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Pela primeira vez, o Presídio de Igarassu (PIG), que dispõe de um pavilhão exclusivo para LGBTs, promoverá o Concurso Miss Trans. A ação também será pioneira no Nordeste e acontece nesta terça-feira (18), no Espaço Ecumênico da unidade. Segundo a Secretaria de Ressocialização (SERES), o objetivo do concurso é valorizar a autoestima das reeducandas e promover uma maior interação entre transexuais e travestis que cumprem pena na unidade prisional.

Serão 13 detentas participando do concurso que contará com dois momentos, com traje esporte fino e de gala. As candidatas também farão apresentações de sua preferência podendo optar por música, dança, poesia e arte. O primeiro e segundo lugar receberão prêmios como kits de beleza e secadores. O júri terá a presença da Miss Musa Pernambuco, Bruna Mikaelly Barbosa. A ação conta com o apoio da artista plástica Mônica Maria de França.   

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“Este evento não é apenas uma disputa, mas uma forma de levar à sociedade a valorização dessas reeducandas quebrando preconceitos e promovendo a visibilidade”, ressalta a coordenadora de Ação Social do PIG, Maria das Graças.

*Com informações da assessoria

Fabson Lemos, apelidado de 'Cebola', foi ovacionado no campeonato de futebol do Presídio de Igarassu. Foto: Júlio Gomes/LeiaJáImagens

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É contraditório respirar liberdade dentro do sistema prisional. Por todos os lados, grades, cadeados e muros determinam o limite exato entre o universo carcerário e o mundo que há além da contenção. Porém, por alguns instantes, Fabson Lemos, 39, sentiu-se liberto, mesmo dentro da cadeia. Correu, sorriu, vibrou. Abraçou amigos. Recebeu uma leve brisa no corpo. Ouviu seu nome sendo exaltado em gritos de outros detentos, o colocando em um patamar de estrela. A democracia do futebol permitiu que homens encarcerados se vissem livres.

Fabson está privado de liberdade há oito anos. Cumpre pena no Presídio de Igarassu, na Região Metropolitana do Recife, onde vivenciou uma experiência para carregar na memória, nessa quarta-feira (11). O reeducando disputou a final do campeonato de futebol da unidade prisional, que neste ano chega a sua terceira edição. Barro vermelho, laterais estreitas. Terra batida, traves franzinas. O campo acanhado foi o palco da disputa cujo objetivo, literalmente, não foram as medalhas e troféus. De acordo com os detentos, o simples fato de correrem atrás de uma bola vale mais que uma premiação; na cadeia, qualquer distração é bem vinda.

“O futebol é primordial em termos de ressocialização. Fico lisonjeado em sentir o calor dessa massa. O campeão hoje é um só: o Presídio de Igarassu. O coração fica a mais de mil, desde ontem ninguém dorme. A cadeia parou para assistir esta final. Os detentos não falam outra coisa: comentam a decisão, falam do futebol limpo. Essa cadeia é um exemplo”, relata Lemos ao LeiaJá, momentos antes de jogar a partida decisiva da competição. Ele é integrante da Juventus, do Pavilhão H do PIG, que encarou o time do Real Madrid, formado por detentos do Pavilhão G.

Ligeiro no campo e nas palavras. Jeferson Santos Pereira, de 22 anos, discursa rapidamente antes de a bola rolar. Habilidoso nas quatro linhas, o reeducando herdou o talento dos tempos de liberdade, época em que passou por categorias de base de diferentes times de Pernambuco. Na cadeia, contudo, ele é apenas mais um detento, uma vez que sua capacidade futebolística não o faz superior em relação aos demais homens. Prevalece o respeito aos companheiros de cadeia. “Minha vida lá fora era complicada, mas, com fé em Deus, estava vencendo. Quando vim para Recife sofri influência, minha cabeça também não estava boa. Hoje estou preso. Este futebol aqui representa muitas coisas. Só eu sei o que passei no Cotel, tive muitos apertos, desgosto da vida. Graças a Deus, vim para Igarassu e a situação começou a ficar um pouco melhor”, desabafa o jovem.

Rivalidades do mundo do crime são descartadas no momento da partida. Entre os próprios presidiários havia o entendimento de que a ordem precisava ser preservada para que novos eventos esportivos sejam realizados na cadeia. “Já é a terceira liga e nós estamos acostumados. O respeito é mútuo e se tiver inimigo é na rua. Aqui, a magia do futebol transforma isso: o retorno é a tranquilidade. A rivalidade é no futebol”, afirma o diretor do PIG, Charles Belarmino.

Charles Belarmino, diretor do PIG, argumenta que o futebol é um instrumentos de recuperação social. Fotos: Júlio Gomes/LeiaJáImagens

A competição teve início em julho deste ano e seguiu com o formato de pontos corridos. Ao todo, 12 times, de diferentes pavilhões, entraram na disputa, cada um com dez jogadores. Até a decisão, 74 partidas foram disputadas.

O PIG tem capacidade para 426 homens. No entanto, assim como em outros presídios, existe lotação: a unidade possui mais de 4 mil reeducandos. “Todos estão aptos a jogar, independente de habilidade. Cada representante dos pavilhões faz sua equipe e coloca os times para jogar”, explica o supervisor de segurança do Presídio de Igarassu, Eronildo Santos.

Ao final da partida, a Juventus venceu o Real Madrid por 4x1. O placar, porém, não foi o mais importante. A cadeia comemorou o futebol e reviveu, mesmo que por alguns instantes, o que a liberdade pode oferecer. Com o apito derradeiro, a arbitragem apontou o campeão; cabe agora ao juiz decidir quem seguirá trancado ou retornará ao convívio social.

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Detentos do sistema carcerário de Pernambuco poderão participar de um campeonato de futebol. A informação foi revelada ao LeiaJá, nesta quarta-feira (11), pelo diretor do Presídio de Igarassu (PIG), na Região Metropolitana do Recife, Charles Belarmino.

A proposta está sendo estudada pela Secretaria Executiva de Ressocialização (Seres), do Governo de Pernambuco. Segundo o diretor do PIG, reeducandos de diferentes presídios poderão se enfrentar na competição, em jogos que deverão ser realizados no campo do próprio Presídio de Igarassu. Além disso, times de várzea formados por pessoas em liberdade poderão disputar o campeonato.

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“Quem vai organizar é o Presídio de Igarassu”, afirmou o diretor da unidade. Sobre como serão realizados os transportes dos detentos de um presídio para outro, Charles Belarmino revelou que o procedimento já está em fase de estudo. “Tudo isso está sendo estudado e, se Deus quiser, vai dar certo. Vai ser um sucesso”, disse ao LeiaJá.

Ainda de acordo com o diretor do PIG, caso seja aprovado, o campeonato entre presídios deve ser iniciado em julho do próximo ano. “É o tempo que estará pronta a nossa arena. Pretendemos fazer um society. Com o apoio da Secretaria e do Governo do Estado a gente vai conseguir”, declarou. O investimento para a construção do campo e realização da competição ainda não foi definido.

No que diz respeito aos presídios que deverão disputar o campeonato, alguns já estão em pauta. “Cotel, a PAI (Penitenciária Agrícola de Itamaracá) está interessada, Barreto Campelo também”, relatou Belarmino.

O diretor do PIG também informou à reportagem que triagens deverão ser feitas para definir quais detentos poderão participar do campeonato. Boa conduta é um dos principais critérios para a escolha dos participantes.

O secretário executivo da Seres, Cícero Rodrigues, também confirmou ao LeiaJá a intenção de promover o campeonato de futebol entre presidiários. Confira no vídeo:

O Presídio de Igarassu (PIG), na Região Metropolitana do Recife, ganhou uma nova sala de informática para os reeducandos. O espaço está disponível para cursos no módulo ensino à distância (EAD) de graduação e capacitação.

Na sala de Informática, com capacidade para 16 reeducandos, estão sendo instalados igual número de computadores adquiridos por doações para ministrar os cursos de capacitação do Sebrae, Teleport e Universidade Unopar, ambos conveniados à Secretaria Executiva de Ressocialização (Seres). “O PIG tem investido muito em educação e capacitação dos detentos. Com isso, oferece oportunidades aos detentos e garante a tranquilidade na unidade prisional. destaca o gerente do PIG, Charles Belarmino. 

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A sala de informática é a primeira a ser entregue. “Estamos concluindo a obra de um outro espaço, três em um, porque vai reunir  o auditório, a sala de leitura (biblioteca) e a sala destinada ao Projeto Remição de Pena pela Leitura”, explica o apoio pedagógico e supervisor de Laborterapia do PIG, Carlos Henrique. A área completa levará o nome de Centro de Referência em Educação e Espaço Profissionalizante do PIG. 

 

Rejane Maria Pereira e Gabriel Pereira concretizam o sonho de se casar - Júlio Gomes/LeiaJá Imagens 

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Mulheres caminhando com cautela, protegendo a barra dos vestidos brancos da poeira do chão de terra. Logo atrás, familiares equilibram bolos e salgados. É uma manhã de quinta-feira incomum em frente ao Presídio de Igarassu (PIG), na Região Metropolitana do Recife (RMR). A porta pesada de entrada, acostumada com o transitar de homens algemados e agentes penitenciários, vira passagem para noivas. É dia de casamento na prisão.

Uma parceria da Secretaria Executiva de Ressocialização (Seres) com a Defensoria Pública de Pernambuco organizou o segundo casamento coletivo do PIG. Ao todo, 32 mulheres compareceram à unidade para oficializar o matrimônio com o seu companheiro detento. Foram contabilizados cerca de 130 familiares na cerimônia, que ficaram com a missão de trazer os doces e salgados.

A celebração foi realizada no espaço ecumênico do presídio. Noivos se posicionaram em duas fileiras de cadeiras de plástico. O casamento foi conduzido pela igreja evangélica Casa da Benção de Rio Doce, Olinda. Pela primeira vez o pastor Izidoro José fazia casamento de presidiário. Leu Gênesis, capítulo 2 versículo 24, sobre a união do homem e da mulher em uma só carne. “As pessoas olham a ação, o delito, mas não vão atrás da história, do que levou esse homem a chegar até aqui. Muitos deles têm história. Infelizmente o delito foi cometido como uma forma de sobrevivência”, disse o pastor à reportagem.

Lá no fundo, uma mulher chorava sem cessar. Edinalva Antonio dos Santos, de 46 anos, é mãe do detento Robert William, que subiu no palco para cantar. “Eu estou feliz de ver meu filho aqui dentro. Hoje ele podia estar morto. É meu filho único. Dei muito conselho para ele”, ela afirmou. William estava casando com Ana Maria Oliveira, que, juntamente com Edinalva, trabalhava de diarista em um apartamento de Boa Viagem, no Recife. “Ela começou a vir aqui no presídio para me ajudar. Graças a Deus ela entrou na vida dele”.

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Por dois meses, a artesã Rejane Maria Pereira, 45, esteve empenhada em uma peça especial: a confecção do seu próprio vestido de casamento. “Era uma vontade que eu tinha de eu mesma confeccionar meu vestido. É uma sensação única, você mesma confeccionar sua peça”, comentou. Ela se casou com o primo Gabriel Pereira, 30, com quem mantém relacionamento há três anos. Gabriel está preso há dois anos e, nesse período, passou por algumas unidades prisionais sempre procurando saber se conseguiria se casar. “A gente já se amava, faltava apenas oficializar o casamento”, complementou Rejane.

Tímida, Elisabete Santana, 38, escondia o sorriso para as câmeras da imprensa. O agora marido Ivan Santana, 36, era mais expansivo e queria contar a todos a empolgação para o matrimônio. Eles já têm três filhos, de 17, 13 e 12 anos. “Ninguém sabe a barra que ela aguentou. Ela sempre esteve do meu lado, nunca me abandonou. Eu sinto muito porque, com minha prisão, sei que minha família também está presa”, avaliou Ivan.

O defensor público Rafael Alcoforado explicou a importância de ações como o casamento coletivo. “O casamento garante a essas pessoas uma estrutura familiar quando elas saírem do presídio que facilita muito no processo de ressocialização delas”, detalhou. “É mais um elo de aproximação com a família e é como um prêmio para eles e para nós também”, salientou o gerente do PIG, Charles Belarmino.

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De segunda a sexta-feira, o jovem *Cauã, de 24 anos, colore dezenas de desenhos. É uma forma, segundo ele, de trazer cores para sua própria vida, uma vez que “o mundo do crime é obscuro”. Em folhas de papel ofício, capricha nos traços e em cada ponto dos personagens que, aos poucos, ganham forma e cor. “Aqui eu distraio a mente, esqueço dos problemas e sonho em me tornar um desenhista profissional”, diz.

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Roupas, personagens de desenhos animados, super-heróis e animais. *Cauã arrisca-se em desenhar praticamente qualquer figura, mas hesita em colocar no papel o que seria um desenho alusivo ao sentimento de liberdade. Ele cumpre pena há quatro anos no Presídio de Igarassu, na Região Metropolitana do Recife. “Não sei quando vou sair, não dá para sentir a liberdade”, fala. Enquanto vive entre grades e muros, o detento dedica boa parte da sua rotina às aulas de desenho com foco em moda, uma das 25 capacitações profissionais e educativas realizadas na própria unidade prisional.

Entre presídios de Pernambuco, o PIG se destaca pela ausência de incidentes violentos nos últimos dois anos, como rebeliões e mortes, e principalmente pela série de atividades de qualificação promovidas para os detentos. De acordo com a supervisora administrativa e coordenadora das oficinas, Maria das Graças Silva, as atividades têm uma proposta profissionalizante, porém focam ainda mais na possibilidade de reabilitação social dos presidiários. O curioso, sobretudo, é que a grande maioria dos cursos ocorre em um corredor que serviria, teoricamente, para conter rebeliões.

Segundo Maria das Graças, por meio do espaço, policiais poderiam acessar os corredores que dividem os pavilhões do Presídio de Igarassu para atuar em eventuais rebeliões ou motins. No entanto, o espaço de 160 metros estava desativado e com problemas estruturais; nos últimos anos não precisou ser utilizado para conter conflitos entre os detentos. “Nós precisávamos de um local mais adequado para realizar nossas oficinas, então, juntamente com a diretoria do PIG, resolvemos reformar e transformamos no ano passado esse espaço em um ambiente de aprendizado social e de qualificação profissional. Temos, ao todo, mil reeducandos participando das atividades; temos o curso de desenho voltado para moda, oficina de unha e gel, corte e costura, informática, eletricista, terapia ocupacional, e outras inúmeras atividades”, explica Maria das Graças.

Antes de ser detido e cumprir pena no PIG, *Lucas, de 34 anos, era desenhista. Em 2017, foi convidado pela direção da unidade prisional para desenhar e pintar o espaço que, posteriormente, se tornaria um ambiente voltado exclusivamente para atividades educativas. Encheu o espaço de cor e deu um ar diferente do passado. “Pintei todo esse espaço e recebi o convite para dar aulas de desenho. Montei a turma, vi quem tinha interesse, e abracei quem sabia e quem não sabia desenhar, para aperfeiçoar o desenho ou começar da base”, relembra *Lucas.   

No curso de desenho voltado para moda conduzido por *Lucas, turmas de diferentes pavilhões do PIG são atendidas por dia, cada uma com mais de dez participantes. Eles aprendem técnicas de desenho e pintura, além de receberem dicas sobre criação de modelos de roupas e estampas. “Quando sei que vou ter a oportunidade de estar aqui, acordo bem e tento passar o melhor para eles. Vai chegar o tempo de a gente ir para rua e se eles têm algum dom, é melhor botar para fora. Aqui eles podem criar modelos de roupa, marcas e estampas, e um dia poderão criar suas próprias empresas para vender os modelos”, conta o professor de desenho.

Outra opção de capacitação é o curso de unha e gel. Durante as aulas, os participantes ainda aprendem técnicas de manicure e discutem como poderão criar seus próprios negócios quando ganharem a liberdade. “Aprendi aqui que tenho que ser rápida aplicando a unha, o cliente gosta de rapidez e de um serviço de qualidade”, relata *Márcia, uma das participantes do curso. Metros depois, cerca de 20 computadores são utilizados nas aulas de informática, que abordam desde conceitos básicos e uso de programas do Pacote Office até dicas de digitação.

*Carlos, detido no Presídio de Igarassu há cinco meses, era professor de artes marciais quando estava em liberdade e hoje conduz as aulas de informática. “Sempre gostei de ensinar e aqui é uma oportunidade para eu ocupar a mente e falar da palavra de Deus para os rapazes. Hoje mesmo eles estão produzindo texto e a gente percebe frases que falam de Jesus. Eles também falam da vida deles e das famílias”, comenta *Carlos, enquanto acompanha os demais reeducandos na utilização dos computadores.

Um dos alunos do curso de informática se chama *Márcio, 25. Ele está detido no PIG há oito meses. O rapaz confessa que já conhece vários procedimentos na área de computação, mas prefere participar das atividades. “Sair do pavilhão já é uma vitória. Aqui temos a oportunidade de ter mais conhecimento. Quero procurar um trabalho quando sair do presídio, estou arrependido do que fiz e agora o jeito é cumprir toda a pena”, conta o reeducando.

Já as aulas de corte e costura são realizadas pelo detento *Caio, que cumpre pena em Igarassu há quase sete anos. O curso tem cerca de três meses e possui três turmas por dia, cada uma com um quantitativo de cinco a dez alunos. O rapaz aprendeu as técnicas enquanto trabalhou na empresa de costura da sua família e hoje compartilha o aprendizado com os demais presidiários. “Minha função é passar o que aprendi aos alunos, fazendo bolsas, pochetes e outras coisas mais simples. Assim, pelo menos eles têm alguma coisa para fazer e podem pensar em algo para trabalhar na liberdade. Como estão ocupados, eles dispensam os pensamentos negativos”, frisa *Caio.

De acordo com *Francisco, um dos alunos do curso de corte e costura, a capacitação abre uma visão empreendedora. “Nunca trabalhei com corte e costura, eu trabalhava com transporte. Aqui estou aprendendo a manusear as ferramentas e a fazer bolsas, lapiseiras, pochetes e outros objetos. Até comecei a pensar em atuar com isso quando sair daqui. Acho importante porque a direção sempre nos incentiva a participar das oficinas e isso nos motiva a estar aqui, acompanhando as aulas”, diz *Francisco, enquanto manuseia uma máquina de costura.

Acompanhe no vídeo a seguir mais detalhes das aulas realizadas no PIG:

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Segundo o diretor do Presídio de Igarassu, Charles Belarmino, os cursos promovidos para os detentos ajudam a diminuir os problemas da unidade. Desde o início das atividades, o número de indisciplinas, tais como brigas, porte de celular, uso de faca, entre outras, caiu de 573 para 314 registros. O PIG conta com 3.463 reeducandos, mas, oficialmente, tem capacidade para apenas 566. "A gente tem notado uma mudança muito positiva. Tem gente aqui que quer mudar de vida e agora estão tendo a oportunidade por meio dos cursos", finaliza o diretor.  

Tão logo o comando eletrônico destrava um portão verde revestido de ferro robusto, um homem, devidamente caracterizado como agente penitenciário, nos recebe. “Já vou avisar a Dona Graça que a equipe de reportagem chegou”, diz o rapaz. Aguardamos diante de um corredor repleto de grades e equipamentos de segurança, além de inúmeros cartazes com orientações para visitantes de detentos. Outros homens, parte deles reeducandos, circulam pelo corredor engradeado durante a realização de atividades administrativas, enquanto outros agentes cumprem procedimentos de segurança. 

Minutos depois, Dona Graça aparece entre as grades e nos recebe de maneira calorosa para revelar detalhes da sua rotina profissional. Também se mostra entusiasmada em ter a presença da equipe de reportagem do LeiaJá para apresentar as atividades de capacitação profissional, cujo principal objetivo é a ressocialização, realizadas no Presídio de Igarassu (PIG), na Região Metropolitana do Recife. Repentinamente, um agente interrompe o contato e avisa: “Dona Graça, está tudo pronto”. Ela agradece e nos leva para um dos espaços onde os presos participam de atividades educativas.

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Entre os corredores da unidade prisional, Graça caminha lentamente e recebe o cumprimento de agentes – todos homens – e detentos que, respeitosamente, reiteram o termo “Dona” ao se referirem à ela. O percurso, contudo, pausa em certos momentos, uma vez que alguns presos aproveitam a oportunidade para fazer perguntas a Graça, muitas delas sobre os cursos profissionalizantes realizados no presídio. “Eles sempre recorrem a mim para participar dos cursos, ganhei a confiança deles com respeito a eles e aos familiares”, comenta.

Maria das Graças da Silva, 33 anos, ou simplesmente Graça, é agente penitenciário em Pernambuco. Natural da Paraíba, foi aprovada há sete anos em concurso público e passou três deles no Complexo do Curado, no Recife, antes de ser transferida para o Presídio de Igarassu. Muito antes de se tornar agente, no entanto, ela investiu na formação em direito, porém, após aprovação no concurso pernambucano, direcionou sua carreira para o sistema carcerário. Ignorou os riscos de violência em pleno presídio masculino, oriundos do problemático sistema carcerário brasileiro. 

No PIG, Graça atuou em atividades de segurança, até tornar-se supervisora administrativa. Hoje, confessa que a formação em direito ficou em segundo plano. “No momento, quero seguir o meu projeto de ressocialização na unidade prisional. Esses cursos me fazem amar o trabalho”, explica. Atualmente, Maria das Graças é responsável por organizar os cursos profissionais, oficinas, eventos que contam com a participação dos familiares dos detentos, entre outras ações.

Graça afirma que nunca temeu trabalhar em um presídio. Ela afirma, no entanto, que seus familiares tinham receio do emprego, principalmente pelos casos de violência registrados nos presídios brasileiros. “Nunca senti nada. Sou muito fria”, brinca, ao reiterar que não tem medo de trabalhar em uma unidade prisional masculina. De acordo com Graça, os próprios detentos mantém o respeito no convívio com ela; respeito que a servidora atribui à “relação honesta” com os presos e seus familiares.    

“Eles respeitam demais. Quando passam por nós, abaixam a cabeça e colocam as mãos para trás. Os agentes também me respeitam e me ajudam no dia a dia”, afirma Maria das Graças, enquanto circula entre os reeducandos.

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O diretor do PIG, Charles Belarmino, destaca a importância do trabalho de Graça. “A mulher não para, sempre tem ideias de cursos, oficinas e um monte de atividades para os reenducandos. Nos ajuda bastante na unidade. Já saiu pelo comércio conversando com empresários, procurando patrocínio, para receber cestas básicas e repassar para os familiares carentes”, diz o diretor.

“Durante a semana ela faz a parte de cursos e durante o final de semana ainda participa das revistas no período das visitas. Dá o respeito e recebe o respeito dos detentos e dos colegas agentes. Entre os presos, existe uma lei interna que as mulheres e visitas devem ser respeitadas”, complementa Belarmino.

De acordo com o Sindicato dos Agentes de Segurança Penitenciária e Servidores do Sistema Penitenciário de Pernambuco (Sindasp), o Estado tem, ao todo, 1.489 agentes, dos quais, 130 são mulheres. Já a Polícia Militar possui 18.635 policiais, sendo 2.201 mulheres.  

Em meio a grades e muros sólidos, tons coloridos embelezam as paredes de um pavilhão. Cores fortes, assim como as maquiagens que reavivam a autoestima do corpo e da alma. O clima tenso, em muitos momentos, cede espaço à esperança de sentir e viver a liberdade de novo, junto ao povo do lado de fora da prisão. Neste mesmo pavilhão, reenducandos pagam pelos crimes cometidos, mas não se sentem presos para discutir seus direitos e pedir respeito. Autodeclarados homossexuais, detentos vivem em um espaço exclusivo para o público LGBT; com uma representatividade além de uma simples estrutura física, a área reservada simboliza um marco, segundo os reeducandos, no sistema carcerário pernambucano. 

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Dos 22 anos de *Karina, seis são de reclusão. Feriu as regras da sociedade e, conforme o próprio discurso, paga merecidamente pelos erros cometidos. Há três anos, acompanhou o início da política LGBT no Presídio de Igarassu (PIG) – penitenciária masculina -, na Região Metropolitana do Recife, onde foi construído um pavilhão direcionado a homossexuais. Karina é homossexual e afirma que o pavilhão resultou em inúmeros benefícios, sendo o principal deles a diminuição da violência contra presidiários gays. 

“Posso falar pelo antes e pelo presente. No início foi construída só a estrutura física, mas faltavam oportunidades de estudo e trabalho. Os direitos não eram iguais e antes desta gestão éramos discriminados porque somos homossexuais. Pelo simples fato de sermos gays, perdíamos a razão. Era um inferno este lugar, às vezes a gente apanhava, algumas meninas que já saíram do presídio sofreram até agressões físicas e sexuais! Mas nesta nova gestão, ganhamos a chance de fazer cursos e trabalhar, porque um dia poderemos voltar para a rua e não queremos cometer crime. Hoje, não sofremos violência, temos a nossa privacidade. Os outros presos nos respeitam”, relata Karina, em entrevista ao LeiaJá.

Karina reitera que ela e suas companheiras de prisão precisam ser respeitadas pelas escolhas de gênero. Por outro lado, de acordo com ela, a opção sexual não pode impedir punição quando alguém infringir as normas do presídio. “Nós erramos na sociedade, mas agora estamos pagando pelos erros. E aqui dentro da unidade prisional, o respeito começa por nós. Sabemos que alguns homens são homofóbicos, mas aqui não existe mais isso; a gente sofria perseguição, conspiração, mas o PIG tem combatido tudo isso. Quando nós do pavilhão LGBT erramos, precisamos pagar”, comenta a reeducanda.

Segundo *Priscila, que há cerca de três meses cumpre pena no PIG, o pavilhão LGBT é um espaço que contribui para o processo de ressocialização. Ela conta que já passou por outras cadeias, como o Complexo do Curado, no Recife. Nessas experiências, afirma que sofreu violência por ser homossexual. “Passei por alguns problemas, mas hoje, aqui em Igarassu, está tudo muito tranquilo. Aqui tem respeito, ninguém apronta com a gente”, fala a reeducanda de 28 anos.

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Seres garante inclusão

De acordo com diretor do Presídio de Igarassu, Charles Belarmino, nenhum presidiário, mesmo autodeclarado homossexual, é obrigado a cumprir pena no pavilhão LGBT; ele é orientado a viver nesse espaço, mas possui o direito de circular entre os demais presidiários. O gestor explica que, a partir do momento em que um reeducando homossexual chega à unidade, ele pode solicitar à direção ficar no espaço exclusivo. Os demais presos que não pertencem a esse grupo não podem viver no pavilhão LGBT.

“Existem alguns presos que passam por problemas em outros presídios e são enviados aqui para Igarassu, porque somos referência. Acolhemos esse pessoal, hoje estudam e trabalham aqui na unidade. No pavilhão tem acompanhamento médico e psicológico, existe todo um aparato. Muitos presos que chegam aqui não dizem que são homossexuais e, quando têm conhecimento sobre o pavilhão, pedem para ficar nele”, detalha. 

“Qualquer reeducando do pavilhão LGBT tem acesso aos outros espaços e são respeitados hoje em dia. Não existe homofobia aqui. Acolhemos o pessoal e praticamos a ressocialização”, complementa Belarmino. “Também são permitidas as visitas íntimas com namorados, maridos ou qualquer companheiro, assim como ocorrem as visitas íntimas dos demais presos”, finaliza. Ao todo, 16 detentos vivem no pavilhão LGBT do PIG. 

Segundo a psicóloga do Presídio de Igarassu, Sandra Alaíde Souza, o pavilhão LGBT e principalmente a disseminação do respeito entre a população carcerária contribuem para a valorização pessoal dos reeducandos. “A gente trata a população carcerária sem discriminação e assim eles se sentem mais aceitos. Você ser aceito pela sua sexualidade é difícil lá fora, imagine em um presídio? Aqui eles conseguem ser eles próprios, não precisam colocar máscaras, são respeitados em qualquer momento. Quando saem do pavilhão LGBT e vão para outros grupos eles não são discriminados e isso é muito bom”, comenta a psicóloga.

O secretário executivo Cícero Rodrigues, da Secretaria Executiva de Ressocialização (Seres) em Pernambuco, explica que a criação de pavilhões e celas para o público LGBT ocorreu em outras gestões. O motivo: as constantes agressões – físicas e sexuais - sofridas pelos reeducandos homossexuais em decorrência da violência cometida pelos demais presidiários. Segundo o gestor, após a política de combate à homofobia no sistema carcerário do Estado, os casos de agressão caíram consideravelmente; ainda não há um levantamento com números concretos, mas o gestor garante que o público LGBT hoje é tratado com mais respeito nos presídios do Estado.

“Têm diminuído (agressões), é evidente que a gente tem ainda alguns casos, porque a homofobia existe em todos os lugares. Mas em termos gerais, a violência contra o público LGBT caiu bastante, estamos trabalhando para inibir situações de violência. Além dos pavilhões e celas, o sistema realiza inúmeras palestras, sendo o público LGBT um dos assuntos, para que a população carcerária trate os companheiros normalmente. É um caminho que encontramos para diminuir o preconceito”, garante Rodrigues.

O gestor também reforça que a ideia não é segregar, justamente porque os reeducandos do pavilhão LGBT podem circular pelos outros setores das unidades prisionais. A proposta é fomentar a boa convivência e principalmente o respeito. De acordo com a Seres, existem cerca de 130 detentos autodeclarados homossexuais no sistema carcerário de Pernambuco e oito unidades prisionais possuem pavilhões ou celas exclusivas para os grupos LGBT. Cícero Rodrigues revelou, em entrevista ao LeiaJá, que o Estado pretende ampliar esses espaços.

“Nós temos um planejamento para que a gente possa colocar nas unidades prisionais mais pavilhões. A demanda surge a partir da situação que o reeducando se autodeclara; não adianta construir pavilhões sem os detentos homossexuais se autodeclararem, porque os espaços nas unidades prisionais são muito reduzidos. Qualquer unidade prisional poderá receber ter um pavilhão LGBT”, declara o secretário, que preferiu não cravar quais presídios estão mais próximos de receber os espaços exclusivos.

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Compartilhar momentos de felicidade em família, relembrar experiências marcantes ao lado dos amigos e presenciar a chegada dos netos com a certeza de que novas gerações darão continuidade a uma bela história de vida. Saber que conquistou sonhos e proporcionou alegria entre pessoas amadas, além de acreditar que a boa idade e os fios de cabelos brancos não podem representar o fim da linha. No sentindo amplo da palavra longevidade, essas ou quaisquer outras conquistas intensificam a saúde física e o bem estar de idosos que entenderam essa fase da vida como um momento ainda sujeito a novas vivências e cheio de possibilidades para novas contribuições.

Compreender a longevidade dessa maneira, no entanto, nem sempre é comum entre alguns idosos. Circunstâncias pessoais e sociais podem causar nas pessoas da terceira idade um pensamento de declínio e até mesmo de inutilidade. Um recorte específico e que expõe esse pensamento é o de idosos reclusos da sociedade. Por erros cometidos, perderam o direito de liberdade e passaram a enfrentar o crítico cenário do sistema carcerário brasileiro. Na cadeia, pagam pelos crimes cometidos e, diante de adversidades como superlotação e violência, praticamente desacreditaram que a terceira idade pode sim ser um momento de recomeço. Dentre os questionamentos, seria possível envelhecer de forma saudável, na forma mais ampla da expressão, atrás das grades? Uma ação idealizada em Pernambuco busca mudar o quadro dos que desacreditaram na força da longevidade.

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Um projeto realizado no Presídio de Igarassu (PIG), na Região Metropolitana do Recife, tenta amenizar os impactos da terceira idade diante das grades. Na prática, a ideia de longevidade passou a ser colocada em pauta com foco nos reeducandos idosos ou próximos de ingressar nessa faixa etária, com o objetivo de garantir saúde física e bem estar aos atendidos. Alguns deles estão próximos de retornar à sociedade e principalmente aos braços das famílias, mas outros foram esquecidos pelos entes queridos por diversos motivos e recebem uma atenção direcionada ao lado psicológico. Atividades físicas, consultas médicas, exames clínicos, terapia musical, futebol, aulas de artes marciais, trabalho, cursos profissionalizantes, entre outras ações passaram a integrar o dia a dia dos detentos.

"A partir do momento em que o Estado recolhe uma pessoa para o cárcere por ter quebrado os pactos sociais, o reeducando precisa pagar pelo crime que cometeu e o Estado precisa cuidar desse processo de ressocialização. Nosso objetivo é incentivar que ele volte à sociedade como um cidadão de bem, com os valores éticos resgatados. A gente tenta dar um pouco de dignidade a esses reeducandos. Tem idoso com 15 anos de detenção e por isso procuramos fazer um acompanhamento de saúde, nutrição e psicológico, para mostrar a ele que, apesar da idade avançada, existe uma vida e um futuro pela frente, porque a idade não está no corpo da pessoa e sim na mente", destaca a supervisora administrativa do Presídio de Igarassu, Maria das Graças Alves.

De acordo com a supervisora, dos mais de 3 mil detentos do PIG, quase 40 são considerados idosos.  Há quase cinco meses, a unidade realizou uma triagem e identificou os reeducandos da terceira idade para dar início ao projeto que fortalece o sentido da longevidade. "Antes eles ficavam tristes nas celas, principalmente os que foram abandonados pela família, sem querer fazer nada. Alguns guardavam rancor, não queriam saber de nenhuma atividade. Nós fazíamos o convite, mas eles demoravam a aceitar. Depois que passaram a fazer nossas atividades, melhoraram bastante e passaram a acreditar que a ressocialização é possível", comenta Maria das Graças.

São quase sete anos entre os muros e grades do presídio. Antônio, 65, sofreu por viver longe da família e pela saudade dos tempos de liberdade. Tem ciência dos erros cometidos e não questiona a punição na cadeia. Por outro lado, em tom baixo revela o quanto foi difícil enfrentar a condição de idoso recluso e incrédulo quanto à possibilidade de uma nova vida mesmo na terceira idade. Faltava incentivo, sobravam ociosidade, sedentarismo e problemas de saúde. 

"É difícil, quando você está na cadeia pensa um monte de coisa ruim", diz o reeducando. O projeto do PIG tornou-se o escape de Antônio, “momento de paz” que, segundo ele, o faz esquecer até da vida encarcerado. Para alguns, as atividades podem até parecer algo simples, mas Antônio as consideram como uma chance de recomeço. "Hoje estou bem melhor, até de saúde. Tenho saudade da minha família, quero voltar para rua e tocar os negócios que sempre tive. Ainda dá para fazer algo de bom, mesmo velho", relata. No vídeo a seguir, assista outros relatos de reeducandos beneficiados pelo projeto.  

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Segundo a coordenadora de saúde da Secretaria Executiva de Ressocialização de Pernambuco (Seres), Gabriela Paixão, existe um planejamento estratégico que contribui para a manutenção da saúde dos reeducandos. "A unidade prisional conta com uma equipe multiprofissional composta por enfermeiros, médicos, odontólogos, assistência farmacêutica, fisioterapeuta, técnico de enfermagem, além de outros profissionais como psicólogos e assistentes sociais. Existe uma medicação específica para os hipertensos e diabéticos. Os idosos são acompanhados mensalmente e temos um olhar especial para quem precisa de uma alimentação adequada", explica a coordenadora. "A gente consegue fazer um atendimento de qualidade pelo trabalho em conjunto da equipe, passamos pelos pavilhões e identificamos os idosos que necessitam do atendimento", complementa.

Além dos benefícios para o estado físico dos reeducandos idosos, os profissionais envolvidos no projeto ainda destacam os ganhos psicológicos. Psicóloga do Presídio de Igarassu, Sandra Alaíde Souza explana que existe um "trauma" pela inserção no sistema carcerário e para diminuir esse impacto, as ações realizadas contribuem para o bem estar mental dos detentos.

"A gente tenta melhorar a qualidade de vida deles. A psicologia da saúde dá um apoio no sentido de poder escutar eles, entender a demanda emocional de cada um. Alguns, com o passar do tempo, se sentem esquecidos. Tentamos melhorar a parte cognitiva com instrumentos e dinâmicas de grupo, fazendo com que eles expressem o que sentem, principalmente neste momento de reclusão. O trauma acontece pelo indivíduo estar na cadeia e por isso tentamos resgatar o gosto pela expectativa de vida e pelo mundo lá fora", comenta a psicóloga. 

Um levantamento realizado pela Secretaria de Executiva de Justiça e Direitos Humanos de Pernambuco revelou um número pequeno de idosos nos presídios do Estado, em comparação com o quantitativo total de detentos: mais de 30 mil. Em entrevista ao LeiaJá, o secretário Eduardo Figueiredo informou que existem cerca de 380 idosos nas cadeias locais. Para o gestor, o projeto idealizado em Igarassu é considerado uma ação inicial para o atendimento da terceira idade no sistema carcerário e em breve haverá um anúncio concreto de ações que serão expandidas em outros presídios de Pernambuco.

"É importante haver uma política pública voltada à pessoa idosa. O cuidado é essencial em relação à saúde da mulher e do homem idoso, é preciso atentar para a prevenção de doenças. As atividades de ressocialização também são importantes, porque o idoso fica mais vulnerável pelo sentimento de estar fora do lar e da família. A família também é um ponto importante no processo de ressocialização e por isso fazemos um trabalho de assistência social para reforçar os vínculos com os familiares. O Presídio de Igarassu tem um trabalho experimental e que a gente precisa fortalecer. É um pontapé bem dado", diz o secretário.

"A nossa ideia é expandir essas atividades para outras unidades prisionais. Neste mês de setembro, haverá diálogo entre as instituições e a nossa intenção é que em outubro, quando completaremos mais um ano do Estatuto Idoso, a gente possa ter um plano de atendimento voltado para a pessoa idosa. Será um atendimento referenciado nos aspectos da assistência social, médicos e no despertar dos vínculos com os familiares. A visão da ressocialização precisa ser unificada com a proteção da pessoa idosa. Todo ambiente de privação de liberdade potencializa sentimentos e por isso esse ambiente precisa ter uma política especial, com o fortalecimento das áreas técnicas. Os profissionais da assistência social precisam ter um olhar que o reeducando idoso já carrega uma bagagem de sofrimento e nesta reta, a partir dos 60 anos, em que você está em confinamento, os sentimentos se potencializam", complementa o secretário Eduardo Figueiredo.   

A saúde do idoso e o contexto penal

Segundo o vice-presidente da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia, Carlos André Uehara, algumas doenças são consideradas frequentes entre a polução idosa. "As doenças crônicas não transmissíveis são as mais comuns na população idosa, entre elas a hipertensão arterial, o diabete e doença pulmonar obstrutiva crônica. Na população idosa privada de liberdade também há uma maior prevalência de doenças infecciosas, como a tuberculose, portadores de HIV e doenças sexualmente transmissíveis. Os cuidados recomendados são os mesmos da população geral, como hábitos saudáveis, com ingesta de dieta balanceada (carboidrato, proteína e fibras), preferencialmente alimentos não industrializados e atividade física regular. Também orientamos a cessação do tabagismo, uso de preservativo e a correta tomada das medicações", detalha o vice-presidente.

Para Carlos André, existem meios que facilitam a manutenção da saúde física e emocional do idoso, cuja responsabilidade também é dos familiares. Dessa forma, a pessoa na terceira idade pode conviver sob os benefícios da longevidade. "Devemos estimular a manutenção de sua independência, muitas famílias com a intenção de evitar acidentes e complicações limitam as atividades do idoso, fazendo com que ele fique restrito e com poucas atividades. Por mais que o idoso apresente dificuldades, devemos respeitar seu ritmo e limitações e estimulá-lo a realizar suas atividades rotineiras. Se houver necessidade, o idoso e seu cuidador devem receber orientações profissionais e passar por um programa de reabilitação. Orientar a família e o idoso é muito importante, se todos estiverem bem informados, a aceitação e a adesão ao tratamento são facilitadas. Se mesmo após todas as intervenções e orientações não ocorrer um acordo, o desejo do idoso deve ser respeitado", orienta.

 

"De modo geral, a população idosa sofre os mesmos problemas do restante da sociedade, com o agravante que nossos serviços de saúde não estão preparados para a transição demográfica e epidemiológica que está acontecendo. Os planos de saúde privados são mais caros para os idosos, por este motivo muitos fazem seu acompanhamento no Sistema Único de Saúde (SUS). O avanço nos cuidados à saúde e a disponibilidade de tratamento para muitas doenças que matavam possibilitaram o envelhecimento populacional. Dessa maneira, essa nova geração de idosos está mais atenta e aderente aos tratamentos disponíveis", opina o vice-presidente da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia.

Sobre o contexto penal nos presídios brasileiros dos reeducandos idosos, não existem ações específicas para esse público. “No entanto, a Coordenação-Geral de Promoção da Cidadania tem envidado esforços para elaboração da Política Nacional de Diversidades no Sistema Penal, que abarcará a população idosa no sistema prisional, considerando suas demandas específicas e as orientações quanto às ações e atuações diretas. A previsão para a conclusão do texto de proposta da política é o primeiro semestre de 2018”, diz a agente federal de execução penal Tatiana Leite.

Segundo Tatiana, o código penal brasileiro possui um direcionamento para a tomada de algumas decisões. “São reduzidos pela metade os prazos de prescrição quando o criminoso era, ao tempo do crime, menor de 21 anos, ou, na data da sentença, maior de 70 anos. A execução da pena privativa de liberdade, não superior a quatro anos, poderá ser suspensa, por quatro a seis anos, desde que o condenado seja maior de 70 anos de idade, ou razões de saúde justifiquem a suspensão”, explica a agente. 

Na contramão dos registros de violência em muitas unidades prisionais masculinas de Pernambuco, o Presídio de Igarassu, na Região Metropolitana do Recife, ostenta resultados compatíveis com a ideia da ressocialização. Há mais de um ano e meio, o PIG não anota em seus históricos assassinatos, motins ou rebeliões. Uma tentativa de fuga, acontecida em março de 2016, foi o último caso que terminou em óbito. Se considerarmos que existe uma receita para a manutenção da ordem na unidade, tanto a direção quanto os próprios detentos apontam a vasta programação de atividades de qualificação e culturais como fator fomentador da “paz”.

Comparando os números de ocorrências, fica clara a diferença entre a unidade de Igarassu e outros presídios do Estado. Dados da Secretaria Executiva de Ressocialização (Seres) apontam, por exemplo, que o Complexo do Curado, no Recife, teve mais de 30 mortes entre 2015 e 2016. No mesmo período, a Penitenciária Professor Barreto Campelo, em Itamaracá, na Região Metropolitana, registrou 17 mortes violentas. Juntas, essas unidades ainda somam seis rebeliões ocorridas em 2015.

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A aparente calmaria do Presídio de Igarassu reflete nas condutas de alguns detentos. Prestes a completar dois anos de reclusão, um reeducando que preferiu não se identificar teve a oportunidade de cumprir a pena em regime semiaberto em outra unidade prisional. No entanto, ele preferiu continuar no PIG alegando que seria mais seguro. Aos 70 anos, o detento participa de atividades de capacitação e hoje já trabalha com marcenaria, habilidade aprendida na cadeia.

“O diretor daqui é uma pessoa humana que promove muitas atividades para todos nós. São cursos profissionalizantes, aulas de música, um monte de coisa boa! Eu mesmo trabalho pela manhã e estudo à noite, é uma maneira inteligente de ocupar a mente. Aqui é uma prisão de segurança máxima e não vemos confusão. Tem que respeitar os outros para ser respeitado na cadeia”, relata o reeducando.

Assim como em outros presídios de Pernambuco, a superlotação é um problema a ser enfrentado no PIG. A capacidade é de apenas 426 reeducandos, entretanto, a unidade soma 3.300 presos. O diretor do Presídio, no entanto, acredita que as atividades desenvolvidas entre os presidiários diminuem os impactos da lotação e se aproximam do processo de ressocialização. Segundo Charles Belarmino, do total de detentos, 1.300 homens participam das qualificações.

“Temos uma estrutura moderna – o Presídio foi inaugurado em 2012 - e apesar da superlotação, temos condições de trabalhar com diversas ações na unidade. Temos aulas de música, fotografia, artesanato, artes marciais, capoeira... As igrejas também ajudam muito, quando falamos em religião, além disso, contamos com o pavilhão LGBT. Existem vários fatores que explicam esse período sem mortes”, detalha o diretor Charles Belarmino.

Outro reeducando do PIG, cuja identidade não será revelada, afirma que a unidade de Igarassu é “o melhor lugar para tirar cadeia”. Dos seus 35 anos de idade, quase metade foi de envolvimento com o mundo do crime, culminando com passagens em vários presídios do Estado, a exemplo do Complexo do Curado. De acordo com o detento, ele por pouco não foi assassinado enquanto cumpriu pena em outras unidades, além de se envolver em inúmeras confusões. Em entrevista ao LeiaJá, ele alega que não pretende continuar no universo criminoso e espera suportar a ausência da liberdade nas dependências do PIG.

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Seres promete bons resultados em outros presídios

Secretário executivo da Seres, Cícero Rodrigues credita a boa desenvoltura do PIG nos últimos meses à gestão da unidade. Para Rodrigues, o trabalho de fomento às atividades de qualificação, esportes e culturais é o grande responsável pelos resultados. Ele alega que ações do tipo também são realizadas nos demais presídios, mas o PIG, de fato, tem se destacado, principalmente pelo período em que não registra casos de violência. 

“Igarassu se tornou um exemplo para as unidades prisionais, mas nós temos outras que já estão realizando atividades voltadas à ressocialização em menor escala, até pelo fato de alguns lugares terem uma estrutura física diferenciada do PIG. Igarassu realmente despontou e está colocando em prática tudo o que foi pensado, mostrando para todos nós que os resultados são possíveis. A unidade acabou saindo na frente”, explica o secretário executivo. 

De acordo com Rodrigues, ainda existem casos de reeducandos que pediram transferência para o Presídio de Igarassu, justamente pela boa imagem refletida da unidade. “Tem muito reeducando que pede para ser transferido para Igarassu, isso até diminuiu, porque as unidades estão fazendo trabalho também”, comentou o secretário. Ainda em entrevista ao LeiaJá, o gestor detalhou qual é o principal desafio a ser enfrentado pela Seres para garantir atividades de ressocialização em todo o Estado.

“O grande desafio sempre vai ser a superlotação carcerária. Isso sempre deveremos enfrentar. É evidente que com a lotação diminuem os espaços físicos, estruturas físicas. Por isso é necessário planejamento. Esse trabalho é feito para a sociedade, porque o homem ou a mulher presos um dia voltarão à liberdade”, destaca o secretário. 

Quando as grades abrem-se, as batidas da bola anunciam o futebol. É dia de praticar esportes, momento em que as divergências ficam de lado, brigas e conflitos são apagados. No piso liso ou no campo de barro alaranjado, os jogadores iniciam uma “partida” pela ressocialização, por mais utópica que ela pareça diante do problemático sistema carcerário brasileiro. Os times, no entanto, são descritos como pavilhões, em um campeonato que a taça, de fato, não é o mais importante. O que se busca é uma oportunidade de recuperação e de relembrar as épocas em que o futebol era disputado longe das grades.

No Presídio de Igarassu, Região Metropolitana do Recife, o futebol virou uma “arma” contra a ociosidade dos reeducandos. Além dele, outras modalidades esportivas e atividades de qualificação integram a programação da unidade prisional que, há pelo menos dois anos, não registra rebeliões, diferente de outros presídios pernambucanos. Cerca de três meses atrás, a direção da cadeia criou um campeonato de futebol entre detentos de diferentes pavilhões, no formato de pontos corridos e com jogos decisivos na fase final prevista para dezembro deste ano.

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Os times foram escolhidos via sorteio. No entanto, os representantes das equipes foram selecionados por apresentarem intimidade com o futebol. Eles ficaram com a responsabilidade de definir as posições de cada reeducando nos times, além de acompanhar a tabela de disputa. Parte das partidas é realizada em campo de barro, com cinco atletas na linha e um no gol, enquanto outros jogos ocorrem nas quadras de futsal, sendo quatro atletas e um goleiro.

“O sistema carcerário é carente. Então, qualquer coisa, por pequena que pareça, é muito grande para a gente. A ideia do campeonato partiu da direção, antes aqui não tinha. Já passei por outros presídios, são diferentes do PIG (Presídio de Igarassu). Aqui a gente joga sem confusão, não tem inimigo”, relata o reeducando Fabson Lemos, 36 anos.

Para Fabson, o futebol foi um meio de vida. Afirma ter atuado - quando estava em liberdade - como profissional em equipes do Nordeste, relembrando saudosamente da época em que compartilhava alegria vendo a bola rolar. “O que mais sinto falta é da resenha, das brincadeiras após os jogos. Era um meia que deixava os atacantes na cara do gol”, diz, de forma descontraída, em entrevista ao LeiaJá.

Integrante da mesma equipe de Fabson, o reeducando Flávio Duarte, 36 anos, também jogou futebol antes da prisão. Se diz bom atacante, rápido, daqueles jogadores que incomodam a defesa adversária. “Aqui, todo mundo gosta de bola. E com certeza temos bons jogadores, existem até outros que foram profissionais. Sou um atleta que não gosto de perder e com certeza procuro ajudar dentro de campo”, comenta Flávio.

De acordo com o diretor do Presídio de Igarassu, Charles Belarmino, o campeonato conta com 120 reeducandos distribuídos em dez times. As partidas são realizadas duas vezes por semana, com 15 minutos em cada tempo, sob a arbitragem de um colaborador – os jogadores respeitam a decisão do juiz, sem contestação -. O próprio Charles faz questão de participar de algumas partidas. “Sou apaixonado por futebol e tenho a confiança dos reeducandos. Aqui a gente tem uma série de atividades ocupando o tempo deles”, conta o diretor.

Na unidade prisional, existem cinco quadras e um campo. Com capacidade para 426 detentos, o Presídio de Igarassu conta hoje com mais de 3 mil reeducandos, sendo considerado uma cadeia de segurança máxima. Assista, a seguir, como é a disputa do campeonato realizado nas dependências de um presídio:

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O comerciante Edvan Luiz da Silva, de 32 anos, acusado de estuprar e assassinar a fisioterapeuta Tássia Mirella Sena de Araújo, 28, negou o crime em entrevista exclusiva ao Jornal do Commercio. Ele está encarcerado no Presídio de Igarassu, na Região Metropolitana do Recife (RMR), e nesta quarta-feira (21) passa pela audiência de instrução e julgamento.

Edvan conta sobre os meses de reclusão e que considera a situação como impossível de se adaptar. Antes do crime, considerava sua vida perfeita. Ele diz que foi criado no evangelho, terminava o curso de teologia e estudava para se tornar pastor. 

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Sobre Mirella, ele conta que não a conhecia. Relata ter ficado surpreso quando a polícia entrou no seu apartamento e disse que ele era o suspeito. "Eu não sabia quem era ela, não sabia nem o nome dela", conta sobre o momento da abordagem da polícia. Diz que nada o atribui a esse crime. "Eu era casado, muito bem casado. Não tenho esse perfil". 

No dia do crime, a polícia bateu na porta repetidas vezes para interrogar o suspeito. Foi encontrada uma mancha de sangue na perna de Edvan, que estava deitado na cama, só de cueca. Foi encontrado um rastro de sangue que seguia do apartamento de Mirella até o dele. Além disso, na pia da cozinha, no chão e no banheiro do apartamento de Edvan, foram encontradas marcas do sangue da fisioterapeuta.

Foram, ainda, constatados ferimentos de unha na pele de Edvan; sob as unhas de Mirella, o material genético do acusado. Sobre isso, ele fala da perícia. "Perícias são falhas, perícias erram. (...) Eu não estou aqui para culpar ou direcionar culpa para ninguém sobre isso. Eu só vou dizer uma coisa: eu não fiz isso". 

O assassinato aconteceu no dia 5 de abril de 2017, em um flat localizado no prédio onde os dois moravam, em Boa Viagem, Zona Sul do Recife. Edvan, que afirma ter cruzado com ela no corredor apenas uma vez, era o vizinho da frente de Mirella. O corpo da fisioterapeuta foi encontrado dentro do seu apartamento após os funcionários do prédio ouvirem gritos de socorro naquela trágica manhã de quarta-feira.

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Os detentos dos presídios Juiz Antônio Luiz Lins de Barros (Pjallb), no Complexo do Curado, e de Igarassu, doaram aos desabrigados das chuvas o que receberam dos familiares na visita do último sábado (3). Toda a arrecadação seguiu para o quartel do Derby, no centro do Recife, na última terça-feira (6), de onde seguirá para os municípios afetados da Mata Sul e Agreste de Pernambuco.

Ao todo, foram doados 1,5 mil quilos de alimentos e 800 peças de roupa. Também foram entregues materiais de higiene pessoal e sapatos.

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Pães – No último dia 1º, cerca de 35 reeducandos passaram a produzir diariamente uma média de 12 mil pães que também estão sendo distribuídos entre as famílias atingidas pelas chuvas. O alimento é produzido nas três unidades prisionais do Complexo do Curado; no Centro Regional do Agreste (CRA), em Canhotinho; no Presídio Romildo da Rocha Leão (PRRL), em Palmares; e no Presídio Juiz Plácido de Souza, em Caruaru.

Resultado - As fortes chuvas chegaram a deixar 55 mil pessoas sem casa no Estado. Seis pessoas morreram, sendo duas no Recife, duas em Lagoa dos Gatos e mais duas em Caruaru. Atualmente, a Coordenadoria de Defesa Civil de Pernambuco (Codecipe) contabiliza 3664 desabrigados, ou seja, pessoas que perderam suas casas; e 40.106 desalojados, que deixaram suas residências. 

Uma mulher foi detida entrando com treze celulares escondidos dentro de dois inhames, no domingo (12), durante o dia de visita do Presídio de Igarassu, na Região Metropolitana do Recife (RMR). Ela foi conduzida à delegacia de Igarassu.

Além dos celulares, o inhame levava outros materiais ilícitos não detalhados pela assessoria da Secretaria Executiva de Ressocialização (Seres). O grau de parentesco da detida com quem ela pretendia visitar também não foi divulgado.

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Túnel – Também no domingo, a equipe de segurança do Presídio Marcelo Francisco de Araújo (PAMFA), no Complexo do Curado, Zona Oeste do Recife, encontrou um túnel de aproximadamente seis metros de comprimento. Este foi o quarto túnel encontrado em 2016 nas unidades prisionais de Pernambuco. O responsável pelo buraco ainda não foi identificado. 

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Na tarde desta quinta-feira (19), seis reeducandos do Presídio de Igarassu (PIG), em parceria com a Defensoria Pública de Pernambuco, receberam cerimônia de casamento coletivo nas dependências da unidade prisional.

A realização das uniões aconteceu na igreja da penitenciária, com a presença de um pastor para efetuar o casamento religioso, além de representantes dos cartórios do Estado e da Defensoria Pública. 

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Além disso, os noivos puderam contar com a presença de familiares nesse momento de celebração. Alguns familiares dos detentos tiveram acesso à unidade especificamente para assistir a cerimônia de matrimônio. 

 

No último dia 19, o Presídio de Igarassu (PIG) foi cenário de uma tentativa de fuga que resultou na morte de um detento. Após o acontecimento, a Secretaria Executiva de Ressocialização (Seres) realizou a segunda revista no local, nesta quarta-feira (30). 

Durante a vistoria, que contou com os agentes penitenciários do Grupo de Operações e Segurança (GOS/Seres) e da unidade prisional, foram encontrados 56 chunços, uma faca, nove celulares, três carregadores, dois fones de ouvido, três barrotes, uma barra de ferro, 1kg de maconha e 1,9kg de ácido bórico – que pode ser utilizado como inseticida, anti-séptico para feridas e queimaduras, adubo e retardante de chamas. 

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Dos nove celulares encontrados, sete são smartphones e podem se conectar à     internet, facilitando ainda mais a troca de informações com a área externa do presídio. 

 

 

No último sábado, o Presídio de Igarassu foi cenário de mais uma tentativa de fuga, que resultou na morte de um dos detentos. Na tarde desta terça-feira (22), a Secretaria Executiva de Ressocialização (Seres) realizou uma vistoria e apreendeu quase 100 materiais ilícitos. 

A Seres informou que a revista contou com o Grupo de Operações e Segurança (GOS/Seres), da Companhia Independente de Operações Especiais (CIOE) e Companhia Independente de Policiamento com Cães (CIPCães).

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Durante a vistoria foram encontrados 15 celulares – sendo sete com acesso à internet -, sete baterias, sete carregadores, quatro fones de ouvido, seis chips, um cartão de memória, dez facas, 21 chunços, 15 pedaços de barra de ferro, quatro barrotes e sete maricas.   

A Secretaria Executiva de Ressocialização (Seres) confirmou a tentativa de fuga de um preso da penitenciária de Igarassu, na Região Metropolitana do Recife, por volta das 14h deste sábado (19). Com a ação, houve tiroteio que resultou na morte de um dos detentos. 

A Seres, através de nota à imprensa, explicou que “foi registrada uma tentativa de resgate de preso no Presídio de Igarassu, proveniente da área externa da unidade”. Por conta disso, “a Guarda Externa, ocupada por Policiais Militares, e agentes penitenciários, evitaram a fuga do preso com disparos de arma de fogo. A ação resultou em seis detentos feridos e na morte de Alex José Trajano Dantas”. Ainda de acordo com a Secretaria, a Delegacia de Homicídio e Proteção à Pessoa (DHPP) foi acionada para apurar as circunstâncias do fato. Segundo denúncia do Sindicatos dos Agentes Penitenciários de Pernambuco, apenas quatro guaritas estavam funcionando no momento da investida.   

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Na tarde deste sábado (19), por volta das 14h, houve no Presídio de Igarassu uma tentativa d fuga por parte de alguns presos. A Secretaria Executiva de Ressocialização (Seres) confirmou o fato, inclusive que houve tiroteio durante ação.

Questionada, a Seres disse ainda não ter informações de como aconteceu a ação e nem quantos internos estavam envolvidos, tampouco o número de feridos durante o acontecimento. O órgão informou que irá emitir nota à imprensa com explicações sobre o fato.   

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Duas pessoas foram detidas ao tentar entrar com drogas no Presídio de Igarassu, na Região Metropolitana do Recife (RMR). Os visitantes foram encaminhados à delegacia para prestar esclarecimentos.

Neste domingo (29), a Secretaria Executiva de Ressocialização (Seres) realizou vistorias na penitenciária de Iagarssu; o Presídio Juiz Antônio Luiz Lins de Barros (PJALLB), no Complexo do Curado, também passou por revista.

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Confira abaixo a lista do material apreendido:

Presídio de Igarassu

1.270 kg de maconha

42 gramas de crack

03 celulares

01 carregador

04 litros de whisky

01 litro de cachaça

Presídio Juiz Antônio Luiz Lins de Barros

09 tubos de creme dental com loló

04 litros de whisky

01 kg de maconha

Com informações da assessoria

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