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Em análise aos impactos da pandemia do coronavírus na educação, uma pesquisa revela que o percentual de estudantes desmotivados em estudar pulou de 46% em maio para 54% no mês de setembro. Os dados são do Instituto Datafolha, produzidos a pedido da Fundação Lemann, Itaú Social e Imaginable Futures.

Neste mesmo intervalo de tempo, ainda constatou-se que houve um aumento de 10% dos alunos com dificuldade em se organizar para estudar em casa. Em maio, 58% dos estudantes tinham esse obstáculo, mas em setembro o número subiu para 68%. Mais de mil pais ou responsáveis foram ouvidos entre 16 de setembro e 2 de outubro.

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Por outro lado, neste mesmo período, o levantamento calculou que, em setembro, 92% dos estudantes receberam mais atividades para fazer em casa, contra 74% em maio. E mesmo assim, os números abrem um alerta para a uma alta na evasão escolar no Brasil, em razão da pandemia da Covid-19.

Ano letivo

Em 2021, o desafio é implementar o ensino híbrido - composto por aulas virtuais e presenciais -, incluindo até mesmo um rodízio dos estudantes. Isso porque, no mês passado, em outubro, o Conselho Nacional de Educação (CNE) aprovou uma determinação que permitirá a fusão dos anos letivos de 2020 e 2021, em um currículo adaptado.

Com isso, também haverá uma permissão para que as aulas remotas durem até dezembro de 2021. No entanto, esse documento ainda não foi homologado pelo Ministério da Educação (MEC).

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Hoje (5) comemora-se o Dia Nacional da Língua Portuguesa, em homenagem ao nascimento do escritor brasileiro Ruy Barbosa (1849-1923), que era conhecido pelos seus estudos e aprofundamentos do idioma.

A data foi instituída pela lei nº 11.310, em 2006 que definia a celebração em todo território nacional. O idioma também é comemorado em 10 de junho pelos portugueses, em homenagem ao aniversário de morte do poeta Luís de Camões (1524-1580), de acordo com a definição do órgão legislativo do Estado Português em 1981.

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Outra comemoração ocorre em 5 de maio, com o intuito de celebrar o idioma mais falado no hemisfério sul, terceiro mais falado no hemisfério ocidental e quinto mais falado no mundo. A celebração foi instituída em 2009 pela Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP).

O português é o idioma oficial de 9 países: Brasil, Portugal, Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Guiné Equatorial, Moçambique, São Tomé e Príncipe e Timor Leste. A língua também é uma ferramenta de trabalho responsável por impactar de maneira positiva a trajetória de diversos profissionais.

Neusa Bastos, professora do curso de Letras e coordenadora do Núcleo de Estudos Lusófonos da Universidade Presbiteriana Mackenzie, optou pelos estudos da língua portuguesa no bacharelado e na licenciatura, mas o idioma é presente em sua vida desde 1968.

“Sempre fui dedicada ao estudo da língua portuguesa, da história do idioma que me diz muito respeito, e por sempre ter estudado eu sei o tipo de modalidade que devo usar, seja na oralidade ou na escrita. Isso é muito rico e é isso que eu procuro transmitir aos meus alunos”, declara Neusa.

Mercado de trabalho

Apaixonados pelo idioma, estudantes do ensino superior optam pelo curso de letras e buscam transformar a língua portuguesa em uma aliada no mercado de trabalho. É o caso de Marcelo Dalpino, aluno do doutorado em Letras da Universidade Mackenzie. Ele conta que escolheu o curso de graduação devido ao seu amor pela literatura brasileira. Durante os estudos Dalpino descobriu a linguística, modalidade responsável por compreender o sujeito por meio do que é dito, como é dito, como é feita a escolha da fala e como pode ser interpretada as relações sociais.

Marcelo Dalpino: amor pela literatura e pela linguística o levou ao doutorado em Letras. Foto: arquivo pessoal

“No doutorado eu estudo discurso e análise do discurso, dentro do campo pedagógico. Minha expectativa é me torna um professor universitário na área das letras e lecionar língua portuguesa nos cursos de graduação, contribuir na formação dos alunos”, almeja o estudante.

Mônica Penalber, que também faz doutorado em Letras pela Mackenzie, sempre demonstrou curiosidade pelos assuntos de linguagem que abordam interação e comunicação. “Hoje como pesquisadora, entender a língua em seu contexto sócio-histórico é meu maior vício”, declara Mônica, que já lecionou no ensino médio e em cursos de graduação.

Aprender para ensinar: Mônica Penalber se tornou pesquisadora e professora de Letras. Foto: arquivo pessoal

A empresa de telefonia TIM, em trabalho conjunto com a startup de educação Stoodi, oferecerá aulas a distância para candidatos do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). De acordo com a companhia, a partir desta segunda-feira (26), os clientes da operadora, de qualquer plano e sem consumir pacote de internet, podem acessar à plataforma de ensino de maneira gratuita.

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Videoaulas e exercícios são alguns dos conteúdos oferecidos pela iniciativa, além de um cronograma de estudos personalizado, levando em consideração o curso desejado para a graduação dos estudantes.

“Com a interrupção das aulas presenciais por conta da pandemia, muitas pessoas que vão fazer o Enem estão com dificuldades para estudar em casa. A crise econômica provocada pela Covid-19 agrava a situação. Os clientes querem economizar o pacote de internet e não podem arcar com plataformas pagas de ensino. A união com o Stoodi ajuda a solucionar algumas dessas questões. Qualquer cliente terá acesso gratuito às videoaulas, sem o consumo da franquia de dados e ainda com um cronograma de estudo personalizado", explica o head de marketing consumer da TIM Brasil, João Stricker, conforme informações da assessoria de comunicação da empresa.

De acordo com a TIM, mais de 30 mil exercícios voltados à prova do Enem, além de 5 mil videoaulas, estão disponíveis. Pela internet, os candidatos podem fazer o cadastro na plataforma.

Ofertas de trabalho, boas remunerações, segurança, multiculturalidade e qualidade de vida. Esses são alguns dos motivos que despertam nos brasileiros o interesse em imigrar para o país norte-americano Canadá. De acordo com a última coleta de dados do no Censo de 2011 feita pela Statistics Canada - departamento do governo federal do País encarregado de produzir estatísticas sobre a população canadense -, estima-se que há mais de 40 mil brasileiros morando na nação, que pretende receber 691 mil novos imigrantes até 2021, para trabalhar.

Dentre os imigrantes brasileiros, a decisão de ir para o País surge por motivos similares, que podemos intitular como a realização de um “sonho” ou “meta de vida”. Alguns com o objetivo de estudar e outros em busca de novas oportunidades de trabalho que, consequentemente, fazem do país estrageiro o seu novo lar.

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O Centro Educacional Brasil, Estados Unidos e Canadá (Cebrusa) é uma empresa que oferece soluções completas em imigração para o País. São oferecidas qualificações quanto à preparação de currículos, treinamentos para entrevistas, cursos de idiomas, e, por fim, imigração legal de brasileiros, regulamentada conforme o governo canadense. Daniel Braun, presidente do Cebrusa, explica que o Canadá tem uma abertura territorial grande, que atrae brasileiros e imigrantes do mundo todo.

“Toronto, Vancouver e Montreal são os destinos mais comuns”, enfatiza Daniel. Se formos expressar em números, esses cidades abraçam mais de 28 mil brasileiros, segundo a Statistics Canada. Ao LeiaJá, Braun também explicou que “é comum as pessoas pensarem que entrar - de forma legal - no Canadá pelo colege - para estudar -. No entanto, há a possibilidade ingresso por meio de outras formas. Para tanto, os interessados podem participar de programas de migração ou feiras de seleção realizadas através da Cebrusa para que as empresas possam contratar os profissionais brasileiros.

“Existem mais de 60 programas de migração para que brasileiros saiam daqui até mesmo com moradia certa”, destaca Braun. “O trabalho é um caminho que pode encurtar o processo”, acrescenta. Para ele, o ideal é que a pessoa analise qual programa de intercâmbio se adequa melhor ao seu perfil profissional. Braun descreve como acontece esse processo de ida para o Canadá: “As empresas vêm ao Brasil de forma presencial para fazer as entrevistas de seleção, conectadas através da Cebrusa, com isso, a pessoa contratada terá toda a documentação regulamentada pela empresa contratante - isso se estende à família, casais com filhos até 22 anos podem ir juntos no mesmo processo para legalizar sua condição no país estrageiro -”, detalha.

Devido à pandemia global do novo coronavírus (SARS Covid-19), as entrevista mudaram a dinâmica. Agora, ocorrem na forma on-line, assim como diversos processos seletivos realizados neste ano. As oportunidades de emprego são amplas, desde quem não possui nenhuma formação superior até aos que possuem. “Pessoas sem nenhuma formação podem se qualificar no Canadá, e pessoas com tecnológo ou um bacharelado potencializam suas chances de serem aprovados em um processo”, recomenda Braun.

O presidente da Cebrusa também explica que as entrevistas, geralmente, pedem uma “área de formação, experiência profissional e conhecimento em inglês". “No entanto, as pessoas sem essas formações não perdem suas chances, porque elas podem se qualificar aqui ou no Canadá, e às vezes uma experiência profissional no Brasil compensa”, garante.

Dentre as oportunidades de trabalho, está a área de saúde - principalmente como profissional de enfermagem -, além do segmento de usinagem, que compreende todos os processos de fabricação, engenharia, mecânica, construção civil (mesmo que seja para começar como júnior), segundo Ismael Macedo, que é diretor do Cebrusa em Goiana, capital de Goiás.

De acordo com Daniel Braun, atualmente a taxa de desemprego no país é considerada a mais baixa desde a década de 1970. O gestor reforça que problema não é a falta de emprego em si, mas de trabalhadores especializados nas áreas em que há oportunidades.

Existem vagas no setor de Tecnologia da Informação (TI), campo que, de acordo com o imigrante goianiense Gleudson de Oliveira Júnior, 30 anos, está em ascensão e demanda mão de obra especializada. Gleudson, que morava no Estado de Goiás, é programador há dez anos e contou, em entrevista ao LeiaJá, como chegou à cidade de Québec, no Canadá.

“Eu fazia um curso de francês no Cebrusa e me inscrevi em um evento de recrutamento, que aconteceu em São Paulo. Eu fiz entrevista em quatro empresas, duas empresas gostaram de mim e uma delas falou que me dispensou porque achava que para a empresa deles, meu nível de francês não era suficiente. A seleção foi em 2019, e levou de seis a nove meses para retirar o visto”, conclui.

Há sete meses Gleudson trabalha como prestador de serviços de programação na empresa Systématix, na qual passou por quatro etapas de seletiva presencial e virtualmente. Devido à pandemia do novo coronavírus, ele relatou que o contato tem sido feito apenas via web com suas lideranças. A internet tornou-se também o canal de interação com os colegas de trabalho e amigos brasileiros que moram nas terras estrangeiras.

A empresa tem mais de 30 pessoas vindas do Brasil. O programador falou sobre as vantagens de morar no Canadá, e as diferenças do País de origem. “Na capital da província onde moro, o transporte público é muito bom, as coisas todas [hospitais, escolas, bancos, entre outros], funcionam; aqui o pessoal tem meio que uma boa vontade em fazer as coisas darem certo”, afirma. Ele acrescenta que assim como um cidadão canadense, ele também tem acesso aos serviços oferecidos na cidade como atendimento em hospitais públicos, mediante a confirmação de sua regularidade no país expressa no passaporte.

O brasileiro contou também que “por exemplo, para contratar serviço de internet, eu não preciso comprovar residência ou ter um monte de documentação”. “Chego lá com meu passaporte e meu cartão de crédito e posso criar uma conta de internet”, garante.

Para ele, não há burocratização dos processos, ao contrário do Brasil, além de enxergar uma valorização à diversidade e respeito entre os nativos e imigrantes, que chegam ao País de diversos pontos do planeta. De acordo com Gleudson, o salário mínimo ficaria entre 1.800 mil a 2 mil dólares por mês (estipulado por horas prevista em contrato), que equivale a R$ 4 mil. O programador finaliza categorizando o Canadá como receptivo e avisa “não é um país que você vem para fazer dinheiro não”, mas sim “para morar, comprar as suas coisas e fazer sua vida”, pontua.

Inúmeros desafios são enfrentados pelos estudantes, em especial os que irão realizar o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), diante de um cenário de incertezas e mudanças no setor da educação. No entanto, os pais e responsáveis pelos alunos também afirmam passar por momentos de angústia, boa parte deles preocupada com o aproveitamento dos filhos no ensino remoto.

No início da pandemia de Covid-19, Andréa de Aquino, mãe de Maria Eduarda, de 17 anos de idade, pensou que o ensino remoto não daria certo. “Em um primeiro momento, eu achei que não iria dar muito certo, mas minha filha está dando conta do recado. Mesmo assim sinto que não dá para aproveitar ao máximo, pois além de ser algo novo, também tem a questão do interesse, e por ser em casa acredito que não chega a ser um bom aproveitamento nos estudos, como seria no modo presencial, sem contar na dedicação que tem que ser dada aos assuntos do Enem”, diz. 

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Maria Eduarda está no último ano do ensino médio, fará Enem na modalidade impressa, tem aulas de 8h às 12h, e no turno da tarde participa de um curso para reforçar os estudos. “Muitas vezes tenho que ficar alertando ‘olha a aula’, ‘vai começar a aula’, coisa de mãe. Eu pensei que as aulas on-line não iriam durar tanto tempo e ela iria desistir”, acrescenta Andréa.

Andréa Aquino e sua filha, Maria Eduarda. Foto: Cortesia

“Eu não gosto muito do ensino on-line, porque fico muito dispersa, acho que não dá para entender, não dá pra tirar dúvidas da mesma forma que tirava antes. Vejo a situação como uma forma que as autoridades quiseram ajudar, mas em alguns pontos acabou atrapalhando”, comenta a estudante.

A educadora Cristiane Pantoja explica que a educação é um processo cheio de etapas. Muitos conceitos que são apresentados aos alunos tal ano, só serão entendidos plenamente no decorrer dos anos escolares. “Aprender também requer experiências e está ligado ao desenvolvimento da maturidade cognitiva do aluno. Vejo que a Covid-19 ressalta as problemáticas na educação, mas também oportuniza as reinvenções pedagógicas. A tecnologia é importante e necessária, mas a postura do aluno diante o empenho em estudar é algo particular”, opina a professora.

O LeiaJá também entrevistou a mãe Viviane Roberto, mãe de Mariane Marinho, 17 anos, que está cursando o segundo ano do ensino médio e vai realizar o Enem como treineira. As aulas de Mariane são das 7h30 às 17h. 

De acordo com Viviane, a estudante sempre se mostrou esforçada para aprender, mas ela acredita que há estresses e desafios enfrentados. “Não acompanho muito a rotina de estudos da minha filha por trabalhar praticamente o dia inteiro, o que me preocupa, mas já cheguei a vivenciar momentos em que ela estava estressada e chegando até a chorar por não entender algum assunto ou pensar que não iria conseguir passar por tudo isso”, revela Viviane. “Isso acaba refletindo em mim também, pois sei e imagino o quanto está sendo difícil passar por tudo isso”, acrescenta a mãe.

Para a professora Cristiane Pantoja, quando se estuda há sempre ganhos, independente do formato. “Não acredito em um ano perdido para a educação, mas reconheço que o desenvolvimento do aluno tende a melhorar numa situação de aulas presenciais. A palavra é tender mesmo, pois o processo de aprendizagem requer compromisso. Tem aluno que desenvolve esse compromisso, outros não. Independente se em casa ou em sala de aula”, analisa Pantoja.

Mariane relata que é difícil não haver um professor presencialmente e ter que aprender por meio de aparelhos eletrônicos. “Os professores fazem de tudo para aprendermos, mas o assunto parece que não entra, sabe? Fica muito complicado, por exemplo, as chamadas por vídeo, às vezes, ficam difícieis de entender”, comenta a aluna.

“Após as aulas da escola, sempre busco estudar um pouco para o Enem. Mesmo realizando a prova como treineira, tenho em mente que o meu esforço irá me ajudar em algum momento”, relata Mariane.

“Acreditei que as aulas remotas iriam durar apenas uns três meses e voltar tudo ao normal, no início também achei que não iria dar certo o ensino nesta modalidade, mas com o empenho dela as coisas foram se alinhando”, acrescenta. Viviane.

Cristiane Pantoja ressalta que, apesar das dificuldades, o ensino remoto oferece meios de aprendizado. Ela destaca: “A relação entre a postura do aluno diante do próprio compromisso de estudar e o respeito familiar quanto ao momento de estudos, me ocupam mais o pensamento. Se aulas em casa não funcionassem, não haveria diplomados e profissionais competentes em países que têm, em sua tradição, a possibilidade de escolha por esse modo de ensino”.

A mãe de Maria Eduarda, Andréa, diz que o ambiente também influencia no momento dos estudos e que enxerga a situação como um obstáculo. “Em casa, ela se distrai,  então sempre acaba fazendo algo que não é para fazer, ambiente propício para dar uma escapulida; de repente está dormindo”, conta.

Andréa ainda opina que, "infelizmente", não foram tomadas atitudes concretas e certeiras no setor da educação. ”Acredito que o ensino não está sendo priorizado, se um nível escolar for autorizado para voltar às atividades presenciais, todos têm que ser autorizados também, apesar de que eu acho muito cedo para todos os estudantes voltarem”, comenta.

Por fim, a professora Cristiane Pantoja deixa um recado para os pais e estudantes: “Quanto mais diálogo, equilíbrio e empenho, melhor. Relembrando que educação é um processo. Se foi mais dificultoso em um ano, há sempre como buscar equilíbrio e ganhos nos outros que virão”.

A prova impressa do Enem será realizada nos dias 17 e 24 de janeiro de 2021. Já a versão digital está marcada para 13 de janeiro e 7 de fevereiro.

A suspensão de aulas presenciais nas escolas para conter o avanço da Covid-19, junto às dificuldades envolvidas para ministrar aulas a distância no ensino básico, causaram prejuízos de aprendizado profundos aos estudantes no Brasil, que deverão resultar em aumento de desigualdades sociais e redução salarial no futuro. É o que aponta uma pesquisa desenvolvida pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) com base em dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Covid-19 de agosto. 

O estudo buscou estimar o tempo total dedicado ao estudo durante a pandemia, através de um indicador síntese que marca como um relógio as horas dedicadas por cada estudante potencial ao aprendizado a distância, para entender como variaram a matrícula e a jornada escolar em casa por faixa etária e renda, além de determinar se o tempo de estudo foi mais afetado pela falta de oferta de materiais remotos pelos gestores educacionais ou pela falta de interesse dos estudantes, entre outros pontos. 

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O resultado não foi animador: o tempo médio de estudo registrado no grupo de seis a 15 anos foi de 2,37 horas diárias por dia útil, abaixo das recomendações mínimas da Lei de Diretrizes Básicas da Educação (LDBE). A situação se agrava para estudantes mais velhos, o que é ainda mais problemático, uma vez que eles estão mais próximos de fazer as provas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem): adolescentes de 16 e 17 anos dedicam relativamente mais ao ensino remoto, mas sofrem maiores taxas de evasão escolar, apresentando, no geral, menos tempo para escola que as crianças entre seis e 15 anos. 

Perda salarial

O dado é preocupante em diversos aspectos, inclusive pelo futuro profissional dos alunos que não têm conseguido estudar adequadamente. Segundo dados da  Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), o Brasil é o país em que terminar o ensino superior garante mais vantagens salariais em comparação ao ensino médio completo e ao incompleto, dentre uma lista de 37 nações avaliadas. 

A diferença nos ganhos financeiros mensais pode chegar a ser 131% maior para os mais escolarizados, enquanto uma pós-graduação pode gerar até 92,5% de retorno salarial extra. Diante desses dados, o surgimento de uma geração que teve um ano com aumento de defasagens de aprendizado e crescimento de abandono escolar representa um grande problema para o País e para o futuro desses jovens. 

Falta de tarefas

Os dados mostraram que há uma carência de atividades para os alunos e, de acordo com as respostas deles, na maior parte dos casos, isso se deve à escola. Segundo a FGV, 13,5% dos estudantes de seis a 15 anos não receberam materiais dos gestores educacionais e professores, enquanto somente 2,88% não utilizaram os materiais que receberam por alguma razão pessoal. 

Desigualdade social

Analisando a situação pelo aspecto financeiro, ao observar a faixa de renda dos alunos, constatou-se que a falta de oferta de tarefas escolares afeta 633% mais alunos de baixa renda. Quanto mais pobre é o estudante, menores são a frequência na escola, a quantidade de exercícios recebidos e o tempo dedicado a resolvê-los. 

Alunos de seis a 15 anos que pertencem às classes A e B dedicaram 3,2 horas aos estudos, e os de 16 e 17 anos, 3,3. Na classe C, há uma redução para 2,4 horas entre os que têm até 15 anos e 2,3 para alunos de 16 e 17 anos de idade. Na classe D, 2,2 horas é o tempo dedicado por alunos de seis a 15 anos e os mais velhos estudam uma média de 2,1 horas. Na classe E, o índice registrado foi de duas horas em ambas as faixas etárias. 

Disparidades regionais

Analisando o tempo de estudo por estados, o Acre é o último colocado, apresentando menos que a metade do primeiro da lista, que é o Distrito Federal (1,29 e 2,96, respectivamente). A pesquisa ainda aponta para outro dado preocupante: mesmo os melhores colocados não tiveram um tempo para escola superior à jornada escolar mínima proposta pela Lei de Diretrizes Básicas da Educação (LDBE), que comparada a padrões internacionais, ainda é baixa. 

Na região Sul do País, há indicadores melhores para o envio de tarefas escolares, enquanto o norte é o mais afetado pela escassez. Os dados refletem essa realidade ao mostrar, por exemplo, que o índice de alunos sem atividades no período de aulas remotas é de 2,09%, enquanto no Pará é de 45,3%. O envolvimento com as tarefas recebidas também foi menor para alunos que vivem na região Norte, o que indica problemas de infraestrutura domiciliar e de demanda por parte desses alunos, além de agravamento nas desigualdades regionais de educação no Brasil pós-pandemia. 

Pernambuco registrou um tempo dedicado por alunos de até 15 anos de 2,29 em julho, caindo para 2,26 em agosto. Na faixa dos 16 e 17 anos, a queda foi de 2,22 em julho para 2,19 em agosto. No que diz respeito à capital, Recife, os estudantes de seis a 15 anos dedicaram 2,69 horas em julho e 2,48 em agosto, o que representa uma queda com o passar do tempo em todo o estado e na totalidade das faixas etárias pesquisadas. Para consultar o estudo na íntegra, clique aqui.

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Os estudos por meios tradicionais, como livros e cadernos, é importante para os alunos, mas não precisam ser a única forma de aprender. Música, filmes e séries, por exemplo, também podem auxiliar no aprendizado, tornando o conteúdo mais leve e fácil de absorver.

A plataforma de streaming Netflix, muito popular por reunir um grande acervo de títulos entre filmes, documentários e séries de diversos temas, traz ótimas opções de segmentos. Um dele é o universo jurídico.

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Para a professora de direito constitucional Manoela Alves, séries com temas jurídicos podem ajudar bastante no aprendizado de estudantes de direito. “Normalmente, séries e filmes abordam muitas questões importantes para quem está no processo de formação profissional da área jurídica. (...) Aqueles filmes com grandes tribunais mostram ao profissional do direito às vezes que vai ser exigida uma boa oratória, uma habilidade argumentativa, posturas características das pessoas da nossa profissão”, explica a docente.

No entanto, é necessário ter um olhar crítico e discernimento no momento de assistir e analisar um filme ou série com temas judiciais. “Faço ressalvas no sentido de dizer que a gente vê filmes americanos e a legislação às vezes é diferente da brasileira. Nem tudo que funciona lá, funciona aqui. Esse cuidado é essencial para o processo de aprendizagem”, alerta a professora. 

No que tange a obras nacionais, a professora Manoela argumenta que são essenciais para melhorar a visão dos estudantes para temas importantes por meio de uma linguagem que somente a arte domina. “Nos casos de filmes brasileiros, eles são essenciais porque conseguem passar uma leitura política que só consegue ser passada pela arte. Tem filmes que ficaram muito famosos, como por exemplo Tropa de Elite, quando mostra uma leitura política da periferia, do papel da polícia, quando denuncia socialmente a atuação das milícias e isso casa muito com muitas temáticas de criminologia”, explana a professora. 

O LeiaJá preparou uma lista de séries com temática jurídica disponíveis na Netflix, para ajudar os estudantes e profissionais do direito a se aprofundar em temas importantes, ao mesmo tempo em que se divertem. Confira:

Suits

Mike Ross (Patrick J. Adams) abandonou a faculdade de direito mas, com habilidades incríveis, consegue uma entrevista com Harvey Specter (Gabriel Macht), um dos melhores advogados de Nova York. Notando o talento natural e a memória fotográfica do rapaz, Harvey o contrata e, juntos, formam uma dupla insuperável. Mesmo sendo um gênio, Mike ainda tem muito a aprender sobre o direito.

How to get away with murder

Em How to Get Away With Murder, a brilhante professora e advogada, Annalise Keating, e seu grupo de estudantes de direito, se envolvem em trama de assassinatos que vai agitar toda a universidade e mudar o curso de suas vidas. A série é recomendada pela professora de direito constitucional Manoela Alves. 

“É uma série que eu acho muito inteligente, ajuda a desenvolver perspicácia, sagacidade. Ajuda a desenvolver uma visão mais ampla dos cenários de crime e do poder que a operadora do direito tem de fazer do direito um instrumento utilizado tanto para o bem, quanto para o mal. A série consegue dar lições importantes”, comenta.

Outro elogio da professora é ao elenco da série. “É protagonizada por Viola Davis, que é uma mulher negra e desenvolve um papel super representativo e tem ressignificado a história de séries jurídicas que normalmente são protagonizadas por pessoas brancas. Acho bem histórico. Eu recomendaria essa série, acho que ela tem um papel fundamental nas leituras jurídicas de hoje”, completa.

Making a Murderer

Uma série documental que conta a história de Steven Avery, que sai da cadeia 18 anos após um exame de DNA provar sua inocência. Quando está prestes a ser indenizado pelo Estado, Avery é acusado pelo assassinato da jornalista e fotógrafa Teresa Halbach. Em dez episódios, a série explora a investigação, o julgamento e contradições do caso.

American Crime Story: O povo contra O.J. Simpson

American Crime Story é uma série dos Estados Unidos que se baseia em crimes reais, com cada temporada narrando um caso diferente. Na primeira, chamada “O Povo contra O.J. Simpson”, baseada em um livro com o mesmo título, conhecemos a história do ex-jogador de futebol americano, Orenthal James, acusado em 1994 de matar sua esposa, Nicole Brown, e seu amigo Ronald Goldman. A narrativa é feita através da perspectiva dos advogados do caso explorando acordos feitos de maneira informal e das manobras políticas de ambos os lados.

Better Call Saul

“Better Call Saul” é um spin off - nome dado a séries derivadas de outras que fizeram sucesso - de Breaking Bad, série que apresenta o professor Walter White que, ao descobrir um câncer terminal, se transforma em traficante de drogas. “Better Call Saul” se passa seis anos antes do advogado Saul Goodman conhecer Walter. 

Neste momento, ele não é chamado de Saul, mas de Jimmy McGill, um advogado de pequenas causas procurando o próprio destino e tentando organizar suas finanças. A série acompanhará a transformação de Jimmy em Saul Goodman.

Inacreditável

Uma jovem de 18 anos é estuprada e denuncia à polícia que o crime aconteceu em seu apartamento, voltando atrás na versão posteriormente e sendo acusada de ter mentir sobre o fato. O caso ganha novos contornos depois que é assumido por duas investigadoras que têm um olhar mais atento.

O Mecanismo

A série brasileira “O Mecanismo” se baseia em fatos ocorridos no âmbito da Operação Lava Jato, da Polícia Federal, para criar uma história de operações de repressão a crimes de corrupção praticados por políticos. No enredo, Marco Ruffo (Selton Mello) é um delegado aposentado da Polícia Federal obcecado pelo caso que está investigando e se envolve na Lava Jato junto com sua aprendiz, Verena Cardoni (Carol Abras).

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Depois de uma década de estudos, a tecnologia batizada de 'Gennaris' avança para auxiliar as pessoas que ficaram cegas por conta do comprometimento dos nervos ópticos. Pesquisadores da Monash University desenvolveram implantes eletrônicos sem fio, miniaturizados, que ficam na superfície do cérebro e têm a capacidade de restaurar a visão.

Depois do sucesso obtido nos testes com animais, o projeto caminha para a fase de ensaios clínicos em humanos. Muitas pessoas que são clinicamente cegas têm nervos ópticos danificados. Isso evita que os sinais sejam transmitidos da retina para o "centro de visão" do cérebro. O sistema de visão biônica 'Gennaris' pode contornar esse dano.

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O sistema consiste em um capacete personalizado com uma câmera e um transmissor sem fio, uma unidade de processamento de visão e software, e um conjunto de placas de 9x9 mm que são implantadas no cérebro.

A cena capturada pela câmera de vídeo será enviada para o processador de visão - semelhante em tamanho a um smartphone - onde será processada para extrair as informações mais úteis.

Os dados processados ​​serão transmitidos sem fio para circuitos complexos dentro de cada placa implantada; isso converterá os dados em um padrão de pulsos elétricos, o que estimulará o cérebro por meio de microeletrodos finos como cabelos.

Em estudos pré-clínicos, 10 matrizes (sete ativas e três passivas) foram implantadas usando um sistema de inserção desenvolvido para esse fim. A estimulação foi fornecida por meio dos sete dispositivos ativos por até nove meses. Cumulativamente, mais de 2.700 horas de estimulação foram realizadas sem quaisquer efeitos adversos à saúde observáveis.

Estão abertas as inscrições do Programa de Bolsas do Ensino Médio da Cogna, holding da Saber, da qual o Colégio Motivo faz parte. Em Pernambuco, serão duas vagas, destinadas a alunos de escolas públicas, que irão ingressar no ensino médio em 2021.

Um dos requisitos para concorrer a uma vaga é ter renda familiar per capita de até dois salários mínimos. As vagas estão disponíveis para a unidade do bairro de Boa Viagem, Zona Sul do Recife, e as inscrições podem ser feitas até a próxima quarta-feira (9) pela internet.

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A seleção será feita em quatro fases, que começa com a inscrição, o envio de um questionário socioeconômico e um vídeo feito pelo aluno. Após isso, a escola irá avaliar a situação acadêmica do estudante e, por fim, a entrevista.

O resultado dos selecionados deverá ser divulgado no fim de novembro, após conclusão de todas as etapas. Os candidatos aprovados irão iniciar o ano acadêmico de 2021 com isenção de 100% das mensalidades e materiais didáticos. Durante o primeiro ano letivo, haverá uma mentoria para auxiliar o aluno no novo contexto escolar.  A bolsa contempla os três anos do ensino médio.

A maioria dos adultos com lúpus ou artrite inflamatória não correm risco maior de hospitalização por Covid-19, apontaram dois estudos nesta terça-feira (25), uma notícia considerada tranquilizadora por pesquisadores.

O lúpus e as formas mais comuns de artrite fazem com que o sistema imunológico de uma pessoa ataque o próprio tecido, provocando inflamações nas articulações, na pele, no fígado e em outras partes do corpo. A maioria das pessoas afetada por essas doenças é do sexo feminino.

Os novos estudos foram publicados na revista científica Arthritis & Rheumatology e foram liderados por pesquisadores da Escola de Medicina Grossman da New York University.

A pesquisa, porém, descobriu que pacientes com artrite que tomaram medicação à base de esteroides, ao invés de medicamentos biológicos, corriam mais riscos de precisar de atendimento hospitalar.

No geral, os pesquisadores afirmaram que a descoberta foi positiva para os pacientes que sofrem dessas enfermidades e que viam-se em situação mais tensa por acreditar que estariam mais suscetíveis à Covid-19.

No primeiro estudo, pesquisadores monitoraram de perto a saúde de 226 adultos, de maioria negra, hispânica e do sexo feminino, que estavam sendo tratados para quadros de lúpus leve a grave entre 14 de abril e 1º de junho, no auge da pandemia em Nova York.

Dos 226 adultos, 24 das 83 pessoas diagnosticadas com Covid-19 foram hospitalizadas e quatro morreram.

No segundo estudo, pesquisadores monitoraram 103 adultos, de maioria branca e do sexo feminino, que receberam tratamento entre 3 de março e 4 de maio para artrite inflamatória. Todos os pacientes testaram positivo para Covid-19 ou provavelmente tinham sido contaminados pelo vírus.

Desses, 27 (26%) foram hospitalizados e quatro faleceram (4%). O resultado foi comparável à taxa flagrada em todos os nova-iorquinos (25%) que contraíram o coronavírus.

"Pessoas com lúpus ou artrite inflamatória tem o mesmo fator de risco para ficar gravemente doentes de Covid-19 do que pessoas que não têm essas enfermidades", concluiu a Dr. Ruth Fernandez-Ruiz, coautora de um dos estudos.

Os estudos também comprovaram que pacientes que usaram a hidroxicloroquina, muito usada no tratamento de doenças autoimunes, não corriam mais ou menos riscos de hospitalização.

A hidroxicloroquina está sendo separadamente estudada como possível tratamento para coronavírus. O fato dela não aumentar ou reduzir os riscos de hospitalização por Covid-19 é mais uma prova de que não serviria para este propósito.

Os efeitos socioeconômicos da crise sanitária causada pela Covid-19 no Brasil impactaram mais as famílias com crianças ou adolescentes. Dados de uma pesquisa realizada pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) indicam que, desde a confirmação da chegada do novo coronavírus ao Brasil, no fim de fevereiro, essas famílias vêm sendo mais afetadas pela redução de rendimentos e a outros aspectos negativos da pandemia.

A pesquisa Impactos Primários e Secundários da Covid-19 em Crianças e Adolescentes foi feita pelo Ibope, entre os dias 3 e 18 de julho, por telefone, ouviu 1.516 entrevistas com pessoas de todo o país, com idade superior a 18 anos. Dos entrevistados, 60% não residiam com crianças ou adolescentes, e 40% moravam com alguém com menos de 17 anos.

Enquanto 55% do total de entrevistados afirmaram que o rendimento familiar tinha diminuído no mês anterior à entrevista, entre as famílias com crianças e adolescentes esse percentual foi de 63%. E ao passo que 37% dessas famílias mais afetadas perderam até metade de seus rendimentos, 79% das que não residem com crianças ou adolescentes afirmaram ter perdido menos da metade de sua renda. Além disso, enquanto do total de entrevistados 46% pediram o auxílio emergencial de R$ 600, entre os que têm crianças ou adolescentes em casa esse percentual chegou a 52%.

“A pesquisa deixa claro que os impactos econômicos e sociais da pandemia afetam mais crianças, adolescentes e suas famílias”, disse a chefe de Políticas Sociais, Monitoramento e Avaliação do Unicef no Brasil, Liliana Chopitea, em nota divulgada pelo fundo.

“Suas famílias [que residiam com crianças e adolescente] tiveram as maiores reduções de renda; a qualidade da alimentação que recebem piorou, e muitos de seus direitos estão em risco. É fundamental entender esses impactos e priorizar os direitos de crianças e adolescentes na resposta à pandemia”, disse a representante adjunta da organização no Brasil, Paola Babos, referindo-se a outros aspectos avaliados na pesquisa, como a segurança alimentar e nutricional.

Hábitos alimentares

Questionados se, em suas casas, hábitos alimentares tinham sofrido mudanças a partir de 24 de fevereiro, quase a metade dos entrevistados (49%) respondeu que sim. Já entre os que moram com crianças e adolescentes, esse percentual foi de 58%. Ainda entre os entrevistados desse segundo grupo, 31% disseram que passaram a consumir mais alimentos industrializados, como macarrão instantâneo, bolos, biscoitos recheados, achocolatados, alimentos enlatados, refrigerantes e bebidas açucaradas, contra apenas 18% dos que não têm crianças em casas e que afirmaram ter passado a consumir alimentos menos saudáveis.

A pesquisa revela que 21% dos entrevistados passaram por algum momento em que os alimentos acabaram e não havia dinheiro para as compras. A situação é mais preocupante entre aqueles que residem com crianças e adolescentes, em que o percentual dos que enfrentaram semelhante situação chegou a 27%.

A pesquisa encomendada pela Unicef também abordou a situação do ensino durante a pandemia. Dos entrevistados que moram com crianças ou adolescentes de 4 a 17 anos, que estavam matriculados em escolas públicas ou privadas antes da pandemia, 91% disseram que eles continuaram realizando em casa as atividades pedagógicas, sendo 87% com a ajuda da internet.

Para as representantes da Unicef, com a pandemia, as desigualdades podem se agravar, prejudicando ainda mais àquelas famílias que já se encontravam em situação de vulnerabilidade. 

“É importante que os programas regulares de proteção social incluam, de maneira sustentável, todas as famílias vulneráveis. Por isso, [os programas] precisam ser focalizados nas [famílias] que mais precisam, aquelas com crianças, que já apresentavam altos índices de vulnerabilidades, acentuadas pela pandemia. Em momentos de planejamento fiscal e orçamentário, é fundamental olhar a proteção social não como um gasto e sim como um investimento no presente e no futuro do País”, defende Liliana Chopitea.

* Com informações do Unicef Brasil

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A transfusão de plasma sanguíneo de recuperados da covid em doentes na fase aguda da infecção é foco de ao menos 26 estudos clínicos no Brasil, a maioria não concluída ou com resultados ainda inconclusivos. O tratamento ganhou destaque no domingo (23), após a FDA, agência americana de medicamentos, autorizar o uso emergencial da terapia em meio à pressão do presidente Donald Trump, que defende a eficácia do método mesmo sem evidências científicas robustas.

Para cientistas brasileiros envolvidos em pesquisas sobre o tema, resultados dos primeiros estudos no Brasil e no mundo mostram que a terapia é segura e promissora. Por limitações na metodologia das pesquisas ou número pequeno de participantes, nenhuma delas permite afirmar que o tratamento, de fato, reduz significativamente o risco de morte por covid.

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As primeiras instituições brasileiras a investigarem o uso de plasma convalescente contra covid foram os Hospitais Albert Einstein e Sírio-Libanês. Na primeira fase da pesquisa, feita conjuntamente pelas duas instituições e já finalizada, 60 pacientes receberam o composto sanguíneo. Em uma segunda fase, ainda em andamento, outros 60 doentes farão uso da terapia, mas todos deverão cumprir o requisito de não estarem entubados para que a terapia seja avaliada antes de um agravamento maior do quadro.

"Os resultados são claros quanto à segurança. É uma terapia segura. E há uma indicação de efetividade, principalmente se o plasma é dado nos primeiros dias da infecção. Mas não tivemos grupo controle. Esses resultados podem não se confirmar em estudo randomizado e controlado", diz Luiz Vicente Rizzo, diretor-superintendente de pesquisa do Einstein.

Ele refere-se a estudos em que são incluídos, além dos pacientes que fazem uso da medicação em teste, doentes que recebem placebo - o chamado grupo controle. Só assim é possível comparar diretamente os resultados de quem tomou e de quem não recebeu a terapia e, assim, minimizar o risco de os resultados encontrados terem ocorrido por acaso. É importante ainda que os participantes de cada grupo sejam escolhidos aleatoriamente (de forma randomizada).

O principal estudo feito nos Estados Unidos até agora e citado por Trump no domingo para justificar a autorização do uso emergencial também não teve grupo controle.

No Brasil, o Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP (FMUSP) iniciou em junho um estudo randomizado e controlado com o uso de plasma convalescente. "Serão 120 pacientes divididos em três grupos: um recebe placebo, outro recebe plasma em maior volume e outro, em menor volume. Já foram incluídos 73 pacientes. As primeiras análises dos 30 primeiros confirmam que é uma intervenção segura, mas a amostra é muito pequena para confirmar o benefício. Temos de esperar", explica Esper Kallás, coordenador do estudo e professor da FMUSP.

A pesquisa, diz ele, deve terminar a inclusão de pacientes nas próximas semanas. Ela é financiada pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI).

Nesta segunda-feira, 24, a OMS ressaltou que os estudos clínicos finalizados até agora têm resultados "inconclusivos" e afirmou que irá esperar o término de ensaios clínicos randomizados e controlados para fazer qualquer recomendação a respeito.

Limitações

O uso de plasma convalescente já é usado há mais de cem anos contra outras doenças infecciosas. Ele foi investigado em epidemias mais recentes, como as de SARS, MERS e Ebola e, embora dados preliminares tenham demonstrado benefícios clínicos, estudos mais aprofundados não tiveram continuidade quando tais surtos arrefeceram.

A terapia, apesar de antiga, é cara e complexa do ponto de vista das análises que precisam ser feitas na amostra antes da transfusão. "Além dos testes já padronizados para doação de sangue, como o de HIV e tipagem sanguínea, é preciso fazer pesquisa de anticorpos específicos para o coronavírus e verificar a quantidade. Não são todas as pessoas que produzem anticorpos em níveis suficientes para que possamos utilizar em outro doente", explica Bruno Deltreggia Benites, hematologista e hemoterapeuta do Hemocentro da Unicamp, uma das instituições que participa da pesquisa da USP.

Os especialistas explicam que é recomendável ainda submeter o plasma coletado a um teste para um anticorpo específico (o anti-HLA), mais presente em mulheres que já tiveram filhos. Esse anticorpo pode provocar uma reação rara no receptor, que leva a uma lesão no pulmão - por isso a pesquisa do anticorpo é necessária.

De acordo com Rizzo, o custo do procedimento é outro desafio. "A cada 30 pacientes transfundidos com plasma, gastamos R$ 1,7 milhão. Tem o custo da bolsa, dos testes feitos na amostra para várias doenças, de trazer o doador", ressalta o diretor do Einstein.

Para Benites, a autorização para uso do plasma mesmo sem evidências mais fortes, como ocorreu nos EUA, pode prejudicar até o andamento dos estudos clínicos. "A gente precisa de grupo controle. Nos Estados Unidos, já há a dificuldade de incluir pessoas nos estudos porque ninguém quer correr o risco de cair nesse grupo. Mas temos de lembrar que é um tratamento experimental", diz. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) está marcado para os dias 17 e 24 de janeiro de 2021 (versão impressa) e 31 de janeiro e 7 de fevereiro de 2021 (versão digital). Para os candidatos que ainda não focaram em uma rotina de estudos, o LeiaJá, em parceria com o projeto multimídia Vai Cair No Enem, reuniu uma equipe de professores capacitados para indicar os assuntos que devem compor o início da aprendizagem para o Exame.

Além dos assuntos listados, alguns dos docentes mencionaram dicas que podem ajudar no momento dos estudos. A professora Cristiane Pantoja recomendou que os feras estudem pelo menos 1h por dia e 30min de exercícios, em um estudo intensivo de 1 mês. “As vezes eu passo uma hora de estudo e um hora de exercícios”, disse a educadora. 

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Para a professora de português Josicleide Guilhermino a recomendação é que sejam analisadas as novas formas de comunicação a partir da tecnologia: redes sociais, memes, entre outros. Questões que envolvem educação física: relação entre corpo e saúde, padrão estético contemporâneo, dança e saúde também foram mencionado pela docente.

Os professores Cristiane Pantoja (filosofia, sociologia e história), Percy Fernandes (geografia), André Luiz (biologia), Francisco Coutinho (química), Elias Arcanjo (física), Josicleide Guilhermino, Felipe Rodrigues, Lucas Vicente e Juliana Oliveira (todos de Linguagens e redação) e Ricardo Rocha (matemática), listaram os assuntos que precisam ser estudados por uem deixou para aprender assuntos para o Enem agora.

Ciências Humanas

Filosofia

1. Mito transição para Filosofia Grega (Logos).

2. Períodos da Filosofia: Pré-socrático, Socrático, Sistemático e Helenístico.

3. Clássicos da Filosofia com Sócrates Platão e Aristóteles.

4. Filosofia Medieval

Sociologia

1. Sociedade humana

2. Comte e o Positivismo 

3. Clássicos da Sociologia com Durkheim, Marx e Weber

4. Papel da socialização, contatos sociais, relações sociais, processos sociais, isolamento social e grupos sociais e interação.

5. Organização social e cidadania 

6. Trabalho e sociedade

História

1. Pré-História e a importância da Idade dos Metais e a Produção Asiática

2. História Antiga

Mesopotâmia, Egito, Hebreus, Fenícios e Persas

3. História Antiga com Grécia e Roma e Império Bizantino 

4. História Medieval/feudalismo

Geografia

1. Cartografia: latitude, longitude, projeções cartográficas, assessoramento remoto, utilização de satélites, orientação e coordenadas da cartografia.

2. Geologia, geomorfologia, agricultura, clima (atenção especial para circulação atmosférica, tipos de chuva, climas do Brasil e mudanças climáticas com destaque para o aquecimento global). “Causa e consequência de terremotos, erupção vulcânicas e maremotos”, detalhou Percy. “Quando menciono agricultura envolve  tudo, como por exemplo, uso e utilização do solo, processos erosivos, balança comercial, exportação, divisas no Brasil e principalmente os impactos ambientais provocados pela atividade agrícola como é o caso da contaminação do solo”, acrescentou o docente.

3. Consequências do El Niño na América do Sul, ciclones tropicais. 

4. Biomas do Brasil

5. Bacias hidrográficas 

6. Migrações internas no Brasil, gráficos, economia brasileira e evolução da população do país nos últimos 50 anos. 

7. Produção de energia

8. Confirmação da saída do Reino Unido e Inglaterra da União Europeia

9. Relação comercial de China e Estados Unidos 

10. Afastamento do Brasil em relação às políticas de integração econômica na América do Sul, como é o caso do Mercosul. 

11. Prováveis mudanças políticas nos EUA

Ciências da Natureza

Biologia

1. Origem da vida: abiogênese x biogênese

2. Hipótese de Oparin

3. Bioquímica: propriedades da água; sais minerais (sódio, potássio, magnésio, ferro, cálcio lodo fósforo e flúor)

4.  Citologia: diferenças entre células procariotas e eucariotas; transporte pela membrana; organelas e ciclo celular

5.  Histologia: características dos tecidos epiteliais, conjuntivos, musculares e nervosos.

6. Embriologia: fases do desenvolvimento embrionário: mórula blástula gastrulação e nêurula.

7. Anexos embrionários 

8. Folhetos embrionários

9. Celoma

10.Blastóporo

Química

1. Modelos Atômicos

2. Ligações químicas

3. Geometria molecular 

4. Forças intermoleculares

5. Soluções, eletroquímica, termoquímica e equilíbrio químico

6. Grupos funcionais, hidrocarboneto, isomeria e reações orgânicas 

Física

1. Movimento Retilíneo Uniforme e Uniformemente Variado, com ênfase no estudos dos gráficos.

2. Circuitos Elétricos

3. Leis de Newton

Matemática

1. Razão

2. Proporção

3. Estatística

4. Probabilidade

5. Porcentagem

6. Regra de Três simples e composta

7. Análise de gráficos

8. Cálculo de volume

9. Função de 1° e  2° grau

 Linguagens

Literatura

1. Textos dos movimentos literários, em especial o Modernismo

2. Figuras de Linguagem

3. Funções da linguagem

4. Relação entre arte e cultura

5. Características dos principais autores dos movimentos literários

 Língua Portuguesa

1. Interpretação de texto

2. Tipo textual e gênero textual

3. Variação linguística

4. Preconceito Linguístico

5. Análise do discurso

Língua Estrangeira

Inglês

1. Gramática 

2. Conjunções

3. Regras de concordância

4. Voz passiva

5. Interpretação de Texto

Espanhol

1. Vocabulário: geral e específico (falsos cognatos)

2. Gramática: tempos verbais, estruturas da língua, artigos, verbos, pronomes, etc.

3. Aspectos da cultura hispânica 

4. Gêneros textuais 

5. Atualidades (notícias)

De acordo com a professora Juliana Oliveiram, das questões de espanhol cobradas no Enem são priorizadas mais a leitura e interpretação do texto. “O objetivo da prova é que o aluno compreenda, mesmo que de forma básica, o texto da língua estrangeira que ele escolheu, seja inglês ou espanhol”, disse. “Quando o estudante identifica o gênero textual fica mais fácil compreender o objetivo comunicativo do texto”, finalizou.

Além dos assuntos listados, é importante que os estudantes tenham uma atenção para a produção do texto dissertativo argumentativo cobrado no Enem. O professor de redação Felipe Rodrigues indica que no início, o estudante deve se atentar para a tipologia do texto que é exigida na prova para que não fuja da estrutura. “Para quem ainda vai começar a praticar a redação é necessário se atentar aos problemas sociais em tudo que for estudar, principalmente pontuando quais problemas serão norteados, pois, o candidato irá escolher dois que serão a tese que irá compor a introdução”, comentou.

 De acordo com Felipe, para quem está iniciando os estudos é momento de pesquisa para aumentar o repertório sociocultural. Ao entender a estrutura do texto, o aluno precisa aumentar a argumentação crítica lendo bons argumentos e artigos. “Também é necessário entender as regras gramaticais para uma boa escrita. É uma espécie de organização, primeiro entender cada passo para resultar em um bom texto. Independente da fase em que esteja nos estudos é importante que sempre esteja praticando”, finalizou Felipe. 

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A vacina Coronavac, desenvolvida pela China em parceria com o Instituto Butantan, se mostrou eficaz e segura. A constatação é de estudo publicado nessa segunda (10) pela farmacêutica chinesa Sinovac Life Science. O estudo analisou o comportamento de 600 voluntários vacinados na China durante a fase 2 dos testes clínicos.

Cada voluntário recebeu 2 doses, sendo metade a vacina propriamente dita e a outra metade placebo. De acordo com o que foi identificado nos estudos, não existe nenhuma preocupação com relação a segurança da vacina utilizada nos voluntários. Dentre as principais reações está leve dor no local da aplicação. 

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Segundo o Butantan, a vacina desenvolvida pela Sinovac Life Science é uma das mais promissoras do mundo porque utiliza tecnologia já conhecida e amplamente aplicada em outras vacinas. O Instituto Butantan avalia que sua incorporação ao sistema de saúde deva ocorrer mais facilmente. 

O laboratório asiático já realizou testes em cerca de mil voluntários na China, nas fases 1 e 2. Antes, o modelo experimental aplicado em macacos apresentou resultados expressivos em termos de resposta imune contra o coronavírus.

A farmacêutica forneceu ao Butantan as doses da vacina para a realização de testes clínicos de fase 3 em voluntários no Brasil, com o objetivo de demonstrar sua eficácia e segurança.

Caso a vacina seja aprovada será realizada a transferência de tecnologia para produção em escala e fornecimento gratuito pelo SUS. Os passos seguintes serão o registro do imunizante pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) e distribuição em todo o Brasil.

Com informações da assessoria

Uma série de fatores cerca a rotina dos estudantes na medida em que dedicam tempo em preparações para processos seletivos. Culturalmente, por exemplo, existe uma pressão social para que tenham sucesso em suas carreiras, da mesma forma que eles próprios se cobram no percurso até a tão sonhada aprovação. Bom rendimento, para os alunos, é um dos principais objetivos durante os estudos.

Esse conjunto de fatores, aliado à autocobrança, também traz uma perigosa análise no ambiente estudantil. Existem estudantes que compararam as suas estratégias de estudos aos métodos que outros alunos utilizam para absorver os conteúdos, em especial nas fases que antecedem vestibulares e a prova do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem).

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Porque você não consegue produzir um resumo esteticamente bonito, colorido e cheio de letras cuidadosamente traçadas, não quer diz que você está para trás na corrida pela aprovação. Outro exemplo é quando um candidato identifica que o seu concorrente estuda mais horas líquidas que ele. O resultado é um desânimo, causado justamente por essa e outras comparações que levam um estudante a achar que o seu método de preparação é inferior aos demais.

Em sua trajetória de estudos, a recifense Amanda Tavares, de 18 anos, sofreu ao comparar a forma como estudava com os modelos de preparação dos concorrentes. Sonhando em ingressar na graduação de medicina, a jovem sentia os efeitos da ansiedade ao pensar, erroneamente, que a maneira com que os outros estudavam era superior à sua. Atualmente, Amanda é caloura de medicina da Universidade de Pernambuco (UPE).

Dino Rangel coleciona experiências na área docente como professor de geografia. Também é psicólogo e acompanha de perto a dura rotina dos estudantes que, sob a pressão da aprovação, dedicam energia aos estudos. Antes de descrever os efeitos negativos da comparação, Rangel propõe uma reflexão que nos leva a identificar por que comparamos os nossos métodos de preparação.

“Como é que você está? Porque, quando nós paramos para pensar, para refletir sobre a questão do que o outro faz, se faz bem, melhor, pior do que eu... Quando me coloco na comparação desse outro, é importante parar e pensar: como eu estou? Por que devo me comparar com esse outro? Essa comparação me fez crescer, me faz ser melhor?”, reflete o psicólogo.

De acordo com o especialista, o ser humano é singular e subjetivo. Nesse sentido, a humanidade possui formas diferentes de desempenhar os processos. “Nós temos, em cada um de nós, um potencial diferenciado e uma forma diferente de fazer as coisas. É necessário compreender que, para uma prova de concurso ou Enem, é necessário que possa dar o meu melhor de acordo com aquilo que eu compreendo, com o que eu penso que é importante e positivo para mim. Então, nada melhor do que fazer aquilo da minha forma”, explica o psicólogo e professor.

Rangel orienta que o estudante não deve ficar preocupado se o colega faz um resumo muito melhor, se escreve melhor ou se faz um planejamento superior. “Pelo contrário, tenho que parar para pensar o que estou fazendo comigo. Será que me valorizo? Será que compreendo a minha importância? E se eu compreendo a minha importância, por que não me aceito? Por que eu não faço do jeito que eu compreendo que é a minha forma de fazer?”, questiona.

Com essa reflexão, de acordo com o professor, o aluno poderá desempenhar as suas atividades da melhor maneira, adaptada às próprias características, e não da forma como os outros acham que é o melhor.

“Não será como o outro quer, mas sim como eu quero. Então, assim, eu poderei atingir o meu objetivo”, exclama o especialista. “Aceite a sua forma de estudar, claro, procurando cada vez mais melhorar, mas não tendo o outro como meio de comparação. Assim, você vai atingir de forma satisfatória e plena as suas metas”, acrescenta o psicólogo.

Segundo Dino Rangel, é indicado que os estudantes busquem o apoio de profissionais especializados que possam ajudá-los a preparar um cronograma de estudos, além de revelarem dicas que possam aprimorar as metodologias de aprendizado. Psicólogos, pedagogos, psicopedagogos e professores podem contribuir nesse processo.

Ao privar os alunos do espaço físico da escola e do convívio em sala de aula com colegas e professores, a Covid-19 impôs desafios a todos os estudantes, sem exceção, mas não de maneira igualitária: para alguns deles, as dificuldades são ainda maiores devido a algumas particularidades. É o caso, por exemplo, de crianças que enfrentam doenças graves como o câncer e precisam lidar tanto com os desafios do ensino remoto quanto com o tratamento da doença. 

Há iniciativas que podem amenizar as dificuldades de alunos hospitalizados, como a do Centro Infantil Boldrini, em Campinas-SP, especializado em câncer infantil e doenças hematológicas, que preparou espaços para que as crianças possam ter aulas on-line enquanto esperam por tratamento ou exames.

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“Lá eles contam com mesa, cadeira, material, para poderem se conectar à sua escola e assistirem às aulas. Sempre há um profissional da pedagogia também dando um suporte. Normalmente, as crianças vinham fazer tarefas e ter um reforço aqui, mas agora, com a realidade da pandemia, elas trazem o computador ou celular e criamos mesmo o espaço da sala de aula”, disse a coordenadora de pedagogia do hospital, Luciana Mello. 

Giovanna de Morais Moretti, de nove anos, está no quarto ano e usa o espaço pedagógico para assistir aulas enquanto aguarda para fazer seus exames e tratamento para leucemia, que enfrenta há cerca de 3 meses. Sua mãe, Maria Daiane Morais Moretti, conta que logo que começaram as aulas virtuais a menina escolheu não assistir. 

“No início, ela se afastou da escola. Ficou quase dois meses sem aula. Quando começaram as aulas on-line, ela optou por não participar. Ela estava em um processo de aceitação, tinha raspado a cabeça, tinha muito receio do que os amiguinhos iriam falar. Com o tempo, há umas duas semanas, a professora e os amigos de sala fizeram um vídeo para ela, dizendo que estavam com saudades. Esse receio de não ser bem recebida passou e em poucos dias, ela me pediu para conectar e participar da aula. Foi tudo no tempo dela, quando ela se sentiu preparada e isso foi muito importante”, contou a mãe.

Maria, que é bancária, rekata que o apoio das pedagogas e o espaço preparado para as aulas foram muito importantes para sua filha nesse momento. “Eles souberam entender as necessidades da Giovanna no começo de não querer participar, agora entendem quando ela sai da aula ao vivo para a consulta e a professora até se dispôs a ficar mais tempo com ela após as lives para ensinar o conteúdo que ela perdeu nesses primeiros meses”, disse.

A pequena Giovanna, que antes se sentia insegura de interagir com seus colegas, é uma menina estudiosa e se sente feliz de voltar a ter aulas. “Meus amigos foram muito legais comigo. Sou sempre a primeira a acabar as lições. Minha matéria favorita é ciências e quero ser veterinária quando crescer”, explicou ela, animada. 

*Com informações da assessoria de imprensa

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Prova impressa do Enem 2020 está marcada para os dias 17 e 24 de janeiro de 2021 Foto: Júlio Gomes/LeiaJáImagens/Arquivo

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Com o intuito de ajudar os candidatos do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2020, a professora de história Thais Almeida produziu um cronograma de estudos para um período de cinco meses. A modalidade impressa da prova do Enem 2020 está prevista para ser aplicada nos dias 17 e 24 de janeiro de 2021, enquanto a prova digital será realizada no dia 31 de janeiro e em 7 de fevereiro. 

O planejamento de cada mês inclui checklist com conteúdos de cada matéria que devem ser estudados, além de uma distribuição semanal de todos esses assuntos. A docente ressaltou que a distribuição semanal dos conteúdos não foi pensada aleatoriamente. “A ordem e as matérias escolhidas para cada dia levam em conta o grau de dificuldade dos assuntos e a importância para o Enem. Dessa forma, a eficiência do cronograma será muito maior se o estudante seguir a ordem colocada na distribuição semanal”, disse Thais. 

Importante pontuar que o planejamento diário é feito para ser estudado em dois turnos: manhã e tarde; tarde e noite ou manhã e noite. Para cada dia, pode haver o estudo de três ou quatro matérias, dependendo do grau de dificuldade dos conteúdos selecionados. A professora sugeriu que os candidatos estudem as duas primeiras disciplinas do dia no primeiro turno escolhido, e as outras duas no segundo turno escolhido. 

para o caso de quatro matérias no dia ela recomendou estudar o conteúdo com maior grau de dificuldade em um dos turnos. “Esse cronograma foi pensado para as pessoas que estão estudando de forma independente, ou seja, sem seguir um cursinho ou escola. Assim, o estudo teórico inclui a leitura do material que você usa para estudar. Caso assista vídeo aulas, o estudo teórico deve incluir a aula, seguida da leitura do material”, informou Thais. 

Ela também menciona que no cronograma os assuntos não foram divididos para serem estudados em um único dia. O planejamento segue a lógica de que não é possível aprender um conteúdo de uma só vez. “A sugestão é que você divida o estudo das diferentes matérias em blocos de 1h, 1h30 ou 2h, dependendo do grau de dificuldade do conteúdo. Por exemplo, separar 1h30 para estudar os aspectos teóricos de um conteúdo, e 2h para resolver os exercícios referentes a ele”, explicou a docente. 

 “Para um outro conteúdo, pode escolher separar 2h para o estudo teórico e 1h para exercícios. Essa escolha depende do ritmo de estudos do aluno e das dificuldades que sente com as diferentes matérias”, acrescentou. 

No cronograma, alguns dos domingos foram mantidos livres e alguns dias de recesso foram selecionados. “O descanso mental e físico são partes importantes do processo de preparação para a prova do Enem”, comentou Thais. A sugestão é que respeite esses descansos e não caia na armadilha de usá-los para estudar mais. Quantidade não significa necessariamente qualidade”, finalizou. Confira aqui o cronograma disponibilizado pela professora.

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O programa Santander Superamos Juntos, destinado a estudantes do Ser Educacional, recebe inscrições até 2 de agosto, através do site do Santander. A iniciativa oferece bolsas no valor de R$ 4 mil para auxiliar estudantes de qualquer uma das instituições de ensino do grupo, em decorrência da pandemia do coronavírus.

Do valor total da bolsa, serão disponibilizados R$ 300 diretamente para uso individual do aluno e R$ 3.700 mil para assunto acadêmicos. O valor poderá ser utilizado para abater débitos ou para pagar mensalidades do curso em vigência, ou seja, não poderá ser remanejado para iniciar outros cursos, por exemplo.

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Para participar, o candidato deverá realizar a inscrição no site do Santander e em seguida entrar em contato com o setor de Relações Internacionais, por meio do e-mail relacoesinternacionais@sereducacional.com, para continuidade do processo.

Poderão ser beneficiados os estudantes das instituições da UNINABUCO - Centro Universitário Joaquim Nabuco, UNINASSAU - Centro Universitário Maurício de Nassau, UNAMA - Universidade da Amazônia, Universidade de Guarulhos (UNG), UNIVERITAS e UNINORTE - Centro Universitário do Norte.

Mesmo em meio a pandemia da Covid-19, a Fundação Alexander von Humboldt determinou a permanência do processo seletivo para a edição 2020/2021 da Bolsa Chanceler Alemã para Futuros Líderes do Brasil (German Chancellor Fellowships for prospective leaders from Brazil). Interessados devem realizar as inscrições até o dia 15 de setembro, através do site da instituição.

O programa é destinado a jovens pesquisadores brasileiros que, através do incentivo financeiro para custear capacitação profissional e pessoal na Alemanha, impulsionam suas carreiras. Dentre os requisitos para participar do projeto é necessário que o candidato tenha formação superior completa, fluência nos idiomas inglês ou alemão, além de apresentar uma carta de recomendação de um mentor para a pesquisa, que pode ser de instituição de ensino privada ou pública.

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Os bolsistas aprovados terão auxílios mensais que variam entre 2.170 e 2.770 euros, dependendo das qualificações. Outros custos também ficam previstos na bolsa de estudos, como cursos adicionais de alemão, suporte para a família acompanhar o jovem e as despesas com viagem. 

Para explicar detalhes sobre programa e esclarecer dúvidas, o responsável pelo departamento de seleção da Fundação Alexander von Humboldt, doutor Damian Grasmück, participará de uma live no canal da Câmara Brasil-Alemanha de São Paulo, no Youtube. O encontro está marcado para o dia 5 de agosto, às 10h. Outras informações podem ser obtidas através do site da Fundação Alexander von Humboldt.

Em meio à pandemia causado pelo novo coronavírus, muitas pessoas pensam nos concursos públicos como uma alternativa de ter carreiras estável e boa remuneração. Com o objetivo de ajudar os concurseiros a terem acesso às seleções com as melhores remunerações, o LeiaJá realizou uma pesquisa e selecionou nove concursos com salários de até R$ 10 mil que estão com inscrições abertas, confira: 

Prefeitura de Itapetim

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A Prefeitura de Itapetim, localizada no Estado de Pernambuco, está com inscrições abertas até esta terça-feira (23), para o preenchimento de uma vaga, além de cadastro reserva, para profissionais da saúde. O aprovado trabalhará 40 horas semanais e terá uma remuneração de R$ 10 mil. A seleção será composta apenas por análise curricular. Inscrições devem ser feitas por meio de envio de documentação exigida no edital de abertura na seleção para o e-mail processoseletivo@itapetim.pe.gov.br.

Prefeitura de Alto Alegre do Pindaré

Situada no Maranhão, a prefeitura anunciou processo seletivo com salários que variam de R$ 1.045,00 a R$ 6 mil em regimento de trabalho de 20 a 40 horas semanais. Há 259 vagas para profissionais dos níveis fundamental, médio e superior, com oportunidades para cargos como auxiliar operacional de serviços diversos; motorista; técnico administrativo; técnico em enfermagem; professor em variadas disciplinas; assistente social; médico; entre outras funções listadas em edital. As inscrições devem ser realizadas até 29 de junho, por meio do site da banca organizadora

Prefeitura de Itabaiana

 Localizada no Agreste de Sergipe, a seleção oferece salários de R$ 1.045,00 a R$ 9.562,28, em regimento de 20 a 40 horas semanais. Há 258 vagas, além de cadastro reserva. As inscrições poderão ser realizadas no período de 6 a 24 de julho, através do site da banca organizadora do certame. Há oportunidades para diversos cargos, do nível fundamental ao nível superior, como agente de coleta de lixo; agente técnico de agricultura; agente de condução de veículos de pequeno e médio porte; analista de políticas públicas e gestão governamental; médico do trabalho, entre outros. O valor da taxa de participação varia de R$ 50 a R$ 110, a depender do cargo pretendido.

Prefeitura de Campo Belo 

A Prefeitura de Campo Belo, no estado de Minas Gerais, anunciou concurso público com salários que variam de R$ 1.120,00 a R$ 8.850,00 em regimento de 20 a 40 horas semanais. Há oportunidades para todos os níveis de escolaridade. As inscrições seguem abertas até 2 de julho, através do site da banca organizadora do certame.

São 456 vagas para cargos como eletricista, pintor, operador de máquinas, orientador social, técnico de edificações, técnico de enfermagem, analista contábil, farmacêutico, médico, dentre outros. Para mais informações, consulte o edital

Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Brasília (IFB)

Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Brasília (IFB) está com inscrições abertas para o processo seletivo destinado à contratação temporária de um professor substituto licenciado em pedagogia. O salário oferecido varia de R$ 3.126,31 a R$ 6.244,68, a depender da titulação. Os interessados em se candidatar devem encaminhar, até o dia 28 de junho, os documentos exigidos no edital para o e-mail cdpedcssb@etfbsb.edu.br

Ministério da Justiça

O Ministério da Justiça e Segurança Pública, no Distrito Federal, está com inscrições abertas https://www.institutoaocp.org.br/concurso.jsp?id=269 até 29 de junho para a contratação de 35 profissionais com nível superior. O salário oferecido será de R$ 8.300. Há oportunidade para os cargos de analista de governança de dados, cientista de dados e engenheiro de dados. A taxa de participação é no valor de R$ 60. Mais informações, podem ser obtidas no edital de abertura das inscrições.

Prefeitura de Moreilândia

Concurso público da prefeitura de Moreilândia, no Sertão de Pernambuco, está com inscrições abertas até 9 de julho. São 74 vagas, com oportunidades para profissionais dos níveis fundamental, médio e superior; para cargos como psicólogo, professor, vigilante, contador, auxiliar de serviços gerais, dentre outras oportunidades. O salário  varia de 1.045,00 a R$ 10 mil, com regimento de 30 a 40 horas semanais, além de plantões de 24 horas, a depender da função.

Vale pontuar que para participar, o candidato deverá pagar taxa de inscrição que varia de R$ 65 a R$ 93. Estarão isentos da taxa os candidatos inscritos em Programas Sociais do Governo Federal, como Cadastro Único (CadÚnico), ou famílias de baixa renda. A solicitação deve ser feita até esta segunda-feira (22), no ato da inscrição. Para mais informações, consulte o edital de abertura das inscrições

Prefeitura de Água Clara

A Prefeitura de Água Clara, localizado no Estado de Mato Grosso do Sul, está com inscrições abertas, até esta quinta-feira (25), para concurso público destinado a contratação de 362 profissionais. Os contratados terão uma remuneração de R$ 1.104,31 a R$ 10.830,78. Há oportunidades para os cargos de auxiliar de serviços gerais, coveiro, cozinheira, pedreiro, trabalhador braçal, vigia, zelador, lavador de veículos, mecânico, motorista, operador de máquinas, tratorista, agente administrativo, agente comunitário de saúde, entre outros. A taxa de participação varia de R$ 40 a R$ 120.

Mais informações podem ser obtidas através do edital

Prefeitura de Araçoiaba 

O concurso público da Prefeitura de Araçoiaba, localizada na Região Metropolitana do Recife (RMR), oferece remuneração que varia de R$ 1.045 a R$ 7.500. As inscrições devem ser realizadas por meio do site da banca organizadora do certame, até o dia 31 de julho. São 370 vagas para todos os níveis de escolaridade, com oportunidades para os cargos de auxiliar de eletricista, cozinheiro, gari, agente comunitário de saúde, auxiliar de farmácia, técnico agropecuário, técnico de enfermagem, nutricionista, entre outros. A taxa de participação varia de R$ 80 a R$ 120. Para mais informações, acesse o edital de abertura das inscrições.

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