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A suspensão de aulas presenciais nas escolas para conter o avanço da Covid-19, junto às dificuldades envolvidas para ministrar aulas a distância no ensino básico, causaram prejuízos de aprendizado profundos aos estudantes no Brasil, que deverão resultar em aumento de desigualdades sociais e redução salarial no futuro. É o que aponta uma pesquisa desenvolvida pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) com base em dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Covid-19 de agosto. 

O estudo buscou estimar o tempo total dedicado ao estudo durante a pandemia, através de um indicador síntese que marca como um relógio as horas dedicadas por cada estudante potencial ao aprendizado a distância, para entender como variaram a matrícula e a jornada escolar em casa por faixa etária e renda, além de determinar se o tempo de estudo foi mais afetado pela falta de oferta de materiais remotos pelos gestores educacionais ou pela falta de interesse dos estudantes, entre outros pontos. 

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O resultado não foi animador: o tempo médio de estudo registrado no grupo de seis a 15 anos foi de 2,37 horas diárias por dia útil, abaixo das recomendações mínimas da Lei de Diretrizes Básicas da Educação (LDBE). A situação se agrava para estudantes mais velhos, o que é ainda mais problemático, uma vez que eles estão mais próximos de fazer as provas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem): adolescentes de 16 e 17 anos dedicam relativamente mais ao ensino remoto, mas sofrem maiores taxas de evasão escolar, apresentando, no geral, menos tempo para escola que as crianças entre seis e 15 anos. 

Perda salarial

O dado é preocupante em diversos aspectos, inclusive pelo futuro profissional dos alunos que não têm conseguido estudar adequadamente. Segundo dados da  Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), o Brasil é o país em que terminar o ensino superior garante mais vantagens salariais em comparação ao ensino médio completo e ao incompleto, dentre uma lista de 37 nações avaliadas. 

A diferença nos ganhos financeiros mensais pode chegar a ser 131% maior para os mais escolarizados, enquanto uma pós-graduação pode gerar até 92,5% de retorno salarial extra. Diante desses dados, o surgimento de uma geração que teve um ano com aumento de defasagens de aprendizado e crescimento de abandono escolar representa um grande problema para o País e para o futuro desses jovens. 

Falta de tarefas

Os dados mostraram que há uma carência de atividades para os alunos e, de acordo com as respostas deles, na maior parte dos casos, isso se deve à escola. Segundo a FGV, 13,5% dos estudantes de seis a 15 anos não receberam materiais dos gestores educacionais e professores, enquanto somente 2,88% não utilizaram os materiais que receberam por alguma razão pessoal. 

Desigualdade social

Analisando a situação pelo aspecto financeiro, ao observar a faixa de renda dos alunos, constatou-se que a falta de oferta de tarefas escolares afeta 633% mais alunos de baixa renda. Quanto mais pobre é o estudante, menores são a frequência na escola, a quantidade de exercícios recebidos e o tempo dedicado a resolvê-los. 

Alunos de seis a 15 anos que pertencem às classes A e B dedicaram 3,2 horas aos estudos, e os de 16 e 17 anos, 3,3. Na classe C, há uma redução para 2,4 horas entre os que têm até 15 anos e 2,3 para alunos de 16 e 17 anos de idade. Na classe D, 2,2 horas é o tempo dedicado por alunos de seis a 15 anos e os mais velhos estudam uma média de 2,1 horas. Na classe E, o índice registrado foi de duas horas em ambas as faixas etárias. 

Disparidades regionais

Analisando o tempo de estudo por estados, o Acre é o último colocado, apresentando menos que a metade do primeiro da lista, que é o Distrito Federal (1,29 e 2,96, respectivamente). A pesquisa ainda aponta para outro dado preocupante: mesmo os melhores colocados não tiveram um tempo para escola superior à jornada escolar mínima proposta pela Lei de Diretrizes Básicas da Educação (LDBE), que comparada a padrões internacionais, ainda é baixa. 

Na região Sul do País, há indicadores melhores para o envio de tarefas escolares, enquanto o norte é o mais afetado pela escassez. Os dados refletem essa realidade ao mostrar, por exemplo, que o índice de alunos sem atividades no período de aulas remotas é de 2,09%, enquanto no Pará é de 45,3%. O envolvimento com as tarefas recebidas também foi menor para alunos que vivem na região Norte, o que indica problemas de infraestrutura domiciliar e de demanda por parte desses alunos, além de agravamento nas desigualdades regionais de educação no Brasil pós-pandemia. 

Pernambuco registrou um tempo dedicado por alunos de até 15 anos de 2,29 em julho, caindo para 2,26 em agosto. Na faixa dos 16 e 17 anos, a queda foi de 2,22 em julho para 2,19 em agosto. No que diz respeito à capital, Recife, os estudantes de seis a 15 anos dedicaram 2,69 horas em julho e 2,48 em agosto, o que representa uma queda com o passar do tempo em todo o estado e na totalidade das faixas etárias pesquisadas. Para consultar o estudo na íntegra, clique aqui.

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Estão abertas as inscrições para o novo processo seletivo do Instituto Federal do Piauí (IFPI) destinado à contratação de dois professores substitutos para atuação no campus de Corrente. Interessados devem se candidatar até o dia 18 de setembro, por meio do envio da documentação especificada no edital para o e-mail selecaocacor2020 @ifpi.edu.br. 

Há duas oportunidades para professores nas áreas de linguagens/espanhol e pedagogia. Para conquistar uma das vagas, os candidatos passarão por uma seleção composta por uma prova de títulos e de desempenho didático.  

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Efetivados, os professores trabalharão 40 horas semanais e terão uma remuneração que varia de R$ 3.130,85 a R$ 5.831,21, a depender da titulação. Confira mais informações através do edital da seleção.

A Red Bull, empresa do setor de bebidas, está recebendo inscrições para o programa de estágio destinado a jovens, com vagas no Recife, capital de Pernambuco. Os salários podem chegar até R$ 1.800 mais os benefícios, que serão informados durante o processo seletivo. A duração do programa é de até dois anos.

Dentre os pré-requisitos, os concorrentes devem ter formação prevista para dezembro de 2022 e domínio do idioma inglês, de acordo com o nível exigido por área de atuação. Os jovens passarão por seis etapas do processo seletivo, incluindo testes avaliativos; desafio em formato de game; avaliação por vídeo; dinâmica em grupo e entrevistas individuais. As atividades profissionais estão previstas para começar em janeiro de 2021.

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Há oportunidades de estágio para os cursos de administração; comércio exterior; comunicação social; contábeis; economia; engenharias; finanças; jornalismo; marketing;  psicologia; publicidade e propaganda; relações internacionais; relações públicas; dentre outros cursos relacionados.

Além dos candidatos da capital pernambucana, serão aceitos estudantes das cidades de São Paulo e Porto Alegre. Interessados devem realizar inscrições até o dia 3 de setembro, através do site da companhia.

Foi registrado e publicado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) que dos 940 mil pernambucanos ocupados e afastados do trabalho em maio, 620 mil deixaram de ser remunerados. Os dados foram disponibilizados através da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Covid-19, divulgada nesta quarta-feira (24). 

Desde de a chegada da Covid-19 no país que os impactos do vírus são observados pelo órgão. Segundo levantamento, do total de 940 mil que foram temporariamente afastados, tendo como motivação o distanciamento social ou outro diferente dessa condição (como férias ou licença maternidade), representam 28,8% do total de pessoas empregadas em Pernambuco. Se comparado, o número é maior que a média nacional, que era de 18,6% durante o mesmo período. 

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A pesquisa ainda revela que, mesmo com a manutenção dos empregos - possibilitados por meio de acordos contratuais -, cerca de 40,4% pernambucanos tiveram rendimento menores no mês de maio. 

O relatório também mostra que, durante o mesmo mês, os pernambucanos estavam com dificuldades conseguir emprego devido a pandemia da Covid-19. Em números, foi quantificado cerca de 1,5 milhão de pessoas desempregadas. Destes, 1,2 milhão desistiram de procurar emprego, segundo o IBGE. Essa quantidade se aproxima a quase toda a população de Recife, que é de 1,6 milhão de habitantes.

A pesquisa foi realizada via telefone em cerca de 7 mil domicílios, em 137 cidades do Estado. A amostragem analisa os segmentos de gênero, cor ou raça, nível de escolaridade e grupo de idade. Foram calculados pelo IBGE cerca de 3,2 milhões de pessoas em atividade, apesar de Pernambuco ter em torno de 7,6 milhões consideradas como “população em idade de trabalhar” - pessoas a partir dos 14 anos.

Informalidade e auxílio emergencial

Dentre as linhas de pesquisa, também foram categorizadas as pessoas que receberam auxílio emergencial e pessoas na informalidade. De acordo com informado pela Pnad Covid-19, 51% dos lares pernambucanos recebem o auxílio emergencial concedido durante três meses pelo Governo Federal. O percentual fica abaixo da média do Nordeste, que alcança 54,8%, mas se mostra elevada em relação à média no Brasil, que é de 38,7%.

Em vista às pessoas que atuam na informalidade, a pesquisa ainda mostra um total de 1,4 milhão de trabalhadores em Pernambuco. Na categoria foram consideradas pessoas do setor privado ou trabalhadores doméstico sem carteira, como também empregados que não contribuem para o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).

Os dados apurados pelo IBGE refletem os impactos da pandemia do novo coronavírus em Pernambuco. Em último boletim realizado nesta quarta-feira (24), a Secretaria Estadual de Saúde (SES-PE) confirmou mais 1.191 novos casos da Covid-19 em Pernambuco. Agora, Pernambuco totaliza 54.022 casos confirmados, sendo 18.553 graves e 35.469 leves. O boletim também registra que 36.710 pessoas foram curadas da Covid-19.

Já estamos em março e as oportunidades não deixam de bater à porta. Por isso, é bom ficar de olho nos certames que estão com inscrições abertas e garantir sua estabilidade financeira em 2020.

Concursos são ótimas oportunidades para quem deseja ingressar em um órgão público, garantir um bom salário e uma estabilidade profissional. Em função disso, o LeiaJá preparou uma lista de concursos com vagas acima de 200 mil e salários de até R$ 13.800. Confira:

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Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE)

Vagas: 208.695

Salário de até R$ 2.100

Inscrições através do site

Mais informações nos editais n°2 e n°3

Fundação Estatal de Saúde de Niterói (FeSaúde)

Vagas: 783

Salário de até R$ 13.800

Inscrições através do site

Mais informações

Prefeitura de São Lourenço da Mata

Vagas: 942 

Salário R$ 2.800

Inscrições através do site

Mais informações

Marinha do Brasil

Vagas: 143

Salário de até R$ 1.398,30

Inscrições pelo site

Mais informações

Fundação de Saúde Pública de São Sebastião

Vagas: 87

Salário de até R$ 9.718,21

Inscrições através do site

Mais informações

O município pernambucano de São Bento do Una divulgou o edital de uma seleção simplificada com 165 vagas, com formação de cadastro reserva, para a contratação temporária de professores para a Educação Básica. Para participar, é necessário ter formação de magistério, curso normal médio ou licenciatura. A remuneração é de R$ 11,50 por hora/aula. 

As inscrições devem ser feitas entre os dias 9 e 16 de dezembro, das 8h às 13h, na sede da Prefeitura, situada Praça Historiador Adalberto Paiva, nº 01, Centro - São Bento do Una. Também é possível se inscrever através do endereço de e-mail processoseletivo2020@saobentodouna.pe.gov.br

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A documentação necessária para a inscrição, assim como outras informações sobre a análise curricular, estão disponíveis no edital publicado entre as páginas 105 e 111 do Diário Oficial dos Municípios

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O Brasil ocupa, hoje, a penúltima posição no Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (Pisa), exame coordenado pela Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) para avaliar a educação em 40 países. O desafio de melhorar os índices educacionais do país, no entanto, enfrentam diversos obstáculos, como a falta de interesse de estudantes jovens pela carreira de professor: uma pesquisa que também foi realizada pela OCDE constatou que entre 2006 e 2015, a taxa de adolescentes brasileiros com 15 anos de idade que desejam seguir a carreira de professor caiu de 7,5% para 2,4%. 

Nesta terça (15), dia em que é celebrado o Dia do Professor, o LeiaJá ouviu profissionais com mais de 20 anos de docência para entender como eles avaliam os rumos que a educação brasileira e a carreira de professor seguiu nas últimas décadas e o que a categoria deseja para o futuro. 

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“A escola pública segue a mesma”

André Luiz Vitorino de Souza tem 34 anos de carreira como professor de Biologia nos ensinos fundamental, médio e superior. Ao decidir qual profissão seguiria, décadas atrás, ele conta que o que o moveu em direção às salas de aula foi a percepção de que o Brasil necessita de mais pessoas ensinando para poder se desenvolver. “Eu percebi que o país precisava muito de profissionais de educação, foi por perceber uma necessidade social. Como eu gostava muito de biologia, segui por aí”, disse. 

Em sua percepção, houve alguns avanços nos rumos e na estrutura da educação e da carreira docente durante os seus anos de trabalho até agora, mas sem apresentar melhoras muito significativas, fazendo com que, para André, a situação do trabalho com ensino seja a mesma de 30 anos atrás: precarização. 

“Houve avanços, o ensino superior entrou pelo interior [dos Estados], a escola pública deu uma ligeira melhorada, algumas já têm ar-condicionado e quadro piloto, na época em que eu comecei tudo isso era mais raro. No entanto, a escola pública segue a mesma de sempre e a particular também”, afirmou o professor.

Foto: Rafael Bandeira/LeiaJáImagens

Na avaliação de André, apesar dos avanços que houve em algumas escolas no que diz respeito à estrutura, o exercício da profissão vem ficando mais difícil com o passar do tempo. “Hoje é mais difícil exercer o ofício, o respeito de aluno por professor está abalado e a sociedade, ao avesso. A violência escolar tem piorado, antes o aluno vinha mais educado de casa e hoje a gente tem que fazer junto educação de casa e do colégio. Nunca tive problemas (com violência) mas conheço muitos colegas que já (tiveram)”, contou ele. 

Perguntado sobre as razões que vê para a queda do interesse de estudantes jovens pela docência, o professor afirma que “a propaganda de que é uma profissão qualquer e a remuneração é muito baixa” contribuem para esse cenário de desinteresse pelo ensino. 

André também destaca o acúmulo de dificuldades que os alunos têm para aprender ao longo dos anos de escola como um dos problemas que derrubam os índices de educação do Brasil cada vez mais para baixo. “No ensino fundamental é onde está a dificuldade maior. No médio, o aluno já traz vícios e no ensino superior há uma cultura de fazer o curso de qualquer jeito. Pouquíssimos vão pra faculdade para estudar de fato. Se fossem, teríamos alunos melhores, instituições melhores e profissionais melhores”, afirmou o professor. 

Ensino e empreendedorismo lado a lado

Erotides Marinho é diretor de uma escola e se tornou professor de matemática há 35 anos, oficialmente. Mas desde cedo já percebia que gostava de ajudar as pessoas a aprender e dava aula aos colegas para ajudá-los, mesmo sem pensar em ser professor naquela época. Marinho começou de vez sua carreira na educação durante a década de 80, quando ainda cursava engenharia. 

“O que me motivou, e tem sido assim até hoje, é ver como transferir conhecimento para o outro é algo libertário, que ao mesmo tempo traz uma alegria diferenciada para quem aprende. Surgiu a oportunidade de ensinar em cursinho e aí eu vi que poderia tentar com as habilidades que eu já tinha desenvolvido dando aula particular em casa”, explicou Marinho, como é conhecido o professor. 

 

Foto: Lara Torres/LeiaJáImagens

Ele explica que sua experiência ajudando os colegas na escola o ajudou nessa nova fase. “Já deu, logo de início, muito certo, porque eu já vinha com uma bagagem de entender como as pessoas aprendiam. Eu via que aquilo dava certo e eu comecei a me desenvolver aí. Havia uma crise na engenharia e eu comecei a migrar para a educação. Com apenas cinco anos de sala de aula, eu já tinha sido convidado para ser diretor de ensino de uma rede educacional cheia de professores de primeira linha”, contou Marinho, que fez a maior parte de sua carreira no ensino médio, cursinhos, matérias isoladas e preparação para concursos públicos. 

O professor explica que se tornar diretor foi um grande desafio pois, na época, ainda era muito jovem e estava trabalhando com profissionais mais experientes que ele. Alguns anos depois, Marinho foi convidado para ser sócio da escola. “Quando me foi dada a condição de me tornar sócio, tive que assumir as responsabilidades na mão. Quando encabecei, vi que eram desafios muito grandes e também muito convidativos e atrativos. Empreender, multiplicar isso seria muito bom porque víamos resultado de transformação de vidas. Decidi mergulhar nessa área, empreender em desenvolvimento humano através de mecanismos facilitadores para uma educação diferenciada”, contou o diretor.

Nesse sentido, Marinho fala de sua experiência e aponta o empreendedorismo na educação como um caminho possível para profissionais de educação que também têm conhecimentos sobre gestão e desejam iniciar um projeto pedagógico.

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No que diz respeito à situação educacional dos últimos anos no ensino público e privado e focando na carreira fora de uma lógica de empreendedor, Marinho analisa que o quadro de qualidade educacional e as condições de trabalho docente têm sofrido mudanças radicais para pior.

“O agravamento de problemas na educação tem crescido tanto em intensidade como em diversidade. Muitas famílias estão passando por uma progressiva disfunção, e essa carga termina sendo transferida para o professor, que não foi preparado academicamente para lidar com tal sobrecarga”, afirmou o diretor. 

Na avaliação de Marinho, há também “uma crescente banalização da absorção do conhecimento escolar” que leva a “crises de respeitabilidade às figuras de autoridade”. A causa desse problema, para o diretor, são os “direitos desenfreados dos estudantes, respaldados por familiares, que neutralizam de forma impactante a capacidade de gerar modelagem evolutiva através da educação” e, segundo ele, têm levado muitos professores a mudar de área ou ir migrar para funções que não exigem contato direto com o estudante em sala. 

A reversão dessa situação, de acordo com Marinho, deve aliar “um investimento realista, maciço no professor com ferramentas como inteligência emocional, neurociência, otimização dos currículos” com investimentos na valorização da figura do professor, “estabelecer níveis de exigência adequados para que se possa alcançar a qualificação de professor” e  “atrelar, via legislação, a participação dos familiares passando por cursos de capacitação em gestão familiar”. 

“Nossas conquistas estão ameaçadas pelo governo Bolsonaro”

Carmem Dolores Alves faz parte do Fórum Municipal Popular de Educação, é da Sociedade das Mulheres Negras de Pernambuco - Uiala Mukaji, onde atua como pesquisadora e militante de uma educação antirracista. Ela se aposentou depois de uma carreira construída na Rede Municipal de Ensino do Recife e, atualmente, dá aulas no ensino superior. 

A carreira de Carmem no ensino teve início cedo, quando ela tinha 15 anos e foi convidada a dar aulas a crianças com deficiência e outras necessidades especiais em decorrência de paralisia cerebral. “Depois passei no concurso da rede municipal e trabalhei como professora, gestora, coordenadora e fui da equipe de formação”, contou ela. 

Na opinião de Carmem, apesar de haver problemas e precariedade também na rede privada de ensino, a situação das escolas e da carreira docente é mais grave - e vem piorando - no ensino público. “O professor recebe uma exigência muito grande, além de ensinar, acabamos assumindo a tarefa de educar, que não é nossa tarefa principal. A falta de materiais, salas de aula inadequadas e carga de trabalho sobre humana porque o salário é precarizado, então o professor tem que trabalhar três ou dois horários, isso faz com que não dê tempo de preparar material, planejar a aula, trazer algo diferente. As salas estão cada vez mais lotadas, e a violência, a falta de apoio e sensibilidade da prefeitura do Recife faz com que muitos professores adoeçam no seu trabalho”, conta a professora. 

Carmem explica que, na busca da categoria por valorização da carreira, as maiores demandas dos professores hoje estão diretamente ligadas à garantia de direitos já instituídos por lei. “O Plano Nacional da Educação determinou determinou que o professor da educação básica iria ganhar pela sua formação, se você tiver doutorado, por exemplo, deveria ganhar igual a um professor da universidade, mas isso não acontece. A educação básica e infantil, que é a base, não é valorizada. O professor faz um mestrado, um doutorado, e não recebe por esse curso”, explicou ela. 

Foto: Cortesia

A professora também cita o não cumprimento do piso salarial determinado por lei federal anualmente, a falta de garantia da aula-atividade, tempo reservado para que os professores possam preparar aulas e planejar o projeto pedagógico e a não-inclusão de gratificações salariais por dedicação exclusiva na aposentadoria dos professores da rede pública. A falta de uma boa rede de atendimento de saúde e o adoecimento mental e vocal frequentes devido às condições de trabalho e a falta de liberação dos professores para que possam estudar e melhorar sua formação também não passam despercebidas pela categoria. 

Para Carmem, a instituição desses direitos são conquistas muito importantes dos professores, mas que nunca foram integralmente garantidos e estão ameaçadas devido a questões políticas. “No entanto, todas essas nossas conquistas estão ameaçadas pelo governo Bolsonaro, que infelizmente escolheu os professores e a educação como inimigos. Tenta, inclusive, influenciar a sociedade a essa postura. A sociedade acha que o professor é vagabundo, não quer trabalhar e é inimigo devido a esse discurso pela escola sem partido, dizendo que o professor doutrina os estudantes são posturas que nos afetam, abalam e nos deixa desgostosos da nossa profissão. Você não pode ensinar sem contextualizar a realidade, como eu vou falar de Pernambuco sem falar da população indígena e sem detalhar as condições dessa população?” questiona a professora. 

Na análise de Carmem, a maior dificuldade que os jovens que desejam seguir carreira no ensino enfrentam “é lidar com esse processo de desvalorização e criminalização da profissão”. Ela explica que o professor “trabalha tanto em dois esforços porque o trabalho não é só na escola. Você tem que se formar, se atualizar e se informar, então tudo leva a um esforço sobre-humano para pouca recompensa financeira e reconhecimento social. O grande desafio é lidar com essa contradição do interesse pelo compromisso histórico de ensinar com a desvalorização galopante da nossa profissão”, contou Carmem.

Mas nem tudo é tristeza no dia-a-dia profissional dos professores. Questionada sobre qual é a maior gratificação que teve em todos esses anos trabalhando em sala de aula, Carmem apontou a consciência de que contribuiu para que muitas pessoas mudassem de vida e pudessem ter uma carreira através da dedicação aos estudos. “Sou uma professora com compromisso político e social, sou daquelas que se precisar faço visitas à casa do estudante e converso com a família. Através da minha persistência, compromisso e animação eu contribuí para que muita gente seguisse o caminho dos estudos, pudesse acreditar na superação e que é possível uma pessoa pobre, em um bairro pobre, conseguir estudar. Com certeza a professora, diretora e gestora Carmem Dolores contribuiu muito para mudar a vida de muitos jovens”, disse ela. 

A professora analisa que, para melhorar o quadro de rejeição dos jovens à carreira de professor, é necessário e urgente criar medidas e políticas públicas de valorização profissional na educação. “Essa carreira precisa ser mais prestigiada socialmente, reconhecida pelos poderes públicos. Nós não podemos ter um presidente da república que considera o professor seu inimigo e considera a profissão como sendo exercida por pessoas que vão repassar outras coisas que não seja conhecimento. Infelizmente, na atual conjuntura, é desanimador ser professor no Brasil. Resolvi antecipar minha aposentadoria em função da falta de valorização profissional”, afirmou ela.

“O governo dá com uma mão e tira com a outra” 

Fernando Melo é presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Estado de Pernambuco (Sintepe). Ele afirma que a valorização é sempre utilizada como bandeira política e eleitoral, mas que essas afirmações por parte dos candidatos em campanha normalmente fica apenas no discurso e promessas que não se cumprem. Fernando explica que mesmo questões básicas de garantia do pagamento do reajuste no piso salarial dos professores gera a necessidade anual dos professores irem brigar com o governo por meio de paralisações e greves. 

“Esse ano, os professores que ganhavam abaixo do valor determinado em 1º de janeiro só tiveram os salários atualizados em setembro, pago em outubro com valor retroativo a janeiro. Já os que ganhavam acima lutam pela atualização salarial em respeito ao plano de carreira. Nessa briga, o governo dá com uma mão e tira com a outra, alegando que não pode ajustar os salários por causa da Lei de Responsabilidade Fiscal”, afirmou o professor e sindicalista, que também citou questões como a aula-atividade, a sobrecarga de trabalho, estrutura das escolas e a baixa remuneração como problemas que afetam negativamente a categoria. 

“Falta estrutura tecnológica na maioria das escolas. Existem aquelas escolas que são postas na vitrine de propaganda do Governo e muitas outras em situação precária, sem segurança, sem internet, nem espaço adequado. Tudo isso causa estresse e leva ao adoecimento mental de muitos professores”, explicou Fernando. 

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A Procuradoria-Geral da República ajuizou no Supremo Tribunal Federal (STF) a Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) 6189 contra a Lei 15.433/2007, do Paraná, que dispõe sobre a remuneração mensal do governador, do vice-governador e dos deputados estaduais. A norma prevê que a remuneração do chefe do Executivo estadual equivale ao subsídio mensal recebido pelo presidente do STF, a do vice corresponde a 95% da remuneração do governador e a dos deputados estaduais, a 75% do que receberem os deputados federais.

As informações estão no site do Supremo. A ação foi ajuizada pelo vice-procurador-geral da República, Luciano Mariz Maia, no exercício da chefia da PGR.

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Ele adverte que o artigo 37, inciso XIII, da Constituição Federal proíbe a vinculação ou a equiparação de quaisquer espécies remuneratórias para o efeito de remuneração de pessoal do serviço público.

Mariz Maia sustenta que "o atrelamento remuneratório implica reajuste de uma categoria de agentes públicos sem lei específica" - quando o artigo 37, inciso X, da Constituição prevê que a remuneração dos servidores públicos somente poderá ser fixada ou alterada por lei específica.

Ainda de acordo com o vice-procurador-geral, o Supremo tem entendimento de que "a vinculação ou a equiparação dos subsídios de agentes políticos de entes federados distintos ofende o princípio da autonomia dos Estados" - artigo 25 da Constituição.

Pedidos

Mariz Maia requer liminar para suspender a eficácia dos artigos 1.º, 2.º-A e 3.º da Lei 15.433/2007 do Paraná, das Leis estaduais 13.981/2002 e 12.362/1998 e de normas da Assembleia Legislativa que, segundo ele, "contêm os mesmos vícios relativos à remuneração do governador e dos deputados estaduais".

No mérito, pede a declaração de inconstitucionalidade das normas estaduais.

Presidência

Em despacho, o ministro Dias Toffoli, presidente do STF, destacou que a lei paranaense foi publicada em 2007 e, portanto, está em vigência há mais de 12 anos.

Essa circunstância, segundo ele, afasta a excepcionalidade que justificaria sua atuação no caso com base no artigo 13, inciso VIII, do Regimento Interno do STF, que prevê a competência da Presidência para decidir questões urgentes nos períodos de recesso ou de férias.

Por isso, Toffoli encaminhou os autos ao relator, ministro Gilmar Mendes, para "posterior apreciação do processo".

Defesa

Em nota, o Governo do Paraná informou que "ainda não recebeu a intimação do STF e só irá se manifestar após ter conhecimento da íntegra da ação proposta".

A Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe) vai disponibilizar dez vagas de estágio e cursos de formação para jovens aptos à adoção. A iniciativa, que é fruto de um convênio firmado entre a Alepe e o Tribunal de Justiça (TJPE), pretende atender os adolescentes que tenham, no mínimo, 17 anos e seis meses de idade, estejam em situação de vulnerabilidade e aguardando a adoção.

O convênio entre a Alepe e o TJPE foi assinado no último dia 20. O projeto será lançado nesta quarta-feira (22) pela Casa.

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O perfil escolhido, de acordo com o TJPE, foi de pessoas que podem completar os 18 anos sem serem adotadas. Ao chegar a maioridade eles precisam deixar as casas de acolhimentos e a intenção é de que saiam dos locais com formações em língua portuguesa, língua estrangeira, informática e condutas de trabalho.

O TJPE através da Coordenadoria da Infância e Juventude vai indicar os jovens para o projeto denominado de ‘Alepe Acolhe’. Os escolhidos também vão receber uma bolsa mensal de R$ 500,00 para ajuda de custo. O projeto tem validade de um ano, podendo ser prorrogado.

De acordo com o presidente da Alepe, deputado Eriberto Medeiros (PP), o vai inserir os jovens no mercado profissional.  “A Assembleia irá proporcionar estágios para jovens que, de certa forma, estão encerrando o período de permanência nas casas de acolhimento. Ao mesmo tempo, iremos promover cursos de capacitação profissional, visando a inserção dos participantes no mercado de trabalho”, ressaltou.

Para o coordenador de Infância e Juventude do TJPE, desembargador Luiz Carlos de Barros Figueiredo, a oportunidade de estágio na Alepe pode mudar a realidade desses jovens. “Estamos direcionando a iniciativa para aqueles com mais de 16 anos. Eles estão numa situação dificílima, porque começam a se expor à realidade do tráfico de drogas e da prostituição. Se você consegue dar oportunidades de capacitação profissional, eles conseguem um emprego ou um estágio e a situação modifica-se completamente”, frisou.

Entre 600 profissões de diversos níveis de formação, 90 pagam melhor para mulheres. Nesses casos, elas ganham pelo menos 5% a mais que os homens. Essas ocupações se concentram nas áreas de educação e saúde. Já os salários oferecidos aos homens são pelo menos 5% maiores em 357 ocupações. Outras 153 profissões têm diferenças salariais inferiores a 5%, o que, segundo o estudo, pode ser considerada igualdade salarial.

A avaliação foi feita pelo site Quero Bolsa, plataforma online em que estudantes podem obter descontos de instituições de ensino, com base no Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) 2018.   “A finalidade do nosso estudo é trazer para o estudante uma informação mais precisa de quanto a carreira para a qual ele está se preparando paga no mercado”, diz o gerente de relações institucionais do Quero Bolsa, Rui Gonçalves.

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A maior diferença em favor das mulheres é na ocupação diretor de instituição educacional pública, que paga, em média, 68,97% a mais para elas. Já aquela que paga mais para os homens é diretor de redação de jornal. A diferença em favor deles chega a 182,58%.

Ensino superior

De acordo com o levantamento, os homens chegam a ganhar, em média, 45% a mais que as mulheres no Brasil. O dado se refere àqueles que têm ensino superior completo. Nesse grupo, em média, os homens ganham R$ 3.756,84 e, as mulheres, R$ 2.592,65, por mês.

Entre aqueles que têm apenas o ensino médio completo, a diferença da média salarial entre homens e mulheres é menor, mas os homens continuam ganhando mais, 10,89%. Nesses postos, os homens ganham, em média, R$ 1.570,89 e as mulheres, R$ 1.416,60.

“Se disponibilizamos isso, a gente acredita que as pessoas passam a ter noção das diferenças salariais entre homens e mulheres e podem tomar uma atitude para combater esse tipo de prática”, argumentou Gonçalves.

Na internet, na página do Quero Bolsa é possível consultar os salários médios de cada profissão por estado.

O empregado demitido sem justa causa terá o seguro-desemprego corrigido em 3,43%, correspondente à inflação do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) no ano passado, informou hoje (18) o Ministério da Economia.

A parcela máxima passará de R$ 1.677,74 para R$ 1.735,29. A mínima, que acompanha o valor do salário mínimo, foi reajustada de R$ 954 para R$ 998. Os novos valores serão pagos para as parcelas emitidas a partir de 11 de janeiro e para os novos benefícios.

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Atualmente, o trabalhador dispensado sem justa causa pode receber de três a cinco parcelas do seguro-desemprego conforme o tempo trabalhado e o número de pedidos do benefício. A parcela é calculada com base na média das três últimas remunerações do trabalhador antes da demissão. Caso o trabalhador tenha ficado menos que três meses no emprego, o cálculo segue a média do salário em dois meses ou em apenas um mês, dependendo do caso.

Quem ganhava mais que R$ 2.551,96 recebe o valor máximo de R$ 1.735,29. Quem ganha até R$ 1.531,02 tem direito a 80% do salário médio ou ao salário mínimo, prevalecendo o maior valor. Para remunerações de R$ 1.531,03 a R$ 2.551,96, o seguro-desemprego corresponde a R$ 1.224,82 mais 50% do que exceder R$ 1.531,02.

O beneficiário não pode exercer atividade remunerada, informal ou formal, enquanto recebe o seguro. O trabalhador é obrigado a devolver as parcelas recebidas indevidamente, caso saque o benefício e tenha alguma ocupação.

O trabalhador demitido pode pedir o seguro-desemprego pela internet, no portal Emprega Brasil. É necessário ter em mãos as guias entregues pelo ex-empregador ao homologar a demissão, o termo de rescisão, a carteira de trabalho, o extrato do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), a identificação do Programa de Integração Social (PIS) ou do Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público (Pasep), Cadastro de Pessoa Física (CPF) e documento de identificação com foto.

Foi divulgado nesta segunda-feira (14), no Diário Oficial da União (DOU), o edital do concurso que prevê o preenchimento de 50 vagas de nível superior para o Serviço de Limpeza Urbana (SLU) do Distrito Federal. Todas as oportunidades são destinadas ao cargo de analista de gestão de resíduos sólidos, cuja remuneração é de R$ 5.070.

As inscrições podem ser realizadas pelo site da banca organizadora do certame entre os dias 11 de março e 1º de abril. A taxa de participação é de R$ 65. Já as provas serão realizadas em 6 de maio, em Brasília. Ao total, são 50 oportunidades para preenchimento imediato e 100 para formação de cadastro reserva.

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Serão selecionados profissionais nas áreas de jornalismo, arquitetura, biologia, ciências contábeis, administração, relações públicas, direito, economia, engenharia ambiental, engenharia civil, engenharia de produção, engenharia de segurança do trabalho, engenharia elétrica, engenharia mecânica, engenahria química, geografia, informática, serviço social e Modernização da Gestão das Atividades de Resíduos Sólidos.

Outras informações sobre o concurso o concurso público podem ser obtidas no Diário Oficial da União desta segunda-feira (14).

Tão difícil quanto acertar o salário na hora da contratação, pedir um aumento é um assunto delicado para qualquer profissional. Geralmente, poucos solicitam tal recurso por medo de gerar um clima pouco agradável com o chefe. Segundo especialista, pedir aumento é uma atividade normal, mas deve ser feita com uma abordagem específica após análise do contexto no qual a empresa vive e de outra série de critérios.

“O melhor momento de falar em questão salarial é analisar se a empresa está com resultados positivos, ou mesmo a atual situação do País”, pondera Sérlica Maia, especialista em treinamento e desenvolvimento de profissionais. A psicóloga organizacional afirma que até mesmo observar o humor do chefe é recomendável nessa ocasião, a fim de evitar situações de estresse.

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Não é indicado fazer rodeios. O ideal é ser objetivo e seguro em sua abordagem. “Nesse momento você tem que ser claro e conciso, não fazer rodeios e ter subsídios de planilhas e demonstrativos que viabilizem o seu preito”, enfatiza Sérlica. Para ela, o profissional tem de mostrar argumentos concretos, como desempenho, competências e resultados que justifiquem a promoção.

Maia diz que em nenhuma situação o colaborador deve alegar motivos pessoais para solicitar o aumento, podendo passar a impressão que o mesmo não sabe administrar bem suas finanças. Além disso, outros colaboradores podem alegar o mesmo motivo e isso pode gerar insatisfação generalizada. Nesta situação, o mais correto a se fazer é solicitar aumento coletivo – levando em conta a função de cada um exerce.

Em caso de proposta de outra empresa, o colaborador não deve ter receio em apresenta-la para a atual diretoria. “Contratar outro funcionário para a sua função com certeza sairá mais caro e seu gestor pode ficar mais ‘flexível’ à ideia de melhor remunerá-lo”, explica Sérlica. Porém, o profissional deve ter cuidado “para a proposta não soar como chantagem”.

Outra precaução que o colaborador deve ter nesse momento é não confundir objetividade com agressividade. O profissional deve ser firme, porém, sem ser rude. No caso de o chefe pedir tempo para pensar, o indicado é esperar por quinze dias, no máximo. Posteriormente, o assunto pode ser abordado novamente. Se a resposta for negativa, não passa boa impressão mostrar irritação desacerbada, isso pode gerar uma possível demissão.

Saber esperar o momento certo

Roberto Moreira é funcionário de uma empresa há sete anos. Quando foi contratado, a diretoria prometeu aumento gradativo com o passar dos anos. Antes de completar um ano de contrato, uma mudança radical na gerência da instituição preocupou o funcionário: agora, o aumento gradativo estava só na promessa. O funcionário recebe hoje exatamente o que recebia no início de seu vínculo. Com a instituição estabilizada financeiramente, ele resolveu solicitar o tão esperado aumento, mas com as precauções devidas para um assunto tão delicado.

“Fui sincero e transparente. Apresentei pesquisas salariais de profissionais que exercem a mesma função que eu, para comprovar que minha remuneração não corresponde à média atual do mercado”, conta o profissional, que se mostra otimista com as conversas preliminares. No relatório entregue aos diretores, o profissional afirma que consta outras funções praticadas por ele, além das que estão previstas em contrato. Com isso, o editor de web espera comprovar sua importância para instituição.

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Segundo dados da Relação Anual de Informações Sociais (Rais) do Ministério do Trabalho, o salário médio real das mulheres cresceu mais que o dos homens em 2017, chegando a R$ 2.708,71. Uma elevação de 2,6% em relação a 2016, enquanto o rendimento masculino subiu 1,8%. O aumento da remuneração feminina é maior que o registrado para todos os trabalhadores, que teve alta de 2,1%. 

“Apesar da melhora registrada em 2017, ainda há muitos desafios que precisam ser enfrentados, sobretudo no que se refere ao acesso das mulheres a postos de trabalho mais bem remunerados e garantia de recebimento de salários equivalentes pelo desempenho da mesma ocupação”, destaca o coordenador-geral de Cadastros, Identificação Profissional e Estudos do Ministério do Trabalho, Felipe Pateo. 

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Segundo o Ministério do Trabalho, a diferença salarial entre homens e mulheres vem diminuindo a cada ano. A remuneração média das mulheres em 2017 correspondia a 85,1 % do salário dos homens. Em 2016, o rendimento feminino correspondia a 84,4% do masculino e, em 2015, 83,43%. 

Escolaridade e faixa etária 

O rendimento médio das mulheres apresentou crescimento em quase todas as faixas de escolaridade em 2017. Com destaque para o doutorado que registrou um aumento de 4,78%, o equivalente a R$ 527,52, em relação a 2016. 

O salário das mulheres aumentou em todas as faixas etárias, se comparado com 2016. Sobretudo, para as trabalhadoras com mais de 65 anos que tiveram um aumento de 3,54% no rendimento, o equivalente a R$ 244,27. As mulheres entre 40 e 49 anos registram um acréscimo de 2,84% na remuneração média, R$ 89,07 a mais que em 2016. 

Setores

O setor econômico com maior remuneração média foi o Extrativista Mineral, que, mesmo apresentando queda em relação a 2016, foi um dos únicos setores produtivos em que o salário das mulheres foi maior que o dos homens, apesar de ser considerado um setor masculino. O salário médio das mulheres no setor era de R$ 6.251,60, enquanto o dos homens era de R$ 6.226,45. O mesmo ocorreu na Construção Civil.

A Secretaria da Fazenda do Estado de Santa Catarina (SEFAZ-SC) divulgou, nesta segunda-feira (3), edital de concurso público que visa a contratação de 90 profissionais para a função de Auditor Fiscal da Receita Estadual. Interessados devem realizar as inscrições a partir do dia 10 de setembro, via internet.

As oportunidades são distribuídas em três áreas de conhecimento: Auditoria e Fiscalização; Gestão Tributária e Tecnologia da Informação. Para concorrer, os interessados devem ter formação em nível superior em qualquer área.

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A seleção será realizada através de provas objetivas. O conteúdo programático de cada um dos exames está descrito no edital do certame. As datas previstas são 17 de novembro e 18 de novembro.

Selecionados no processo seletivo terão remuneração inicial de R$ 22.853,33. As inscrições seguem até às 14h do dia 10 de outubro, pelo site da organizadora do certame. A taxa de participação é no valor de R$ 250.

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O aumento das estimativas de inflação fez o governo revisar para cima o valor do salário mínimo para o próximo ano. A proposta do Orçamento Geral da União para 2019, enviada hoje (31) ao Congresso Nacional, fixou em R$ 1.006 o salário mínimo para o primeiro ano do próximo governo.

Em 2019, a fórmula atual de reajuste será aplicada pela última vez. Pela regra, o mínimo deve ser corrigido pela inflação do ano anterior, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) mais a variação do Produto Interno Bruto (PIB, soma dos bens e dos serviços produzidos no país) dos dois anos anteriores.

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De acordo com os Ministérios da Fazenda e do Planejamento, o valor do mínimo foi revisado para cima porque a estimativa de inflação pelo INPC em 2018 passou de 3,3% para 4,2%. O INPC mede a variação de preços das famílias mais pobres, com renda mensal de um a cinco salários mínimos.

A Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), que fixa parâmetros para o Orçamento do ano seguinte, estabeleceu o salário mínimo em R$ 99 . A previsão considerou o crescimento de 1% do PIB de 2017 mais estimativa de inflação pelo INPC de 3,3%. Inicialmente, o governo tinha proposto salário mínimo de R$ 1.002.

Seguindo o calendário de paralisações, nesta quinta-feira (23) o Sindicato dos Bancários de Pernambuco vai paralisar, por duas horas, o expediente das agências bancárias localizadas no corredor da Avenida Caxangá e a agência do Banco do Brasil que está situada no Edifício Capiba, região central do Recife, onde acontecerá um ato público. As atividades vão acontecer das 10h até às 12h. Esse é o segundo ato consecutivo. 

Na manhã da última quarta-feira (22), o sindicato realizou a ação em Olinda, Região Metropolitana do Recife (RMR), paralisando as atividades de algumas agênciasOs representantes da categoria informam que o protesto tem por objetivo pressionar a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) para que atendam as reinvindicações dos bancários, relativas à Campanha Nacional Unificada 2018 que foi legitimada pelos delegados sindicais durante reunião na noite da terça-feira (21). 

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"Os banqueiros obtiveram lucros recordes bilionários em 2017 e neste primeiro semestre de 2018, e mesmo assim não querem atender às reivindicações da categoria de aumento real aos direitos previstos na convenção coletiva de trabalho, defesa do emprego e defesa dos bancos públicos", afirmou o Sindicato por meio de nota. 

A assessoria do Sindicato dos Bancários de Pernambuco aponta que as agendas de mobilização da categoria tiveram início desde junho deste ano. Hoje, em São Paulo, será realizada a 9ª rodada de negociação com a Fenaban 

Confira a lista das agências paralisadas

Banco do Brasil 

Ag. 1833 - Benfica - Rua Benfica, 715, Madalena 

Ag. 1835 - Caxangá - Avenida Caxangá, 2200 

Ag. Iputinga - Avenida Caxangá, 3424 

Itaú 

Ag. 6878 - Madalena - Avenida Visconde de Albuquerque, 162 

Ag. 6385 - Iputinga - Avenida Caxangá 

Ag. 9324 - Nova Caxangá - Av. Caxangá, 1617, Cordeiro 

Ag. 0737 - Avenida Caxangá, 1619, Cordeiro 

Ag. 8435 - Avenida Caxangá, 361, Cordeiro 

Santander 

Ag. 1601 - Iputinga - Avenida Caxangá, 3342 

Ag. 4048 - Avenida Caxangá, 303, Madalena 

Bradesco 

Ag. Iputinga - Avenida Caxangá, 3943 

Ag. 1055 - Avenida Caxangá, 1319, Cordeiro 

Avenida Caxangá, 871 

Ag. 1230 - Madalena, rua Benfica, 1121 

 

Caixa Econômica Federal 

Avenida Caxangá, 1135, Cordeiro 

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A falta de remuneração adequada é um dos principais desafios da educação brasileira ao longo de sua história. Uma série de elementos levam a entender um desprestígio da categoria que vem de longa data. Atualmente, os mais de dois milhões de professores que lecionam na educação infantil, no ensino fundamental e no ensino médio nas escolas públicas estaduais e municipais no Brasil são descendentes de uma trajetória que tem início por volta do ano de 1551, quando os jesuítas chegam ao país, durante a colonização, mais especificamente à Bahia. O Brasil só teve a primeira escola cinquenta anos após a ocupação portuguesa.

Na época, os padres, coadjutores e “escolásticos” eram como professores e também responsáveis pela catequese. Registros históricos apontam que os alunos eram as crianças filhas de portugueses ou brasileiros mamelucos e os curumins, indígenas aculturados. Apesar dos serviços prestado à Coroa Portuguesa, os professores não recebiam bons salários e também não dependiam desse pagamento para sobreviver. A renda era adquirida da venda de gado nas fazendas, em sua maioria aos cuidados dos escravos.

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Em 1759, após a expulsão dos jesuítas do Brasil, o legado que restou foram dezessete colégios secundários e cerca de 200 escolas de primeiras letras na maioria das capitanias. “A expulsão dos jesuítas foi o choque necessário para se constituírem dois tipos de professores assalariados: o das aulas régias, pago por tributos públicos, chamados de “subsídio literário”, cobrado pelas Câmaras Municipais do abate de animais nos açougues, da produção de vinho e da destilação de cachaça. E o das escolas particulares que então proliferaram, pago pela prodigalidade de fazendeiros ou comerciantes e pela novidade da época, a mensalidade dos alunos. Neste momento entra um elemento novo na discussão da educação: a valorização do professor medida não mais pelo seu saber, autoridade ou pertinência a uma ordem religiosa, mas pelo valor de seu salário, não por acaso denominado então de “honorário”, explica o pesquisador João Antonio Cabral de Monlevade, em sua pesquisa "Valorização Salarial dos Professores".

No século 20, ainda de acordo com o pesquisador Monlevade, o processo de precarização do trabalho do professor se acentuou após o ano de 1960. Na época, o governo promoveu um aumento das matrículas no ensino público e não balanceou a demanda com o orçamento dos trabalhadores na educação do país. As condições de trabalho e o salários dos professores foram impactados negativamente, tendo a jornada de trabalho aumentada, em muitos casos.

No atual panorama nacional, os problemas continuam. Número excessivo de alunos, aumento das turmas, expansão da carga horária de trabalho, rotatividade dos professores nas instituições de ensino, precárias condições de trabalho e falta de perspectiva por um futuro menos castigante. Após mais de dois séculos e meio de história, em 2018, a remuneração dos professores também está no bojo das discussões a respeito da melhoria da qualidade da educação do Brasil.

Foto: Paulo Uchôa/LeiaJáImagens

Neste ano, o piso salarial dos professores é de R$ 2.298,80. Trata-se do mínimo a ser pago para profissionais em início de carreira, com formação de nível médio e carga horária de 40 horas semanais. A quantia é atualizada anualmente e a regra vale para todo o país. Esses profissionais devem atuar em estabelecimentos públicos de ensino na educação infantil, no ensino fundamental e no ensino médio, em todo o país. O piso salarial nacional do magistério foi instituído pela Lei n° 11.738, de 16 de julho de 2008, regulamentando uma disposição já prevista na Constituição Federal.

Apesar da legislação, menos da metade dos municípios e 17 estados, além do Distrito Federal, declararam conseguir pagar em 2016 ao menos o mínimo estabelecido em lei aos professores de escolas públicas da educação básica de suas respectivas redes de ensino, de acordo com o Ministério da Educação (MEC). Mas, a Lei 11.738 não prevê nenhuma punição expressa para o estado ou município que descumprir a norma. Com isso, várias gestões alegam passar por dificuldades diversas e ainda não cumprem o pagamento do piso salarial nacional do magistério.

É papel do Ministério Público, por iniciativa própria ou denúncia dos cidadãos, fiscalizar a aplicação da lei. Os profissionais da educação que se sentirem lesados também podem recorrer à Justiça e entrar com uma ação contra o estado ou município que estiver infringindo a legislação.

Professores ganham 25% menos que profissionais de outras áreas / Foto: Paulo Uchôa/LeiaJá Imagens

 De acordo com o relatório do 2º Ciclo de Monitoramento das Metas do Plano Nacional de Educação (PNE), professores de escolas públicas ganham, em média, 74,8% do que ganham profissionais assalariados de outras áreas, ou seja, cerca de 25% a menos. O documento foi publicado pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep).

 Equiparar o rendimento médio bruto mensal dos professores de nível superior com o dos demais profissionais de formação equivalente até 2020 é uma das metas do PNE, sancionado por lei em 2014. O plano estabelece metas e estratégias para melhorar a educação desde o ensino infantil até a pós-graduação e deve ser integralmente cumprido até 2024.

O investimento público em educação caiu do equivalente a 6% do Produto Interno Bruto (PIB), soma das riquezas produzidas pelo país, em 2014 para 5,5% do PIB em 2015 - últimos dados disponíveis. Considerando apenas os gastos públicos com educação pública, esse investimento foi equivalente a 5% do PIB.

 A meta estipulada pelo PNE é o investimento anual equivalente a pelo menos 10% do PIB em educação pública a partir de 2024. O plano estabelece ainda a meta intermediária de investimento de 7% do PIB em 2019. De acordo com o relatório, para a meta de 2019 ser atingida, será necessário o incremento de aproximadamente R$ 120 bilhões nos recursos para educação pública.

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Diferentemente da maioria das demais profissões, o exercício da docência não se esgota quando soa o sinal da escola anunciando a última aula do dia. Os alunos são liberados, mas o trabalho do professor não termina quando as aulas se encerram. Além de lecionar nas escolas, o profissional precisa ter planejamento fora da sala de aula, preparação o conteúdo, corrigir provas, trabalhos. É difícil especificar um tempo justo que o professor precisa trabalhar. A presença em sala de aula é só mais uma das tarefas dos docentes.

No Brasil, são 5561 municípios, 26 estados e um Distrito Federal, cada um com seus sistemas de ensino e regulamentações próprias. São dados heterogêneos e complexos referentes à carreira e salário de professores. Traçar um panorama dessas realidades se torna uma tarefa difícil já que cada localidade tem demandas e problemáticas diferentes das outras.

Para o presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE), Heleno Araújo, a lei do piso trouxe muita alegria porque foi uma conquista histórica. "O piso valorizou a carreira, mas ainda está aquém quando se compara com outras profissionais com mesma formação. Em 2003 a média salarial dos professores era de R$ 994, em 2008, o ano em que foi aprovada a lei do piso a média era de R$ 1547 e em 2017, a média é de R$ 3400. O piso foi importante para valorizar os profissionais da educação, mas o profissional precisa de muito mais para equilibrar a sua formação. Nós ainda somos os menores salários, se compararmos com outras profissões", apontou.

De acordo com o estudioso José Marcelino Rezende, professor da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (USP), alguns fatores explicam o baixo salário do professor. “No Brasil, como em boa parte do mundo, o poder público é seu maior empregador e, portanto, a remuneração está intimamente ligada à receita pública per capita e à capacidade de mobilização desta categoria profissional. A remuneração depende, também, do prestígio da profissão, o que está intimamente ligado ao perfil do usuário. No caso do Brasil, a elite não coloca os filhos na escola pública; mesmo os professores, coordenadores pedagógicos e diretores de escola, sempre que possível, evitam matricular os filhos em escolas públicas. Com isso, a escola pública passa a ser a escola 'do filho do outro', o que reduz sua valorização social, ao contrário do que ocorre nos países desenvolvidos, onde a classe média matricula os filhos na escola pública e, assim, briga pela sua qualidade”, descreve em sua pesquisa “Remuneração adequada do professor. Desafio à educação brasileira”.

O professor faz ainda uma comparação entre as instituições privadas e públicas. “E como fica a rede privada nesse processo? Considerando que responde apenas por cerca de 10% das matrículas da educação básica, para essa rede, quanto pior o poder público remunerar o professor, melhor, pois com um pequeno diferencial de salário ela pode atrair os (poucos) profissionais que lhe interessam, usando como estímulo, inclusive, não necessariamente maiores salários, mas as cobiçadas bolsas para os filhos de professores, cujo custo é próximo de zero para os proprietários de escola, já que eles se valem de vagas ociosas, muito comuns numa rede cuja matrícula caiu nos últimos 20 anos, embora o número de instituições tenha aumentado”, pontuou.

Segundo Marcelino Rezende, para reverter esse quadro, não há outra saída que não seja traçar uma estratégia de valorização dos professores. “E não existe valorização de uma profissão sem salários atraentes, que estimulem os melhores alunos do ensino médio a optar pela carreira”, complementou.

Foto: Marcos Santos/FotosPúblicas

No cenário mundial, professores brasileiros ganham menos

Um professor em início de carreira que leciona para o ensino fundamental em instituições públicas recebe, em média, 10.375 dólares por ano no Brasil. Dados da  Organização para a Cooperação Desenvolvimento Econômico (OCDE) apontam que salários dos professores brasileiros são extremamente baixos quando comparados a países desenvolvidos. O levantamento faz parte do estudo 'Education at a Glance 2014', que mapeia dados sobre a educação nos 34 países membros da organização e dez parceiros, incluindo o Brasil.

Em Luxemburgo, o país com o maior salário para docentes, ele recebe 66.085 dólares por ano. Entre os países membros da OCDE, a média salarial do professor é de 29.411 dólares. Quase três vezes mais que o salário brasileiro.

Até mesmo em países da América Latina como Chile e México, os professores recebem um salário consideravelmente maior que o brasileiro, 17.770 e 15.556 dólares, respectivamente. Entre os países mapeados pela pesquisa, o Brasil só fica à frente da Indonésia, onde os professores recebem cerca de 1.560 dólares por ano.

Na época, em entrevista ao jornal O Globo, o coordenador geral da Campanha Nacional pelo Direito à Educação, Daniel Cara, diz que não se surpreendeu com o resultado da pesquisa. E afirmou ainda que o docente no país não sofre apenas com baixos salários, mas, sobretudo, com más condições de trabalho.

"Quando estive na direção da Campanha Global pela Educação, visitei países da Europa, como Alemanha e Inglaterra. As condições mais precárias nesses países são o que há de melhor no Brasil - compara. - É importante dizer que o piso salarial do professor de educação básica, que hoje está em torno de R$ 1.700 mensais, sequer foi implementado em todo o país. Essa também é uma questão que precisa ser solucionada”, pontuou.

 Em 2017, um novo relatório Education At Glance da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico mostrou, mais uma vez, que apesar dos avanços obtidos na última década, os resultados brasileiros para a educação continuam insatisfatórios. Identificados no documento como “espinha dorsal do sistema educacional”, o texto afirma que os salários são baixos em comparação com o de outros trabalhadores em tempo integral e isso precariza e torna menos atraente a profissão.

“Esse é um grande obstáculo para atrair jovens para o ensino. Embora os salários aumentem de acordo com o nível de educação prestado, eles ainda estão entre 78% e 94% dos salários dos trabalhadores com formação universitária em tempo integral”, diz o relatório Education At Glance.

“Nos últimos dias, foi anunciado um novo programa de formação de professores pelo Ministério da Educação em que apresentam-se alternativas, mas dizendo que o problema da carreira docente é a formação, e não o salário. Assim, o professor vai continuar ganhando mal e tendo uma formação, que, sinceramente, talvez seja pior do que aquela que ele já recebeu”, criticou Daniel Cara. 

Em meio à descrença, uma luz

Os professores da rede estadual do Maranhão receberam uma boa notícia neste início de ano letivo. O governador Flávio Dino (PCdoB) assinou uma medida passando para R$ 5.750 o salário inicial, cerca de duas vezes maior que o piso nacional, dos educadores com jornada de 40 horas semanais. O reajuste é de 6,81%.

Em comparação, o Estado de São Paulo paga uma quantia mensal bem menor aos professores da rede pública: em janeiro, o governador Geraldo Alckmin reajustou em 7% o piso salarial de mais de 200 mil profissionais do magistério nas escolas estaduais. Com o aumento, o salário base de um professor do ensino médio passou de R$ R$ 2.415,89 para R$ 2.585,00, 5,2% acima do piso nacional.

O reajuste faz com que o Estado pratique o piso salarial mais alto do país. Em entrevista ao LeiaJa.com, o secretário de Estado da Educação, Felipe Camarão, afirma que o reajuste é fruto de uma decisão política feita a partir da priorização da pasta de educação.
“Valorizamos financeiramente os nosso educadores e professores bem qualificados para que a perspectiva futura e atual seja boa, com auto estima elevada, com formações adequadas, Com isso estimulamos isso, uma rede de ânimo,  para que eles estimulem o nosso estudante também. Faremos um investimento de 115 milhões de reais este ano, chegando ao maior salário da categoria e dando continuidade à política que já praticamos o ano passado”, comentou.

De acordo com o secretário de Educação, o Maranhão é um dos estados com menos pessoas matriculadas no ensino superior do país. “Queremos maranhenses alfabetizados. É uma aposta muito forte na educação, melhorando isso, com certeza se melhora saúde, segurança, empregabilidade e a renda da nossa população”, disse.

“Eu sou professor da Universidade Federal do Maranhão e por curiosidade o meu salário é mais baixo do que o professor inicial no estado, então eu também sinto essa necessidade de valorização da minha carreira docente, é um sentimento de todo o país. Muitos governos dão desculpa para não aumentar os salários por causa do alto número de professores que temos, nas redes municipais, estaduais, federais. Somos muitos professores, deveríamos até ser mais, é verdade”, apontou.

Felipe Camarão explica como é possível conseguir pagar o maior piso salarial do país. “O Estado tem que fazer a complementação de 20% de sua receita, já que o valor do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb) é insuficiente. Gastamos 100 por cento do fundo, mais esse acréscimo. O ano passado a complementação para a folha de pagamento foi de mais de R$ 127 milhões. Este ano, tivemos um reajuste do Fundeb, ainda incipiente, então se mantém a lógica de complementação pelo Estado. O gasto não prejudica o governo porque tudo foi feito com um planejamento para investir nos educadores. Tudo foi previsto com cuidado”, complementou.

Para a gestão, o que está faltando é governantes com essas iniciativas de apostar na educação e saber que é uma política de longo prazo. “O professor precisa ser valorizado e as respostas não vem agora, o nosso governo não vai colher isso agora, vamos ter que esperar uma geração se formar. Precisamos correr atrás do prejuízo e estamos neste momento com o governador Flávio Dino, com a aplicação do maior investimento na história do Estado”, informou Camarão.

A seleção dos Correios, que oferece 4.983 vagas para jovens aprendizes e formação de cadastro reserva, teve as inscrições reabertas pela quarta vez. Os interessados têm até a próxima quinta-feira (28) para acessar o site e formalizar a candidatura ao processo seletivo gratuitamente. 

Para participar, é necessário ter escolaridade mínima do 9º ano do Ensino Fundamental e idade entre 14 e 22 anos de idade no ato da contratação. A remuneração é de R$ 448 mais vale-transporte, para uma jornada de 20 horas semanais. Para mais detalhes, acesse o edital

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A rede de fast-food McDonald’s está recebendo inscrições para o seu programa de estágio, que abrange vagas em restaurantes de todos os estados do país. O estágio se destina a estudantes que estejam cursando o nível fundamental ou médio, sendo aceitos também candidatos que tenham concluído o nível médio. 

Os estagiários terão direito a uma remuneração de R$ 4,96 por hora trabalhando 30 horas por semana, o que totaliza cerca de R$ 595 por mês, além de vale transporte, plano de saúde, refeitório no local, seguro de vida e auxílio funeral. 

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A seleção será através da realização de uma entrevista com o Centro de Integração Empresa-Escola (CIEE), seguida de uma nova entrevista, esta diretamente com a empresa. Para se inscrever, os interessados devem acessar o site do CIEE até o dia 31 de dezembro de 2018. 

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