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O semestre inicia e os alunos já começam a estudar para o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Além das questões objetivas, que incluem ciências da natureza, ciências humanas, linguagens e matemática, deve se preparar para produzir uma boa redação. O ideal é não fugir do assunto e ter atenção no que se pede o texto de apoio. 

Além disso, as dúvidas que mais surgem é como treinar a redação para alcançar uma boa nota. Diante disso, é indicado que o estudante comece a praticar o quanto antes, produzindo uma redação por semana, pois a consistência se faz mais importante do que quantidade, pelo motivo do aluno ter a possibilidade de acompanhar suas falhas e ir corrigindo, para tornar um texto cada vez melhor. 

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Fernanda Bérgamo, professora da disciplina explica que além da produção do texto dissertativo argumentativo é necessário ter atenção para pontos que não podem passar despercebido. “É necessário garantir um mínimo de três parágrafos. Na introdução é importante passar que a proposta foi compreendida, desenvolver a tese com boas exemplificações e dados estatísticos, além de não esquecer de incluir na conclusão uma proposta de intervenção para o problema desenvolvido”, explicou. 

 Portanto, o estudante não precisa ser apenas expositivo, é preciso ter ferramentas e uma boa base para comprovar o argumento.  

Para as pessoas que não tem condições de investir em um cursinho, a docente ainda explica que é possível estudar sozinho, desde que o aluno tenha uma boa base e um foco. Diante disso, é importante compartilhar o texto com alguém da família ou amigo, para que de alguma forma possam expressar a opinião sobre o conteúdo desenvolvido e opinar no que se pode ser melhorado. 

O estudante do ensino médio, Thiago Nacazone que obteve nota máxima na redação do Enem 2019 explica que não teve uma rotina de estudos muito rígida, mas sempre esteve praticando a redação e acompanhando os erros com professores, para que assim não voltasse a cometer as mesmas falhas. 

Para produzir um texto com uma boa base e ficar cada vez mais próximo da nota máxima, é indicado que os estudantes mantenham sempre bem atualizados, sobre assuntos que ocorrem no país, a leitura também é um ponto importante para um bom desenvolvimento do texto. Utilizando essas técnicas e sempre mantendo um foco nos estudos, é possível se destacar na redação e quem sabe iniciar a vida acadêmica em uma universidade e curso dos sonhos. 

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Com a chegada do mês de fevereiro, terminam as férias escolares e os estudantes precisam retornar ao dia a dia de tarefas, provas e preparação para o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Entre dificuldades para se readaptar aos horários de aulas, saudade dos amigos e o nervosismo para escolher uma profissão e entrar na universidade depois do terceiro ano, os jovens experimentam diversos tipos de sentimentos no momento de retomar os estudos.

Sentimentos e preparação

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Maria Eduarda Pereira tem 16 anos de idade, está no terceiro ano do ensino médio no Colégio Motivo e conta que, para estudar todos os assuntos sem acúmulo, gosta de saber sobre os conteúdos aprendidos cada dia e depois fazer apenas revisões. “Eu gosto de estudar sozinha, fazer mapa mental e resumos”, conta a jovem.

Uma estratégia parecida é adotada por Matheus Campos, de 17 anos, também no 3º ano do Colégio Motivo. Ele explicou que depois de estudar o assunto do dia, costuma rever o tema de forma mais leve nas semanas seguintes. “Eu estudo o assunto e na outra semana eu tento fazer questões dele, não necessariamente voltar a estudar com tanta intensidade como no dia em que foi dado, mas estar sempre fazendo questões e resumos”, disse ele. 

Geovanna Victoria Jacinto da Silva, de 17 anos, é aluna do 3º ano da Escola de Referência em Ensino Médio (Erem) Santos Dumont há três anos e conta que a volta às aulas traz consigo uma mistura de sentimentos bons e ruins. “Vai começar tudo de novo, as noites sem dormir, as manhãs doloridas, o cansaço mental, mas ao mesmo tempo é bom pois são meus últimos momentos com as pessoas que eu amo e que o próprio ensino médio me presenteou”, diz a estudante. 

Questionada sobre os estudos e o futuro na universidade, Geovanna explica que o último ano de colégio é o mais estressante de todos devido ao Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). “Me sinto muito frustrada e nervosa sempre, mas sempre tento respirar fundo e dar um passo de cada vez”, disse a jovem, que também explicou que já pensou em muitas opções de curso superior e no momento deseja fazer nutrição. 

Júlia Domingues Marinho deseja cursar medicina, tem 17 anos e está no 3º ano do Colégio Marista São Luís. Para ela, a volta às aulas é “uma época em que a gente carrega muita ansiedade e muito saudosismo”, e não seria diferente no terceiro ano, que é o último dos tempos de escola. 

A estudante explica que a adaptação à rotina é cansativa, mas ainda assim é bom retornar. “Um novo ano, novos professores, desafios, rotina... algo que vai deixar saudade”, disse ela. Perguntada sobre a rotina de estudos para a escola e o Enem, Júlia contou que sente o peso, além de uma pressão imensa, devido ao curso que deseja. 

Para 2020, a expectativa da estudante é alcançar o equilíbrio em busca da aprovação. “A expectativa é transformar esse ano, acima de várias coisas, em um ano leve e balanceado, o que é meio complicado mas faz parte. Tudo isso com intuito de passar e poder seguir a minha vocação”, afirmou a jovem.

Para o professor de Física Antônio Lorena, é muito importante que os alunos comecem a se dedicar aos estudos, tanto às provas escolares quanto ao Enem, desde o início do ano. “Não adianta só assistir aula. Tem um trabalho muito forte extraclasse. Esse trabalho tem que ser muito bem desenvolvido e amadurecido no primeiro semestre, para que no segundo o aluno venha e já se sinta mais capaz de enfrentar os vestibulares”, disse ele. 

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A Secretaria de Educação e Esporte do estado de Pernambuco abriu inscrições para candidatos que tiverem interesse em realizar o curso de Língua Brasileira de Sinais (Libra). No total são 520 vagas ofertadas, para estudantes de diversos níveis. 

Para se inscrever, é necessário que o candidato compareça ao Centro de Atendimento Educacional Especializado (Caeer), localizado na Rua Conselheiro Nabuco, S/N, Casa Amarela, das 8h às 12h, e das 13h às 17h, até a próxima quarta (12). 

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Para realizar o cadastro é preciso levar o CPF e RG (originais e cópias), comprovante de residência e uma foto 3x4. Para os menores de 18 anos, é necessário que os responsáveis compareçam no ato da inscrição. As aulas têm previsão para começar no dia 2 de março. Há oportunidade para quem quer trabalhar com Libras, como tradutores e intérpretes.

Confira as vagas disponíveis: 

Básico I - 331

Básico II - 43 vagas

Intermediário - 38 vagas

Avançado - 72 vagas

Instrutor de Libras - 18 vagas

Tradutor/Intérprete de Libras - 18 vagas

Mais informações podem ser obtidas pelo telefone:  (81) 3181.4701

Passado o sufoco com o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2019 e inconsistências no Sistema de Seleção Unificada (Sisu), os alunos planejam uma nova rotina de estudos para o Enem 2020. Tanto nas instituições de ensino médio como em cursos preparatórios, o olhar dos vestibulandos estão voltados para o norteamento de conteúdos para este ano.

Em entrevista ao LeiaJá, o professor de geografia Charliton Soares explica com está o sentimento dos estudantes para este ano. “Ainda é cedo para observar uma expectativa vinda do aluno, mas acredito que eles estão mais assustados e desanimados diante de tudo que aconteceu com o Sisu [Sistema de Seleção Unificada]. Vai ficar mais claro no decorrer do ano”, revelou.

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No entanto, para ter acesso ao Sisu, Programa Universidade para Todos (Prouni) e ao Fundo de Financiamento Estudantil (Fies) os vestibulandos precisam ter um bom desempenho nas provas do Exame. Boas notas no Enem são o primeiro passo para o sonho do ensino superior.

Enem 2020

Os professores acreditam que a prova desde ano será alinhada às abordagens realizadas no ano anterior. Como explica a professora de história Thais Almeida, “a prova deve vir parecida com a prova de 2019, ou seja, a mesma abordagem, o mesmo tipo de questão”. A docente ainda reforça que as questões seguem a tendência de evitarem “assuntos considerados polêmicos ou assuntos que tratam de temas que o atual governo rejeita no ponto de vista ideológico”, disse.

Em relação ao exame de 2019, estudantes relatam que as provas ficaram em nível inferior ao esperado e contam que a expectativa para esse ano é que as provas sejam aplicadas sem maiores problemas. O estudante André Britto Alves, 18, fala sobre como foi lidar com o exame. “Exigem muito de interpretação e estimulam a exaustão dos que as fazem”, critica.

Direcionamento

Para auxiliar os estudantes, preparamos uma lista com os principais conteúdos que devem ser cobrados no Enem 2020. Vejam as dicas compartilhadas pelos docentes Nylo Barros (matemática), Tereza Albuquerque (português e redação), Vitor Hugo (português e redação), Elias Arcanjo (física), Gilton Nascimento (química), Charliton Soares (geografia), Herbert Pinheiro (biologia), Thaís Almeida (história), Tiago Licarião (sociologia e filosofia).

Matemática

Aritmética

Porcentagem

Regra de três

Proporcionalidade de grandezas

Álgebra

Probabilidade

Médias

Escala

Estatística

Função de 1º e 2º graus

Logaritmo

Análise combinatória

Geometria

Triângulos

Áreas

Espacial

Linguagens

Efeito de sentido

Variação linguística

Gêneros textuais

Tipologia textual

Funções da linguagem

Coesão textual

Figuras de linguagem

Arte e cultura

Vanguardas Europeias

Modernismo (da semana de 22 aos autores contemporâneos)

Movimentos de contra cultura

Hipertexto

Intertextualidade

Conotação e denotação

Coesão e coerência textual

Gramática

Concordância

Regência

Crase

Pontuação

Emprego dos conectivos

Física

Mecânica (ênfase: trabalho e energia, cinemática e dinâmica)

Eletricidade (ênfase: eletrodinâmica /circuitos elétricos)

Ondulatória (ênfase: fenômenos ondulatórios)

Termologia (ênfase: calorimetria)

Óptica (ênfase: fundamentos da óptica e refração)

Química

Eletroquímica

Soluções

Termoquímica (ênfase: lei de Hess)

Equilíbrio químico

Química Geral

Atomística

Separação de misturas

Estequiometria

Química Orgânica

Isomeria

Polímeros

Reações orgânicas

Geografia

População

Geologia

Cartografia

Recursos Hídricos

Globalização

Climatologia

Indústria e Capitalismo

Agricultura

Biologia

Ecologia

Citologia

Fisiologia e Histologia Humana

Meio ambiente

Biotecnologia

História

Grécia Clássica

Construção do pensamento filosófico (passagem do mito ao logos)

Organização da vida política

Pensamento político e cultural

Mundo Medieval

Produção do pensamento científico

Estruturas políticas e sociais

Mundo Moderno

Desestruturação do mundo feudal: reforma protestante

Renascimento comercial e urbano

Surgimento da Imprensa

Desenvolvimento das bases filosóficas da ciência moderna

Sociologia

Sociologia do trabalho

Diversidade cultural e valores na sociedade

Indústria cultural, mídia e internet

Estado: direitos e democracia

Sociologia da globalização

Filosofia

Teorias éticas

Filosofia política: contratualismo

Filosofia de Aristóteles

Filosofia moderna: epistemologia

Pensamento grego: pré-socráticos a Sócrates

De 06 a 20 de fevereiro, a UNINABUCO – Centro Universitário Joaquim Nabuco Recife promoverá aulões presenciais gratuitos com foco nas vagas de Enfermagem do concurso aberto pela Prefeitura do Recife. As aulas ocorrerão nos períodos da manhã – 8h às 12h – e da noite – 18h às 22h – e os encontros também serão abertos a quem não é estudante da Instituição, mediante inscrição pelo site de extensão.

O objetivo dos aulões têm o objetivo de dar dicas e revisar tópicos importantes das matérias que constam no edital. Para a coordenadora do curso de Enfermagem da UNINABUCO, Pábula Correia, a iniciativa é uma oportunidade para quem é da área ter uma preparação qualificada. “Os nossos docentes ministrarão as aulas, eles selecionaram os principais conteúdos e preparam um material focado e muito didático para essa grande revisão”, destacou.

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Serão abordados temas como português, saúde da mulher, SUS, legislação, criança e adolescente, entre outros. O projeto é aberto ao público, com inscrições pelo site extensao.joaquimnabuco.edu.br. UNINABUCO Recife fica localizada na Avenida Guararapes, 233, Centro.

Serviço

UNINABUCO – revisão de Enfermagem para concurso

Data: 06 a 20 de fevereiro, das 18h30 às 22h

Local: UNINABUCO Recife fica localizada na Avenida Guararapes, 233, Centro

Inscrições gratuitas: extensao.joaquimnabuco.edu.br

*Da assessoria de imprensa

A nova cepa de coronavírus que surgiu na China e já preocupa o mundo pode ter-se originado em morcegos, ou cobras, de acordo com uma análise genética do patógeno que até agora causou a morte de 17 pessoas.

As teorias se baseiam na análise da sequência genômica do vírus, divulgada pelas autoridades após o surto, e dois estudos apontam para o provável papel dos morcegos.

Um estudo, publicado na terça-feira na revista "Science China Life Sciences", patrocinado pela Academia Chinesa de Ciências de Pequim, analisou a relação entre a nova cepa e outros vírus.

O estudo aponta que o coronavírus que surgiu na cidade de Wuhan está estreitamente relacionado a uma cepa existente em morcegos.

"O fato de os morcegos serem os hospedeiros nativos do Wuhan CoV (coronavírus) seria um raciocínio lógico e conveniente, embora ainda seja provável que haja hospedeiros intermediários na rede de transmissão de morcegos aos seres humanos", disseram os pesquisadores.

Esse estudo não especulou sobre qual animal poderia ter sido um "hospedeiro intermediário", mas um segundo estudo publicado na quarta-feira no "Journal of Medical Virology" identifica as cobras como possíveis culpadas.

"Para procurar um potencial reservatório do vírus, realizamos uma análise completa de sequências genômicas e comparações. Os resultados da nossa análise sugerem que a cobra é o reservatório mais provável entre os animais silvestres", observa o texto.

Os pesquisadores alertam que suas conclusões requerem "maior validação por meio de estudos experimentais em modelos animais".

Os dois estudos não explicam como o vírus poderia ter sido transmitido de animais para humanos. Pode oferecer, porém, pistas para as autoridades chinesas, que procuram a fonte do surto que contaminou centenas de pessoas no país e que foram confirmadas em locais tão distantes quanto os Estados Unidos.

O mercado onde o vírus apareceu oferece uma variedade de fauna exótica à venda, incluindo raposas vivas, crocodilos, filhotes de lobo, salamandras gigantes, cobras, ratos, pavões, porcos-espinhos e carne de camelo, entre outros.

Ontem, em Pequim, o diretor do Centro Chinês de Controle e Prevenção de Doenças, Gao Fu, disse que as autoridades acreditam que o vírus provavelmente veio de "animais selvagens no mercado de pescados", embora a fonte exata permaneça indeterminada.

A Síndrome Respiratória Aguda Grave (SARS), que deixou centenas de mortos na China, esteve relacionada ao consumo de carne de civeta asiático, um mamífero carnívoro.

Muitas espécies exóticas ainda são amplamente consumidas na China e em outros países asiáticos, onde são consideradas uma iguaria - como civeta, ou alguns ratos e morcegos -, ou por seus supostos benefícios à saúde não comprovados pela ciência.

Estudar para o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) pode ser cansativo e desgastante física, mental e emocionalmente para a grande parte dos estudantes. Esse fator piora quando a aprovação pode demorar mais tempo que o desejado para alguns alunos, seja pela concorrência do curso, número de vagas, a escola, condições financeiras, fatores emocionais, entre outras diversas variáveis envolvidas. Nesse processo, é possível que os estudantes que levam muitos anos em busca de uma vaga no ensino superior percam o estímulo para continuar tentando diante de tantas tentativas frustradas. Mas há solução. 

Até passar

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Danielle Priscilla de Oliveira é estudante de medicina por sentir, desde cedo, como os pacientes depositavam a esperança de sua melhora nos médicos e também pelo desejo de ter uma carreira com uma expectativa de retorno financeiro razoável. Nascida no interior de Pernambuco, a jovem levou cinco anos para ser aprovada e conta que parte do motivo foi o fato de estudar e morar em cidades diferentes por três anos. 

“O cursinho que fazia antes não tinha o tipo de estudo que batia com a minha aprendizagem. Depois me mudei, conheci outros profissionais e nos dois últimos anos tudo começou a fluir melhor”, contou Danielle. Fatores emocionais também tiveram algum peso com o passar do tempo mas, segundo ela, “quando você está junto de professores e amigos que te motivam e oferecem um método de ensino bom, fazem você acreditar que o momento certo vai chegar, tudo flui melhor”. 

Camila Twany tem 28 anos, levou quatro anos para ser aprovada no vestibular e se formou em medicina no ano de 2019. Ela também veio do interior de Pernambuco e conta que as defasagens de sua educação em relação ao ensino oferecido aos alunos do Recife foi um obstáculo. “Enquanto via o pessoal da capital dando um passo, eu precisava dar três ou quatro para tentar acompanhar”, disse a estudante. Apesar disso, o mais difícil para ela foi lidar com a ansiedade e com as expectativas da família a cada tentativa frustrada. 

Camila conta que os anos de 2009 e 2010 lhe trouxeram um grande crescimento em diversos aspectos, e que em 2011 algumas coisas mudaram tanto em sua rotina quanto em sua confiança. “Acreditei que a aprovação era possível. Criei um grupo de estudos e de motivação com outros dois amigos. Passei o estudo solitário para o estudo acompanhada. Isso me mantinha atualizando a matéria e me ajudava nos dias em que eu só queria poder dormir até um pouco mais tarde”, contou ela.

Foco e determinação

Carlos Massaiti Okubo é professor de física e coordenador do curso Poliedro, que prepara estudantes para vestibulares e Enem. De acordo ele, a desmotivação é um sentimento frequente entre alunos que estão há muito tempo em busca da aprovação e, como consequência, muitas vezes os alunos deixam de acreditar na própria capacidade.

Diante desse sentimento, o professor orienta os estudantes a não perderem as esperanças nem o foco. “O que eles devem fazer para combater isso é a superação. Todos têm o seu lugar ao sol, o que precisa é qualidade no estudo adequado. Não faltar às aulas, não achar que já sabe tudo de um assunto.  É como ver um filme duas vezes: têm muitas coisas de uma cena que não vemos de primeira, mas percebemos na segunda” afirmou Carlos.

Ele também destaca a importância de avaliar se o método de estudo utilizado está sendo efetivo para o estudante. “Alguns alunos estudam 10, 12 horas mas não aprendem porque o método de estudo não foi eficiente”, afirma Carlos Massaiti. Outra dica é avaliar os resultados obtidos ano a ano para, assim, perceber como foi a evolução do estudante e em quais áreas é possível melhorar mais. “No que melhorou, continua. No que não, procura a coordenação pedagógica da escola ou cursinho para entender o que ele está fazendo e buscar uma melhora”, disse o coordenador do Poliedro. 

O professor também também faz um alerta para que os alunos evitem se comparar a outros estudantes da mesma idade que foram aprovados mais cedo, lembrando que a realidade que cada um teve na escola, por exemplo, pode fazer diferença no tempo que cada um leva para conseguir alcançar a nota necessária para ser aprovado.  

Para a pedagoga e socióloga Érica Mota, o processo da aprovação começa no momento em que, ainda criança, o aluno entra na escola pela primeira vez e continua durante toda a sua trajetória. Ela explica que para entender o motivo da demora de um aluno para alcançar a aprovação, é preciso fazer uma análise histórica do processo educacional do aluno, “uma vez que o Exame Nacional do Ensino Médio cobra conteúdos, competências e habilidades que a escola não deu com maestria, especialmente a escola pública”. 

Foto: Freepik 

É comum que estudantes percam o estímulo durante as diversas tentativas, mas professores recomendam que o foco não seja perdido

Érica orienta os estudantes que se sentem desestimulados a, diante de mais uma tentativa frustrada, buscarem passar pelo primeiro momento de choque e, em seguida, entender que não é o fim da linha e se reorganizar. “Para recuperar esse projeto que não deu certo, você vai focar no treino e na dedicação. A partir disso, você vai dizer ‘eu me dediquei e estou pronto para passar’, traçar um método de estudo, trabalhar sua inteligência emocional. Se você vai entrar em algo que você sabe que é difícil, um funil estreito, você tem que entrar confiante”, disse ela. 

André Luiz é professor de biologia e, para ele, o fator psicológico é o mais determinante para estudantes que já estão tentando ingressar no ensino superior há vários anos. Na visão do educador, a aflição causada pelos anos de tentativas é o que leva à repetição de resultados negativos pois, segundo ele, “provoca um desequilíbrio que gera perda de foco e de rendimento”. 

Questionado sobre o que os estudantes devem fazer para reverter a situação, o professor André afirma que o aluno deve “ter certeza de está estudando certo e precisa de acompanhamento psicológico pois tudo passa pela confiança no que tá estudando e equilíbrio psíquico”. 

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Na tarde desta sexta-feira (3), o presidente da República Jair Messias Bolsonaro (sem partido) criticou a atual formulação dos livros didáticos utilizados pelas escolas públicas do país. Na opinião dele, o material que será distribuído até este ano e que foi elaborado em outros governos “tem muita coisa escrita”. 

“Tem livros que vamos ser obrigados a distribuir esse ano ainda levando-se em conta a sua feitura em anos anteriores. Tem que seguir a lei. Em 2021, todos os livros serão nossos. Feitos por nós. Os pais vão vibrar. Vai estar lá a bandeira do Brasil na capa, vai ter lá o hina nacional. Os livros hoje em dia, como regra, é um amontoado. Muita coisa escrita, tem que suavizar aquilo”, afirmou Bolsonaro. 

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O presidente também voltou a fazer críticas ao educador Paulo Freire, frequentemente atacado por ele e outros membros de seu governo. Na ocasião, Bolsonaro atrelou o baixo desempenho do Brasil no Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (Pisa) PISA às ideias de Freire. "Falando em suavizar, estou vendo um cabeça branca ali, estudei na cartilha Caminho Suave. Você não esquece. Não esse lixo que, como regra, está aí. Essa ideologia de Paulo Freire. O cara ficou dez anos e a garotada de 15 anos foi fazer a prova do Pisa e mais da metade não sabe fazer uma regra de três simples. Não deu certo”, disse ele. 

Ainda de acordo com Bolsonaro, os governantes de esquerda “plantaram militantes” na educação e acabaram com escolas. “O que a esquerda plantou na educação? Plantou militância. Tanto é que o pessoal vota no PT e no PSOL. A molecada [vota no] PT e PSOL. Chegou ao cúmulo de acabar com uma escola como o Colégio Dom Pedro II, no Rio de Janeiro. Acabaram com o Pedro II. Menino de saia, MST lá dentro. E outras coisas mais que não quero falar aqui”, afirmou o presidente, referindo-se à decisão do Colégio Dom Pedro II que autorizou os estudantes a usarem saia ou bermuda, independente do gênero, seguindo uma resolução do próprio Ministério da Educação (MEC).

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Um pré-vestibular comunitário fundado em agosto do ano passado por três jovens moradores do Complexo de Favelas da Maré, na Zona Norte do Rio de Janeiro, levou à aprovação de todos os estudantes em universidades públicas.

Nascido de improviso na laje da casa de um dos alunos, o UniFavela surgiu do desejo de Laerte Breno, 24 anos, que cursa letras na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Daniele Figueiredo, 24, graduanda de história na Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), e Letícia Maia, que também estuda história na UERJ, de ajudar outros jovens da favela a chegar à universidade. 

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Os jovens já ajudavam vestibulandos como monitores em uma biblioteca da comunidade e iniciaram o projeto quando Cristian Gomes, de 21 anos, que hoje cursa administração na UFRJ, cedeu a laje de sua casa para as aulas. A iniciativa era despretensiosa a princípio, mas logo o projeto cresceu e o grupo passou a precisar de mais professores e uma estrutura melhor. 

“Não foi uma ação planejada. Por coincidência, eu estava nessa biblioteca e uma amiga me pediu ajuda com linguagem para a prova da Uerj. Depois, ela apareceu com mais amigos e eu pensei que também poderia conseguir mais professores”, disse Laerte, um dos fundadores do UniFavela, ao Portal G1. 

Além das aulas, o grupo também organizava outras atividades, como saraus, oficinas de arte e arrecadações de doações para pessoas em situação de vulnerabilidade social na comunidade. O objetivo, segundo os professores do projeto, era humanizar a formação dos vestibulandos. “Nunca o nosso propósito era só a aprovação. Óbvio que tinha essa motivação, que essas pessoas estivessem na faculdade, mas o objetivo primeiro era a formação humana, de pessoas que gostem de aprender, conhecer, que tenham esse apreço pelo conhecimento e cidadania”, afirma Letícia Maia.

A estrutura improvisada, no entanto, não era o maior problema enfrentado pelos jovens na busca por educação e acesso ao ensino superior público e gratuito: a violência se mostrava um empecilho muito mais grave. A frequência de tiroteios durante a realização de operações policiais em confronto contra traficantes de drogas era um risco frequente para a segurança e integridade física dos jovens. 

“Por mais que a gente estivesse em uma laje, em um ambiente não muito confortável, muito quente, muito frio, o pior era o tiroteio. Era muito perigoso estar em uma laje na favela, né?”, recordou o estudante Cristian Gomes. A professora Daniele Figueiredo também reclamou da violência e como ela atrapalhava o andamento das aulas e o ensino do conteúdo durante o ano. 

“Eu tive várias aulas interrompidas em operação policial, precisava ligar correndo para os alunos que estavam quase saindo de casa e pedir ‘Não sai, não sai, vou ter que cancelar a aula, não sai’. Então, é uma questão muito mais preocupante a questão das operações”, disse a professora. 

Para resolver o problema, o grupo criou uma vaquinha online em busca de recursos que viabilizassem a saída da laje para um novo local. Depois que a publicação com o pedido de ajuda viralizou nas redes sociais, chegaram doações e hoje o UniFavela funciona em uma sala estruturada na sede de um projeto social na Maré. 

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As provas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2019 foram realizadas nas primeiras semanas de novembro e o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) divulgou, na última quarta-feira (18), a data em que as notas dos participantes serão disponibilizadas para consulta. Com a aproximação das festividades de Natal e Ano Novo, muitos estudantes já começam a pensar em 2020 e se dividir entre tirar algum tempo para férias e continuar os estudos.

Andréa Tabatchnick, de 21 anos, que deseja cursar medicina, já fez a prova do Enem seis vezes (duas por experiência) e conta que no início de sua trajetória definia um período de férias, mas decidiu mudar de estratégia. “Com a maturidade eu comecei a estudar logo após o resultado do Enem, já fui ao cursinho ver meus professores para saber os pontos em que eu preciso melhorar para o próximo ano, caso eu não passe”, disse ela. A estudante também explicou que, apesar de iniciar os estudos cedo, a princípio a carga de preparação é bem mais leve. 

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Já Maria Clara, de 18 anos, acabou de terminar o ensino médio e fez seu primeiro Enem ainda se decidindo entre os cursos de letras e direito. A jovem, que também fez cursinho preparatório, teve provas na escola logo após o Enem e decidiu tirar um pouco de tempo para si mesma em seguida, mas já retomou os estudos de modo mais leve. “É importante dar uma pausa para organizar mais as ideias porque parece que antes do Enem a gente sai um pouco de si, fica sensível por qualquer coisa. Eu pretendo voltar [a estudar] de forma mais intensa em fevereiro”, disse Maria Clara. 

Com a palavra, os professores

Para o professor de redação e Linguagens Isaac Melo, “o aluno deve começar a estudar para o Enem a partir do Enem, pois a aprovação é incerta”. Na visão dele, estudantes que ainda estão na escola devem fazer as provas do Exame por experiência desde o primeiro ano do ensino médio. Ainda de acordo com o professor, o aluno que já está tentando entrar na universidade deve começar a se preparar sempre no ano anterior. O objetivo, segundo ele, é avaliar as áreas com mais erros e acertos para planejar melhor os estudos durante o ano de preparação.  

“O Enem quer que você tenha um mínimo de conhecimento em todas as áreas, mas aí você tem um déficit maior em alguma e sabe disso quando faz a prova. Já a partir dali você começa a estudar. Se passar, bem, estudar nunca é demais. Se não passar, você já está encaminhado e com metade do atraso sanado”, disse o professor. 

Josicleide Guilhermino, também da área de redação e Linguagens, explica que o momento de iniciar os estudos para o próximo Enem depende de como foi o ano do estudante. “Para aquele aluno que fez o Enem este ano de forma consciente, o ideal é que aguarde o resultado e depois tome as próximas decisões caso não seja satisfatório. Agora aquele aluno que fez por experiência ou não teve uma dedicação adequada, quanto mais cedo melhor”, explicou a professora. 

A professora Josicleide também orienta os estudantes que não alcançaram resultados satisfatórios a dedicarem algum tempo para lidar com a situação. “Quando o resultado não é satisfatório, isso gera naturalmente frustração, que é do ser humano. Para esse aluno, eu recomendo um momento de uma semana para poder se reequilibrar, vivenciar esse frustração e recomeçar esse processo de estudos que ele já tinha desde o ano anterior”, disse ela. 

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A organização é um fator importante para quem está estudando, especialmente se tiver como objetivo a realização de provas de seleção, como o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), destinado a estudantes que desejam ocupar vagas em instituições de ensino superior. A montagem de um cronograma para estudos e atividades do dia-a-dia é um artifício útil para que os estudantes saibam gerenciar o tempo.

A estudante Elaine Raiza de Oliveira tem 26 anos, estuda em um curso pré-Enem e montou um cronograma de estudos para os sete dias da semana que incluem aulas, exercícios e revisões. “Se na terça tem aula de história, na segunda de manhã eu estudo o que foi abordado na semana anterior e a noite reviso o assunto da aula”, disse a estudante. Elaine, que também trabalha confeccionando laços decorativos para bebês e tem uma filha, conta ainda que montou um grupo de estudos com amigos.  

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Os professores alertam, no entanto, que não existe uma fórmula pronta que funciona para todo mundo: os cronogramas devem ser personalizados, pois cada estudante tem um perfil diferenciado que exige um cronograma distinto, pensado para as suas necessidades. De acordo com o professor de Linguagens e redação Isaac Melo, a fase da vida do candidato influencia muito na rotina e, consequentemente, no cronograma a ser montado.

Isaac explica que alunos que ainda estão no ensino médio devem dar prioridade à escola, revisar o assunto das aulas e, se fizerem cursinhos, eles devem funcionar como reforços. Estudantes que já saíram da escola podem estudar apenas em casa ou fazer cursos preparatórios. Todas essas particularidades devem ser levadas em consideração.  

“Um dia para cada matéria e na sexta precisa de um dia de prática, um dia para prova inteira do Enem, para ver o que ele sintetizou na semana. No sábado é o momento de parar e ler jornal, revista, artigo, ler para além daquele tradicional do conteúdo”, afirmou Isaac.

Saber organizar o dia de modo a ter uma boa rotina de alimentação e sono também é importante para manter a mente funcionando bem, de acordo com o professor. A redução dos níveis de estresse, segundo Isaac, também é essencial. “Claro que tem que dormir bem, claro que precisa no domingo de um espaço maior para diversão, cinema, namoro, mas precisa de compromisso com um cronograma que precisa ser de segunda a sábado no mínimo. O domingo foi feito para viver, relaxar, ver a família, sob pena de enlouquecer”, disse ele.     

Isaac explica que é necessário levar em consideração as áreas do Enem (Matemática, Ciências da Natureza, Ciências Humanas, Linguagens e Redação) para planejar os estudos distribuindo o tempo de modo equilibrado entre elas. 

“A gente precisa ler, seguir nas redes sociais jornais e revistas sérias, ler e ouvir vários lados, não ficar somente com um discurso porque o professor, o pai, o pastor disse. Leia todos os ângulos, quem concorda e quem discorda daquilo. Assim, todo sábado por exemplo senta e lê sobre aquilo. Um grande site por exemplo o LeiaJá publica todos os dias dezenas de matérias. O estudante então pode clicar no que lhe chama atenção e assim vai adquirindo ideias”, explicou Isaac.

Hedymur França tem 31 anos, é professor de geografia e desenvolveu um esquema com alguns pontos para ajudar os estudantes a organizar tanto a rotina quanto o ambiente de estudos de modo eficiente. Em um esquema ilustrado com um pequeno passo a passo com nove pontos, o primeiro é montar o cronograma de estudos, que pode ser uma tabela dividida em turnos (manhã, tarde e noite) e separada pelos dias da semana. Assista um vídeo em que ele apresenta um exemplo de como o estudante pode fazer uma tabela que, vale lembrar mais uma vez, deve ser personalizada para as necessidades de cada aluno: 

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De acordo com o professor Hedymur, o segundo ponto é ter um lugar definido para estudar, que deve ser tranquilo. É indicado não usar cama, que pode causar sonolência, e não utilizar o celular. A exceção é o uso de ferramentas educativas para estudo, apesar de que, para Hedymur, a possibilidade de o celular apresentar outras distrações é grande. 

O terceiro ponto apresentado pelo professor é respeitar o próprio tempo para descanso. Hedymur recomenda que nos domingos os estudantes busquem desenvolver atividades que tragam relaxamento, diminuam o estresse. Caso haja alguma atividade atrasada, há a possibilidade de tirar uma quantidade pequena de horas para resolvê-las e assim evitar sobrecargas durante a semana sem perder o período de repouso. 

A quarta orientação diz respeito à forma de estudar: o dinamismo, segundo o professor, é muito importante. Falar em voz alta ao estudar, formar grupos e dar pequenas aulas aos amigos, tirar dúvidas em conjunto e fazer exercícios, segundo Hedymur, são estratégias que aprimoram o aprendizado. Outra estratégia importante é entender o que gosta de estudar e deixar as matérias preferidas para os momentos de maior cansaço. De acordo com o professor, quando estamos mal e tentamos estudar assuntos que não gostamos, dificilmente o rendimento será bom e a tendência será deixar o estudo de lado. O oposto, pela mesma lógica, também é válido. 

O passo de número seis, segundo o educador, é ter o que ele chamou de “hora extra” para realizar leituras que dêem ao estudante informações que levem à construção de bons argumentos para a redação do Enem. A sétima orientação é fazer pequenas pausas de alguns minutos a cada duas horas, em média, para dar uma oxigenada no cérebro antes de retomar os estudos e, assim, evitar o cansaço mental. Ao final do processo, o professor Hedymur recomenda que o passo número 8 seja uma revisão geral de 15 a 30 minutos de tudo que foi estudado no dia. 

Em seguida, a nona etapa é parar tudo, fazer alguma coisa que o estudante goste, jantar e se preparar para dormir e recomeçar tudo no dia seguinte. “No final, o décimo ponto talvez seja a aprovação”, disse o professor. 

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Estão abertas as matrículas para o ano letivo de 2020 na Escola Municipal de Música Ladislau Pimentel, no Cabo. As vagas disponíveis são para as unidades do centro, localizada na Rua Vigário João Batista, e do bairro de Pontes dos Carvalhos, no Centro Cultural Mestre Dié. Podem se inscrever alunos a partir dos nove anos de idade. 

A Escola de Música do Cabo atende a crianças com idades a partir dos nove anos e adultos. Os cursos têm quatro anos de duração e vão de Musicalização Infantil a Básico de Música, passando por instrumentos como violão, bateria, sax, trombone, trompete, clarinete, tuba, flauta transversal e flauta doce. Não há idade máxima para participar das aulas. 

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Para se matricular é preciso levar uma foto 3X4, comprovante de residência, cópia do RG ou certidão de nascimento e declaração escolar do aluno menor de 18 anos, ou do responsável legal. Para os novatos, o prazo para matrícula será entre os dias seis e 31 de janeiro, para estudantes que já estão matriculados, a renovação se dará até o dia 24 de janeiro de 2020. 

 

Na tarde desta quinta-feira (14), a UNINABUCO - Centro Universitário Joaquim Nabuco realizou a primeira etapa do concurso “Passinho Arretado”, que premiará o grupo vencedor com bolsas de estudos. O evento foi realizado no hall da unidade Recife da instituição de ensino, na Avenida Guararapes, no centro da cidade, agitando participantes, professores, alunos e jurados do concurso.

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A competição é destinada a jovens de 16 a 24 anos, que tenham terminado o ensino médio ou estejam terminando o terceiro ano. O concurso tem três etapas antes da grande final, na qual apenas três dos 12 grupos selecionados irão competir. Além das bolsas para o grupo campeão, o segundo colocado ganha um mês de entrada grátis aos sábado na casa noturna Winner Sports Bar para cada integrante do grupo. O grupo que ficar em terceiro será premiado com um kit de brindes da UNINABUCO. 

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Marcos Vinícius Costa Garrido, 17 anos, soube do concurso através de sua família, decidindo chamar seus amigos com quem forma o grupo de passinho "Os Malocas de BV" para participar. O jovem, que está no final do ensino médio, deseja estudar enfermagem para melhorar as condições da família e queria divulgar seu grupo através do concurso. 

Dayvson José Botelho, de 18 anos, trabalha com gesso, deseja fazer o curso de direito para ajudar pessoas e se interessou pelo concurso de passinho porque almeja quebrar o preconceito de parte da população em relação à dança e ao ritmo do brega-funk. "Passinho não é crime, é uma arte. Todo mundo quer dançar, brincar, se divertir e os outros pensam que é errado. [O concurso] é bom porque as comunidades ficam mais perto uma da outra", disse o jovem. 

Já Luan Henrique Alves achou diferente ver um concurso de passinho sendo realizado em uma instituição de ensino superior. Ele se sentiu atraído pela ideia de ganhar uma bolsa de estudos. O jovem, que tem 17 anos, além de dançarino é estudante, trabalha com vendas e deseja estudar logística. 

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Nas redes sociais da UNINABUCO, os candidatos podem ir acompanhando as fases e classificados da competição. Os grandes vencedores serão conhecidos no dia 7 de dezembro.

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Guilherme Henrique Santiago da Silva tem 10 anos de idade e ficou conhecido depois que um vídeo no qual ele aparece fazendo um trabalho escolar no tablet de uma loja de shopping no Recife. O menino mora na comunidade de Entra Apulso, na zona sul do Recife, estuda na Escola Municipal Abílio Gomes e também frequenta a instituição social Instituto Shopping Recife. 

O menino conta que na escola há tablets, mas que os estudantes não tinham acesso à internet na escola, o que fez o menino ter que fazer seus trabalhos em aparelhos eletrônicos de lojas quando o Instituto não estava aberto.

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“A professora não passa muitos trabalhos, ou tenta fazer os trabalhos na escola, porque sabe que nem todos têm recursos para fazer os trabalhos em casa”, afirmou Guilherme, que recebeu doações de tablets, inclusive por parte da cantora Anitta, e explicou que será muito mais confortável poder usar o próprio tablet para os trabalhos. 

O Instituto Shopping, que presta serviços sociais à comunidade de Entra Apulso e outras áreas próximas, informou que possui um laboratório de informática com 24 máquinas, onde são oferecidas aulas em projetos desenvolvidos pelo instituto. No horário em que os computadores estão livres, a população da comunidade tem acesso aos equipamentos e estudantes como Guilherme podem, por exemplo fazer trabalhos. No dia em que o menino foi filmado no shopping, o instituto estava fechado para uma reunião interna. 

Dedicado aos estudos desde pequeno, Guilherme conta que gosta mais de ciências, inglês e matemática. O menino afirmou que a motivação para seus esforços é o desejo de ajudar a melhorar as condições de vida de sua mãe e irmãos.

Fã de K-pop, ritmo coreano que faz sucesso entre jovens brasileiros, o garoto quer fazer intercâmbio para a Coreia ou Estados Unidos, seguindo a carreira de ator e dançarino. “Gosto de estudar para ter um trabalho bom, dar um futuro melhor para minha mãe e minha família. [Eles] têm muito orgulho de mim, gosto muito de estudar por isso, quero ser alguém importante na vida”, disse Guilherme. 

Rosali Santiago do Nascimento, mãe de Guilherme, conta que sente orgulho pela sensibilidade do filho acerca das dificuldades impostas pelas condições de vida da família e pelo desejo que o menino tem de ajudar a melhorar essa realidade. “Me sinto orgulhosa. Ele vê a dificuldade que eu passo com o salário que tem para terminar o mês, o ano, comprar coisas para mim, para ele e os irmãos”, contou ela, que tem ao todo quatro filhos.

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Segundo Rosali, Guilherme tem uma rotina que alterna estudos dentro e fora da escola e do Instituto onde também é aluno com brincadeiras “que é de lei” na infância, segundo a mãe. Ela explicou que seria melhor para os estudos de seu filho se ele tivesse internet em casa, pois a conexão na casa da irmã mais velha oscila e cai com certa frequência, obrigando o menino a se deslocar em busca de internet para as pesquisas. “Os tablets ajudam, mas não são o suficiente para ele ter todo o conforto que precisa”, disse a mãe, cujo sonho é ver o filho alcançar seus objetivos profissionais.

Guilherme também afirma que para ele seria mais confortável e seguro realizar seus trabalhos em casa, sem depender da ajuda de amigos ou precisar recorrer a equipamentos de lojas. “Seria muito mais fácil se eu não tivesse que ir para a casa da minha irmã ou da minha amiga Fernanda [para usar a wi-fi]. Eu acharia muito mais legal”, disse o menino. 

A leitura também faz parte da vida do pequeno Guilherme desde cedo. Sua mãe contou que ele foi ensinado a escrever as letras antes mesmo de ir à escola, aprendendo cedo, por exemplo, a ler placas em viagens. O menino, que gosta de ler quadrinhos e é fã da Turma da Mônica, gosta de ir a livrarias e bibliotecas, mas se queixa da falta de variedade e do preço de alguns dos livros que ele gostaria de adquirir. 

“Tem livros que eu gosto e são muito caros e não dá para comprar. Vou na biblioteca e fico lendo com o meu irmão. Não encontro muito os livros que eu gostaria, mas ‘dá pro gasto’. Leio muito para treinar meu vocabulário”, contou Guilherme. 

Perguntado como se sente com toda a repercussão de seu esforço e com as doações que tem recebido para ajudar em seus estudos, Guilherme conta que em um primeiro momento se assustou um pouco, mas depois passou a sentir orgulho de si. “Eu fico feliz e muito orgulhoso por saber que eu sou exemplo para outras crianças estudarem”, disse ele.

Apesar de ter apenas 10 anos, Guilherme demonstra muita determinação e consciência quanto à importância da educação como meio de transformação de vida. 

Questionado sobre o que diria a outros jovens que, assim como ele, são estudantes, o menino busca incentivar o mesmo sentimento nas outras pessoas. “Eu diria para se esforçar por um futuro melhor. Tem muitas crianças pobres hoje, se esforce para não viver nas mesmas condições em que está hoje em dia e, quando crescer, ser alguém importante. Eu acho que estudar para ter um futuro melhor é muito importante na vida das crianças e dos adolescentes”, disse Guilherme. 

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Inclusão Digital nas Escolas

A Secretaria de Educação da Prefeitura do Recife, que é responsável pela manutenção de escolas municipais como a Abílio Gomes, onde Guilherme estuda, afirmou ao LeiaJá que o motivo da falta de conexão à internet na instituição foi o acesso a conteúdos inadequados para os alunos através dos 12 tablets disponíveis na escola. A situação foi resolvida, de acordo com a secretaria, após a repercussão da história de Guilherme, com a visita de uma equipe de informática que fez um filtro de acesso nos tablets da escola, para que os estudantes possam usar a internet apenas para fins educativos. 

Ainda de acordo com uma nota da secretaria, a inclusão digital é prioridade da gestão desde 2013 e foram investidos mais de R$ 80 milhões em tecnologia voltada à educação. “Mais de 21 mil tablets estão distribuídos entre todas as escolas de Anos Iniciais e Finais (1o ao 9o ano) juntamente com a rede de internet em todas as escolas. Desta forma, os professores podem desenvolver projetos junto com os alunos dentro das salas de aula todos os dias da semana. Caso, os estudantes precisem utilizar o material no contraturno, ele pode agendar o horário junto com o gestor da escola para não interferir nas aulas de outras turmas”, diz o texto da nota.

Diante do caso de Guilherme, um estudante que não tinha pleno acesso à tecnologia na escola nem em casa, o LeiaJá questionou a Secretaria de Educação acerca do custo dos tablets que são utilizados nas escolas e como é feita a distribuição desse material entre as escolas da cidade. Até o momento da publicação desta reportagem, no entanto, ainda não tínhamos os dados solicitados. 

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Passado o primeiro dia do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), realizado no último domingo (3), muitos estudantes se sentem como se tivessem tirado um peso das costas. E por isso, acreditam que é a vez de relaxarem durante a semana que antecede a segunda etapa de provas. Ao mesmo tempo, sentem que há necessidade de continuar com as revisões das disciplinas. Mas como manter o ritmo dos estudos sem deixar de descansar?

No próximo domingo (10), milhões de estudantes farão as provas de Ciências da Natureza e suas Tecnologias e Matemática e suas Tecnologias. Para o professor André Maia, de biologia, é muito importante que o aluno descanse, mas que pelo menos até sexta-feira, revise alguns assuntos da disciplina que geralmente caem na prova. “Assuntos como citologia, ecologia, doenças, entre outros que costumam aparecer no Enem, merecem uma revisada durante a semana. Mas depois disso, é ideal que o aluno desacelere e relaxe, pois, o que tinha de ser absorvido, já foi absorvido”, aconselha o educador.

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Na opinião do professor de química Berg Figueiredo, revisar conteúdos de Ciências da Natureza com questões interdisciplinares é uma boa técnica para estudar as matérias sem cansar. “Se você acerta uma questão interdisciplinar, você aumenta a sua pontuação em outras disciplinas. Como por exemplo, eletroquímica e radioatividade que envolvem conceitos matemático, como a regra da proporção”, explica Berg. O professor também indica assistir a séries como forma de estudo e relaxamento. "A série Chernobyl trabalha muito  radiotividade. Então, dá para o aluno revisar assistindo a série e dar uma descansada. As paródias também podem ajudar muito", conclui.

A psicóloga Karla Cabral pontua algumas maneiras de como o candidato pode conciliar os estudos com o descanso no resto da semana.

Dormir bem

Inicialmente, o aluno precisa ter boas noites de sono, principalmente porque ele já passa o dia revisando os assuntos da prova. E mesmo que o estudante queira estudar intensamente, não adianta se ele não tiver uma jornada de sono de pelo menos sete ou oito horas diárias. Não dormir bem pode interferir diretamente no rendimento mental, segundo a psicóloga. 

Alimentação saudável

Com a ansiedade em função da prova, alguns candidatos podem deixar de comer ou comer intensamente, o que pode ocasionar, inclusive, transtornos alimentares. Então, buscar comer bem, evitar gordura, entre outros alimentos que não fazem bem para a saúde é uma técnica importante a ser seguida até mesmo no dia da prova, de acordo com Karla.

Atividades de lazer

É importante se permitir ter pequenos prazeres antes do Exame visto que este é um momento de estresse intenso, de pressão social, já que se impõe como uma escolha para a vida. Por isso, é fundamental que o participante faça outras coisas para além de focar nos estudos. "Então, escutar músicas que gosta, ter momentos em família, algo que sirva como estratégia de realxamento", argumentou a psicóloga.

Trabalhar a respiração 

"Normalmente, a gente não costuma parar pra sentir a nossa respiração. Dias antes da prova e durante a prova, é recomendável respirar corretamente, de modo a ficar mais tranquilo e mais confiante", aconselha Karla.

Muitos jovens estão passando pelo período pré-vestibular e escolher uma carreira para o futuro não é uma tarefa fácil. Além de ter que escolher o curso, a preparação para as provas também gera ansiedade e dúvidas.

Nessa fase é necessário manter o equilíbrio. Escolher uma carreira que esteja em alta ou que dê uma remuneração boa não é o suficiente, ainda mais quando há dúvidas sobre gostar da profissão ou não ter aptidão para tal. "Estamos falando de décadas de trabalho em uma área, o ideal é escolher algo que goste e que haja espaço no mercado de trabalho", orienta a psicóloga da Telavita Paula Monteiro.

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Durante os meses que antecedem o vestibular, é necessário ter cuidados com a saúde física para aguentar a maratona de estudos e provas, pois as cobranças costumam vir de todos os lados: interna, da família e até de pessoas próximas. "Uma rotina saudável é fundamental neste período. O descanso, o lazer e a boa alimentação também são fatores muito importantes", indica a psicóloga.

Segundo Paula, uma dica também muito importante está relacionada aos estudos. Querer aprender o conteúdo todo em pouco tempo não é saudável, é preciso começar os estudos o quanto antes. "Não dá para aprender tudo em uma semana. Lembrando que o sono também é muito importante. Virar noites estudando e nas vésperas da prova não é o ideal", explica.

Para os pais de vestibulando este é um período onde os jovens podem se afastar e ter alterações de humor, além do surgimento de sintomas de estresse e ansiedade, que podem evoluir para confusão mental, tremores e taquicardia, os princípios da pressão psicológica. "Os pais precisam acolhê-los nesse momento, especialmente para evitar mais estresse. Isso não significa não dar dicas, mas sim evitar uma posição tirânica. Eles precisam estar dispostos a escutar e entender a situação", afirma.

Um acompanhamento com um psicólogo também ajuda a lidar com o período. O estudante poderá se sentir mais calmo, aprender como lidar com os sintomas físicos, além de poder desabafar em momentos de desespero. Durante as sessões, o jovem aprende a lidar com possíveis vitórias ou frustrações não só na vida estudantil, mas em todos os conflitos ao seu redor.

Estudar apenas na véspera da prova ou muito perto dela, tentando decorar todo o assunto rapidamente é um hábito comum a vários estudantes tanto nas escolas quanto em outros níveis de ensino. Para o professor Fernando Beltrão, que deu uma palestra sobre esse hábito de estudantes durante a 12ª Bienal Internacional do Livro de Pernambuco, realizada no Centro de Convenções do Estado, em Olinda, essa tática não funciona por diversas razões que envolvem tanto questões biológicas quanto a organização do sistema de educação. 

Perguntado sobre as razões que levam tantos estudantes a se preocuparem com o estudo para as provas apenas quando a data está muito próxima, o professor afirmou que “estudar não é uma coisa natural, tanto que nenhum bicho não estuda, né?”, e complementou o raciocínio explicando que “só estuda quem planeja, quem pensa que futuro existe e depende dos nossos acertos ou erros presentes”, mas que é comum que as pessoas ajam “como animais: não estudam porque não percebem que vai fazer toda a diferença”, segundo o professor.

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Tentar decorar todo o conteúdo pouco antes da prova, de acordo com Fernandinho, não funciona porque o volume de informação muito grande quando memorizado em pouco tempo, fica na memória de curta duração e logo é esquecido, não aprendido. “Depois que eu memorizei um pouco, porque não tem mente que aguente memorizar tudo, eu vou processar o que entrar. É importante memorizar um pouco, repetir muito, escrever, ler e pensar com tempo e planejamento", afirmou ele.

Outro ponto apresentado pelo professor para o fato de que o estudo às vésperas das avaliações é a forma como funciona o sistema educacional, é o caso de que as provas são realizadas apenas no final das unidades e do ano. Fernando argumenta que aumentar a frequência de avaliações permite perceber as lacunas de aprendizagem a tempo de corrigir os erros. 

Foto: Lara Tôrres/LeiaJáImagens

“Na véspera da prova o volume é muito, você acaba estudando porque o sistema educacional permite. Coloca a prova no fim da unidade, ou no fim do ano. O aluno vê que não sabe [o conteúdo] e não tem tempo de se corrigir, de ir atrás. A gente fica com medo de avaliação, o ideal é que faça prova todo dia. Se eu fosse ‘dono’ do Ministério da Educação, criaria prova todo dia. Não faz mal, somos testados o tempo todo, a vida toda ”, disse o professor, que também defende a necessidade de perder o medo de errar, pois cometer e corrigir erros repetidas vezes leva ao aprendizado de coisas novas. 

O recado deixado pelo professor para os alunos que têm o hábito de estudar muito próximo das provas e desejam se organizar para revisar o conteúdo de forma rotineira, planejada e eficiente é não deixar as tarefas se acumularem. “Tarefa acumulada é uma desgraça. Se você acumular vontade de beber água por uma semana, você morre. Se não tomar banho, vai feder. Tem coisas que você tem que fazer", afirmou Fernandinho, como é conheido Beltrão. 

Para o professor, estudar gostando do processo de aprendizado e integrando vários sentidos diferentes ajudam a armazenar as informações na memória de longo prazo para depois analisar e sintetizar o conteúdo visto. “O ideal é que o aluno fale, desenhe, leia em voz alta, escreva e resuma. Eu boto o aluno para trabalhar, pesquisar, ler, debater, discutir, criar alguma coisa”, explicou.  

Por fim, Fernandinho afirma que a redução da carga horária de estudos regulares, fazendo com que o aluno não somente assista às aulas mas estude e produza durante seu tempo na escola, é um caminho necessário. “As aulas atrapalham demais os alunos, assistir aula é apenas uma das atividades do aluno na escola, ele tem que estudar”, sustenta o docente.

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Quando o assunto é celular na sala de aula, não é difícil perceber uma divisão de opiniões, ao mesmo tempo em que diariamente são lançadas ferramentas tecnológicas voltadas para o ensino, não apenas com o celular como também em outras plataformas e dispositivos. Para o professor de literatura, gramática e redação Isaac Melo, já passou - muito - da hora de implementar uma mudança de perspectiva sobre a tecnologia na mão dos estudantes, a fim de que as escolas não se tornem ambientes chatos e anacrônicos para jovens nascidos em uma era digital. 

O assunto foi tema de uma palestra realizada na 12ª Bienal Internacional do Livro de Pernambuco na manhã desta quinta-feira (10). Isaac argumenta que a internet surgiu como uma arma de comunicação de guerra, mas à medida que industrialização e globalização avançaram, levando as tecnologias de comunicação online para o cotidiano das pessoas com outros usos, a educação não poderia ficar à margem desse processo. 

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Questionado sobre como o debate a respeito da integração da tecnologia ao ensino e estudo se iniciou no Brasil, o professor explicou que, a princípio, o tema começou a ser falado sem debate algum, pois a primeira postura diante da presença de celulares nas aulas foi a de veto. "O Brasil já começa proibindo por várias razões. A primeira é que a tecnologia num primeiro momento não é pensada para a educação. Quando a educação vai percebendo que não vai dar conta de dominar a tecnologia, começam a perceber que tem que tomar uma atitude em relação a ela. O mais fácil e simplista é proibir", explicou Isaac.

Essa tentativa de banir os celulares de sala de aula, conta o professor, chegou a virar até projeto de lei. Isaac é contrário à postura tanto por enxergar o potencial educativo que a integração dos celulares pode proporcionar quanto por entender que tentar manter jovens que estão imersos em uma sociedade conectada apartados dessa lógica no momento de aprender gera prejuízos, além de não ser mais possível. 

"Como é que a tecnologia cada vez mais presente na vida da gente, com dados estatísticos mostrando que jovens de 15 a 29 anos passam 12 horas por dia conectados ao celular, isso vai, claro, fazer parte da formação dessa pessoa desde a menor idade. Quando o celular está na mão, a educação também precisa estar, sob pena de a gente ter uma formação perigosa moral e intelectual dessa pessoa", defendeu o professor que também destaca a importância da alfabetização digital.   

O primeiro motivo que o professor Isaac enxerga como causador desse problema é a formação dos professores não incluir a integração de ferramentas digitais no ensino desde o princípio. Para ele, isso faz com que profissionais ensinados a dar aula em uma lógica de educação tradicional tenham resistência ou dificuldades de mudar de parâmetro. "Eu, por exemplo, fui formado para gramática, para questão de vestibular e em provas no papel, então tudo direciona o professor para pensar em de forma tradicional. Tive que aprender com colegas, trabalhando em um local de grande engajamento tecnológico", contou o professor.

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Esse comportamento, na opinião de Isaac, leva a uma perda de possibilidades em sala. "No livro tem muita coisa, tem uma imagem, trinta, quarenta, mas a internet tem milhões. 'Vamos ver um depoimento de uma pessoa que mora no RS', eu abro a internet coloco uma reportagem com uma pessoa de lá e o aluno ouve a voz dela, posso trabalhar variação linguística", explicou ele.

Os profissionais e escolas que preferem vetar os celulares, segundo o professor, muitas vezes o fazem pela dificuldade de controlar o seu uso e garantir que os aparelhos não virem instrumentos de distração com estudantes acessando outros conteúdos ou "batendo papo". Nesse sentido, Isaac afirma que o problema se resolve através do processo formativo e do apoio das famílias.

Perguntado sobre como a integração entre tecnologia e ferramentas tradicionais de ensino podem se mesclar com sucesso em sala de aula, Isaac citou como exemplo a experiência do curso preparatório para o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) e vestibulares no qual ele trabalha. "Temos uma plataforma onde o aluno acessa a redação corrigida, notas, pode assistir a aula gravada depois quando quiser e exercícios online ou presenciais”, contou ele. 

Para o professor Isaac, uma possível solução a longo prazo para a falta de integração entre tecnologia e formas tradicionais de ensino passa pela inserção de matérias ligadas ao ensino com tecnologia nos cursos de graduação que formam professores, como pedagogia e as licenciaturas, fazendo os professores enxergarem celulares e outros equipamentos como aliados e não inimigos do ensino. 

“Seria extremamente importante ensinar na faculdade como criar aplicativos, conhecer sites, perfis de redes sociais com bons conteúdos e ferramentas de celulares. Sem isso, a educação mais uma vez se tornará chata e antiquada. Quando a gente percebe o aluno torcendo para que o terceiro ano acabe, que as férias cheguem, que a aula termine, é porque a escola virou um saco”, sustenta o professor. 

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A menos de um mês para a aplicação das provas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), os feras tendem a ficar mais apreensivos. Além disso, alguns estudantes acabam deixando para estudar às vésperas da prova ou não se dedicaram aos estudos durante o ano de preparação. Apesar desses problemas, professores mostram estratégias que podem trazer esperança para os candidatos. 

Para Tereza Albuquerque, professora de redação, o fera pode utilizar recursos tecnológicos para estudar. “Para o aluno que vai começar a estudar agora o mais importante é a produção textual e fazer leituras. Se possível, conseguir um professor para fazer a correção. Caso ele não consiga, ele pode entrar em sites que corrigem redação, para ele [o aluno] ter uma noção [...] O aluno pode lançar mão de recursos tecnológicos”, conta. 

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Ainda de acordo com Tereza, saber o conteúdo mas não praticar a produção pode causar problemas. “A questão da redação está intimamente relacionada à produção textual. Por mais conteúdo que ele tenha, se não houver a produção, obviamente, ele vai ter problemas com a nota”, concluiu.

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Segundo Heron Andrade, que leciona química, o fera precisa focar em assuntos recorrentes do Exame. “O mais efetivo é tentar focar em assuntos como forças intermoleculares, na parte de ligações químicas, identificar o tipo de reação química que os átomos realizam, buscar fazer com que na parte de termoquímica”, disse o professor, ao LeiaJá.

Para ele, estudar tópicos referentes ao meio ambiente é de extrema importância para garantir uma boa nota da prova de Ciências da Natureza e Suas Tecnologias. “Na parte de meio ambiente o fera pode identificar os fenômenos relacionados à chuva ácida e à perspectiva do efeito estufa.”

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O professor de matemática Marconi Sousa enfatizou que o fera necessita concentrar seus estudos em funções. “O aluno não pode deixar de estudar as funções em geral. A função do primeiro grau, conhecida como função afim, função do segundo grau, que os alunos conhecem como quadrática”, contou.

Segundo ele, outros assuntos, como análise combinatória e probabilidade, não podem ficar de fora das revisões dos feras. “Análise combinatória e probabilidade são assuntos de álgebra que o fera não pode deixar de estudar. Até porque, ano passado, caíram cinco questões de probabilidade e uma de análise combinatória. Então, eu acho que combinatória e probabilidade vão ficar equiparadas [no número de questões] nesta edição”, disse

Ainda sobre a prova de Matemática e Suas Tecnologias, o professor Ricardo Berardo, de geometria, indicou que saber calcular a área de figuras é fundamental. “Para o fera que ainda não teve tempo de estudar geometria, tem a parte de geometria plana [...] as áreas de figuras, principalmente de corpos redondos, com cilindros, cones e esferas também são importantes”. 

Em biologia,o professor Ramon Gadelha indica que o fera estude, além de outros tópicos, ecologia. “A menos de um mês para a prova do Enem ainda dá para o fera estudar muita coisa. Mantendo o foco e direcionar àquilo que realmente é importante. Não estudar aquilo que não cai na prova, e focar naquilo que é importante como ecologia, imunologia, genética, focando em genética molecular e mutações genéticas”, contou.

Ele também indica que o candidato estude os assuntos relacionados à citologia. “Não esquecendo de citologia, transporte de membranas, das principais organelas, com foco em mitocôndrias e cloroplastos, uma vez que são organelas que têm DNA próprio e com capacidade de autoduplicação”, finalizou.

Para a professora Thais Almeida, de história, sociologia e filosogia, é importante atentar para os assuntos considerados interdisciplinares. “O fera pode estudar, agora, sobre os aspectos do mundo do trabalho e as relações de trabalhistas da revolução industrial até hoje. A questão da globalização e como a mudança na estrutura produtiva, globalizada, pode interferir nas relações sociais e nas formas de ação política”, comentou.

Thaís também indica estudar os pensadores clássicos da sociologia, Durkheim, Weber e Marx, e os também clássicos da sociologia, Sócrates, Aristóteles e Platão. “Ainda em filosofia, o fera pode estudar a filosofia moderna, que abrange a questão do empirismo e do racionalismo, nas bases da ciência moderna”. Thaís também orienta que o fera responda muitas questões e tire todas as dúvidas com os professores

Dino Rangel, professor de geografia, acredita que o fera que ainda vai começar a estudar precisa entender que ele não vai conseguir estudar tudo, mas existem tópicos que podem garantir um resultado satisfatório. “O estudante não pode deixar de estudar mapas, gráficos e análise de texto, revisar e observar projeções e olhar as notícias. O recente acordo do Mercosul com a União Européia pode cair na prova, sobretudo no âmbito da agropecuária”. 

Segundo o professor, estudar a matriz energética brasileira e conceitos de demografia pode ajudar o fera. “A questão da crise na Venezuela, que está provocando a crise migratória e demográfica na região norte do país pode ser abordada. A questão da expansão das fontes de energia renovável também têm grandes chances de ser abordada pelo Exame”, concluiu.

As provas do Enem deste ano serão realizadas nos dias 3 e 10 de novembro. No primeiro dia, os candidatos enfrentarão questões de Ciências Humanas, Linguagens e redação. Já no domingo seguinte, a prova terá questões de Ciências da Natureza e matemática.

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Medicina é um dos cursos mais concorridos nas principais universidades do Brasil. Depois da aprovação, são anos de estudo e dedicação para se tornar um profissional qualificado e pronto para cuidar da vida das pessoas. Neste processo surge a residência médica, uma modalidade de ensino de pós-graduação, instituída por Decreto Federal em setembro de 1977, para formar e direcionar os médicos para área escolhida.

Nem todos os graduados em medicina buscam por essa nova fase de formação, no entanto a grande maioria escolhe associar os estudos e os estágios com a preparação para a prova de residência médica. Cada estado e instituição de saúde divulga um edital de abertura de vagas, áreas disponíveis e critérios de seleção. Todos os médicos fazem provas de conteúdos específicos da especialidade e alguns certames podem exigir ou não avaliação curricular.

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O curso funciona nas instituições de saúde e os residentes passam a ter a orientação de médicos com grau de qualificação profissional e ética elevados. Além disso, recebem uma bolsa no valor de R$3.330,43, que pode ser arcada pelo governo federal, estados ou municípios, no caso de atuação em hospitais públicos e ampliada, conforme contratante. “O funcionamento da residência depende da rotina de cada serviço, mas eles devem cumprir uma carga horária de 60 horas por semana, independente da especialidade”, explica a coordenadora de internato em pediatria da UNINASSAU - Centro Universitário Maurício de Nassau e supervisora da residência médica em pediatria da Universidade de Pernambuco (UPE), Alexsandra Ferreira da Costa Coelho.

Anualmente, Pernambuco oferta mais de 1.300 vagas. Segundo Alessandra Coelho, os médicos são constantemente avaliados e fazem provas no decorrer da especialização. A coordenadora deixa um conselho para quem está se preparando para a seleção: “Escolher a especialidade que mais se identifique, sabendo que será um período de muita abdicação e dedicação”. 

Foi o que fez Klarissa Pimentel. Durante o ensino médio não pensava em ser médica, por conta dos pais que atuam na profissão. “Eu os via ‘ralando’ demais, se estressando muito e isso sempre me afastou um pouco dessa ideia”, contou. A jovem inclusive pensou, mesmo que vagamente, em estudar letras, mas não se via como professora e ao final terminou seguindo os passos dos seus pais. Klarissa estudou na Faculdade Pernambucana de Saúde (FPS) e durante a graduação apaixonou-se pela neonatologia, área da medicina que cuida de recém-nascidos logo depois do parto.

No terceiro ano da faculdade ela já dava plantão em uma maternidade pública do Recife e a escolha pela residência em pediatria era o caminho até a neonatologia. Klarissa fez a seleção, passou e foi trabalhar em um hospital infantil. “Eu me encantei com a 'neo'. Só que aí durante a pediatria eu conheci outras áreas”, explicou. A médica ainda cursou três anos de residência pediátrica e agora está no primeiro ano de uma nova especialização, a endocrinologia pediátrica.

 

Nada é fácil para quem que ser residente. Uma das maiores dificuldade de Klarissa Pimentel é conciliar a vida profissional, os estudos da nova residência com a vida pessoal e o casamento. Pensando no futuro mais tranquilo, ela que escolheu começar algo novo com a oportunidade de atender em ambulatórios, diminuindo carga horária e aumentando a identificação com esse setor da medicina. “Eu vi que eu gostava da assistência ambulatorial, era meu perfil essa parte de educação, de cultura e profilaxia. A gente aprende muito na prática, mas quando é a prática com alguém olhando para você e lhe ensinando, estando junto para amparar é outra coisa. Tem que estudar muito e se dedicar muito. A gente lida com vidas é uma carga muito grande. Temos que ser bons naquilo que escolhemos fazer e onde a gente mais cresce é na residência médica”, finalizou.

Em ritmo de preparação

Sonhando em conquistar uma das vagas oferecidas no estado para o próximo ano, a estudante do 12º período de Medicina da UNINASSAU Ataline Barbosa, está dedicando muitas horas do dia aos estudos, conciliando com as atividades do internato. “Percebi também que organização, planejamento e dedicação são essenciais, principalmente quando você sabe que tem que chegar em casa cansada dos estágios e só tem aquele período do dia para estudar. Por isso, sempre foco em manter minha rotina de estudos alinhada com momentos em família, descanso e lazer”, ressaltou a jovem.

Em relação a especialização pretendida, Ataline tem dúvidas do que quer seguir, contudo tem certeza que ser residente é um objetivo inicial dentro da medicina. “Penso muito em clínica médica porque essa é porta de entrada para algumas especialidades que almejo. A residência é um período de muito aprendizado, onde poderei viver novas experiências que serão enriquecedoras como profissional. O mercado atual exige cada vez mais que o médico não apenas termine a faculdade e vá trabalhar, mas que seja qualificado para enfrentar as adversidades da saúde brasileira. Por esse e outros motivos me exijo muito como estudante, para em um futuro próximo eu possa me tornar uma excelente médica”, finaliza.

Fotos: Arquivo pessoal

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