleições deste ano. O recém-criado Novo, do candidato João Amoêdo, terá direito a oito cadeiras. Já o Podemos, antigo PTN que lançou o senador Álvaro Dias ao Palácio do Planalto, terá 11 deputados, sete a mais do que em 2014.

A mudança de nomes com o objetivo de pregar renovação na política também foi importante para partidos pequenos. O Avante, antes denominado PTdoB, subiu de dois para sete representados. Já o antigo PEN, que mudou o nome para Patriota, terá cinco deputados, três a mais do que há quatro anos.

Os partidos do centro - PSDB, MDB, DEM, PP, PSD, PROS e PHS - lideram as pesquisas do Ibope de intenção de voto para os governos de 16 Estados. Apesar da fragmentação dessa força política, que se dividiu em quatro candidaturas à Presidência e hoje potencialmente fora da disputa do segundo turno, segundo as pesquisas, ela deve ganhar o mesmo número de unidades da federação que em 2014.

Esses partidos compunham a base original do governo de Michel Temer - o PSB, que também participou da base, deve vencer em outros seis Estados. Os resultados das pesquisas mostram que, apesar da polarização entre esquerda e extrema-direita na corrida presidencial, 21 dos 27 governadores devem sair de legendas que não apoiam nem o petista Fernando Haddad nem o deputado Jair Bolsonaro, do PSL.

##RECOMENDA##

A coligação que dá sustentação à candidatura de Haddad tem chance de eleger seis governadores, contando um do PROS, que deixou de ser centro. Os demais devem vir do PT (4) e do PCdoB (1). Já PSL e PRTB, que estão com Bolsonaro, não lideram em nenhum Estado. O cenário é bem diferente do ocorreu em 2014, quando as alianças que foram para o segundo turno elegeram 23 dos 27 governadores.

Com a eleição de governadores centristas, cientistas políticos consideram que eles podem desempenhar um papel de contrapeso e moderação a partir de 2019, a depender de sua capacidade de articulação. Ao todo, quem mais tem candidatos em primeiro ou segundo lugar nas disputa estaduais é o PSDB (8), seguido pelo PT (7), PSB (7) e MDB (7), além de DEM e PDT, com 5 cada um.

As projeções impõem um desafio à governabilidade, segundo a professora de Ciência Política Vera Chaia, da PUC-SP. "Existe interdependência. Do presidente em relação aos governadores para formar suas bases eleitorais e no Congresso, mas também dos governadores em relação ao presidente para execução de seus programas. As brigas políticas para conseguir verbas também dependem da boa relação do presidente."

Outro papel importante dos governadores será na negociação e aprovação de futuras reformas, como a da Previdência e a tributária. "Nossos governadores terão um papel importante de diálogo com o futuro presidente. Buscaremos o entendimento", afirmou o senador Ronaldo Caiado (DEM-GO), que pode se eleger no primeiro turno para o governo de Goiás, segundo as pesquisas.

A eleição de candidatos ligados ao centro, além de mostrar o descolamento das disputas estaduais da polarização presidencial, aponta para uma possível estabilidade pós-eleição. "O Congresso se adapta ao presidente. A ideia dos governadores não alinhados faz com que eles também tenham que se adaptar. Se não, fica inviável governar", diz o cientista político Kleber Carrilho, da Universidade Metodista de São Paulo.

Esquerda

Na esquerda, PT, PSB e PCdoB têm chances de manter oito Estados no Nordeste. Dirigentes petistas admitem reservadamente que o partido deve eleger menos governadores do que em 2014. O partido dificilmente manterá Minas e o Acre, a mais longeva administração da legenda, governada pelo PT desde 1995.

As esperanças são as reeleições na Bahia, Ceará e Piauí e vitórias no Rio Grande do Norte e Santa Catarina. "Vamos para o segundo turno em Minas e no Acre", disse a secretária nacional de Organização do PT, Gleide Andrade. Segundo ela, "quando ficar polarizado, o Haddad vai crescer muito em Minas e o (Antonio) Anastasia (PSDB) não vai mais poder continuar escondendo Aécio (Neves)".

Quatro anos após a morte de Eduardo Campos em um acidente aéreo, o PSB se reergueu e chega com perspectiva de vitória em Sergipe, Paraíba, Amapá, Amazonas, Pernambuco e Espírito Santo. "Isso mostra que fizemos o planejamento estratégico correto e que nosso partido consegue se renovar e espalhar lideranças", disse o presidente da legenda, Carlos Siqueira. "Bom não é (estar restrito a uma região), mas é melhor do que nada,", analisa o cientista político Rodrigo Prando, da Universidade Mackenzie. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.P

Ex-ministro no governo Lula, o candidato a presidente Ciro Gomes (PDT) mostrou sua insatisfação com o PT nesta sexta-feira (28). Durante entrevista concedida a uma rádio, o pedetista falou que não é mais possível andar com petistas na política. Apesar das críticas, Ciro falou que tem respeito pelo “amigo Haddad”, candidato do PT. 

"O PT contou comigo ao longo dos últimos 16 anos. Na medida em que eles se juntam com o Renan Calheiros, que presidiu o Senado no impeachment que eles chamam de golpe, que estão juntos no Ceará com o Eunício Oliveira, não é mais possível, para mim, andar com eles na política", declarou. 

##RECOMENDA##

O ex-governador do Ceará também falou que “o PT tem feito muito mal ao Brasil de um tempo para cá”. Ele também negou ter convidado Haddad para ser o seu vice. "Eu nunca o convidei, mesmo porque o PT é escorpião, só sabe ser apoiado, não quer apoiar ninguém. Eu levantei foi uma hipótese, depois de ser perguntado pela imprensa do que achava do Haddad. Ele é meu amigo. Mas em face do que ocorreu, me autorizo a dizer que com Haddad não seria tão dream team assim”. 

Ele ainda garantiu que é a última eleição que disputa. “Vou disputar a minha última eleição. Por isso, vou ter que lutar como um obstinado até as 17h do dia 7 de outubro", afirmou.

 

Após quase um mês do início oficial da campanha, candidatos do PSDB, do Novo e do DEM são os que mais receberam doações de pessoas físicas até agora, dados levantados nas declarações parciais divulgadas pela Justiça Eleitoral. Na primeira campanha geral sem o financiamento empresarial, foram R$ 116,3 milhões arrecadados. Destes, a maior parcela ficou com nomes do PSDB, R$ 17,3 milhões (15% do total), seguido pelo Novo (R$ 10,2 milhões) e DEM (R$ 9,3 milhões).

Os dois maiores partidos do País, MDB e PT, vêm logo atrás, com R$ 8,1 milhões e R$ 7,5 milhões, respectivamente. Estes montantes não levam em conta as doações feitas diretamente aos partidos ou recursos próprios, mas incluem arrecadações feitas pela internet, como as vaquinhas virtuais.

##RECOMENDA##

O candidato do PSDB ao governo de Minas Gerais, Antonio Anastasia, é o campeão das doações não só entre os tucanos, mas entre todos os candidatos que concorrem neste ano. Sozinho ele já recebeu R$ 2,60 milhões de pessoas físicas, 15% do total do partido. A candidata à reeleição à Câmara dos Deputados Bruna Furlan (SP) é a segunda que mais recebeu doação de pessoas física no PSDB. Ela tem R$ 416 mil, até o momento, recebidos de 58 apoiadores com quantias que variam de R$ 500 a R$ 300 mil.

No Novo, partido que promete abrir mão do fundo partidário, o candidato à Presidência da República, João Amoêdo, foi quem mais recebeu doações, com um total de R$ 1,28 milhão. Em segundo lugar aparece Ricardo Salles, que concorre como deputado federal por São Paulo, com R$ 1,21 milhão na conta de doadores físicos até o momento. Já nos Democratas, o deputado federal Rodrigo Pacheco (MG), que concorre ao Senado, é o campeão, seguido pelo senador Ronaldo Caiado, que é candidato ao governo de Goiás, com R$ 1,10 milhão e R$ 970 mil, respectivamente.

Ricos

Para o cientista político Leonardo Barreto, os dados mostram que PSDB, Novo e DEM são os partidos que atraem eleitores com maior renda. Já o analista político Marcelo Pimentel ressalta que o Novo é um caso particular. "O partido pode estar trabalhando mais ativamente na coleta de doações devido à sua postura de rejeitar o fundo partidário. Além disso, o perfil dos seus candidatos, que têm maior renda e patrimônio entre os demais, pode fazer com que eles tenham mais proximidade com doadores com mais recursos", disse.

Pimentel pondera que os números ainda são parciais e o cenário pode mudar. Além disso, ele lembra que, em comparação com as campanhas dos anos anteriores, estes montantes podem ser considerados pequenos, já que o teto de gastos permitido durante as eleições está menor neste ano. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Uma briga que aconteceu na semana passada entre dois grupos de militantes dos candidatos a governador de Pernambuco Paulo Câmara (PSB) e Armando Monteiro (PTB) também deve ter motivado o Tribunal Regional Eleitoral de Pernambuco (TRE-PE) a promover uma reunião, nesta terça (28), com representantes de partidos e coligações. O objetivo foi promover um “acordo de cavalheiros” para evitar conflitos de ruas durante a campanha, que apenas está iniciando. 

No pacto estabelecido no encontro, as coligações se comprometeram a orientar os seus militantes de modo que respeitem uma distância de 200 metros do comitê central dos adversários. Os partidos também deverão avisar à Polícia Militar, com uma antecedência de 24 horas, os eventos e caminhadas que serão realizados. 

##RECOMENDA##

Para a utilização de grandes vias como a Avenida Agamenon Magalhães também será necessário um acordo para que a divulgação de campanhas não choquem com o grupo de opositores de outra sigla. O coordenador da Central de Denúncias (CD), Stênio Neiva, ressaltou a importância do respeito. “Queremos preservar a lisura da campanha eleitoral, queremos que os candidatos e os partidos exponham seus programas, suas ideias. E queremos também que um respeite o outro. Nosso propósito é garantir que as eleições transcorram com tranquilidade e paz", falou na ocasião. 

A campanha eleitoral começou no último dia 16 e vai até 6 de outubro, véspera do primeiro turno. Na reunião ainda foi avisado que a Justiça Eleitoral tem, legalmente, a prerrogativa de reprimir eventuais excessos cometidos durante a propaganda eleitoral.

    

 

    

Sete dos 13 partidos que disputam a Presidência somam mais de R$ 3,6 milhões em "calotes" registrados em cartórios do País. O jornal O Estado de S. Paulo teve acesso a 52 protestos ainda em aberto (portanto, sem solução ou pagamento) contra diretórios do PT, PSDB, PSOL, MDB, PSL, PPL e Rede. As cobranças vão de gastos com alimentação, transportes, serviços gráficos e produção de vídeos até contas de luz e multas eleitorais.

A maior parte desses registros é contra o diretório estadual do PT em São Paulo. São 27 protestos que vão de R$ 75 a R$ 675 mil. Também estão registrados três protestos contra o PT nacional e um contra a representação municipal do partido na capital paulista. Ao todo, os três diretórios têm R$ 1,8 milhão em débitos protestados por 19 credores.

##RECOMENDA##

Um deles é o empresário Giovane Favieri, proprietário da Rentalcine, que prestou serviço de produção e distribuição para todo o Estado de fitas com programas do PT para TV e rádio em 2014. Teve um prejuízo de R$ 42 mil, que protestou em junho do ano seguinte. "Uma situação chata, como qualquer dívida que você tem para receber. Cobrei amigavelmente, mas até certo ponto. Aí precisei abrir o protesto. Foi a primeira vez que tive de fazer isso depois de prestar serviço a um partido. Tentei dialogar, mas fiquei sem respostas."

Para outros, o prejuízo apontado é ainda maior, como a Fubá Filmes, uma produtora de vídeos em São Paulo. Em outubro de 2016, a empresa registrou três protestos por não receber por serviços prestados ao diretório estadual do partido. Os registros citam mais de meio milhão de reais não pago pelo PT paulista. A gráfica e editora Nucleograf, da capital, registrou, em março de 2015, um prejuízo de R$ 675 mil. Postos de gasolina, empresas de alimentação e a Eletropaulo, que distribui energia no Estado de São Paulo, aparecem como credoras do diretório.

Procurados pela reportagem, os diretórios estadual e nacional do PT não responderam sobre os protestos. O escritório municipal do partido afirmou que o débito de R$ 1,2 mil com a Eletropaulo já foi quitado. O protesto, no entanto, continuava em aberto até a conclusão sexta-feira.

Multas

Contra diretórios do PSDB, estão registrados nove protestos que somam cerca de R$ 1,7 milhão - três contra o escritório estadual e seis contra o municipal. O principal credor é a Fazenda Nacional, que acusa o diretório estadual do partido em São Paulo de não pagar R$ 1,6 milhão em multas provenientes de descumprimento da legislação eleitoral. O Estado obteve a confirmação da cobrança por meio da Lei de Acesso à Informação. O órgão do governo federal cobra ainda R$ 21,6 mil do diretório tucano na capital paulista e é também credor de protestos contra o MDB, o PSOL e o PSL.

Também entre os credores do PSDB está a Eletropaulo, que diz não ter recebido o pagamento de R$ 1,1 mil em contas de luz da representação municipal do partido. "O protesto de títulos faz parte de procedimento normal da Eletropaulo, em caso de débito de fatura de energia. No caso específico destes protestos, trata-se de valores pequenos, mas, independentemente da titularidade da conta, a Eletropaulo aplica todas as medidas cabíveis para recuperar os montantes devidos", informou a empresa.

O vereador João Jorge, que assumiu a presidência do diretório municipal do PSDB de São Paulo em outubro do ano passado, reconheceu os débitos e disse que vai quitá-los até dezembro. "Estamos colocando a casa em ordem. Quando assumi o posto, a situação era ainda mais crítica. Não recebemos verba do Fundo Partidário, então nos viramos com doações dos militantes. Até o fim deste ano, vamos deixar a casa em ordem e quitar esses débitos", afirmou Jorge. O diretório estadual do PSDB em São Paulo não respondeu.

Credores

Diretórios do MDB somam pouco mais de R$ 11 mil em protestos registrados - a maior parte deles, R$ 10,8 mil, contra o escritório municipal em São Paulo, que tem como credor a Fazenda Nacional. A assessoria de imprensa do diretório estadual paulista disse que o partido tomou conhecimento de um protesto no valor de R$ 677 feito pelo Município de São Paulo pela reportagem do Estado e que providenciará o pagamento. O MDB nacional não reconhece um protesto feito pelo Tribunal de Justiça do Tocantins no valor de R$ 133,50 e registrado no município de Miracema. A representação municipal não foi localizada pela reportagem.

A Rede contesta a cobrança de R$ 2 mil protestados em maio deste ano por uma imobiliária num cartório em Rio Branco, no Acre. De acordo com o porta-voz da sigla no Estado, Júlio Cesar Freitas de Sousa, o partido não tinha conhecimento da cobrança. "A Rede Acre não assumiu nenhuma dívida. Com certeza esse boleto refere-se ao primeiro aluguel de uma sede provisória que alugamos naquele mês. Posso garantir que os aluguéis estão rigorosamente em dia e que esse protesto foi absolutamente indevido."

Contra o diretório paulista do PSOL, foram localizados três protestos; um que acusa o não pagamento de uma conta de luz no valor de R$ 333 à Eletropaulo, e dois da Fazenda Nacional referentes a multas eleitorais, que totalizam R$ 44,2 mil. Já o PSL do Rio tem R$ 6,9 mil protestados pela Fazenda Nacional, também referentes ao não pagamento de multas. O PPL nacional tem dois "calotes" em aberto registrados pela Eletropaulo que somam R$ 245 e um no valor de R$ 5 mil indicado por uma rede de hotéis do Distrito Federal. Os partidos não responderam aos questionamentos da reportagem.

O levantamento do Estado foi feito com base nos CNPJs dos diretórios nacionais dos partidos que disputam a Presidência e também das representações estaduais e municipais referentes ao domicílio eleitoral dos candidatos. Os dados foram levantados no Instituto de Estudos de Protestos de Título do Brasil.

Analista

Para o cientista político Mauro Macedo Campos, professor da Universidade Estadual do Norte Fluminense, a situação dos débitos pendentes prejudica a já desgastada imagem dos partidos. "Num momento em que a imagem dos partidos já está arranhada, esse tipo de problema, estar com o 'nome sujo' na praça, acaba piorando a situação."

Ele vê os diretórios municipais e estaduais mais expostos à possibilidade de não conseguirem arcar com seus compromissos. "Só o (diretório) nacional recebe verba do Fundo Partidário, e esses recursos chegam escassos aos Estados e municípios. Um fornecedor que presta serviço a essas estruturas mais enfraquecidas acaba tendo um risco maior de calote", avaliou Campos.

"Num protesto comum, como é o caso de partidos políticos, uma consequência imediata é a possibilidade de restrição para obtenção de crédito. Depois, o protestado ainda pode responder a uma ação judicial se o débito permanecer e o credor desejar", disse o tabelião Francisco Eduardo de Vasconcelos Filomeno, responsável substituto pelo 5º Tabelionato de Protesto de Letras e Títulos de São Paulo. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A partir desta quinta-feira (16) começa oficialmente a propaganda eleitoral. Pela legislação, as regras são rígidas e claras - exigem menos barulho e obediência a horários e normas. A propaganda eleitoral na internet é permitida desde que não seja paga. Os diretórios partidários deverão instalar nas sedes serviços telefônicos para atender aos eleitores.

Os partidos e as coligações só poderão utilizar alto-falantes ou amplificadores de som, nas suas sedes ou em veículos, das 8h às 22 horas. O horário para o uso de aparelhagem de sonorização fixa é mais flexível das 8h à meia-noite, podendo ser prorrogado por mais duas horas quando se tratar de comício de encerramento de campanha.

##RECOMENDA##

Até 6 de outubro, os partidos e coligações poderão distribuir material gráfico, promover  caminhada, carreata, passeata ou utilizar carro de som pelas ruas para  divulgar jingles e mensagens de candidatos.

Um dia antes, em 5 de outubro, será permitida a divulgação paga, na imprensa escrita, e a reprodução, na internet, do jornal impresso, de até dez anúncios de propaganda eleitoral, por veículo, em datas diversas, para cada candidato, no espaço máximo, por edição, de 1/8 (um oitavo) de página de jornal padrão e de 1/4 (um quarto) de página de revista ou tabloide.

O Brasil hoje dispõe de 33 partidos políticos devidamente registrados no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Essa relação de legendas, no entanto, poderá sofrer alterações, pois tramita na Corte o pedido de incorporação do Partido Humanista da Solidariedade (PHS) ao Podemos (Pode), além de requerimentos para a criação de novas agremiações e para a reinstalação de um partido extinto na década de 1960.

Até o início deste ano, havia 35 partidos com estatuto registrado no TSE. Mas esse número mudou após a Corte aprovar dois requerimentos de incorporação: o Partido Republicano Progressista (PRP) foi incorporado ao Patriota e, o Partido Pátria Livre (PPL), ao Partido Comunista do Brasil (PCdoB).

##RECOMENDA##

A possibilidade de incorporação está descrita no artigo 2º da Lei dos Partidos Políticos, segundo o qual “é livre a criação, fusão, incorporação e extinção de partidos políticos cujos programas respeitem a soberania nacional, o regime democrático, o pluripartidarismo e os direitos fundamentais da pessoa humana”.

Pedido de criação

Também tramitam no TSE dois pedidos de criação de novas agremiações, o do Partido Nacional Corinthiano (PNC) e do Partido da Evolução Democrática (PED). Outras 73 legendas em formação já comunicaram ter iniciado seu processo. Contudo, para que tais solicitações sejam analisadas pelos ministros da Corte Eleitoral, um caminho longo ainda será percorrido por esses partidos em criação.

De acordo com a legislação, somente o partido político que tiver registrado o seu estatuto no Tribunal Superior Eleitoral pode participar do processo eleitoral, receber recursos do Fundo Partidário e ter acesso gratuito ao rádio e à televisão, nos termos da Lei dos Partidos Políticos, artigo 7º, parágrafo 2º.

Todavia, para participar das eleições, o registro deve ser aprovado pelo TSE até seis meses antes do pleito, e a legenda deve constituir órgão de direção, na respectiva circunscrição que pretende concorrer, até a data da convenção partidária para a escolha dos seus candidatos.

O registro do estatuto na Corte Eleitoral também assegura a exclusividade da denominação do partido, bem como de sua sigla e símbolos, vedada a utilização, por outras agremiações, de variações que venham a induzir a erro ou confusão dos eleitores.

Reinstalação

Outro pedido se junta ao rolde demandas que podem alterar a quantidade de partidos políticos no Brasil. Um requerimento protocolado no Tribunal em abril de 2019 pede a anulação de uma resolução do TSE e de todos os atos administrativos amparados no artigo 18 do Ato Institucional n° 2, de 27 de outubro de 1965, que extinguiu e cancelou os registros dos partidos da época.

Na petição, solicita-se o restabelecimento da vigência e da eficácia resolução que deferiu o registro definitivo da sigla União Democrática Nacional (UDN).

*Do site do TSE

Com fim do prazo previsto na legislação eleitoral para definição dos candidatos que pretendem concorrer às eleições de outubro, 13 candidatos e seus vices confirmaram que vão disputar a Presidência da República. Segundo a legislação, as chapas completas com os candidatos, vices, alianças ou coligações têm de ser oficializadas até esta segunda-feira (6) na Justiça Eleitoral.

A partir de agora, as legendas poderão registrar seus candidatos à Presidência no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). O prazo termina no dia 15 de agosto, às 19h. Em seguida, caberá ao Ministério Público Eleitoral (MPE), qualquer candidato, partido político ou coligação impugnar o registro do adversário político.

Para tanto, na fundamentação que deve ser enviada ao tribunal, o impugnante deverá apresentar argumentos jurídicos contra o registro da candidatura, como algum impedimento legal previsto na Lei da Ficha Lima que gere uma inelegibilidade. Caberá a um ministro do TSE analisar os argumentos e decidir se o candidato poderá disputar  as eleições. 

##RECOMENDA##

A propaganda eleitoral por meio de carros de som, comícios e internet está liberada a partir do dia 16 deste mês

O primeiro turno do pleito será realizado dia 7 de outubro, e segundo, em 28 de outubro.  

Veja quem são os candidatos a presidente: 

A cláusula de desempenho dos candidatos, estabelecida pela lei 13.165/15, prevê um número mínimo de votos para um deputado federal, estadual ou distrital se eleger. A intenção é inibir os casos em que um candidato com poucos votos seja eleito com a ajuda dos chamados "puxadores de votos" do partido ou da coligação.

Pela nova regra, um candidato precisa ter um número de votos igual ou maior que 10% do quociente eleitoral (que é a quantidade de votos válidos dividida pelo número de vagas em cada estado) para ser considerado eleito ao Parlamento.

Exigências para os partidos
Outra mudança veio da Emenda Constitucional 97/17, que criou exigências para que os partidos políticos tenham acesso aos recursos do fundo partidário e ao tempo gratuito para propaganda no rádio e na TV. O vice-líder do PT, deputado Valmir Prascidelli (SP), disse que a cláusula de desempenho – também conhecida como "cláusula de barreira" – fortalece a atuação dos partidos políticos.

"Sem dúvida nenhuma, é uma novidade importante para esta eleição, porque queremos partidos fortes que representem um posicionamento ideológico: partidos que tenham representação aqui na Câmara, mas que tenham atuação nacional e expressem as opiniões buscando a construção de forma programática. Não podemos mais aceitar aqueles partidos de aluguel, partidos da negociata".

##RECOMENDA##

Aumento progressivo das exigências
A cláusula de desempenho será progressiva. Para o pleito de 2018, a legislação exige que os partidos tenham obtido, na Câmara dos Deputados, um mínimo de 3% dos votos válidos distribuídos em pelo menos 1/3 das unidades da Federação, com um mínimo de 2% dos votos válidos em cada uma delas, ou então que tenham eleito pelo menos 15 deputados federais distribuídos em pelo menos 1/3 das unidades da Federação. Partidos que não obedecem a uma dessas duas condições não terão acesso ao fundo partidário nem à propaganda gratuita de rádio e TV.

A partir de 2019, só terão acesso a esses benefícios os partidos que conseguirem, nas eleições deste ano, pelo menos 1,5% dos votos para a Câmara, distribuídos em 9 estados e com mínimo de 1% dos votos em cada um deles. Esses percentuais sobem gradativamente até 2031, quando serão exigidos 3% dos votos válidos para a Câmara, distribuídos em 9 estados e com 2% dos votos válidos em cada um deles, na eleição de 2030. Mesmo que não atinjam esses índices, os partidos poderão se beneficiar se elegerem, por exemplo, 9 deputados em 9 estados, na eleição deste ano, ou 15 deputados em 9 estados, na eleição de 2030.

O vice-líder do PSB, deputado Aliel Machado (PR), acredita que essas cláusulas inibem o fisiologismo na política.

"Nós acreditamos em um projeto político de verdade. Tentamos destoar daquilo que está posto. Tanto é que o partido teve vários deputados que deixaram a sigla porque não concordavam com o que o partido defende. Nós entendemos que a cláusula de desempenho - porque ela não é uma cláusula de barreira - não extingue outros partidos. Ela apenas diz que, para ter acesso ao fundo partidário e ao tempo de TV, deve-se ter um desempenho mínimo. E eu acho isso justo."

Coligações
As coligações partidárias, que também afetam as chances de uma legenda eleger deputados, ainda vão valer nas eleições deste ano. Porém, essas coligações serão proibidas a partir das eleições de vereadores, em 2020.

O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Luiz Fux, informou e que 20 dos 35 partidos políticos já assinaram acordo de não-proliferação de notícias falsas. O ministro fez palestra hoje (29) na capital paulista durante evento da Associação Brasileira de Franchising (ABF).

Segundo Fux, um dos assuntos que mais preocupa nas próximas eleições é o enfrentamento das notícias falsas, pois podem gerar dano irreparável ao candidato. “As fake news violam os princípios de uma eleição democrática, de que deve haver igualdade de direitos”, afirmou.

##RECOMENDA##

Além dos partidos políticos, o ministro disse que as fontes primárias de informação (jornais, rádios e televisões) assinaram o mesmo protocolo.

Ontem (28), Facebook e Google também se comprometeram em retirar notícias falsas, tão logo sejam publicadas. Fux não informou como serão essas ações, pois fazem parte de estratégia sigilosa da área de inteligência.

O ministro voltou a defender que o problema das notícias falsas em uma eleição é tão grave, que o resultado de eleições ganhas com ajuda de fake news devem ser anuladas. Segundo ele, o combate será intenso. “Vamos fazer uma campanha didática no sentido de recomendar ao cidadão que não leia só a notícia, que veja o contexto e uma faça checagem [antes de compartilhar]”, disse.

Ficha limpa

Outro assunto abordado pelo ministro foi a inscrição, nas próximas eleições, de políticos condenados em decisão de segunda instância. Sem mencionar nomes, o ministro defendeu que as pessoas condenadas na segunda instância sejam consideradas inelegíveis.

Para Fux, o candidato sub judice, ou seja, que aguarda decisão judicial, ainda não tem a sua situação de elegibilidade definida – diferente daquele condenado em segunda instância. “Uma das grandes preocupações é uma aplicação enérgica da Lei da Ficha Limpa, que é fruto de um dos valores mais caros que é a democracia”, ressaltou.

 

O nível de confiança nos partidos políticos caiu para um dos menores índices da história, aponta estudo realizado pelo Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia (INCT). Oito em cada dez brasileiros, ou 77,8%, afirmam não ter "nenhuma confiança" nessas instituições. Em estudos anteriores com metodologia similar, nunca o número foi tão elevado.

Em 2014, 46,4% não confiavam nos partidos e, em 2006, 36,7%. Os principais motivos citados são a existência de corrupção nos partidos políticos e a falta de capacidade de representar os interesses dos eleitores. O pouco espaço para participação dos cidadãos e a falta de um programa político claro também foram citados como problemas.

##RECOMENDA##

Os dados são de um levantamento realizado entre 15 e 23 de março com 2.500 entrevistas em 26 Estados (com exceção do Amapá) realizado pelo Instituto da Democracia e Democratização da Comunicação, parte do INCT. A pesquisa envolveu instituições acadêmicas como UFMG, UERJ, Unicamp e UnB.

Conforme o estudo obtido com exclusividade pelo Estado, e antecipado pelo site BR18, o número de descrentes com os partidos políticos quase dobrou em quatro anos. Em 2014, o Núcleo de Pesquisa de Políticas Públicas (Nupps), da USP, apontou em levantamento com método científico semelhante que 46,6% dos entrevistados não confiavam nos partidos.

"O aumento da desconfiança é algo que já imaginávamos, mas não com esse crescimento de 2014 para 2018. É totalmente fora do que encontramos em outras pesquisas", diz o diretor do Centro de Estudos de Opinião Pública da Unicamp, Oswaldo Amaral, um dos líderes do estudo.

Para Amaral, essa crise de representação também ocorre em outros países, mas no Brasil tem sido potencializada pelos casos de corrupção. Ele cita como exemplo a Operação Lava Jato, que atingiu legendas tradicionais, políticos de destaque nacional e grandes empresas.

Segundo o pesquisador Sérgio Simoni Júnior, da Unicamp, outro autor do estudo, as investigações e condenações recentes ajudaram a criar um clima que pede renovação. "Tem um lado bom, que é procurar melhorar a política, mas o risco é cair em algo antipartidário e antipolítico", afirma.

Para Simoni, o mau momento econômico reforça o sentimento de desconfiança sobre a efetividade do sistema político.

O professor emérito de Ciência Política da UnB David Fleischer considera que a imagem dos partidos em 2018 é pior do que em eleições anteriores, justamente por conta da corrupção. "Toda semana temos notícias de políticos de grandes partidos envolvidos em escândalos. As pessoas ficam desconfiadas." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Presidentes e dirigentes partidários recebem das legendas salários que chegam a R$ 27,5 mil por mês. Os dados constam nas prestações de conta dos partidos, referentes ao ano passado, enviadas à Justiça Eleitoral. Esse valor é superior, por exemplo, aos vencimentos de governadores, como o de São Paulo - R$ 22,3 mil por mês.

Levantamento feito pelo jornal O Estado de S. Paulo nas contas de 35 partidos aponta que 12 legendas pagaram vencimentos a seus dirigentes no ano passado que variaram entre R$ 27,5 mil - caso do nanico PRP - e R$ 4,1 mil, como o PCB (mais informações nesta página).

##RECOMENDA##

A remuneração dos dirigentes partidários é permitida, seja com dinheiro público - recebido por meio do Fundo Partidário - ou privado - arrecadado em doações externas e contribuições de filiados. Em abril, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) reafirmou, por maioria de votos, que os dirigentes podem ser pagos com verbas do Fundo Partidário, sem que haja necessidade de comprovação das atividades desempenhadas nas siglas.

Por lei, a direção nacional dos partidos pode gastar com funcionários até 50% da parcela que recebe do Fundo Partidário. No caso de diretórios municipais e estaduais, o limite é maior: 60%. Ministros do TSE e a Procuradoria-Geral Eleitoral, porém, têm cobrado que os partidos estabeleçam critérios transparentes de remuneração, registrados em estatutos e normas internas.

Em geral, os partidos não remuneram dirigentes que ocupam concomitantemente outros cargos eletivos. Não há nas prestações de contas registros de pagamentos para os presidentes do PSDB, o pré-candidato ao Planalto e ex-governador Geraldo Alckmin; do PT, a senadora Gleisi Hoffmann (PR); do PCdoB, a deputada Luciana Santos (PE); do DEM, o prefeito de Salvador, ACM Neto; e do MDB, o senador Romero Jucá (RR).

O PSD também não registra repasses a seu presidente licenciado, Gilberto Kassab, atual ministro da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações. Integrantes da cúpula do partido que não possuem outros cargos são destinatários de parcelas, como a coordenadora do PSD Mulher, a ex-vice-prefeita de São Paulo Alda Marco Antônio (R$ 25 mil).

Depois do PRP, o PV é o partido que pagou o maior valor - R$ 26 mil ao ex-deputado José Luiz Penna, presidente nacional da legenda. Penna não foi localizado nesta quarta-feira, 13.

O presidente do PSB, Carlos Siqueira, que recebe até hoje R$ 25 mil, considera o valor "razoável" e pondera que poucas pessoas da Executiva Nacional recebem salário, arbitrado pela própria direção. "A remuneração é para quem tem dedicação exclusiva. Por um período longo em que eu era dirigente e advogava, não recebia. Não tenho emprego público e, hoje, não me sobra tempo, fica impossível eu me dedicar à minha profissão, que rendia muitíssimo mais", disse Siqueira.

O presidente do PDT, Carlos Lupi, confirmou receber os recursos. "O valor serve para cobrir diversas despesas, almoço, jantar, táxi e etc." Lupi recebe R$ 12 mil do PDT, menos que o vice-presidente da legenda e pré-candidato à Presidência da República, Ciro Gomes, cuja remuneração é de R$ 21,1 mil. Ambos aparecem no balanço do partido como prestadores de serviço técnico-profissional e não na folha de pessoal.

Alvo da Operação Registro Espúrio, que investiga irregularidades no Ministério do Trabalho, o presidente nacional do PTB, Roberto Jefferson, recebeu parcelas de R$ 23 mil ao longo do ano passado. Procurado, Jefferson não respondeu aos questionamentos feitos pela reportagem. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Páginas

Leianas redes sociaisAcompanhe-nos!

Facebook

Carregando