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Agentes de trânsito de Cachoeirinha, região metropolitana de Porto Alegre, recolheram uma moto “CG125 Today” nessa sexta (21), após abordagem de rotina, com cerca de R$ 600 mil em multas.

Segundo o portal GZH, a moto chamou a atenção dos guardas por estar com as placas quebradas e em péssimo estado de conservação. Ao constatar a situação do veículo, perceberam que tinha mais de mil infrações vencidas, a maioria por excesso de velocidade e condução sem habilitação, 39 dos registros, foram feitos em um único dia. Todas somam um total de débitos de R$ 696.481,47.

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A moto é de uma empresa de Porto Alegre e está avaliada em R$ 1,9 mil e o motorista não era dono de nenhuma das infrações, não tendo nenhum problema com sua habilitação.

Na abordagem, seguindo a legislação estadual, foi ofertado ao condutor, a opção de pagar os débitos, o que foi prontamente recusado e a moto foi apreendida e levada para o depósito.

Nessa quarta-feira (28) o Carrefour Brasil disse ter feito o depósito de R$ 1 milhão para Milena Alves, viúva de João Alberto Silveira Freitas, homem negro espancado até a morte em novembro do ano passado, no estacionamento de uma das unidades do supermercado, em Porto Alegre (RS). Seis pessoas se tornaram réus pelo crime, e dois seguranças seguem presos. As informações são do Correio do Povo.

Após o caso ter alcançado repercussão nacional, o Carrefour iniciou o pagamento de indenizações aos familiares da vítima. Contudo, Milena Alves já teria afirmado não concordar com o valor proposto pela empresa. Dessa forma, o depósito da quantia foi feito de maneira deliberada, em uma conta criada com a finalidade de consignação extrajudicial.

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Para o Carrefour, o dinheiro corresponde à soma do patamar máximo por danos morais fixado pelo Supremo Tribunal de Justiça (STF), que estabelece um valor referente aos danos materiais independentemente da comprovação que seria necessária em caso de litígio, e que geraria novos custos à viúva.

Defesa da mulher quer "devolver o dinheiro"

Ao Uol, Hamilton Ribeiro, advogado de Milena, salientou que o depósito seria uma forma de pressionar a viúva por um acordo.

"Se houve o depósito, é um absurdo. O Carrefour acha que pode fazer o que quer com a vida dos outros? Querem empurrar goela abaixo. É mais uma bizarrice do Carrefour. Não tem acordo (extrajudicial) com eles. É uma cartada extremamente arriscada. Se depositaram esse valor, vamos devolver", prometeu Hamilton Ribeiro.

Um dos motivos pelos quais a viúva recusa a quantia, oferecida inicialmente em março de 2020, é que o valor seria o mesmo pago pela morte do cão Manchinha, espancado em 2018 por um segurança do Carrefour de Osasco (SP).

O Fantaspoa, Festival Internacional de Cinema Fantástico de Porto Alegre, anunciou na tarde dessa quarta-feira (3), 25 dos 50 longas que serão exibidos no evento. Será a sua 17º edição, que neste ano será realizado de forma online e gratuita, entre os dias 9 e 18 de abril.

Os filmes vão de fantasia e ficção-científica, até horror e thriller. Nesta 17º edição serão apresentadas 150 produções, 100 curtas e 50 longa-metragens, e todos poderão ser vistos gratuitamente pela plataforma de streaming Darkflix.

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Estreia mundial

Entre os filmes anunciados, três terão sua primeira exibição mundial no festival. São eles: Este Jogo Se Chama Assassinato, de Adam Sherman, Mister Limbro, de Robert G. Putka e O Grande Salto, de Karim Lakzdeh. Os dois primeiros são produções norte americanas, enquanto o terceiro é iraniano.

Projetos de outros 17 países estarão presentes no evento, dentre eles Argentina, Austrália, Holanda, Hungria, Japão, Rússia e Taiwan.

Formação em cinema

Além da exibição cinematográfica, a edição deste ano do Fantaspoa também irá realizar 14 atividades de formação para pessoas com interesse na área de cinema. Semanalmente de forma online, até o dia 8 de abril, atividades serão ministradas por grandes nomes como Lourenço Mutarelli, ator, professor e escritor; Luciana Paes, atriz premiada por seus filmes e novelas globais; e Silvero Pereira, ator que atuou recentemente em Bacurau interpretando Lunga.

Os primeiros 25 filmes divulgados são:

- Bloodshot Heart, de Parish Malfitano (Austrália)

- A Cabelereira, de Jill Gevargizian (EUA)

- Carroña, de Eric Fleitas e Luciana Garraza (Argentina)

- O Cemitério das Almas Perdidas, de Rodrigo Aragão (Brasil)

- Cisto, de Tyler Russell (EUA)

- Dancing Mary, de SABU (Japão)

- Danger! Danger!, de Lexie Findarle Trivundza e Nick Trivundza (EUA)

- A Dark, Dark Man, de Adilkhan Yerzhanov (Cazaquistão/França)

- Este Jogo Se Chama Assassinato, de Adam Sherman (EUA)

- Frank e Zed, de Jesse Blanchard (EUA)

- O Grande Salto, de Karim Lakzadeh (Irã)

- Get the Hell Out, de I-Fang Wang (Taiwan)

- Hawk e Rev: Matadores de Vampiros, de Ryan Barton-Grimley (EUA)

- História do Oculto, de Cristian Ponce (Argentina)

- Kontora, de Ansul Chauhan (Japão)

- Marionete, de Elbert van Strien (Holanda/Luxemburgo/Reino Unido)

- Mate Enterre Ganhe, de Michael Lovan (EUA)

- Mister Limbo, de Robert G. Putka (EUA)

- Moscou Não Acontece, de Dmitry Fedorov (Rússia)

- Noturna, de Gonzalo Calzada (Argentina)

- Playdurizm, de Gem Deger (República Tcheca)

- Post Mortem, de Péter Bergendy (Hungria)

- Querida, Você Não Vai Acreditar, de Yernar Nurgaliyev (Cazaquistão)

- Sangue Vurdalak, de Santiago Fernandéz Calvete (Cingapura);

- O Som da Violência, de Alex Noyer (Finlândia)

Depois de vencer o Internacional, interrompendo uma sequência de 12 jogos dos gaúchos sem perder, nesta quarta-feira (10), o técnico do Sport, Jair Ventura explicou a entrada do time com três zagueiros e parabenizou a equipe pelos três pontos. 

Era esperado que o Sport se resguardasse mais no duelo e por isso Jair entrou com três zagueiros, mas já depois do jogo ele explicou que não se tratava apenas de se defender, mas tinha a ver com um ponto forte do adversário.

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“Por mais que a gente mude o sistema a gente já sabe o que fazer, já jogamos assim em outros momentos, viemos enfrentar o líder da competição, o time que tem mais gol de cabeça na competição, então elevamos nossa estatura, e também neutralizamos as infiltrações, é muito vertical esse time do inter”, apontou Jair Ventura.

Jair avalia que mesmo com os três pontos conquistados, poderia sair de Porto Alegre com mais. “Pelo que nós criamos, lógico poderíamos ter saído daqui com um placar melhor pelas chances, tivemos inúmeras chances para matar o jogo”, disse. “ A equipe está de parabéns”, completou o treinador.

Com o resultado, o Sport chegou aos 41 pontos e fica próximo de algumas previsões que colocam 42 como suficiente para permanencer na Série A. Porém, apesar de celebrar a “bela vitória”, como se referiu Jair algumas vezes, o comandante rubro-negro garante que para equipe só importa vencer. "Não sei qual vai ser a numeração, a gente não busca esses números, a gente busca sim fazer o jogo da nossa vida em todos jogos que jogamos e fizemos isso com o Inter hoje”, concluiu.

O estado de Rondônia transferiu mais nove pacientes com a covid-19 para a Região Sul do país. Os seis homens e três mulheres que estavam sendo atendidos em unidades de saúde de Porto Velho chegaram a Porto Alegre no início da madrugada de hoje (27).

Após viajarem por cerca de 6h45 a bordo de um avião da Força Aérea Brasileira (FAB), que percorreu os mais de 3,6 mil quilômetros que separam a capital rondoniense da gaúcha, os pacientes foram levados para hospitais públicos da cidade, sendo que cinco seguiram para o Hospital Conceição, e quatro para o Hospital de Clínicas.

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Segundo a Secretaria estadual de Saúde, os nove pacientes que aceitaram ser transferidos apresentavam sintomas da doença entre leve e moderado. Durante o trajeto, o grupo foi acompanhado por dois médicos, um enfermeiro e três técnicos de enfermagem. Ainda de acordo com a secretaria, assistentes sociais dos hospitais gaúchos permanecerão em contato com parentes dos pacientes a fim de manter a família informada sobre a evolução do tratamento.

Na segunda-feira (25) à noite, 13 pacientes com a covid-19 foram transferidos de Rondônia para Curitiba, a mais de 3,1 mil quilômetros de distância de Porto Velho.

Outros quatro pacientes com quadros clínicos de emergência foram removidos de Porto Velho para Cuiabá, a cerca de 1,5 mil quilômetros, ao longo desta terça-feira (26). Duas mulheres, de 60 anos e 53 anos de idade, levadas até a capital mato-grossense em uma aeronave do Corpo de Bombeiros de Rondônia, foram imediatamente conduzidas pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) até o Hospital Metropolitano, onde foram encaminhadas para a Unidade de Terapia Intensiva (UTI).

De acordo com o mais recente boletim epidemiológico divulgado pela Agência de Vigilância em Saúde de Rondônia (Agevisa), o estado já contabiliza 119.336 casos confirmados da doença até ontem a tarde. Desde que a presença do novo coronavírus (covid-19) no Brasil foi confirmada, no fim de fevereiro de 2020, 2.149 mortes em decorrência de complicações causadas pela covid-19 foram registradas em Rondônia, e ao menos 1.768 pessoas estavam aguardando pelo resultado de seus testes para saberem se estão infectadas, e 558 estavam internados até ontem a noite.

Com os hospitais lotados, o governo de Rondônia disse que a transferência de pacientes para outros estados visa aliviar a rede de saúde estadual. O governo informou ainda que ampliou o número de leitos hospitalares da rede pública de saúde, inclusive com a abertura de um hospital de campanha exclusivo para atendimento aos pacientes com a covid-19, mas que enfrenta a falta de profissionais de saúde, principalmente médicos, para poder usar toda a capacidade das unidades.

O governo do Amazonas e a prefeitura de Porto Alegre passaram a recomendar o uso de medicamentos que não possuem eficácia comprovada no tratamento de pacientes com covid-19. A distribuição pública da hidroxicloroquina, da azitromicina e da ivermectina é incentivada pela gestão do presidente Jair Bolsonaro. Especialistas dizem que a recomendação ignora evidências científicas e cria falsa sensação de que existe um tratamento eficaz contra a doença.

Enquanto vê o número de casos, internações e mortes voltar a subir, a prefeitura de Manaus e o governo do Estado do Amazonas recomendaram publicamente, pela primeira vez, o uso dos medicamentos, conjunto que é chamado pelo governo Bolsonaro de "tratamento precoce", mesmo sem indicativos de que seja de fato um tratamento.

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Em publicação no site da prefeitura, a secretária municipal de Saúde, Shádia Fraxe, disse que reforça "a importância do tratamento precoce para evitar que o quadro clínico se agrave". "Se, clinicamente, o paciente apresentar sintomas que sugiram covid-19, já recebe tratamento e seu quadro de saúde será monitorado por pessoal capacitado para isso", disse.

Segundo o jornal Folha de S.Paulo, o Ministério da Saúde pressionou Manaus, em ofício, a adotar a cloroquina, em um suposto tratamento precoce contra a covid. Em maio, Bolsonaro chegou a dizer que "quem é de direita toma cloroquina e quem é de esquerda toma tubaína". O tratamento precoce também foi defendido pelo governador do Estado, Wilson Lima (PSC), em "live" para anunciar apoio da pasta, no último dia 4 de janeiro.

Entre os agentes defensores do tratamento precoce estão o sindicato dos médicos e o Conselho Regional de Medicina do Amazonas (CRM-AM). O presidente sindicalista Mário Vianna afirmou que "o Ministério da Saúde tem mais de 150 trabalhos científicos com resultados positivíssimos com tratamento precoce". Quando perguntado sobre a procedência desses estudos, Vianna disse que "não tem em mãos, mas os documentos estão nas redes sociais", sem dar detalhes. A prefeitura também foi questionada sobre quais evidências científicas subsidiam o uso desses remédios, mas também não respondeu.

Nova gestão de Porto Alegre adotou medicamentos sem eficácia

Desde a campanha, o novo prefeito de Porto Alegre, Sebastião Melo (MDB), anunciava ser contrário a medidas de restrição para conter a transmissão da covid-19. Tão logo assumiu o governo, Melo cumpriu a promessa, e editou um decreto flexibilizando as restrições impostas pelo antecessor, Nelson Marchezan Jr (PSDB).

Além da mudança em relação ao funcionamento do comércio, e mesmo para realização de eventos, Melo também decidiu adotar o chamado "tratamento precoce". Os medicamentos que o governo municipal pretende distribuir na rede pública foram entregues pelo ministério sem custos aos cofres públicos municipais.

Médico infectologista, mestre em Ciências Médicas e membro do Comitê Covid da Sociedade Riograndense de Infectologia (SRGI), Ronaldo Hallal diz que a decisão de adotar o "tratamento precoce" não trará resultados práticos sobre o cenário da doença. "Já há estudos clínicos publicados mostrando que esses medicamentos não possuem eficácia mesmo utilizados no 1º, 5º, ou 7º dia. A decisão da gestão Melo de adotar o "tratamento precoce" ignora evidências científicas. Os grupos de decisão revelam que a prefeitura de Porto Alegre não utiliza evidências científicas na elaboração de suas políticas", critica.

Para Hallal, a indicação do uso do kit cria uma falsa sensação de existir um tratamento para a doença, o que prejudica as medidas de isolamento, o que na avaliação dele é justamente o objetivo do governo. "Sinaliza com a mensagem errada que essa doença tem tratamento, o que pode comprometer as medidas de isolamento."

O governo municipal defende a distribuição do medicamento como uma decisão entre médico e paciente. De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde (SMS), o governo tem seguido a orientação e as bases científicas do Ministério da Saúde para adotar o tratamento precoce.

Questionada sobre o parecer de comitês científicos, a SMS se limitou a se basear na resolução do Conselho Federal de Medicina (CFM) e do Conselho Regional de Medicina do Estado (CREMERS). Nenhuma das duas fala sobre a eficácia do tratamento, apenas dizem que médicos que receitem o "kit Covid" não cometem infrações e casos de efeitos colaterais serão investigados.

O único "estudo" apresentado pelo governo municipal foi um link do Ministério da Saúde, citado como exemplo. Nele, o governo federal apresenta um artigo publicado na revista The American Journal of Medicine que defende o uso da cloroquina no tratamento precoce. A intenção do governo municipal é distribuir os medicamentos nas farmácias distritais e nas unidades de saúde que funcionam até 22h.

Hallal afirma que os estudos usados pelo ministério não são clínicos. "São comparativos da intervenção com placebo, são basicamente estudos retrospectivos, que tentam associar desfechos clínicos com algo que tenha ocorrido diferente." Ele cita como exemplo pesquisas feitas nos Estados Unidos, Espanha, e o Coalizão, do qual o Brasil fez parte, que comprovaram a ineficácia da cloroquina no tratamento da covid-19.

O governo municipal vai enfrentar resistência nos próximos dias, já que a bancada do PT na Câmara de Vereadores anunciou que ainda nesta semana entrará com um pedido de providência do Legislativo, além de uma representação na Promotoria de Saúde do Ministério Público, pedindo que os remédios sejam devolvidos ao governo federal.

A ocupação dos leitos de unidade de terapia intensiva (UTI) para covid-19 na rede pública terminou 2020 e começou 2021 acima de 80% em nove capitais brasileiras. O dado é referente ao período de 21 de dezembro a 4 de janeiro e consta no boletim especial divulgado nesta quarta-feira (13) pelo Observatório Covid-19 da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), que faz um balanço da pandemia no Brasil ao longo de 2020.

O índice de 80%, ou mais, é considerado zona de alerta crítica pela Fiocruz. A situação foi constatada entre 21 de dezembro e 4 de janeiro em Manaus (89,4%); Boa Vista (83,3%); Macapá (94,4%); Belém (100%); Belo Horizonte (80,5%); Vitória (80,1%); Rio de Janeiro  (99,8%); Curitiba (80%) e Campo Grande (100%). Recife, com77,5%, e Porto Alegre, com 73,8%, também apresentaram taxas superiores a 70%. 

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Quando analisada a ocupação das UTIs por estado, Amazonas (89,2%), Amapá (81%), Mato Grosso do Sul (85,6%), Pernambuco (83%) e Espírito Santo (80,7%), além do Distrito Federal (88,7%), enquadraram-se na zona de alerta crítica entre 21 de dezembro e 4 de janeiro.

Números de 2020

O Brasil identificou o primeiro caso de covid-19 em 26 de fevereiro, em um cidadão de São Paulo que chegou da Itália. Em março, o número de casos chegou a 4.579, e o de mortes, a 159.

O país atingiu 1 milhão de casos em junho, mês em que o número de mortes chegou a 58.314. A partir daí, o número de infecções confirmadas saltou cerca de 1 milhão por mês até dezembro, quando fechou o ano em 7,68 milhões. Já o número de óbitos pela doença no país em 2020 chegou a 195.742.

No mundo inteiro, foram confirmados 83,43 milhões de casos de covid-19 ao longo do ano passado, com 1,82 milhão de mortes.

Evolução da pandemia

O boletim destaca que a pandemia se espalhou no Brasil de forma inicialmente mais lenta que na Europa e Ásia e formou um "extenso patamar de transmissão" desde junho, com ligeira queda em setembro e retorno a níveis altos no fim do ano. Segundo os pesquisadores, Brasil, Reino Unido, Itália e Espanha apresentam padrão semelhante de alta incidência e mortalidade, destacando-se dos outros países.

Já os Estados Unidos "representam um caso trágico e particular, com as maiores taxas de incidência e mortalidade e a sobreposição de três ondas epidêmicas, que não mostram sinais de arrefecimento", diz o boletim.

No Brasil, os estados com maior incidência de casos por 100 mil habitantes ao longo de 2020 foram Roraima, Amapá, Tocantins e Santa Catarina, além do Distrito Federal. Quanto às mortes por 100 mil habitantes, as taxas foram mais altas no Amazonas, em Roraima, no Pará, Ceará, Rio de Janeiro, em Mato Grosso e no Distrito Federal.

"Outro grupo de estados apresenta uma evolução mais próxima ao que se conhece como segunda onda, com picos em meados do ano de 2020 e outro mais recente, em dezembro, como Bahia, Paraíba, Espírito Santo e Rio de Janeiro", acrescenta o estudo da Fiocruz.

Diferente da mortalidade, que é o número de vítimas por 100 mil habitantes, a letalidade é o percentual de casos que geraram óbitos. Essa taxa caiu ao longo de 2020, "provavelmente devido a ações de saúde como o aumento da cobertura de testes, a melhoria e ampliação das ações da Atenção Primária em Saúde, o aumento no número de leitos e o aprendizado no tratamento hospitalar de casos graves", avaliam os pesquisadores.

A taxa de letalidade terminou o ano entre 2% e 3% na maioria dos estados, com apenas Rio de Janeiro e Pernambuco acima de 5%, o que "revela graves falhas no sistema de atenção e vigilância em saúde nesses estados", já que um nível alto de letalidade está relacionado à subnotificação dos casos.

O estudo alerta que o Brasil encerrou 2o ano passado com patamar de casos comparável aos valores de junho a agosto, quando havia cerca de 40 mil casos e 1 mil mortes por dia. Em dezembro, foram registrados novamente 40 mil casos diários, com 600 vítimas por dia. "As perspectivas para o verão não são alentadoras, uma vez que o sistema hospitalar apresenta sinais de saturação e grande parte das medidas de distanciamento físico e social e uso obrigatório de máscaras vêm sendo apenas parcialmente adotadas nos estados e municípios."

SRAG

Um dos principais indicadores de tendência da pandemia ao longo de 2020 foi a evolução dos casos de síndrome respiratória aguda grave (SRAG). A incidência de SRAG chegou a mais de 10 casos por 100 mil habitantes no Brasil no pico da transmissão, com Amazonas, Pará, Ceará e Distrito Federal alcançando 20 casos por 100 mil habitantes nos primeiros meses da pandemia.

É contabilizado como SRAG todo caso de doença respiratória com hospitalização ou óbito, em que sejam registrados os seguintes sintomas: tosse ou dor de garganta, dispneia ou saturação de oxigênio abaixo de 95%, ou dificuldade respiratória.

Ao longo do ano, mais de 640 mil casos se enquadraram nesses critérios no país. Entre eles, mais de 350 mil tiveram alguma confirmação de vírus respiratório, sendo o SARS-CoV-2 o causador da infecção em 97%.

Além disso, o boletim informa que foram mais de 150 mil óbitos por SRAG no Brasil. Entre aqueles causados por vírus respiratórios, o coronavírus foi o agente infeccioso em 99%.

Desigualdades

A Fiocruz destaca que a desigualdade social e regional do Brasil acentua os riscos trazidos pela pandemia para grupos mais vulneráveis, com impactos tanto imediatos, quanto de médio e longo prazos. "As desigualdades sociais fazem mal à saúde, colocando alguns grupos em grande desvantagem para cumprir as medidas de higienização, distanciamento físico e social, isolamento e quarentena, bem como no acesso aos serviços de saúde, incluindo exames diagnósticos, tratamento e reabilitação".

O problema afeta pessoas com condições de vida e trabalho mais precárias e dificuldade de acesso a bens e serviços essenciais, como alimentação, moradia, saneamento básico, educação, transporte e outros. Os pesquisadores incluem ainda nesse grupo mais exposto pessoas que sofrem injustiças por questões de gênero, raça e etnia.

"Embora a pandemia afete a população do país como um todo, seus impactos não afetam do mesmo modo todas as pessoas", diz o boletim, que recomenda a adoção de medidas de reparação através de políticas públicas pró-equidade", afirma o boletim.

 

Um episódio de estupro chocou a cidade de Canoas, na Região Metropolitana de Porto Alegre, na última semana. Foragido da polícia por outros crimes, um pai, de 25 anos, foi preso em flagrante por suspeita de estuprar o próprio filho, um bebê de apenas 11 meses. A prisão aconteceu na madrugada desta quarta-feira (16), no bairro de Mathias Velho, região mais populosa da cidade.

Segundo a Polícia Civil, a criança foi socorrida e agora recebe atendimento médico em um hospital local, ainda sob observação. O suspeito foi preso após os vizinhos acionarem a Brigada Militar. Apesar de foragido por outras razões, foi autuado em flagrante por estupro de vulnerável.

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Ao G1 RS, o delegado de Polícia Civil e diretor da 2ª DPM de Canoas, Mario Souza, comentou os fatos e disse que a principal suspeita foi denunciada pela mãe.

"Terrível isso, uma barbárie, um crime absurdo, mas temos que enfrentar. Houve a situação com a percepção da mãe do crime, e a partir disso, populares teriam percebido, a vizinhança, e auxiliado a mãe e chamado a polícia", afirma a autoridade responsável.

O homem já foi encaminhado ao sistema prisional, mas não foram informados mais detalhes. No Brasil, o estupro é considerado crime hediondo e a pena é em reclusão de 6 a 10 anos, podendo aumentar para 8 a 12 anos em caso de estupro qualificado, como quando há lesão corporal grave da vítima. o mesmo ocorre se a vítima possui entre 14 a 18 anos de idade; e para 12 a 30 anos, se a conduta resulta em morte.

 

Seis pessoas foram indiciadas por homicídio triplamente qualificado por motivo torpe, asfixia e recurso que impossibilitou a defesa de João Alberto Silveira Freitas. Ele foi morto no último dia 19, após ser espancado por dois seguranças, dentro de um Carrefour de Porto Alegre, no Rio Grande do Sul. Nesta sexta-feira (11), as autoridades apresentaram o resultado das investigações, que revelam que o cliente foi morto por asfixia.

"A investigação conseguiu verificar e trazer à tona, situação fáticas, jurídicas, como de racismo estrutural, a normalização de ações que passam a fazer parte do cotidiano normal das pessoas. Conjugamos com o que vimos e ouvimos nos depoimentos. Se a vítima fosse outra, se fosse alguém de condição social diferente, a situação poderia ser outra. Atos de discriminação foram feitos de forma desproporcionada. Seis pessoas sobre o domínio deste fato, então todas essas pessoas contribuíram para o desfecho final", ressaltou a delegada Roberta Bertoldo ao G1.

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Por meio das provas analisadas, o inquérito aponta um exagero nas agressões, que seriam por causa da fragilidade socioeconômica da vítima. Embora a família de Aberto indique que o assassinato foi decorrente de racismo, os indiciados não vão responder por injúria racial. "Seis indiciados por homicídio triplamente qualificado, três pessoas que já eram de conhecimento da imprensa, e que já estão presas, e outras três, que no final do relatório, são apontadas", informou a chefe da Polícia Civil, Nadine Anflor.

Os indiciados que já foram presos são os seguranças Giovane Gaspar da Silva, de 24 anos, e Magno Braz Borges, de 30, e a fiscal do mercado que tentou impedir a filmagem, Adriana Alves Dutra, de 51. Os novos indiciados são outros dois funcionários do mercado, Kleiton Silva Santos e Rafael Rezende, e um colaborador da empresa de segurança Vector, identificado como Paulo Francisco da Silva. "Depoimentos que denotam a indiferença dos funcionários vinculados à empresa Carrefour e à empresa Vector no tocante às ações que cometiam contra a vítima", interpretou a Polícia Civil.

Para tentar justificar a ação desproporcional no estacionamento do mercado, funcionários chegaram a alegar que o cliente era conhecido da segurança por recorrentes casos de importunação, em que aparentava estar alcoolizado. "Dois dias antes do fato João Alberto foi ao supermercado em ações de importunação a outros clientes, em outros episódios, seguranças o abordaram, dissuadiu do comportamento e deixou o supermercado. Mas eram outros funcionários e esse evento em nada implicou nesse desfecho depois no supermercado", complementou a delegada.

O policial militar temporário Giovane Gaspar da Silva, 24 anos, foi desligado da PM do Rio Grande do Sul após ser preso em flagrante pela morte de Beto Freitas, 40 anos. A vítima foi espancada até a morte no Carrefour de Porto Alegre e o PM, que fazia a segurança do local é um dos acusados.

No dia do assassinato de Beto, Giovane estava de folga e fazia um "bico" na unidade do Carrefour pela primeira vez. A decisão do desligamento de Silva ocorreu na última quinta-feira (3) - ele está preso desde o dia 19 de novembro.

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Segundo a Folha de São Paulo, o órgão considerou que ele cometeu transgressão disciplinar grave.

Os advogados de defesa do PM afirmaram que o desligamento já era esperado e, no momento, o maior problema é que ele foi transferido paga uma prisão comum "onde a sua integridade física não fica garantida", revelam.

Beto Freitas morreu após ser asfixiado por quase quatro minutos. O PM Silva e o segurança Magno Braz são apontados como principais responsáveis pelo assassinato.

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Criada em 2019 em Dublin, na Irlanda, a Web Summit cresceu rápido e em menos de uma década se tornou um dos principais eventos de inovação, tecnologia e mercado digital do planeta. Em 2016 a conferência se mudou para Lisboa, onde deve ficar ao menos até o final da década e tem recebido cerca de cem mil participantes nos últimos anos.

Em 2020, por conta da pandemia de COVID-19, a Web Summit acontece de forma virtual até esta sexta e reune participantes de mais de 135 países. Para o próximo ano, o co-fundador e CEO do Web Summit, Paddy Cosgave, espera voltar com o evento presencial na capital Portuguesa no mês de novembro e aproveitou a conversa com a imprensa para anunciar a expansão do evento para outras partes do mundo, incluindo o Japão e a América do Sul. 

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"O Japão é um país perfeito para abrigar a Web Summit. Por décadas tem sido um líder global em inovação e tem sido o responsável por uma parte significativa das tecnologias que fazemos uso atualmente", destaca o co-fundador do evento. "Conheci muitos políticos e líderes de negócios japoneses e está claro que há o interesse em fortalecer o ecossistema econômico para startups e levar milhares de empreendedores, CEOS e líderes globais pode ajudar neste processo. 

Além do Japão, 2022 ainda promete uma terceira edição, que acontecerá no Brasil, onde as cidades do Rio de Janeiro e Porto Alegre estão numa disputa para cediar o evento. Mais detalhes devem ser divulgados nos próximos meses. 

O prefeito eleito em Porto Alegre, Sebastião Melo (MDB) disse que planeja se reunir já nesta segunda-feira (30) com o atual prefeito Nelson Marchezan Jr. (PSDB) a fim de tratar do avanço da Covid-19 no município. Em entrevista à rádio CBN, Melo afirmou ter muita clareza que a pandemia "é séria" porém ressaltou que "a economia e a saúde precisam caminhar juntas".

"No nosso radar (está) não fechar a cidade", afirmou o prefeito eleito.

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Segundo Melo, a previsão é que a partir da terça-feira haja um comitê de transição para tratar deste assunto.

O discurso de atenção concomitante à saúde e emprego tem sido usado pelo presidente Jair Bolsonaro para sustentar medidas mais lenientes contra a Covid-19 sob o argumento de que o isolamento social causaria outras doenças como depressão e desnutrição.

Apesar da menção a Bolsonaro, Melo afirmou que o presidencialismo é um "grande mal" e defendeu uma reforma política.

O prefeito eleito de Porto Alegre também fez um aceno ao prefeito de São Paulo - reeleito no domingo (29) -, Bruno Covas (PSDB): mandou um abraço e disse que gostaria de visitá-lo para conversar sobre transporte coletivo.

O  candidato Sebastião Melo (MDB) venceu o segundo turno das eleições em Porto Alegre. Manuela teve 45,52% dos votos válidos.

 Até agora, foram apurados 97,78% das urnas.

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Sebastião Melo, candidato da coligação Estamos Juntos Por Porto Alegre (MDB/DEM/Cidadania/Solidariedade/DC/PRTB/PTC), é advogado, tem 62 anos e ensino superior completo. Ele declarou R$ 458.067,87 em bens.

Manuela, candidata da coligação Movimento Muda Porto Alegre (PCdoB/PT), é jornalista, tem 39 anos e ensino superior completo. Ela declarou R$ 455.532,33 em bens.

A candidata à prefeitura de Porto Alegre, Manuela D'Ávila (PCdoB), votou na manhã deste domingo (29) na companhia de seu vice, Miguel Rossetto (PT), e de seu marido, o músico Duca Leindecker. A jornalistas presentes, ela voltou a criticar a campanha na capital gaúcha, marcada por fake news e judicialização de conteúdos.

"Porto Alegre vai derrotar tudo isso e poderemos dizer aos nosso filhos, aos porto-alegrenses, que mentir não compensa", disse Manuela, segundo informa o jornal Gaúcha ZeroHora.

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Manuela enfrenta no segundo turno o candidato do MDB, Sebastião Melo. Os dois estão tecnicamente empatados em pesquisas de intenção de voto.

Depois de um início de campanha marcado por debates sobre temas da cidade, os candidatos Sebastião Melo (MDB) e Manuela D'Ávila (PCdoB) chegam ao dia da eleição após troca de acusações e uma guerra judicial. A temperatura subiu quando a questão do racismo entrou na campanha, em razão da morte de João Alberto Freitas, no Carrefour, no último dia 19, e da eleição de cinco vereadores negros, um recorde para a cidade.

Na terça-feira, Manuela veiculou um vídeo no qual apoiadores de Melo - o vice-presidente Hamilton Mourão e o ex-candidato Valter Nagelstein (PSD) - dão declarações polêmicas. Na gravação, Mourão diz que não há racismo no Brasil.

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Na quarta-feira, Melo registrou boletim de ocorrência contra Manuela por "crime eleitoral", alegando ter sido associado ao racismo pela adversária, e recorreu ao Judiciário para suspender a propaganda. O pedido foi rejeitado, pois a Justiça Eleitoral entendeu que o vídeo não divulgou fatos inverídicos.

A candidata alegou que o adversário tentou criar um "fato eleitoral" e afirmou que vai entrar com uma ação contra ele por danos morais e denunciação caluniosa. Manuela ganhou direito de resposta na propaganda de Melo, depois de ele a acusar de propagar "fake news". Durante a campanha, o TRE retirou das redes sociais mais de 600 mil compartilhamentos de notícias falsas sobre Manuela.

O impacto de decisões judiciais já tinha marcado o primeiro turno: José Fortunati (PTB) teve a candidatura impugnada pelo Tribunal Regional Eleitoral, retirou-se da disputa e anunciou apoio a Melo. Na votação, o emedebista teve 31% dos votos válidos e Manuela, 29%.

Fortunati, Melo e o prefeito Nelson Marchezan Jr. (PSDB), que enfrenta um processo de impeachment, disputavam quem iria para o segundo turno com Manuela, segundo as pesquisas. A saída de Fortunati mudou o cenário e Melo avançou na preferência do eleitorado. Na campanha, ele prometeu cancelar o aumento do IPTU autorizado por Marchezan. Manuela apontou como prioridade a aquisição de vacina contra covid para a população.

Pesquisa Ibope divulgada no sábado mostrou Manuela com 51% dos votos válidos e Melo com 49%. Nas intenções de voto, quando são computados os indecisos, brancos e nulos, ela tem 45% e Melo, 43%. A pesquisa, que ouviu 805 pessoas nos dias 27 e 28, foi contratada pela RBS TV, tem margem de erro de 3 pontos porcentuais, nível de confiança de 95% e registro no TRE: RS-05561/2020. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O candidato Sebastião Melo (MDB) lidera com 49%, o segundo turno das eleições em Porto Alegre. Manuela D’Ávila (PCdoB) aparece com 42% das intenções de voto, conforme pesquisa Ibope, divulgada na noite dessa terça-feira (24). Brancos e nulos somam 5% e não sabem ou não responderam, 4%. A pesquisa tem margem de erro de três pontos porcentuais para mais ou para menos.

Se fossem contabilizados apenas os votos válidos (excluídos brancos e nulos e indecisos), o placar seria de 54% a 46%.

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A pesquisa, encomendada pela RBS TV, afiliada da Rede Globo, foi registrada na Justiça Eleitoral sob o número RS-03118/2020. Foram ouvidas 805 pessoas entre os dias 22 e 24 de novembro e o nível de confiança é de 95%.

No primeiro turno, Melo venceu Manuela por uma diferença de 13 mil votos ao somar 31,01% dos votos contra 29%. Na véspera do primeiro turno, o Ibope indicou 40% para candidata do PCdoB, 25% para o emedebista e 17% para Nelson Marchezan Junior (PSDB), atual prefeito da capital gaúcha, que enfrenta um processo de impeachment na Câmara Municipal. O concorrente do MDB se beneficiou da desistência do candidato José Fortunati (PTB ) pouco tempo antes do primeiro turno: foi a partir desse fato que sua candidatura passou a crescer. Embora Marchezan tenha dito que vai ficar neutro, o PSDB decidiu apoiar Melo.

O ex-prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), usou o Twitter, nesta segunda-feira (23), para afirmar que as candidaturas de Marília Arraes (PT), no Recife, e de Manuela D'Ávila (PCdoB), em Porto Alegre, estão encarando o que há de pior nas práticas políticas durante a campanha para o segundo turno nas cidades. 

"@MariliaArraes e @ManuelaDavila estão enfrentando as piores práticas políticas. Não é assim que se disputa eleição. Força. Vocês vieram para ficar", escreveu Haddad, endossando o apoio às candidatas.

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Na capital pernambucana, Marília concorre contra o deputado federal João Campos (PSB). No enfrentamento mais direto para o segundo, os dois têm trocado farpas constantes e João elevou o tom crítico contra a adversária nas suas inserções e no guia exibido na televisão, inclusive apontando que a direção nacional do PT é quem deve gerir a cidade caso ela seja eleita e citando pautas de costumes para atacar a petista. Já Manuela, disputa o comando da prefeitura de Porto Alegre contra Sebastião Melo (MDB).

O empresário Abílio Diniz, membro dos Conselhos de Administração do Carrefour Global e do Carrefour Brasil, comentou a morte de João Alberto Silveira Freitas no fim da noite desta sexta-feira (20). Em uma série de postagens em sua conta no Twitter, ele classificou o fato como "uma tragédia e uma enorme brutalidade".

O homem negro de 40 anos foi espancado e morto por dois seguranças em uma unidade do supermercado Carrefour em Porto Alegre na noite de quinta-feira. Sua morte, às vésperas do Dia da Consciência Negra, desencadeou uma série de protestos contra o racismo em várias cidades brasileiras.

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Diniz, que também é acionista do grupo, afirmou que pediu à empresa para trabalhar "incansavelmente para que fatos trágicos como este jamais se repitam no Brasil". Também falou que quer ver o Carrefour como um "agente transformador na luta contra o racismo estrutural no Brasil e no mundo". Ele disse estar "profundamente triste e indignado" com a morte e se solidarizou com a família da vítima.

Na mesma rede social, ele falou que o racismo é "execrável e inaceitável" e deve ser combatido "com toda a força". "Dezenas de milhões de brasileiros enfrentam diariamente agressões e enormes dificuldades por conta do racismo, e nosso país não vai avançar de verdade sem que isso seja endereçado de forma efetiva", completou.

A morte de João Alberto Silveira Freitas, de 40 anos, espancado e morto em um supermercado Carrefour de Porto Alegre, está inserida em um contexto em que a população negra é a principal vítima de homicídios no País. Os dois homens flagrados em vídeos durante o espancamento estão presos e devem responder por homicídio culposo.

Segundo o Atlas da Violência 2020, as taxas de morte da população negra apresenta crescimento nacional nos últimos anos. Em 2018, o último que tem os dados compilados no documento, 75,7% das vítimas de homicídios são pretas e pardas.

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Ainda segundo o atlas, entre 2008 e 2018, as taxas de homicídio apresentaram um aumento de 11,5% para os negros, enquanto para os não negros houve uma diminuição de 12,9%. Além disso, uma pessoa negra tem mais chances de ser morta do que um não negro em todos os Estados brasileiros, com exceção do Paraná.

"Esse caso, na véspera do Dia da Consciência Negra, uma data tão importante de luta e toda a população negra, demonstra algo que está encravado na história brasileira", aponta Amanda Pimentel, pesquisadora do Fórum Brasileiro de Segurança Pública.

Como ela explica, historicamente, a violência e o racismo sempre estiveram muito próximos na história do País e que, nesse cenário, a população negra e pobre continua sendo a principal vítima de ações de forças de segurança, seja privadas ou públicas. "Os dados mostram que não são casos isolados", comenta.

Para a pesquisadora, se a ação for individualizada para a conduta dos agressores, sem haver uma discussão ampla sobre a preparação dos profissionais que trabalham na área de segurança, esse tipo de situação continuará a se repetir frequentemente. Isso passa, por exemplo, por estereótipos racistas que interpretam como suspeitas a partir da cor da pele, de roupas e do território em que vive. "Todas essas características estigmatizam apenas uma parcela da população, em geral negra e pobre."

Amanda ainda destaca que o uso excessivo da força diante de situações que não demandam essa reação são comuns no País, tanto na polícia quanto na segurança privada - a qual, por vezes, é exercida também por policiais, que, pela precarização da função, procuram outra fonte de renda. "Existe uma desproporcionalidade muito grande entre as forças que se aplicam diante de uma situação concreta que não precisaria daquela reação."

A Anistia Internacional classificou como "inadmissível" a atuação violenta dos agentes. "Mais um corpo negro tombou. João Alberto Silveira Freitas foi espancado até a morte nas dependências de uma loja do Carrefour, em Passo D'Areia, Porto Alegre, e é mais uma vítima do racismo estrutural no país."

Autoridades definem caso como exemplo de racismo

A morte de João Alberto Silveira Freitas foi lamentada por autoridades nas redes sociais, como mais um exemplo de violência racial no País. O caso também ganhou repercussão internacional, em que foi destacado que ocorreu na véspera do Dia da Consciência Negra No Brasil, a hashtag #VidasNegrasImportam foi uma das mais utilizadas desde o início da manhã de ontem, assim como a #JusticaporBeto.

No Twitter, o Instituto Marielle Franco, criado pela família da vereadora morta no Rio, lamentou o caso. "Mais uma pessoa negra que é assassinada em um supermercado, um dia antes do dia da consciência negra. Até quando nossas vidas serão descartáveis assim? O Carrefour tem que responder por racismo e assassinato!", diz a postagem.

O presidente do Congresso Nacional e do Senado, Davi Alcolumbre disse que "no Dia da Consciência Negra, o assassinato brutal de João Alberto Freitas, espancado até a morte por seguranças de um supermercado, em Porto Alegre, estarrece e escancara a necessidade de lutar contra o terrível racismo estrutural que corrói nossa sociedade".

O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), publicou a hashtag #VidasNegrasImportam e escreveu: "O Dia da Consciência Negra amanheceu com a escandalosa notícia do assassinato bárbaro de um homem negro espancado em um supermercado. O episódio só demonstra que a luta contra o racismo e contra a barbarie está longe de acabar. Racismo é crime!"

O presidente Jair Bolsonaro não havia comentado sobre o caso até o fim da tarde desta sexta-feira (20).

O assassinato de João Alberto, homem negro de 40 anos, por seguranças no Carrefour motivou protestos em diversas cidades, nesta sexta-feira (20), convocados pelas redes sociais. Um grupo se manifestou em frente ao mesmo supermercado onde ocorreu o assassinato, na capital gaúcha, com faixas como "vidas negras importam" e exigindo justiça. Em São Paulo, Porto Alegre e Fortaleza, os atos tiveram tumulto. Houve também manifestações nas ruas do Rio de Janeiro, em Brasília e de Belo Horizonte. Neste sábado (21), um ato está marcado para acontecer no Recife, às 11h. 

Na capital paulista, manifestantes se concentraram no vão do Masp, na região central, por volta das 16 horas. Mais tarde, o grupo se direcionou para o Carrefour da Rua Pamplona. Uma pequena parte dos manifestantes pegou pedras dos vasos do estacionamento e arremessou contra os vidros do supermercado.

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Os manifestantes também entraram no supermercado e atearam fogo em alguns produtos. Seguranças e funcionários da unidade usaram extintores para apagar as chamas e fecharam a loja com clientes dentro, para evitar novos tumultos.

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O grupo de seguranças do Carrefour não resistiu à invasão - a própria Polícia Militar não interveio neste momento. A ação durou pouco mais de 10 minutos e clientes ficaram assustados.

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Lideranças da manifestação chegaram a pedir que não houvesse quebra-quebra ou invasão - mas os pedidos não foram atendidos por esse pequeno grupo. A polícia só se aproximou quando todos os manifestantes já tinham saído do supermercado. Até às 20h45, não havia registro de prisões, feridos ou saques ao estabelecimento.

No fim, manifestantes também acenderam velas em homenagem às vítimas da violência.

Porto Alegre

A manifestação em Porto Alegre reuniu milhares de pessoas. No protesto, cruzes e flores foram colocadas em homenagem a João Alberto. Lideranças negras e políticas se revezavam no caminhão de som, além das buzinas de manifestantes que passavam pelo local.

Os manifestantes fizeram caminhada em direção ao estádio de futebol nas imediações do Sport Clube São José, time para o qual João Alberto torcia. Em um momento, um grupo começou a forçar o portão de entrada do Carrefour, que dá acesso ao estacionamento. Entre 20 e 30 pessoas conseguiram entrar no estacionamento e uma parte delas conseguiu chegar à parte térrea da loja, onde ficam pequenas lojas e uma escada rolante que leva ao primeiro andar. Foi possível verificar quebra-quebra no local, muito vidro quebrado, cancelas do estacionamento foram quebradas. O vidro da escada rolante foi quebrado. O Batalhão de Choque foi até o prédio para tentar dispersar os manifestantes.

Uma minoria começou a atirar pedra e fogos de artifício. O Batalhão de Choque respondeu com bomba de gás. Depois disso, alguns outros portões que dão acesso ao hipermercado foram quebrados. Papéis, cartazes, faixas e até plantas secas foram incendiadas.

A fachada da unidade também foi pichada em protesto: "Assassinos". Rojões também foram arremessados contra o mercado.

Outras cidades

No Rio, dezenas de manifestantes fizeram um protesto no supermercado Carrefour da Barra da Tijuca, na zona oeste. Aos gritos de "Assassino, Carrefour", eles chegaram a protestar até mesmo dentro do supermercado, pedindo para que a unidade fechasse. Antes, o grupo se posicionou no estacionamento que fica em frente ao supermercado e exibiu faixas com mensagens como "Parem de nos matar" e "Sem Justiça, sem paz". O ato foi pacífico.

Na capital mineira, o ato foi organizado por entidades que representam a população negra, como o Núcleo Rosa Egipsíaca Negros, Negras e Indígenas. A integrante do coletivo Nzinga, de mulheres negras, Etiene Martins, de 37 anos, afirma que esse tipo de violência não é um episódio isolado. "Acontece todos os dias. Nesse caso, foi filmado, divulgado, e ajuda a denunciar. Só que nem sempre é assim. Muitas vezes acontece e ninguém vê", diz.

Em Fortaleza, há relatos de uso de spray de pimenta pelos policiais e três manifestantes foram detidos. Em Brasília, as manifestações se concentraram no Carrefour localizado na Asa Sul. O ato começou na rua e depois entrou na unidade para pedir seu fechamento.

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