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A crise de oxigênio em Manaus foi o ponto mais caótico da pandemia no Brasil. A desordem expôs a incapacidade do Governo Federal e da gestão estadual em garantir a vida de pacientes que morreram asfixiados em uma onda de contágio após as festas de fim de ano de 2020. Não bastasse os indícios da explosão de casos ainda em dezembro, a falta do insumo obrigou a transferência de internados na UTI para outros estados e submeteu familiares a uma corrida contra o tempo para encontrar cilindros que sustentassem a luta dos parentes contra a Covid-19. Inevitavelmente, o sistema funerário entrou em colapso.

Os dias 14 e 15 de janeiro foram os mais preocupantes. A tragédia do início de 2021 pode ser descrita pelas aglomerações que tomaram a entrada dos hospitais em um mutirão de socorro para transportar os cilindros.

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Os equipamentos com o insumo chegavam nos carros de familiares e até dos próprios médicos, pois as ambulâncias estavam ocupadas como leitos e as poucas unidades de oxigênio que restavam no comércio eram disputadas por filas extensas que lotavam as distribuidoras.

Antes da pandemia, o consumo diário de oxigênio na capital amazonense era de 14.000 m³. Em janeiro deste ano, o índice multiplicou para 76.500 m³ por dia.

Decreto derrubado pelo negacionismo

Após a experiência da disparada de casos graves em abril, no dia 23 de dezembro o governador Wilson Lima (PSC) percebeu o risco e decretou o fechamento do comércio não essencial para o dia 26 e proibiu eventos de fim de ano. 

Uma forte onda de protestos foi estimulada por declarações do presidente Jair Bolsonaro (PL) e de outras personalidades que menosprezaram o vírus. A pressão fez com que a decisão fosse suspensa, mesmo com a suspeita da circulação de uma variante local mais transmissível.

Câmaras frigoríficas voltam aos hospitais

Assim como em abril, ainda em dezembro, câmaras frigoríficas voltaram a ser instaladas próximo aos principais hospitais de Manaus: o Pronto-Socorro 28 de Agosto, o João Lúcio e o Platão Araújo. Dias depois, o terreno do cemitério do Tarumã foi expandido em mais mil vagas para receber mais corpos.

Pedido de ajuda ao Governo Federal

A previsão se cumpriu e, ciente de que a produção local de oxigênio não daria conta, o Governo do Estado enviou um pedido de socorro ao Ministério da Saúde no dia 8 de janeiro. O relatório da Força Nacional do Sistema Único de Saúde (SUS) aponta que no documento "foi relatado um colapso dos hospitais e falta da rede de oxigênio. Existe um problema na rede de gás do município que prejudica a pressurização de oxigênio nos hospitais estaduais”.

Após a solicitação, a Força Aérea Brasileira (FAB) disponibilizou aviões para buscar o suprimento em outros estados e começou a transportar cilindros em gás, ainda em quantidade inferior à necessidade da população doente.

No entanto, ainda que exigisse uma maior competência logística, o ideal seria transportar o insumo em estado líquido, pois cada litro de oxigênio líquido pode ser convertido em 860 litros de oxigênio gasoso.

Aviões da FAB com oxigênio enviados no dia 17 de janeiro/Divulgação

Uma das grandes dificuldades de Manaus se dá pela dificuldade de conexão com estados vizinhos e os suprimentos passaram a chegar de balsa e avião. No dia 11, 50 mil m³ chegaram por rio e, no dia 13, mais 22 mil m³ de modo aéreo.

Com a alta demanda no Brasil, a White Martins, principal fornecedora de oxigênio, alegou dificuldade para a produção. Ainda assim, conseguiu elevar a fabricação diária na capital para 28 mil m³ e empresas menores como a Carbox e Nitron também foram importantes para o controle da operação. 

Apoio da Venezuela

Entre os dias 11 e 13 de janeiro, o então ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, esteve na cidade para promover o tratamento precoce, que já havia sido descartado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) por ser ineficaz. No dia 17 de janeiro, a FAB centralizou a logística de oxigênio líquido a partir de Brasília e uma carreta com 107 mil m³ doados pela Venezuela chegou à Manaus dois dias depois.

Caminhão tanque enviado pela Venezuela para a crise no Brasil/Reprodução/Twitter

Mobilização de artistas

A série de decisões erradas das autoridades e ao desrespeito dos manauaras contra o pior momento do vírus comoveu o país. Ainda no dia 14, o humorista Whindersson Nunes encabeçou uma campanha de doação de oxigênio e convocou artistas para ajudar. Devido aos entraves logísticos, ele também doou respiradores pulmonares para acelerar o socorro.

Outros famosos que ajudaram na recuperação da crise em Manaus foram Gusttavo Lima, Tirulipa, Tatá Werneck, Felipe Neto, Paulo Vieira, Marcelo Adnet, Paulo Coelho, Simone, Tierry, Marília Mendonça, Wesley Safadão, Bruno Gagliasso, Sabrina Sato, Pyong Lee, Thelminha Assis, Paola Carosella, Diego Ribas, Maria Gadu, Jorge & Mateus, Dennis DJ, Glória Pires e Orlando Morais, Antônio Fagundes, Otaviano Costa, Gaby Amarantos, Fabiula Nascimento, Hugo Gloss, Klara Castanho, Ana Hikari e Evelyn Montesano.

PGR pede investigação por omissão

Pazuello já era alvo da Polícia Federal (PF) quando voltou a Manaus no dia 23. A investigação foi requerida pela Procuradoria Geral da República (PGR) sob o argumento de que o Ministério da Saúde recebeu informações sobre o possível colapso em dezembro, mas só enviou representantes em janeiro.

O ministro só retornou ao epicentro da crise no dia 12 de fevereiro e concluiu o ciclo de três viagens à Manaus no intervalo de um mês.

Com o caos levado ao interior, ao menos, 500 pacientes foram enviados para tratamento em outros estados e o ministro foi convocado para explicações no Senado e n Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid.





O ministro Pazuello foi convocado ao Senado para falar sobre o controle do Plano Nacional de Imunicação/Pedro França/Agência Senado

Pazuello se explica no Senado

No Senado, Pazuello disse que o documento recebido no dia 8 de janeiro apenas citou a "falta de oxigênio" e justificou que "rede de gases são os tubos de gases e não o oxigênio que vai dentro. Pressurização entre o município e o estado é regulação entre um e outro”.

Até o momento ninguém começou a responder criminalmente pelas vidas perdidas em Manaus. O projeto da própria Secretária de Saúde do Amazonas indica que, ainda em novembro, o Estado sabia que não teria capacidade de produção de oxigênio suficiente. A gravidade da omissão e o número de mortos pela crise não chegou a ser calculada oficialmente.

O prefeito da cidade de Borba, no interior Amazonas, Simão Peixoto (PP), enfrentou o ex-vereador Erineu Alves da Silva, conhecido como Mirico, em uma luta monetizada, com direito a público e tatame, na madrugada do sábado (11) para o domingo (12). Os políticos alimentavam uma rixa de meses e finalmente aceitaram partir para a disputa física. Segundo os realizadores, o evento teve objetivo de arrecadar alimentos para famílias em insegurança alimentar no município. Simão apontou que a luta era uma forma de incentivar o esporte no município. 

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Desde setembro, quando Mirico criticou a gestão do prefeito, as farpas começaram nas redes sociais. O mandatário rebateu e então o ex-vereador chamou Peixoto para "a porrada", desafiando o opositor para uma sessão de luta. De acordo com as imagens da luta, Mirico teve grande vantagem nos três primeiros rounds, golpeando o gestor com uma sequência de chutes. Ainda assim, o progressista levantou e continuou a luta. Ao fim do embate, o prefeito foi apontado como o vencedor.

Aparentemente, a rixa chegou ao fim após a luta, que gerou até mesmo um cumprimento entre os adversários. Nenhum dos envolvidos na organização esclareceu quais medidas sanitárias foram tomadas para comportar o grande número de pessoas na casa, que estava lotada. Ainda de acordo com as imagens, a maior parte do público não usava máscara e o distanciamento social não foi aplicado.  

Policiais federais cumprem nesta terça-feira (23) mandados de prisão preventiva e de busca e apreensão contra suspeitos de integrarem organização criminosa que atua nos estados do Rio de Janeiro e do Amazonas. Entre os alvos estão líderes de um grupo chamado Comando Vermelho do Amazonas, uma espécie de subsidiária da facção criminosa homônima fluminense.

De acordo com a Polícia Federal (PF), os suspeitos comandavam a organização criminosa a partir do estado do Rio de Janeiro.

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Até as 10h de hoje (23), três pessoas haviam sido presas, segundo a assessoria de imprensa da PF, entre eles um homem apontado como a principal liderança da organização criminosa, cujo nome não foi divulgado.

Os mandados da terceira fase da Operação Nômade, desencadeada em fevereiro deste ano, foram expedidos pela Justiça Estadual do Amazonas e visam auxiliar nas investigações das práticas de crimes de organização criminosa e tráfico de drogas.

A operação, realizada no Rio de Janeiro, contou com o apoio da Secretaria de Administração Penitenciária do Amazonas.

Os corpos de 15 amazonenses que foram vítimas de Covid-19 no ano passado serão exumados. Quando a pandemia se agravou, no mês de abril de 2020, o sistema funerário da região entrou em colapso e foi necessário abrir covas coletivas.

Nessa terça-feira (2), o prefeito de Manaus, David Almeida, disse que, agora, cada uma dessas pessoas deve ser sepultada individualmente. "Nós já temos espaço para sepultá-las em sepulturas individuais de forma decente e honrada. E nós vamos trabalhar para fazer a exumação: entrar em contato com as famílias, pedir à Justiça e dar um sepultamento digno àquelas famílias, àquelas pessoas que não tiveram nem a oportunidade de ter uma cova, em função do momento difícil que Manaus passou no ano passado".

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A exumação e os sepultamentos individuais ainda não têm data para ocorrer, mas o local que vai receber esses corpos já foi anunciado. Será o cemitério Nossa Senhora Aparecida, no bairro do Tarumã, zona Oeste de Manaus.

A Petrobras apresentou ao Ibama um pedido de licença de operação para explorar petróleo na região da foz do Rio Amazonas, uma área de sensibilidade ambiental. A solicitação da licença de operação, documento necessário para autorizar as perfurações, foi enviada ao órgão ambiental no dia 30 de agosto, mas a Petrobras só tornou o ato público ontem por meio de aviso no Diário Oficial da União.

A insistência em perfurar cinco blocos na região marítima da foz do Amazonas ocorre após o Ibama rejeitar quatro pedidos feitos pela antiga dona das concessões, a petroleira francesa Total E&P. Os blocos estão localizados em águas profundas no norte do Brasil, a aproximadamente 120 km do Estado do Amapá, uma área que, segundo a Petrobras, é uma "fronteira exploratória de alto potencial na margem equatorial brasileira".

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Em fevereiro, a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) aprovou a transferência dos cinco blocos de petróleo da Total para a Petrobras. A decisão ocorreu após a empresa francesa não conseguir avançar com o processo de licenciamento ambiental dos blocos, que estão localizados em uma das áreas mais sensíveis da região e de extrema riqueza ambiental.

As áreas foram leiloadas em 2013, arrematadas em um leilão pelo consórcio formado entre a Total e a britânica BP.

A licença ambiental para exploração dos blocos, porém, nunca foi obtida pelas companhias. Em 2018, o Ibama rejeitou, pela quarta vez, um pedido da Total para iniciar a perfuração na bacia.

À época, a Petrobras afirmou, em comunicado, que entrou em acordo com a Total para assumir "a operação e a integralidade das participações" da empresa nos blocos. Nos cálculos de geólogos, haveria até 14 bilhões de barris de petróleo, o que supera as reservas provadas do Golfo do México.

A reação internacional ao projeto alerta para os riscos ambientais dessa exploração. O Greenpeace chegou a contratar pesquisadores especialistas para examinar os riscos das atividades. A organização alertou para impactos como perturbação ao bem-estar de animais como baleias, golfinhos, tartarugas e peixes-boi, risco de contaminação de um dos maiores manguezais do mundo e devastação dos corais da Amazônia, antes mesmo de a ciência conhecer bem esse ecossistema.

Em 2018, Suely Araújo, então presidente do Ibama, negou o pedido de licença da Total e destacou "pendências graves" nos estudos, como o não atendimento integral de procedimentos a serem adotados em caso de incidente na perfuração. Na época, as análises apontaram ainda que a caracterização das etapas do processo de perfuração não estava em conformidade com as regras.

Em seu pedido de licença, a Petrobras declara que "foram elaborados o Estudo de Impacto Ambiental, protocolados eletronicamente" no Ibama. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Ciceroneado pelo vice-presidente da República, Hamilton Mourão, um grupo de diplomatas, parlamentares e jornalistas estrangeiros começa nesta quarta-feira (8) a percorrer parte da Amazônia brasileira. Segundo a vice-presidência, apesar de concentrada em cidades do Pará, a viagem é uma oportunidade para o governo federal apresentar a representantes da comunidade internacional a realidade regional e as ações públicas para preservação do bioma e desenvolvimento econômico da região que compreende nove estados: Acre, Amapá, Amazonas, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima, Tocantins e parte do Maranhão.

"Esta viagem vai se desenvolver na Amazônia Oriental, mais especificamente no estado do Pará. O objetivo é apresentar a estas autoridades estrangeiras - bem como ao público brasileiro, por meio dos formadores de opinião que irão nos acompanhar - a realidade da região e as principais políticas [federais e estaduais] com vistas ao desenvolvimento da Amazônia Legal”, disse Mourão na última segunda-feira (6), no programa Por Dentro da Amazônia, transmitido pela Rádio Nacional AM.

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Segundo a assessoria da vice-presidência, participam da comitiva representantes diplomáticos de oito países (Angola, Espanha, França, Índia, Japão, Paraguai, Suíça e Uruguai), além do Reino Unido (formado por Escócia, Inglaterra, Irlanda do Norte e País de Gales) e da União Europeia. Também viajam com o grupo membros da Organização do Tratado de Cooperação Amazônica (OTCA – bloco socioambiental formado pelos países sul-americanos que compartilham o território Amazônico: Brasil, Bolívia, Colômbia, Equador, Guiana, Peru, Suriname e Venezuela), jornalistas estrangeiros e brasileiros, parlamentares brasileiros e representantes dos ministérios do Meio Ambiente; Minas e Energia; Relações Exteriores e Ciência, Tecnologia e Inovações.

Até a sexta-feira (10), a comitiva visitará as cidades de Altamira, Belém, Medicilândia e Parauapebas. Entre as atividades programadas estão um sobrevoo à Floresta Nacional de Carajás; visitação a complexos mineradores da Vale, à usina de Belo Monte, à Fundação Evandro Chagas e ao Museu Emílio Goeldi, além de encontros com autoridades estaduais.

Em novembro de 2020, o Conselho Nacional da Amazônia Legal realizou uma primeira missão diplomática com o mesmo objetivo. Na ocasião, o conselho, presidido por Mourão e responsável por coordenar e acompanhar a implementação das políticas públicas relacionadas à Amazônia Legal levou chefes de missões diplomáticas da África do Sul, Alemanha, Canadá, Colômbia, França, Espanha, Peru, Portugal, Suécia, Reino Unido, União Europeia e OTCA a visitar pontos pré-definidos nas cidades de Manaus, São Gabriel da Cachoeira e Maturacá, todas no Amazonas.

“[Os integrantes da comitiva] tiveram a oportunidade de ver a realidade destas áreas tão distantes e isoladas do território brasileiro”, acrescentou o vice-presidente, explicando que, este ano, o Pará foi escolhido em função de, segundo Mourão, conciliar grandes centros urbanos, projetos de mineração e de infraestrutura, ações de proteção e preservação ambientais e investimentos em bioeconomia. “Isto [as viagens com representantes de outros países] nos incentiva a buscar cada vez mais recursos que propiciem recursos condições de vida melhores para todos que ali vivem”, acrescentou o vice-presidente durante o programa da Rádio Nacional AM.

Maior floresta tropical do mundo, a conservação da Amazônia desperta atenção internacional, já que, além dos prejuízos imediatos para a população local e para a economia brasileira, sua destruição causaria impactos globais, dentre eles a liberação de grande quantidade de gases de efeito estufa. No início de agosto, após a divulgação dos dados do Projeto de Monitoramento do Desmatamento na Amazônia Legal por Satélite (Prodes), o vice-presidente disse que o Brasil não atingirá, este ano, a meta de reduzir em 10% o desmatamento da Amazônia.

“Provavelmente, não vou cumprir aquilo que eu achava que seria o nosso papel: chegar a 10% de redução. Acho que vai dar na faixa de 4% a 5%, uma redução muito pequena, muito irrisória, mas que já é um caminho andado”, disse Mourão a jornalistas. Dias depois, o secretário de Comércio e Relações Internacionais do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Orlando Leite Ribeiro, destacou os esforços da pasta para reverter imagem negativa do Brasil no exterior em relação ao desmatamento e a queimadas.

“É preciso diferenciar o problema que temos do problema da imagem. Temos, sim, problemas com o número crescente de desmatamento. O governo está ciente disso e tenta reverter. Mas existe um problema maior que é a percepção, no exterior, dessa situação. No imaginário popular europeu, a Amazônia está queimando e estão extraindo madeira no coração da Amazônia, mas a gente sabe que não é isso”, disse Ribeiro durante evento promovido pela Confederação Nacional da Indústria (CNI).

 

 

Três semanas após o pico da cheia histórica dos rios Negro e Solimões, no Amazonas, milhares de pessoas continuam desalojadas ou desabrigadas de suas casas. A vazante dos rios ocorre de forma lenta e os efeitos da inundação, classificada pela Defesa Civil como severa, estão longe de serem resolvidos.

Pelo menos 14 escolas em oito municípios seguem interditadas e mais de 17 mil famílias tiveram suas produções agrícolas afetadas, o que impacta diretamente na oferta de alimento nas comunidades ribeirinhas e também na capital Manaus.

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A maior cheia do Rio Negro em 119 anos, quando teve início a medição a partir do Porto de Manaus, e a maior da história registrada do Solimões, em 49 anos de monitoramento, atingiu cerca de 455 mil pessoas em 52 municípios do Estado, sendo que 26 permanecem em situação de emergência.

Nas comunidades mais afetadas, os moradores que permanecem nas regiões inundadas enfrentam dificuldades para conseguirem alimentos. As principais culturas afetadas são da banana, mandioca, hortaliças e o mamão. Segundo dados da Defesa Civil estadual, foram 17. 699 propriedades produtivas afetadas. As perdas ainda são contabilizadas.

Pelo menos 3.504 pessoas estão desabrigadas e 11.404 foram desalojadas pela Defesa Civil, totalizando 14.908 pessoas retiradas de suas casas. O maior número de pessoas removidas foi em Careiro da Várzea, com mais de 7 mil desalojados.

Apesar do processo de vazante ter começado há mais de três semanas, o ritmo de escoamento das águas é lento. As famílias que conseguiram preservar os imóveis e seguem nas moradias enfrentam problemas de comunicação e de acesso a praticamente todo tipo de serviço público ou privado.

O Rio Negro, que atingiu 30,02 metros em 16 de junho, no pico da cheia, maior marca registrada desde 1902, estava 29,80 metros acima do nível nesta quinta-feira, 8, e registrou uma vazante de apenas três centímetros nas últimas 24 horas.

Na região urbana de Manaus, onde os igarapés adentram a cidade, o acúmulo de lixo nas águas só tornou a situação ainda mais crítica, além de contribuir com a disseminação de doenças por causa da poluição com esgoto nessas partes da cidade.

A situação também impacta a gestão da pandemia, dificultando o acesso das comunidades a atendimentos e a vacinação. A Defesa Civil dos municípios juntamente com as prefeituras e o estado têm realizado força-tarefa para chegar até as comunidades mais distantes.

A principal referência para medição do nível da água no Amazonas, o Porto de Manaus, que é monitorado desde 1902, mostra que metade dos recordes de cheias ocorreram na última década: 2011, 2012, 2014, 2015 e 2013.

Distribuição de sementes e ampliação do crédito rural

 

De janeiro a junho deste ano, o governo do Estado já investiu mais de R$ 9,2 milhões em crédito rural para o setor primário. Desse total, R$ 6,9 milhões em projetos foram financiados por meio da linha de crédito emergencial, criada para apoiar famílias rurais afetadas pela cheia dos rios e para diminuir os impactos causados pela pandemia de covid-19.

O presidente da CPI, Omar Aziz (MDB-AM), negou as acusações do presidente Jair Bolsonaro de que teria desviado R$ 260 milhões. Irritado, o senador desafiou o presidente a encontrar um processo em que ele (Omar) seja réu e ainda indagou por que Bolsonaro não se manifestou até agora sobre as acusações do deputado Luis Miranda (DEM-DF). 

"O senhor está perdendo a oportunidade. Já são 12 dias. É só uma resposta... O senhor, como chefe desta grande nação, por favor, diga para gente que o deputado é um mentiroso. Diga à nação brasileira que Miranda está mentindo e que seu líder na Câmara [deputado Ricardo Barros (PP-PR)] é um homem honesto", afirmou Aziz. 

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O senador também disse que nunca acusou Bolsonaro de genocida ou ladrão, mas sim de ser contra a ciência e contra a vacina, o que é público e está claro para todos.

“Eu nunca lhe chamei de genocida, nunca o chamei de ladrão, nunca disse que o senhor fazia rachadinha no seu gabinete", declarou. "Sua palavra é forte e me acusa de algo que não cometi. Procure uma denuncia contra mim.  Não há fatos que comprovem nada contra minha pessoa. Por isso tenho altivez de estar aqui conduzindo com equilíbrio. Quando estiver no "cercadinho" [conversando com apoiadores em frente ao Palácio da Alvorada] pense duas vezes no que vai falar. Dê o exemplo para o bem do Brasil", emendou. 

*Da Agência Senado

A análise das coletas de 96 pacientes que testaram positivo para a Covid-19 em Pernambuco reforçou que a variante gama (P.1) do novo coronavírus é a linhagem prevalente do vírus no Estado. A cepa foi relatada primeiramente no Amazonas.

Os dados, divulgados nesta terça-feira (15), foram analisados pelo Laboratório de Imunopatologia Keizo Asami (LIKA/UFPE), em pacientes residentes em municípios do Agreste e Zona da Mata de Pernambuco.

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O resultado apontou que mais da metade dos exames (56,25%) apresentaram a cepa P.1, seguido da B.1.1 (19%) e da B.1.1.406 (10%). A Secretaria Estadual de Saúde de Pernambuco (SES-PE) afirma que um novo sequenciamento genético já está programado para os próximos dias. 

Nos municípios do Agreste, do total de exames com a cepa P.1 identificada, 20% das amostras eram de pacientes residentes em Garanhuns; 15% de moradores de Caruaru; 6% do município de Cumaru; e 2% cada de pacientes residentes em Agrestina e Bom Jardim. Apenas o município de Cachoeirinha não teve a presença da P.1 detectada em suas amostras biológicas.

Já 7% dos genomas positivos para a P.1 foram de amostras biológicas de pacientes residentes no município de Paudalho, na Zona da Mata Norte de Pernambuco. A variante gama foi detectada no Estado pela primeira vez no mês de fevereiro em dois pacientes do Amazonas que vieram para Pernambuco dar continuidade no tratamento, em decorrência da crise sanitária que aquele estado vivia na época.

Já em abril, cinco amostras biológicas de pernambucanos confirmados para a Covid-19 apresentaram, em sequenciamento genético, a variante P.1 da doença. No início deste mês, o sequenciamento genético de 233 amostras, realizado pelo LIKA e pelo Instituto Aggeu Magalhães (IAM/Fiocruz PE), também detectou a presença da P.1 na maioria das coletas.

Em depoimento à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid, o ex-secretário de saúde do Amazonas, Marcellus Campêlo, afirmou que a decisão de revogar o decreto que estabelecia medidas restritivas para conter a disseminação do novo coronavírus no Amazonas, publicada pelo governo Wilson Lima (PSC), foi tomada devido à pressão popular. As medidas foram revogadas em dezembro do ano passado, segundo Campêlo, sem aval da secretaria de saúde do Estado.

Durante depoimento, o ex-secretário já tinha falado sobre a dificuldade de reforçar as medidas de restrição no Estado, da falta de adesão às medidas, e sobre os movimentos realizados contra o decreto. "Manifestações, inclusive com violência, com barricadas, com a interrupção do direito de ir e vir da população", afirmou, comentando várias autoridades federais e figuras públicas que foram às redes criticar o decreto no final do ano passado, o que poderia "influenciar a ação de outras pessoas".

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O presidente da Comissão, senador Omar Aziz (PSD-AM), atribui a resistência contra a implementação de medidas não farmacológicas para combater a pandemia ao comportamento do presidente Jair Bolsonaro e de sua base de apoio. "Pessoas ligadas ao Presidente, infelizmente, o filho dele e Deputados Federais atacando o lockdown na cidade de Manaus. O Governador, equivocadamente, errando, recua no lockdown, pressionado pelas redes sociais. Pressionado por manifestações, e tal, recuou. No recuo, aí, há uma grande contaminação", declarou Aziz.

O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), que apontou manifestações do presidente da República e de parlamentares da base de apoio do governo que foram comemorar a revogação do decreto, continuou com seus questionamentos e inquiriu o ex-secretário sobre a estratégia da "imunidade de rebanho". Campelo negou que tenha participado de uma reunião para discutir o tema, seja com o governo estadual ou com o governo federal.

Sobre a secretária de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde, Mayra Pinheiro, Campêlo afirmou que ela esteve no dia 4 de janeiro no Estado, onde apresentou uma série de teses sobre o tratamento precoce contra covid-19, e defendeu a adoção da do medicamento para e atenção primária.

Segundo ele, Mayra chegou ao estado dizendo que haviam "150 teses a respeito desse tema", o tratamento precoce contra covid, e incentivou que o medicamento fosse adotado na atenção primária . "Ela recomendou que fizesse, que adotasse essa sistemática, mas que ela ainda iria trabalhar principalmente na atenção primária. Isso era para a atenção primária; no primeiro momento, no primeiro contato com o paciente", declarou o ex-secretário.

Foi aberta a reunião da CPI da Covid para ouvir o ex-secretário de Saúde do Amazonas Marcellus Campêlo na manhã desta terça-feira (15). O estado entrou em colapso no início de 2021, com falta de leitos e oxigênio medicinal. A PF apura desvio de dinheiro do combate à pandemia. Campelo deve explicar a crise do oxigênio em Manaus, ocorrida em janeiro deste ano, e sobre a hipótese de que a capital do Amazonas tenha sido utilizada com uma espécie de laboratório para a tese da imunidade de rebanho. O ex-secretário também deve esclarecer pontos relacionados à suspeita de superfaturamento na compra de respiradores e na instalação de hospitais de campanha.

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*Da Agência Senado

 

 

Militares da Força Nacional de Segurança Pública (FNSP) deverão ser deslocados para o Amazonas, em apoio ao governo do estado, nas ações de combate ao crime organizado em Manaus e municípios do interior. A portaria do Ministério da Justiça e Segurança Pública, autorizando o emprego da FNSP, está publicada no Diário Oficial da União desta terça-feira (8).

De acordo com a portaria, os militares atuarão em atividades e serviços imprescindíveis à preservação da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do patrimônio, por 30 dias, a contar de hoje, data de publicação do documento. As ações serão em caráter episódico e planejado.

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O documento diz ainda que a operação terá o apoio logístico do governo amazonense, que deverá dispor da infraestrutura necessária à Força Nacional de Segurança Pública. “O contingente a ser disponibilizado obedecerá ao planejamento definido pela diretoria da Força Nacional”.

Ataques em Manaus

Desde a noite de sábado (5), criminosos iniciaram uma série de ataques a prédios públicos em Manaus, entre eles uma Unidade Básica de Saúde (UBS). Os marginais também atiraram contra a sede do Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros do Estado do Amazonas (Sinetram) e incendiaram ao menos um caixa eletrônico na capital amazonense.

Novos ataques aconteceram na madrugada de domingo (6), quando ao menos 14 ônibus, duas viaturas policiais, um estabelecimento comercial e um transformador de energia elétrica foram incendiados na capital amazonense e prédios públicos e veículos depredados em outras cidades do estado.

Nessa segunda-feira (7), o governo do Amazonas informou a prisão de 31 suspeitos de envolvimento nos ataques criminosos. De acordo com a Secretaria de Segurança Pública, acusados de liderar os ataques estão entre os presos.

Nas ações de policiamento, foram apreendidas uma arma de fogo e uma metralhadora. Além disso, 40 barreiras de fiscalização foram montadas na capital para realização de abordagens e vistorias de veículos. Cerca de 250 equipes das polícias Civil e Militar estão realizando rondas no estado.

Na noite de domingo, o governador do Amazonas, Wilson Lima, pediu ao Ministério da Justiça o envio de tropas da Força Nacional para reforçar o trabalho de combate ao crime organizado no estado.

O Rio Negro registrou neste sábado 30 metros na capital amazonense, a maior marca desde 1902, ano em que o nível do rio passou a ser monitorado pelas autoridades. O recorde anterior foi superado no dia 2 de junho, após subir acima de 29,98 metros, ultrapassando em 1 centímetro o nível recorde registrado em 2012.

De acordo com o Serviço Geológico do Brasil, o nível do rio poderia alcançar 30 metros, o que se confirmou neste sábado, podendo subir mais dois centímetros até o final do período.

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O boletim de monitoramento hidrometeorológico da região publicado na sexta aponta que, em Manaus, o rio segue em processo de enchente severa subindo a uma média de 1 cm por dia na última semana.

O Rio Solimões também preocupa. Na cidade amazonense de Manacapuru o rio atingiu neste sábado a marca de 20,82 metros, nível que também representa a maior cheia da série histórica Até então o recorde havia sido registrado em 2015. Os registros em Manacapuru têm 49 anos.

Em Itacoatiara, a cheia do Rio Amazonas é a segunda maior, tendo atingido 15,20 metros. O recorde é 16,04 metros, observado em 2009.

Segundo dados da Defesa Civil do Estado do Amazonas, dos 62 municípios do Amazonas, 58 estão alagados, e 414.371 pessoas estão afetadas.

Conforme divulgado pelo Serviço Geológico, o que determina a magnitude dessas cheias é a chuva que ocorre em todas as bacias que drenam para essa região, como a bacia do Negro, do Solimões e todos os seus afluentes (Purus, Juruá, Japurá, Jutaí e etc), incluindo suas áreas externas ao Brasil, na Colômbia, Peru e Equador.

A Bacia Hidrográfica do Amazonas é a maior bacia hidrográfica do mundo.

A Polícia Federal deflagrou, nesta quarta-feira (2), uma nova fase da Operação Sangria, que investiga possíveis práticas de crimes - como pertencimento a organização criminosa, fraude a licitação e desvio de recursos públicos - no Amazonas. Estão sendo cumpridos 25 mandados judiciais,  expedidos pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ), entre eles 19 mandados de busca e apreensão e 6 de prisão temporária. O governador do Amazonas, Wilson Lima (PSC), é um dos alvos.

Os mandados estão sendo cumpridos nas cidades de Manaus (AM) e Porto Alegre (RS), além de sequestro de bens e valores.

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Segundo as investigações, "há indícios de que funcionários do alto escalão da Secretaria de Estado de Saúde do Amazonas realizaram contratação fraudulenta para favorecer grupo de empresários locais, sob orientação da cúpula do Governo do Estado, de um hospital de campanha. De acordo com os elementos de prova, ele não atende às necessidades básicas de assistência à população atingida pela pandemia Covid-19, bem como coloca em risco de contaminação os pacientes e os funcionários da unidade".

Ainda de acordo com a PF, "contratos das áreas de conservação e limpeza, lavanderia hospitalar e diagnóstico por imagem, todos os três firmados em janeiro de 2021 com o Governo do Amazonas, cujos serviços são prestados em apoio ao hospital de campanha, contêm indícios de montagem e direcionamento de procedimento licitatório, prática de sobrepreço e não prestação de serviços contratados".

Os indiciados poderão responder, na medida de suas responsabilidades, pelos crimes de fraude à licitação, peculato e pertencimento a organização criminosa e, se condenados, poderão cumprir pena de até 24 anos de reclusão.

O governo do Amazonas afirmou nesta quinta-feira, 20, que nunca recusou "qualquer tipo de ajuda relacionada às ações de enfrentamento à covid-19". A nota foi uma resposta ao questionamento do Estadão sobre a declaração do ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello à CPI da Covid de que o presidente Jair Bolsonaro descartou intervir no Estado durante a crise de oxigênio, após ouvir do governador Wilson Lima (PSC) que não havia necessidade. Na ocasião, dezenas de pessoas morreram por falta do insumo.

No seu segundo dia de depoimento, Pazuello afirmou que o governador negou a necessidade de intervenção federal na saúde do Estado numa reunião ministerial com a presença de Bolsonaro.

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O Estadão perguntou diretamente ao governador, por meio da assessoria, se ele havia recusado intervenção federal no Estado naquela ocasião.

"Nunca houve recusa do Estado para qualquer tipo de ajuda relacionada às ações de enfrentamento à covid-19. Além disso, o Governo do Amazonas sempre pediu a colaboração federal para auxiliar no combate à pandemia", diz a nota.

O texto prossegue: "Esse apoio foi ampliado com a instalação do Comitê de Resposta Rápida, formado por representantes do Governo do Estado, Governo Federal e Prefeitura de Manaus, para enfrentar a crise que se agravou no Amazonas no início de janeiro de 2021".

A reportagem também questionou sobre em que data o governo estadual informou Pazuello acerca da crise de oxigênio. A resposta também contradiz o ex-ministro da Saúde.

"A Secretaria de Estado de Saúde do Amazonas (SES-AM) informou ao Ministério da Saúde sobre o assunto no dia 7 de janeiro. A comunicação foi feita por telefone, ao ministro Eduardo Pazuello", afirmou, por escrito, o governo do Amazonas. Na CPI, Pazuello sustentou que só foi comunicado do problema no dia 10 de janeiro, em reunião presencial com as autoridades de Manaus.

Após o envio da nota, a reportagem voltou a questionar diretamente o governador se ele recusou a intervenção federal, como disse Pazuello. Wilson Lima só respondeu novamente por meio de sua assessoria. Disse que dará declarações sobre o temas apenas se for chamado a depor na CPI para não "antecipar discussões". A assessoria do governador, então, reiterou a nota: "Não houve recusa do governo estadual de qualquer ajuda do governo federal desde o início de casos de Covid no Amazonas", ao ser questionada pela segunda vez se estavam se referindo à intervenção.

A intervenção federal foi solicitada pelo senador Eduardo Braga (MDB-AM), em 15 de janeiro. Na época, o esgotamento do estoque de oxigênio medicinal levou o sistema de saúde da região a um colapso. Pacientes com a covid-19 morreram por falta do insumo.

"Essa decisão não era minha", afirmou o general ao ser questionado por Braga sobre o motivo de o governo federal não ter assumido a gestão da crise. "Na reunião ministerial, o governador (Wilson Lima) foi chamado, apresentou sua posição e houve uma decisão nessa reunião de que não seria feita a intervenção", disse Pazuello, sem especificar a data do encontro. "O presidente da República estava presente. A decisão foi tomada nessa reunião", completou.

No depoimento, Pazuello buscou transferir ao governo do Amazonas e à fornecedora de oxigênio hospitalar, a White Martins, as responsabilidades pela falta do produto. Questionado sobre o papel do governo Bolsonaro no episódio, o ex-ministro alegou que foram tomadas todas as providências tão logo o problema foi comunicado.

"A empresa já vinha consumindo a sua reserva estratégica e não fez essa posição de uma forma clara desde o início. Começa aí a primeira posição de responsabilidade. Não tem como nós isentarmos essa primeira posição", alegou o ex-ministro. "O contraponto disso é o acompanhamento da secretaria de saúde, que não o fez. Se a secretaria de saúde tivesse acompanhado, de fato e de perto, a situação da produção e consumo do oxigênio, preocupada com o aumento do oxigênio, teria descoberto que estava sendo consumida uma reserva estratégica e que medidas precisariam ser feitas imediatamente".

Em nota, a White Martins afirmou que ainda em meados de 2020 informou à secretaria de saúde do Amazonas que o volume de oxigênio consumido era significativo. No entanto, "não tem o dever de fazer a gestão da saúde pública".

"Como uma mera fornecedora, a empresa não tem dever ou qualificação técnica para fazer a gestão da saúde pública. Apesar disso, a empresa informou à secretaria de Saúde do Estado do Amazonas, em julho e setembro de 2020, que o volume de oxigênio consumido pelas instituições de saúde já estava superior ao pactuado. Em 7 de janeiro de 2021, após ter detectado o aumento exponencial do consumo de oxigênio na região e da ausência de resposta sobre a previsão de demanda, a empresa comunicou à Secretaria de Saúde a necessidade de esforços adicionais e da contratação de outros fornecedores para aumentar a disponibilidade de produto, dada a demanda descontrolada e acima da capacidade de produção local da empresa", diz a nota.

O Tribunal de Contas do Amazonas (TCE-AM) divulgou, nesta segunda-feira (10), um concurso público que reúne 40 oportunidades. Segundo o órgão, as vagas estão distribuídas entre auditorias governamental, de obras, de tecnologia da informação, além do Ministério Público de Contas.

O salário para os aprovados, segundo o TCE, será de R$ 8.328,77, além de benefícios. Nas áreas governamental e obras, os candidatos devem ter ensino superior completo em instituições de ensino reconhecidas pelo Ministério da Educação (MEC). Tecnologia da informação é o curso cobrado para auditoria em TI, enquanto os candidatos ao Ministério Público devem ser formados em direito.

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O concurso terá provas escritas e objetivas, em Manaus, nos dias 21 e 28 de julho. Dependendo do cargo almejado, o processo seletivo contará com exames pela manhã ou à tarde. Também estão previstas provas de conhecimentos específicos.

As inscrições serão realizadas de 17 de maio a 15 de junho, por meio do site da Fundação Getúlio Vargas (FGV), banca organizadora do certame. A taxa de participação custa R$ 185. Outros detalhes informativos podem ser consultados no edital do concurso.

O governador do Amazonas Wilson Lima afirmou, em nota, na noite desta segunda-feira (27), que não há provas de seu envolvimento nas acusações que constam na denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR) ao Superior Tribunal de Justiça (STJ), no enfrentamento a pandemia da Covid-19. O governador é acusado pelos crimes de organização criminosa e peculato.

De acordo com a denúncia apresentada pela PGR, Lima, o ex-secretário de Saúde Rodrigo Tobias, servidores e empresários teriam cometido irregularidades na compra de respiradores para tratamento de pacientes com Covid-19. 

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No site do governo estadual, a gestão disse que o governador ainda não foi oficialmente notificado e assegurou sobre a legalidade de todos os seus atos na gestão estadual.

Confira a nota na íntegra:

O governador Wilson Lima reafirmou a probidade e legalidade de todos os seus atos à frente do Governo do Amazonas, sobretudo no enfrentamento da pandemia da Covid-19. Ele ressaltou que, embora ainda não tenha sido notificado, a denúncia oferecida pela Procuradoria Geral da República (PGR) não apresenta provas do envolvimento dele em supostos crimes relacionados aos fatos em apuração.

“Mantenho total confiança na Justiça, que haverá de, oportunamente, reconhecer que as acusações são totalmente infundadas. Reitero aqui o meu compromisso com a transparência, probidade e legalidade dos meus atos e sigo à disposição para continuar prestando todas as informações solicitadas pela Justiça”, disse o governador.

 

A Procuradoria-Geral da República (PGR) denunciou, nesta segunda-feira (26), o governador do Amazonas, Wilson Lima, e mais 17 pessoas pelos crimes de organização criminosa e peculato, cometidos no enfrentamento da pandemia da Covid-19 no Estado.  

Na peça, apresentada ao Superior Tribunal de Justiça (STJ), a subprocuradora Lindôra Araújo sustenta que Lima, o vice-governador Carlos Almeida, o secretário da Casa Civil, Flávio Antony Filho, o ex-secretário de Saúde Rodrigo Tobias, além de servidores e empresários, estariam envolvidos em irregularidades na compra de respiradores para tratamento de pacientes com a Covid-19. 

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Segundo a subprocuradora, foi instaurada “uma verdadeira organização criminosa que tinha por propósito a prática de crimes contra a Administração Pública, especialmente a partir do direcionamento de contratações de insumos para enfrentamento da pandemia, sendo certo que, em pelo menos uma aquisição, o intento se concretizou”. 

A PGR pede a condenação dos denunciados, a perda dos cargos pelos servidores públicos e pagamento de R$ 2,1 milhões de indenização pelos supostos desvios. 

De acordo com a procuradoria, uma segunda denúncia contra o governador e três servidores pelo crime de peculato também foi apresentada. A PGR acusa Wilson Lima de realizar o “fretamento indevido” de uma aeronave para transporte de respiradores. 

A Agência Brasil entrou em contato com o governo do Amazonas e aguarda retorno.

 

Nesta sexta-feira (23), o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) esteve em Manaus, Amazonas, para inaugurar um centro de convenções e receber o título de cidadão amazonense. Como de costume, o presidente não respeitou o distanciamento e o uso da máscara. Dezenas de apoiadores se aglomeraram para conseguir tirar uma foto com Bolsonaro.

O chefe do Executivo, que chegou de máscara para a inauguração do centro de convenções, tirou a proteção para fazer uma foto com uma criança que estava vestida de policial e com uma arma de brinquedo. Desse momento por diante o presidente não colocou mais a máscara e chegou a 'curtir' um forró com o ministro do Turismo, Gilson Machado, que é músico e tocou sanfona na inauguração do novo espaço amazonense. 

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Com mais de 366 mil casos da Covid-19, o Amazonas pode sofrer uma terceira onda de contaminação. O governador amazonense, Wilson Lima (PSC), se reuniu na última quinta-feira (22), com o ministro da Saúde Marcelo Queiroga. 

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"Reunimos hoje em Brasília com o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, para apresentar nosso plano de contingência e solicitar auxílio para o enfrentamento de uma eventual terceira onda da Covid-19 no Amazonas. Agradeço mais uma vez a atenção dada pelo Governo Federal ao Amazonas", compartilhou o governador.

No início do ano, com bastante intensidade até o mês de fevereiro, o Amazonas sofria com o desabastecimento de oxigênio para as vítimas da Covid-19. Com o sistema de saúde colapsado, faltava até equipamentos para intubação dos pacientes. Atualmente, mais de 12 mil pessoas perderam a vida para o vírus.

A Secretaria de Estado da Saúde do Amazonas demitiu e investiga a médica ginecologista Michelle Chechter, que trabalhava na maternidade Instituto da Mulher Dona Lindu, em Manaus, por aplicar nebulização de hidroxicloroquina como tratamento para covid-19. Pelo menos uma paciente morreu após o procedimento, conforme a secretaria.

A mulher morta depois da nebulização havia acabado de dar à luz. A pasta informou que o tratamento não faz parte dos protocolos terapêuticos do Instituto Dona Lindu "nem de outra unidade da rede estadual de saúde, ainda que com o consentimento de pacientes ou de seus familiares", diz nota da secretaria. O bebê passa bem.

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Conforme a pasta, "o procedimento tratou-se de um ato médico, de livre iniciativa da profissional, que não faz mais parte do quadro da maternidade, onde atuou por cinco dias". O comunicado diz também que "tão logo tomou conhecimento do ato, a Secretaria de Estado de Saúde do Amazonas determinou abertura de sindicância e o afastamento da profissional".

A morte da paciente ocorreu em fevereiro, mas somente agora foi tornada pública. A secretaria diz que a médica passou a fazer parte da equipe em 3 de fevereiro "após contratação em regime temporário pela secretaria junto com outros 2,3 mil profissionais de saúde, via banco de recursos humanos disponibilizados ao Estado pelo Ministério da Saúde".

A secretaria afirma que uma outra paciente sobreviveu à nebulização de hidroxicloroquina. "Conforme o instituto informou à secretaria, duas pacientes foram submetidas ao tratamento de nebulização de hidroxicloroquina. Ambas assinaram termo de consentimento, como relatado em prontuário. Uma das pacientes veio a óbito e a outra teve alta. Todas as informações sobre o atendimento estão registradas em prontuário", afirma a pasta.

O texto diz ainda que a secretaria e o instituto não compactuam com a prática de "qualquer terapêutica experimental de teor relatado e não reconhecida e entendem que tais práticas não podem ser atribuídas à unidade de saúde, que tem como premissa o cumprimento da lei e dos procedimentos regulares, conforme os órgãos de saúde pública e os conselhos profissionais".

A paciente de Manaus não é a primeira a morrer depois de passar por nebulização de hidroxicloroquina. Em março, três pacientes que passaram pelo procedimento morreram durante o tratamento em Camaquã, no Rio Grande do Sul. A nebulização foi aplicada no Hospital Nossa Senhora Aparecida, que, assim como a maternidade de Manaus, informou que o procedimento não faz parte de seus protocolos.

Selo de 'tratamento precoce'

A ginecologista Michelle Chechter respondeu da seguinte maneira a pedido de contato feito pela reportagem: "nesse momento não estou conseguindo dar entrevistas. Futuramente entro em contato". Em suas redes sociais a médica mantém um selo com os dizeres "covid-19. Eu apoio o tratamento precoce". O chamado "tratamento precoce" é o uso de medicamentos sem comprovação de eficácia contra covid-19, como cloroquina e ivermectina.

Pelo menos uma publicação sobre eficácia da cloroquina da médica na rede social Facebook foi marcada como "informação falsa". Michelle Chechter é ainda apoiadora do presidente da República, Jair Bolsonaro, que também defende o uso de medicamentos sem eficácia contra a doença. Em publicação recente a médica publicou fotos da visita de Bolsonaro a Chapecó, em Santa Catarina, município que teria supostamente conseguido reduzir internações por covid-19 com uso de medicamentos sem eficácia comprovada contra a doença.

A cidade, no entanto, à época da visita do presidente, no início do mês de abril, tinha 100% dos leitos de unidade de terapia intensiva ocupados, além de ter mais mortes por covid-19 por 100 mil habitantes que Santa Catarina e o Brasil. Segundo Bolsonaro, Chapecó tinha feito um "trabalho excepcional" na pandemia e deu liberdade a médicos para prescreverem o "tratamento precoce".

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