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Caso as eleições para a Prefeitura do Recife ocorressem neste domingo (30), Marília Arraes (PT) e Mendonça Filho (DEM) seriam os candidatos que alçariam ao segundo turno, de acordo com a pesquisa encomendada pelo PDT. O levantamento também aponta que o deputado federal João Campos não seria eleito e o PSB perderia a gestão municipal após oito anos de mandato.

A deputada federal Marília Arraes (PT) lidera a lista de postulantes com 19,9% das intenções de voto dos recifenses, segundo a estimativa. Ela é seguida pelo ex-ministro da Educação Mendonça Filho (DEM), que seria escolhido por 13,5% dos eleitores. Com apenas 0,1% a menos, o deputado federal Daniel Coelho (Cidadania) fecha a tríade de melhores posicionados.

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Já João Campos (PSB), responsável por tentar manter o PSB no comando do município, aparece com 10,3% das intenções. Com duas opções, o PDT aposta em Túlio Gadêlha e Isabela Roldão para vencer o pleito, entretanto a pré-candidata conquistaria apenas 1,1% do eleitorado. Já o deputado federal teria 8,6% das intenções de voto e, caso fosse apoiado por Ciro Gomes, assumiria o 3º lugar com 13,6%.

A maior parte dos candidatos da direita, segundo a pesquisa encomendada pelo PDT, aparecem nas últimas posições, encabeçada por Patrícia Domingos (Podemos) com 6,4%; Marco Aurélio (PRTB) com 2,1%; Alberto Feitosa (PSC) com 2% e Charbel Maroun (Novo) com 0,2% do eleitorado a seu favor.

A pesquisa foi realizada pela Datamétrica no dia 20 de agosto e ouviu 600 eleitores recifenses foram entrevistados. Do total, 13,1% garantiram votos brancos e nulos, e 3,5% não responderam. A margem de erro do estudo é de 4%.

Por meio de nota, membros do PT no Recife defenderam a candidatura própria do partido à prefeitura da capital pernambucana, cotando Marília Arraes para o pleito. Entre os dias 27 e 28 de jumho, o Diretório Municipal do partido, durante o encontro municipal da instituição, teve as eleições de 2020 como pauta.

A direção nacional do PT já havia defendido a candidatura própria, tendo sido aprovado o nome de Marília Arraes, em março deste ano. “Esta decisão encheu de ânimo a militância em nosso Estado e no Recife. Marília desponta como uma das pré-candidatas mais competitivas e se coloca em condições de disputa para levar o PT a governar a nossa cidade”, manifestou-se o Diretório.

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Confira a nota íntegra:

“Nota de Esclarecimento

Aos petistas e à sociedade recifense

O Diretório Municipal do PT-Recife realizou nos últimos dias 27 e 28 de junho seu encontro municipal, para discutir e deliberar sobre as eleições 2020.

Para o Recife e todas as capitais, além de cidades com mais de 200 mil eleitores, a decisão sobre tática eleitoral precisa ser acompanhada e homologada pela Direção Nacional, tendo em vista as estratégias de um partido orgânico e com abrangência nacional como é o PT.

Para o Recife e outras capitais, por considerações e análises feitas, a definição foi tomada pelo Diretório Nacional, em março de 2020, optando-se por candidaturas próprias e na nossa cidade, pelo nome de Marília Arraes.

Indiferente às instâncias partidárias superiores, o DM-Recife convocou o seu encontro municipal com a pauta de tática eleitoral. Foi advertido, a tempo, pelo Grupo de Trabalho Eleitoral do PT Nacional, que esta seria uma decisão absolutamente inócua, por ferir deliberações superiores e que a Direção Nacional já havia definido por candidatura própria, sendo a deputada Marília Arraes aprovada como candidata. Esta decisão encheu de ânimo a militância em nosso Estado e no Recife. Marília desponta como uma das pré-candidatas mais competitivas e se coloca em condições de disputa para levar o PT a governar a nossa cidade.

Cumprir decisões nacionais não é novidade para o PT de Pernambuco e do Recife, a despeito de contrariedades locais. Recentemente foi assim nas eleições municipais de 2012 e nas eleições estaduais de 2018.

Por isto, também, nos estranha a resolução aprovada, que além de tudo é inacabada, submissa e mesquinha.

É inacabada, porque não se refere, em um parágrafo sequer, a propostas para o Recife e a prioridades municipais que o PT formula para si ou para apresentar a seus aliados.

É inacabada, também, porque o encontro não dedicou uma linha da resolução à chapa de vereadores e vereadoras, estratégia fundamental para o PT. É submissa, porque se oferece para uma pretensa aliança sem valorizar o tamanho do PT e a importância que tem o nosso partido no combate a Bolsonaro e seu governo, tema certamente presente nas eleições municipais.

É mesquinha, ao citar a ausência da pré-candidata Marília Arraes e dos nossos delegados e delegadas, omitindo que a posição política de não participar foi fruto de seguidas negativas de diálogo por parte do grupo majoritário, buscada por nós e pela Direção Nacional.

Os delegados identificados com a defesa da candidatura própria, de Marília Arraes, aprovada no dia 13 de março de 2020, estavam prontos para participar do encontro, se as condições de respeito às deliberações superiores do PT, estivessem garantidas como foi proposto e explicitado. Ir a um encontro, cujo único objetivo seria a demarcação de posição política já sobejamente externada pela imprensa, se constituiria para nós, na legitimação de uma afronta ao PT, às suas decisões e as instâncias.

Seguimos firmes na defesa do nosso partido e desejando que as próximas etapas do processo eleitoral ssejam cumpridas com rigor partidário, reafirmando a decisão do Diretório Nacional. Fora Bolsonaro e seu governo Marília Prefeita do Recife

Recife, 28 de junho de 2020

Assinam:

Teresa Leitão – membro do DN/PT

Sheila Oliveira – membro do DN/PT

Múcio Magalhães – GTE Nacional

Carmem Dolores - Delegada ao Encontro Municipal

Felipe Cury - Delegado ao Encontro Municipal do Recife

Sephora Freitas - Delegada ao Encontro Municipal do Recife

Sheila Samico - Delegada ao Encontro Municipal do Recife

Renato Santos - Delegado ao Encontro Municipal do Recife

Ygor Lima - Delegado ao Encontro Municipal do Recife

Joelson Souza - Delegado ao Encontro Municipal do Recife

Raissa Rabelo - membro da Executiva Estadual

Glaucus Lima - membro da Executiva Estadual

Edmilson Menezes - membro da Executiva Estadual

Cristina Costa - membro da Executiva Estadual

Victor Fialho - membro da Executiva Estadual Fernando Ferro - ex deputado federal"

Os repórteres especiais Marília Parente e Jorge Cosme. (Divulgação)

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Os repórteres especiais do LeiaJá, Marília Parente e Jorge Cosme, estão na final, respectivamente, do 1º Prêmio de Jornalismo Cultural Cristina Tavares de Jornalismo e do 25º Prêmio Cristina Tavares de Jornalismo do ano de 2020, promovidos pela Companhia Editora de Pernambuco (Cepe) e pelo Sindicato dos Jornalistas de Pernambuco (Sinjope). Marília disputa a categoria de cultura com a reportagem especial “A poesia e a consciência negra de Solano Trindade”, enquanto Jorge concorre na categoria “Charge” com o trabalho “E aí ele disse”. Devido à pandemia da Covid-19, os vencedores serão anunciados em live no dia 16/06/20, às 20h30, nas redes sociais do Sinjope e da ABBC Comunicação, também parceira na realização dos prêmios.

“Solano Trindade é uma figura central para entender a cultura brasileira e pernambucana. Negro, multiartista e comunista, foi preso e censurado pela ditadura militar. Fico muito contente em saber que sua voz segue ecoando e despertando interesse, assim como a pesquisa e os documentos que publiquei, que considero importantes para entender sua trajetória”, comemora Marília Parente. A reportagem, publicada em 20 de novembro de 2019, aborda a vida do poeta, artista plástico, ator e dramaturgo pernambucano, desde a primeira infância, no centro do Recife (PE), até a morte, na cidade do Rio de Janeiro (RJ).

Já a charge “E aí ele disse” foi publicada em janeiro de 2019, quando o presidente Jair Bolsonaro assinou o decreto Nº 9.685, que permite que cidadãos brasileiros com mais de 25 anos possam comprar até quatro armas de fogo para guardar em casa. A publicação foi charge da semana no LeiaJá e circulou nas redes sociais do veículo.

Confira os finalistas na íntegra:

CRIAÇÃO GRÁFICA:

COPA AMÉRICA – EDUARDO MAFRA

FÉ NO MORRO – EVERTON ODILON

SEGUNDA CHANCE – MARYANA MORAES

CATEGORIA – FOTOJORNALISMO:

DESAMPARADO – PEU RICARDO

DESGOVERNADO – BRUNO CAMPOS

NOVAS MANCHAS – LEONARDO MALAFAIA

CATEGORIA – ILUSTRAÇÃO/CHARGE:

ADEUS BRENNAND – MIGUEL FALCÃO

CARNAVAL JÁ ESTÁ ENTRE NÓS – THIAGO LUCAS

E AÍ ELE DISSE – JORGE COSME

CATEGORIA – INTERNET:

AFRONTAR – ANA MARIA MIRANDA

NOVA ROTAÇÃO – ROBERTA SOARES

SUAPE PELO AVESSO – INÁCIO FRANÇA

CATEGORIA – RADIOJORNALISMO:

IDENTIDADES – FERNANDO SEABRA

MOBILIDADE 4.0 – ANDERSON SOUZA

NOCHE BUENA – ALEXANDRA TORRES

CATEGORIA – TEXTO – Reportagem e Reportagem com Desdobramento:

CONSUMO DE ALCOOL CRESCE ENTRE OS JOVENS – SÍLVIA BESSA –

ESSE QUILOMBO EM PE ESTÁ CERCADO DE ÓLEO POR TODOS OS LADOS – MARIAMA TEIXEIRA

SOB FOGO CRUZADO – MARCIONILA TEIXEIRA

CATEGORIA TEXTO – Séries e Cadernos Especiais e Séries de Reportagens:

FLAGELO QUE SÓ FAZ CRESCER – CIARA CARVALHO

ÓLEO NO NORDESTE – RAISSA EBRAHIM

PRIMEIROS PASSOS – ANA MARIA MELO

CATEGORIA – VIDEOJORNALISMO:

30 ANOS DA OBRA DE MARIA – ISLY VIANA

O RECOMEÇO DOS VENEZUELANOS – WAGNER SARMENTO

TRABALHO NÃO PODE SER INFANTIL – GEOVANNA TORREÃO

CATEGORIA ESTUDANTE – 25º PRÊMIO CRISTINA TAVARES DE JORNALISMO

CATEGORIA – FOTOGRAFIA

Crianças vivem em cima do túnel – Tarciso Augusto

Esperança no Sertão – Leandro Santana

Tragédia de Natal – Leandro Santana

CATEGORIA – TEXTO – Reportagem e Reportagem com Desdobramento

A estatização de Deus – Anna Thamires

A história não contada de Dona Maria- Camila Sousa Carvalho

Torcedoras com deficiência evidenciam… – Julia Maria Rodrigues

CATEGORIA – VIDEOJORNALISMO

Amaro Freitas – O piano como extensão da alma

Suzanna Borba (Re)viver Muribeca – Sharon Baptista

Quem pôde chegar onde a gente chegou – Rostand Tiago.

1º PRÊMIO DE JORNALISMO CULTURAL:

CATEGORIA PROFISSIONAL:

A POESIA E A CONSCIÊNCIA NEGRA DE SOLANO TRINDADE – MARILIA PARENTE

ESPECIAL FRANCISCO BRENNAND – EMANUEL BENTO

FUTURO MELHOR COM A LEITURA – RAFAEL DANTAS

CATEGORIA ESTUDANTE:

ATRÁS DO FILME PERDIDO – ROSTAND THIAGO

CICLO HISTÓRIAS PELO RECIFE – VICTORDOS SANTOS

NO REINO DE ODIM – YURI EUZÉBIO

 

Em ranking anualmente publicado no Portal dos Jornalistas, os repórteres especiais do LeiaJá Nathan Santos e Marília Parente figuram entre os jornalistas mais premiados do país no ano de 2019, dividindo a 12ª posição no ranking dos profissionais que atuam na região Nordeste. Na mesma colocação, figura a repórter Eduarda Esteves, que atuou no veículo no ano avaliado.

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“Agradeço ao LeiaJá pela confiança em mim e em minhas sugestões de pauta, que nem sempre são de fácil execução. Tenho 25 anos e já estar entre tantos bons profissionais de todo o país é uma honra. Fico muito surpresa e grata pela lembrança de meu nome nessa lista”, comenta a jornalista Marília Parente.

Já Nathan Santos lembra que as produções da equipe são constantemente destaque entre prêmios de jornalismo de todo o país. Em 2019, o LeiaJá venceu prêmios como o MPT de Jornalismo na categoria Regional, MPT de Jornalismo na categoria Nacional, MPT de Jornalismo na categoria Grande Prêmio, Urbana de Jornalismo na categoria online, Urbana de Jornalismo na categoria Grande Prêmio e Conif de Jornalismo. "Me sinto honrado em ter a oportunidade de trabalhar com jornalistas talentosos e que acreditam no jornalismo como um instrumento social essencial para o País. É gratificante saber que as nossas reportagens abordam pautas marcadas pelos principais problemas do Brasil, bem como é uma felicidade grande ter as nossas produções entre as mais premiadas", comemora Santos.

Marília Parente carrega em seu currículos os prêmios do MPT, Urbana de Jornalismo e Conif de Jornalismo, além de ter sido finalista do Prêmio Cristina Tavares de Jornalismo. Nathan Santos já venceu os seguintes prêmios: Sebrae de Jornalismo, Correios de Jornalismo, Urbana de Jornalismo, Conif de Jornalismo, NHR de Jornalismo, MPT de Jornalismo, por duas vezes, Fecomércio-PE de Jornalismo e Prêmio Abrafarma de Jornalismo, por duas vezes, além de indicações para o CNT, Cristina Tavares de Jornalismo e Prêmio Estácio de Jornalismo.

Confira algumas das produções do LeiaJá premiadas em 2019:

Especial Trabalhador

Patrimônio afetivo, história ferroviária padece na RMR

Além da técnica: a função social dos institutos federais

'Cidade do Medo' e da resistência

Infância sem cor

Assistência farmacêutica instiga 'revolução' na saúde

Fase musical final do artista foi predominante roqueira, com a banda jaboatonense "Má Companhia" ou outros amigos de Candeias. (Nemo Côrtes/cortesia)

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Uma casa colorida, repleta de amigos, música, quadros e de portas invariavelmente abertas. É assim que os frequentadores do “aparteliê” de Lula Côrtes em Candeias, no município de Jaboatão dos Guararapes, Região Metropolitana do Recife, descrevem o local escolhido pelo multiartista recifense para viver seus últimos anos de vida. Àquela altura, o mundo inteiro já cabia na cabeça de um pirata que se recusava a deixar de vislumbrar o mar como possibilidade máxima de conexão com outros sons e povos. Dado à uma incorrigível informalidade, Luiz Augusto Martins Côrtes logo entraria para história da música como Lula Côrtes, parceiro de Zé Ramalho em Paêbiru (1975), que conduziu com sua cítara marroquina (apelidada de “tricórdio”) pelas veredas da música experimental nordestina, reencontrando as origens árabes das escalas e timbres locais. Caso estivesse vivo, Lula completaria 70 anos neste maio de 2019, e certamente ainda moraria em Candeias.

“A casa de Lula era assim: se eu chegasse lá oito horas da manhã, começava a fazer alguma coisa. Quando davam 10 horas, ele me chamava para fazer um peixe e eu ia ao mercado comprar um uísque ou uma cana, quando a gente estava nas vacas magras. Aí poderiam chegar pescadores, as amigas dele ou Zeca Baleiro”, brinca Igor Sales, amigo com quem Lula Côrtes dividiu uma de suas moradas em Candeias, além de seu “digitador oficial”, ocupação que derivou da recusa do artista de deixar a escrita à mão. Estudante de comunicação, Igor se aproximou do gênio pernambucano durante as farras em Candeias. Sempre bem frequentado, o apartamento de Lula no bairro, segundo Igor, chegou a ser visitado pelo falecido príncipe da Holanda Johan Friso e por um dos guitarristas dos Rolling Stones, Ronnie Wood, que também era afeito à pintura. “Ele chegou a pintar um quadro pequenininho em Candeias. Lula guardou esse objeto por um tempo, na parede. Depois que morreu não sei onde foi parar”, lamenta Igor.

Assista ao Minidocumentário "Além-mar: os últimos anos de Lula Côrtes em Candeias":

À época, Igor era um estudante de comunicação perdido, interessado em desenvolver seus conhecimentos em pintura, uma das muitas artes que o “mago de Candeias” dominava. “ fizemos um acordo: ele me ajudaria a pintar e eu digitaria no computador os manuscritos dele. Na época, eu tinha uma banda de rock, chamada ‘Transmissão Clandestina’, e ele gostava e tinha muito essa atitude rock n’roll. Era um cara que rasgava a camisa em cima do palco, tomava uma e descia para arengar com alguém no público”, diverte-se Igor.

Apesar disso, ele destaca que o período em que conheceu Lula foi de altos e baixos para o artista. “Ele descobriu um câncer, não sei se foi depois disso que passou a viver um dia de cada vez. Se ele pegasse uma grana agora, a gente ia almoçar num restaurante, depois ia tomar uma não sei onde e, caso chegassem outras pessoas, ele fazia tudo de novo. Agora também acontecia de a Celpe vir e cortar a luz, porque ele esquecia de pagar, ou de faltar comida. Muitas vezes, eu e outros amigos chegamos junto com marmitas”, lembra.

"Digitador oficial": Igor colocou no computador três livros inteiramente manuscritos por Lula. (Júlio Gomes/LeiaJá Imagens)

Paralelamente às oscilações financeiras, Lula parecia produzir como nunca, na música, na literatura e nas artes plásticas. Depois de domar a rebelde caligrafia do artista, por vezes vomitada por fluxo criativo contínuo em enormes folhas de papel A3, Igor calcula ter digitado e ter sido o primeiro a ler pelo menos três livros de Lula Côrtes, alguns deles ainda inéditos. “Ele tinha umas sacadas muito boas e obras interessantíssimas de ficção e poesia. Só que ainda mais interessante do que consumir a obra, era conviver com ele. Era um cara com quem eu aprendia o tempo todo”, completa.

O papa de Candeias

Blusão, sunga e uma rede de pesca. Era só o que Lula Côrtes costumava carregar no corpo em suas andanças diárias à beira do mar de Candeias. Entre os lugares onde era quase certo encontrá-lo estavam a antiga peixaria, o Bar do Rock e o Bar do Xexéu, onde costumeiramente tocavam amigos da cena local como Morcego, Beto Kaiser e Xandinho, membro da Má Companhia (última banda de Lula Côrtes) até hoje. “Abri o bar na orla e, como sou músico, outros artistas passaram a frequentar o espaço. Lula virou uma peça fundamental aqui no bairro, era um ícone da música. Para a gente era uma satisfação tê-lo conosco”, lembra o músico Carlos Roberto Xavier, conhecido como Xexéu.

Bar do Xexéu era parada certa de Lula Cortês em Candeias. (Xexéu/cortesia e Júlio Gomes/LeiaJá Imagens)

Com diversos interesses em comum, Xexéu e Lula passaram a se encontrar quase todo dia. “A gente ia andando até o rio, para pescar tabocas. Às vezes, quando ele via que estavam batendo ondas, tirando o referencial pelo Pico dos Abreus, vinha me encontrar no mar. Sabia que eu estaria pescando lagosta e a gente cozinharia junto”, comenta Xexéu. Para o músico, a rotina mudou radicalmente em decorrência de efeitos ambientais negativos causados pela construção do Porto de Suape. Outras intervenções humanas intensificaram os efeitos do avanço do mar e algumas partes da orla do bairro perderam toda a faixa de areia. “Lula sentiu impacto disso tanto quanto nós, locais. Por um tempo, não pudemos mais andar na praia, porque fizeram aterros com areia do fundo do mar, com cascalhos, e até do rio, que algumas pessoas diziam ter micróbios e bactérias. O prédio dele chegou a ter o muro derrubado pelo mar, o que o deixou assustado”, relata Xexéu.

Cada vez mais engajado à cena musical de Candeias, Lula passou a sentir a necessidade de interferir de forma ainda mais profunda na vida do bairro. De acordo com a produtora, jornalista e amiga do artista, Ana Patrícia Vaz Manso, o músico chegou a fundar uma Organização Não Governamental (ONG) chamada Sociedade de Arte Lula Côrtes (SALC). O objetivo da iniciativa seria o de utilizar o espaço de uma das casas em que morou para oferecer oficinas culturais. “Só que a vida dele era de muitas fases e as doenças atrapalharam um pouco esses planos. Apesar disso, ele foi padrinho de várias bandas aqui em Candeias e um verdadeiro embaixador da arte e da cultura de Jaboatão dos Guararapes”, frisa.

Contrastes: o Lula "rocker" foi o mesmo Lula que conquistou o título de cidadão Jaboatonense e assumiu a gerência de cultura da cidade. (Nemo Côrtes/cortesia e Xexéu/cortesia)

O ativismo rendeu ao artista o Título de Cidadão Jaboatonense, concedido no dia 3 de dezembro de 2004, pela Câmara Municipal de Jaboatão dos Guararapes. Aos 55 anos, Lula recebeu a homenagem em estado de profunda emoção, segundo relatam amigos. “Para ele, isso daí foi tudo. Lula abraçou esse lugar como se fosse filho do litoral de Candeias”, completa Xexéu.

Retomada

A todo vapor entre seus últimos anos de vida, 2010 e 2011, Lula Côrtes conciliava o novo cargo de gestor de cultura de Jaboatão dos Guararapes com a conclusão dos livros “Aparição”, “Na Casa de Praia” e “Jardim do Éden”, montava novas exposições e pretendia lançar um álbum triplo intitulado “Tarja Preta Lula Córtex Mil Miligramas” com a “Má Companhia”. O trabalho teria nada menos do que 36 músicas, mas não foi concluído nem lançado. “Ele descobriu uma hepatite e a urgência de parar de beber e fumar, então parecia que ele sabia que ia partir e queria deixar muita coisa encaminhada. Após algumas tentativas se viu mal, não estava conseguindo encarar o caminho do cuidado. Foi muito importante para mim quando ele disse: ‘eu vou morrer de viver’”, lembra Nemo Côrtes, filho caçula do artista com a médica Alcione Móes.

Em sua casa, no bairro da Várzea, Zona Oeste do Recife, Nemo ainda guarda um violão antigo, quadros e vários manuscritos do pai". (Chico Peixoto/LeiaJá Imagens)

Diante do estado de saúde do pai, Nemo tomou, aos 21 anos, a decisão de se mudar para Candeias. “Eu e minha mãe morávamos no Janga e meu pai tinha tido um ‘bocadinho’ de ausência na minha criação, acho que por causa dessa vida de artista e da própria imagem do homem que reproduz essa alienação. Nosso contato acabou sendo de final de semana”, completa. Para Nemo, o processo de “reconexão” com o pai foi mais do que bem-sucedido. “Foi lindo. Era acordar de manhã, fazer um cafezinho, cuscuz e ovo, para dar aquela força e aí começava o dia. Talvez a pintura fosse o principal eixo de trabalho dele, desde as questões de subsistência à dedicação de horas por dia. Ele tem uma produção que alguns pesquisadores estimam ser de mais de mil obras”, comenta Nemo.

Dentre as temáticas do pai, que iam de coleções como o “Diário Político Poético”- que retratava o cotidiano de localidades como Candeias- a telas que retratavam o zodíaco, Nemo escolhe a dos “atípicos” como predileta. “Nos anos 1970, meu pai e Kátia Mesel, sua esposa na época, fizeram uma viagem por países como Marrocos, onde ele descobriu o tricórdio e a temática musical do nordeste oriental, Portugal e Espanha, inclusive passando por Girona, cidade em que Salvador Dalí morava. Meu pai bateu na porta dele e passou um tempo morando lá”, conta.

De fato, o mestre catalão do surrealismo costumava receber artistas de todo o mundo em sua excêntrica mansão. Talvez tenha sido ele uma das maiores influências do Lula Côrtes pintor. “Meu pai dizia que a coisa mais importante que aprendeu com Dalí foi a limpar os pincéis, que era essencial saber fazer isso. O tema dos atípicos vem desse encontro. É uma viagem com as plantas, os órgãos sexuais, umas coisas meio fálicas ou vulvas”, explica.

Versátil também na pintura, Lula ia do surrealismo a composições paisagísticas. (Betânia Gomes/cortesia)

Agora, Nemo inicia, com alguns parceiros, os trabalhos da Rede Lula Córtex, cujo objetivo é o de resgatar inéditos e divulgar a obra de seu pai. “Ele já tinha demonstrado interesse na criação de um instituto ou algo que perpetuasse o trabalho dele. O projeto leva o nome do trabalho inacabado com a Má Companhia. Na área de literatura já temos três romances revisados”, coloca. Além disso, o grupo se prepara para lançar o “Atípicos”, um mapeamento que objetiva fazer uma cartografia da produção de Lula nas artes plásticas. “Aproveito para pedir a quem tiver alguma obra dele para entrar em contato com a rede, porque vamos catalogar esse material e disponibilizar tudo em um acervo virtual”, apela Nemo.

Peixaria de Candeias

Uma semana antes de morrer em consequência de um câncer na garganta combinado à hepatite, em março de 2011, Lula participou, junto com o músico Zé da Flauta, do show “Vivo!”, de Alceu Valença, em São Paulo, com a proposta de relembrar a estética udigrudi pela qual os três militaram nos anos 1970, ao lado de nomes como Flaviola, Zé Ramalho e da banda Ave Sangria. Sua relevância inquestionável para a música brasileira e mundial (até hoje, seus discos são disputados às tapas por colecionadores estrangeiros) lhe rendeu uma estátua que eterniza sua postura contemplativa diante do mar. Acomodada em um dos batentes que circundam a atual peixaria de Candeias, a estrutura de 1,30m é assinada pelo artista plástico Junior Bola e foi inaugurada no dia 11 de março de 2017. Apesar disso, as partes do concreto que representavam o tricórdio e os braços do artista foram arrancadas por vândalos.

Estátua está em más condições e Peixaria sofre com falta de estrutura e insegurança. (Júlio Gomes/LeiaJá Imagens)

Em termos gerais, a destruição da estátua é só mais um signo do abandono enfrentado pelo tradicionalíssimo Mercado do Peixe, onde atualmente resistem seis peixeiros. Um deles, sem se identificar, disse à reportagem do LeiaJá que as condições de trabalho são atrapalhadas por fatores como a insegurança e a falta de banheiro químicos. No local, a reportagem do LeiaJá encontrou apenas um banheiro químico, que é compartilhado com os transeuntes. “Eles demoram muito para higienizar. Além disso, já fomos vítimas de dois arrombamentos e três assaltos. Por isso, tivemos que começar a fechar a peixaria mais cedo”, lamenta o trabalhador.

Há dez anos, durante a gestão do prefeito Newton Carneiro, os peixeiros foram transferidos para um box a alguns metros da estrutura original, para viabilizar a construção do calçadão de Candeias. Jaboatão, cujo nome vem de “Yapoatan” (do indígena, uma árvore comum na região, utilizada para construir barcos), viu um voraz processo de urbanização substituir as vilas de pescadores por arranha-céus à beira mar, alterando completamente a cadência de Candeias, dentre outros bairros. “Não existe mais a festa do Dia do Pescador, no dia 29 de junho, que era super tradicional na Peixaria. Era dia de sair uma procissão marítima que ia até a Igreja de Piedade e voltava com a imagem de São Pedro. Eu acredito que acabou por falta de incentivo e pelo fato de os pescadores estarem sendo cada vez mais segregados”, comenta o produtor Leonardo Batista, um dos membros do movimento Ocupe Peixaria, cuja pauta gira em torno da revitalização do espaço e sua utilização para finalidades culturais.

Produção do Ocupe Peixaria em reunião de planejamento para organização de evento no espaço. (Júlio Gomes/LeiaJá Imagens)

Amigo e músico parceiro de Lula Côrtes, Allen Jerônimo é um dos moradores de Candeias que está elaborando um projeto de revitalização para a estátua e a Peixaria. “Isso aqui passou muitos anos abandonado, então criamos um grupo chamado 'Somar'. No apanhado que estamos construindo, constam todas as ocupações culturais que estamos promovendo para chamar atenção da prefeitura para o espaço. É nossa forma de mostrar que é viável e que o local pode ser frequentado”, explica Allen.

O sonho de transformar a Peixaria em um espaço cultural que conviva com os peixeiros parece ter sido herdada pela juventude do bairro de seu mais prodigioso mestre. “Lula conversava muito comigo sobre o sonho de criar um palco aberto para os artistas de Candeias. Ele adoraria isso aqui”, conclui Xexéu.

A deputada federal Marília Arraes (PT) afirma que vai se manter “fiel” aos seus princípios e estar “ao lado certo da história”, mesmo que seja o mais duro ou difícil. Em mais uma entrevista concedida ao LeiaJá, a petista também falou que o legado do ex-governador Miguel Arraes não é de uma pessoa. “O legado de Arraes não é de uma pessoa ou de uma família. Muito pelo contrário. Ele é do povo de Pernambuco. É do povo Nordestino”. 

“Tenho muito orgulho de ser neta de quem sou. Mas para mim, assim como para Arraes, política não é assunto de família. Claro que há sim a empatia das pessoas. Mas o desejo de mudança e o enxergar em nosso projeto uma chance real de mudar a atual situação do Estado foi, sem dúvida, o principal motor dessa conquista”, ressaltou, acrescentando. 

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A parlamentar também falou que o legado de Arraes vive em todos os que lutam pela democracia, direitos e conquistas do povo e acrescentou que ninguém conseguiria, sozinho, levar o legado adiante. “Minha tarefa, como parlamentar, é me manter fiel aos meus princípios, sempre com foco em trabalhar para o que é melhor para nossa população. É estar do lado certo da história, mesmo que ele seja o mais duro, o mais difícil”. 

Marília ainda ressaltou que não se preocupa com comparações. “E nem com críticas porque isso faz parte da vida de qualquer pessoa que viva a política parlamentar. Não me assusta e não me preocupa”, disse.

A deputada federal Marília Arraes (PT) continua a criticar o presidente Jair Bolsonaro (PSL). A petista, em entrevista concedida ao LeiaJá, insistiu que o governo do militar quer “destruir” conquistas alcançadas ao longo do tempo. Ela voltou a ressaltar que vai continuar na oposição “lutando” contra o que chama de desmonte. 

“Trata-se de um governo que quer desmontar, destruir, direitos e conquistas históricos. O presidente e seu grupo defendem pautas que afetam diretamente e negativamente os trabalhadores, as mulheres, a população LGBT e os direitos humanos de forma geral”, alertou. 

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A neta do ex-governador Miguel Arraes falou que o problema não é o presidente em si. “Não se trata de uma pessoa. É uma forma de pensar e agir que representa um projeto que não é o que eu defendo e acredito”. 

Arraes também falou que Bolsonaro tem “priorizado” a defesa de interesses de grande e poderosos grupos em detrimento de prejuízos inomináveis à nossa população. “Por isso vou estar na oposição para lutar contra tudo isso”, reiterou. 

Com relação ao âmbito estadual, a deputada falou que, como parlamentar, seu foco é trabalhar em benefício do Estado. “Os pernambucanos e pernambucanas poderão contar comigo para todas as pautas que são importantes e benéficas para o Estado. Não estamos falando de sintonia e sim de responsabilidade com Pernambuco”. 

Ainda na entrevista, questionada sobre qual é a sua avaliação a respeito do governador Paulo Câmara (PSB), a petista foi direta. “Fui oposição à reeleição do governador e continuo na oposição”.

Eleita com quase 200 mil votos, a deputada federal Marília Arraes (PT) tem muito o que comemorar após ter sido rifada para disputar o cargo de governadora de Pernambuco no pleito do ano passado: ela foi a segunda mais votada em Pernambuco ficando atrás apenas do recordista João Campos. Em entrevista concedida ao LeiaJá, a parlamentar prometeu lutar mês a mês pelos pernambucanos. 

“Agradeço o apoio e confiança e garanto que lá em Brasília estarei lutando por cada um e cada uma que vive em nosso Estado independentemente de ter ou não votado em nosso nome. E repito o que sempre tenho dito. Estarei sempre disposta a lutar pelo que é melhor para a nossa população, seja dia ou noite, semana a semana, mês a mês, ano a ano”, prometeu. 

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A petista também falou que já sabia que receberia o apoio de muita gente porque ao longo do processo de construção de nossa pré-candidatura ao Governo do Estado ficou claro o desejo de mudança do povo. “Nosso projeto estava sendo muito recebido pelos quatro cantos do Estado. Havia um desejo popular de construir esse caminho. Mas não tínhamos como dimensionar a quantidade de votos, especialmente se considerarmos que, na prática, nós tivemos 45 dias de campanha para deputada federal”. 

Marília, entre outras pautas, afirmou que a luta pelos direitos dos trabalhadores, da criança e dos adolescentes estão entre as prioritárias. “Mas também tratarei da questão da Reforma da Previdência com enfoque de barra as propostas atuais, que prejudicam os trabalhadores e ameaçam direitos. Também é preciso atenção para o desenvolvimento regional com foco no Nordeste e Pernambuco”.

Ela ainda falou que desde que iniciou na política a defesa da mulher também tem sido seu foco, bem como os temas relacionados à sua saúde, segurança, trabalho e educação.

Em meio à posse dos deputados federais eleitos e reeleitos, na Câmara dos Deputados, a deputada federal Marília Arraes (PT) voltou a defender o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, como tem feito desde que o petista foi preso em abril do ano passado. Na hora em que seu nome foi chamado pela Mesa Diretora, a neta do ex-governador Miguel Arraes gritou “Lula Livre” e levantou uma placa com a frase que se transformou em símbolo do PT.

“Teve #LulaLivre, sim, na posse como deputada federal. E vai ter todo dia, até que o nosso ex-presidente seja libertado", avisou a segunda deputada mais votada na bancada pernambucana. 

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Por meio das redes sociais, já oficializada com integrante da Casa, a deputada falou que vai seguir forte em defesa da democracia. “Começa hoje um novo capítulo de uma história que já tem mais de uma década. Como deputada federal eleita pelo PT de Pernambuco, sigo na luta em defesa da democracia, dos direitos e conquistas de nossa população e contra os retrocessos que vem sendo implantados por este Governo. Sigo firme e forte, como sempre, do lado certo da história”, ressaltou. 

Na Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe), também nessa sexta, ao tomar posse, a deputada estadual Teresa Leitão (PT) também gritou, de forma mais tímida, o “Lula Livre”. A petista assumiu seu quinto mandato na Casa.

Nesta segunda-feira (28), a deputada federal Marília Arraes (PT) deu a entender que o presidente Jair Bolsonaro (PSL) é “envolvido” com as milícias. “Temos um presidente envolvido com o estado paralelo do Rio de Janeiro, o que torna todos nós reféns dessa insegurança”, disse em entrevista à Rádio Jornal. 

A declaração foi dada no momento em que a petista comentava a decisão do deputado Jean Wyllys (Psol) de não assumir mais um mandato na Câmara dos Deputados. “Você vai exigir que um parlamentar, porque foi eleito, corra risco e tenha sua vida tolhida? E o Estado não faz nada”, alfinetou.

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As críticas da vereadora do Recife a Bolsonaro tem sido inúmeras. Durante a campanha eleitoral do ano passado, a neta do ex-governador Miguel Arraes disse que não entendia como uma mulher votava no militar. “Não entendo como uma mulher vota em Bolsonaro. Como você vai votar em alguém que diz que você tem que ser submissa ao homem, tem que ganhas menos mesmo exercendo as mesmas funções?”, indagou.

Ela também chegou a alertar sobre os “retrocessos” no governo. Segundo ela, era preciso fazer uma avaliação sobre os riscos em relação às conquistas alcançadas durantes os governos do PT. “Os retrocessos registrados na administração de Temer tendem a piorar com a posse de Jair Bolsonaro”, ressaltou na ocasião. 

Em meio a opiniões divididas sobre a decisão do deputado federal Jean Wyllys (Psol) em não assumir o mandato, a deputada federal eleita Marília Arraes (PT) comentou o assunto afirmando que o psolista é “atuante, comprometido e propositivo”. A petista também falou sobre o futuro do Brasil. 

“Uma nação na qual um parlamentar atuante, comprometido, propositivo é obrigado a deixar de exercer o mandato para o qual foi democraticamente eleito, para poder garantir proteger sua própria vida, é um País que precisa repensar urgentemente seu futuro ou não haverá futuro. Jean Wyllys, toda a nossa solidariedade, respeito e carinho. Sua luta é nossa luta”, escreveu nas redes sociais. 

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Mais cedo, a neta do ex-governador Miguel Arraes participou da mobilização contra a proposta de reajustes das passagens do Sistema de Transporte Público de Passageiros da RMR, que aconteceu no centro do Recife. Na ocasião ela criticou o percentual de reajuste tanto dos empresários quando do governo. 

“Ambos os percentuais estão acima da inflação anual e representam uma grave ameaça a capacidade de pagamento dos trabalhadores. Além de toda essa questão financeira, é importante ainda destacar a baixa qualidade do sistema de transporte e o alto grau de insegurança. Por tudo isso, não há como aceitar nenhum reajuste”, declarou.

 No discurso de despedida, no plenário da Câmara Municipal do Recife, a deputada federal eleita Marília Arraes (PT) não deixou de comentar a sua candidatura barrada ao Governo de Pernambuco. No pronunciamento, que aconteceu na tarde dessa terça-feira (18), sem citar nomes, a petista chegou a dizer que dois opositores que há anos se criticavam apareceram de mãos dadas pedindo votos.

“De repente dois opositores que há anos se combatiam, se criticavam aparecem de mãos dadas pedindo o seu voto", disparou. A fala fez referência aos rivais históricos Jarbas Vasconcelos (MDB) e Humberto Costa (PT), ambos eleitos senadores no palanque da Frente Popular de Pernambuco.

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“Sou contra. Não conseguimos consolidar a candidatura no Estado, que foi escolhida esse caminho por mais de 90% do PT em Pernambuco, mas estou muito feliz de não estar no lugar dos que nos venceram. Não conseguiria ter feito uma campanha quebrando qualquer compromisso com a coerência, quebrando qualquer compromisso com a verdade”, disparou a vereadora.

A declaração de Arraes causa um certo estranhamento já que, em agosto passado, a própria afirmou que iria votar em Humberto mesmo ele tendo sido articulador principal da aliança PT-PSB. “O senador faz um grande papel e merece ser reeleito sim", ressaltou sem deixar de dizer, todavia,  que o mais prejudicado do PT de Pernambuco foi ele próprio.

No pronunciamento, a neta do ex-governador Miguel Arraes também falou que continua na oposição tanto em relação ao prefeito do Recife, Geraldo Julio (PSB), quanto ao governador Paulo Câmara (PSB). “Nós discordamos, não simplesmente porque não me deixaram ser candidata, mas porque discordamos desta forma de fazer política, dessas práticas”, continuou criticando.

Marília também falou que, mesmo com as dificuldades financeiras e políticas, conseguiu ter a segunda maior votação do Estado em uma campanha que foi decidida em 40 dias antes do pleito. “Eu, como a única deputada federal desta Legislatura representando Pernambuco, tenho, sem dúvida, uma grande responsabilidade”.

A vereadora ainda disse que não se sentia em uma despedida, mas em uma comemoração pelos 10 anos de trabalho na Câmara onde, segundo ela, aprendeu muito sobre a política e a vida. “Se não tivesse passado por aqui, sem dúvida, não conseguiria trilhar o caminho que consegui nesses últimos tempos”, enfatizou.

Em discurso de despedida na Câmara Municipal do Recife, nesta terça-feira (18), a deputada federal eleita Marília Arraes (PT) deixou um recado aos que chamou de “adversários”. “Não conseguiram me destruir e, com certeza, me tornaram mais forte”, falou com convicção no plenário da Casa. 

A petista também disse que manteve o respeito que muitas vezes os seus opositores não tiveram e que, segundo ela, foi fruto do “machismo, preconceito e conservadorismo”. “Fui vítima muitas vezes durante esse tempo. Mesmo sendo vítima tantas vezes que praticaram uma agressão pessoal contra mim, só servia para eu ter certeza que estava ao lado certo fazendo a coisa certa separado a política do pessoal, respeitando quem diverge”. 

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Arraes também falou que o povo de Pernambuco é testemunha do seu orgulho por ser neta do ex-governador Miguel Arraes, no entanto a vereadora garantiu que nunca se aproveitou do sobrenome do avô. 

“Fui privilegiada não somente por ser neta, mas por ter tido a oportunidade de ter convivido bastante com ele e aprender muito com Miguel Arraes, mas quem disser que me escorei no sobrenome do meu avô para chegar onde cheguei está sendo, no mínimo, injusto. Pernambuco é testemunha do quanto eu prezo até pelo que ele acreditava e defendia que a política não fosse feita dessa maneira. Se eu quisesse estar me aproveitando do sobrenome, eu estava em outro partido buscando espaço. Estou seguindo o caminho da política que acho mais coerente e correto me inspirando em Miguel Arraes”, ressaltou. 

No pronunciamento, Marília falou que lutou contra as desigualdade, que sempre se posicionou e que teve coragem. Ainda agradeceu os votos recebidos e pediu para que todos continuem unidos para enfrentar as dificuldade que, palavras dela, “serão grandes”. “Mas a coragem é maior”, enfatizou. 

“Agradeço ao povo do recife que me elegeu três vezes como sua representante que nos concedeu mais de 54 mil votos somente na cidade. Agradecer ao povo de Pernambuco que, com certeza, pode contar com a minha dedicação como sempre fazendo o melhor que pode ser feito, mais do que o melhor e sempre com muita coragem, com muita disposição para a luta, com muita coerência e posicionamento. Que a democracia sempre impere na política e que a gente consiga barrar o avanço do fascismo”, disse no final. 

Tendo sua candidatura a governadora de Pernambuco rifada pelo Partido dos Trabalhadores (PT) na eleição deste ano, a vereadora Marília Arraes (PT) não teve outra opção do que disputar uma cadeira na Câmara dos Deputados. A petista conseguiu mostrar sua força: foi eleita com 193.108 votos, sendo a mais votada da legenda. Ela foi a segunda mais votada de Pernambuco, ficando atrás apenas do primo João Campos, que obteve 460.387 votos. 

A deputada federal eleita, que continua sendo uma das maiores defensoras do ex-presidente Lula, decidiu deixar um recado a todos os seus eleitores por meio das redes sociais. “Nós, que recebemos uma expressiva votação do povo pernambucano vamos fazer valer a confiança depositada em nosso mandato”, avisou. 

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A neta do ex-governador Miguel Arraes também falou que as mulheres seguem fortes. “Além da governadora do Rio Grande do Norte, Fátima Bezerra, da atual senadora e vice-governadora eleita do Piauí, Regina Sousa, e da vice-governadora de Sergipe, Eliane Aquino, as mulheres do PT vão ocupar 10 cadeiras na Câmara dos Deputados e 21 nas Assembleias Legislativas”, comemorou.

No segundo mandato como vereadora do Recife, Marília quase foi candidata a deputada federal em 2014. Em fevereiro de 2016, antes de disputar reeleição na Câmara do Recife, a petista pediu desfiliação do PSB para concorrer pelo PT. 

No Dia da Consciência Negra, comemorado nesta terça-feira (20), a deputada federal eleita Marília Arraes (PT) ressaltou que é preciso falar sobre "resistência e luta". Mais uma vez, por meio das redes sociais, a petista exaltou os ex-presidentes Lula e Dilma Rousseff. “A luta pela igualdade racial no Brasil deu um salto significativo durante os governos de Lula e Dilma Rousseff”, garantiu. 

“As políticas afirmativas começaram a ser implantadas logo no começo do Governo Lula, com a sanção da Lei nº 10.639, que tornou obrigatório o ensino de história e cultura afrobrasileiras nas escolas de todo o país”, justificou. 

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Marília também falou que a perspectiva, no entanto, é de retrocessos no governo Bolsonaro. “É importante que façamos uma avaliação sobre os riscos que correm as conquistas alcançadas durante os governos do PT. Os retrocessos registrados na administração de Temer tendem a piorar com a posse de Jair Bolsonaro”, alertou. 

A neta do ex-governador Miguel Arraes disse que há um longo caminho a seguir. “ A população negra brasileira ainda tem muito menos oportunidades e sofre com o preconceito. Entre as mulheres, essa realidade é ainda mais dura: os salários são menores, o desemprego é maior. As diferenças são gigantes.  A perspectiva, infelizmente, é de retrocessos no governo Bolsonaro. A luta não pode parar”, enfatizou.

Após a disputa eleitoral, a pergunta que volta à tona é a situação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Se por um lado, os aliados do líder petista defendem que ele seja solto, os opositores cobram que Lula seja transferido da cela especial onde cumpre pena na sede da Polícia Federal, em Curitiba, para um presídio. A deputada federal eleita Marília Arraes (PT), após um período sem comentar o assunto, voltou a falar sobre o tema. 

“O melhor presidente que o Brasil já teve segue preso, sem que efetivamente nada tenha sido provado contra ele. O Brasil quer um julgamento justo. O Brasil quer Lula livre”, destacou no Facebook ao comentar o depoimento que o ex-presidente prestou à Justiça nesta semana. 

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Segundo Arraes, Lula foi recebido com “imenso carinho” por brasileiros que fizeram questão de demonstrar seu apoio e indignação. “Lula é um preso político. Desde o último 7 de abril, quando em mais um capítulo da saga persecutória comandada pelo juiz Sérgio Moro, que aliás será o futuro ministro da Justiça do novo presidente eleito”, voltou a defender. 

Na semana passada, o teólogo Leonardo Boff chegou a dizer que o próprio Lula acreditava que seria solto após a eleição. “Ele pensava que passando a eleição o liberasse (sic), mas não o liberaram e usam ele como troféu para sustentar as mentiras que fizeram”, falou durante entrevista após uma visita ao ex-presidente. A presidente do PT, Gleisi Hoffmann, também disse anteriormente que tinha certeza que ele seria solto tão logo o pleito terminasse. 

Desta vez, Lula prestou depoimento na ação do sítio de Atibaia, processo no qual é acusado de lavagem de dinheiro e de receber propina por meio da reforma e decoração da propriedade. No entanto, durante o interrogatório, o ex-presidente falou que não pagou por reformas no sítio porque não era dono da propriedade. Também chegou a afirmar que tinha pensando em comprá-lo, mas que o dono não quis vendê-lo.

Nesta terça-feira (6), a deputada federal eleita Marília Arraes (PT) criticou a falta de mulheres compondo até o momento a equipe do presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL). A neta do ex-governador Miguel Arraes avisou por meio das redes sociais que está de olho.

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“Mantendo o que deverá ser o tom de seu governo, o presidente eleito Jair Bolsonaro não indicou nenhuma mulher entre os 27 nomes da primeira lista de sua equipe de transição. Para mulheres não há espaço. Mas a lista inclui, por exemplo, um acusado de agressão e um empresário dono da maior prestadora de serviços de sua campanha”, lamentou a vereadora do Recife. 

Essa não é a primeira crítica que Marília Arraes faz ao novo governo. Quando foi anunciado o juiz Sergio Moro para assumir o Ministério da Justiça, Marília também fez uma longa crítica à escolha feita pelo militar afirmando que era um absurdo. “Desde que ele vazou as gravações da presidente Dilma, do presidente Lula e demais lideranças do PT, denunciamos sua parceria com o golpe. O escancaramento das negociações espúrias para sua concretização e as nefastas consequências para o país estão aí para quem quiser ver. Nós não compactuamos com este projeto fascista”, disparou. 

Por sua vez, nesta terça, Bolsonaro disse que “com certeza” seu ministério terá a participação de mulheres. “Tem dez ou doze vagas em aberto, com toda certeza vai ter [mulher]”. Ele ainda contou que, até o final desta semana, deve anunciar ao menos mais um ministro de seu governo.

 

Durante uma entrevista concedida a uma rádio de Salgueiro, nesta sexta-feira (26), a deputada federal eleita Marília Arraes (PT) comentou um possível mandato do candidato Jair Bolsonaro (PSL). Ao ser questionada se o Brasil corre perigo, a petista foi convicta. “Muito perigo, muito perigo. É uma situação gravíssima o que a gente está vendo acontecer”, disse em tom de alerta. 

Marília chegou a falar sobre Hitler. “Pensam que esses governos autoritários, fascistas, por exemplo o Hitler na Alemanha, o Hitler não chegou e simplesmente tomou o poder não, ele tinha apoio popular. A ditadura civil-militar no Brasil de 64 tinha apoio popular também, então é muito grave o que está acontecendo”. 

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“O que está em risco acontecer é tudo isso mais o fascismo, o autoritarismo, a intolerância. Não dá para chegar e dizer que [Bolsonaro] vai melhorar a segurança. Qual a proposta para melhorar a segurança? Qual a proposta? É com violência que se melhora a segurança, será? “, indagou afirmando que a insegurança se combate com escolas cheias como teria feito o presidenciável Fernando Haddad (PT), que já foi ministro da Educação. 

A neta do ex-governador Miguel Arraes também frisou que está em jogo a liberdade das pessoas. “Se você critica o PT, se você é anti-PT, está decepcionado com o PT, mas veja com o PT você tinha direito de falar, de reclamar, de protestar e com a ditadura não tem. Não se engane, esse discursinho agora está muito bonitinho, mas observe também o passado das pessoas e é preciso também ver as propostas”. 

Ela enfatizou que há o risco do brasileiro ter que ficar “calado” diante de um governo autoritário. Durante a entrevista, Marília Arraes ainda falou que não é da noite para o dia que a polícia vai bater nas casas das pessoas se o candidato do PSL vencer, mas que o movimento já iniciou citando que mais de 50 casos foram registrados de eleitores de Bolsonaro que agrediram os que votaram em adversários. “Isso é um indício”, ressaltou.  

A vereadora pediu para que as pessoas se engajem e se informem bem sobre os seus candidatos e sobre as propostas. A vereadora pediu para que as pessoas se engajem e se informem bem sobre os seus candidatos e sobre as propostas. “Não adianta ir somente por uma onda, ser levado por emoções, principalmente emoções prejudiciais para a gente que é o ódio e o medo”.

Ferrenha defensora do ex-presidente Lula e vitoriosa na disputa por uma vaga na Câmara dos Deputados, Marília Arraes (PT) vem intensificando o apoio ao candidato a presidente Fernando Haddad (PT). A petista afirmou, por meio das redes sociais, que Haddar tem propostas para o Brasil. “E o outro candidato, o que tem a dizer?”, indagou utilizando a hashtag #FascismoNao. 

“O nosso candidato à Presidência da República, Fernando Haddad está pronto para debater. Já avisou que estará em todos os eventos deste tipo promovidos pela Imprensa. Haddad tem propostas para o Brasil”, garantiu. 

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Na semana passada, durante uma entrevista, a deputada federal eleita falou que não entendia como uma mulher vota em Bolsonaro. “Como você vai votar em alguém que diz que você tem que ser submissa ao homem, tem que ganhar menos mesmo exercendo as mesmas funções. Essas coisas absurdas que ele fala”. 

Ela também chegou a dizer que votar em Haddad não é questão de ser petista e sim defender a democracia. “O que fez esse candidato [Bolsonaro] ter o resultado que teve foi porque não fez campanha. Iria sair alguma dessas pérolas que ele fala e são o fim para ele, contra mulheres, negros e homossexuais”, alfinetou.

A disputa eleitoral deste ano deve entrar para a história não apenas pelo debate acirrado sobre quem deve ser o próximo presidente da República, como também por recordes de votações que até então não eram esperadas. No futuro, em Pernambuco, ao se tratar da eleição de 2018, certamente a delegada Gleide Ângelo (PSB) será citada como destaque. A policial venceu a disputa para deputada estadual com mais de 412 mil votos. Nunca antes na história do estado uma candidata ao cargo conseguiu alcançar esse número expressivo. 

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Para muitos, a vitória recorde de Gleide se tornou simbolicamente uma espécie de “voto de homenagem” por parte dos eleitores que lutam contra a violência e anseiam por segurança pública. A delegada, que atuou fortemente no Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) e que agora estava como gestora do Departamento de Polícia da Mulher, comandou a investigação de crimes de grande repercussão no estado muitos deles desvendados. 

Também conquistou uma vaga na Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe), o filho do ex-deputado Guilherme Uchoa (PSC), o então candidato Guilherme Uchoa Júnior. Ele ficou com a terceira colocação ficando atrás apenas de Gleide Angelo e do pastor Cleiton Collins (PP). Guilherme Uchoa, que morreu aos 71 anos, presidia a Alepe há seis mandatos consecutivos e era um dos principais aliados do governador Paulo Câmara (PSB), além de ter sido considerado homem de confiança do ex-governador Eduardo Campos. 

A vitória da candidatura do “Juntas”, do PSOL, para um mandato coletivo  formado por cinco mulheres sendo uma delas trans, também tem sido visto como uma forma de homenagem. Após divulgado o resultado, muitos eleitores ao parabenizar pelo triunfo, utilizaram a hashtag #MariellePresente. Da mesma legenda que a vereadora assassinada, o grupo defende as mesmas propostas que Marielle como proteção à mulher, moradia, educação, políticas LGBT e afins. 

Nesse mesmo sentido, as expressivas vitórias de João Campos (PSB) e Marília Arraes (PT), que conquistaram o primeiro e segundo lugar, respectivamente, no ranking de eleitos para um mandato a partir do dia 1º de janeiro de 2019 na Câmara dos Deputados, de certa forma, também foram uma espécie de “voto de homenagem”. João é filho do ex-governador Eduardo Campos, que foi vítima de um acidente aéreo no ano de 2014. 

Na ocasião, Eduardo era candidato a presidente do Brasil e a tragédia foi lamentada e bastante sentida. João se tornou uma espécie de continuador do legado do pai e, aos poucos, foi conquistando um espaço até se tornar o recordista do número de votos no pleito com mais de 460 mil votos. Marília, por sua vez, neta do ex-governador Miguel Arraes, também teve como vantagem carregar o forte sobrenome.  A petista obteve 193.108 mil votos.

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